Regresso às aulas

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9 de setembro 2015

Vagos/Santo António

Junta apoia 200 famílias no regresso às aulas

Regresso às aulas

A pensar nas dificuldades económicas das famílias cujo orçamento sai agravado no período do regresso às aulas, a junta da União de freguesias de Vagos e Santo António de Vagos decidiu, à semelhança do que aconteceu no ano passado, oferecer os manuais escolares a todos os alunos que irão frequentar, neste ano letivo, o 1º ciclo do ensino básico. Ao todo, ficaram a beneficiar desta medida as famílias dos 200 alunos que aproveitaram esta oportunidade. E se no ano passado muitas famílias alegaram não ter tido conhecimento atempado deste apoio, este ano a junta promoveu uma campanha de informação a todos os encarregados de educação com o apoio dos professores das escolas do 1º ciclo da freguesia (Vagos, Lombomeão e Quintã). «Houve pais que vieram inscrever-se para receber este apoio fora do prazo, mas como a fatura final ainda não tinha sido emitida, resolvemos adicioná-los à listagem dos beneficiários», explicou à nossa redação Ilda Martinez, satisfeita pelo aumento do número de famílias beneficiadas este ano. «Conseguimos chegar à quase totalidade dos alunos que frequentam as escolas da freguesia, mesmo que a residência seja nas freguesias limítrofes», disse.

Trata-se de um investimento de cerca de 11 mil euros efetuado pela junta de freguesia, apesar de os recursos serem «sempre limitados». Contudo, «temos fontes de financiamento tendo em conta a comunidade residente e achamos que esta é uma área em que devemos apostar e que devia ser alargada a todas as freguesias do nosso concelho, seja por iniciativa das mesmas ou até da câmara municipal, como acontece em muitos municípios do país», defendeu a membro do executivo. Em fase de final de mandato – a junta aguarda que sejam marcadas eleições depois da recente resignação em bloco de todos os

eleitos pelo PSD –, Ilda Martinez afirmou desconhecer o desenvolvimento desta iniciativa, mas garantiu que as famílias beneficiadas têm agradecido, dado que «o dinheiro que não gastam com os manuais – que varia entre os 51 no 1º ano e os quase 74 euros no 3º (inclui manuais de inglês) - que oferecemos será canalizado para a aquisição do material escolar necessário». Também neste aspeto, a papelaria que apresentou melhor proposta (foram convidadas três para apresentar proposta) – a Maria Papel, em Vagos – ofereceu um vale de desconto para aquisição do material escolar às famílias beneficiadas. PUB

Escolha bem a mochila… pela saúde do seu educando

Numa altura em que se começa a pensar no regresso às aulas, é tempo de fazer as escolhas mais acertadas na compra das mochilas das crianças. O alerta é dado pela campanha “Olhe pelas suas costas”, que descreve os vários perigos da utilização de uma mochila inadequada e as consequências do excesso de peso transportado pelas crianças. «A mochila deve ter costas almofadadas, duas alças ajustáveis - de maneira a que fique encostada, o máximo possível, às costas da criança - e deve ser feita de mate-

rial leve e resistente», explica Paulo Pereira, coordenador nacional da campanha Olhe Pelas Suas Costas. No caso das crianças que percorrem longas distâncias a pé, as malas com rodinhas também podem ser uma opção. No comunicado enviado, o coordenador defendo que, para estes casos, o ideal é «optar por uma mochila com uma pega suficientemente comprida, capaz de evitar a inclinação do tronco da criança durante o transporte». E acrescenta que «o excesso de peso nos ombros provocado pelos objetos que as crianças transportam na mochila pode prejudicar o desenvolvimento e contribuir para o desgaste da coluna vertebral», pelo que se recomenda que não ultrapasse dez por cento do peso da criança. Os alunos devem levar para as aulas apenas o material necessário para esse dia da semana. «Os objetos mais pesados devem ser colocados no fundo da mochila. Se esta tiver compartimentos laterais, a distribuição dos objetos deve ser feita de maneira a que a carga fique equilibrada», reforça o

