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8 de fevereiro de 2018

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custo 0,5 euro

diretor: agostinho ribeiro

AD Valongo vence distritais de sub 13, sub 15 e sub 17

Secretรกrio de Estado em Valongo para defender CPN vence distrital feminino limpeza da floresta em basquetebol sub 16


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Jornal Novo Regional 8 de fevereiro de 2018

Abertura Opinião de

Rui Machado *

A arte será sempre um mote extraordinário para as mais profundas reflexões. Querendo avançar para uma discussão tão sedutora quanto inquietante como é a das tentações, pareceu-me bem ir até ao Museu de Arte Antiga e olhar com os olhos da deferência o tríptico “As Tentações de Santo Antão”. A razão é simples. Esta obra que fechou a época mediaval da autoria do holandês Hieronymus Bosch tem aquilo que considero importante para pensar e tentar perceber a nossa realidade ocidental e cristã. A sua importância não sou eu que lha dou, pela razão insofismável de ser um zé-ninguém. São as visitas estrangeiras ao museu português que o elegem como a obra-prima do espa-

Das tentações à condição humana ço, talvez injustamente pois partilham a casa com a obraprima universal “Painéis de São Vicente” atribuídos a Nuno Gonçalves, mas hoje não é dia para falar disso. Cedo o homem tentou perceber o que se passa com ele próprio no domínio das tentações. Tanto que as religiões tomaram conta desse conceito formulando explicações e teorias que mais não eram (e são) formas de segurar crentes e soldá-los a todos os seus dogmas. Mais nenhuma pessoa ou instituição temeu tanto o tema como a religião, nomeadamente aquela que por nós prevalece: a católica. E isso não foi só mau por ser castrador e paternalista, foi também bom por ter, efectivamente, protegido o Homem do mal que, já percebemos, rondará sempre a sua existência. Em “As Tentações de Santo Antão” são abordadas as tentações, e claro, a expectativa do juízo final sempre com a insinuação do inferno como destino. Abarca assim a dimensão poderosa, densa e pesada do medo mas também a da culpa. A sua denúncia dos pecados capi-

tais — de que são exemplo, no painel esquerdo, as figuras demoníacas, em trajes de religiosos, que caminham para uma construção cuja entrada é feita com o corpo incompleto de um homem de joelhos e possivelmente de gatas, simbolizando um prostíbulo — constituiu-se numa exortação à conversão com a subida para o calvário quando o tríptico está fechado, o que nos leva à esperança, conceito que também tem lugar nesta obra de Bosch e na qual mais à frente nos debruçaremos. Talvez seja demasiado evidente referir que é Santo Antão o actor principal deste trabalho, mas é de facto. Assume esse lugar como primeiro heremita e exemplo da coragem do Homem que se liberta de tudo o que é terreno, distribuindo o que era seu pelos pobres para, de seguida, rumar ao deserto onde permaneceu bem mais que os quarenta dias de Jesus Cristo e onde foi também tentado pelo Diabo, tendo resistido a todas as tentações. Importante será o facto de o expulso dos céus ter dito ao Santo que as ver-

dadeiras tentações não estão na sua mão, mas sim nas mãos dos homens até porque Cristo na redenção lhe tinha limitado os poderes. Sendo crente ou não, tornase difícil dizer que isto é um disparate. Nesta pintura a óleo sobre madeira está representada a cobiça como alimento do mundo e ainda a maldade e a indiferença pelo mal que não nos toca. Tudo num mundo quase sem cor. Trata-se da ilustração de uma sociedade perdida — entre a ética do bem e do mal —, que não tem pastor. Neste contexto torna-se relevante atribuir importância à época em que Bosch pintou este tríptico. Pensa-se que terá entre 1495 e 1500, precisamente num período de transição entre a Idade Média e a Idade Moderna, depois da peste, quando a Igreja entra em grande desorientação moral com uma crescente relaxação dos costumes e cupidez que só a Contra-Reforma viria a resolver. Dizem que há ainda a esperança no painel central como já referi. É através dos evangelhos e do reencon-

tro com Deus que ela chega. Depois das provações, o Santo aparece a apontar para Cristo que, por sua vez, no interior de uma gruta, aponta para a sua própria redenção. Mas Cristo está em tão menores dimensões que simboliza o pessimismo do Homem. Eu como pessimista de carreira deliro com esta interpretação. À volta existem referências ao zodíaco, aos quatro elementos e até às invações muçulmanas. Tudo o que está fora da fé é aparência e a aparência é perversa, daí, por exemplo, os frutos serem gigantes e apetitosos mas podres por dentro ou os peixes voarem. Foi assim que Bosch sem saber se tornou percursor do surrealismo que viria muito depois. Sublinhar ainda que o Cristão do Egipto olha para o espectador como que a dizer-nos que podíamos ser nós a estar ali. E, de facto, podíamos. Crentes ou não, com aquela devoção ou qualquer outra, todos temos (ou deveríamos ter) momentos de reflexão sobre os nossos comportamentos e onde procuramos razões e perdões.

Julgo que a actualidade desta obra é inegável e não é pelo acaso de a história se repetir ou ser cíclica. Apesar de ter sido pintado com os pincéis da religião católica consegue-se entender que mais importante do que o pincel é a mão que o segura e lhe dá o movimento e a cor. Isso é o Homem que faz e, neste caso, foi um extraordinariamente talentoso, inteligente e atento a si e ao mundo. Este tríptico continua actual porque mais do que uma época e mais do que uma realidade ocidental-cristã, retrata fundamentalmente o Homem com: a sua incapacidade em se perceber e se dominar; os seus medos e cobardia por tudo que não consegue controlar; a sua perpétua desesperança em levar o mundo para um rumo melhor e ainda; a sua absoluta solidão na busca das respostas para as grandes questões. Trata-se, na realidade, de uma poderosa e útil alegoria da nossa própria condição. Somos isto e seremos sempre. * Escritor

Gala Circuito Trilhos de Valongo A Gala do «Circuito dos Trilhos de Valongo» realizou-se no dia 20 de janeiro, no Auditório Dr. António Macedo, localizado no CCC Vallis Longus, em Valongo. Através desta iniciativa promovida pela Câmara Municipal de Valongo pretende-se distinguir os melhores e enaltecer o empenho, o trabalho e a dedicação dos atletas e clubes envolvidos no Circuito dos Trilhos de Valongo que, em 2017, juntou mais de 6.000 participantes nas cinco provas de trail running que integraram o circuito: Trilhos do Paleozóico, Trail de Santa Justa, Trail dos 4 Caminhos, Trail Quinta das Arcas e Trail Noturno de Valongo. São também

objetivos deste projeto dar a conhecer as potencialidades do concelho de Valongo e promover a prática de desporto na Natureza sem impacto ambiental. Na gala foram atribuídos troféus aos atletas e equipas dos três primeiros classificados das várias categorias. Para Paulo Esteves Ferreira, vereador do Desporto da CM Valongo, “é importante potencializar estas provas que provam a capacidade das nossas serras em receber os deportos outdoor. Por outro lado também é importante reconhecer o trabalho que as organizações de cada trail fazem em prol da modalidade. É uma aposta para continuar a melhorar”.

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Diretor: Agostinho Ribeiro: Diretor Adjunto: Filipe Marques:

O Jornal de Valongo e da Região

Nuno Sousa (Publicidade)

Nº 18 (95 Valongo)

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Propriedade: Pódium D’Emoções Lda; NIF 514192720 Detentores de mais de 10% do capital social - Filipe Marques e Agostinho Duarte Ribeiro

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Valongo

Valongo ganha distinção do Conselho da Europa O Município de Valongo recebeu no dia 5, segunda feira, a distinção “Município 12 Estrelas” do Conselho da Europa pelo envolvimento muito ativo na Semana Europeia da Democracia Local (European Local Democracy Week). O galardão foi entregue ao Presidente da Câmara Municipal de Valongo, José Manuel Ribeiro, que foi um dos intervenientes

no encontro anual que se realizou em Paris. Além da cerimónia de entrega das distinções aos municípios de vários países europeus, nesta iniciativa teve início a definição do tema para a Semana Europeia da Democracia Local que será «Citizen participation, consultation and commitment: for a thriving local democracy» (Participação, consulta e compromisso dos cida-

dãos: para uma democracia local próspera). “A Semana Europeia da Democracia Local é uma das atividades que integra o projeto global «Comunidade mais Esclarecida, Comunidade mais Participativa», que visa sobretudo ‘empoderar’ os cidadãos e assim fortalecer todos os dias a nossa frágil Democracia”, referiu o autarca.

