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23 de agosto de 2017
Teatro de Alfena será reabilitado
quinzenal
custo 0,5 euro
diretor: agostinho ribeiro
Entrevista com o Presidente da Câmara de Valongo
** Hoquistas Campeões ** Sobrado ouviu Tributo aos ABBA ** Sede da Junta de Valongo melhorada
José Manuel Ribeiro diz que Valongo está no bom caminho Pedalar para ajudar Bombeiros de Valongo
Expoval em Ermesinde mostra potencial
fazemos reparações damos orçamentos grátis com envio de fotografias 916622965
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Jornal Novo Regional 13 setembro 2017
Abertura
A culpabilização das vítimas
Opinião de
Rui Machado *
Isto de ingressar uma causa que se acredita piamente ser justa, tem muito que se lhe diga. Acresce que se for uma luta dura, complexa e demorada, existe o perigo de se ser
assaltado por uma forte e legítima vontade de desistir. Para se vencer um combate difícil como este, muitas vezes, corre-se o sério risco de se deixar de ser razoável e assim deitar por terra todo o trabalho, do qual, eventualmente, muitos poderiam beneficiar. A luta pela igualdade e inclusão das pessoas com deficiência é, de facto, um assunto muito importante. E, por isso, deve ser feito de forma planeada, concertada e sobretudo protegendo todos aqueles que constituem o que se convencionou chamar “comunidade das pessoas com deficiência”. Não basta lutar, é preciso fazê-lo de forma rigorosa, correcta e com pouco ou nenhum espaço para individualismos. Boa vontade, não chega.
Este rigor que reclamo, deve ser uma constante, e nunca deve abandonar o decorrer de todos os planeamentos e trabalhos. Desde a definição do problema, e das suas causas, até à apresentação ou sugestão de possíveis resoluções, a seriedade e a consciência clara do que se faz, deve nortear todos os que querem provocar um impacto positivo neste domínio e concretizar efectivas mudanças na forma como a sociedade se organiza em torno da deficiência. Lembro um exemplo — para aumentar a probabilidade de ser bem entendido — que nos mostra claramente os perigos que corremos. As questões da acessibilidade têm sido aquelas que, porventura, mereceram mais atenção
no panorama da tímida luta pela inclusão no nosso país e por isso, torna-se um exemplo interessante. É indesmentível que a questão da mobilidade e acessibilidade é absolutamente central e deve merecer o máximo enfoque já que a vida, em vários dos seus domínios essenciais, fazse no espaço público. Estando ele inacessível, nada mais se faz senão tornar impossível qualquer possibilidade de inclusão. Mas esta questão tem uma vertente que classificaria como perversa. Um ciclo dramaticamente vicioso que se forma e que urge ser quebrado, mas não a qualquer preço. Se o espaço público não está acessível, as pessoas com deficiência não são vistas pois o lugar está-lhes inter-
dito. Por outro lado, o facto de a pessoa com deficiência (PCD) não ser vista, não cria e nem se constata a real necessidade de mudança e adaptação do espaço público para todos que precisam (é mais do que querer) de o frequentar. É aqui que não nos devemos perder ou desviar-nos do caminho certo. É forte a tentação e muito comum dizer-se que a PCD deve sair e expor-se ao espaço que deseja que seja efectivamente público porque assim torna, de facto, visível a necessidade de adaptação para todo e qualquer cidadão. Como se a culpa da inadaptação dos lugares fosse dela própria. Como se não existissem leis que há muito obrigam que esse trabalho já esteja feito. Como se a exposição
a uma qualquer repartição pública inacessível e ser atendido no passeio não fosse, de facto, uma situação revestida de escassa dignidade. Como se ficar à porta de um café ou restaurante para conviver com amigos não fosse algo de muito violento. Não se pode exigir a alguém que passe por isso. Quem quiser passar, tudo bem. Mas culpar quem não o quer fazer, está profundamente errado. Culpabilizar as vítimas não leva a caminho algum. Vamos usar toda essa energia para algo de elementar num país dito civilizado e de direito: fazer cumprir as leis que redige e aprova.
* Escritor
FICHA TÉCNICA - JORNAL NOVO REGIONAL
Diretor: Agostinho Ribeiro: Diretor Adjunto: Filipe Marques: Colaboradores: Carlos Silva;
O Jornal de Valongo e da Região
Paginação e gestão: Podium D’Emoções Lda Registo ERC 126951 Depósito Legal BN 372095/14
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13 de setembro de 2017
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Abel Sousa; JMB; António Cardoso; Teixeira da Silva; Rui Machado; Nuno Sousa (Publicidade) Morada: Sede e Redação - Rua Rainha Santa Isabel 351 6º CS 4440-569 Valongo Filial - Rua José Seara 41 2º Esq sala 1 Valongo T: 220 184 611 email jornalnovoregional@gmail.com telm 932041387 (direção/redação) e 932041388 (comercial) Impressão: Coraze - Oliveira de Azemeis Tiragem - 4000 exemplares
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Divulgação
Jornal Novo Regional 13 setembro 2017 Jornal Novo Regional 13 setembro 2017
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Atualidade Atualidade
Livros apoiados para carenciados A Câmara Municipal de Valongo aprovou por unanimidade a atribuição de um subsídio no valor global de 49.111,00€ aos alunos dos escalões A e B, de modo a garantir que todas as crianças abrangidas pela ação social escolar no ano letivo 2017/18 tenham apoio não só para a compra de material escolar, mas também adquirir os livros de fichas de apoio. No total serão abrangidos 1386 alunos (886 do escalão A e 460 do escalão B).
Esta medida aprovada no âmbito da aplicação das medidas de ação social escolar tem um forte impacto nas famílias beneficiadas, pois permite a aquisição dos livros de fichas de apoio que têm um custo idêntico aos dos manuais, sendo muito difícil de suportar para as famílias carenciadas. No próximo ano letivo será a primeira vez que beneficiam deste regime os alunos apoiados, desse o 1.º até ao 4.º ano de escola-
ridade, o que só foi possível no quadro da prossecução do regime de gratuitidade dos manuais escolares a todos os alunos do 1.º ciclo do ensino básico. Esta é uma das novidades para o ano letivo 2017/18 no Município de Valongo, cuja abertura oficial se realiza na próxima segunda-feira, pelas 14h00, no Auditório Dr. António Macedo (C.C.C. Vallis Longus), na Rua 5 de Outubro, em Valongo.
Queixa contra maus tratos em Centro de Dia Os familiares de uma utente do Centro de Dia da Associação de Socorros Mútuos e Fúnebre do Concelho de Valongo, apresentaram queixa na PSP, contra o presidente da instituição e uma familiar direta do mesmo, funcionária do Centro, por “alegados” maus tratos psicológicos perpetrados contra a utente em causa. Ao mesmo tempo acusam o referido dirigente de ultrapassar os seus poderes, suspendendo a utente, sem que a direção (órgão colegial que tem poderes para este tipo de decisões) tenha sido ouvida e contra o parecer da própria diretora técnica do Centro. O JNR ouviu Rosa Maria, filha da utente em causa, Cândida Cruz, de 76 anos (as duas na foto). Para a familiar da utente tudo terá começado com
“a proibição, decretada pela funcionária familiar do presidente, da utente ajudar a levantar a louça da mesa”. Esta decisão terá provocado uma troca de palavras, que levou à decisão da suspensão por parte do presidente. Para a familiar “a comunicação da decisão teria de explicar as razões da mesma e não explica”, como se pode ler na reprodução da mesma, que publicamos na edição online (ler em www.jornalnovoregional.pt) A situação poderia ter causado problemas ainda maiores, já que no dia 1 de setembro, quando os familiares foram levar a utente ao Centro (já que a suspensão seria até final do mês), enquanto Cândida Cruz, estava à espera da diretora, a funcionária contactou com o pai (presidente da instituição) que, alega-
damente proibiu a utente de entrar nas instalações. Nesse período não foi servido pequeno almoço nem almoço à utente, cujos familiares a foram recolher e a levaram ao Hospital de S. João, devido a dores no peito. Refere Rosa Maria que “eles sabiam perfeitamente que a minha mãe tinha sofrido um AVC e era doente de risco. Foi um tratamento desumano e isto tem que ter consequências. Para deixar a minha mãe voltar ao Centro o presidente queria que retirássemos a queixa, mas isso não vai acontecer, até para evitar situações futuras. Não temos razão de queixa dos restantes funcionários e o Centro tem boas condições. A minha mãe ficava toda contente com as atividades de animação desenvolvidas e a entidade é uma mais valia
52 ANOS DA PRIMEIRA EQUIPA DE JUNIORES DO SC CAMPO
- Um grupo de elementos que integraram a primeira equipa de juniores do SC Campo (1964) entregaram ao dirigente do clube, Fernando Pinho, fotografias alusivas ao convivio que aconteceu por ocasião da comemoração do cinquentenário da equipa de juniores. Nesse convivio de então participaram Augusto, David, M. da Marta, Garrido, Catarino, Espanhol, Bessa, Sousa, Rebelo, Vítor, Cruz e Quim Almeida
para Valongo, não pode é continuar a ser gerida desta forma, com o responsável a misturar as questões familiares com as do centro. E pelo que sei, sem que a restante direção tenha sido ouvida ou achada e indo contra a opinião de quem tem competências técnicas para gerir o espaço que é a
diretora técnica”. Recorde-se que dia 15 de setembro decorre uma Assembleia Geral da Associação de Socorros Mútuos, onde o único ponto da ordem de trabalhos é a destituição do presidente da instituição, sendo a questão da tomada de decisões por parte do Presiden-
te sem consultar a restante direção, um dos motivos. O JNR pediu uma reação ao presidente da instituição, que remeteu para depois da assembleia uma posição. Na foto Rosa (a filha) e Cândida (a mãe).
SOBRADO É FESTA- A Junta de Freguesia de Campo e Sobrado levou a cabo, tal como em anos anteriores, no Largo do Passal, em Sobrado a iniciativa Sobrado é Festa. Participaram várias associações locais com a sua gastronomia para angariar receitas para as atividades e a animação musical foi interessante. Para além de grupo locais de dança e música, a atração foi o Tributo aos Abba pelos ABBA MIA.
