O São Paulo - 3437

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SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO

Ano 68 | Edição 3437 | 8 a 14 de março de 2023

Quaresma: o tempo propício para o encontro com o Mistério de Deus

Esta edição do Caderno Fé e Cultura convida o leitor a pensar sobre sua relação com o tempo, em especial neste período da Quaresma, momento de contemplar o grande mistério da fé e de ter a certeza do incalculável valor da vida humana.

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Quaresma, tempo propício

Núcleo Fé e Cultura

NestaediçãodoCadernoFéeCultura, paraajudarnasre exõesquaresmais, nossaatençãosevoltaparaotempo. Frequentemente,vemosavidapassar semnosdarmoscontadoqueestá éacontecendoconosco–aocasiãoquenos maravilhosodadaparaoencontrocomoMistério deDeusseperdena

distraçãoenainconsistência.Nãosetrata demaisumesforçomoralista–como tantosoutrosquejáempreendemosem onossocotidiano.Trata-sederecuperar NestasfascíniodiantedoSeuamorpornós. re exões,contamoscomnossas amigasecolaboradorasdacongregação beneditinacamaldolense–a nal,

Preparemo-nos para a Páscoa Monja camaldolensebeneditina Entramosnocaminhodo Êxodo,iniciamosnosso percursoquaresmal.Éum alegreconviteàPáscoa.Chegar àPáscoaéanossameta.Na cartadaCongregaçãopara oCultoDivino,Paschalis Solennitatis (PS),doanode 1988,lemosque“éotempoda graça,duranteoqualsesobe aomontesantodaPáscoa”(PS 6).AQuaresmanãotemoutra nalidadesenãopreparar-

ninguémmelhorquemongesemonjas parafalardacontemplaçãodoMistério. Alémdisso,oProf.MarcosAurélio Fernandesescrevesobreaéticana perspectivafranciscanaeoProf.Rafael Ruiznossugere,apartirdo lmeWorth, uma re humana.exãosobreovalordapessoa

Dom Odilo lança a escola bíblico-catequética

Em encontro com a participação de aproximadamente 600 catequistas, no sábado, 4, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, lançou a Escola Bíblico-Catequética São José de Anchieta. Voltada para catequistas que já atuam há pelo menos cinco anos nas paróquias e comunidades

da Arquidiocese de São Paulo, a Escola buscará proporcionar a compreensão da identidade, da vocação e da missão do catequista no exercício de seu ministério, a fim de que saiba construir um itinerário de Catequese com inspiração catecumenal.

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Em retiro, jovens vivenciam os exercícios quaresmais

O Setor Juventude da Arquidiocese promoveu no sábado, 4, na Basílica Menor de Sant’Ana, um retiro quaresmal com a participação de membros de grupos de jovens, pastorais e novas comunidades.

As meditações foram orientadas por Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar de São Paulo, e pelo Padre Anderson Guerra. Nas pregações, eles exortaram os jovens aos exercícios quaresmais de jejum, esmola e oração, e destacaram o sentido da Cruz de Cristo e da busca pelo sacramento da Reconciliação.

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Oremos sempre, sem cessar, para alcançar o que somente Deus pode nos dar

A voz do Papa deve ser ouvida com respeito e acolhida com obediência

Que nada nos tire do caminho do céu

‘Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede’

Editorial Encontro com o Pastor Espiritualidade Liturgia e Vida Comportamento

Deve-se respeitar as mulheres em suas diferentes idades e fases da vida

No Ano Vocacional, conheça em detalhes o Seminário Propedêutico

Nesta casa de formação, na zona Norte da capital paulista, os seminaristas passam pelo primeiro estágio de preparação ao sacerdócio, com uma intensa rotina de oração e estudos sobre a fé cristã.

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A Igreja valoriza a dignidade da mulher e seu papel na sociedade

O SÃO PAULO destaca a carta Mulieris dignitatem, de São João Paulo II, e traz falas do Papa Francisco sobre o agir das mulheres na atualidade.

