Nº 1
12 DE ABRIL 2010
ELEIÇÕES
UEL
DEBATE NO HU Questões sobre o HU direcionaram as discussões no primeiro debate entre os candidatos a reitor da UEL. Reportagem usa linguagem médico-cirúrgica para expressar opinião sobre o debate
sumário
Educação
Escola para excepcionais 04 Política
Eleição na UEL 06 Cultura
Programa de incentivo 08 Comunicação
Google x China 09 Esportes
Londrina em Médellin 10 Economia
ponto final 04/2010
50 anos de expo 12
02
Moda e Comportamento
A cara da moda 14 Opinião
Demo(cracia)? 15
trabalho duro) o profissional continua tendo força e papel importante na sociedade. Criticada desde os tempos de Balzac, que dizia que a figura do publicista (antes encarnada em figuras como Montesquieu, Rousseau, Bentham) sofrera transfiguração perniciosa com a ascensão do jornalista, a imprensa e seus profissionais são instituições que atraem críticas diversas. Com traços polêmicos fortes, Balzac denunciou a onipotência dos jornalistas de seu tempo, sua vaidade venal, as mudanças rápidas de seu julgamento. Karl Kraus, pensador e observador da imprensa vienense da passagem do século 20, também não poupou os profissionais dos jornais de suas avaliações acerbas. Tais críticas só reforçam o protagonismo do jornalismo no processo de formação das sociedades modernas, ontem e hoje. Orientada por esses princípios, a Ponto Final tentará, a cada número, revitalizar o papel da produção laboratorial, tentando se aproximar do ritmo, por definição célere, do jornalismo “real” e de sua imprescindibilidade cotidiana. Em sua tarefa de ler e dizer o mundo de forma minimalista, os jornalistas aprendizes tecerão a trama de acontecimentos que ganham importância na cena pública. Neste número, a cobertura do debate entre os candidatos a reitor da UEL, o cinquentenário da Expo Londrina, o espinhoso tema da inclusão de crianças deficientes nas escolas, a censura sofrida pela empresa Google em Pequim, são alguns dos assuntos que preenchem as páginas da revista. O nome, Ponto Final, quer fazer referência ao momento, sempre inconveniente, em que, premidos pelo tempo, assombrados pelo famigerado deadline, os jornalistas têm de “fechar” o jornal, concluir sua produção que reclama sempre um algo mais. Como disse Carlos Fuentes, em A morte de Artêmio Cruz, nunca há tempo para a última palavra, porque a palavra não basta, não cessa. O humano nunca se completa, jamais atinge a palavra plena, porque a ele não é possibilitado preencher o vazio entre as palavras e os acontecimentos do mundo. Assim, na incessante busca de dizer o mínimo, Ponto Final se atualiza quinzenalmente, com um resto sempre acumulado, passível de ser noticiado na edição seguinte. Então até breve e ótima leitura. Em tempo: no segundo semestre, o jornal será publicado em formato impresso. Em tom de apresentação, escrevo o editorial somente nesta edição.
Expediente Esta revista é produzida pela turma do 3º ano de Comunicação Social - Jornalismo Noturno da Universidade Estadual de Londrina para a Profa. Dra. Rosane Borges na diciplina 5NIC030, Técnica de reportagem, entrevista e pesquisa jornalística III
Jornalista responsável: Rosane Borges Editores: Gabriel Bandeira, Gabriela Pereira, Mariana Guarilha e Rodrigo Fernando. Diagramadores: Allan Fernando, Iuri Furukita, Naiá Aiello e Vanessa Silva Repórteres: Edson Vitoretti, Fabrício Alves, Gabriel Oberle, Guilherme Costa, Guilherme Santana, Júlio Barbosa, Maria Amélia Gil e Roberto Alves
Contato: Jornalnoturno@gmail.com
ponto final 04/2010
Rosane Borges Imersos, há pouco mais de um mês, na tarefa de tecerem relatos do cotidiano sob o formato de textos jornalísticos, os alunos do 3º ano noturno de jornalismo da UEL lançam o primeiro número da Revista Ponto Final, destinada a abrigar a produção laboratorial da disciplina Técnicas de Reportagem, Pesquisa e Entrevista Jornalística III. Fundamentalmente, são duas as razões que motivaram a migração do impresso para o digital: por entraves de ordem interna, às vezes intransponíveis, a produção do jornal de papel recobria, habitualmente, o arco do ano letivo. Durante praticamente oito meses, os nossos aprendizes ficavam confinados em um laboratório para fabricar tão somente um informativo. Resultado incontornável desse magro desempenho: perdia-se o fôlego jornalístico de noticiar em tempo hábil, levando em conta os acontecimentos e suas circunstâncias contingenciais, feria-se o princípio da periodicidade, enfraquecíamos a função do jornal laboratório e fazíamos do material publicado apenas um