Receção de propostas para o OPJ de Valongo Decorre até 2 de março a receção de propostas para o Orçamento Participativo Jovem de Valongo (OPJV). Os projetos intergerações são a principal novidade da 5.ª edição, que no total disponibiliza 120.000 Euros. Cada projeto vencedor será financiado com 10.000 Euros: 5 projetos na categoria “Escolar”; 5 projetos na categoria “Extra-escolar” e 2 projetos “Gerações”. “O objetivo é juntar duas gerações, juntar a sabedoria dos mais velhos com a irreverência dos

mais novos e colocar isto ao serviço da comunidade. Pode ser o avô ou a avó, ou vizinhos seniores, a juntarem-se aos mais novos. Acho que esta ideia tem muito potencial porque podem surgir visões e estratégias diferentes”, salienta o Presidente da Câmara Municipal de Valongo, José Manuel Ribeiro. O OPJV é um projeto do Município de Valongo que visa o envolvimento dos jovens na comunidade, de uma forma mais construtiva e participada.

Internet Segura Na terça feira, 6 de fevereiro, foi o dia da Internet Segura. A Escola Profissional de Valongo quis alertar os alunos para esta problemática cada vez mais premente da segurança na rede. Para isso convidou a GNR de Santo Tirso, que através da Secção de Prevenção Criminal e Policia-

mento Comunitário levou a cabo uma ação na Casa das Artes de Sobrado para mais de cem alunos. José Manuel Leite, diretor pedagógico da Escola Profissional de Valongo, disse ao JNR ser importante que os jovens sejam alertados para o perigo da realidade online e daí esta ação da EPV.

Através da criação de um pensamento dinâmico e crítico sobre o território que agrega as cidades de Valongo, Ermesinde e Alfena e as vilas de Sobrado e Campo, o OPJV permite que os jovens não só apresentem as suas ideias, mas também que as construam, debatam e concretizem. Podem participar no OPJV jovens dos 6 aos 35 anos de idade que estudem ou residam no concelho de Valongo. Mais informação em opjv@cm-valongo.pt foto Arquivo: Sala Multisensorial Snoezelen», um dos quatro projetos vencedores da edição de 2016

Centro de Saúde de Campo avança A construção do Centro de Saúde de Campo está a avançar, embora esteja com algum atraso em relaçõ ao previsto inicialmente. A construção em grosso está quase finalizada e Alfredo Sousa, presidente da junta de Campo e Sobrado refere estar satisfeito, uma vez que, diz, “esta é uma satisfação grande porque a população de Campo vê

agora concretizar-se um desejo antigo. O atual Centro de Saúde é provisório há quase trinta anos e a população é que tem sofrido. Agradeço ao governo e às estruturas do Ministério da Saúde terem avançado com a obra. Vamos ver se as coisas continuam a correr bem, para termos o Centro a funcionar”.

Ivo Neves no Conselho Geral da Anafre Ivo Vale Neves, presidente da junta de Valongo, foi eleito membro do conselho geral da ANAFRE – Associação Nacional de Freguesias. Foi no congresso que decorreu no fim de semana em Viseu. Neste

congresso

foi

aprovado um voto no sentido de ser redefinido o mapa das freguesias, tendo o governo mostrado sinais positivos de que o processo irá definitivamente avançar nas situações em que as populações discordam da reorganização implementada por Miguel Relvas.

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Hóquei em Patins

AD Valongo campeã em sub 13, sub 15 e sub 17 Raul Alves técnico da vitória dos sub 13

Pedro Pinto técnico da vitória de sub 15 e sub 17

A equipa de sub 13 da Associação Desportiva de Valongo sagrou-se campeã distrital de sub 13 em hóquei em patins. Venceu o FC do Porto na final e antes tinha deixado para trás a Juventude Pacense. Raul Alves é o técnico campeão responsável pelos sub 13 da Associação Desportiva de Valongo. Treina desde os 18 anos, mas é há oito que exerce funções de treinador principal. Passou pelo Académico do Porto e pelo Galegos (Penafiel) e desde há quatro que assente praça em Valongo, treinando camadas jovens, tendo começado pelos sub 9 passando pelos sub 11 e agora pelos sub 13. Faz um balanço positivo desta sua experiência na ADV, “um clube que vive apaixonadamente o hóquei em patins”. Sobre os objetivos que norteiam a sua ação, refere que “o mais importante é formar o melhor possível os atletas da casa para que

Pedro Pinto é o treinador vencedor da AD Valongo, nos distritais das categorias sub-15 e sub-17. Há doze anos que exerce a função, tendo efetuado a maior parte da carreira no Gulpilhares. Há dois anos que desempenha as funções na ADV. Sobre o facto de ter sido campeão em dois escalões, o técnico refere que “sempre treinei dois escalões e quando fui convidado para a ADV foi logo com esta ideia de treinar dois escalões”. Pedro Pinto faz um balanço extremamente positivo da época, referindo que “quer num quer noutro caso foi uma primeira fase de muito trabalho por parte de toda a gente e claro que foi ganhar e atingir este primeiro objetivo. Para além disso é importante sentirmos que estamos a formar excelentes atletas e excelentes homens”. As finais four foram di-

se tornem boas pessoas, bons atletas e que possam ser úteis para que a equipa sénior tenha cada vez mais prata da casa”. Durante estes anos quase 200 atletas passaram pelas mãos de Raul Alves, o que o deixa satisfeito, já que, refere, “é bom saber que entre esses passam por aqui muitos atletas de qualidade”. Quanto ao sucesso da época, refere que o segredo está “no trabalho e em mais trabalho. Aqui toda a gente está disponível para trabalhar e conseguir êxito, neste caso serem campeões. Os pais são muito importantes na concretização deste objetivo, estão sempre presentes, apoiam e de que maneira e sonham também com o êxito dos filhos”. Voltando aos atletas, Raul Alves afirma ser um prazer trabalhar com eles, “são todos bons alunos, alguns mesmo acima da média, conseguem organizar-se e compatibilizar o

desporto com o estudo, daí o sucesso nas duas vertentes”. Nesta final four as coisas correram bem, o que não quer dizer nada em relação ao nacional. Com esta vitória foi alcançado o primeiro objetivo de época. “Vamos esperar agora pelo próximo objetivo na certeza de que nada será alcançado sem trabalho”, diz o técnico ao JNR, salientado toda a ajuda da estrutura do clube. “Os diretores dão-nos liberdade total, são exigentes, mas confiam em nós e no nosso trabalho”, acrescenta Raul Alves. O técnico destaca ainda o papel da massa associativa, referindo ser muito importante e ter um papel significativo nas conquistas da equipa. Diz o treinador dos sub 13 da ADV que “Valongo respira hóquei como em nenhum outro local”.

ferentes. Diz Pedro Pinto que em sub 15, “o FC do Porto era favorito, mas as coisas caíram para o nosso lado. Os nossos miúdos estiveram muito bem e a entrega foi total. Mereceram a vitória porque foram superiores. Em sub 17 também merecemos ganhar, embora as coisas tivessem sido mais difíceis. Cometemos um ou outro erro, mas as coias são assim. Nos penalties tivemos alguma sorte, fomos felizes, mas no fundo acho que merecemos a vitória”. Sobre o futuro, Pedro Pinto refere que “agora vem aí o outro objetivo: colocar as duas equipas nas finais four do nacional e depois, teremos de aspirar a outro objetivo. O facto de termos sido campeões distritais só vai aumentar a responsabilidade. As outras equipas vão querer ainda mais ganhar-nos”. Acerca da importância da formação da Associação Desportiva de Valongo, o

técnico defende que “é claramente muito importante e o trabalho efetuado pela estrutura do clube merece ser realçado e reconhecido. A estrutura é excecional, os dirigentes dão tudo, apoiam sempre e estão presentes quando é necessário”. Importante é ainda o apoio e carinho da massa associativa. Diz Pedro Pinto que “essa é outra razão para trabalharmos ainda mais, não se vê em lado nenhum um acompanhamento tão sentido. Em mais nenhum pavilhão se vê um jogo de sub 15 às 11 da manhã ter o pavilhão quase cheio. Pessoalmente agradeço todo esse apoio e só quero retribuir com trabalho e com vitórias”.