especialista. «A prevenção de problemas na coluna vertebral passa sobretudo pelos educadores, pais e professores, que devem estar atentos não só ao transporte de mochilas mas também à postura adotada durante as aulas e em casa, à prática de exercício físico e aos sintomas das crianças», conclui Paulo Pereira. De salientar que as dores nas costas são a causa mais frequente das visitas ao médico. As doenças que afetam a coluna representam mais de 50 por cento das causas de incapacidade física, estimando-se que 7 em cada 10 portugueses sofrem ou já sofreram de dores nas costas. É nesse sentido que a campanha “Olhe pelas suas costas” vem sensibilizar a população em geral para as dores nas costas, alertar para as suas consequências na vida pessoal e profissional dos portugueses, e educar sobre as formas de prevenção e tratamento existentes. Conta, portanto, com o apoio científico da Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral, da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, da Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia, da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação e da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia. Mais informações em www.olhepelassuascostas.com.


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Regresso às aulas As aulas têm início no próximo dia 21 (segundafeira) no Agrupamento de Escolas de Vagos (AEV), mas a receção aos encarregados de educação está prevista para a sexta-feira anterior. Em cada escola do 1º ciclo e do ensino pré-escolar, o horário da receção é determinado pelo docente. Já na EB dr. João Rocha (do 5º ao 7º ano) a receção está marcada para as 17h e, uma hora depois, na escola-sede, para alunos e encarregados de educação do 8º ao 12º ano.

Silvério Regalado fala dos centros escolares no arranque das aulas

«Das maiores conquistas» na educação O alcatroamento da frente exterior do Centro Escolar (CE) da Gafanha da Boa Hora, reivindicado pelos professores e pais que todos os dias vão levar os educandos à escola, não será efetuado antes do arranque do ano letivo 2015/16. Informação prestada pelo presidente da câmara de Vagos, responsável pela pasta da educação. No entanto, e como salientou o edil, este alcatroamento consta da lista de prioridades da freguesia local e que foi alvo de procedimento para alcatroamento. Quer acreditar, por isso, que «até ao início do inverno» esta questão esteja resolvida. Todas as outras questões e pequenas obras de reparação/manutenção nos dois CE’s (Gafanha e Fonte de Angeão) foram efetuadas ao longo do ano e agora durante a interrupção letiva. A dias do arranque das aulas, Silvério Regalado classifica as duas estruturas municipais como «das maiores conquistas» que o concelho de Vagos conseguiu em 40 anos de democracia, no que à educação diz respeito. «As críticas que lhes foram feitas foram infundadas e hoje os alunos que frequentam os dois CE’s têm, incomparavelmente, melhores

condições do que nas escolas onde estavam, que, por sinal, eram das piores do concelho», mencionou. No que diz respeito ao serviço de refeições, a associação BETEL continuará a proporcionar o serviço de fornecimento de refeições no CE de Fonte de Angeão à semelhança do passado ano letivo. «As quatro associações das duas freguesias decidiram que seria lógico que a IPSS de Ponte de Vagos continuasse a prestar esse serviço», referiu. Para que não haja atrasos na colocação de auxiliares da ação educativa ou professores das Atividades Extra Curriculares (AEC), a autarquia já tratou de todos os procedimentos, esperando-se que todos estejam disponíveis no início das aulas. Está também em conversações com o Agrupamento de Escolas de Vagos, Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos e Colégio de Calvão no sentido de se reduzirem as carreiras dos autocarros efetuadas pela empresa concessionária que opera no concelho e, deste modo, «reduzir a fatura dos transportes». Já o transporte dos alunos do 1º ciclo e jardins-de-infância continuam

a ser assegurados pelas IPSS do concelho, em parceria com a autarquia.

