Ponto Final 05

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www.issuu.com/jornalnoturno Ano 1 - Edição 5

Festival ganha Londrina

Internet ajuda novos escritores

O novo movimento estudantil

Comunicação se aprende na escola


sumário

Comunicação

Novos rumos da publicação 04 Economia

Trabalho com alegria 08 Política

Movimento estudantil 10 Cultura

Festival de Música de Londrina 13 Cultura

Entrevista com Fafá de Belém 18 Esporte

Tempo de Copa 20

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Educação

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Projeto E-Radiar 22 Moda e comportamento

Inverno para quê? 24 Opinião

Cala boca galvão! 25


Férias e Ponto Final Essa é a 5ª edição e Ponto Final. Calma, essa edição não é a última, pelo menos esperamos que não. Estamos em plenas férias, momento de descanso e paz. O que você vai fazer nesse meio tempo, além de ler a Ponto Final, claro! Você pode ler o livro Apocalipse de Eduardo Spohr, um dos escritores que fazem parte dessa nova onda de lançamento de livros online, mas que como outros autores, ganha a prateleira das livrarias. Que tal aproveitar esse momento de descanso da cabeça e colocar o corpo para se mexer? Cursos de dança é uma opção para quem quer se exercitar e aprender algo que não doa nos neurônios nessas férias. Movimento estudantil? Ainda existe? Confiram na pág. XX da

Ponto Final. Nossa reportagem acompanhou uma das reuniões do Diretório Geral do Estudantes da UEL e traz a discussão à tona. O Festival de Música ganha Londrina pela 30ª vez. Confira a matéria de capa desta edição. O FML deste ano trás novidades na grade pedagógica e apresentações internacionais que destacam o programa em 2010, além de valorizar os profissionais locais. Não perca também entrevista com a cantora Fafá de Belém que se apresentou nesses 30 anos de Festival. A Ponto Final também discute uma crônica sobre a Copa, tema que dominou o Mundo em 2010. Você confere também o projeto E-radiar realizado em Londrina, uma abordagem da chegada do inverno e o famoso caso do “Cala boca Galvão”.

editorial/expediente

Editoral

Guilherme Santana

Esta revista é produzida pela turma do 3º ano de Comunicação Social - Jornalismo Noturno da Universidade Estadual de Londrina para a Profa. Dra. Rosane Borges na diciplina 5NIC030, Técnica de reportagem, entrevista e pesquisa jornalística III

Jornalista responsável: Rosane Borges Editores: Gabriel Bandeira, Gabriela Pereira, Rodrigo Fernando e Mariana Guarilha Diagramadores: Allan Fernando, Iuri Furukita, Naiá Aiello e Vanessa Silva Repórteres: Edson Vitoretti, Fabrício Alves, Gabriel Oberle, Gabriela Pereira, Guilherme Costa, Guilherme Santana, Júlio Barbosa, Maria Amélia Gil e Roberto Alves

Contato: jornalnoturno@gmail.com

ponto final 07/2010

Expediente

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A jornada d o her贸i

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pol铆tica


comunicação

Arquivo

Eduardo Spohr, autor de “A Batalha do Apocalipse”

Guilherme Costa Faltam ao mercado editorial brasileiro escritores de ficção de qualidade em evidência. Não é de se admirar que os fãs do gênero, jovens em sua maioria, recorram a títulos estrangeiros para preencher esse nicho no mercado do entretenimento. O Brasil concentra milhares de fãs dos bruxos adolescentes das histórias de J.K. Rowling, dos vampiros vegetarianos da saga de Stephanie Meyer e dos romances polêmicos de Dan Brown, por exemplo. Não que autores de ficção de qualidade no Brasil não existam. O problema é a falta de oportunidade que eles enfrentam na divulgação de seu trabalho. Da concepção da obra às prateleiras de uma livraria, um escritor iniciante

brasileiro passa por um caminho repleto de dificuldades, de origem mercadológica-comercial, em sua maioria, o que justifica a falta desses títulos no país. Quem encontrou uma opção inteligente para superar essa dificuldade foi o escritor Eduardo Spohr, autor de “A Batalha do Apocalipse – Da queda dos anjos ao crepúsculo do mundo ”. Preparando-se para o lançamento de seu romance por um selo de uma grande editora, o Versus da Record, o autor já angariou um considerável público de leitores por meio, exclusivamente, da internet. O romance foi concebido a partir de “O Último Anjo” conto que ele escreveu para um concurso literário da PUC do Rio de Janeiro (faculdade pela qual o au-

tor se formou em jornalismo) anos atrás. Sua principal inspiração é o filme “Anjos Rebeldes” (The Prophecy, de 1995) e as histórias que o autor vivia durante suas partidas de RPG (Role Playing Game, ou jogo de interpretação de personagens), do qual sempre foi fã. A internet foi ferramenta fundamental para passar pelas barreiras que as regras de mercado que as grandes editoras impõem, atravancando a divulgação de obras de escritores iniciantes como ele. O autor lançou seu livro pelo selo NerdBooks, uma editora independente da NerdStore, loja virtual do site Jovem Nerd, um dos blogs de maior sucesso atualmente. Tudo começou quando o site, que lança semanalmente um podcast

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Sucesso de vendas online, “A Batalha do Apocalipse” ganha as prateleiras das livrarias e prova que a internet é uma alternativa para novos escritores

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(programa de rádio exclusivamente produzido para a internet) com assuntos diretamente voltados ao público jovem e nerd, resolveu fazer um programa com um debate

sobre o apocalipse. Aproveitando o gancho, os blogueiros Alexandre “JovemNerd” Allotoni e Deive “Azaghal” Pazos, resolveram promover o livro do colega escritor. O resultado não poderia ter sido melhor. Na verdade, a ideia de vender o livro exclusivamente pela internet tinha tudo para dar

errado. Primeiro: uma impressão em pequena escala, independente e de acabamento tão rebuscado (como é o caso de “A Batalha do Apocalipse”) encareceram a produção do livro aos editores da NerdStore. Segundo: a geração de boletos bancários, taxas da operadora de cartão de crédito e a postagem pelos correios aumentaram o preço final ao comprador.

Ficção de gênero ganha força no mercado, e produção nacional é estimulada. Mariana Guarilha Embora ainda exista certa resistência e preconceito em relação as obras de ficção de gênero, tanto o sucesso dos fenômenos recentes, quanto o interesse por clássicos não deixa dúvidas de que há um mercado com potencial a ser explorado. Apesar da maior parte dos “best sellers” ainda serem de autores estrangeiros, há ficção fantástica de gênero sendo produzida no Brasil. Inegavelamente o mercado ainda é pequeno e de alcance restrito, porém as obras de fantasia , ficção científica e terror alcançam as prateleiras das livrarias e destaque nas novas mídias, revelando que muita coisa de qualidade é produzida em terras brasileiras. O escritor André Vianco ficou conhecido principalmente com seus vampiros lusitanos, porém foi contando a guerra entre anjos e demônios em O senhor da chuva que ele inaugurou a carreira literária em 1998. Eric Novello, autor da fantasia histórica Dante: o guardião da morte e de histórias da Noite Carioca, voltado para o humor cotidiano, agora arrisca-se na fantasia urbana com Néon Azul. O livro escrito no gênero Fix-up, bastante defendido pelo autor, é constituído de uma série de contos mais ou menos independen-