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Grande Entrevista Balanço do mandato, com o presidente da Câmara José Manuel Ribeiro, a dizer que agora se fala bem de Valongo
“Estamos no bom caminho” Quase no final do mandato autárquico de José Manuel Ribeiro à frente da Câmara de Valongo, o balanço que se justifica. O que foi feito e o que ficou por fazer, numa gestão sem maioria no executivo. Como avalia o seu mandato? Tenho muito orgulho no trabalho realizado durante este primeiro mandato, apesar das inúmeras dificuldades que encontramos pelo caminho. Estamos no bom caminho, hoje fala-se bem da nossa terra. A maior dificuldade que sentimos ainda hoje é o facto de termos herdado uma câmara com mais de 54 milhões de euros de dívidas, que pagava aos fornecedores em média a 5 meses. Felizmente já conseguimos reduzir mais de 14 milhões à dívida e pagamos a 5 dias em média aos nossos fornecedores. Temos uma Câmara que é um exemplo de progresso em várias áreas. Somos os mais transparentes na Área Metropolitano e os oitavos a nível nacional, em 2013 estávamos no lugar 123 do Índice da Transparecia Municipal. Somos dos poucos concelhos onde os munícipes recebem em sua casa um Boletim Informativo, isento e plural, que permite conhecer de forma transparente o que se faz e além disso dá voz a todas as forças políticas representadas na Assembleia Municipal. Era bom que todos fizessem o mesmo. Nunca se disponibilizou tanta informação sobre a governação local como nos últimos 4 anos e nunca se prestou contas às pessoas e à comunidade, de forma regular e às claras, como fazemos todos os anos, quer através do sítio na Internet do município, que é único em Portugal na informação que disponibiliza, através das semanas de prestação de contas que organizamos todos os anos em todas as freguesias, complementadas com o infomail que chega à casa dos muncípes explicando, numa linguagem para todos, as contas e as opções que tomamos. Todo este investimento em
cidadania tem como objetivo criar uma comunidade mais esclarecida, mais participativa e com mais confiança. Nós não dizemos por dizer que acreditamos nas pessoas, nós praticamos dando a todos mais poder para nos ajudarem a governar bem. O que destaca neste mandato? Conseguimos com o empenhamento de todos os funcionários municipais modernizar a Câmara de Valongo. Hoje temos à distância de um clique na internet, todos os serviços municipais, incluindo o urbanismo, desmaterializados, ou seja, quem quiser não tem que se deslocar às instalações do município para tratar dos seus problemas pois pode fazê-lo à distância, quer esteja em casa, na escola ou no seu local de trabalho, o que significou um salto tecnológico de gigante. Hoje somos das poucas câmaras no país a fazê-lo. Em 2013 encontramos uma Câmara onde não havia um único processo desmaterializado. Além disso fomos mais longe e conseguimos, com muito esforço, empenho e trabalho, criar uma Rede de Proximidade Administrativa. Abrimos uma Loja do Cidadão em Ermesinde, aproveitando um edifício público que custou mais de 3 milhões de euros e que há mais de 14 anos estava devoluto e por acabar. Abrimos um Espaço do Cidadão em Alfena, Campo, Sobrado, Valongo e na Travagem em Ermesinde, ligados em rede permitindo às pessoas poupar tempo e dinheiro nas deslocações pois já não necessitam de ir à Câmara para tratarem dos seus problemas. Realizamos um forte investimento nos equipamentos desportivos em todas as freguesas, para que as nossas crianças e suas famílias não tenham de sair das suas freguesias para praticarem desporto. Um exemplo que gosto de destacar é o dos equipamentos desportivos para a prática do futebol. Em 2013 só havia um único campo público com relva-
do, até final do mês vamos passar a ter campos relvados públicos em todas as freguesias, sem qualquer apoio de fundos comunitários pois quem governou no passado não aproveitou as inúmeras possibilidades que outros municípios mais atentos agarraram. Concluímos logo no primeiro ano de mandato a revisão do Plano Diretor Municipal, que andou a marinar inexplicavelmente durante 15 longos anos, o que nos permitiu credibilizar a gestão do nosso território e acabar de vez com lógicas especulativas que muito prejudicaram o nosso desenvolvimento. Transferimos para todas as Juntas de Freguesia mais de 2 milhões de Euros em recursos humanos, meios financeiros e materiais, para a varredura de todas as ruas, manutenção de jardins e pequenas reparações nas escolas. Lançamos o Orçamento Participativo Jovem que apoiou desde 2014 mais de 15 projetos da comunidade, num valor global de 150 000 Euros. O Município de Valongo é hoje uma referência nacional e internacional na participação cidadã, e por isso mesmo fomos eleitos para assumir a primeira vice-presidência da Rede de Autarquias Participativas. Abrimos um posto do centro Médico Veterinário
em Ermesinde e temos promovido muitas campanhas de adoção de animais. Abrimos uma Casa da Juventude na Vila Beatriz em Ermesinde. Baixamos as taxas para quem investe e constrói as suas casas no concelho, tendo captado desde 2014 investimento privado num valor de 100 milhões de euros permitindo a criação de cerca de 750 novos postos de trabalho, onde se destaca o Centro Logístico do grupo Jerónimo Martins em Alfena, o maior investimento de sempre no nosso território. Pavimentámos e beneficiámos mais de 72.000m2 de estradas. Estamos a fazer a ligação da Gandra à Costa, em Sobrado, recuperámos a Rua da Fervença e a Rua da Azenha, em Campo, e o município criou um plano de melhoria da mobilidade urbana e acessibilidade para todos que serão implementados nos próximos anos e tornarão as nossas cidades e vilas mais inclusivas e mais seguras. Estamos a fazer muitas obras nos Empreendimentos Sociais em todas as Freguesias, para melhorar as condições de conforto interiores, o comportamento térmico e as condições físicas dos espaços exteriores.
“Transferimos a Feira de Valongo para o centro da cidade” Iniciámos a requalificação de diversos espaços públicos no concelho, como por exemplo, a recuperação das margens do Rio Leça e da Levada do Cabo em Alfena, o Espaço Lúdico do Juncal, em Ermesinde, estando em curso a recuperação do antigo moinho e do antigo cinema em Alfena. Avançámos com as obras da nova centralidade em Campo, a nova Alameda, o apoio ao Espaço Multiusos e a abertura de um novo parque na Quinta do Passal. Fizemos o Espaço Multiusos em Alfena, que permitiu à freguesia ter uma feira semanal. Transferimos a Feira de Valongo para o centro da cidade. Vamos arrancar, já no próximo ano letivo, com um inovador e ambicioso projeto para o sucesso escolar, contrato que une a autarquia, as escolas e os pais para promover o sucesso educativo das crianças e combater o insucesso escolar. Atribuímos anualmente às escolas do 1º ciclo e pré-escolar um apoio para despesas com material escolar.
Para além de programas de férias escolares e desportivas muito procurados pelas famílias, somos hoje um dos poucos municípios, em Portugal, que possui um programa de férias escolares para crianças com necessidades especiais, o OTL especial@rte, que muito nos orgulha. Pela primeira vez, o município possui um Fundo de Emergência Social e somos das poucas Câmaras no País que disponibiliza casas para acolhimento de vítimas de violência doméstica. Abrimos duas novas Plataformas Solidárias, em Alfena e Sobrado, e já conseguimos disponibilizar 85 habitações sociais a famílias carenciadas. Criámos um serviço de informação e mediação para pessoas portadoras de deficiência. Alargámos as atividades da Academia Sénior, que terá já no próximo ano letivo uma extensão na Casa do Povo, em Ermesinde. Fazemos parte da Rede Internacional de Cidades Educadoras, tendo implementado cerca de 30 novos projetos educativos nas escolas e fizemos inúmeras obras em infraestruturas.
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Grande Entrevista Entrevista com o presidente da Câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro
“Oficina do Pão e da Regueifa vai arrancar” desligadas em 2012.
continuação da pág. anterior
O Campo de Sonhos em Ermesinde sempre custará 1,5 milhões de euros?
Somos o primeiro destino metropolitano para a prática de desportos «outdoor», Trail Running e BTT, estando já em funcionamento, no nosso concelho, o 1º Centro de BTT na Área Metropolitana do Porto e aprovámos a Carta Desportiva do Concelho. O Programa de Apoio à Economia Local conhecido como PAEL é um obstáculo à governação? É claro que sim, governar com o PAEL nos últimos 4 anos foi horrível! O PAEL é uma camisa de forças que nos foi colocada por quem cá esteve até 2013 e governou muito mal os dinheiros públicos. O PAEL na prática é um empréstimo que tem associadas restrições ao investimento municipal em áreas em que o nosso concelho é fortemente carente, como vias, passeios, equipamentos públicos, escolas etc. Por isso uma das prioridades foi endireitar as contas municipais e, neste momento, fruto de uma gestão muito rigorosa conseguimos reduzir em mais de 14 milhões a dívida municipal que era mais de 54 milhões de Euros no início do mandato, o que nos permitiu pela primeira vez em 10 anos ficar abaixo do limite legal do endividamento, ou seja, passamos a estar no verde. Mas vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para nos livrarmos do PAEL. Mas com orçamentos anuais superiores a 30 milhões de Euros não podia ter feito mais? Não, porque a fatia que anualmente nos foi autorizado pelo PAEL para investimento público em todas as freguesias do concelho (vias, passeios, obras em escolas, etc.) foi sempre inferior a 10% do montante global, pouco mais de 3 milhões de euros por ano, o que é muito pouco! A maior parte dos municípios vizinhos na Área Metropolitana possuem mais do dobro para investimento público nas suas
freguesias, e esta é a razão para passarmos muito do nosso tempo a “ralhar” à volta do orçamento, e como diz o ditado, em casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão. Mas não tenho dúvidas que vamos conseguir maior capacidade para fazer investimento público em todas as freguesias e dessa forma corrigir muitas das injustiças que existem no concelho, e eu sou o primeiro a reconhecê-las. É verdade que neste ano a câmara deu 4 milhões de lucro como diz a oposição? É óbvio que não, e até fico chocado com esse tipo de afirmações. O que aconteceu foi muito simples e aliás acontece todos os anos, mas como este ano é especial talvez se explique o alarido. No ano passado conseguimos uma taxa de execução da receita superior a 100% num montante de cerca de 35 milhões de euros, ora como executamos a despesa em cerca de 90%, significa que ficaram por executar cerca de 3,5 milhões de euros, que todos os anos são incorporados no orçamento após aprovação da prestação de contas do ano anterior, o que fizemos. O que acontece é que neste ano de 2017 a Câmara de Valongo, fruto da boa gestão financeira e da redução extraordinária da dívida decidida no ano passado, conseguiu beneficiar só no corrente ano da possibilidade de aumentar o investimento público, no entanto, em resultado das dificuldades que tivemos
para aprovar a revisão do orçamento muitas das obras previstas estão infelizmente atrasadas.
do Peregrino.
Este quadro comunitário é uma tábua de salvação?
Com humildade assumimos que não foi possível cumprir todos os compromissos eleitorais, pois para além de um mandato ser pouco tempo encontramos muitas dificuldades e surpresas pelo caminho, mas podemos afirmar com segurança e tranquilidade que cumprimos a esmagadora maioria dos nossos compromissos e fomos mais longe em muitas áreas.
Nós já contratualizamos mais de 20 milhões de euros em fundos comunitários do actual quadro comunitário, o que representa para já praticamente o dobro do que foi contratualizado durante o quadro comunitário anterior, para intervenções em áreas urbanas, mobilidade e áreas desfavorecidas de todo o concelho. É evidente que num município que possui fortes restrições financeiras os fundos comunitárias são uma ajuda decisiva para solucionar muitos dos problemas que encontramos. É com estes fundos que estamos a arrancar com inúmeras obras, que vão modernizar o concelho. A Oficina de Promoção da Regueifa e do Biscoito vai já arrancar durante o corrente mês, e vamos candidatar a Oficina de Promoção do Brinquedo Tradicional Português em Alfena, para além do investimento em vários empreendimentos sociais para melhoria do comportamento térmico dos edifícios e dos espaços exteriores. Com a ajuda dos fundos comunitários estamos a apostar ao nível da mobilidade num concelho mais amigo, inclusivo e com melhoria das acessibilidades para todos, como por exemplo no corredor de segurança que vamos fazer no troço da Estrada Nacional 15, entre Valongo e Ermesinde, a Via
Cumpriu todos os compromissos?
Já tinha a intenção de colocar o concelho todo em LED apesar de não ter assumido esse compromisso? Nunca assumi o compromisso de religar as mais de 5 000 luminárias que foram desligadas em 2012 porque sabia que iria aumentar a despesa. No entanto, face às inúmeras reclamações e sentimento de insegurança que nos era transmitido empenhamonos em encontrar uma solução para o problema. E conseguimos! Vamos ser a primeira Câmara na Área Metropolitana do Porto e uma das poucas em Portugal que passará a ter toda a rede de iluminação pública ligada com tecnologia LED, poupando mais e aumentando a segurança de bens e pessoas. A substituição de toda a rede, que já está no terreno e que tem mais de 16 000 luminárias, estará concluída até dezembro deste ano o que nos permite religar todas as luminárias
Seguramente que não. Esse valor absurdo resulta de uma avaliação provisória feita por peritos, na fase administrativa do processo, que contém uma série de irregularidades. Os peritos chegaram a esse valor exorbitante porque avaliaram um campo de jogos como se se tratasse de um terreno para construção! O processo de expropriação ainda não se encontra sequer na fase judicial e como a avaliação dos peritos viola de forma grosseira o Código das Expropriações já foi apresentada uma reclamação desta avaliação e o processo, em breve, vai dar entrada em Tribunal para fixação judicial do valor final da indemnização. Estamos certos que a Justiça vai dar razão à Câmara Municipal de Valongo e o valor final ficará próximo do que foi inicialmente proposto. A nossa maior preocupação foi solucionar de vez este problema que durante 11 anos os anteriores executivos não conseguiram resolver e garantir que este importante equipamento possa estar ao serviço dos jovens e da população, cumprindo assim a sua finalidade de interesse público que compete ao Município salvaguardar. Foi por isso que já avançamos com as obras no Campo de Sonhos, designadamente, para a colocação de um relvado sintético e beneficiação dos balneários, de modo a que as crianças e jovens de Ermesinde tenham um estádio digno para a prática do futebol. Paralelamente vamos requalificar o Complexo Desportivo dos Montes da Costa. Pagar a 5 dias não é um exagero? Pagar a tempo e horas é passarmos a ser respeitados e a ter credibilidade. Agora as boas empresas procuram a Câmara Municipal de Valongo quando antes nem sequer respondiam aos pedidos de preços. É esta a
diferença, e quem ganha é o município, pois compra melhor e mais barato. A transparência e a prestação de contas são bandeiras políticas ou algo mais? Num tempo em que pairam várias ameaças à Liberdade e demais valores da Democracia, estamos também a colocar o município de Valongo na dianteira enquanto comunidade mais esclarecida e participativa.