Aulas de natação para alunos do 3º ano Ainda no que diz respeito às AEC, irá ser implementada uma medida há muito desejada: todos os alunos do 3º ano do 1º ciclo irão ter aulas de natação, comparticipadas pela câmara municipal de Vagos, e que terão lugar tanto nas piscinas municipais de Vagos como na do Colégio de Calvão. A divisão dos alunos pelas duas infraestruturas prende-se com a necessidade de reduzir tempos de deslocação. Apesar da piscina do Colégio de Calvão ser privada, Silvério Regalado recordou que faz parte de uma instituição que «sempre colaborou com a câmara municipal e que assegura, mesmo, o ensino público na parte sul do concelho».

Uma vez mais, a fraca taxa de natalidade está refletida na redução de alunos que entram para as escolas. Este ano, para o 1º ciclo entraram apenas 165 alunos, o que deixa o diretor Hugo Martinho «preocupado». No entanto, este ano não se verificou o encerramento de qualquer escola. «Perdemos duas turmas no 1º ciclo (uma no Centro Escolar de Fonte de Angeão e outra no Centro Escolar da Boa Hora), o que julgamos estar relacionado com a concentração de alunos, e no pré-escolar perdemos uma sala no Centro Escolar (CE) de Fonte de Angeão mas ganhamos uma em Vagos», que passou de duas para três salas este ano letivo. No que respeita ao nível secundário, pela primeira vez conseguiu-se abrir, no 10º ano, a opção de socioeconómico. Contudo, e ao contrário do alcançado no ano passado, este ano não se inscreveram alunos suficientes para se abrir a opção de artes. «Ou seja, temos as quatro opções a funcionar, mas não em todos os anos do secundário», afirmou o diretor Hugo Martinho. Já no âmbito dos cursos profissionais, inicia-se agora o técnico de restauração (variante cozinha/pastelaria), para além de todos os outros que são de continuidade (no 11º e 12º anos), não se tendo conseguido abrir o técnico de turismo. Os vocacionais existentes no básico e secundário, na área de cozinha, eletricidade e artes manuais, terão continuidade neste ano letivo. No total, o AEV terá 2033 alunos em todos os níveis de ensino e terá como tema do projeto educativo as “leguminosas”, dado

Agrupamento de Escolas de Vagos

2033 alunos aguardam início das aulas 2016 ser o ano internacional das leguminosas. Obras nas escolas prontas até início de aulas Com o início do ano letivo mais tarde, o diretor do AEV disse acreditar que até ao início das aulas sejam colocados os restantes professores que estão em falta em diversas áreas e vários anos de escolaridade. Já na colocação de assistentes operacionais, face à determinação do ministério da tutela em terminar com os contratos de emprego e inserção, o AEV aguarda a publicação do concurso em diário da república. Tendo em conta os rácios, serão atribuídos quatro funcionários para o AEV «só lá para meados de outubro», o que irá «criar alguns constrangimentos, mas não condicionar a abertura e funcionamento das escolas», mencionou. Prontas aquando do arranque das aulas estarão as obras na EB dr. João Rocha e na escola-sede. Na EB conseguiu-se uma ala desti-

nada a todo o 1º ciclo e alargou-se o espaço da cantina, para que os alunos conseguissem almoçar ao mesmo tempo por ciclos. Já na escola-sede estão a ser realizadas obras de melhoria no refeitório que passou a albergar a sala de estar dos alunos. Nas outras escolas foram efetuadas algumas obras de manutenção, tal como nos centros escolares. Agrupamento de Escolas de Vagos em números Pré-escolar – 339 alunos 1º ciclo – 783 alunos 2º ciclo (5º e 6º) – 255 alunos 3º ciclo (7º ao 9º) – 384 alunos Secundário (10º ao 12º) – 175 alunos Cursos profissionais (10º ao 12º) – 56 alunos Cursos vocacionais – 3º ciclo com 17 alunos e secundário com 17 alunos Curso de Formação de Adultos (EFA) – 7 alunos Total: 2033 alunos PUB


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Regresso às aulas AEV e EPADRV contempladas com créditos horários