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Juventude arquidiocesana intensifica preparativos para a ida à JMJ

Paróquias têm organizado ações para o envio de delegações à Jornada, que ocorrerá em Lisboa, Portugal, no mês de agosto.

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600 catequistas da Arquidiocese lotam o Centro Pastoral São José, no Belenzinho, para o encontro com o Cardeal Odilo Scherer, no sábado, 4
Use QRCode acessar o Caderno Cultural na Internet, com mais artigos e links citados. Edição 08 8 de março de 2023
Dom Carlos Lema preside missa na Basílica Menor de Sant’Ana, no encerramento do retiro Luciney Martins/O SÃO PAULO Luciney Martins/O SÃO PAULO

No próximo dia 13 de março, completam-se 10 anos da eleição do Papa Francisco como Sucessor do apóstolo Pedro na Sede de Roma e Papa de toda a Igreja Católica. Muitas lembranças vêm à mente sobre a eleição do novo Papa, o nome que escolheu para si, as suas primeiras manifestações como Pontí ce e sobre as expectativas que se criaram com a surpreendente eleição do primeiro Papa da América Latina, primeiro Papa Jesuíta.

Mais do que fazer avaliações sobre o ponti cado de Francisco, desejo re etir sobre a missão do Papa e nossa relação, como católicos, com ele. Podem parecer questões óbvias, mas, talvez, não o sejam para todos. Ao ser legitimamente eleito, o Papa assume a missão e o encargo de supremo responsável visível por toda a Igreja, como pastor, legislador e sumo sacerdote. Ele tem sobre toda a Igreja poder pleno,

Dez anos com Francisco

supremo e universal, e exerce o seu encargo em nome de Cristo em benefício da vida e da missão da Igreja.

No entanto, o Papa não é o único responsável por toda a Igreja. Cada bispo, em comunhão com o Papa e sob a sua autoridade, é responsável direto e imediato pela “Igreja particular”, ou diocese, que é con ada aos seus cuidados. E todos os bispos juntos, em comunhão com o Papa, também respondem pelo bem de toda a Igreja. Eles constituem o “Colégio Episcopal”, que expressa a participação na sucessão apostólica e na missão con ada aos apóstolos por Jesus Cristo. Em força da “colegialidade episcopal”, os bispos cultivam a comunhão entre eles e na Igreja e com o Papa, que é o chefe do colégio episcopal. A expressão máxima da colegialidade episcopal e da corresponsabilidade dos bispos por toda a Igreja acontece na celebração dos concílios ecumênicos.

O membros da Igreja estão unidos a ela mediante a graça do Batismo e da pro ssão da fé eclesial e católica. Essa comunhão na Igreja e com ela também se expressa necessariamente mediante a união

com o próprio bispo, que foi legitimamente constituído e que está em comunhão com o Papa. Mas também se expressa necessariamente mediante a comunhão com o Papa. Isso não depende de simpatia com a pessoa do Papa, mas decorre da nossa fé católica. Seria contraditório proclamar-se católico mantendo uma posição de desobediência ao Papa.

Tudo o que o Papa fala deve ser tido como “verdade de fé” ou “dogma”? Certamente não, pois o Papa também usa uma linguagem coloquial e é necessário levar em conta o contexto e o tipo de seu pronunciamento. O Papa ensina de modo “infalível” em circunstâncias extraordinárias, bem especícas e previamente manifestas. Normalmente, os ensinamentos do Papa constituem Magistério “ordinário” e isso signica que ele, como Doutor maior do ensino da Igreja, explica ou explicita as questões que dizem respeito à nossa fé, à moral e à disciplina da Igreja.

Nesse caso, mesmo quando não se trata de magistério solene e extraordinário, a voz do Papa deve ser ouvida com respeito e acolhida com obediência cristã, como expressão de nossa comunhão com ele. Sua

palavra de ensino, orientação e legislação é diversa da de um teólogo não investido de autoridade magisterial.