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Hóquei em Patins José Dias continua a defender a aposta na formação da ADV

Presidente da AD Valongo contente com êxitos das equipas de formação O presidente da Direção da AD Valongo, José Dias, quando questionado sobre a magnifica prestação das equipas de formação da ADV nos distritais, revelou estar “extremamente satisfeito com o que aconteceu. Foi pena a equipa de juniores não ter conseguido mas também estiveram muito bem. Esta foi a prova que continuamos a privilegiar a formação e que continuamos a ser das melhores escolas de hóquei em patins do norte e do país”. Diz o dirigente que “os jogos foram excecionais e todos os atletas foram de uma entrega máxima e dignificaram a camisola que vestem. A formação está bem entregue e os técnicos mostraram também a sua qualidade. A aposta na formação é para continuar. Os pais vivem isto de maneira tal que não há palavras para definir. O pavilhão tem sempre muita gente a assistir aos jogos dos jovens”. José Dias afirma ao JNR que a intenção do clube com esta aposta forte é aproveitar os valores que se formam para futuras equipas seniores. E aqui é que surge o primeiro problema. “Investimos imenso na formação dos atletas e quando damos por ela, vêm clubes

com maior potencial económico contratar os jovens. E ao contrário do futebol, ficamos de mãos a abanar, pois não existem quaisquer direitos de formação a que legalmente tenhamos direito. É uma injustiça que penaliza e de que maneira os clubes com menos poderio financeiro. Um clube com dinheiro não precisa apostar na formação, basta ir aos que formam e contratar sem gastar nada”, desabafa José Dias. O dirigente refere que a formação da ADV é reconhecida e por isso “temos muitos atletas nas várias seleções e ainda recentemente fomos convidados pela Federação para organizarmos o Torneio Inter-Regiões em sub-15. Infelizmente perdemos essa oportunidade pois os custos são elevados e não conseguimos os apoios que precisávamos, faltavam ainda cerca de doze mil e quinhentos euros”. Voltando às vitórias no distrital, José Dias salienta o facto de existir um trabalho de equipa muito forte na formação. Refere o dirigente que “para além do seu profissionalismo e competência, os técnicos e responsáveis por cada equipa formam um grupo de amigos. Em quatro equipas

termos três campeãs e uma vice é um feito que poucos clubes se podem orgulhar”. Entre dirigentes e técnicos estão envolvidas na formação perto de meia centena de pessoas. Numa última declaração, o presidente José Dias, afirmou ao JNR que “o importante é agora continuar para conseguirmos chegar ainda mais longe e termos uma digna prestação nos nacionais”. Para uma outra ocasião ficará uma abordagem à equipa sénior, que ocupa o quinto lugar do nacional, à frente de formações com outro poderio económico e apenas a dois pontos de alcançar a Oliveirense, que perdeu em Valongo por 103. Já depois disso a ADV foi a Braga vencer o hóquei local por 4-2. Isto numa altura em que há indefinição quanto aos corpos gerentes da ADV. Na última Assembleia de 2 de fevereiro, onde constava a eleição dos corpos gerentes, não foi apresentada qualquer lista. Para o dia 23 ficou marcada uma nova tentativa.

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Valongo

Equipa Cinotécnica dos BV Valongo salva cães Ao fim da tarde de terça-feira dia 30 de janeiro, a Equipa Cinotécnica dos Bombeiros de Valongo foi acionada para efectuar mais um Resgate Animal. Foi na Rua Cesário Verde, na zona de Santa Justa, e ao fim de algum tempo, com recurso a uma câmara endóscopica os voluntários conseguiram localizar os dois cachorros que tinham

caído a uma caixa de águas pluviais com cerca de metro e meio. Ao que tudo indica os cães terão sido largados por abandono. Referem os bombeiros na sua página de facebook que “com o recurso a comida e muita paciência conseguimos resgatar os dois cachorros”. Após uma análise ao seu estado de saúde os

patudos encontram-se no quartel dos Bombeiros de Valongo a aguardar uma adopção responsável… Fica o apelo a quem deseje adoptar conscientemente os cachorros. Parabéns ao excelente trabalho desempenhado pelos operacionais que se deslocaram ao terreno.

Valongo a mexer juntou meio milhar a dançar Com o apoio do Município de Valongo, a Associação Juvenil, Desportiva e Cultural de Penido - AJDCP promoveu a 7.ª edição do evento de dança intitulado - “Valongo a Mexer”, no dia 3 de fevereiro, no Pavilhão Municipal de Ermesinde. O espetáculo cheio de alegria, convívio e beleza contou com a participação de cerca de 500 atletas, oriundos de várias

zonas do país. A direção do concurso esteve a cargo de Paulo Lobo, presidente da AJDCP, que se manifestou orgulhosa do trabalho efetuado. Paulo Esteves Ferreira, vereador da CM Valongo esteve presente e louvou a atividade e a presença de tantos jovens em Valongo.

Taekwondo de Valongo vence Realizou-se no passado sábado, dia 3, em Vila Nova de Gaia o campeonato distrital de Taekwondo (Formas). A associação valonguense ATHMS (Associação Tradicional Hanguk Moo Sool) destacouse nos resultados e apenas com sete atletas conseguiu o seguinte resultado: Campeões distritais por

equipas femininos Dora – campeã distrital júnior; Dora-Luana-Leonor – campeãs distritais trios; Iris-Mariana-Victoria – vice-campeãs distritais trios; Leonor – 3° lugar cadete; Luana – 3° lugar cadete Parabéns aos atletas e ao responsável, Mestre Fernando Branco.

CPN vence distrital de sub 16 No passado fim de semana, 2,3 e 4 de Fevereiro, o CPN sagrou-se Bi Campeão Distrital no escalão Sub 16 feminino, sendo a sexta conquista deste título nos últimos 7 anos. Este feito só foi possível no Clube fruto do grande objectivo de formar as suas atletas, do ponto de vista técnico-táctico, orientado para a competitividade e para a superação. Destacaram-se, durante a competição, e fruto do trabalho, empenho e entre-

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ga de treinadores e atletas, três de cinco jogadoras que figuraram no Cinco Ideal desta competição: Inês Dias na posição de Base, Leonor Ferreira na posição de Base/ Extremo e Natália Santos na posição de Poste. Não obstante, o Clube de Ermesinde viu ser eleita também a jogadora MVP da competição, Natália Santos. Importa, também, referir e destacar o escalão de Sub 19 Feminino, que esteve presente na Final Distrital nos dias 17, 18 e 19 de

Janeiro, tendo conquistado o segundo lugar da competição e tendo presente no Cinco Ideal da competição a atleta Marta Fernandes na posição de Base.

Parabéns ao CPN, cuja responsabilidade aumenta a cada época, fruto de um historial que o Clube quer manter e fazer perdurar.