“Avançamos com as obras de melhoramento e relvado sintético no Campo de Sonhos em Ermesinde” É urgente inverter o sentimento de desconfiança e o desconhecimento crescente da população em relação ao funcionamento da administração local e à forma como são geridos os escassos recursos públicos. Acreditamos que o princípio da prestação de contas em democracia não é apenas um dever de eleitos e governantes, é também uma forma de envolver todos os cidadãos nas decisões que lhes dizem respeito. Por isso ao prestar contas estamos a investir numa comunidade mais esclarecida e mais participativa, pois acreditamos que os cidadãos com mais informação têm mais poder, tornando-se nos principais aliados de uma gestão que deve ser rigorosa, atenta e acima de tudo transparente. Na verdade a transparência é uma poderosa ferramenta para o reforço da cidadania e da qualidade da nossa vida democrática. Quem não deve não teme! Sempre defendi que os eleitos devem comportar-se como inquilinos e não como proprietários da coisa pública.
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Grande Entrevista Entrevista com o presidente da Câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro
“Vão avançar as obras na Secundária de Ermesinde” continuação da pág. anterior Uma das mudanças foi a imagem do Município. Qual o objetivo do atual logotipo? Sabemos o que queremos, temos uma Estratégia e um Rumo. Estamos empenhados em transformar o Município de Valongo num território com qualidade de vida e preparado para beneficiar da forte dinâmica do turismo na Região. Queremos atrair e receber visitantes ao longo de todo o ano, por isso, em 2014, criamos pela primeira vez, uma estratégia coerente de projeção da nossa terra, com a promoção das marcas que representam o que temos de melhor no nosso concelho. Acreditamos que temos todos os ingredientes para ser um exemplo em Portugal, possuímos uma localização geográfica ímpar e a mais estratégica de toda a Área Metropolitana do Porto para atrair investimento e emprego, assim como fortes e invulgares tradições e diversificado património. As Bugiadas e Mouriscadas (maior festa com máscara em Portugal), o Brinquedo Tradicional Português, a forte tradição da panificação com os Biscoitos e a Regueifa, o Património Religioso, a Ardósia (maior centro de extração em Portugal) e as Serras onde existirá o maior complexo mineiro subterrâneo de extração de ouro do Império Romano, são valores que nos permitem ter confiança no futuro desta terra. Assim entendemos que devíamos criar uma estratégia de diferenciação e afirmação da nossa identidade e por isso já abrimos uma Loja Interativa de Turismo, criámos a Rota das Antigas Padarias e Biscoitarias, a Feira da Regueifa e do Biscoito, a Festa do Brinquedo Tradicional Português e o Centro de Documentação da Bugiada e Mouriscada. Quem realmente trouxe a Jerónimo Martins para Valongo? O atual executivo ou o anterior? Nunca me esquecerei
desta conquista fantástica pois estamos a falar do maior investimento privado na história do nosso concelho, cerca de 70 milhões de euros onde já trabalham mais de 500 pessoas. Mal iniciei funções em Outubro de 2013 entrei em contacto com a administração da Jerónimo Martins, que me transmitiu que andavam a analisar outras localizações e estavam muito agastados com as indefinições que encontraram em Valongo. Consegui uma oportunidade de reunir com a empresa e voltar a colocar Valongo no radar. Depois de muito trabalho, designadamente a difícil conclusão da revisão do Plano Director Municipal fui informado pelo Presidente da empresa em 2015 que a plataforma iria instalar-se no nosso concelho, decisão aliás pública pois trata-se de uma empresa cotada em bolsa. Por mais que se diga o contrário esta é a única verdade sobre este assunto, e é desta verdade que irá rezar a história!
Acredita que vai haver mais dinheiro para requalificar as nossas escolas? Felizmente já conseguimos um primeiro financiamento comunitário para obras na Escola Secundária de Ermesinde que irá requalificar a escola. As obras vão avançar, apesar de não ser competência da Câmara e da injustiça de que fomos vítimas pelo “esquecimento” de vários governos e de anteriores executivos municipais. Estamos totalmente
empenhados e esperançados que vamos conseguir financiamento comunitário para concluirmos a renovação da Escola Secundária de Ermesinde, bem como para renovarmos a Escola Secundária e a Escola Básica Vallis Longus em Valongo. Porque é que a candidatura da bugiada a património imaterial está a demorar tanto tempo? Não queremos nem vamos correr riscos novamente, pois em 2013 não havia qualquer processo instruído sobre as Bugiadas ao contrário do que se fez crer, decidimos envolver todos os principais representantes da tradição, a Casa do Bugio, a Junta de Freguesia e a Câmara Municipal juntamente com a prestigiada Universidade do Minho na preparação de um processo devidamente instruído e fundamentado com vista à inscrição deste património na lista nacional do Património Cultural Imaterial, um passo imprescindível
para posteriormente integrar a lista representativa do Património Imaterial da Humanidade da Unesco. Ninguém mais do que nós deseja esta justa classificação, que mais tarde ou mais cedo vai ser uma realidade. A Bugiada e Mouriscada é uma tradição que não está em risco. Está bem viva no coração das gentes de Sobrado e atrai cada vez mais visitantes. Esta festividade única no mundo está já classificada como Património Cultural
Imaterial de Interesse Municipal, integrando também a Rede da Máscara Ibérica, e em 2014 transformamos o antigo Centro Cultural de Sobrado no Centro de Documentação da Bugiada e Mouriscada, um pólo agregador de informação temática e difusor desta festividade, que se insere no plano de salvaguarda associado ao processo de candidatura desta tradição a património cultural imaterial da humanidade. Sempre vão construir um hipermercado no centro de Valongo? Não. Não deu entrada qualquer pedido de licenciamento de hipermercado para o centro de Valongo. O que se passa é muito simples, os terrenos em causa, situados no centro da cidade sempre tiveram capacidade construtiva e nunca ninguém contestou essa capacidade construtiva até porque uma decisão de retirada de capacidade construtiva teria como consequência um elevado
risco de indemnização aos proprietários. Ora o que deu entrada no município foi um pedido de informação prévia, PIP, figura prevista na lei para informar qualquer interessado num imóvel sobre a sua real ca-
pacidade construtiva, no sentido de avaliar se seria possível construir um estabelecimento comercial. E vão construir uma plataforma logística nos Lagueirões? Não. As únicas Plataformas Logísticas no concelho estão em Campo e em Alfena. A empresa que se pretende instalar junto à futura Avenida dos Descobrimentos é uma unidade de armazenamento e distribuição de papel, que não produz nem transforma. O licenciamento desta unidade está condicionado obrigatoriamente à qualidade arquitectónica do edifício, à apresentação de um estudo de tráfego e à execução de parte da avenida dos Descobrimentos, entre a Rua Alvares Cabral e o troço já existente, por onde circularão as viaturas da referida empresa. O restante troço da Avenida dos Descobrimentos em falta, que ligará à Avenida dos Lagueirões está já a ser negociado com a empresa que vai concluir o maior prédio inacabado daquela avenida. Acredito muito sinceramente que com esta solução, que acautela os interesses dos moradores, será finalmente concluída a Avenida dos Descobrimentos, variante muito importante para ligar o alto da serra à Avenida Dr. Fernando de Melo, e que irá constituir uma significativa mais valia para a circulação e acessibilidade daquela zona, com a consequente valorização dos imóveis que ali se situam. A obra da Ponte do Reguengo em Alfena está a correr bem ou está atrasada? A obra em causa resultou de um pedido da Junta de Freguesia da cidade, pois era uma zona com imensos problemas de falta de segurança para as pessoas e
viaturas bem como falta de aparcamento para o pequeno comércio local. É uma intervenção pesada e complexa, com custos elevados, pois exige muito cuidado, para não provocar ruturas, designadamente ao nível da rede de distribuição da água. A obra tem um prazo de execução de 5 meses e apesar de alguns imprevistos temos a garantia do empreiteiro que irá cumprir o prazo da obra.
“...nunca se investiu tanto em Alfena como neste mandato” Muito sinceramente fui aconselhado a não avançar com a obra antes das eleições pois iriam surgir muitas críticas e incompreensões, designadamente de quem menos esperávamos, mas fui eleito para tomar decisões mesmo que difíceis e fazer coisas com coragem e sem medo, e quem me conhece sabe que não seria capaz de adiar uma obra como esta que tanto benefício vai trazer para a população da zona e da cidade de Alfena, designadamente para a segurança das crianças. Há quem o acuse de ter esquecido a Cidade de Alfena? Fico magoado, pois nos últimos anos nunca se investiu tanto em Alfena como neste mandato. Apesar de reconhecer que ainda é pouco, comparado com o mandato anterior em que curiosamente o actual Presidente da Junta era vereador eleito pelo PSD, a diferença é muito notória, pois nesse mandato o investimento em Alfena foi praticamente zero. continua na pág. seguinte
C A M PA N H A A S S I N AT U R A
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Grande Entrevista Entrevista com o presidente da Câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro
“Defenderei sempre a reabertura das urgências” continuação da pág. anterior Digam o disserem foi esta Câmara que permitiu a construção do multiusos de Alfena onde hoje se realiza a feira semanal da cidade, que apoiou o Alfenense com 100 000 euros para o arrelvamento do campo de treinos, que fez a requalificação da Levada do Cabo junto ao Rio Leça, que abriu um espaço do Cidadão no Centro Cultural, que lançou e paga a 100% a Festa do Brinquedo, que requalificou a Rua de Cabeda, que requalificou o empreendimento social do Barreiro, que vai ajudar a recuperar o antigo cinema de Alfena em conjunto com o Centro Social e Paroquial, que disponibilizou uma escola para a Plataforma Solidária da cidade, que concluiu o projeto para a candidatura a fundos comunitários da Oficina de Promoção do Brinquedo Tradicional Português, que realizou uma intervenção há muito reclamada na escola do Lombelho, que conseguiu a beneficiação da Rua Nossa Senhora do Amparo, que disponibilizou um terreno para a construção da futura sede do Motoclube, que desbloqueou a cedência do terreno para a ARS-Norte construir o futuro centro de Saúde, entre outras. Assumiu este ano a presidência da Comissão Executiva do Parque das Serras do Porto. Qual é a importância deste projeto para Valongo? O Parque das Serras do Porto é a concretização de um sonho com mais sete décadas de existência, que consiste num projecto ambicioso desenhado pela mão dos Municípios de Valongo, Paredes e Gondomar. Estamos a investir numa autêntica infraestrutura verde metropolitana, através do uso sustentável de todas as potencialidades existentes nas nossas serras. Todo o país vai ganhar com o Parque das Serras do Porto, mas em especial a população da Área Metropolitana do Porto e todos aqueles que nos visi-
tarem para desfrutar da beleza paisagística e cultural das nossas serras, vales e rios. Nesta área já classificada como Paisagem Protegida Regional, podem descobrir trilobites (animais marinhos anteriores aos dinossauros), minas de ouro subterrâneas do Império Romano, com mais de 2.000 anos, plantas e animais raros, entre outros recursos de um território que é também o livro geológico mais antigo de Portugal.