EPADRV

25 anos depois… continua a crescer Está marcado para o próximo dia 21, pelas 9h30, a receção aos novos alunos que irão frequentar, pela primeira vez, a Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos (EPADRV). Depois da reunião com diretores de turma e de curso, os novos alunos serão conduzidos numa visita guiada às instalações desta escola localizada na mata nacional na Gafanha da Boa Hora, antes de um almoço partilhado no polo de restauração. À tarde, a partir das 15h, é a vez de se proceder à receção dos restantes alunos. Até ao momento estão inscritos 352 alunos na EPADRV. Um número em tudo semelhante ao do ano passado, depois de a escola, há alguns anos, ter visto reduzir consideravelmente o número de alunos. «Agora, com a nossa aposta e ajustamento da oferta formativa em quatro cursos/áreas (técnico

de produção agrária, técnico de gestão equina, manutenção industrial e restauração), temos conseguido manter o mesmo número de alunos, embora por vezes seja difícil a sua captação, dada a concorrência de outras escolas e a existência dos cursos vocacionais, que reduzem o tempo letivo num ano, no nível secundário», explicou o diretor do conselho executivo. Dificuldades que se esperam desvanecidas com a abertura e entrada em funcionamento do Centro Hasstec para a área de manutenção industrial. «Com este centro e máquinas CNC, que perspetivamos que esteja em funcionamento em outubro, pensamos que será mais fácil captar alunos para esta área», disse Fernando Santos, adiantando que estão a ser ultimados os procedimentos concursais para avançar, recorrendo a financiamentos do programa que financia os cursos profissionais. Numa altura de transição de quadros comunitários, o diretor disse acreditar na «celeridade de respostas», até porque a abertura das candi-

daturas foi antecipada comparativamente com os últimos anos. Para breve, e tal como já adiantado pel’O PONTO, a EDADRV pretende ainda lançar duas candidaturas para a criação de um centro de transformação de queijaria e melhoria do polo de bovinos leiteiros. Esta última foi apresentada no passado dia 26 de junho, aguardando-se pelo parecer do PRODER. Quanto ao centro de transformação, «estamos a concluir o projeto para avançar com a candidatura no próximo mês», disse, esperando a sua conclusão, caso obtenha aprovação, daqui por dois anos. Em fase de conclusão está a empreitada de construção de uma unidade de eventos. Tendo sido suspensas no mês de agosto, retomaram recentemente, esperando-se o seu términus em outubro. Será aí que, em novembro, a EPADRV irá realizar a gala do seu 25º aniversário, onde será reconhecido o «mérito dos impulsionadores da escola e de todos os que contribuíram para o crescimento da EPADRV».

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Necessidades Educativas Especiais

Sucesso que gera mais sucesso

Vagos atento às necessidades dos alunos “especiais”

Tal como noticiado na última edição d’O PONTO, a Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos (EPADRV) e o Agrupamento de Escolas de Vagos (AEV) foram incluídos na lista de 274 estabelecimentos de ensono que superaram os «patamares de excelência» que o ministério da educação apresentou recentemente. Um reconhecimento que foi efetuado mediante a atribuição de créditos horários, no sentido de «incentivar o bom trabalho educativo em todos os níveis de escolaridade oferecidos pela escola». A EPADRV foi distinguida pelo critério da redução do abandono/risco de abandono. No final da semana passada, o diretor Fernando Santos ainda desconhecia o funcionamento desta atribuição de horas e critérios para sua utilização. No entanto, mostrou-se satisfeito com esta «boa notícia» para a EPADRV. «É sinal que fazemos um trabalho excelente e fazemos um esforço para dar resposta aos alunos», acrescentou. Por sua vez, o AEV foi distinguido pela evolução dos resultados escolares (básico e secundário) bem como pelo sucesso escolar dos alunos (básico). Também o diretor Hugo Martinho considerou ser uma «excelente notícia» que revela todo o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido. Mais informado, Hugo Martinho sabe que terá mais 20 horas a juntar às cerca de 500 horas de crédito que tem atribuídas pela tutela pelo rácio de alunos que possui. Horas que pretende distribuir pelo projeto C3, na antiga EB1 da Parada de Cima e pelo qual passarão, este ano, todos os alunos que frequentam o pré-escolar e o 1º ciclo, com exceção dos alunos do 4º ano. Já para os alunos do 4º ano haverá a possibilidade de, todas as sextas-feiras, em grupos, se deslocarem à sede do AEV para, antes do almoço, participarem no projeto da rede de bibliotecas “Newton também gostava de aprender a ler” e, depois, no desenvolvimento de um projeto a nível nacional na área da programação. «Queremos, ainda, reforçar com mais 30 minutos semanais as disciplinas de português e matemática para alunos do 5º ao 9º; os alunos do 8º ano terão reforço a estas disciplinas e também às de História e Inglês (onde se registava algum insucesso); e os alunos do 12º terão reforço a português e disciplina trienal. Iremos também reforçar as línguas com a criação de um laboratório de línguas onde, pelo menos a cada duas semanas, as turmas do 5º e 7º são desdobradas para trabalhar a oralidade e “speaking”». A ideia aproveitar estes créditos horários para «melhorar ainda mais» os resultados nas disciplinas nucleares e nas que os alunos têm mais dificuldades.