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Floresta Multas para quem não cumprir legislação podem chegar aos milhares de euros

Secretário de Estado fez campanha em Valongo para limpeza da floresta Continua a decorrer em Valongo a campanha para a limpeza da floresta, com vista a criar condições para a diminuição de incêndios. Na manhã do dia 27 de janeiro, sábado, a acompanhar o presidente da Câmara de Valongo e vereadores, esteve o Secretário de Estado da Protecção Civil, José Artur Neves que, em Campo, ajudou a colocar placas de aviso em terrenos onde o matagal é uma realidade. Começou na Rua dos Negrais e depois foi a dois outros locais, escolhidos entre as dezenas no concelho que vão ser motivo de intervenção. O governante respondeu aos jornalistas e garantiu que os municípios estão empenhados na implementação da lei que obriga à

limpeza até 15 de março. José Artur Neves defendeu ações de sensibilização, com apoio das forças de segurança e outras entidades, ações aliás que já estão a decorrer, mantendo a esperança de que até 15 de março, sejam limpas as áreas envolventes às habitações (50m é a distância limpa que a lei exige), empresas e aldeias. Recorde-se que as coimas para os proprietários podem chegar aos 5 mil euros para individuais e sessenta mil para empresas. Para além da coima, os proprietários terão de assumir o pagamento das despesas que as autarquias terão com as ações de limpeza coerciva a ser efetuada depois de 15 de março. José Manuel Ribeiro, presidente da Câmara

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de Valongo, que tem por várias vezes feito alusão à importância da floresta para o concelho, afirmou que tem havido ao longo dos anos um desrespeito pela legislação e no caso da limpeza da floresta um forte alheamento por parte de proprietários. O autarca valonguense disse ainda que a obrigatoriedade de proceder à limpeza dos terrenos florestais já existe há muito tempo e que, em tempos, os proprietários limpavam as matas. José Manuel Ribeiro afirmou não ter receio de represálias se houver necessidade de implementar as coimas previstas e que “estes avisos foram colocados para advertir os proprietários, que estão também a ser avisados por correio. Se não fizerem as

limpezas a Câmara vai assumir, mas depois vai responsabilizar os proprietários com o pagamento das despesas e coimas”. A Câmara Municipal de Valongo está então a divulgar uma ação de sensibilização para a população, nomeadamente para quem

terrenos, para a necessidade de limpeza. Mais de duas centenas de avisos foram enviados já no âmbito desta ação e a Câmara de Valongo vai ainda investir 75 mil euros para a limpeza de terrenos situados junto das várias estradas municipais.

Na ação a que nos referimos, marcaram presença vários responsáveis das entidades que estão relacionadas com a proteção civil e com as florestas, nomeadamente bombeiros, sapadores florestais, SEPNA da GNR, autarcas e outros.


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Diversos

Clube Recreativo homenageia sócios antigos No ano em que esta agremiação comemora 116 anos de vida, o que faz dela uma das mais , senão a mais antiga do concelho de Valongo, uma vez que, é mesmo mais antiga que a Republica Portuguesa, e no âmbito das comemorações, a direcção deste prestigiado clube prestou homenagem a alguns sócios mais antigos. foram entregues emblemas de 50 anos de ligação aos associados ; José Avelino de Sousa Aguiar, José Marques de Sousa e Manuel da Silva Poças, enquanto que por atingi-

rem 25 anos receberam tal lembrança António Joaquim Ferreira, Domingos Manuel Sousa, Francisco José Sousa Marques,João Gonçalves Lopes Pereira, João Lino Marques Ferreira, José Oliveira Alves e Manuel Abreu Teixeira. A cerimonia conduzida pelo presidente Nuno Carvalho, ocorreu nas instalações sociais do clube, sita no centro da cidade, finda a qual houve lugar à necessária confraternização entre os muitos associados presentes. CS

Intermarché Solidário O Intermarché (Alfena e Valongo), esteve uma vez mais solidário este ano. Assim numa parceria com o Intermarché de Alfena, a Junta de Freguesia de Alfena, preparou uma Ceia de Natal para cerca de 100 alfenenses. A iniciativa do grupo empresarial decorreu a nível nacional com o objetivo de proporcionar uma ceia digna à população mais carenciada. Em Alfena, o parceiro foi a autarquia, que contou ainda com o apoio do Agrupamento de Escolas de Alfena, que cedeu a cantina da escola secundária, onde foi confecionado e servido o jantar. Quanto ao Intermarche de Valongo, o parceiro foi a Cruz Vermelha Portuguesa, delegação de Gondomar e Valongo, tendo o jantar decorrido na sede da Cruz Vermelha na antiga Escola de , em Baguim do Monte. Na foto de cima vê-se o admnistrador do Intermarché, Rui Dias, com o presidente da Junta de Alfena, Arnaldo Soares. Na foto de baixo vê-se Rui Dias, o presidente da Cruz Vermelha Portuguesa Francisco George e o responsável local Nuno Coelho, entre outros.

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Cultura

Tertúlia na Lousa - Uma tertúlia à moda antiga A Associação Cuca Macuca e a Universidade Sénior Rotary de Valongo, numa parceria constituída para este ano de 2018, nas instalações da própria Universidade, recriaram uma tertúlia “à moda antiga” no dia 5 de janeiro e que se repetirá mensalmente a cada primeira sexta-feira. A primeita teve como moderador Manuel Friães. Decorreu já a segunda Tertúlia, deste vez com o tema “Futurismo” e com moderação a cargo de Dias Costa. Foi no dia 2 de fevereiro. A conversa flui à roda da mesa onde, à boa maneira tradicional, os participantes tinham ao seu dispor pão, vinho e salpi-

cão, entre outras iguarias fornecidas por uma das organizadoras. Estiveram presentes nas duas ações vários elementos da Associação Cuca Macuca e da Universidade Sénior, mas também convidados não ligados a qualquer deles, já que a entrada era e será livre. Esta tertúlia “à moda antiga”, denominada “ Escrita na lousa” foi pensada para dar uma dinâmica diferente das tertúlias comuns no nosso meio, um pouco no seguimento daquela que tem lugar todas as semanas, à quinta-feira, 10:30 da manhã, no café Vale, em Valongo. Porém, enquanto na semanal o tema é sempre livre e não

há moderador, a tertúlia “Escrita na lousa” tem um moderador e um tema escolhidos na sessão anterior. O cartaz publicitário dá sempre essas informações. No final da sessão, escrevem-se “na lousa” algumas frases que terão marcado ou poderão definir melhor a temática e a discussão. Mais do que uma récita, uma partilha de conhecimentos e uma reflexão. A próxima é dia 2 de março, alusiva ao tema “Poesia no feminino”, sendo a moderação de Carlos Revez.

Apresentado livro e filme sobre a Patagónia A obra “Patagónia – A Ponta do Mundo” de Paulo Ferreira foi apresentada a 2 de fevereiro, no auditório Dr. António Macedo, em Valongo. Em 2017, o autor viajou pela Argentina e Chile e, no final do ano, apresentou um livro de fotografia com as memórias da sua aventura e o documentário de curta duração “Patagónia – A Ponta do Mundo”. Este filme contém uma mensagem muito atual a preservação do planeta Terra e a necessidade de cada um de nós tomar decisões no sentido de ajudar a regredir as alterações climáticas.

“O objetivo é que as pessoas olhem para a natureza e a protejam. Na minha aventura vi locais de rara beleza. E esses locais são cada vez mais reduzidos no mundo inteiro”, considera Paulo Ferreira, que pretende com este trabalho contribuir para a consciencialização em torno das alterações climáticas e da conservação do património natural. Paulo Ferreira é técnico de informática, mas dedica os tempos livres a desenvolver a técnica do timelapse. Pelo segundo ano consecutivo, Paulo Ferreira foi distinguido no “Hollywood

International Independent Documentary Awards”, nas categorias de melhor documentário e melhor fotógrafo na técnica de timelapse, por este trabalho “Patagonia – The Tip of the World”. Já tinha ganho com o seu vídeo “Nordlys – the northern lights”. O prémio vai ser entregue a 24 de março, durante uma cerimónia nos “Raleigh Studios Hollywood”, em Los Angeles. Na assistência estavam, entre outros, os presidentes de Câmara de Valongo e Gondomar, José Manuel Ribeiro e Marco Martins.