“O Parque das Serras do Porto é a concretização de um sonho” Em Valongo, destacam-se a pitoresca Aldeia de Couce no vale do Rio Ferreira, as antigas minas romanas de ouro e as Serras de Santa Justa e Pias, com as suas vistas para o mar e condições ímpares para a prática de desporto na Natureza. Temos uma localização privilegiada neste território, por isso, é com muito orgulho, que o Município de Valongo vai acolher a sede definitiva da Associação Parque das Serras do Porto. Quem visita o território já se depara com esta nova dinâmica. A Associação assegurou a colocação de sinalética direcional nas vias de acesso e painéis de boas-vindas nas principais entradas, para acolhimento dos visitantes, estando os centros de receção a ser dotados de informação sobre a área. Em Valongo, temos contribuído para a valorização e dinamização do Parque das Serras do Porto, concretizando eventos desportivos em contacto com a Natureza e projetos como o Centro de BTT de Valongo, o primeiro da Área Metropolitana do Porto. Dinamizamos também a iniciativa Couce em Festa, que foi um sucesso e que contribuiu para valorizar esta aldeia que é uma autêntica pérola, localizada nas margens do Rio Ferreira, no coração das Serras do Porto. Outra vertente importante de atuação da As-
sociação é o incremento do conhecimento sobre o território, estando já a ser implementados estudos nas áreas da mineração romana, património biológico e floresta. Estes trabalhos terão o contributo de especialistas nas diversas temáticas, que ajudarão a compilar e interpretar a informação existente, quer ao nível do património natural e cultural quer ao nível da gestão, incluindo no que respeita à prevenção de incêndios. No campo da investigação, refere-se ainda o arranque de duas teses, uma de mestrado e outra de doutoramento, por parte de alunos da Universidade do Porto. O lançamento de um livro técnico de caracterização do Parque das Serras do Porto marca o ponto de partida de uma dinâmica editorial que se pretende muito ativa. O Parque das Serras do Porto destaca-se na paisagem urbana da Área Metropolitana do Porto, sendo um importante ativo da região, honrado com o Alto Patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Porque afirma que não possui as melhores condições para governar? Sou um democrata por natureza e respeito muito o pluralismo, pelo que governo em minoria e com as condições que a população em 2013 entendeu conceder-me. No entanto, foi notório ao longo de todo o mandato a existência de um estranho entendimento entre o PSD e a CDU para atrasar ou até bloquear decisões importantes, e por isso mesmo denunciei a existência dessa coligação negativa. E só foi possível na maior parte dos casos ultrapassar os bloqueios devido em boa medida à minha teimosia em forçar as decisões, como no caso da revisão do Plano Diretor Municipal. Não estou nada arrependido disso, só lamento o tempo perdido! Como reage à acusação de que abandonou a Zona Industrial de Cam-
po? Essa acusação não faz nenhum sentido. Fui o único que me preocupei até hoje em dar segurança à Rua da Fervença, que esteve esquecida mais de 15 anos, felizmente já está requalificada e ao serviço do tecido económico da Zona Industrial de Campo. Mas é necessário lembrar que os anteriores executivos camarários deixaram caducar o Plano de Urbanização da Zona Industrial de Campo, instrumento fundamental para regular a utilização e o valor daquela zona, que foi vítima de muita má gestão no passado, aliás bem recordo a celebre operação de promoção daquela zona industrial que até motivou a criação de uma empresa entre a Câmara Municipal e a falida ECOP. É muito importante que os autarcas do PSD leiam o que votam nos órgãos municipais, pois está neste momento em curso e em fase avançada a construção, finalmente, de um Plano de Urbanização para a Zona Industrial e Empresarial de Campo, que vai a partir do próximo ano dar mais competitividade àquela área. Porque afirma que é tão urgente e importante a obra na ETAR de Campo? Porque estamos perante
uma situação inadmissível de elevado risco ambiental para além dos maus cheiros que afetam a população. A ETAR de Campo está a laborar muito acima das suas capacidades o que pode provocar gravíssimos problemas numa zona habitacional e escolar, e junto à entrada do Parque das Serras do Porto. Para além disso o facto de não haver mais capacidade não permite concluir a infraestruturação com saneamento na Zona Industrial de Campo, o que tira competitividade aquela zona.
Porque não reabriu uma das piscinas em Campo / Sobrado? Infelizmente o anterior executivo camarário decidiu encerrar simultaneamente as duas piscinas e hoje sabemos que não tinha essa necessidade, mas fê-lo de forma precipitada e muito agressiva o que torna quase impossível a reabertura de uma das piscinas, pois o custo estimado é praticamente o mesmo de construir uma nova piscina. Estou convencido que haverá novamente financiamento comunitário que permita a construção de uma nova piscina e já estamos a prepararmo-nos para essa alternativa. Vai continuar a defen-
der a reabertura do Serviço de Urgência no Hospital de Valongo? Claro que sim, sou uma pessoa de convicções e irei lutar sempre pela reabertura do Serviço de Urgência nesta cidade, pois as pessoas de Valongo, Campo e Sobrado perderam muito com o encerramento deste serviço público essencial. Aliás é necessário que o Ministério da Saúde abra um SASU com horário mais tardio nesta área do concelho pois faz muita falta. Já existem datas para a abertura dos Centros de Saúde de campo de Alfena? Não existem datas concretas, mas tenho a garantia dos atuais governantes, que nesta área da saúde têm cumprido com o nosso concelho, que ambos serão inaugurados durante o próximo ano de 2018. Espero também que o Ministério da Saúde acabe com o mega agrupamento de Saúde Maia - Valongo que não foi nunca apoiado pelas duas autarquias.
conclusão na pág. seguinte
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Diversos Entrevista com o presidente da Câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro
“Município é respeitado em todo o país” conclusão da pág. anterior
O que o leva a recandidatar-se à presidência da CM de Valongo? Em primeiro lugar o amor à minha terra. O principal papel de um Presidente de Câmara é dar mais esperança às pessoas, e acredito que neste primeiro mandato conseguimos trazer mais esperança a Alfena, a Campo, a Ermesinde, a Sobrado e a Valongo. Repito, hoje fala-se bem da nossa terra. Temos uma Câmara que é um exemplo de progresso em muitas áreas e o Município de Valongo, que está a comemorar os seus 180 anos de história, é hoje respeitado em todo o País. Sinto-me satisfeito com o trabalho que estamos a fazer, mas um mandato é pouco tempo e ainda falta fazer muita coisa, por isso disponibilizo-me para continuar a servir a nossa terra e, com humildade, aguardo a avaliação das pessoas pedindo a todos mais força para continuar a mudar o concelho. Se for reeleito que compromissos vai assumir? Continuar a fazer do Concelho de Valongo um exemplo em Portugal em várias áreas. Vamos reforçar o Fundo Municipal de Emergência Social de apoio às famílias mais carenciadas e às crianças em risco alimentar e reforçar a Academia Sénior com mais atividades mantendo a gratuitidade. Vamos aumentar o número de Bolsas de Apoio aos estudantes Universitários do Concelho e aumentar o apoio às Instituições de Solidariedade. Vamos criar programas para jovens que não estudam nem trabalham e continuar a promover a Leitura Pública e reforçar o apoio às Bibliotecas Escolares Vamos criar o Plano Municipal para a Melhoria da Saúde apostando na prevenção e na mudança de comportamentos e de
estilos de vida. Vamos continuar as obras de requalificação dos Empreendimentos Sociais e melhorar a rede de transportes públicos nas freguesias. Vamos continuar a melhorar o programa de férias escolares alargando-o a todo o período de férias e reduzindo o custo semanal para ajudar as famílias e reforçar o Orçamento Participativo Jovem estimulando o aparecimento de projetos entre jovens e seniores.
“Vamos continuar a lutar pela rápida desagregação das freguesias de Campo e Sobrado” Vamos reforçar o apoio às coletividades para formação desportiva das camadas jovens. Vamos criar o Provedor do Munícipe, bem como Centros de Cidadania Digital e uma Casa do Conhecimento. Vamos reforçar o apoio aos projetos de combate ao insucesso escolar. Vamos ampliar e modernizar o Centro Médico Veterinário Municipal e reforçar as campanhas de adoção responsável com apoio à esterilização de animais deixados ao abandono. Vamos continuar a lutar junto do Governo por mais Financiamento Comunitário para a 2ª Fase das obras na Escola Secundária de Ermesinde e para as obras na Escola Secundária e na escola Básica Vallis Longus em Valongo. Vamos remover todas as coberturas em fibrocimento nas escolas do município durante o próximo mandato. Vamos manter a tolerância Zero à Corrupção e a transparência a 100% para que todos possam conhecer e participar na governação local. Vamos renegociar todas as dívidas do município incluindo o PAEL para aumentar a capacidade de investimento. Vamos arrancar com o Plano de Mobilidade e
Acessibilidade para Todos e com o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável para um concelho mais inclusivo e amigo do ambiente. Vamos criar o programa “STOP BURACOS” em todas as Ruas e Passeios. Vamos continuar a dotar as nossas serras com
melhores condições para receber visitantes e construir a sede do Parque das Serras do Porto e abrir um Centro de Trail Running nas nossas Serras. Vamos criar mais hortas biológicas, continuar a recuperação das margens do Rio Leça e do Rio Ferreira para as pessoas, e criar mais Parques Infantis
e espaços de convívio e de lazer. Vamos substituir toda a frota de veículos ligeiros da autarquia por veículos elétricos e/ou híbridos e instalar pontos de carregamento em todas as freguesias. Vamos continuar o esforço de captação de investimento gerador de emprego e maximizar a captação
de financiamento comunitário para projetos. Vamos continuar a investir nas freguesias de forma equitativa e continuar a lutar para a rápida desagregação das freguesias de Campo e Sobrado.
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Alfena
Centro de Saúde de Alfena em 2018 Já foi publicado em Diário da República o anúncio de procedimento para a construção do futuro Centro de Saúde de Alfena. A ARS Norte refere que a obra arrancará até final do ano e a conclusão acontece no final de 2018. O processo conta com o envolvimento da Câmara de Valongo, que doou a parcela de terreno onde a futura Unidade de Saúde de Alfena se vai localizar. Atualmente a funcionar
em instalações arrendadas e sem condições, o Centro de Saúde de Alfena é um desejo antigo da população alfenense. As novas instalações custarão cerca de 1.4 milhões de euros e vão servir mais de treze mil utentes. Depois do Centro de Saúde de Campo, que está já em construção e que deverá estar concluído até final do ano, será a vez de Alfena ver concretizado um desejo antigo.
Reabilitação do Teatro de Alfena
Padaria Damira premiada O pão de centeio da Damira (Ermesinde) foi vencedor do concurso organizado pela Puratos (empresa de produtos de panificação). O concurso denominou-se “O melhor pão de Portugal” e o padeiro, José Silva, foi até Sintra participar no evento que elegeu o melhor pão de Portugal, regressando a Ermesinde com o prémio de vencedor. O prémio foi entregue em Sintra e no regulamento estavam estipulados os critérios a que o júri iria recorrer para apuramentos dos vencedores, nomea-
damente: sabor; aspeto exterior; aspeto da Miga; crocância e criatividade da receita elaborada, tendo todos os parâmetros o mesmo peso.
José Silva, padeiro da Damira há 21 anos (desde que a casa abriu) era um homem satisfeito pela conquista. Não quis revelar o segredo ao JNR, dizendo
apenas que “com trabalho e carinho consegue-se”. Já para João Ribeiro, proprietário da Damira “é uma sensação de alegria quando vejo este prémio
fazer também satisfeitos os nossos clientes, e é o reconhecimento de um trabalho, de muito trabalho, e de muita dedicação por uma causa que também é uma causa de Ermesinde, mas acima de tudo a satisfação dos nossos clientes que é com eles que nós vivemos”. João Ribeiro promete continuar a trabalhar para o reconhecimento da casa, referindo ser muito bom “chegar a qualquer lado e as pessoas conhecerem ou terem ouvido falar bem da Damira”. Sobre este prémio refere ainda o trabalho de José Silva “desde o início da cada connosco” e promete continuar a agradar aos clientes.
O antigo Cineteatro de Alfena vai ser reabilitado e colocado ao serviço da comunidade. O ato público de assinatura do Contrato de Comodato e Parceria entre o Município de Valongo e a Fábrica da Igreja Paroquial da Freguesia de São Vicente de Alfena realizou-se no dia 12 de agosto nas instalações do antigo cineteatro, localizado na Rua do Centro Social. O Presidente da Câmara Municipal de Valongo, José Manuel Ribeiro, e o Pároco de Alfena, Manuel Fernando, firmaram o contrato. Este acordo tem como objetivo a reabilitação do antigo Cineteatro de Alfe-
na para utilização pública. As obras de beneficiação têm um custo estimado de 240.000,00€, cabendo ao Município assegurar 140.000€ e à Fábrica da Igreja Paroquial os restantes 100.000€. O Município de Valongo pretende assim colmatar uma necessidade da freguesia de Alfena, dotando-a de um equipamento cultural multifunções, apto para teatro, cinema, espetáculos e demais atividades culturais, com uma capacidade de 500 lugares sentados, passando este a ser o equipamento cultural com a maior capacidade do concelho de Valongo.
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Expoval 2017
Abriu mais uma Expoval Até 17 de setembro, o Município de Valongo em parceria com a Cooperativa dos Produtores Agrícolas de Valongo promove a EXPOVAL-2017, com o lema “Valongo desde 1836 a caminhar para o futuro”.