Desde quando se apresentou pela primeira vez ao mundo, como Papa, na noite de 13 de março de 2013, Francisco pediu a oração de todos por ele. E o repete com frequência ainda agora. Eis, pois, mais um dever dos católicos para com o Papa: rezar por ele. Nós rezamos pelo Papa em todas as missas, mas é importante que cada católico o faça também pessoalmente. Desde os tempos apostólicos, a Igreja reza “por Pedro”.

Mais uma forma de os católicos cultivarem a comunhão com o Papa é participar da sua “solicitude por todas as Igrejas”. Ele carrega, de fato, a preocupação por tudo aquilo que se passa em toda a Igreja e também por todas as dores e sofrimentos da humanidade. Isso deve levar-nos, mais uma vez, a rezar constantemente nas intenções do Papa. As coletas do óbolo de São Pedro, pelas missões e em favor dos “lugares santos” são ocasião concreta para participarmos dos cuidados e preocupações do Papa por toda a Igreja e toda a humanidade.

2 | Encontro com o Pastor | 8 a 14 de março de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
CARDEAL ODILO PEDRO SCHERER Arcebispo metropolitano de São Paulo
• Opinião e Fé e Cidadania: Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP • Administração e Assinaturas: Maria das Graças Silva (Cássia) • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Impressão: OESP Gráfica • Redação: Rua Manuel de Arzão, 85 - Vila Albertina - 02730-030 • São Paulo - SP - Brasil • Fone: (11) 3932-3739 - ramal 222 • Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700, 3760-3723 e 3760-3724 • Internet: www.osaopaulo. org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 3,00 • Assinaturas: R$ 90 (semestral) • R$ 160 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais. SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO
Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação semanal impressa e online em www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator-chefe: Daniel Gomes • Revisão: Padre José Ferreira Filho e Sueli Dal Belo

Bispos analisam desafios e perspectivas da Igreja nas grandes cidades

REDAÇÃO

osaopaulo@uol.com.br

A Arquidiocese de Brasília (DF) sediou, na sexta-feira, 3, o encontro de arcebispos de grandes cidades, com participação de cinco cardeais brasileiros e do Secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Joel Portella Amado. Eles re etiram sobre o tema “A Paróquia no mundo urbano: desa os e perspectivas”.

O encontro, realizado na Casa Dom Luciano Mendes de Almeida, foi uma sugestão dos Cardeais Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, e Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro, para um momento de fraterna partilha a respeito dos desa os e esperanças da Igreja, de modo especial das

paróquias, nas grandes cidades do Brasil.

“Estamos focando a realidade da paróquia, como torná-la mais evangelizadora, mais missionária, mais dinâmica no contexto urbano”, contou o Cardeal Paulo Cezar Costa, Arcebispo de Brasília.

Dom Paulo ressaltou que foi unâni-

me a preocupação sobre a violência, especialmente nas periferias das grandes cidades e “como a violência impacta, não somente a vida da cidade, mas também a vida e a missão da Igreja”.

Dom Joel Portella Amado falou aos participantes sobre a relação entre a pa-

Atos da Cúria

NOMEAÇÃO DE COORDENADOR INTERINO DA CASA SÃO PAULO:

Em 27/02/2023, foi nomeado como Coordenador Interino da Casa São Paulo, o Reverendíssimo Padre João Júlio Farias Júnior, até que se mande o contrário, a partir de 01/03/2023.

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE REITOR:

Em 15/02/2023, foi nomeado e provisionado como Reitor do Oratório Público de Nossa Senhora da Boa Morte ou da Dormição da Bem-Aventurada Virgem Maria, na Região Episcopal Sé, o Reverendíssimo Padre Isaac Madureira Silva, pelo período de (03) três anos

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO:

Em 03/02/2023, foi nomeado e provisionado como Pároco da Paróquia São Vicente de Paulo, no bairro do Moinho Velho, na Região Episcopal Ipiranga, o Reverendíssimo Padre Luiz Carlos de Oliveira, CM, pelo período de (06) seis anos

Em 03/02/2023, foi nomeado e provisionado como Pároco da Paróquia São José, no bairro do Ipiranga, na Região Episcopal Ipiranga, o Reverendíssimo Padre Gilmar Souza da Silva, NDS, pelo período de (06) seis anos

Em 22/02/2023, foi nomeado e provisionado como Pároco da Paróquia Menino Deus, no bairro Jardim Vila Formosa, na Região Episcopal Belém, o Reverendíssimo Padre Neidson Gomes, pelo período de (06) seis anos.