produto para cumprir, burocraticamente, as atividades de uma disciplina. Esse problema tornou-se ainda mais grave com o já decantado jornalismo online, que a cada segundo nos atualiza quanto ao movimento do mundo e compassos flutuantes da atualidade. Assim, a publicação de Ponto Final em formato eletrônico, neste semestre, vem sanar ou minimizar essa dificuldade. Tem como propósito trazer informações a cada 15 dias aos seus leitores (e não mais a cada ano), considerando as regras do fazer jornalístico e os desafios, cada vez mais complexos, que se impõem ao trabalhador do texto noticioso. Em tempos de sociedade da informação, em que o jornalista perde a exclusividade de mediar o processo de produção e divulgação de acontecimentos, o investimento em profissionais do texto, a fim que possam responder às demandas contemporâneas (trazer à superfície, por exemplo, prismas não abordados pelos textos postados na ligeireza da Internet, imprimir fôlego investigativo aos flagrantes cotidianos captados por instrumentos fílmicos), tornou-se urgência política e imperativo ético. Na última quarta-feira, dia 7, foi comemorado o dia do jornalista. Mesmo sofrendo um duro golpe com o fim da obrigatoriedade do diploma, sem o glamour de tempos de outrora (ainda que desde sempre tenha sido talhado para o
editorial/expediente
O início do Ponto Final
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educação
O caminho para a inclusão concreta
ponto final 04/2010
Quando o assunto é inclusão de deficientes intelectuais, escolas especiais dão uma aula
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Fabrício Alves Cauê, Mateus e Neto não deixam nada a desejar para a agitação dos outros meninos da mesma idade. Eles correm, pulam, sobem nos bancos e nas cadeiras e solicitam, a todo tempo, atenção. Vendo esses meninos “aprontarem”, não se pode pensar na possibilidade de uma deficiência intelectual impedir que uma criança viva normalmente e desenvolva sua inteligência e sensibilidade. Não se essa criança contar com o apoio que necessita. A questão é que, em nome de uma inclusão definitiva dos deficientes mentais, o MEC determinou no final de 2009 que instituições de ensino específicas a crianças excepcionais deveriam ser extintas. Dessa forma, os deficientes deveriam se juntar aos outros estudantes da escola regular, mesmo que as instituições não estejam preparadas para recebê-los – e, por sorte, essa inclusão será real. Com exceção do Paraná, que considerou a atual estrutura de ensino impossível de absorver essa nova demanda, os demais Estados apoiaram a medida e as instituições devem desaparecer. São escolas especiais como o ILECE – Instituto Londrinense de Educação para Crianças Excepcionais – as quais buscam impedir que as limitações
no funcionamento intelectual e comportamental se tornem uma barreira no desenvolvimento desses meninos dentro da sociedade. A coordenadora pedagógica, professora Sueli Melhado, conta que tudo é organizado para que não se possa falar “esse estudante só vai até aqui, agora ele não se desenvolve mais”. Cauê e Mateus têm síndrome de Down. Neto não para quieto um segundo que seja. Ele e Mateus estavam tão ansiosos com a minha presença na sala e com a possibilidade de explorar a câmera fotográfica que só deixaram que eu seguisse a visita pela escola quando eles mesmos fotografaram um pouquinho. A percepção das coisas que estão ao redor é essencial para o aprendizado. A ideia da inclusão de aulas de música e de educação artística decorre desse princípio, assim como a criação de momentos em que se desenvolve o lúdico na brinquedoteca, ou mesmo o contato com a tecnologia na sala de informática. As salas de aula não são muito diferentes das de uma escola comum para educação infantil. Cartazes na parede com o nome dos alunos e outros materiais de apoio para ensinar matemática, o alfabeto. Tudo com cores primárias e secundárias. De diferente, só
As aulas de Educação Física ajudam Cauê em seu desenvolvimento
Os espelhos ajudam no desenvolvimento da percepção visual dos alunos
A estimulação do movimento e dos sentidos são essenciais para que haja o processo cognitivo
ponto final 04/2010
O trabalho no centro de atendimento clínico contribui para o desenvolvimento em sala de aula
Fotos: Fabrício Alves