“Temos uma imensa riqueza patrimonial e um enorme potencial humano nas cidades de Alfena, Ermesinde e Valongo e nas vilas de Campo e Sobrado, que mais uma vez vamos dar a conhecer a largos milhares de visitantes. A EXPOVAL é um evento âncora do Município de Valongo que se realiza há mais de duas décadas com uma periodicidade bianual, contribuindo para consolidar a estratégia de desenvolvimento económico do Concelho de Valongo e para afirmar as suas principais logomarcas territoriais: Serras e Rios, Regueifa e Biscoitos, Ardósia, Bugios e Mourisqueiros, Brinquedo Tradicional Português e Património Religioso”, salienta o Presidente da Câmara Municipal de Valongo, José Manuel Ribeiro, referindo que “na sua última edição, em 2015, a EXPOVAL deu um salto qualitativo, constituindose como uma das Mostras de Atividades Económicas com maior impacto na Área Metropolitana do Porto”. Com 3.000 metros quadrados de área expositiva e 120 expositores, durante cinco dias, o Parque Urbano de Ermesinde será palco de uma mostra elucidativa daquilo que melhor caracteriza o concelho de Valongo, que também neste evento está a comemorar os seus 180 de História. Além dos standes do tecido empresarial, na EXPOVAL 2017 destacam-se as exposições “No Rasto das
Trilobites” e “Parque das Serras do Porto”. Haverá também gastronomia típica, mostras de trabalho ao vivo (ardósia, brinquedos e pão) e ainda animação do recinto com Brinquedos Humanos Gigantes, pela Associação Cabeças no Ar e Pés na Terra, e Jogos Tradicionais, dinamizados pela Associação das Coletividades do Concelho de Valongo. Cuca Roseta, Amor Electro e Sofia Escobar são os destaques da programação cultural desta edição da EXPOVAL, que conta com o forte envolvimento das associações do concelho, designadamente a Banda Musical de São Martinho de Campo encerra a programação do primeiro dia com o concerto «Do Cinema para a Banda». Para promover a mobilidade sustentável, em parceria com a CP, é disponibilizado um bilhete de ida e volta especial, válido para qualquer estação da rede e a estação de Ermesinde. No fim-de-semana de 16 e 17 de setembro, será possível, por exemplo, viajar de Braga, Guimarães, Marco de Canaveses ou Aveiro até Ermesinde e regressar por apenas 2€. A EXPOVAL está também está incluída no projeto da Lipor «Recolha Seletiva em Festas e Romarias». O benefício resultante da quantidade de resíduos recicláveis recolhidos reverterá a favor dos Corpos dos Bombeiros Voluntários de Valongo e de Ermesinde. Assim, durante os 5 dias do evento, quem separar corretamente plástico, vidro e papel estará simultanemente a contribuir para o Ambiente e para uma causa solidária.
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Expoval 2017
Cuca Roseta Cuca Roseta (Maria Isabel Rebelo do Couto da Cruz Roseta, nasceu a 2 dezembro de 1981 em São Jorge de Arroios, Lisboa. O seu interesse no Fado despertou aos 18 anos quando um dia visita uma casa de fados e com o primeiro impacto deste tipo de música esta apaixona-se por este género musical. Com o tempo, a jovem fadista passaria a ser uma presença habitual nos clubes de Fado onde cantava e aprendia com outros. Numa noite sem previsto, porém, já destinado encontra o produtor argentino Gustavo Santaolalla músico, produtor e detentor de vários Óscares e Grammys. Ao ouvi-la cantar, Santaolalla fascinado pelo talento de Cuca quis imediatamente gravar com ela. Seguidamente, lançou, o seu primeiro disco “Cuca Roseta” em 2011 e o resultado foi um atraente disco de estreia. Com a ajuda do formidável Gustavo Santaolalla. Brota assim o começo de uma carreira radiante que rapidamente a
posicionou como uma das melhores intérpretes de Fado na atualidade. Com o sucesso, a fadista apresentou-se em vários distintos palcos e festivais e foi a cabeça cartaz dos maiores eventos de Fado Nacionais. Mais tarde em, 2013 lança seu segundo disco “Raiz “com este novo lançamento atinge um novo sucesso distinguindo-se de todos os outros intérpretes de fado. A certa altura, em 2015 a fadista volta ao estúdio e edita “Riu” onde traz uma nova sonoridade tentando trazer sonoridades mais
próxima do fado e de todas aquelas que contribuíram para o seu nascimento. Neste disco partilha várias composições próprias com nomes como Bryan Adams, Djavan, entre tantos outros. Com este lançamento alcança “platina”. Depois de grandes êxitos e concertos termina o ano de 2016 com dois concertos em duas salas esgotadas nos Coliseus do Porto e de Lisboa onde anuncia que iria começar a editar um novo disco nos inícios de 2017. Cuca Roseta atua na Expoval dia 14 às 22 horas.
Amor Electro Amor Electro é uma banda portuguesa que se encontra em atividade desde 2010. São um dos principais projetos da moderna música portuguesa da atualidade. Os seus integrantes são Marisa Liz (vocalista), Mauro Ramos (baterista), Ricardo Vasconcelos (teclista), Rui Rechena (baixista) e Tiago Pais Dias (produtor e multi-instrumentista). Em 2010 juntaram-se para criar uma banda de versões, a Catwalk, mas passados alguns meses tiveram um convite para gravarem um disco de originais, foi então que chamaram a banda Amor Electro. Em 2011 lançaram o disco Cai o Carmo e a Trindade e este chegou no 4º lugar do top de vendas em Portugal e pouco tempo depois foi para 1º lugar. Em 2011 e 2012 foram nomeados na categoria “Best Portugues Act” dos MTV Europe Music Award. A banda já arrecadou vários prémios, EBBA AWARD, Globos de Ouro, entre muitos outros. Em 2013 é lançado o segundo disco, (R)evolução,
que vem com um estilo diferente do habitual, acrescentando a energia Rock. Já em 2014 foram convidados a fazer o genérico da novela Mar Salgado da SIC. Em 2016 escreveram o tema Juntos Somos mais Fortes, que foi o hino da RTP para o Euro 2016 e o hino do Comité Olímpico de Portugal para o Rio2016. Com este tema os Amor Electro conquistaram o coração de todos os portugueses. Este ano preparam-se para lançar o seu 3º disco com temas originais, e conta com três singles, Juntos Somo Mais Fortes, O Meu Lugar e Sei com
participação especial do cantor Miguel Pité. Este último tem sido muito bem recebido pelo público. A banda já teve vários concertos esgotados. Ninguém fica indiferente a qualidade do trabalho dos Amor Electro e a inconfundível voz da Marisa Liz. Um dos grandes trunfos da banda é a transversalidade, chegam sempre ao público em geral de forma consistente, enérgica, dramática e com mensagens de cariz motivacional e de Amor. No dia 15 de Setembro estarão a atuar na Expoval 2017, Ermesinde às 22h. Michelle Silva
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Sofia Escobar Sofia Escobar nasceu na cidade berço de Portugal, Guimarães onde desde pequena quis viver outras vidas e utilizou a sua fértil imaginação para conseguilo. Assim, para perseguir os seus sonhos em 1998 ingressou na companhia de teatro “A Oficina” onde, como atriz residente, participou em diversas peças apresentadas em Portugal e também no Brasil. Na mesma altura, a jovem audaciosa decide ter formação musical, passando a estudar canto e piano na Academia de Música Valentim Moreira de Sá. Algum tempo mais tarde, frequentou o curso básico de canto do Conservatório do Porto, enquanto adquiria experiência cantando em diversas cerimónias. Então, surge o seu primeiro papel em teatro musical, na peça de Artur Guimarães, “Scents of Light”. Já depois da conclusão do curso do Conservatório, Sofia é escolhida para dar voz às músicas da trilogia “Aladino”, da Walt Disney,
no papel de Jasmine. É nesta altura que a atriz decide adquirir mais conhecimentos e começa a estudar em Londres. A jovem aventureira obteve a oportunidade e veste assim, 50 anos depois da estreia de West Side Story, a pele da porto-riquenha Maria que se apaixona por Tony, antigo líder do gangue rival do seu irmão. A crítica foi unânime e por isso a atriz portuguesa foi elogiada pelos grandes jornais londrinos e nomeada para os principais prémios do teatro britânico, tendo ganho o de Melhor Atriz
de Teatro Musical. A sua paixão pela música e pelo teatro estendese também à televisão e ao cinema, querendo-se dar a conhecer ao público português, participando em novelas como Morangos com Açucar e Ouro Verde como também fazendo parte do Júri do programa Got Talent Portugal. Atualmente, a atriz esta a representar em Londres o papel de Christine no Musical “O Fantasma da Opera”. Sofia Escobar atua na Expoval no dia 16 às 22h. Manuel Sampaio
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Associação Académica de Ermesinde na Expoval
A Associação Académica e Cultural de Ermesinde completou em abril do ano corrente 18 anos de existência. Desde a sua fundação, inicialmente para dar corpo à formação de um grupo Coral, a AACE não tem parado de crescer, quer em número de associados, quer na diversidade das atividades que proporciona aos seus associados. Hoje esta associação consubstancia-se numa das maiores associações culturais da nossa região, com valências diversificadas nas áreas do canto, da música e da representação cénica, representada pelas seguintes atividades: “Orfeão de Ermesinde” – Grupo Coral “TocAtocar” – Grupo de Música Tradicional Portuguesa “Casca de Nós” – Grupo de Teatro “Os Casquinhas” – Oficina de Teatro Grupo de Cantares – “Voz Ligeira” “Arco Iris” – Coral Juvenil “IrisCorus” – Coral Juvenil Danças de Salão Danças Criativas “Move On-Dance” – Danças Urbanas “Ermesinde a Bombar” – Grupo de Bombos Escola de Música – Ensino de Canto e instrumentos variados. Participam nas diversas atividades e escolas da associação cerca de 300 associados de todas as idades, maioritariamente munícipes da nossa cidade, mas também alguns oriundos de concelhos vizinhos. A Associação Académica e Cultural de Erme-
sinde encontra-se perfeitamente enquadrada na comunidade em que se insere, participando em inúmeras iniciativas promovidas pela Câmara Municipal e pela Junta de Freguesia de Ermesinde. Organiza e promove alguns eventos culturais, de carácter anual e que já fazem parte da vida cultural da nossa cidade, designadamente: Encontro Internacional de Coros da Cidade de Ermesinde – 10ª edição Gala dos Coros Juvenis – 5ª edição Encontro de Grupos de Música Tradicional Portuguesa – Cidade de Ermesinde – 3ª edição. Grande Fim de semana de Teatro – 3ª edição Festival de Danças, que vai na sua 2ª Edição. Numa organização conjunta com a Junta de Freguesia de Ermesinde, a AACE promove a realização da Noite Branca e dos Bombos na nossa cidade, anualmente enquadrada nas festividades comemorativas do aniversário da nossa cidade, correspondendo atualmente ao maior evento em que se envolve. Os diversos grupos da associação, quando solicitados, colaboram com inúmeras associações e coletividades recreativas e humanitárias, em parcerias e animações culturais, dentro e fora do Município de Valongo e tem participado em diversos encontros culturais em vários pontos do país e até na vizinha Galiza, onde o Orfeão de Ermesinde tem participado em inúmeros concertos corais, em intercâmbio cultural com grupos corais Galegos. Pelo relevante serviço à cultura da nossa cidade, a Associação Académica e Cultural de Ermesinde foi agraciada em 2015 com a Medalha de Mérito da Cidade de Ermesinde, pela Junta de Freguesia de Er-
mesinde. O Grupo “Voz Ligeira” na Expoval 2017 O Grupo “Voz Ligeira” participa a convite da Câmara Municipal de Valongo na Expoval da nossa cidade, apresentando, na senda de trabalhos anteriores, uma homenagem a um cantor nacional, desta vez a Rui Veloso, concerto que encerrará a exposição. A “Voz Ligeira” já apresentou na nossa cidade trabalhos temáticos de homenagem a diversos cantores nacionais e regiões continentais, entre os quais se destacam o Tributo a Zeca Afonso, Tributo a Carlos Paião, Tributo ao Cante Alentejano e o Tributo a Ary dos Santos. Relativamente ao Tributo a Ary dos Santos, para além de duas apresentações realizadas no Fórum Cultural da cidade de Ermesinde, realizou outra no Centro Cultural de Campo, tendo este trabalho sido já apresentado nos municípios de Paredes e Paços de Ferreira e muito recentemente em duas freguesias da Ilha de São Miguel, do arquipélago dos Açores mais concretamente nas freguesias de Rosário e Livramento. No Tributo a Rui Veloso, para além do grupo “Voz Ligeira”, participa no espetáculo a valência de “Danças Criativas” igualmente da Associação Académica e Cultural de Ermesinde e numa parceria com o CEF, com um par de dança da BDANCE. A orientação técnica do grupo está a cargo do Maestro Jorge Pires.