tes, interligados em uma história maior, e está sendo lançado pela editora Draco. Também pela Draco, Estevão Ribeiro, que ganhou notoriedade na internet com a tirinha de humor D´os Passarinhos, lança no segundo semestre a ficção de terror, a corrente. José Roberto Vieira, promete em O baronato de Shoa, uma mistura de dark fantasy com elementos de steampunk. Outro lançamento bastante aguardado é A tríade, escrito a oito mãos por Kizzy Ysatis, Octávio Carrielo, Cláudio Brittes e Carlos Andrade. Um jogo de realidade alternativa está em andamento na internet, e o prêmio é nada menos que a espada de um dos personagens. Com essa campanha de divulgação interessante e a premissa de juntar templários, vampiros e anjos, o lançamento da editora terra-

cota promete. Fábio Fernandes, que nos presenteou com Dias de Peste, uma coletânea de contos cyberpunks, prepara seu segundo romance a ser lançado pela editora tarja, que também promete uma série de quatro coletâneas que vão de histórias de fantasia extraordinárias a fantasia urbana. Richard Diegues, com seu Cyber Brasiliana também promete impressionar com uma realidade alternativa onde a vida abaixo da linha do equador assume ares de utopia, enquanto no outro hemisfério a situação é tensa. Com tantos lançamentos e editoras investindo na literatura fantástica, resta torcer para que a ficção de gênero no Brasil ganhe cada vez mais força e seja reco nhecida, pois muita coisa boa tem sido produzida em solo brasileiro.


rd fia Ne Filoso

Terceiro: as vendas online, apesar de incrível crescimento nos últimos anos, ainda não está muito disseminada entre os brasileiros e ainda gera muita desconfiança nos compradores. E por último, grande parte do público do site é bastante exigente com o que consome, e não seria convencido facilmente a apoiar um escritor estreante. No entanto, o livro foi um sucesso absoluto. “Colocamos 70 livros pra vender na NerdStore, que se esgotaram rápido. Os ouvintes pediram mais, e aí vimos que a coisa podia dar certo”, conta o autor, que atualmente já contabiliza 4600 cópias vendidas, um verdadeiro recorde para um editor independente na internet. Mas o segredo parece não estar somente no bocaa-boca dos fãs, mas sim no próprio conteúdo da obra. A história de “A Batalha do Apocalipse” é escrita num modelo de narração que o próprio autor chama de “a jornada do herói” termo que remete diretamente as pesquisas de Joseph Campbell e Christopher Vlogger. Nessa estrutura narrativa, não é o fim da história, mas sim todo o processo de transformação e evolução do personagem em sua jornada que realmente importa. Essa maneira de narrar cria um ritmo de história muito atrativo aos fãs de ficção, muitas vezes só encontrado em obras estrangeiras. Para Eduardo Spohr, a internet é realmente uma boa saída para novos autores que estão por surgindo por aí e que mostrar suas histórias de ficção. Ele acredita que a rede tem um grande leque de recursos os quais os escritores podem utilizar como o Orkut, twitter, Facebook, e os blogs. Mas ressalta que essa é uma divulgação segmentada e que o ideal é que o autor seja posteriormente julgado por um conceito mais amplo: “no meu caso ajudou. Agora, com a chegada da obra às livrarias, vamos saber qual será a recepção por parte do público em geral. Estou torcendo para que dê certo. Acho que a internet pode ser um início. Se a obra fizer sucesso, o ideal é que ela chegue às prateleiras. A web está aí pra ajudar na divulgação”. Além da chegada de “A Batalha do Apocalipse”, que agora ganhas as livrarias de todo o país, Eduardo Spohr conta que já se prepara para o lançamento de mais dois livros, primeiramente pelo selo NerdBooks, como sua primeira obra.


Tradição e pra

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Gabriel Oberle

Gabriel Oberle É cada vez mais comum conhecer pessoas que transformam suas habilidades pessoais em sua fonte de renda. Artesãos, professores, fotógrafos, dançarinos, músicos, entre outros. Pessoas que conseguem fazer do prazer um trabalho e do trabalho um prazer. Assim vemos exemplos como o de Heloísa e Paulo Foi da avó que Heloísa de Matos herdou seu dom. Os panos de prato e toalhas, com detalhes em crochê, que ela faz foram ensinados primeiro a sua mãe e depois para ela. Como as mulheres não tinham muitas possibilidades há alguns anos atrás, ela buscou aperfeiçoar seus afazeres manuais, “antigamente tinha que ser prendada”, conta. O que a motivou para começar a vender seus produtos foi a necessidade do dinheiro, e para isso Heloísa buscou seu próprio trabalho com o que sabia fazer muito bem. A artesã acredita que a principal causa de não ter outro emprego foi a falta de estudo, diz que “as mulheres não tinham valor, nunca tive um bom estudo por ter que ajudar na roça e em casa”. Depois de casada decidiu que precisava ter seu próprio dinheiro, assim propôs ao marido que iria vender seus trabalhos, isso aconteceu há 22 anos. E quem passa pela feira das ruas São Paulo e Alagoas, já está acostumado com a simpatia e disposição da vendedora, que há 16 anos expõe e lucra com uma das coisas que mais lhe dá prazer: seus trabalhos manuais.

Heloísa de Matos vende seu trabalho na feira-livre

Gabriel Oberle

ponto final 07/2010

Economia

Pessoas transformam dons


azer no trabalho Esse clima de alegria no trabalho também ocorre com Paulo Henrique Vilas Bôas, que é professor de dança há um ano. Tudo começou em março de 2007, quando o grupo de jovens que participava proporcionou aulas de dança em sua Paróquia, e em apenas um ano já era bolsista na escola, auxiliando os instrutores durante as aulas. Paulo é professor da escola há mais de um ano e conta ao longo de sua vida “foram aparecendo portas”, bastou apenas abri-las. Entretanto a dança ainda não se tornou sua principal fonte de renda. O professor divide-se entre o trabalho em uma oficina mecânica durante o dia e a descontração de dar suas aulas à noite. Paulo

ainda completa resumindo seu maior prazer na alegria que sente durante o trabalho, “tem que ser descontraído, se ‘tá’ errando tem que brincar com o erro para melhorar”. E é visível o prazer no que faz. Durante toda a aula o clima é de brincadeiras. Paulo não para de ensinar dançando e não cansa de estampar o sorriso no rosto. Paulo e Heloísa são um dos exemplos de que um hobby, na hora do aperto ou por opção, pode tornar-se um trabalho, que garante uma renda a mais ao final do mês. Assim acontece em muitos ramos, afinal o importante para que uma profissão tenha êxito é o prazer e a satisfação pessoal.

economia

em atividade de sustento

ponto final 07/2010

Gabriel Oberle

Paulo Vilas Bôas desperta o pé de valsa nos alunos

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politica ponto final 07/2010 10

Um movimento de

ESTUDANTE

O Movimento Estudantil já não é mais como o de anos atrás. Atualmente, ele tem ganhado uma nova cara em universidades de todo o país, como na Universidade Estadual de Londrina