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Ermesinde

Alunos e Professores da Secundária de Ermesinde participaram em Seminário em Inglaterra Na semana de 22 a etária com a utilização da 26 de janeiro de 2018 um língua inglesa. Os alunos grupo seis alunos e dois de Ermesinde foram exemprofessores da Escola Se- plares na participação e no cundária de Ermesinde convívio, sendo sempre participaram num Semi- alegres e comunicativos. nário Internacional em No seminário, participaInglaterra. Este realizou-se ram com grande empenho, na Hillside High School, tendo a sua postura sido em Bootle, uma localidade elogiada por responsáveis próxima de Liverpool. de outros países. Os efeitos Os temas deste semi- do seminário e do encontro nário, nos moldes de um com outras culturas não curso com quatro tópicos, terminaram no último dia, foram Matemática, Tecno- continuam nos contactos logia, Ciências e Música. resultantes das amizades A participação dos alunos estabelecidas e nos condesta escola sucedeu a um tactos entre os professores convite que foi endereçado presentes a pensarem em por um dos dois organiza- futuras iniciativas internadores do evento, o holan- cionais. dês Peter Vaandrager. Os professores da ESE Neste evento participa- que acompanharam os aluram cerca de 100 alunos de nos, Liseta Ramos, profesPortugal, Inglaterra, Bélgi- sora de Física e Química e ca, Alemanha e Holanda. eu próprio, Raul Aparício, O mesmo foi uma iniciati- professor de Matemática, va enquadrada num desíg- deram este tempo em Linio da união europeia as verpool, Bootle (escola) STEM (Science, Techno- e Southport (hotel) como logy, Engineering and Ma- muito importante na consthematics), sendo o tópico trução dos conhecimentos e Música um tópico extra que da cidadania europeia desvaria de ano para ano. O tes alunos e a observação curso iniciou-se com uma dosjornalnovoregional@ seus comportamentos informações apresentação da realidade e das suas expressões fae do contexto da escola de ciais são suficientes para gmail.com proveniência de cada gru- dizer que as expetativas po de alunos, na qual, os foram superadas e encher nossos alunos fizeram uma de orgulho dos alunos e magnífica apresentação enorme satisfação enquanem inglês. Terminou com to educadores. a apresentação do trabalho O sentimento dos aludesenvolvido no decorrer nos face a esta semana em do seminário, em que mais Inglaterra pode ser melhor uma vez alunos da nossa percebido ao lermos um escola brilharam. texto que escreve a Bruna Para além do curso, o Santos, do 11ºD, no qual qual foi muito apreciado acrescenta frases dos seus por todos os participantes colegas. e em especial pelos nossos “Meses de preparação, alunos, houve momentos muita criatividade e boa de grande convívio entre vontade por parte dos proalunos de 16 anos de todas fessores deram origem a as nacionalidades presen- uma das melhores viagens tes, o qual combinou inte- alguma vez feita por nós, resses próprios desta faixa alunos da Escola Secundá-

ria de Ermesinde. A certa altura neste ano letivo foi-nos proposta a realização de uma pequena viagem a Liverpool em janeiro de 2018, no entanto, mal sabíamos o que nos esperava! Cinco dias de total diversão e aprendizagem, por mais incrível que pareça, permitiram, a cada um de nós, crescer um pouco mais na vida de estudantes. Ninguém diria que seis estudantes portugueses perante tantas adversidades estrangeiras se soubessem comportar tão bem. Lidámos cara a cara com diversas culturas, conseguimos pôr o nosso conhecimento em prática e durante esta pequena jornada num país diferente percebemos que fomos preparados para qualquer situação, mesmo para as que não esperávamos. Tal como eu, os restantes têm uma opinião muito similar, eis os comentários dos cinco alunos: Armando Teixeira: Esta experiência superou todas as minhas expectativas. O ambiente entre os estudantes dos diferentes países era fabuloso, bem como o nosso acolhimento e integração no projeto. Foi uma semana extremamente enriquecedora, da qual surgiram novas amizades, e que recordarei com grande nostalgia. Tiago Soares: Foi uma oportunidade que só aparece uma vez na vida e ainda bem que a aproveitei, pois permitiu-me desenvolver capacidades que eu pensava não possuir e permitiu-me, também, conhecer pessoas indescritíveis e aproximarme ainda mais de algumas que já conhecia. Daniela Coelho: Me-

lhor semana que poderia ter! Construímos boas amizades, momentos inesquecíveis e um curso que só me levou a ter mais certezas do que quero para o meu futuro. A viagem superou totalmente as minhas expectativas, que já eram altas. Uma rara e excelente oportunidade que todos nós tivemos e que nunca será esquecida. Catarina Dias: Sem palavras! Nunca pensei que algo me marcasse tanto pela positiva como esta viagem. Novo país, novos costumes, novas ruas, novas pessoas e novas experiências... Tudo combinado para formar esta fotografia que já mais se apagará da minha memória. Uma semana que serviu de escape à rotina, mas que ao mesmo tempo me expandiu o conhecimento e me fez perceber, finalmente, qual a minha verdadeira paixão. Sinto me honrada e extremamente feliz por ter feito parte deste projeto e por ter representado não só a nossa escola como também o meu país. Definitivamente algo a repetir!” Assim, apesar do pouco descanso e da comida nada agradável, esta viagem tornou a minha passagem pela escola algo grandioso e fez com que percebesse a importância, que a educação e a convivência com os outros tem na nossa vida. Foi uma pequena viagem em tempo, mas uma viagem grande o suficiente para marcar o meu coração! Cláudia Poças: Considero que esta viagem foi a melhor viagem em que participei, não só pelo que aprendemos, mas também por termos tido a oportunidade de conhecer novas

pessoas e culturas. Neste seminário a matemática esteve presente na tecnologia, mas houve também um tópico dedicado exclusivamente à matemática, num curso orientado pelo Prof. Peter Vaandrager, mas que não contou com a presença de alunos portugueses nesta edição por falta de vagas. Esta presença teve desde cedo o grande apoio institucional do Agrupamento de Escolas de Ermesinde, nomeadamente através da Direção e do Conselho Pedagógico. Também por parte da Junta de Freguesia de Ermesinde tivemos um excelente acolhimento relativamente a esta iniciativa e mais tarde também a Câmara Municipal de Valongo se associou, com uma palavra de apoio e alguns “iPedras” para oferecermos aos responsáveis pelo evento, que muito os satisfez. O esforço financeiro para participarmos teria de ser suportado por completo pelos pais e pelos professores, mas conseguimos em pouco tempo reduzir este esforço com a venda de cartões mágicos com base matemática e com publicidade a algumas

empresas de Ermesinde. Este evento em Inglaterra faz-se há alguns anos com alunos dos restantes países e foi a primeira vez que participaram alunos portugueses. O agrado com o grupo de Ermesinde foi tanto que se for realizada a próxima edição no próximo ano, fica a certeza de que mais uma vez, haverá novo convite e desta vez a participar com mais alunos. É com muita satisfação que, muito provavelmente em resultado de tão boa impressão causada, recebemos na semana a seguir ao encontro uma proposta para receber a visita de alguns professores holandeses em Maio/Junho do corrente ano com vista à realização de mais iniciativas de intercâmbio internacional com alunos, uma das quais poderá mesmo vir a realizar-se na nossa escola no próximo ano letivo. Raul Aparício Gonçalves Coordenador do Departamento de Matemática e Tecnologias do AE de Ermesinde)


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Diversos

“Amor e Carinho” segredos para a melhor sopa seca A segunda edição do Concurso A Melhor Sopa Seca do Concelho de Valongo realizou-se no dia 4 de fevereiro, no Centro Paroquial de Valongo. O concurso foi organizado pela Confraria do Pão, da Regueifa e do Biscoito de Valongo e teve uma componente solidária, para além da promoção de uma tradição de Valongo. Os 876€ angariados foram doados à Confraria do Santíssimo Sacramento para ajuda no restauro do Pálio do Cordeirinho. Para a história fica o pódium de vencedores do Concurso: 1º lugar - Susana Oliveira 2º lugar - Renata Guimarães 3º lugar - Colaboradores da Santa Casa da Misericórdia

Apalavra à vencedora

A vencedora, Susana Oliveira, faz sopa seca há doze anos. Apesar de ter assistido muitas vezes à sua mãe a confecionar esta iguaria, só no Centro de Convívio da JF de Valongo começou a meter as mãos na massa. Ela conta ao Jornal Novo, como tudo começou: “Tinhamos uma utente, a D. Glória Faia, que trazia algumas vezes a sopa seca. Como gostavamos todos da maneira dela a fazer, quis saber como ela fazia e ela foi-me ensinando. Também graças ao incentivo dos utentes e das colegas, quando foi adquirido o forno, fui sempre fazendo e foi assim que começou. Além do mais é uma forma de aproveitarmos o pão que sobra”.