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Expoval 2017
Expoval mostra o melhor do concelho O Município de Valongo em parceria com a Cooperativa dos Produtores Agrícolas de Valongo vai promover a realização da Expoval 2017, com o lema Valongo desde 1836 a caminhar para o futuro. Será de 13 a 17 de setembro e a Expoval ocorre com uma periodicidade bianual, constituindo-se no presente como uma das Mostras de Atividades Económicas com maior impacto na Área Metropolitana do Porto, realça-se o elevado profissionalismo e sentido de inovação da última edição, a EXPOVAL’15 - Valongo, que teve como lema um território onde investir, e que envolvendo uma área de exposição de 1800m2, contou com cerca de 220.000 visitantes, mobilizando quase 110 entidades e ofereceu um programa fortemente mobilizador em várias vertentes. Este ano e durante cinco dias, o Parque Urbano de Ermesinde será palco de uma síntese elucidativa daquilo que melhor caracteriza o concelho de Valongo e a Região. Durante cinco dias, o Parque Urbano de Ermesinde será, uma vez mais o local para mostrar o que se faz em Valongo e na região. A programação (que poderá eventualmente sofrer alterações) é a seguinte: 13 de Setembro 19h00 às 20h00: Animação de rua com os Zés Pereiras Lusitanos) 20h00: Brinde de boas vindas (exclusivo a expositores) 20h15: Quinteto com elementos da Banda de Música de Campo (palco inauguração) 20h30: Inauguração 21h00: Atuação do Centro de Dança de Valongo (palco alternativo)
22h00 : Concerto “DO CINEMA PARA A BANDA” – Uma viagem às emblemáticas bandas sonoras dos grandes filmes do cinema – Banda Musical de S. Martinho de Campo (palco principal) 14 de Setembro 14h00 às 17h00: Workshop de Gestão Financeira – Associação Industrial e Empresarial de Valongo 15h:00: Abertura da Feira 15h00 às 16h30: Oficinas temáticas da Biblioteca Municipal de Valongo (palco Núcleo do Biscoito) 16h às 17h: Oficina do Biscoito e do Brinquedo do Museu Municipal de Valongo 17h00: Teatro Infantil – “CONTOS LENGA LENGAR” da Associação cabeças no Ar e Pés na Terra (palco alternativo) 18h00 às 22h00: NetWorking Empresrarial e Jantar de Negócios “À mesa com empresários” (Fórum Cultural de Ermesinde) 21h30: CONCERTO CUCA ROSETA (palco principal) 23h00: Atuação de um DJ 15 de Setembro 14h00 às 17h00: Workshop de Gestão Financeira – Associação Industrial e Empresarial de Valongo 15h:00: Abertura da Feira 15h00 às 16h30: Demonstrações URBAN FIT (palco alternativo) 15h00 às 16h30: Dança pelo Centro Recreativo Estrelas da Balsa (palco núcleo do Biscoito) 15h00 às 15h30: Workshop ARU/ORU (Fórum Cultural de Ermesinde) 15H30às 16h15: Workshop PUZIEC (Fórum Cultural de Ermesinde)
17h00 às 19h00: Animação de rua com FILHOS DA PAUTA 22h: CONCERTO AMOR ELECTRO (palco principal) 23h00: Atuação de DJ 16 de Setembro 14h00 às 15h00: CAFÉ EMPR EENDER DOR “Uma pausa para o café” (espaço workshop) 15h:00: Abertura da Feira 15h00 às 19h00: Trabalho ao vivo (ARDÓSIA + BRINQUEDO + PÃO ) 15h00 às 16h00: Animação de RECINTO BRINQUEDOS HUMANOS GIGANTES 15h00 às 16h00: II CURSO DE VINHOS VERDES (espaço workshops) 15h00 às 17h00: Demostrações de ARTES MARCIAIS: Academia Tigre Branco/ Clube Karaté de Valongo / F.C. Estrelas Susanenses secção de Taekwondo (palco alternativo) 16h00 às 17h00: Atuação do Grupo de Cavaquinhos do Teatro Amador Susanense (palco Núcleo do Biscoito) 19h00 às 20h00: Animação de rua BOINAS VERDES 21h00 às 21h30: Concerto OLCA – Orquestra Ligeira de Campo 22h: CONCERTO SOFIA ESCOBAR com participação especial da Escola de Dança de Ermesinde 23h00: Atuação de DJ 17 de Setembro 12h00 às 12h30: Animação de rua BANDA ÀS RISCAS 12H30/ 20H: SOMOS PORTUGAL – TVI 14h00 às 15h00: TEATRO E DANÇA – Grupo Dramático e Recreativo da Retorta (palco alternativo) 14h00 às 14h30: Atuação de dança POWER DANCE (palco Núcleo do Biscoito)
14h00 às 15h30: Animação de rua BANDA ÀS RISCAS 15h às 16h: MÚSICA TRADICONAL PORTUGUESA – “Os Mesmos” da Associação Recreativa e Cultural Vallis Longus (palco Núcleo do Biscoito) 15h às 16h: PREGÃO DO PÃO – Rancho As Padeirinhas de Valongo (palco artesanato) 15h00 às 16h00: FOLCLORE – Rancho Folclórico do Centro Social e Paroquial de Alfena (palco alternativo) 15h00 às 17h00: SHOW COOKING CHEFE ARNALDO AZEVEDO – Apresentação e Degustação da “Ementa Típica de Valongo” (Espaço workshops)
15h00 às 19h00: Mostra de trabalho ao vivo 16h30 às 17h30: Atuação do Rancho Regional de Campo (palco alternativo) 18h00 às 18h45: Animação de recinto e representação teatral “As Padeiras de Valongo” pela Associação Fora d’horas (Palco Núcleo da Regueifa) 20h00: Sessão de encerramento 21h30: Concerto TRIBUTO A RUI VELOSO pelo Grupo Voz Ligeira da Associação Académica e Cultural de Ermesinde (palco alternativo) Durante todo o eventos haverá Animação no espaço da mostra: Brinquedos Humanos Gigantes pela Associação Cabeças no
Ar e Pés na Terra; Espaço com Insuflável para crianças (tenda com animação diária entre as 15h e 23h) – Dinamização pelo Centro Recreativo Estrelas da Balsa EXPOSIÇÃO “ As principais industrias do concelho de Valongo entre a segunda metade do séx XIX e a primeira do séc XX. EXPOSIÇÃO “No rasto das Trilobites”. EXPOSIÇÃO “Serras do Porto” Durante o evento haverá também dinamização de Jogos Tradicionais pela Associação de Coletividades de Valongo
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Diversos
Abertura do Ano Escolar
O Presidente da Câmara Municipal de Valongo, José Manuel Ribeiro, presidiu à sessão de abertura do ano escolar 2017/18, manifestando esperança no avanço da requalificação de todo o parque escolar do Concelho, quer nas escolas do Município, quer nos estabelecimentos de ensino que são responsabilidade do Governo. “Sem falsos otimismos, estou convencido que vai haver reforço de verbas comunitárias”, afirmou o autarca, destacando também os excelentes resultados das escolas de todo o concelho, mesmo nas que não têm boas condições físicas. “Temos um Projeto Educativo Municipal que nos orgulha a todos e somos das poucas câmaras que tem e implementa um Plano de Ação”, disse. Na abertura do ano escolar abrilhantada por jovens músicos da Banda de S. Martinho de Campo, destacou-se ainda a apresentação do projeto «MAIS VAL – Melhores Aprendizagens, Inovação e Integrado e Inovador de Combate ao InsuSucesso em Valongo», no âmbito do Plano cesso Escolar.
CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGO
Cobertura nova na Junta
O edifício da Junta de Freguesia de Valongo tem uma nova cobertura. A cobertura, em soletos tradicionais de lousa, instalada aquando da construção do edifício, tornava-se perigosa, com vários soletos a cairem e a colocarem em perigo os transeuntes. Desta forma o executivo decidiu avançar com a colocação de novos soletos e melhorar as condições de isolamento da placa de telhado. Foi colocado material de impermeabilização e nova cobertura em soletos. Na oportunidade o edifício foi também pintado. Recorde-se que o edificio havia sido objeto de inter-
venção no interior há cerca de dois anos. Para Ivo Neves, estas intervenções foram necessárias, uma vez que é importante proteger o pa-
trimónio da autarquia. O edificio foi construido na década de setenta. A intervenção esteve a cargo da empresa Ardósia Real.
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Diversos
Apresentação da ADV e homenagem aos campeões
No passado dia 8 de setembro a Associação Desportiva de Valongo apresentou as suas equipas para a época 2017/2018. Para além disso, as várias centenas de pessoas que tornaram o largo do Centenário numa “catedral” da ADV, tiveram a oportunidade de assistir à
homenagem aos campeões europeus de sub-17 e mundiais de sub-20, respetivamente João Pedro, Tiago Freitas, Diogo Barata e Diogo Abreu (nos sub 17) e Tomás Pereira, Carlos Ramos e Bernardo (sub-20). Outro aspeto da festa da ADV foi a apresentação
do autocarro do clube. Nos discursos, José Dias, presidente do clube, Ivo Neves, presidente da Junta de Valongo e Orlando Rodrigues, mostraramse confiantes numa boa época do clube de Valongo, que tem sido um autêntrico embaixador do concelho.
Livro sobre a bugiada O novo livro da coleção da Progestur «Rituais com Máscara», é inteiramente dedicado à Festa da Bugiada e Mouriscada de Sobrado, uma das principais logomarcas do Município de Valongo. A mais recente publicação da Progestur foi apresentada publicamente no dia 31 de agosto no Centro de Documentação da Bugiada e Mouriscada, com a música típica da Festa tocada ao vivo. No auditório completamente lotado, foram também apresentadas as miniaturas das principais figuras desta poderosa manifestação cultural que se realiza uma única vez por ano, em Sobrado, no dia de São João. O novo livro e as miniaturas lançadas no âmbito do programa comemorativo dos 180 Anos do Concelho de Valongo constituem assim novos instrumentos ao serviço da valorização e difusão desta tradição ímpar.
“A publicação de um número da coleção Rituais com Máscaras, dedicado à Bugiada e Mouriscada de Sobrado, é mais um importante e imprescindível passo para o reconhecimento e promoção deste património cultural intangível, vivo e dinâmico”, considera o presidente da Câmara Municipal de Valongo, José Manuel Ribeiro, que assina o prefácio da obra. Editado pela Progestur, o livro «Rituais com Máscara | Rota das Máscaras em Portugal – Valongo» tem como coordenador Hélder Ferreira. Os textos são da autoria de Maria João Nunes e as fotografias são de Elisa Alves, Hélder Ferreira e Nuno Feliz.
No livro é feita uma viagem pelos costumes, rituais e tradições que todos os anos levam às ruas de Sobrado centenas de pessoas, de todas as idades, que se divertem, relembrando as lutas entre mouros (Mourisqueiros) e cristãos (Bugios). Esta viagem pela Bugiada permite também conhecer o património histórico e cultural, as paisagens, a gastronomia e muitas outras atrações do Município de Valongo. O livro «Rituais com Máscara | Rota das Máscaras em Portugal – Valongo» pode ser adquirido no Museu Municipal de Valongo e no Centro de Documentação da Bugiada e Mouriscada.
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Diversos
Columbófilos de Valongo entregaram prémios A sociedade Columbófila de Valongo, agremiação fundada em 1943, a um passo das bodas de diamante, portanto, culminou a época 2017, com uma bonita confraternização columbófila, onde, com os associados e simpatizantes, num total aproximado de 50 pessoas, procedeu á entrega dos prémios do ano em referência, a todos os participantes, com o devido destaque para os cam-
peões .António Barbosa,( ex campeão distrital, 2015) que ganhou a geral, velocidade e Fundo, e, já agora, a taça por eliminatórias, enquanto que o Meio Fundo foi conquistado por Manuel Rosas, que é também proprietário do pombo campeão da colectividade e pombo da fé De salientar o pombo de José Maria Soares que ganhou a velocidade por pombo e, consequente-
mente o terceiro lugar no distrito do Porto. Numa bela tarde de homenagens aos pombos e aos columbófilos, a SC Valongo, lembrou , um campeão valonguense, José Fernando Santos (marmorista) columbófilo, que enquanto praticante teve sempre honras de destaque, quer pelos títulos conquistados quer pela generosidade associativista e que recentemente faleceu.
Ainda em vida, ofereceu um prémio para cada pombo vencedor dos seis concursos de Fundo. Um momento de irreversível saudade. A festa continuou com a respectiva licitação de pombos novos (borrachos) seguido do respectivo corte do bolo de campeão acompanhado do champanhe de celebração Carlos Silva
Columbófilos de Sobrado Concurso de Quadras A Sociedade Columbófila de Sobrado, procedeu à entrega de prémios aos seus associados participantes na campanha referente ao ao 2017, que, no que concerne à prática da Columbofilia , agora terminou.