ES

Júlio Barbosa Começamos por pensar na UEL, ou Universidade Estadual de Londrina aos que não conhecem. Partimos então para explicar alguns dados: atualmente são 43 cursos, um universo de 15 mil estudantes de graduação. Mas sabe o que é estranho em todos esses dados? Há cerca de dois meses, mais precisamente nos dias 4 e 5 de maio de 2010, foram realizadas as eleições para o DCE, ou Diretório Central dos Estudantes, como de praxe todos os estudantes regularmente matriculados tinham direito a voto e as urnas ficaram disponíveis nesses dias em todos os centros de estudos da Universidade. Haviam duas chapas concorrentes, “UEL de cara nova” e “Mais vale o que será”, e após cinco horas de apuração tínhamos o resultado de quem comandaria essa função tão importante para os estudantes dentro da UEL. Entretanto, antes do resultado, vale lembrar que entre todos os alunos que têm direito a voto apenas 1387 tiveram o “trabalho” de ir as urnas e a diferença entre as chapas concorrentes ficou em aproximadamente 600 votos. Depois do resultado final a chapa “UEL de cara nova”, presidida por Patrick Wietchorek, saiu vencedora, com direito a dois anos de mandato. Eu acompanhei um conselho deliberativo, onde os Centros Acadêmicos (CAs) são chamados pra decidir os rumos e os projetos pelos quais o DCE irá lutar. Antes dessa reunião já havia tido outra, onde a eleição para o DCE foi referendada e a nova chapa tomou posse. Antes de a reunião começar, em uma conversa com o presidente Patrick, foi possível levantar mais alguns dados: para cada conselho o DCE convoca, entre o grupo de cursos existente, 33 CAs, desses, até o início da reunião, havia apenas oito, mas segundo informações do próprio presidente, é sabido que existem outros CAs formados e com certo nome e força na UEL, mas que eles, normalmente, se voltam para o próprio curso, não participando muito das reuniões e decisões do Diretório Central dos Estudantes.

A reunião começa, e além dos presidentes dos CAs também há outros alunos interessados em participar e discutir os rumos do DCE, apesar de não terem direito a voto, esses alunos têm o direito a palavra e, suas opiniões podem ser levadas em conta por todos. Esse Conselho Deliberativo contou no total com cerca de 25 alunos, e duas pautas estão em debate, a nomeação dos alunos que participarão dos conselhos da UEL, onde são a representação dos estudantes e têm direito a voto, e a elaboração do Plano de Política Estudantil, ligado a Câmara de Política Estudantil da UEL e que, inicialmente, é visto como um plano de assistência aos estudantes e envolve a morada estudantil, o restaurante universitário, transporte, entre outros temas. A nomeação dos estudantes para os conselhos da UEL já havia se iniciado em uma reunião anterior, mas havia sido prorrogada, pois os presidentes dos CAs pediram mais tempo para discutir nomes em seus centros para depois levá-los a reunião. No total são sete conselhos ou câmaras para os quais o DCE indica representantes, destes, apenas o CEPE, Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, e a Câmara de Graduação, têm restrições a indicação de alunos, sendo que devem ser indicados um titular e um suplente de cada centro. Alguns nomes já tinham sido escolhidos nessa primeira reunião e ao contrário do que se esperava não surgiram muitos mais nessa segunda discussão, permanecendo muitas vagas remanescentes. Talvez devido a isso, as discussões desse tema tomaram outro rumo, ao invés de se procurar nomes passou-se a pensar como esses representantes se comportariam nos conselhos, como seria possível unificar pensamentos para as votações e a antiga necessidade de se tratar do fato dos alunos serem sempre a minoria nos conselhos. Dentre as situações postas, desde que o representante teria que ter palavra ou personalidade para estar no conselho, a que ele deveria seguir os caminhos acordados anteriormente em reuniões no DCE, uma chamou a atenção, foi mais de um relato de presidentes de CAs dizendo que, mesmo sendo minoria em qualquer departamento, os votos dos alunos já

Os estudantes estão aqui, estão presentes e o movimento estudantil não morreu”, Patrick Wietchorek, presidente do DCE da UEL.

Júlio Barbosa

A reunião do DCE, envolveu discussões e proposta de mlehorias para os estudantes da Universidade Estadual de Londrina


política ponto final 07/2010 12

decidiram votações dentro de seus cursos, que isso ocorre principalmente em situações onde o tema é muito controverso e onde o posicionamento dos alunos é decisivo. Então vamos à segunda discussão, mas ela já começa um pouco errada, então vamos há um pouco de história: depois de nomeado presidente, Patrick foi “pressionado” a tomar uma decisão sobre a Câmara de Política Estudantil, que havia iniciado uma discussão sobre a morada estudantil ainda anterior ao seu mandato. Patrick necessitava indicar três alunos para fazerem parte desse conselho, e o fez com o poder que lhe foi concedido como presidente, se autonomeou como um dos titulares assim como a dois outros moradores da casa do estudante, e também seus suplentes. Tal decisão não foi vista com bons olhos na discussão posterior no DCE. O principal ponto levantado foi o de que: se era necessária uma reunião para a discussão dos nomes que participariam dos conselhos, porque em relação à Câmara de Política Estudantil não foi feito da mesma forma, e ainda, qual seria a real participação desses nomes indicados no movimento estudantil e as “capacidades” que teriam para discutir temas de política estudantil, que vão além da moradia. E nisso o próprio Patrick se explicou, dizendo que como presidente do DCE viu a necessidade de “agilizar” essa discussão para o bem daqueles envolvidos com o tema do momento, no caso a morada estudantil, e que foi passado a ele um prazo de sessenta dias para a elaboração de um Plano de Política Estudantil, e pelo prazo e por algumas decisões tomadas anteriormente, a indicação o quanto antes se fazia necessária. A explicação é plausível, mas nem por isso agradou a todos, voltou-se a discussão sobre “nomes” e suas “capacidades” para com temas importantes para o movimento estudantil. E tínhamos outro grande debate, o estabelecimento de prazos pela universidade a serem “cumpridos” pelos representantes dos estudantes. Alguns participantes da reunião colocaram que, se tratando de uma política para os estudantes, eles deveriam determinar prazos e isso seria melhor para uma discussão mais ampla. O que chamou a atenção é que, apesar de muitos criticarem o prazo estabelecido pela universidade, poucos se dispunham a estabelecer um para os estudantes, surgiu a indicação do presidente do DCE para o dia 6 de agosto, para uma assembléia, ou uma reunião, ou mesmo o início das conversas, mas teve início uma nova discussão de prazos e nomes. As discussões giraram basicamente em torno disso, não de propostas de política estudantil. Ficou acordado por fim que a partir da primeira semana de agosto, o DCE e os CAs começarão uma movimentação para envolver um maior número de estudantes na discussão desse plano, com divulgação dos encontros e uma possível assembléia para a decisão final. Também ficou decidido que o DCE representaria junto a Câmara de Política Estudantil para a alteração do prazo de sessenta dias dado inicialmente e que os nomes indicados para compor a câmara podem ser alterados posteriormente se for chegado a um acordo. Dessas discussões cabe ressaltar duas coisas, os estudantes esperam que esse plano de políticas não seja só assistencialista e que as discussões são necessárias para fomentar o movimento estudantil. Foi possível perceber que os CAs estão se estruturando, junto a seus cursos ou mesmo em decisões da universidade, e que novos podem surgir em breve, dessa forma é possível finalizar com uma frase: “Os estudantes estão aqui, estão presentes e o movimento estudantil não morreu”, dita pelo presidente do DCE, Patrick Wietchorek.