Sobre a participação no concurso e a vitória, refere que “já no ano passado fui desafiada a participar. Mas por outros compromissos para o dia, não foi possível. Este ano aceitei o desafio e ganhei. Estou naturalmente muito contente, mas parte da vitória também é dos utentes e das minhas colegas.” Sobre a receita que utiliza para fazer a sopa seca vencedora, Susana Oliveira diz que “há muitas maneiras de fazer sopa seca. Os ingredientes são os habituais e a diferença é que eu não coloco calda de açucar, há pessoas aqui diabéticas e para concurso fiz igual. De resto, o segredo está no carinho e amor que colocamos no que fazemos”. E está tudo dito foto: GI CMV

Enduro Extreme Valongo Estima-se a participação de 180 a 200 Pilotos maioritariamente Portugueses e Espanhóis na prova inserida no Portugal Hard Enduro Series – Extreme Valongo, que terá lugar no próximo dia 18 de fevereiro de 2018, com partida frente ao edifício da Câmara Municipal de Valongo e chegada junto à Biblioteca Municipal de Valongo. A partida está prevista para as 09h30 e o término pelas 17h00, sendo a en-

trega de prémios efetuada junto à Biblioteca Municipal de Valongo, pelas 18h00. Programa: 17 Fevereiro 14h00 as 18h00 - Abertura do Secretariado da Prova, Verificações Documentais (Edifício da Câmara Municipal) 18 Fevereiro 08h00 as 9h30 - Fecho das Verificações Documentais e Parque Fechado (Edifício da Câmara Municipal)

09h30 – Saída das motas todas do parque da Câmara até à Biblioteca Municipal com escolta Policial 10h00 – Prólogo – junto à Biblioteca Municipal de Valongo 12h00 - Partida do primeiro concorrente 18h00 - Entrega de prémios Organizado pelo Extreme Clube de Lagares - Penafiel, este evento desportivo tem o apoio do Município de Valongo.

Danças de Salão em Ermesinde Com organização do CPN de Ermesinde, através da Escola de Dança José Torres e o apoio do Município de Valongo, realizouse no Pavilhão Municipal de Ermesinde, o 3.º Festival Professor Toni Pinto - Danças de Salão, um dos maiores a nível nacional.

Este evento juntou as vertentes desporto, arte e cultura, em torno de uma competição de elevado nível e requinte, envolvendo cerca de 300 bailarinos e um milhar espetadores. A decoração aliada à luz e som (a cargo de Decorsound) tornou o Pavi-

lhão de Ermesinde uma autêntica sala de baile, onxde o glamour se juntou à beleza e qualidade dos pares intervinientes, num dia de promoção da danças de salão, moderna e latinoamericanas.


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Diversos Beatriz Campos Cantante NOTÁRIA Concelho de Valongo Extracto para publicação -- Alda Cristina Nunes Ribeiro por delegação expressa da Notária Maria Beatriz Vieira Campos Cantante, com Cartório Notarial, sito na Rotunda 1º de Maio, n.º 160, 1º sala 28, em Valongo: - --- CERTIFICA narrativamente, para efeito de publicação, que neste Cartório Notarial, no Livro de Notas para Escrituras Diversas nº 214, a folhas 21, se encontra exarada uma Escritura Pública de Justificação Notarial, outorgada hoje, na qual MARIA MARGARIDA DE ALMEIDA TEIXEIRA, NIF 165533030, portadora do Bilhete de Identidade número 3673204, emitido em 29/09/2006, pelos Serviços de Identificação civil do Porto, viúva, natural da freguesia e concelho de Valongo, onde reside na Rua Central, n.º 673, declarou NA QUALIDADE DE CABEÇA DE CASAL, na herança aberta por morte de Margarida da Conceição Almeida, ela justificante, e ainda, ---------FERNANDO JOSÉ DE ALMEIDA TEIXEIRA, casado com Maria Alice Moreira Ferreira Teixeira sob o regime da comunhão de adquiridos, residente na Rua da Costa, n.º 154, Gandra, Paredes; ---ANA PAULA GONÇALVES DE ALMEIDA, divorciada, residente na Rua José Seara, n.º 65, 2º esq. Frente, Valongo; --- DANIELA GONÇALVES DE ALMEIDA, casada com Mário Rui Padilha Carvalho sob o regime da comunhão de adquiridos, residente na Rua do Solgidro, n.º 195 C, 4º esq. Frente Valongo; ---ALBERTO MOREIRA SOARES, casado com Maria Cândida Monteiro Teixeira sob o regime da comunhão de adquiridos, residente na Travessa Maria Luisa Almeida Matos, n.º 144, 2º dto tras, Valongo; - --FRANCISCA HERCULANA MOREIRA SOARES BLANQUETT

CORREIA, casada com António Alberto Blanquett Correia sob o regime da comunhão de adquiridos, residente na Rua Comércio do Porto, n.º 50, 2º dto, Ermesinde, Valongo;---JOSÉ MANUEL MOREIRA SOARES, casado com Maria Isabel Vieira Ribeiro sob o regime da comunhão de adquiridos, residente na Rua Raul Brandão, n.º 40, 1º Ermesinde, Valongo; ---JORGE MANUEL MOREIRA SOARES, casado com Amélia Madalena Teixeira Barbosa de Carvalho sob o regime da comunhão de adquiridos, residente na Bélgica, em Rue Jakob Smits, 49, Bruxelas; ---MARIA HELENA MOREIRA SOARES, solteira, maior, residente na Rua dos Sonhos, n.º 86, Ermesinde, Valongo; ---FERNANDO MANUEL MOREIRA SOARES, casado com Odete Fernanda Moutinho Ribeiro Soares sob o regime da comunhão de adquiridos, residente na Rua Rodrigues de Freitas, n.º 519, r/c esq., Ermesinde, Valongo; --- ILDA RODRIGUES SOARES, divorciada, residente na Rua do Salgueiral, n.º 24, Valongo; --- JOÃO PAULO DE ALMEIDA SOARES, solteiro, maior, residente na Rua Eng. Caldeira Rodrigues, n.º 9, 3º esq., Lisboa; e, --- BRUNO MIGUEL ALMEIDA SOARES, solteiro, maior, residente na Rua da República, n.º 65, r/c esq, Caneças, ---são os únicos donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, em comum e sem determinação de parte ou direito, do prédio urbano, sito na Rua do Barreiro, n.º 44, freguesia e concelho de Valongo, composto de casa de rés do chão com a área coberta de oitenta metros quadrados e logradouro com a área descoberta de setenta metros quadrados, inscrito na respetiva matriz predial urbana sob o artigo 934. -----------Que, por volta do ano de mil novecentos e setenta e cinco, a referida Margarida da Conceição Almeida, adquiriu o supra

identificado imóvel por partilha verbal por óbito de Manuel Soares e Maria da Conceição Almeida, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, e residentes na Rua do Barreiro, n.º 44, Valongo.----Que, não obstante a falta de título formal que lhes permita registar o referido imóvel, primeiro a mencionada Margarida da Conceição Almeida e depois todos os referidos herdeiros em representação da herança, têm exercido a posse sobre o supra identificado imóvel, em nome próprio, desde então e há mais de vinte anos, sem oposição de quem quer que seja, sem interrupção e ostensivamente à vista de todos, de forma correspondente ao exercício do direito da propriedade, traduzindo-se em factos materiais conducentes ao integral aproveitamento de todas as utilidades do prédio, nomeadamente, através da sua habitação, obras de conservação e melhoramento, bem como pagando os respetivos impostos. ----- Que, assim, a posse pacífica, pública, contínua, e em nome próprio do citado imóvel, desde o referido ano de mil novecentos e setenta e cinco, conduziu à aquisição do mencionado imóvel por usucapião, que invoca em nome da herança, para justificar o seu direito de propriedade para fins de registo. ---------------Está conforme o original. ---Valongo, 18 de Janeiro de 2018A Colaboradora autorizada, (No uso das competências que lhe foram atribuídas pela Dra. Beatriz Campos Cantante, notária, conforme autorização publicada em www. notarios.pt.) (Alda Cristina Nunes Ribeiro- 151/9, publicitada na ON em 07-102016) Registo n.º 186