António Silva campos foi o campeão gera, seguido por José Sousa, aqui representado pelo filho Joel Ribeiro e Domingos Ribeiro (Rifelinho). Valdemar Coelho, foi o vencedor da disciplina de
Velocidade e Meio Fundo e teve ainda o pombo campeão geral da colectividade, enquanto que os Irmãos Melo ganharam a sempre difícil disciplina de Fundo. A cerimónia que contou com a presença dos participantes e convidados, ocorreu num restaurante da Vila de Sobrado, e contou com as presenças do presidente da União de Freguesias, Alfredo Sousa que, juntamente com Manuel Melo, representante da Associação Columbófila Distrito do Porto, que entregaram as faixas aos campeões.
Columbófilos da Azenha No dias 12 de agosto, a Sociadade Columbófila de S. João da Azenha entregou os seus prémios aos vencedores da época. Foi num restaurante em Sobrado e o presidente da coletividade, Laurindo Moreira, disse ao JNR que, apesar de tudo, “a sociedade estava a cumprir o seu papel que era o de divulgar a modalidade e contribuir para o convivio dos associados”. Atualmente competem cerca de 25 columbófilos, tendo o grande vencedor da época sido José Luis
Com apoio do Intermarché (Valongo, Alfena e Jovim) e parceria Jornal Novo, Junta de Valongo e Comissão de Festas, decorreu por altura das festas de S. Mamede um concurso de quadras populares. Na foto vemos a representante do Intermarché Rita Silva, com Ivo Neves, presidente da Junta de Valongo, Francisco Augusto, da Comissão de Festas e os vencedores. 1º Classificado - José Eduardo Abreu S. Mamede aumenta o encanto À imponente procissão E Valongo olha o seu Santo Com amor e devoção!... 2º Classificado - Salomão Coelho de Abreu Na imponente procissão Que faz Valongo, em seu dia, S. Mamede é inspiração Para a mais bela poesia!
Pinto que venceu a geral, o fundo e o meio fundo. Neste almoço foi referido o facto da sociedade
dever continuar a tentar aumentar o número de participantes nas provas anuais.
3º Classificado Arnaldo Oliveira Santos São Mamede, o grande Santo Na Cesareia foi nascido De martírios foi espanto Em Valongo é distinguido.
OUTRAS QUADRAS O Poeta S. Mamede Sempre que chega o teu dia, Vê Valongo e ganha sede De escrever Poesia Martinho Abreu O Padroeiro de Valongo É sem dúvida S. Mamede Consegue arrastar multidões E não há ninguém que impede Tânia Soares S. Mamede é o meu Santo A que rezo todos os dias Que cubra Valongo com o seu manto E dê ao povo muitas alegrias. Albino Poças Ao S. Mamede entristece Ver em seu dia rezar Que em Valongo o esquece Todo o ano em seu altar!... Ana Silvia Monteiro -Do céu, S. Mamede envia Parabéns ao Jornal Novo, Que fez Valongo em seu dia Com quadras cantar-lho o povo! Marta Conceição Abreu -Em Valongo vim morar P’ros ares da serra sorver
O S. Mamede Festejar E o biscoito comer Cristina Gonçalves S. Mamede é padroeiro O povo de Valongo vem salvar Teremos muito gosto em ir vêlo Para os nossos pecados perdoar Nuno Filipe Queirós Quem com lhe reza e pede Em Valongo, o seu pedido Pelo bondoso S. Mamede É com certeza atendido! Marta Abreu -Valongo cumpre a tradição Seu S. Mamede está a festejar Com oito dias de animação E gastronomia para aconchegar José Ferreira da Silva Participaram cerca de 70 pessoas com uma centena de trabalhos. As que aqui apresentamos (além das vencedoras) foram escolhidas ao acaso entre as participantes. Para os vencedores houve prémios em compras no Intermarché no valor de 100, 540 e 25 euros.
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Solidariedade
Pedalar 1200 quilómetros por uma causa solidária Chama-se André Carvalho e aos 36 anos prepara-se para mais uma aventura. Bem, não será mais uma mas sim A AVENTURA. 90 horas para percorrer 1200 quilómetros. É verdade. Mil e duzentos quilómetros. A distância que separa, por exemplo,o Porto e Paris. E sim, em 90 horas a contar ininterruptamente. Habituado a lides semelhantes, embora nunca tenha ido além dos 738 (!) quilómetros seguidos quando percorreu de lés-alés a Estrada Nacional 2 em 57 horas, André Carvalho quis fazer algo mais com esta aventura. Quis que o seu esforço fosse, de alguma forma, benéfico para a comunidade que o acolhe há muitos anos. E assim surgiu a ideia de contactar uma série de empresas do concelho que se disponibilizassem a oferecer a uma causa solidária 10 cêntimos por cada quilómetro que conseguisse percorrer. O valor total angariado será depois encaminhado para a aquisição de equipamentos de proteção individual para os Bombeiros Voluntários de Valongo. Se bem o pensou, melhor o fez. Nos últimos dias, o pouco tempo livre tem sido dividido entre a preparação física para a prova e os contactos com empresas do concelho. Apesar de algumas contrariedades, André Carvalho não desmoraliza e mantém-se firme na convicção de que vai juntar o útil ao agradável. “Participar nesta prova é fruto da minha paixão pelas bicicletas, por este tipo de desafios e como corolário natural de outras aventuras semelhantes. A ideia de a tornar solidária foi uma consequência do enorme respeito que tenho pelo trabalho realizado pelos bombeiros voluntários, em condições
nem sempre ideais, e da possibilidade de poder fazer algo de concreto pela minha comunidade. Falei com o comandante Bruno Fonseca que se mostrou desde logo disponível para embarcar nesta aventura e acredito que, com a ajuda do tecido empresarial do concelho e da população em geral, conseguiremos alcançar os objectivos comuns”. Surpreendido pela dimensão da prova mas não pela vertente solidária que lhe foi dada, Bruno Fonseca, comandante dos Bombeiros Voluntários de Valongo, manifestouse “orgulhoso pela forma como os valonguenses têm, das mais variadas maneiras, mostrado o seu apoio aos bombeiros. A iniciativa do André é extraordinária a todos os níveis pois trata-se de um duplo esforço: o de fazer uma prova de 1200 quilómetros em 90 horas e o de angariar uma verba que se destina a algo tão importante quanto a aquisição de equipamento de proteção individual para os bombeiros”. Conhecedor do habitual contributo das empresas do concelho para com os bombeiros, ainda assim o comandante mostrou-se convicto da adesão a esta iniciativa. “Deixo aqui o apelo às empresas do concelho de Valongo para que apoiem esta ideia e, consequentemente, os bombeiros. É importante que o André veja reconhecido o seu esforço para que possa cumprir a sua missão e deixar-nos a todos orgulhosos”. Consciente da magnitude do esforço a que vai estar sujeito, André Carvalho mostra-se confiante no duplo sucesso desta aventura e lança um repto a todos os valonguenses. “Apesar de ser uma prova quase solitária, deixo aqui o apelo para que todos se envolvam pois o contributo está aberto a todos. Acredito que no fim
seremos muitos a concluir este desafio e a contribuir para uma causa tão nobre quanto a de equipar os nossos bombeiros para que possam desempenhar o seu trabalho com mais qualidade e, sobretudo, com segurança”. Alma cheia, bicicleta afinada e pernas preparadas. Resta esperar que a solidariedade dos valonguenses consiga dar a força extra que o André Carvalho necessita para atingir os seus objetivos: completar 1200 quilómetros em menos de 90 horas e angariar uma verba significativa para a causa dos Bombeiros Voluntários de Valongo.
SAIBA COMO AJUDAR Além das empresas e entidades, também os particulares se poderão associar a esta iniciativa através de um donativo. Estes donativos serão entregues aos Bombeiros Voluntários de Valongo e serão utilizados para a compra de Equipamentos de Protecção Individual (EPI). Para contribuir poderá fazer uma Transferência bancária para o IBAN: PT50 0035 0284 00699748500 19 Todas as informações acerca desta iniciativa estão disponíveis no site www.bvv1200km.eu ou poderão ser obtidas via email para bvv1200km@ andrecarvalho.eu
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Diversos
O Rendimento Escolar e a Visão
Conselhos de Saúde A sua visão 9
Uma em cada cinco crianças têm problemas de visão que afetam o rendimento escolar Poucas coisas são tão prejudiciais para o desenvolvimento de uma criança, e para a sua qualidade de vida, como os problemas de visão. Não ver bem pode provocar problemas sociais, no desenvolvimento e até no desempenho escolar. A Organização Mundial de saúde (OMS) estima que 7,5 milhões de crianças em idade escolar tenham algum tipo de deficiência visual, no entanto só 25% delas apresentam sintomas. O sistema visual evolui, desde o nascimento até sensivelmente aos 12 anos de idade, período durante o qual, o olho cresce e se desenvolve em função de estímulos visuais (luz e formas). Caso o olho seja privado desses estímulos durante o seu desenvolvimento, a visão estaciona ou regride, podendo apresentar baixa visão - ambliopia.