Em 24/02/2023, foi nomeado e provisionado como Pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida e São Matias, no bairro Lauzane Paulista, na Região Episcopal Sant’Ana, o Reverendíssimo Padre José Chapron Ribeiro, pelo período de (06) seis anos

Em 25/02/2023, foi nomeado e provisionado como Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Consolata, no bairro Jardim São Bento, na Região Episcopal Sant’Ana, o Reverendíssimo Padre Cláudio Cobalchini, IMC, pelo período de (06) seis anos

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ADMINISTRADOR PAROQUIAL:

Em 22/02/2023, foi nomeado e provisionado como Administrador Paroquial da Paróquia Santo André Apóstolo, no bairro Jardim Santo André, na Região Episcopal Belém, o Reverendíssimo Padre Claudinês Venâncio da Silva, até que se mande o contrário.

Em 24/02/2023, foi nomeado e provisionado como Administrador Paroquial da Paróquia Jesus no Horto das Oliveiras, no bairro Vila Isolina Mazzei, na Região Episcopal Sant’Ana, o Reverendíssimo Padre Jovanês Vitoriano, SDS, até que se mande o contrário.

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL:

Em 03/02/2023, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial da Paróquia São Vicente de Paulo, no bairro do Moinho Velho, na Região Episcopal Ipiranga, o Reverendíssimo Padre João Carlos Iancoski Portes, CM, até 30 de junho de 2023.

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ASSISTENTE PASTORAL:

Em 17/02/2023, foi nomeado e provisionado como Assistente Pastoral da Paróquia São Roque, no bairro do Imirim, na Região Episcopal Sant’Ana, o Diácono Permanente Vinício de Andrade Silva, pelo período de (01) um ano

POSSE CANÔNICA:

Em 16/02/2023, foi dada a posse canônica como Pároco da Paróquia Sagrada Face, no bairro Jardim Aricanduva, na Região Episcopal Belém, ao Reverendíssimo Padre Raphael Marchi Farias, MPS

Em 18/02/2023, foi dada a posse canônica como Pároco da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, no bairro do Bom Retiro, na Região Episcopal Sé, ao Reverendíssimo Padre Emerson Medeiros da Silva, SDB.

Em 18/02/2023, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, no bairro

do Bom Retiro, na Região Episcopal Sé, ao Reverendíssimo Padre Magno Fonzar Albuquerque, SDB

Em 19/02/2023, foi dada a posse canônica como Administrador Paroquial da Paróquia Santa Francisca Xavier Cabrini, no bairro de Campos Elísios, na Região Episcopal Sé, ao Reverendíssimo Padre Tiago Gurgel do Vale

Em 19/02/2023, foi dada a posse canônica como Pároco da Paróquia Imaculada

Conceição, no bairro da Bela Vista, na Região Episcopal Sé, ao Reverendíssimo Frei

Carlos José Coltri, OFMCap

Em 19/02/2023, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia Santa Bernadete, no bairro Vila IVG, na Região Episcopal Belém, ao Reverendíssimo Padre Elias Honório de Castro

Em 18/02/2023, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia São Marcos Evangelista, no bairro Parque São Rafael, na Região Episcopal Belém, ao Reverendíssimo Padre Joji Raju, SVD

Em 19/02/2023, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia

Nossa Senhora do Bom Conselho, no bairro da Mooca, na Região Episcopal Belém, ao Reverendíssimo Padre Adil da Silva, CSS

Em 19/02/2023, foi dada a posse canônica como Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, no bairro do Jardim

Anhanguera, na Região Episcopal Brasilândia, ao Reverendíssimo Padre Airton

Conceição de Almeida, RCJ

Em 19/02/2023, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia

Nossa Senhora das Graças, no bairro do Jardim Anhanguera, na Região Episcopal Brasilândia, ao Reverendíssimo Padre Anderson Adriano Teixeira, RCJ

Em 19/02/2023, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia

São Luís Maria Grignion de Montfort, no bairro do Jardim Rincão, na Região Episcopal Brasilândia, ao Reverendíssimo Padre Robinson Sérgio dos Santos, CRL

Em 18/02/2023, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia

Nossa Senhora Mãe e Rainha, no bairro

róquia e o mundo urbano, no contexto da evangelização e de uma Pastoral Urbana.