os espelhos instalados em cada sala para que eles se acostumem com a própria imagem e criem uma identidade pessoal. A professora Sueli explica que o conteúdo passado para os alunos precisa vir de situações, ou elementos concretos, já que todo o processo cognitivo é muito complicado para os deficientes intelectuais. “Existem alunos nas turmas mais avançadas que ainda não conseguem reconhecer o desenho de uma margarida, mas se a gente mostrar uma margarida de verdade eles reconheceriam a flor”. É por isso que antes de trabalhar a palavra cavalo, é preciso mostrar um cavalo de verdade, depois mostrar um cavalo de brinquedo, fazer a ligação com uma figura ou com a foto do animal. Só então eles entenderiam o que a palavra cavalo significa. O que para uma criança considerada normal seria um processo mais rápido e muitas vezes involuntário feito por ela mesma, para as deficientes mentais ou esse processo não existe, ou ele é bem mais lento. Para a professora Marilena Zanata, o tempo a mais que o aluno com deficiência necessita para assimilar o conteúdo é justamente o motivo de as escolas especiais existirem: “Não adianta ensinar matemática se eles não têm a noção de ‘em cima’ e ‘em baixo’, eles precisam de mais tempo e a escola regular não está preparada para isso”. A professora atenta para o fato de a média de alunos por sala ser de 40 alunos, enquanto que no ILECE as turmas até o ensino fundamental não passam dos sete. As professoras aproveitam até a hora do lanche para ensinar. São trabalhadas no refeitório questões como a autonomia das crianças de sair da mesa e ir até o balcão para pegar mais comida e também a maneira correta de mastigação com o acompanhamento de uma fonoaudióloga. Junte a isso o centro de atendimento clínico da escola que conta com profissionais de fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, serviço social, terapia ocupacional, pedagogia, neurologia e pediatria. A professora Eduwirges Guerreiro Leme, que também atua na coordenação pedagógica, explica que muito do bom desenvolvimento dos alunos vem dessa assistência clínica unida ao processo pedagógico. As duas coordenadoras do Instituto têm certeza de que passar primeiro por uma escola especial é ainda a melhor maneira de incluir o estudante com necessidades especiais tanto na escola regular quanto na sociedade. A professora Eduwirges mostra que as escolas especiais dão apoio atendendo as necessidades específicas para o deficiente intelectual, o que o restante da rede de ensino ainda não tem capacidade de realizar. A segurança de que este é o caminho, a professora Sueli confirma ao lembrar que no ano passado foram 25 alunos do instituto que conseguiram se incluir de maneira concreta na escola regular. Nada daquela história de ficar no canto da sala com um brinquedinho.
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polĂtica
?
Candidatos
ponto final 04/2010
debatem no HU
06 04
Os quatro candidatos a reitor da UEL mostraram suas propostas no primeiro debate da disputa pelo comando da instituição
!
Os candidatos acompanhados de seus vices e de membros da comissão eleitoral
Biópsia do debate Passe o bisturi. Corte a carne da irrelevância. Elimine gorduras de egos e ampute ossos de burocracismo. Não. Na cirurgia tediosa do debate no HU, extirparam-se esperanças. Médicos e seu corporativismo. No debate, o reino do jaleco com o olhar voltado para o próprio umbigo. Relações com o HU, ponto eletrônico no HU, eleições no HU, administração do HU, dívidas do HU, dúvidas do HU. Dissecação do HU. Membranas de temas mais saudáveis, como a qualidade do ensino na UEL, não foram rompidas. Também nenhuma radiografia dos estudantes, tratados como seres patogênicos isolados na quarentena do processo eleitoral. Nada sobre suas casas, seus rumos. Abortos e luxações indesculpáveis. Momentos de paroxismo. Banalidades alçadas à condição de essencial, ou sintomas considerados como causas. Diagnóstico: discurso vazio. Falas retesas em câimbras de pensamentos artificiais, anêmicos de verdade. Derrame do tempo. Com ponto ou sem ponto, ponto a ponto, ideias embotadas pela embolia de regras condicionadas pelo... tempo. Ataques pessoais: febre. Galanteios hipócritas: distensão. Neutralidades esterilizadas pelo cálculo político. Falsas convulsões em cobranças de coerência políticoadministrativa. Cérebros em dia. Racionalizações sobre estatísticas, números, regimentos, regras, atas e resoluções. Corações em falta. Nem mesmo marcapassos que estimulassem afeto pela UEL. Perguntas sem ânimo, respostas engessadas de apatia. O debate no HU foi assim: o coma das ideias sãs. No começo da transfusão de comandos na UEL, o fator HU foi negativo. A caminho da UTI ou da alta, a paciente UEL merecia mais. (E.V.)