Dados recentes indicam que existem quase 79 mil alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE) nas escolas regulares. No entanto, e de acordo com notícias veiculadas, para estes alunos existem apenas 5.760 docentes de Educação Especial e 2.276 técnicos de apoio, o que leva a que haja alunos com apenas meia de apoio por semana. Há escolas em que se define que os alunos com necessidades educativas especiais (NEE) devem estar nas salas de aula normais, esperando que os professores de EE lá vão apoiá-los; há outras que entendem que os meninos devem passar uma parte do tempo curricular em salas próprias com os docentes de EE. Em ambos os casos, o apoio é «manifestamente insuficiente», denunciou membro da Fenprof. Em Vagos, no Agrupamento de Escolas de Vagos (AEV) existem 10 docentes, menos dois que no ano passado. «Se tivéssemos mais recursos certamente o apoio a estes alunos seria maior», referiu Hugo Martinho, adiantando que foi solicitada a colocação de mais três docentes para fazer face à realidade do concelho em termos de NEE e à distância existente entre as várias escolas do agrupamento, mas tal foi negado pela tutela. «A tutela defende que temos docentes suficientes, no entanto, e apesar de termos solicitado mais, no AEV tem-se conseguido dar resposta adequada e eficaz». Já na Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos (EPADRV), existe uma professora do grupo de educação especial e existe outra com formação específica nessa área. «Para o número de alunos que temos aqui na escola, são suficientes para prestar todo o apoio necessário», garantiu o diretor Fernando Santos. Apesar de “pesar” no orçamento, o Colégio de Calvão continua a ter dois docentes de Educação Especial, por defender que «uma escola inclusiva não pode ser uma escola que coloca alunos com evidentes deficiências permanentemente misturados com outros». Na opinião do padre Querubim Silva, essa integração só se consegue em momentos diferentes e de formas diversas, mediante um «tratamento especial». Com cerca de 60 alunos com NEE, o colégio possui uma oficina de teares, estudo acompanhado e diversas atividades com tratamento especial «com o intuito de trabalhar a inclusão na turma». Deste modo, reduzir o apoio a estes alunos «não é possível». Só assim, com um acompanhamento «bastante individualizado», é que se consegue, por exemplo, formar técnicos em restauração ou completar a escolaridade obrigatória. «Temos alunos que vencem não por favor mas sim por esforço próprio», vincou o diretor, destacando ainda o acompanhamento por parte dos dois psicólogos colocados a tempo inteiro e que «estimulam os alunos cujas condições do meio social são, por vezes, restritivas do seu progresso».