Conselhos de Saúde A sua visão 12

Foi durante a segunda Guerra Mundial que nasceu uma máquina que ia/iria revolucionar toda a história daí em diante, o computador. Nas primeiras décadas do século XX, nasceria um dispositivo pessoal que melhoraria a comunicação entre as pessoas, mesmo em locais longínquos e sem ter que estar ligado a um fio, o telemóvel. Desde os seus inícios, estas máquinas foram tendo um crescimento e um desenvolvimento exponencial, tornando-se cada vez mais avançadas e personalizadas. Hoje em dia, qualquer pessoa tem na sua casa, escola ou trabalho um computador ou um telemóvel, o que leva a que o seu uso seja cada vez mais constante e comum. Sem dúvida que foram as invenções do século e que vieram facilitar toda a vida humana, contudo, também, trouxeram com elas um maior sedentarismo

Soluções visuais para a Era Digital por parte da população que as usa e outros problemas adjacentes à sua utilização. Com o passar do tempo, tem-se constatado que as gerações mais novas são as mais impulsionadas ao uso destas máquinas. Este facto está diretamente relacionado com o incremento da prevalência dos problemas visuais nos jovens e, consequentemente, com o aumento do uso constante de óculos de descanso para ajudar a diminuir os sintomas que estes vêm a sentir, como cefaleias (dores de cabeça), astenopia (cansaço visual), olho seco, entre outros. Uma das grandes preocupações dos fabricantes de lentes oftálmicas e de contacto é diminuir estes sintomas e dar um maior conforto ao cliente quando este as está a usar, principalmente, sendo ele usuário destes dispositivos durante muitas horas. Cada vez mais o mercado se preocupa em diminuir as emissões de luz azul dos ecrãs, colocando capas protetoras. Então, nas lentes, acontece exatamente o mesmo fenómeno. Neste momento, podemos encontrar uma capa protetora, ou seja, um filtro na superfície da lente oftálmica com uns ligeiros reflexos azuis que protege os seus usuários das emissões irradiadas por estes dispositivos. Este filtro tem vários nomes, dependendo do fabricante da lente, sendo um com-

plemento do já usado antireflexo. Vários estudos apresentam resultados que mostram que os dispositivos eletrónicos podem levar a alterações do normal funcionamento do sistema acomodativo, uma vez que são usados a distâncias curtas. Neste sentido e de forma a diminuir este esforço dos olhos aquando o uso destes instrumentos, existem atualmente no mercado lentes oftálmicas e de contacto que, pela sua geometria, têm uma ligeira adição, ou seja, um acréscimo de potência positiva, que leva assim à atenuação do esforço visual do usuário. Numa era em que somos cada vez mais dependentes destes dispositivos eletrónicos, o uso de óculos e de lentes de contacto torna-se quase inevitável. Caso sinta qualquer sintoma ou alteração visual, deve saber aconselharse bem junto dos seus profissionais óticos sobre as soluções adequadas para si. Informe-se mais e melhor connosco. Tire todas as suas dúvidas na sua ótica de confiança! Encontre-nos na Opticalia Valongo, na Rotunda 1º Maio nº 44, 4440-519 Valongo. Contacto telefónico: 224 226 164 Dra. Rosária Barbosa

CONVOCATÓRIA Nos termos do artigo 9º nº 3, 4 e 5 dos Estatutos, convoco todos os Associados do MOTOCLUBE DE ALFENA para uma Sessão Ordinária da Assembleia Geral, a realizar no próximo dia 07 de Março, quarta-feira, pelas 21,00 horas, na Sede Social, Rua de S. Vicente 1194, 4445-210 ALFENA, com a seguinte Ordem de Trabalhos: Ponto Um: Apresentação, discussão e votação do relatório anual de contas, relativo ao ano de 2017 e respectivo parecer do Conselho Fiscal. Ponto Dois: Apresentação e votação do plano de actividades para 2018. Ponto Três: Discussão de assuntos de interesse da Associação. Nos termos do artigo 9º, nº 5 dos Estatutos, se à hora marcada não se encontrar presente o número mínimo de associados exigido, a Assembleia reunirá em segunda convocatória e sessão que terá lugar meia hora mais tarde (21.30 horas), com qualquer número de associados presentes. Alfena, 30 de Janeiro de 2018. O Presidente da Mesa da Assembleia Rogério Henrique Palhau Nota: Só poderão tomar parte, com direito a voto, na Assembleia-geral, os sócios maiores de 18 anos, no pleno gozo dos seus direitos estatutários, devendo apresentar o respetivo cartão com quota atualizada e assinar a lista de registo de presenças.


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Documento

A Guerra do Sucessão Portuguesa Documento Soriano, 1890, pp.374375-376-377. “ Sua majestade imperial fez-se á véla com o comboio que se achava surto na praia defronte de Ponta Delgada (Ilha de S. Miguel, Açores) no dia 27 de Junho pelas duas horas da tarde, e seguiu viagem com o tempo mais favoravel até ao dia 7 de julho, em que deu vista da costa de Portugal na altura de Villa do Conde pelas dez horas da manhã. Pelas sete da tarde do mesmo dia achavase todo o comboio nas aguas d´aquella costa… (Napier, 1836, p. 25. – “No dia 27 o Almirante Sartorius, tendo concluido os seus preparativos, se fez de vela para a Costa de Portugal com o seu comboy, composto de quarenta e dois navios de transporte…”) (Owen, 1836, p. 92. – “No dia 7 de Julho de 1832 ao fechar o dia, os Soldados estacionados nos Telègraphs perto de villar do Paraiso, da parte do sul do Douro, discubrirão a Esquadra de Dom Pedro que trasia o Exercito Libertador, então sobre a vella para o Norte do Porto: pelas nove horas da noute os Tambores na cidade annunciavão, aos de dentro, e de fora, que tudo estava já alerta e em Armas.”) …No dia 8, pelas nove horas da manhã, mandou o mesmo augusto senhor içar na fragata Rainha de Portugal o pavilhão real, … e logo depois enviou a terra um dos seus ajudantes de campo… Voltou o ajudante de campo com uma resposta negativa, … (Owen, 1836, pp. 92-93. – “Dom Pedro continuou sua derróta até villa de Conde, e Vianna: na Manhãa seguinte aproximando-se à Costa, mandou Sá de Nogueira em terra, citando o commandante a baixar suas armas, e unirse à causa da Rainha. Brigadeiro General Cardozo estava colocado com a sua tropa nesse extremo direito da linha - …Elle respondeo mui insolentemente ao Sà Nogueira, dizendo, que não conhecia Dom Pedro senão como chefe de hum bando de aventureiros, e que se quaisquer mais similhantes recados fossem mandados, que o portador seria passado pelas Armas.”) …ordenou que o exercito desembarcasse no ponto em que já se achava fixado entre Villa do Conde e o Porto. Este ponto offerecia a dobrada vantagem de não opor uma resistência imediata, e dividir as forças inimigas, cortando