ponto final 04/2010
Edson Vitoretti Integração HU-Reitoria, ponto eletrônico para médicos, interferência do reitor nas eleições do HU foram alguns temas levantados pelo público presente ao primeiro debate entre os candidatos a reitor da Universidade Estadual de Londrina. Realizado no Anfiteatro do Hospital Universitário, o ambiente acabou influenciando os temas da maioria das perguntas do debate: os problemas do HU. A platéia, repleta de servidores do hospital, teve a oportunidade de questionar os candidatos, com perguntas sorteadas pelo mediador. Mas o momento de maior tensão ocorreu na parte destinada às perguntas de candidato para candidato. Mostrando uma ata de reunião do Conselho de Administração da UEL, o candidato Cristiano Simon (Chapa UEL Livre) acusou a candidata Nádina Moreno (Chapa Um Novo Tempo) de ter votado a favor do fim da representação do HU nesse conselho. Nádina se defendeu dizendo que, na reunião, propôs uma alteração no estatuto do regimento que tornaria a representação do HU imune a interferências unilaterais do reitor. Outros temas abordados foram planos de saúde e de promoção para servidores, além de um tema recorrente: a possibilidade de implantação do ponto eletrônico não só no HU, mas em toda a UEL. Sobre essa questão do ponto eletrônico, Alamir Aquino (Chapa A UEL que Nós Queremos) disse que há obstáculos regimentais que precisam ser superados para a instauração de um sistema de registro de entrada e saída de servidores no trabalho. Um deles é uma resolução que determina que o docente tem de estar fisicamente presente nos departamentos. Segundo ele, isso é impossível porque não há espaço físico na UEL para todos os docentes ficarem. No decorrer do debate, um momento de afinidade. Questionado pelo público se aceitaria ser indicado pelo governador, mesmo se seu nome não fosse o mais votado da eleição, Isaías Dichi (Chapa UEL Já) disse que recusaria a indicação e propôs aos adversários que tivessem a mesma postura. Os outros candidatos concordaram. Segundo os candidatos, o debate foi produtivo. Para Alamir Aquino, o debate demonstrou que há tensões e que é necessário que o eleitor acompanhe o processo para deixar claro quais são as propostas viáveis e quais são aquelas que “sonham demais”. Para Cristiano Simon, o debate teve um bom nível e bons temas foram abordados. Simon disse ainda esperar que todo o processo transcorra da mesma forma. Nádina Moreno salientou que é necessário repensar a forma de algumas intervenções no sentido de discutir mais propostas e menos questões pessoais e pontuais. Isaías Dichi disse que o debate foi bom para mostrar à sociedade, além das propostas, uma visualização melhor do que cada chapa representa nesse momento político. O primeiro turno das eleições está marcado para o dia 14 de abril.
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cultura
A gente
NÃO quer só comida!
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ve para “marcar a consolidação da cultura Gabriel Oberle A Conferência Nacional de Cultura, como política pública no país”. Em nossa cidade isso é ainda mais proque aconteceu entre os dias 11 e 14 de março em Brasilia, teve como um de seus veitoso já que, como a própria Solange pontos mais importantes a votação para a diz, Londrina tem um trabalho com culaprovação do Marco Regulatório de Cul- tura estabilizado com a Secretaria de Cultura. Com a maioria dos 851 delegados tura e outros apoios. “Existem programacredenciados presentes, 754 votaram fa- ções que realmente não são incentivados, vor, o projeto deu ainda mais motivos para como peças teatrais com atores globais, sua aprovação também no Congresso Na- que possuem incentivos federais, mas as cional no dia 16 do mesmo mês, quando peças locais são incentivadas pela prefeios deputados federais fizeram seu papel tura, os valores são em média de dez reaguardando agora que o Senado também ais, com a meia-entrada para estudantes e possa concordar com esse incentivo à cul- idosos por cinco reais, e também outros incentivos”. tura brasileira. Com a futura Como parte inteconstrução do Teagrante do projeto estão Programa de tro Municipal, os já o Sistema Nacional de Incentivo a Cultura visa presentes festivais Cultura(SNC), o Plafortalecer a produção de música e teatro, no Nacional de Cultuos cada vez mais ra (PNC) e proposta de cultural através do presentes incentivos emenda constitucional repasse de verbas. culturais, não exis(PEC) 150/2003, que tem muitas desculpas vincula à Cultura 2% da para se dizer que a receita federal, 1,5% das estaduais e 1% das municipais. Mas será maior cidade do norte pioneiro não se preque esse pequeno repasse realmente ajuda- ocupa com sua dimensão cultural. Isso,é rá a propagação da cultura regional como, claro, sem comentar o Museu Histórico Padre Carlos Weiss e suas exposições tepor exemplo, em Londrina? Em conversa com Solange Cristina Ba- máticas, o Museu de Arte de Londrina, tigliana, Diretora de Incentivo a Cultura apresentações musicais no Calçadão e na da Prefeitura Municipal de Londrina, se Concha Acústica, e demais atividades promovidas pelos coletivos de artistas e esclarece que “sem dúvida, ajuc e n - tros culturais espalhados da muito”. O marco tampela cidade. bém ser-