0 3 Com a reunião do DCE, que aconteceu no campus da UEL, os estudantes perceberam que as Universidades precisam de políticas menos assistencialistas


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Guilherme GuilhermeSantana Santana O O ano ano de de 1980 1980 foi foi marcado marcado por por alguns alguns acontecimentos. acontecimentos (Guilherme, puro truísmo. Todo ano é marcado por aconque se relacionam com a música, teatro e jornalismo, de altecimentos. Que tipo de acontecimento? Se vc qualificar guma forma. Essa é uma matéria da revista Ponto Final e canão fica óbvio) matériapodemos da revista Ponto do Final sando a esse anoEssa com éouma jornalismo, lembrar esecritor, casando a data (que data??? O ano de 1980???) com o teatrólogo, cronista, e finalmente, jornalista brasileiro jornalismo, lembramos do escritor, teatrólogo, e Nelson Rodrigues, que faleceu em 1980. Se vocêcronista, pesquisar finalmente, jornalista brasileiro Nelson Rodrigues. Ele me mais a respeito desse início de década, vai encontrar outra recorda outra pessoa queaodisse adeus mundo tal qualno pessoa que disse adeus mundo tal ao qual conhecemos conhecemos no mesmo ano, o poeta, diplomata e compomesmo ano, o poeta, diplomata e compositor Vinicius de Mositor Vinicius de Moraes. Moraes me traz à lembrança raes. Moraes provavelmente vai te remeter à música, quease música, e música me recorda que naquele ano foiafundada você continuar “googlando” esse ano, vai encontrar primeiaraprimeira Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, Santoro, de Brasília, cuja primeira obra foi dedicada ao de Brasília, cuja primeira obra foi dedicada ao compositor compositor brasileiro Heitor Villa Lobos. Você sabe o brasileiro Heitor Villa Lobos. Você sabe o que aconteceu que em aconteceu emuma 1980característica que une umadecaracterística de Naquele cada um 1980 que une cada um deles? deles? Naquele ano nasceu o Festival de Música deque Lonano nasceu o Festival de Música de Londrina (FML), em drina (FML), que em 2010 completa 30 anos e vai ocorrer 2010 completa 30 anos e vai ocorrer entre os dias 10 e 25 de entre dias 10 lendo e 25 de julho. Continue perceba julho. os Continue e perceba porque olendo FML epossui uma porque o FML possui uma característica de cada característica de cada pessoa ou evento mencionado.pessoa ou evento mencionado. Recursos e disposição do evento Recursos e disposição evento o Festival passou por Como todos os eventosdo culturais, Como todos os eventos culturais, o Festival passou por alguns problemas esse ano. “Houve uma grande dificuldade alguns problemas esse ano. “Houve uma grande dificuldade se conseguir patrocínio para essa edição do FML por ser de de se conseguir patrocínio para essa edição do FMLpropor um ano eleitoral, e nessa época não costumam fomentar ser um ano eleitoral, e nessa época não costumam fomenjetos por receio de ser considerado favor político”, explica a tar projetos receio de ser do considerado favor do político”, assessora dapor divisão artística Festival, Maria Carmo, explica a assessora da divisão artística do Festival, Maria que complementa dizendo que os recursos esse foram poudo Carmo, que complementa dizendo que os recursos esse cos. foram poucos. A Petrobrás abriu edital para financiamento de eventos Petrobrás como principal em A 2008, que foientrou vencido pelapatrocinadora organização do Festival,por seedital aberto em 2008, e segundo a assessora da divisão argundo a divisão artística, só pode ser recebido nessa 30ª editística, adiou o resultado para 2009, na época da 29º edição ção por motivos de agenda. “Apenas em 2010 conseguimos (Guilherme, melhorar, não estáem nada bom), não possibiliusar o patrocínio que vencemos edital da empresa”, relatando o uso do dinheiro. “Apenas em 2010 conseguimos ciona Maria do Carmo entre os patrocínios desse ano. usar“Infelizmente o patrocínio os queempresários vencemos londrinenses em edital da ainda empresa”, não corelaciona Maria do Carmo entre os patrocínios desse ano. nhecem de forma adequada a Lei Rouanet, que no caso do “Infelizmente os empresários londrinenses ainda não FML permite que eles destinem o dinheiro que pagam obriconhecem de de forma adequada Rouanet, que noEcaso gatoriamente imposto federala Lei a eventos culturais. que do FML permite que eles destinem o dinheiro que pagam esse recurso pode ser 100% dedutivo. O montante será pago obrigatoriamente eventos culturais. de qualquer forma,de sóimposto muda as federal mãos dea quem o recebe”, críE que esse recurso pode ser 100% dedutivo. O montante tica a assessora da divisão artística do Festival, que adiciona será pago deoqualquer forma, muda as mãos quem o dizendo que retorno para essessóempresários é umde marketing recebe”, crítica a assessora da divisão artística do Festival, positivo para a empresa e sem gastar um real a mais. queAcomplementa (mudar vc játrabalhando usou no primeiro organização do FML formato, também está em um parágrafo): “O retorno para esses empresários é um tablóide que será encartado na Folha de Londrina do markedia 8 ting positivo a empresa e sem um real aartística mais”. de julho para para divulgar os eventos e agastar programação organização do FML também trabalhandoe saber em paraAincentivar os londrinenses a irem está aos espetáculos um tablóide que será encartado na Folha de Londrina do como será a 30ª edição. As apresentações serão no Ouro Verdia 8 de julho para divulgar os eventos e a programação de, Teatro Zaqueu de Mello, Marista e Crystal Palace Hotel. artística para aincentivar os londrinenses a irem aos espeVocê confere programação no site www.fml.com.br. táculos e saber como será a 30ª edição. As apresentações O Festival terá duas noites de abertura, nos dias 10 e 11. serão no Ouro Verde, Teatro Zaqueu de Mello, Marista e “As duas datas são necessárias por causa do grande número Crystal Palace Hotel. Você pode conferir a programação de estudantes e professores que virão, o evento é muito gran-no site www.fml.com.br.e também quantitativamente”, afirma de qualitativamente O terá duas noites de abertura, nos dias 10 e Maria Festival do Carmo. 11. Abertura “As duas datas são necessárias por causa do grande número estudantes e professores virão, o evento é Aindadequerendo descobrir porque que música, teatro e jornamuito grande qualitativamente e também quantitativamenlismo se encontram no FML? Aqui vai um deles: a abertute”, afirma do Carmo. ra será comMaria a Orquestra Sinfônica da UEL (OSUEL), que

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Lilian de Almeida na abertura do 30º Festival de Musica


cultura possui 26 anos de história e tradição, assim como a do Teatro Nacional Claudio Santoro. A apresentação foi junto com o coro juvenil e adulto da UEL. Outra apresentação foi de Marco Antônio de Almeida; com nada mais nada menos que o choro nº 10 de Villa Lobos – o compositor homenageado pela orquestra de Brasília em 1980. Destaque também para a cantora Fafá de Belém que cantou o hino à Londrina a capella (sem instrumentos musicais) – confira entrevista com a cantora ainda nessa edição da Ponto Final. 1º Encontro de Compositores Vinícius de Moraes, como já apresentado, foi um dos compositores mais ricos do nosso Brasil. Pronto, você acaba de encontrar ou coisa que casa com o ano de 1980: O FML, que nasceu nesse mesmo ano, agora ter o 1º Encontro de Compositores. Serão três dias de mesa redonda e palestras com mostra de partitura. O objetivo é discutir a composição de música clássica no século XXI e instigá-los a compor algo. No encerramento do FML serão apresentadas as composições mais criativas.