O Cerco do Porto - A batalha da Ponte Ferreira (2ª parte)

pelo centro as suas posições, … e ás três horas começou o desembarque sem oposição alguma… Fez-se o desembarque com tal presteza, e a disposição das tropas foi tão rápida, que ás seis horas da tarde estavam aquellas posições occupadas, e ás nove da noite achava-se o exercito libertador desembarcado sem a mais leve resistencia, … Sua majestade imperial desembarcou ás seis horas da tarde… depois de ter visitado os bivacs, ordenou o movimento sobre Pedra Ruiva; … as tropas de Villa do Conde vagaram toda a noite, tentando inutilmente effectuar a sua Juncção com as do Porto, e achando todos os caminhos ocupados, decidiram a sua retirada sobre a estrada de Amarante; e as forças postadas em Leça viram-se retroceder ao Porto, passando o Douro pelas duas horas da madrugada, e cortando a ponte irem alojar-se nas alturas de Villa Nova. (Napier, 1836, pp. 2829. – “ e o General Santa Martha, que commandava a Provincia d´Entre Douro e Minho, onde estavão estacionados doze mil homens, abandonou o Porto durante a noite, com a sua guarnição de perto de quatro mil homens. … ”) (Soriano, 1889, p. 680. – “Seja como fôr, é certo que o Exercito Libertador, apenas desembarcado, viu-se logo entre dois fogos, tendo pela sua frente o general Santa Martha, e pela rectaguarda o brigadeiro José Cardoso, de modo que a estes generais, com alguma preserverança e coragem, não lhes seria difficil derrotal-o e anniquilal-o…”). (Napier, 1836, pp.2728. – “não se pode entender como o General Cardoso que commandava uma força respeitavel em Villa do Conde, tivesse alli permanecido tranquillo espectador do desembarque; e ainda menos se pode comprehender a rasão porque se não fez um rapido movimento sobre Villa do Conde, derrotando o exercito de Cardozo antes que tornasse a si do terror panico de que ficárão penetrados avistando uma tão grande armada, que suppunhão conduzir mais de 20:000 homens.”) O Marquês d´Alorna, refere também uma conversa pessoal havida com o Coronel Hare (Estado Maior inglês) sobre o abandono da cidade: (Andrada, 1928, p.238. – “ Para provar da

negligencia do Governo do Usurpador, direi que o Coronel Hare, poucas horas depois de nós occuparmos o Porto, soube esta noticia pelo Telegrapho do Arsenal de Marinha, porque, com o seu oculo, via os signaes, de que tinha a cifra, e poude perceber: D. PEDRO, PORTO, DEZ HORAS E RETIRO-ME. Era a participação de Santa Martha.”) (Napier,1836, p.29. – “O Imperador recebeo a noticia da evacuação do Porto ás 9 horas da manhãa do dia 9 e immediatamente pôz as tropas em movimento; … A sua recepção foi mui differente do que se esperava; derão-se algumas vivas, e deitarão-se algumas flores sobre a cabeça do Imperador, … As tropas foram alojadas por diversos quarteis e conventos, todos os quaes tinhão sido abandonados pelos frades, que pegaram em armas a favor da causa de D. Miguel.”) Os batalhões de caçadores n.ºs 2 e 3, seguindo aquelle movimento, marcharam sobre a cidade, onde entraram na madrugada do dia 9, no meio de vivas e felicitações do povo; e sua majestade imperial, á testa do exercito, saindo de Pedra Ruiva, e seguindo a estrada que vem de Villa do Conde, entrou na cidade do Porto pelo meio dia. O enthusiasmo com que os habitantes do campo corriam para terem o gosto de verem sua majestade imperial, e de o acompanharem no meio das mais fervorosas demonstrações de jubilo, davam a esta marcha o caracter que lhe competia, de um verdadeiro triumpho nacional, e a alegria e aclamações com que sua majestade imperial foi recebido na cidade, excede tudo quanto a imaginação pôde alcançar). (Owen, 1836, pp. 96-97. – “Mas que vista melancholica foi essa entrada triumphante do Exercito Libertador para aquelles cujas cabeças não estavão viradas com o dilirio do momento – Sete mil duzentas Bayonetas erão contadas nas fileiras – nem hum cavallo trazião para o uso dos officiaes do Estado Maior; Dom Pedro mesmo vinha montado n´hum garrano, dadiva do dia – Sua Artilharia não passava de trez peças ligeiras puxadas por homens.” Nota pessoal: É fácil planear a anos de distância, mais difícil será tomar decisões imediatas, em cima dos acontecimentos. Após a leitura e reflexão sobre algu-

ma documentação, concluí: – uma opinião – que desde o desembarque do exército liberal no Mindelo (praia da Arnosa em Pampelido), o Estado-Maior Miguelista tinha decidido abandonar a cidade do Porto, com o objetivo de atrair e encaminhar as tropas liberais para a cidade do Porto e preparar o seu Cerco. Razões para essa decisão: recear que a esquadra liberal se tivesse dividido e, em qualquer ponto da costa portuguesa se realizasse outro desembarque de tropas; desconheciam, no início, o número real das tropas liberais; a cidade do Porto não dispunha, nem de defesas preparadas no terreno, nem tão pouco dispunha de tropas suficientes, no momento, para suportar um ataque; evitar prováveis retaliações por parte da população liberal, contra os realistas se estes eventualmente, optassem pela defesa da cidade, devido à opressão a que foram submetidos – na cidade existiam três forcas. Se, o abandono da cidade, fosse um ato deliberado, decidido pelo próprio Santa Martha, este teria sido, certamente, demitido das suas funções. Por isso, não atacaram, limitando-se a vigiar, de longe, o movimento das tropas liberais em direção à cidade do Porto. Mais, creio até que, quando abandonaram Vila Nova de Gaia, aparentemente forçados, e o mais impensável, a Serra do Pilar – um ponto estratégico fundamental – era mais uma armadilha. Isto é, dividir e enfraquecer as forças liberais, ocupadas em defender um espaço maior, a margem esquerda do Douro, dispersando as suas forças. O Es-

tado Maior de D. Pedro resistiu a essa tentação, apesar de abandonar o vinho nos armazéns de Vila Nova de Gaia, indispensável, como moeda de troca com os ingleses, para o abastecimento de víveres, armas, munições, cavalos, oficiais, soldados… Todos os movimentos das forças miguelistas, após desembarque dos liberais, do norte para o sul do Douro e vice-versa, foram subordinados à estratégia do Cerco do Porto; o bloqueamento militar das estradas de acesso do Porto a Braga, Guimarães, Valongo, Penafiel, Amarante… evitavam que as forças liberais, influenciassem as populações para a sua causa, e impediam o acesso aos abastecimentos de mantimentos e outros. É que, os miguelistas, pensavam que a “inevitável” rendição dos liberais, seria uma questão de tempo. A sugestão de Napier, acima, para atacar Vila do Conde, impressionados pela esquadra e receosos de forças mais numerosas, caiu por terra. Como se verificou, o parlamentar enviado pelos liberais chegou a temer pela sua própria vida. Seria um risco, os liberais, atacarem Vila do Conde, sem conhecerem o terreno que pisavam, e desconhecendo as forças em presença. Estavam de chegada! Por alguns dos elementos apresentados, será de concluir, que os miguelistas, forçados ao abandono da cidade, tinham em marcha a operação, Cerco do Porto, que durou de Julho de 1832 a Agosto de 1833. Não é fácil a pesquisa em documentação, cujos intervenientes direta ou indiretamente, viveram momentos de antagonismo, de paixão,

ódios e até ressentimentos, exacerbados. A propaganda militar e a desinformação, era e é, uma arma poderosa. Cumpri o meu serviço militar, como Furriel, durante a Guerra do Ultramar, no Continente e na Ilha de S. Miguel (Açores), dando instrução militar. Na minha educação contínua, e apesar de não hostilizar a outras disciplinas, era a história a preferida e apaixonante. Não poderei afirmar, no entanto, que possuo formação militar, mas refleti sempre nessa perspetiva. Bibliografia: Simão José da Luz Soriano – Historia da Guerra Civil e do Estabelecimento do Governo Parlamentar em Portugal - Terceira Ephoca Tomo VII – Lisboa Imprensa Nacional – 1890. Simão José da Luz Soriano – História do Cerco do Porto – Tomo I, 1889 – A. Leite Guimarães – Editor – Porto. Memórias do Marquês de Fronteira e d´Alorna – D. José Trazimundo Mascarenhas Barreto, ditadas por ele próprio em 1861. Revistas e coordenadas por Ernesto de Campos Andrada – Parte Terceira e Quarta (1824 a 1833) – Coimbra Imprensa da Universidade 1928. Carlos Napier. Guerra da Successão em Portugal, 1836 – Traduzida em portuguez por Manuel Joaquim Pedro Cadina. Lisboa Typographia Comercial – 1841. Owen Hugh. A Guerra Civil em Portugal – O Sitio do Porto e A Morte de Don Pedro - Por Hum Estrangeiro – Impresso em Londres – 1836 Texto e foto de Joaquim Manuel Pereira Marques – 05.02.2018

O Cerco do Porto, durou de Julho de 1832 a Agosto de 1833. Foto de 2006


Jornal Novo Regional 8 de fevereiro de 2018

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