Reuters/JasonLee
Comunicação
Google fora de Pequim
Maria Amélia Gil O dia 12 de janeiro marcou o início de uma crise na relação entre Pequim e a multinacional Google. De acordo com a empresa um ataque de hackers teria roubado propriedade intelectual da companhia e informações de usuários ativistas contrários ao regime chinês. Desde o episódio a Google vinha ameaçando parar de seguir a imposição do governo do país de censurar temas críticos ao modelo político centralizador chinês, além de fechar sua sede em Pequim. A demora entre as ameaças e uma ação concreta preocupou diversos investidores chineses, alguns em risco de falência. Um grupo de 27 empresas publicitárias que anunciam na Google chegou a enviar uma carta à companhia pedindo tomada de decisão sobre o caso. Os acionistas da companhia em Pequim venderam seus títulos logo que a decisão da empresa de
deixar o país foi assegurada. No último dia 22 a multinacional passou a redirecionar as buscas do site chinês para o portal de Hong Kong, isento de censuras. Essa medida, no entanto, não garante o acesso ilimitado aos usuários chineses. O governo consegue controlar diversos sites domésticos, e as páginas estrangeiras são bloqueadas por um sofisticado firewall. A censura permanece nos mesmos moldes, mas agora sob total responsabilidade do governo chinês. No primeiro dia de funcionamento do site sem a censura, as buscas por termos normalmente vetados pelo regime da China, como Tiananmen, Falun Gong e corrupção, aumentaram em mais de dez vezes, diminuindo nos dias conseguintes. Apesar da curiosidade inicial, a maioria dos chineses prefere não se arriscar à procura de informações proibidas pelo governo. Apesar da expressiva reper-
cussão, a decisão da companhia não trouxe, até o momento, mudanças substantivas para o comportamento da sociedade. Boa parte da população chinesa, já acostumada ao não acesso às principais páginas da internet, como Youtube e Facebook, encara com indiferença a saída do Google do país; o regime chinês segue com seus critérios, visando a manutenção do poder de censura, e a multinacional, por sua vez, deve sobreviver bem sem os 400 milhões de usuários chineses, responsáveis por cerca de 2% do lucro anual da empresa. Mesmo com baixo impacto sobre o comportamento da população, alguns prognósticos não deixaram de ser feitos: alguns empresários acreditam que a medida deve encorajar companhias ocidentais a negociarem de forma mais autônoma com a China, com clara disposição a discordar abertamente do regime do país. Isso, no entanto, é algo que somente o tempo irá mostrar.
ponto final 04/2010
Chinesa leva flores à sede do Google em Pequim, na China, após ameaça da empresa de abandonar o país.
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MEDELLÍN 2010:
ponto final 04/2010
esporte
Uma boa notícia para o Esporte
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Atletas do taekwondo e do handebol fazem bonito na Colômbia durante a IX edição dos Jogos SulAmericanos Guilherme Costa A cena esportiva em Londrina tem sofrido com uma verdadeira sucessão de más notícias. São tantas decepções que fica difícil acreditar que ainda podemos esperar grandes conquistas. Os três principais complexos esportivos da cidade – o Estádio do Café, o Moringão e o VGD (Vitorino Gonçalves Dias) – estão fechados por falta de estrutura e segurança e devido à má conservação das instalações. O fim das interdições tem prazos indeterminados e a FEL (Fundação de Esportes de Londrina) já anunciou várias vezes não ter recursos para concluir as reformas necessárias. O futebol do LEC (Londrina Esporte Clube) e o basquete da ADL (Associação Desportiva Londrinense) também passam por maus bocados. Enquanto o “Tubarão” enfrenta a difícil situação de treinar longe de casa na preparação para a série D do Campeonato Brasileiro – a equipe realiza suas atividades atualmente no município de Campo Mourão – nossos cesteiros não conseguiram classificação para os play-offs da Liga NBB (Novo Basquete Brasil). Mas de vez em quando chegam notícias do esporte que dão aos cidadãos londrinenses muito do que se orgulhar. Dessa vez, as boas novas vieram da cidade de Medellín, na Colômbia, onde ocorreram os Jogos Sul-Americanos 2010. Cinco atletas do time de Handebol da Unopar/ Londrina/Sercomtel ajudaram a Seleção Brasileira a conquistar a medalha de ouro. Também fez bonito
mastaekwondo
André Almeida comemora o vicecampeonato após participação heróica na competição divulgação
Seleção Brasileira de Handebol, ouro nos Jogos SulAmericanos, contou com a colaboração de cinco atletas londrinenses
a Seleção Brasileira de Taekwondo, que treina em Londrina. Nossos atletas agora comemoram a conquista de quatro medalhas no torneio Na segunda-feira, dia 29, o último dia da disputa que ocorreu no Coliseo de Combate do Complexo Desportivo Atanasio Girardot: um ouro e três pratas – este foi o saldo do dia. A medalha dourada foi conquistada pelo atleta Douglas Marcelino, que venceu Adrian Spellen, da Guiana, por 6 a 2, se consagrando campeão na categoria até 87 quilos. O atleta de 30 anos é natural de Campos, no Rio de Janeiro e nunca havia enfren-