30ª edição A programação dessa edição traz novos conteúdos, participação de 51 professores ministrando 54 cursos tanto na área instrumental e vocal, quanto embasamento musical, além de outras novidades. “Pela primeira vez trouxemos um curso de viola caipira, antecessor inicial da música urbana, que será ministrado pelo conhecedor da hora e instrumentista Ivan Vilela”, explica a coordenadora geral do FML Lilian de Almeida, que complementa dizendo que haverá também um curso direcionado para a terceira idade para trabalhar a musicalidade com essa faixa etária, além de apresentações destinadas a esse grupo. “Essas novidades, juntamente com tudo que acontece no Festival, é que faz jus ao slogan: O Festival de todas as músicas” adiciona a coordenadora geral. O que não acontecerá esse ano é o 4º Concurso Nacional de Jovens Cameristas, que segundo a organização, não atingiu o número necessário para se ter a participação de 10 grupos selecionados.

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cultura

A C I S Ú M À O NTEM ACESS

LEIS GARA

acional de o Programa N ui it st in , et an r cultural, ei Rou nvolver o seto ecida como L se nh de co ra s pa ai m os , os culturais recurs 3 de 1991 so aos produt ende destinar es et ac A Lei nº. 8.31 pr o e e qu ), ão C área Auribuiç ra (PRONA produções na odução, a dist as pr tr a ou ar e Apoio à Cultu ul es m ti lm a, fi as, cursos e des de: “ es atrais, de danç anas, Artes, jornais, revist te s, ai com as finalida ic us m estimular Hum espetáculos ico e artístico; s de Ciências ór st ea hi ár s io (CDs, DVDs, na ôn os im as”, segundo sições, livr ervar o patr ral, entre outr tu ul -c diovisual, expo ltural, etc); proteger e cons co ni ét e ea cu idade regional oficinas na ár eira e a divers il as eúdo necesbr a ur lt ica como cont ús m a a difusão da cu o da Cultura. o ri tó é três anos a obriga istéri – possuem at de 2008 torna 16 to o os o site do Min sã ag a in de dr on 69, de 18 lecidas. colas – em L A Lei nº 11.7 igências estabe básico. As es ex no si às en m re de ta ão ei para se adap sário à educaç blicação da L pu da ta da da partir

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cultura Fotos: Divulgação

16º SPEN A edição do Simpósio Paranaense de Educação Musical tem como tema a “Educação Musical na escola: da proposição à ação”. “A coordenação do simpósio é da professora Helena Loureiro e vai discutir a lei que determina a obrigatoriedade da educação musical nas escolas de educação básica”, explica Lilian de Almeida sobre a importância da temática. Adote um músico O programa “Adote um músico” é uma iniciativa que vem dando certo a alguns anos. Os alunos que vêm de outras cidades nem sempre tem condições de se manter em Londrina. A intenção é que as famílias londrinenses hospedem essas pessoas. “A contrapartida que oferecemos é um passaporte musical para toda a programação artística para duas pessoas. Isso cria uma integração com nossos ‘filhos musicais’ e as famílias

hospitaleiras”, avalia a coordenadora geral. Atração especial Um dos homenageados dessa edição do FML será o músico e pianista Robert Schumann, que terá seus 200 anos de nascimento celebrado. O espetáculo vai envolver música e teatro – achou que o teatrólogo Nelson Rodrigues nunca ia aparecer, não foi? – na apresentação de “Ich Liebe Dich” (O Romantismo como Destino), baseado nas cartas e música de um dos casais mais expressivos no romantismo alemão: Robert e Clara Schumann. Encerramento “No encerramento do FML teremos a composição “Carmina Burana” do músico alemão Carl Orff. Uma das composições que envolvem o maior número de componentes para se realizar: coro, orquestra, percussão, além dos quatro solistas”, diz como vai terminar a 30ª edição do Festival. A re-

gência será do japonês Daisuke Soga, que vem para o Festival pela 5ª vez: “Carmina Burana é uma música que exige muito do regente e a história resgatada é da roda da fortuna, envolvendo a sorte ou a falta dela”. Lilian de Almeida A 30ª edição do Festival ganha Londrina de uma maneira espetacular. E em cada edição do festival, esteve presente Lilian de Almeida. Iniciou como aluna, depois como comissão artística, membro da Associação dos Amigos do Festival de Música de Londrina (AAFML) – associação que faz parte da realização do evento –, voltou à comissão artística, depois como conselheira titular da Secretaria Municipal de Cultura e há mais de cinco anos como coordenadora geral. “Minha vida inteira sempre foi mexer com música, sou londrinense, me criei aqui, e sempre integrando de alguma forma o FML”, relata a própria.

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política cultura

35 anos de Fafá

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Elvira Alegre

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Gabriela Pereira “Londrina faz parte da minha história”, é com essa frase que Fafá de Belém, a cantora paraense conhecida nos quatro cantos do país começa sua entrevista. De cara lavada e de maneira doce a cantora só assusta quando solta sua potente risada, que há muito tempo é uma de suas marcas registradas. Comemorando 35 anos de carreira, Fafá se desdobra entre eventos no Brasil e sua carreira internacional. Sua passagem pela cidade deve-se ao 30º Festival de Música de Londrina, no qual a paraense faz três apresentações, todas no Teatro Ouro Verde. Carreira, história, Portugal e Londrina esse são um dos principais temas da entrevista de Fafá de Belém

A cantora paraense se apresenta em Londrina no 30º Festival de Música e fala um pouco de sua carreira e sua apresentação na cidade Ponto Final- Como é participar do Festival de Música de Londrina? Fafá de Belém- Eu digo que estar nesse Festival é maravilhoso, porque é fazer música para quem gosta de música. (risos) PF- Qual é a sua relação com a cidade? Fafá de Belém- Eu estava começando minha carreira, eu lembro que eu cheguei aqui de ônibus de madrugada. Eu era uma estrela durante o dia, mas a gente não tinha dinheiro de patrocinador, então a noite eu colocava boné (risos) e de dia eu ficava linda. Esses foram meu tempo de ralação. Eu passei uma semana aqui em Londrina, no começo de carreira, depois daqui eu fui para o Rio Grande do Sul. Fiquei aqui um tempão, adorando e convivendo com a cidade. É maravilhoso voltar aqui para o Festival. Infelizmente não consegui montar um repertório para fazer junto com a orquestra, por conta da agenda, porque demora, tem que ser uma coisa mais elaborada. PF - O que você trouxe para apresentar no Festival? Fafá de Belém - Trouxemos dessa vez o piano e voz que eu faço com meu maestro João Rebouças na quarta-feira (14/07), que já está com a sessão lotada. Além da minha apresentação onde vou cantar o Hino a Londrina. PF - Fafá como e quando você começou a cantar? Fafá de Belém- A minha trajetória é de uma cantora popular. Eu fui escolhida pela música muito cedo, eu nunca pensei em ser cantora, mas foi a música que me ensinou a falar. Minha casa era uma casa de violões e de muita conversa, muita seresta, e eu que achava muito chato aquele meu mundo das bonecas e jogar peteca com meus irmãos, eu achava fascinante quando eles se reuniam todos ao redor do violão na sala. Eu fui chegando devagar, meu irmão mandou voltar, mas aos onze anos me estabeleci. Eu fui descobrindo a canção a partir de vários olhares, o olhar da minha mãe, ouvinte de grandes canções românticas e grandes cantores românticos como Valdemar Dutra, Chico Viola, Ângela Maria, Dalva de Oliveira;