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Neste regresso às aulas temos

TUDO PARA PISCINA


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Regresso às aulas

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Colégio de Calvão

Novo ano letivo com mais uma turma No Colégio Diocesano de Nossa Senhora da Apresentação, de Calvão, a receção dos alunos do 5º ano está agendada para as 18h30 do próximo dia 14, estando o arranque das aulas marcado para o dia 16 para todos os níveis de ensino. Este ano, o colégio conta com a inscrição de 1030 alunos e, caso sejam aprovadas as 34 turmas previstas, não será necessário despedir pessoal docente. Com cortes orçamentais, a direção do colégio procura novas formas de obter receitas. Neste ano letivo, o Colégio de Calvão foi sujeito a um procedimento concursal para a abertura de turmas de início de ciclo (5º, 7º e 10º anos). No caso do estabelecimento de ensino calvoense com contrato de associação, tendo em conta a população escolar da área, teve oportunidade de concorrer a 5 turmas do 5º ano, 5 do 7º e 3 do 10º ano. «Dado que não temos concorrentes de iniciativa privada, foram-nos atribuídas estas turmas a 100%», afirmou o diretor. Falta apenas, agora, validar a continuidade das restantes 21 turmas que foram consignadas no contrato de associação, entretanto acordado e assinado entre tutela e colégio. Deste modo, o colégio conta ter 34 turmas constituídas para este ano letivo, mais uma que no ano anterior. A manterse assim, não estará previsto a rescisão contratual com qualquer docente. «Pelo contrário, teremos possivelmente que contratar, porque recebemos dois

pedidos de licença sem vencimento, um professor foi colocado no estatal e outro está na eminência de ser requisitado pelo serviço nacional como treinador de remo», enumerou o padre Querubim Silva, confessando-se «muito satisfeito» com esta «boa notícia» para o colégio. Piscina com alunos do 3º ciclo e com mais eficiência energética «Feliz» pelo trabalho que tem sido desenvolvido pelo Colégio de Calvão, Querubim Silva destacou as dificuldades financeiras sentidas, sobretudo com o corte de 1% no âmbito do contrato de associação para este ano letivo. «Estamos ao nível do que fez o governo em outubro de 2010», disse, garantindo ser necessária «mais ginástica e empenho». Para tal, estão previstas no horizonte várias iniciativas para rentabilizar as instalações existentes, mas também novas metodologias pedagógicas para que o colégio continue a ser uma «escola de qualidade». No caso da rentabilização de instalações, a piscina será um dos locais onde a autarquia irá proporcionar aulas de natação a todos os alunos que frequentam o 3º ano do 1º ciclo. «A piscina tem um peso complicado no orçamento, mas iremos tecer parceria com a autarquia para que os alunos do 3º ano do sul do concelho possam vir cá nadar», adiantou o padre Querubim, acrescentando que também contará com o apoio do município para apresentar candidatura a apoios comunitários para implementar medidas de eficiência energética. «Já colocámos,

há anos, painéis solares que reduziram, em muito, a fatura de eletricidade e gás da piscina, mas temos que reduzir ainda mais os custos de manutenção». Paralelamente, para além dos 180 utentes individuais ou integrados em turmas, provenientes de valências de infância e seniores do concelho, a direção do colégio pretende acolher utentes de outras instituições do concelho. Regresso do basquetebol? O colégio tem ainda uma proposta para a criação de um centro de formação de basquetebol, à semelhança do centro nacional de treinos que já acolheu há anos. A proposta foi apresentada por entidade externa, que pretende criar um centro de treino para formação, na área do basquetebol, complementando com a escolaridade que os atletas (internacionais) terão ao seu dispor também nas instalações do colégio. Também alunos antigos do colégio propuseram à direção a criação de uma escola de música aberta aos alunos, mediante pagamento de uma mensalidade e que, em certa medida, viria retomar a atividade musical na escola, depois de suspensa a escola que ali funcionava de «forma decrépita». Para motivar os alunos, o colégio pretende ainda analisar a sua adesão ao programa Erasmus+, e irá implementar numa turma do 5º ano, a título experimental, o projeto P. «Trata-se de uma inovação pedagógica trabalhada noutras escolas e que prevê a autonomização na aprendizagem do aluno. Durante duas se-

manas os alunos têm trabalhos de busca e investigação dos dados fornecidos pelo docente e, nas duas semanas seguintes,

os alunos terão que apresentar o caminho pedagógico realizado», explicou.


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