Além dos Arcebispos de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, e do Secretário-geral da CNBB, participaram o Cardeal Leonardo Ulrich Steiner, Arcebispo de Manaus (AM); Dom Jaime Spengler, Arcebispo de Porto Alegre (RS); Cardeal Sérgio da Rocha, Arcebispo de Salvador (BA); alguns dos bispos auxiliares do Rio de Janeiro – Dom Roque Costa, Dom Juarez Delorto Secco e Dom Antônio Catelan Ferreira; além dos bispos auxiliares de Porto Alegre, Dom Bertilo João Morsch, e de Brasília, Dom José Aparecido; e o Bispo de Duque de Caxias (RJ), Dom Tarcísio Nascentes dos Santos.

Fonte: Arquidiocese de Brasília

do Parque Panamericano, na Região Episcopal Brasilândia, ao Reverendíssimo Padre Ezael Juliatto

Em 15/02/2023, foi dada a posse canônica como Administrador Paroquial da Paróquia São José, no bairro da Vila Palmeiras, na Região Episcopal Brasilândia, ao Reverendíssimo Padre José Carlos da Silva Leite, CSCh

Em 15/02/2023, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia São José, no bairro da Vila Palmeiras, na Região Episcopal Brasilândia, ao Reverendíssimo Padre Márcio Campos da Silva, CSCh

Em 12/02/2023, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia Santo Alberto Magno, no bairro Jardim Bon glioli, na Região Episcopal Lapa, ao Reverendíssimo Padre José Carlos de Freitas Spínola

Em 26/02/2023, foi dada a posse canônica como Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Anunciação, no bairro de Vila Guilherme, na Região Episcopal Sant’Ana, ao Reverendíssimo Padre Antônio Pedro dos Santos

Em 25/02/2023, foi dada a posse canônica como Pároco da Paróquia Santa Dulce dos Pobres, no bairro Jardim Felicidade, na Região Episcopal Sant’Ana, ao Reverendíssimo Padre Lucas Antônio Gobbo Custódio, CR

Em 24/02/2023, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia São Miguel Arcanjo, no bairro Vila Prado, na Região Episcopal Sant’Ana, ao Reverendíssimo Padre José David Ramírez Velásquez

Em 24/02/2023, foi dada a posse canônica como Administrador Paroquial da Paróquia São Miguel Arcanjo, no bairro Vila Prado, na Região Episcopal Sant’Ana, ao Reverendíssimo Padre Edson Fernandes

Em 12/02/2023, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora Achiropita, no bairro da Bela Vista, na Região Episcopal Sé, ao Reverendíssimo Padre Atalmir Gabriel Jonas da Silva, PODP

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Luiz Lopes Jr./CNBB

É necessário orar sempre e não desistir!

Na semana passada, reetíamos sobre a importância da oração para saciar a sede de in nito que todo ser humano traz em seu coração – e que, no fundo, só se resolve quando nos encontramos, no íntimo de nós mesmos, com o Deus de in nito amor, que nos convida a amá-lo de volta. Hoje, dando sequência à conversa, gostaríamos de meditar sobre como também o próprio Deus deseja ardentemente encontrar-se conosco a sós, para dizer-nos quanto nos ama, e para dar-nos todas as graças que nos permitam alcançar a salvação.