política cultura 80 mil pessoas cantarem uma música que nasceu no interior da Amazônia. PF - Os festivais de música mudaram de algumas décadas para cá. Fafá, qual é a principal diferença entre os festivais das décadas de 60 e 70? E a importância da manutenção dos festivais nos tempos atuais? Fafá de Belém- São dois olhares completamente diferentes, naquela altura o Brasil precisava falar e falava através dos festivais. Em plena ditadura surgiram grandes compositores que achavam manhas e artimanhas para poder chegar e falar do povo, ao povo, o que estava acontecendo. E dessa inteligência surgem as grandes figuras da música brasileira como Chico Buarque, Milton Nascimento, Marcos e Paulo Sérgio Vale, Danilo Caymmi, Nelson Mota, Caetano e Gil, Simonal comandando aquele espetáculo. Hoje, houveram várias Belém tentativas de fazerem festivais com a cara nacional, mas acho que eles morreram na praia. A minha participação no Festival de Música de Londrina foi com um convite muito agradável, porque eu acredito que se nós juntarmos os vários olhares sobre a música nós teremos um público que troca informação e eu acho que essa é a coisa mais inteligente da organização do festival . Porque senão ficaríamos cantando para os mesmos e tocando para os mesmos. Eu me sinto muito honrada de hoje (segunda-feira 12/07) abrir o festival.

“Eu nunca pensei em ser cantora, mas foi a música que me ensinou a falar.”

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Devanir Parra

o ouvido do meu pai, que ouvia muito jazz; meu irmão mais velho me ensinou a ouvir rock internacional e eu fui chegando Elizete Cardoso, que eu adoro, com a entonação perfeita, colocação das palavras e eu e meus irmãos mais novos ouvíamos Beatles, Roberto Carlos. E eu olhando para trás eu vejo que tudo o que eu faço foi por causa dessa multiplicidade de olhar sobre vários caminhos. Gravo as coisas que eu me emociono e que eu gosto. PF - Em relação a sua carreira internacional, você já lançou discos de fado. Como é o seu contato com o público português? Fafá de Belém- Eu optei em vez de fazer n festivais de música brasileira em toda a Europa, eu escolhi fazer uma história em Portugal, e tem sido maravilhoso. É uma relação de 25 anos e cada vez mais a gente se aproxima e nesse ano eu estou preparando um CD Fafá de de piano e voz para lançar em Portugal ano que vem, com a participação de músicos contemporâneos, compositores portugueses. Eu sou a única cantora brasileira a ter um disco de fado gravado no país a pedido do mercado português e esse disco também foi lançado aqui no Brasil durante a Copa do Mundo e já está esgotado. O Vermelho que eu gravei em homenagem ao boi bumbá de Parintins, virou hino do Benfica, um dos maiores times de futebol daquele país. Então, é uma emoção imensa chegar lá e entrar no estádio e ver

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esporte

Getty images

Tempo de

Copa

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esporte

Crônica fala sobre a peculiaridade do tempo em tempos de Copa do Mundo

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Edson Vitoretti Recebi a tarefa de fazer uma matéria sobre a Copa do Mundo com carta branca para produzir um texto de opinião. Escolhi o gênero crônica, não por me achar um especialista nesse tipo de texto (aliás, sempre meto os pés pelas mãos em crônicas, saindo da leveza e caindo numa densidade personalíssima e imprópria), mas porque a liberdade dele dá mais subsídios para escrever sobre um assunto do qual, sinceramente, não estou a par. Sim, sei que, para um estudante de jornalismo, é falha relevante não se inteirar sobre um assunto que está na ponta da língua da população e na ponta da pena (desculpem o anacronismo em tempos de novíssimas tecnologias. É a densidade tomando conta do estilo) de estudantes ou profissionais do jornalismo do mundo todo. Mas estou afastado do futebol há alguns anos por motivos (densos) que não vem ao caso expor, por não ter tempo ou por ter alguma consideração pela paciência do leitor. Seja como for, por força da imposição da tarefa e, com a foice do dead line roçando meu pescoço, vamos lá. Acho que o gênero está condizente com o foco escolhido para abordar o tema, ao menos etimologicamente falando, já que “crônica” vem de “cronus”, tempo. Isso: vou falar sobre o tempo em copas (1206 caracteres para concluir a introdução da crônica! Calma, leitores.) A ideia veio com o único acontecimento que realmente me chamou a atenção no torneio. Refiro-me ao lance polêmico do jogo entre Inglaterra e Alemanha, em que um gol legítimo dos ingle-

ses não foi validado. No pouco tempo (instantes) que me permiti interromper a rotina de viver sem tempo, a de estudante que trabalha e estuda ao mesmo tempo, tive um breve contato com o que chamam de mesas-redondas – programas televisivos futebolísticos que discutem ad nauseam o que aconteceu, o que não aconteceu, isso, aquilo, aquilo outro, e tudo isso muito pelo contrário, o que se passou num determinado jogo de futebol. Entre os papos descontraídos e polêmicos costumeiros, uma análise me chamou a atenção. Faziam a comparação entre o que aconteceu nesse jogo em questão com um outro jogo, também entre Inglaterra e Alemanha, ocorrido na copa de 1966. A frase marcante foi: “Aqui se faz, aqui se paga”, alusão ao castigo que a Inglaterra teria sofrido pelo que ocorrera em 66: gol ilegal da Inglaterra, validado pelo juiz. Então comecei a refletir (ah, as reflexões! Estes ninhos de densidades...) sobre o tempo nas copas, ou sobre como ele se amolda ao evento, estimulado pelos comentários do programa que sugeriam a peculiaridade de como o tempo é encarado nas copas. Os comentaristas tratavam do assunto, ligando o jogo atual entre os ingleses e alemães e seus conterrâneos, antepassados, de 1966, como se ambos os jogos tivessem ocorrido num intervalo de tempo de poucas semanas. Tudo estava fresco na memória dos comentaristas. Falavam com o entusiasmo, com o fervor, de quem ainda está envolvido, temporalmente, com a questão. Mesmo que as análises tenham sido feitas por jornalistas esportivos – suspeitos para servirem de fontes isentas sobre o tema tempo/futebol, por vive-


ria para quem deseja ser jornalista e que precisa, portanto, ter um texto leve para agradar a vossas excelências, corrigindo, vocês, leitores, se é que vocês ainda estão aí perdendo seu tempo com estas “minhas mal traçadas”) e comece a falar sobre atemporalidades ou multitemporalidades, em termos antropológicos e sociológicos, pensadas enquanto refletia sobre o tema desta crônica, é melhor sair pela tangente e finalizá-la, falando um pouco mais sobre o tempo na copa, de forma mais leve, pé no chão. Caso contrário, o texto, em vez de crônica, vai parecer artigo de opinião. É o que está por aí. O país para em jogos do Brasil. Os cartões-ponto das empresas simplesmente são objeto de decoração nesses dias. Prazos e horários fixos são deixados de lado, e cada empresa, repartição pública, ou quitanda da esquina, faz o seu tempo de expediente, suas formas de compensar a ausência do trabalho para adequar o tempo laboral ao tempo dos jogos da seleção. E o tempo que os torcedores gastam em frente à tevê numa copa! Assistem a jogos que, pela péssima qualidade, não se dariam ao desprazer de ver num outro momento que não fosse numa Copa do Mundo. Isso porque os olhares estão modificados, refletindo a peculiar relação com o tempo em copas. Parece que as pessoas se tornam um pouco crianças. Revivem o tempo da infância em que “esqueciam” dos horários para comer ou tomar banho, porque brincavam totalmente entretidas com a brincadeira. Nas copas, elas esquecem um pouco de si mesmas, de suas vidas cotidianas, tornando, nem que seja por algumas semanas, a vida menos... densa. Talvez eu deva viver mais essa dimensão temporal única da Copa do Mundo, e ser menos “fechado em copas”. Que venha – logo – 2014!