tado nenhum dos lutadores com que competiu nos Jogos Sul-Americanos. Apesar das dificuldades, principalmente na primeira luta das eliminatórias, subiu no primeiro lugar do pódio e agora se prepara para os Jogos Mundiais Militares e para os Pan-americanos de Guadalajara em 2011. Quanto a Londres 2012? Ainda temos que esperar para ver. As outras três medalhas foram de prata, mas não menos reluzentes. A atleta londrinense Talisca Reis, mesmo tendo vencido a favorita de sua categoria por 9 a 1 nas semi-finais, tomou um ponto por descuido
em Londrina. Dá para acreditar? esporte
divulgação
e não conseguiu reverter a situação perdendo a final para a chilena Yeni Contreras, por 4 a 3 na categoria até 53 quilos. O também londrinense André Almeida, que lutou com uma lesão séria nos dois pés, perdeu na final para o venezuelano Hernan Villfane por 12 a 3 na categoria até 63 quilos, mas terminou de forma heróica sua participação, ficando com o vice-campeonato. E o nosso “meio-londrinense” Diogo Silva, medalha de ouro nos Jogos Panamericanos do Rio em 2007, teve de se contentar com seu segundo lugar após um impasse polêmico. Diogo
foi eliminado por número de infrações pela arbitragem quando vencia o peruano Peter Lopez por 4 a 3 na categoria até 68 quilos. O lutador, no entanto, mostrou exemplo de serenidade e fairplay, aceitando a decisão final, que lhe deixou com a prata. Ele é com certeza mais uma promessa para Londres 2012! Com as conquistas de nossos atletas, o Taekwondo brasileiro encerrou a campanha em Medellín 2010 com 15 medalhas (sete de ouro, cinco de prata e três de bronze). Como detalhe, em 16 categorias de taekwondo, o Brasil foi tri-campeão da competição na
modalidade. 2010 marca a melhor representatividade do país em uma edição dos Jogos Sul-Americanos. Já a Seleção Brasileira de Handebol conquistou medalha de ouro batendo a rival Argentina por 30 a 28. O time contou coma a ajuda de cinco atletas de Londrina: O armador-central Léo, que marcou 9 gols na partida; o armador-esquerdo Diego, conhecido como ‘Boi’; os pivôs Alê e Rodrigo; e o goleiro Rick Com o título, o time do técnico Giancarlo Ramirez conseguiu uma vaga para os jogos Pan-Americanos de Guadalajara no México em 2011.
ponto final 04/2010
Diogo Silva foi desclassificado por número de infrações no embate contra o peruano Peter Lopez
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ponto final 04/2010
economia
Londrina comemora
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50 anos de Expo Agroindústria do norte do Paraná celebra o cinquentenário da maior feira rural do país Roberto Alves Londrina vive um de seus melhores momentos. A maior feira de eventos agropecuários do país e uma das maiores do mundo completa cinquenta anos de história. O Paraná é um estado eminentemente agrícola e boa parte de seu crescimento econômico está intimamente ligado à feira que, além de atrair eventos propulsores do desenvolvimento da produção rural, tornou-se tradição entre os paranaenses. Há cinquenta anos, a agroindústria ainda não existia no estado, e a exposição -ideia de produtores rurais e pecuaristas que visavam atrair investimentos para a região tornou possível a formação da agroindústria paranaense. Durante sua realização no mês de abril, a feira mobiliza todas as atividades econômicas da região, hotéis, restaurantes, taxis, transporte coletivo e tudo o que possa promover o bem estar dos visitantes que chegam de diversas regiões do estado e até do país. Neste ano de 2010, a grande meta da exposição é atrair um publico de aproximadamente 500 mil pessoas no período de 1 a 11 de abril, e movimentar cerca de R$ 190 milhões de reais em negócios. Por seu perfil inovador a exposição, ao longo de todas essas décadas, tem atraído investimentos internacionais na área de tecnologia, sempre voltada para a produção do campo. Máquinas agrícolas, inovações cientificas nas áreas de plantio e na criação de animais para a produção de carne e leite. “A grande característica do estado é a agropecuária desde o início, e é evidente que o desenvolvimento tecnológico permitiu que fosse mantida essa característica, porém potencializada com a evolução tecnológica. O Paraná não é o maior estado da federação, mas é o maior produtor de grãos e isso só
Assessoria da Rural
Fernando Prochet, presidente da Sociedade Rural do Paraná
é possível com o desenvolvimento tecnológico” é o que diz Fernando Prochet, ex- vice-diretor da Sociedade Rural do Paraná, recém nomeado presidente em substituição a Alexandre Kireef. Segundo Prochet, muitos dos investimentos da região que são voltados para o setor agrícola têm relação direta com a feira de eventos. Para ele, o frigorífico JBS, maior do mundo, localizado em Londrina, além de mobilizar outras áreas, a exemplo do setor imobiliário.