Aqui é interessante lembrar a aparição de Nossa Senhora das Graças a Santa Catarina Labouré,

que deu origem à Medalha Milagrosa. Percebendo que alguns dos raios de luz que saíam das mãos de Nossa Senhora estavam apagados, a vidente perguntou-lhe o motivo – e a resposta foi que aqueles raios eram as graças que Deus havia determinado conceder às almas, mas que não eram concedidos por falta de pedidos na oração. Este ensinamento está de acordo com o ensinamento dos santos: Santa Teresa d’Ávila dizia que “Quem não pede, não recebe”, e Santo Afonso de Ligório era ainda mais assertivo: “Quem reza se salva, e quem não reza se condena”. Nosso Senhor também insistia com seus apóstolos sobre a necessidade de orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo (Lc 18,1),

e garantia: “Pedi, e vos será dado” (Lc 11,9).

É claro que, rigorosamente falando, Deus não precisa esperar que nós Lhe peçamos para nos conceder suas graças: mas Ele escolhe precisar, para que nós nos tornemos cooperadores de sua obra de amor e salvação. Se fazemos nossa oração com este sentido de colaboração com Deus, entendemos que sua função não é tanto alterar a vontade de Deus, conformando-a com a nossa –antes, seu propósito é expandir o nosso coração, para torná-lo mais semelhante ao de Deus. A oração, diz-nos o Papa Francisco, é verdadeiramente poderosa, e capaz de mudar a realidade. Ela é “mais poderosa que o ouro, mais poderosa

Opinião

A polarização que nos afeta

ARTHUR ACOSTA BALDIN

No livro “Cartas de um diabo a seu aprendiz” ( omas Nelson Brasil, 2017), publicado pela primeira vez em 1942, C. S. Lewis escreve: “Ambas as igrejas, no entanto, têm um ponto em comum – são igrejas partidárias. Acho que eu o alertei anteriormente de que, se você não consegue fazer com que o seu paciente que longe da igreja, você deverá ao menos fazê-lo car profundamente ligado a algum grupo dentro dela”. Esta passagem situa-se na carta 16 de Festusio (diabo) ao seu sobrinho Vermille (aprendiz).

Este livro, apesar de ter sido publicado em uma época conturbada do século XX, com a ascensão de regimes nefastos para a humanidade, como o nazismo e o comunismo, ilustra um problema muito atual: a polarização que vivemos, fenômeno mundial que afetou a sociedade e a Igreja, fazendo com que éis deixem de enxergar o que é essencial, que é o corpo místico de Cristo, e acabem dando mais relevância a questões secundárias, a grupos que podem ter uma motivação muito mais partidária do que espiritual.

Neste sentido, é necessário recorrer a uma fala do Papa Francisco na qual ele faz menção aos 25 anos da queda do Muro de Berlim: “Rezemos a m de que, com a ajuda do Senhor e a colaboração de todos os homens

de boa vontade, se difunda sempre mais uma cultura do encontro, capaz de derrubar todos os muros que ainda dividem o mundo, e não mais aconteça que pessoas inocentes sejam perseguidas e até mesmo mortas por causa de seu credo e de sua religião. Onde há um muro, há fechamento de coração! Precisamos de pontes, não de muros!” (Angelus de 9 de novembro de 2014).

Esta mensagem, proferida pelo Papa, tem um caráter sociopolítico evidente, e, também, um caráter espiritual. Se o corpo místico de Cristo conta com a comunhão dos santos,

essas pontes se referem não apenas ao contexto histórico do Muro de Berlim, mas também ao fato de que a Igreja é uma família e temos que saber nos conectar ao outro, independentemente da sua forma de pensar ou agir – dando relevância para a espiritualidade da Santa Igreja e deixando de lado opiniões pessoais, que muito interessam a cada indivíduo, mas pouco enriquecem a formação dos cristãos.