esporte

rem, comerem, dormirem, respirarem futebol o tempo todo –, elas evidenciavam o caráter diferente que o tempo tem em Copa do Mundo. Os nexos de causa e efeito (o benefício indevido dado à Inglaterra, em 66, e o castigo, agora) tecidos pelos debatedores do programa pareciam desconsiderar que se passaram nada mais nada menos do que 44 anos entre um fato e outro. Isso pode ser um indício de que a temporalidade em copas do mundo é diferente, contaminando corações e mentes, discussões e argumentações. A forma do torneio, realizado de quatro em quatro anos (diferentemente do cotidiano exaustivo de outros campeonatos ou torneios futebolísticos, que superlotam nosso insuficiente calendário de apenas 365 dias para tanto jogo) e no chamado tiro curto, de sete jogos, já traz consigo determinações do tempo. Milhões de pessoas passam um tempão esperando ansiosas a copa chegar. E quando chega, ficam mais ansiosas, desesperadas, porque tudo pode acabar de uma hora para a outra. De vez em quando, explodem na euforia de presenciar o presente. Explico: Poucas pessoas realmente vivem o presente (eu poderia falar sobre a relação disso com o capitalismo, mas vou me segurar, espantando a densidade, um pouco). Estamos sempre com a cabeça no futuro, ou pior, no passado. Acho que a Copa do Mundo traz à humanidade (e o termo não é pretensioso, dado o número de pessoas, bilhões, que acompanham o evento) um contato mais íntimo, mais “atual” com o presente. A Copa do Mundo traz o imperativo do “hic et nunc”, do viver o “aqui e o agora”, pelo fato das pessoas estarem cientes de que, outra copa, só dali a quatro anos, num longínquo e insuportavelmente demorado futuro. Antes que eu me deixe levar de vez pela densidade da minha escrita (em crônicas, sublinhe-se – explicação necessá-

Em 1966, a bola não ultrapassa a linha, mas o gol da Inglaterra é validado Re ut er s

Goleiro alemão olha a bola ultrapassar a linha do gol, invalidado pelo juiz na copa de 2010

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educação

Educação e-radiada

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Projeto de Comunicação Comunitária faz os estudantes estudarem brincando de fazer rádio Fotos: Fabrício Alves

Fabrício Alves Criar pauta, entrevistar, escrever o texto, gravar off, editar, introduzir música. Esse é o projeto E-Radiar, que leva a rotina básica de um jornalista produtor reportagens radiofônicas para a rotina dos estudantes nas escolas. A ideia é proporcionar o contato dos estudantes com uma lin¬guagem diferente, para que eles percebam que têm voz na sociedade e podem se expressar. São seis instituições estaduais de Londrina e região que recebem o projeto, todas vinculadas ao Núcleo Regional de Educação da cidade. Um dos coordenadores do projeto que hoje é ligado à Rádio UEL FM, o especialista em Comunicação Comunitária, Roberto Camargo, realiza oficinas juntamente com estudantes de Comunicação Social, nas quais os estudantes têm contato com tudo o que é preciso para criar um programa radiofônico próprio de acordo com um tema ligado à realidade deles. Ao mesmo tempo, o tema escolhido deve estar em sintonia com o projeto pedagógico de cada escola. Roberto Camargo, que também é estudante de Jornalismo da UEL, explica que no Colégio Estadual Gabriel Martins, por exemplo, os estudantes resolveram trabalhar o tema namoro e, para que eles não tivessem dúvida alguma sobre o assunto, a coordenação pedagógica, junto com os realizadores do Além do Col. Estadual Gabriel Marprojeto, promoveu o encontro dos estudantes tins, mais cinco colégios aprendem a com profissionais especializados em namoro fazer rádio com esse projeto e sexualidade. Essa parceria é o que faz o projeto acontecer. Segundo a estudante de Jornalismo, Rafaela Bacaro, se o E-Radiar não tiver professores que incentivem os estudantes a participar dessa atividade, nada acontece e o processo de aprendizado pela comunicação não terá continuida-de. São as professoras Elizabete Cristina de Souza Tomazini e Maria Leonor de Oliveira Souza que fazem a mediação dos estudantes com o projeto no Gabriel Martins. Elizabete Tomazini considera importante esse contato com os meios de comunicação, por ser uma


educação forma inovadora de ensinar, que chama a atenção e faz a gente está fazendo, mas na hora de dar entrevistas, a os estudantes repensarem as suas atividades cotidianas maioria foge da gente”. e também trabalharem a oralidade. Além disso, eles Visita a uma rádio de verdade passam a refletir o quanto a internet, os jornais, as reOutras escolas já estão mais desenvolvidas com vistas, os programas de rádio e de TV interferem na o processo de aprendizado a partir da comunicação é vida de cada um. o caso do Colégio Estadual Antônio Moraes de BarA professora Elizabete conta que já tentou desen- ros que levou o estudante Adriano Justino, do 7º ano, volver um jornal impresso na escola, mas não teve êxi- para participar de uma edição do programa “Trem das to. Ano passado ela propôs como uma Onze” na Rádio UEL FM e apre“Antes eu penatividade de sala que os estudantes desentar uma das matérias que ele e senvolvessem trabalhos com linguaseus colegas produziram sobre a sava em fazer gem radiofônica. “Os resultados não Copa do Mundo da FIFA. arquitetura, mas foram tão bons, porque como nós não Roberto Camargo conta que tínhamos conhecimento sobre como depois de fazer as oficinas os esagora eu pretenfazer rádio, faltavam alguns detalhes tudantes receberam autonomia na que só quem trabalha com comunica- do ser jornalista.” produção. Eles pautaram, fizeram ção sabe”. toda a pesquisa, os textos que foram Jéssica Honório A participação no projeto é livre. adaptados à linguagem de rádio e Os estudantes que se interessaram e participaram das por fim a edição. “A gente não mexeu nem um pouco ofici-nas agora estão empenhados em criar um piloto. na edição. É claro que ao ouvir, talvez a gente fizesse Eles ainda estão se acostumando com a linguagem ra- diferente, mas o bacana é manter a sensibilidade deles”. diofônica e com situações que são bem comuns para Quem também participou do programa foi a aluna os jornalistas. Giovanna Sestário, do 8º ano do Colégio do Colégio Estadual Vani Ruiz Viessi, Jéssica Honório, Gabriel Martins, conta que gosta de fazer entrevistas, que acabou ajudando a apresentar um quadro do “Trem de produzir as matérias, mas ainda não consegue ou- das Onze”. Para estudante de treze anos o projeto Evir a própria voz. Já o estudante Diogo Lara fala da Radiar não mudou somente a forma como lida com a experiência de entrevistar os colegas. “Os outros estu- mídia, mas também o seu futuro profissional: “Antes dantes do colégio estão até ansiosos para ouvir o que eu pensava em fazer arquitetura, mas agora eu pretendo