A expectativa dos organizadores é que a feira movimente 190 milhões de reais em negócios
economia
Roberto Alves
Roberto Alves
Em 2010 a meta da exposição é atrair um publico 500 mil pessoas
Com relação à receita, Prochet disse não haver setor considerado o mais lucrativo, o que é contabilizado é a receita geral do evento, pois tudo depende do publico que prestigia a feira. Porém, os setores que geram maior custo todo ano são os setores de limpeza e segurança. De acordo com presidente da Sociedade Rural, a feira tem um plano de ampliação e a cada ano a ela se expande com projetos voltados para o de-
senvolvimento econômico da região. A “Fazendinha”, localizada na parte dos fundos do parque de exposições, próximo ao fundo de vale é um projeto social desenvolvido há quase 15 anos que visa mostrar aos jovens e crianças a produção e os negócios do campo. A feira traz também vários outros eventos voltados para o empreendedorismo por meio de palestras e demonstrações promovidas por vários órgãos regionais.
ponto final 04/2010
Roberto Alves
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ponto final 04/2010
MODA E COMPORTAMENTO
A cara da Moda
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Um rosto que foi definido pela moda apesar de não fazer parte dela Julio Barbosa Quando qualquer um se pergunta sobre qual a cara da moda, da nova estação ou mesmo do momento atual é sempre necessário recorrer a épocas passadas para uma explicação de tendências, conceitos e técnicas de produção. Mas, quando somos mais específicos em relação a um rosto conhecido qual imagem vem à nossa cabeça? Talvez nesse ponto pudéssemos dar opiniões sobre quem ficou gravado na história como sendo a face mais emblemática da moda, surgiriam nomes internacional como Coco Chanel, Jean Patou, Christian Dior, Giorgio Armani, Ralph Lauren e nacionais como Zuzu Angel, Carlos Tufvesson, Fause Haten e Alexandre Herchcovitch. Bom, pelo menos já definimos quem são os grandes nomes da moda. Peraí, se pensarmos bem é somente isso que temos por enquanto: nomes. Querendo ou não, quase todos já ouvimos e lemos a respeito dessas pessoas, ou mesmo suas marcas, mas para a maioria seus rostos ainda são desconhecidos. Muitos podem até pesquisar na internet para saber quem são. Se nem um desses possui um rosto tão expressivo que possa ser referência na moda, então onde poderíamos buscá-lo? Podemos apelar para quem aparece usando as roupas da moda; surgem rostos conhecidos da televisão, do cinema e das revistas. É fácil reconhecer uma foto das grandes divas que desfilaram ou desfilam os modelitos dos grandes “nomes” citados antes. Estrelas como Gloria Swanson, Mary Pickford, Marilyn Monroe, Jane Russell e até Madonna, ou as modelos que aparecem nas capas de revistas e que chamam a atenção por onde passam como Claudia Schiffer, Cindy Crawford, Naomi Campbell, Gisele Bündchen, Kate Moss, entre tantas outras. Porém, muitas representam a moda de sua época, ou estão por um breve período nas passarelas e diante dos flashes e dessa forma não podem
Korda/Reprodução
Fotografia de Che feita por Korda em 1960
receber o estigma de o rosto da moda... Mas, então, qual seria um rosto marcante presente na moda que poderia identificar gerações, presente até nossos dias e que provavelmente permanecerá por ainda muitos anos da mesma forma. Vamos apelar para uma imagem, quem sabe um argentino. Acho que todos já a vimos, de uma forma ou outra foi trabalhada por inúmeras empresas, algumas vezes mais simples outras mais sofisticadas, não está só nas roupas, mas em bandeiras e paredes. Há pouco tempo completou 50 anos a foto, feita pelo fotógrafo cubano Korda, de Che Guevara, que virou um símbolo pop e que vem sendo divulgada pela mídia
e pela moda e tornou-se “uma das imagens mais reproduzidas, veneradas e comercializadas do século XX”. Há de se pensar como a imagem de um revolucionário, que lutava por igualdade, pode ter se tornado algo tão conhecido, comercializado e virado moda pelo mundo, e que aqueles que a compram não necessariamente conhecem seus ideais ou mesmo sua história. Muitos foram os que por décadas surgiram e apareceram para o mundo pela moda, mas como alguém que não seguia seus preceitos de estética, com seus cabelos alvoroçados, barba e uma boina, e nem conhecia suas tendências tornou-se um produto tão vendável.