As causas da privação desse estímulo podem deverse a erros refrativos não corrigidos, como a miopia, hipermetropia, astigmatismo, assim como a anisometropia ou problemas binoculares. Nas atividades escolares, as crianças passam a maior parte do tempo a praticar atividades ao perto. É necessário, portanto, terem uma boa visão de perto e uma boa percepção para lerem mais rapidamente e compreenderem o que leem. Quando há problemas no processamento da informação visual, as crianças, efetivamente, precisam de um maior esforço de concentração, que se traduz em falta de atenção e de motivação para a leitura e escrita. A longo prazo, estes problemas podem levar ao insucesso escolar, pelo que deve ser o educador (pais ou professor) a estar atento. A lentidão ou rejeição das tarefas que exigem esforço visual, o fechar ou tapar um dos olhos, apresenta letras tortas e grandes para a idade, os erros a copiar do quadro são sinais de alerta. As dores de cabeça, náuseas, olhos vermelhos, inchados ou lacrimejantes, estrabismo (olhos desviados para o nariz ou para fora) e fotofobia (dificuldade em suportar a luz) são sintomas que não devem ser ignorados. Os rastreios visuais na infância, pelo menos, a partir dos 3/4 anos, têm
elevada importância, pois através destes conseguemse detetar os problemas oculares e a deteção precoce é fundamental para o tratamento antes de virem a arrastar consigo outros mais vastos e, também, de forma a aumentar a probabilidade de sucesso dos tratamentos necessários. Para promover a saúde visual, os pais e educadores devem providenciar boa iluminação, cadeira e secretária adequadas para tarefas de leitura, corrigindo posições erradas (como ler deitado de barriga para baixo) e certificarem-se de que a distância de leitura é de 30 a 40 centímetros. No computador os olhos devem estar a um nível superior (15 a 20º) do centro do monitor e a distância da televisão deve ser cinco vezes a largura do ecrã. Informe-se mais e melhor connosco. Tire todas as suas dúvidas na sua ótica de confiança! Encontrenos na Opticalia Valongo, na Rotunda 1º Maio nº 44, 4440-519 Valongo. Contacto telefónico: 224 226 164
JUSTIFICAÇÃO Notária Maria Clara Cardoso Figueiredo da Cruz Cartório Notarial Praceta Henrique Moreira, 38, União das Freguesias de Santa Marinha e São Pedro da Afurada, concelho de Vila Nova de Gaia, concelho de Vila Nova de Gaia, 4400-346 Vila Nova de Gaia: CERTIFICO, narrativamente para efeitos de publicação que, neste Cartório, de folhas 76 a folhas 77 verso do Livro de Notas Para Escrituras Diversas 82 - A, se encontra exarada uma escritura de justificação, com data de 12/09/2017, na qual MARIA CRISTINA SUZANO DE CAMPOS FERREIRA (nif 156 437 783), solteira, maior, natural da freguesia de Paranhos, concelho do Porto, residente na Rua São Gonçalo, número 90, União das freguesias de Campo e Sobrado, concelho de Valongo, com o cartão de cidadão 07302744 8 ZZ1, válido até 01/06/2021, justificou, por não possuir título, a aquisição por usucapião do prédio rústico, situado em Coche, União das freguesias de Campo e Sobrado, concelho de Valongo, com a área de mil cento e cinquenta metros quadrados, composto de mato, a confrontar do norte com José Joaquim Alves Moreira, do sul com caminho, do nascente com Joaquim Ferreira Barbosa (herdeiros)
e do poente com Sortes do Vale Facho de Cima, atualmente inscrito na matriz predial rústica sob o 2512 da União das freguesias de Campo e Sobrado em nome de José Sousa Susano, anteriormente inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 1512 da extinta freguesia de Campo, omisso na Conservatória do Registo Predial de Valongo. A justificante não dispõe de título formal de que resulte pertencer-lhe a propriedade plena do referido prédio – foi-lhe doado por seus pais, Maria Arminda da Silva Suzano de Campos Ferreira e Vitorino Carlos de Campos Ferreira, casados sob o regime da comunhão geral de bens, já falecidos, respetivamente, em quatro de abril de dois mil e quatro e em dezasseis de março de dois mil e oito, naturais, ela da freguesia de Campo, concelho de Valongo e ele da freguesia e concelho de Penafiel e residiam na Rua São Gonçalo, número 90, na freguesia de Sobrado, concelho de Valongo - por
contrato meramente verbal, em data que não pode precisar, mas que terá sido no ano de mil novecentos e noventa, há, portanto, mais de vinte anos. Que os seus indicados pais Maria Arminda da Silva Suzano de Campos Ferreira e Vitorino Carlos de Campos Ferreira haviam adquirido o dito imóvel por doação meramente verbal feita, por volta do ano de mil novecentos e setenta, à sua mãe pelos seus avós maternos José de Sousa Suzano (o titular inscrito na matriz) e Maria Esperança da Silva, já falecidos, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, eram naturais da freguesia de Campo, concelho de Valongo, onde residiam, no Lugar da Coletinha. Está conforme o original. Cartório Notarial, em 12/09/2017. A Notária, Maria Clara Cardoso Figueiredo da Cruz
Dra. Rosária Barbosa
CÃMARA MUNICIPAL DE VALONGO AVISO N.º 138 ALTERAÇÃO AO ALVARÁ DE LOTEAMENTO N.º 553/1982, DE 12/10 ADITAMENTO N.º 23/2017 ------Nos termos do Art.º n.º 27º do decreto-lei n.º 555/99 de 16 de Dezembro, na redação vigente, torna-se público que a Câmara Municipal de Valongo emitiu em 8 de setembro de 2017, o aditamento n.º 23/2017, em nome de Joaquim Fernando Martins Camões, ao alvará de loteamento n.º 553/1982, de 12/10, através do qual é aprovada a alteração ao loteamento sito na Rua João de Deus, na freguesia de Valongo, concelho de Valongo, por despacho de 31/08/2017, anexo ao processo de loteamento n.º 101-VL/1980, em nome de Álvaro Carlos Reis Figueira, e consta do seguinte: ----- A alteração incide exclusivamente sobre o lote nº 6 e consiste:------------------ Alteração da implantação, aumento da área do piso do andar e previsão de mancha de anexos. Quanto às demais especificações, são mantidas as especificadas no alvará de loteamento. ------------------------------------------------------ Valongo e Paços do Concelho, 8 de setembro de 2017. -----------------------O Presidente da Câmara Municipal,
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(Dr. José Manuel Ribeiro)
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13 setembro 2017 Jornal Novo Regional
A Civilização da Lousa DOCUMENTO O étimo ou a origem da palavra soleto, permaneceu imutável, ao longo do tempo. Penso que, nunca foi submetido a algum estudo etimológico. A socialização dos operários nas minas de lousa em Valongo, com este termo, iniciou-se, certamente, após 1865, aquando da instalação em Valongo da empresa inglesa: “ The Vallongo Slate & Marble Quarries Company, hoje, Empresa das Lousas de Valongo, SA. Esta empresa foi, em Valongo, o motor da indústria lousífera. Apesar de ser um nome comumente aceite, esta palavra, apenas surgiu no Grande Dicionário da Língua Portuguesa – Alfa – de José Pedro Machado de 1991 – Vol. VI – Pág. 125. (Soleto (ê) s.m. Telha de ardósia para cobertura de habitações). No início da década de setenta, com residência no Susão, visitei, pela primeira vez, uma mina de lousa – Pataca (?) ¬¬¬¬¬-, sita nesta aldeia. Deparei com três operários, que sob um alpendre rudimentar de chapa, sustentado por dois barrotes, manuseavam a lousa. Um deles, rachava pequenos blocos retangulares de lousa, donde saíam ladrilhos. Um outro, com um ferro afiado na ponta, (uma lima velha?) riscava o molde de uma chapa arredondada, nas lousas. O terceiro, com um tipo de facão, cortava a extremidade da lousa, arredondandoa, pela linha traçada. Quando lhes perguntei o que faziam e qual o destino das lousas, retorquiramme prontamente: “ – São soletos! O senhor nunca andou de soletas?!” Informando-me, de seguida o destino da sua produção: exportação, para a cobertura de telhados. A partir daí, sabia que os soletos eram derivados do termo soleta, um calçado de pau, bastante utilizado, nesse tempo, e noutros subsequentes, por gente pobre, sem meios para adquirir calçado de couro. Mais tarde, muito mais tarde, ouvi comentar que soleto, seria derivado, por corrupção evolutiva, de slate (lousa) – termo que constava do nome da empresa inglesa (The Vallongo”Slate” & Marble Quarries Company). Fiquei espantado, mas reco-
O Soleto de lousa e a sua etimologia nheço que a opinião não é nada descabida. No entanto, a minha visão do termo é diferente. Poderá ser polémica, mas os argumentos parecem válidos. Senão, vejamos. Se o leitor se libertar do seu tempo – deste tempo – e, penetrar na época da segunda metade do século XIX, aperceber-se-á, de muita gente a andar descalça, nas ruas: crianças, jovens e adultos. Ao seu ouvido, chegará, os sons do calçado de pau: chancas, socos…, e soletas, evidentemente. As soletas, eram um calçado de pau do feitio do pé, cuja forma se parecida com os soletos (redondos), produzidos nas minas de Valongo. Era um calçado de rasto de madeira, sem gáspea, possuindo apenas, transversalmente, uma tira de couro, pregada à soleta, na zona onde se situava o peito do pé. Nesta análise, devemos ter presente que, se nas pedreiras de lousa se fabricavam vários tipos de produtos. Porque foi apenas este, a denominar-se, soletos? Certamente, devido à sua semelhança com as soletas! Em 1951, em plena infância, com os meus sete anos de idade, os trolhas da construção civil, utilizavam este tipo de calçado, assinalando, ruidosamente, a sua passagem. Algum calçado de rasto de madeira, para evitar o ruído, dispunha de pequenas tiras de couro pregadas ou coladas, para amortecer o ruído. Nessa época, brincava na rua descalço. Os sapatos, eram um luxo. Apenas os calçava para me deslocar fora da minha área residencial, ou para as deslocações de e para a escola primária. Alguns dos meus amigos, ainda menos favorecidos, levavam para a escola as suas chancas. As soletas, faziam parte do calçado de pau ou madeira, usado por muitos e muitos portugueses. Na cidade do Porto, realizavam-se periodicamente, em locais fixos, feiras de calçado de pau, onde os artesãos, para além de outros materiais de madeira, expunham ainda: chancas, socos, socas, soletas…. Um habitante do Susão, recorda os anos cinquenta: “ - Quando íamos ao Porto, tínhamos que calçar as so-
letas para não sermos multados pela polícia. Pagavase 2$50 de multa”. Em minha opinião, os operários, ao iniciarem, nas minas de lousa, o manuseamento com este tipo de produção. Ter-se-iam, apercebido, imediatamente, da sua semelhança, por analogia, com as soletas (calçado de pau). Daí, a sua denominação: soletos. Uma reação simples e natural, sem precisarem de tempo, até surgir, por degenerescência, de slate (lousa) o termo soleto. Permitam-me… de um nome do feminino (soleta) para um masculino, (soleto). No tempo do calçado de madeira, muitas soletas eram facilmente elaboradas, sem quaisquer preciosismos ou requinte, e muito menos com preocupações de adaptação à anatomia dos pés. De um pequeno retângulo de madeira, com poucos centímetros de grossura, por vezes, apenas arredondado numa das extremidades, onde se posicionavam os dedos do pé, faziam-se soletas. Daí a sua semelhança com os soletos. Imagine-se, naquele tempo, adquirir calçado de couro, para toda a família… No entanto, algumas soletas eram bem elaboradas e adaptadas ao pé, revelando o talento e a arte do artesão. Os soletos personificam a lousa e a região de Valongo. Deveriam fazer parte do cartão-de-visita desta cidade. A sua presença, são um elo de ligação a um passado herdado, que deverá ser mantido a todo o custo. Eles cobrem e embelezam, por todo o mundo, e em Portugal, muitos dos grandiosos e magníficos edifícios, arquitetonicamente monumentais. Estes edifícios, sentem-se coroados com a sua distinção e magnificência. Não fosse a lousa (ardósia) uma rocha ornamental. Fotografei, em todas as regiões concelhias do Vale do Douro, inumeráveis edifícios, “assoletados” (cobertos ou revestidos de soletos), redondos ou ogivais. Da mais simples e mais elaborada casa de habitação, até aos solares e casas apalaçadas. Foi a estrada de ferro, construída de 1875 a 1887, que permitiu transportar de comboio, para todo o vale, os soletos de Valongo.
Sempre me surpreendeu esta atração e fascínio das antigas e contemporâneas populações durienses, pelos soletos de lousa de Valongo. Enquanto os fotografava, imaginei, com algum romantismo, à mistura com alguma ingenuidade, que a sua sedução se deveu, à semelhança dos soletos, com os preciosos bagos dos cachos de uvas, com que produzem e concebem, o famoso vinho do Porto, um néctar dos deuses. Ainda hoje, quando me desloco ao Douro, deliciome, aqui e ali, com os seus edifícios revestidos de soletos de Valongo. Os soletos, são parte integrante da sua paisagem. É mais fácil substituir uma telha do que um soleto. Os soletos necessitam, ou de um especialista ou de um entendido. A substituição de um soleto, obriga à remoção dos soletos contíguos. A aplicação cuidada dos soletos, tendo em conta a sua qualidade, com alguma manutenção, poderá durar séculos. Há exemplos
disso. A sua impermeabilidade é superior à cobertura de cerâmica, suportando e protegendo a cobertura ou o revestimento, da poluição e dos agentes atmosféricos. Tanto mais que Portugal, possui um clima menos agreste do que os outros países. Os soletos de algumas empenas ou painéis, de algumas habitações, estão a desaparecer, substituídos por outros revestimentos, nomeadamente, chapa zincada. Alguns conjuntos de soletos, apresentam apenas a falha de um ou outro soleto. A sua lacuna, a manter-se, será uma porta aberta, para a infiltração da humidade ou águas pluviais, que destruirá, inevitavelmente, a caixilharia (armação) de madeira, que suporta os soletos. Será que, em Valongo, não se poderia criar um pequeno gabinete, que apoie, ajude, sensibilize, motive, e estimule, o prazer pela conservação e preservação dos soletos, evitando-se a sua degradação? Permitindo assim, que alguns arruamentos de traça e
ambiente medievo, não se descaracterizem? Possuímos uma identidade cultural e características físicas e geográficas próprias, que não permitem que Valongo seja apenas, a continuidade de outras terras. Quem sabe se com esta atitude, não se poderá criar um nicho de mercado, extensivo a outras regiões, onde os soletos estão a sofrer e padecer do mesmo mal, reanimando e revitalizando a sua produção? Há três meses, como há 10 anos, visitei em Ovar (Cidade Museu do Azulejo), a ACRA – Atelier de Conservação e Restauro de Azulejos. Há técnicos que se deslocam para prestar apoio e esclarecimentos sobre os azulejos, com o objetivo de os restaurar e proteger. Os soletos também decoram e embelezam. Não precisam de ser restaurados, nem tão pouco concebidos, individualmente, para integrarem o seu conjunto, como os azulejos. Elaborar publicações, alertando os valonguenses para a valorização, salvaguarda e preservação dos soletos, um património tradicional, parece-me um imperativo cultural, relevante. Os valonguenses, que de geração em geração, protegem os soletos, que cobrem e revestem as suas casas, merecem o nosso respeito, pela sua atitude tradicional e cultural. Aqui deixo o meu exequível contributo, de cidadania, com uma sugestão e um apelo em prol dos soletos. Um trabalho e um convite à reflexão sobre a Civilização da Lousa, para que esta se valorize e não caia na tentação do seu esquecimento. Texto e fotos de Joaquim Manuel Pereira Marques – 07.09.2017
Soletos redondos
Valongo - 1990 - Edifício “assoletado”, já desaparecido. Situava-se na Rua Fonseca Dias, (N 15). Mesmo em frente à Rua da Estação.
Jornal Novo Regional 13 setembro 2017