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Nessa brincadeira os estudantes aprendem também a ter consciência crítica sobre os meios de comunicação

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INVERNO : Estação

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opinião política

“Fria”

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ROBERTO ALVES Novamente chega o inverno, a estação que muitos detestam e poucos amam. Galhos e folhagens ressecam, o ar se torna gélido, as águas esfriam, os animais se recolhem e as pessoas se fecham em suas habitações. Males físicos manifestam-se com maior intensidade, dentre os quais, a asma, doença inflamatória das vias aéreas que atinge em média 15 milhões de brasileiros e tem seu pico de incidência devido à baixa temperatura da estação, isso sem falar em resfriados, laringites, bronquites e todos os males possíveis intensificados pelo frio. Uma época de muitas dificuldades para a produção agrícola, em especial, no Paraná que é um estado de economia rural e bastante passível de ser afetado gravemente pela gélida estação. E Londrina, já sentiu tal impacto de forma bastante brutal em seus tempos áureos, de “capital mundial do café”, quando em julho de 1975 a temida “geada negra” abateu-se sobre a região trazendo uma tormenta que mudou drasticamente os rumos da cidade, principalmente em seu aspecto econômico que até então despontava mundialmente e partir daí jamais voltou a ser o mesmo. Conveniente lembrar que é no inverno que o preço dos alimentos tendem a subir, com a queda da produção alimentícia e o gradativo aumento dos produtos, ocasionando fortes impactos nos bolsos dos produtores agrícolas e dos consumidores. Uma estação aparentemente triste que parece não servir em nada para o homem e nem para a natureza. Mas afinal, o inverno é tão ruim assim? A resposta para isto pode não ser tão simples, levando em conta os muitos malefícios trazidos pelo frio. Porém há que se reconhecer a importância da estação. Fenômeno astronômico conhecido como solstício, correspondente ao ciclo do sol em relação à Terra, o inverno é o tempo em que algumas regiões do planeta sofrem quedas de temperatura e um aumento da umidade relativa do ar, enquanto que em outros lugares do globo terrestre, o clima comporta-se de outras formas de acordo com a estação correspondente

a cada ciclo solar, o que proporciona equilíbrio climático ao planeta, pois a Terra no todo, não suportaria um clima único, seja frio ou quente, principalmente nesses temidos tempos de aquecimento global, cujo impacto das altas temperaturas reflete diretamente na qualidade de vida da população mundial, segundo apontam estimativas cientificas. A importância do frio vai muito além do que se pode imaginar, os pólos que nada mais são do que regiões congeladas com temperaturas extremas abaixo de zero, mantém o equilíbrio do planeta em sua órbita espacial, além do que as calotas polares correm o risco de derreter devido ao super-aquecimento que o planeta vem sofrendo, e o total derretimento de todo aquele gelo pode comprometer seriamente a vida na Terra, começando pelas vidas que habitam estas regiões gélidas. Em outro aspecto, talvez seja até desnecessário dizer que o frio, de certa forma, pode aproximar um pouco mais as pessoas, pois as famílias podem ficar reunidas no interior de suas habitações, entidades assistenciais mobilizamse para arrecadar agasalhos e alimentos para famílias carentes, ou seja, o frio da estação promove o calor humano e a solidariedade mútua. O inverno tem todos os extremos possíveis, mas como se pode claramente notar, ele pode tornar a vida menos “fria”.

rno

nve de i m age Pais


CALA BOCA GALVÃO Cartaz (abaixo) criado para divulgar a piada no twitter

As redes sociais na internet têm atraído cada vez mais pessoas. Oito em cada dez internautas brasileiros estão em pelo menos um site de relacionamentos. A possibilidade de estar ligado à vida de dezenas, centenas ou milhares de pessoas, muitas vezes distantes e algumas até desconhecidas, fez páginas como twitter, orkut e facebook virarem verdadeiros fenômenos da modernidade. O microblog twitter começou de forma tímida, mas hoje está entre as redes sociais mais acessadas. Em limitados 140 caracteres o usuário pode compartilhar com seus seguidores coisas supérfluas do cotidiano, como um “Bom dia! Acabei de acordar.” ou um “Estou indo ao cinema com alguns amigos. Até mais!”, fazendo da página um diário interativo. Mas a ferramenta tem demonstrado um poder que vai além disso. Sua instantaneidade facilita a rápida disseminação de notícias a várias pessoas ao mesmo tempo, que acabam retwittando (repetindo para seus contatos uma mensagem postada por outra pessoa) e ampliando o alcance dessa informação de uma forma incrível. Mas com a mesma facilidade com que você divulga uma verdade, também espalha uma mentira, e é preciso ter o cuidado de checar a procedência da notícia antes de distribuí-la ou tomá-la como verídica. Não sei se os criadores da página tinham noção da dimensão que o microblog poderia ter, mas certamente estão comemorando o sucesso de seu invento. Muitas empresas estão pegando carona nessa onda e aproveitando o poder do twitter para divulgar sua marca e produtos através de seus perfis, realizando uma grande publicidade a custo zero. Mas o maior e mais bizarro feito do site atualmente foi o movimento nacional do “Cala boca, Galvão”. Iniciada como uma crítica ao narrador esportivo da rede Globo, a tag alcançou rapidamente o topo dos Trending Topics (os tópicos mais debatidos daquele momento), sendo superada apenas pelo posterior “Cala boca, Tadeu Schmidt”, em protesto ao editorial “anti Dunga” da emissora carioca lido no ar pelo apresentador. A repercussão da maior piada interna da história alcançou outros meios e países, sendo comentada até pelo New York Times. Ninguém esperava a dimensão que a crítica alcançou, mas com certeza a expressão garantiu muitas risadas, e talvez decepções por parte dos gringos que acreditaram estar contribuindo para a preservação de uma espécie de aves em extinção, ou que procuraram ansiosamente pelo novo single da cantora Lady Gaga, ambas mentiras espalhadas para aumentar os retwitts, confundir os gringos e divertir ainda mais os brasileiros. Mesmo depois dessa a Globo não deve se desfazer de seu querido locutor esportivo, embora os usuários brasileiros do twitter já tenham deixado mais do que claro seu descontentamento com as narrações de Galvão Bueno. Resta agora curtir o que ainda ficou da piada e esperar pela transmissão do próximo jogo. Mas cuidado: os 140 caracteres podem dominar o mundo! Ou ao menos continuar enchendo-o de gargalhadas.

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Opinião

Maria Amélia Alves Gil

Name: Galvão Birds Location: Rio de Janeiro Web: http://galvaoinstitute. wordpress.com/ Bio: Sou um vírus altamente contagioso, e te contagiei - De Mago Merlim para Madame Min - ‘A Espada é a Lei’, Walt Disney. galvaoinstitute@gmail.com

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*Reprodução do perfil @ galvaoinstitute, que divulgava a campanha

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Ilustração Shutterstock®

Como enganar um gringo em 140 caracteres

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