Quando Festusio, personagem das “Cartas de um diabo ao seu aprendiz”, faz referência a um grupo, ele revela o lado mais dissimulado do diabo, pois

que a ciência. A ciência faz maravilhas, mas ela se adquire por meios humanos, e produz efeitos que permanecem nos limites humanos. A oração, por sua vez, é uma força sobrenatural, cuja e cácia vem de Deus, dos méritos in nitos de Cristo, da graça atual que nos leva a rezar; é uma força espiritual mais poderosa que todas as forças naturais tomadas juntas. Ela pode nos alcançar aquilo que só Deus pode dar: a graça da contrição, da caridade perfeita e da vida eterna, que é o próprio m do governo divino, e a manifestação última de sua bondade ” (Garrigou-Lagrange). Rezemos, então, com renovada devoção e amor: “Faça-se, Senhor, a vossa sapientíssima e amorosíssima Vontade. Amém.”

sabe que tais grupos, apesar de terem um viés religioso, acabam se a rmando pelas a nidades políticas. Fazem com que pessoas entendam a Igreja a partir de um caráter humano e não divino. Assim, muitos acabam se aproximando da Igreja por interesses sociais e não espirituais.

Também vale trazer a passagem de um livro publicado por Diogo Chiuso, “O que restou da política” (Editora Noétika, 2022). No capítulo “A Sociedade do Espetáculo”, ele observa que a polarização chegou a um ponto em que a ideologia de um indivíduo se tornou uma crença inquestionável, ideia que parece bem factível e realista para os dias atuais. No entanto, também é válido a inversão do que é apresentado por Chiuso: quando a crença vira mera ideologia, corrobora o que foi explicitado por Festusio. Se não conseguir afastar o indivíduo de Deus, propõe o diabo, aproxime-o de um grupo com viés político dentro da Igreja, pois este corre o risco de se deslumbrar por questões políticas e deixar de escanteio os verdadeiros valores espirituais.

Infelizmente, isso não está apresentado apenas no conto de C. S. Lewis, mas é um perigo que ronda a todos nós, membros da Igreja, seja padre, seja leigo, religioso ou ministro...

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Comportamento

As desigualdades de gênero e a luta por direitos femininos sob medida

CRISLEINE YAMAJI

Nesta semana do Dia Internacional da Mulher, na qual se comemoram tantas conquistas femininas, é importante sair do lugar-comum do discurso sobre a necessidade de igualdade de direitos entre homens e mulheres, para tratar da necessidade de se pensar direitos das mulheres sob medida, considerando-as em concreto, em sua diversidade de gênero e em sua diversidade dentro do próprio gênero.

Na esfera dos comportamentos que conformam direitos femininos, prever constitucionalmente que mulheres e homens são iguais em direitos perante a lei não basta. É preciso considerar as mulheres em suas diferentes idades e etapas da vida, inseridas em seu especí co contexto social. E, nesse sentido, pensar em direitos à educação, ao trabalho, ao planejamento familiar e à velhice digna, com a exibilidade necessária de leis e políticas públicas que adaptem o formalismo vazio da lei à realidade. A verdadeira conquista será obter a medida de justiça adequada a cada uma das mulheres.

Nesse contexto, parece fundamental partir das contribuições da Dou-

trina Social da Igreja, que põe em primeiro plano a centralidade da pessoa humana para uma defesa de direitos femininos adequados, com respeito absoluto da mulher, pessoa humana, do feto feminino à mulher idosa, na sua diversidade e, ao mesmo tempo, na adversidade de um país no qual as limitações econômico-sociais impõem padrões insu cientes para a concretização dos direitos sociais.

Ao se tratar de direitos, portanto, com o viés do verdadeiro respeito à diversidade feminina, o mais adequado é permitir o acesso amplo a direitos à educação, ao trabalho, à propriedade, à participação na vida política, mas, ao mesmo tempo, respeitar a mulher na sociedade, seu modo de conduzir as relações na comunidade e na vida social, sua exclusividade natural de provedora da vida e portadora do feto, seu ambiente de trabalho adequado para lhe permitir ser esposa e mãe e para que não enfrente o preconceito só pelo fato de nascer mulher e de um dia poder engravidar, ter que se dedicar à criação dos lhos e ao cuidado dos idosos em seu lar.