ao excesso de informações nos quadros de avisos: “Há alguns cartazes espalhados pela Universidade, mas a poluição visual nos quadros de avisos é tanta, que quase não reparei na data para a eleição do reitor”. “A falta de instrução é o maior problema para os alunos, a maioria acha que não vai influenciar no processo de escolha, que o seu voto não vai fazer diferença”, expõe o estudante de mestrado, Cristian Vieira de Souza, que acha importante a participação dos alunos nesse processo democrático. Outra informação que poucos dominavam era quanto ao valor do voto, mais da metade dos entrevistados não tinham conhecimento dos votos paritário-proporcional, ou seja, de a categoria dos universitários ter 33% de peso na decisão. Mesmo os alunos não dominando todas as informações para o processo eleitoral para reitor, mais de 60% dos entrevistados disseram que vão votar, 30% não sabiam ou estavam indecisos e apenas 10% responderam que não irão participar da eleição. A UEL possui 13 mil alunos entre graduação e pós-graduação, isso significa que mais de sete mil alunos pretendem comparecer às urnas. O processo de escolha para a Reitoria pelos alunos ainda se mostra contraditório. Segundo os dados coletados nas entrevistas, mais da metade quer participar do processo eleitoral, porém, boa parte não conhecia todas as chapas que estão concorrendo ou não participaram/não tomaram conhecimento dos debates realizados. Só a eleição em si para “demo-nstrar” o interesse dos alunos na democracia universitária.
A eleição para reitor da UEL terá seu primeiro turno no dia 14 de abril. Os professores e alunos vão votar nos seus respectivos Centros; os funcionários da Universidade votarão nas mediações da Reitoria. O voto será em cédula diferenciada por cor. Professores usarão cédulas azuis, Agentes Universitários, amarelas, e os alunos cor-de-rosa. Os candidatos à reitoria e à vice-reitoria da UEL são: Alamir Aquino Corrêa e Jeane Soriano, da chapa “A UEL que nós queremos”; Cristiano Simon e Margarida Carvalho, da chapa “UEL Livre”; Isaías Dichi e Carlos Ferreira, da chapa “UEL Já” e Nádina Aparecida Moreno e Berenice Jordão, da chapa “Um novo tempo”.
ponto final 04/2010
Guilherme Santana As eleições presidenciais no Brasil estão a caminho. Não vemos os antes populares “santinhos” pelas ruas, pois foram proibidos, mas já se sente o clima de “campanha” eleitoral. Para os jovens com mais de 16 anos, é hora de estar com o título de eleitor em mãos e atentos a tudo o que acontece no cenário político. É na juventude que nos definimos: religioso, cético, agnóstico, ateu, direita, esquerda, centro, vegetariano, carnívoro, heterossexual, homossexual, bissexual e as grandes questões não terminam, seguindo com o dever de cidadão de participar da escolha de líderes de nossa comunidade: presidente, governadores, deputados, prefeito, reitor...reitor? Porém, será que o ingressante da universidade se sente parte das decisões políticas ou mesmo possui convicções claras a respeito de sua formação pessoal para se identificar com esta ou aquela chapa? Esse é o momento em que se encontra a UEL – Universidade Estadual de Londrina, em uma época de escolher ou não escolher o reitor. Na eleição passada pouco menos de 30% dos alunos votaram nas eleições para a Reitoria. As universidades formam profissionais para o ambiente externo ao da instituição e acabam esquecendo que é dentro delas que se deve dar início à preparação dos jovens para a democracia, como no processo de escolha de um reitor. Em entrevistas realizadas no Restaurante Universitário – RU, cerca de 40% dos alunos responderam que não sabiam o dia da eleição. Essa falta de conhecimento da data, para o aluno de Ciências da Computação, Otávio Prieto, deve-se
opinião
Eleição demo(crata)
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CONDENADOS! AGORA, PODEMOS ASSISTIR TV EM PAZ
Cidadãos brasileiros respiram aliviados com a condenação dos Nardonis. Finalmente a imprensa sairá do curto circuito midiático. Até o próximo crime hediondo! Iuri Furukita