A efetivação de direitos femininos, considerando sua desigualdade natural, biológica e social, deve levar a um

Espiritualidade

Na liturgia do 3o Domingo da Quaresma, a Igreja contempla o Cristo que é a água para nossa sede. A bem da verdade, Ele é a própria fonte: sempre podemos a Ele acorrer com nossa sede de esperança, justiça, vida, fé; com a aspiração de felicidade que está no coração de todos nós. Uma sede de água e de pão nos acompanha, mas também sede de carinho, cultura, respeito, dignidade, justiça, verdade e, acima de tudo, de fé genuína pois, o crescimento tecnológico faz esquecer a vida espiritual. Como batizados, de alguma forma devemos preencher a ausência de valores, o vazio interior. O Salmo 42 diz: “Como a corsa anseia pelas águas correntes, assim minh’alma anseia por Ti. Minh’alma tem sede de Deus”.

Dá-nos água para beber, dizia o povo devorado pela sede no deserto. Moisés bateu na rocha e jorrou água em abundância. Aquela rocha era Jesus, a rma São Paulo em 1Cor 10: era a fonte de água espiritual, oferecida a todos os povos para que ninguém mais tenha sede.

O Evangelho do 3o Domingo fala do encontro da samaritana com Jesus. A sede de água traz presente a sede de vida e de amor. A samaritana somos todos nós, sedentos de paz, alegria, repouso, aconchego em Deus. Há uma inquietude em nós: a água do poço de Jacó sacia por um curto espaço de tempo. A água que Jesus oferece sacia para sempre. Essa água viva é o Espírito Santo: uma nascente do divino em nós.

São Paulo, na 2ª leitura, nos diz: “Por Ele, fomos justi cados. O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”. Há multidões de sedentos que precisam ser saciados. Levemos Deus às pessoas por meio de um testemunho de alegria pela pertença à Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. Em nosso Batismo, recebemos o Espírito Santo: somos templos; portanto, somos profetas. Podemos falar em nome de Deus, proclamar suas maravi-

desenho de leis e políticas públicas que levem em conta essa desigualdade e não queiram tratar a mulher como se um homem fosse ou como se todas as mulheres, em qualquer etapa da vida ou qualquer contexto social, fossem iguais. É fundamental tratar desiguais desigualmente.

É preciso repensar comportamentos para que o Direito, que os re ete em seu formalismo, possa trazer valores, princípios e novas condutas à luz da Doutrina Social. No âmbito da luta por direitos, parece faltar um advocacy católico mais corajoso, por meio do comportamento concreto de cada católico e da Igreja-instituição, contra qualquer forma de descarte da mulher – do cuidado com o feto ao tratamento da mulher idosa. Um comportamento que corrobore a defesa da dignidade da mulher em qualquer idade e contra qualquer forma de violência verbal ou sexual. Ao mesmo tempo, re ita um posicionamento rme, nada ideológico, mas principio lógico-valorativo, que se oponha a discursos de alguns grupos minoritários que reduzem nossos direitos sexuais e reprodutivos femininos à liberdade para a promiscuidade e ao aborto.

Por m, um comportamento que se

coloque contra a defesa do trabalho até morrer, por meio de trabalho à exaustão, ou contra o descarte das mulheres idosas, reclusas para morrer no isolamento de asilos e institutos. E isso passa pela defesa e valorização da família, da comunidade e de um Estado que se inspire na Doutrina Social da Igreja e leve a direitos de cuidado das mulheres idosas em suas casas, com atendimento domiciliar, aposentadoria mínima digna, assistência nanceira, familiar e à sua saúde, em um momento da vida em que impera a fragilidade do corpo e no qual a expectativa de vida feminina é substancialmente maior do que a masculina.

Esta semana de comemoração de conquistas femininas, portanto, deve passar com essas re exões e lutas que coloquem a mulher no centro, na centralidade da pessoa humana posta pela Doutrina Social, e que tenham a coragem de tratar mulheres desiguais – em relação aos homens e dentro de seu próprio gênero – desigualmente, consolidando seus direitos, sem tratar as mulheres como se homens fossem.

CrisleineYamajiéadvogada,doutora emDireitoCivileprofessoradeDireitoPrivado. E-mail:direitosedeveresosaopaulo@gmail.com

lhas. Este tempo já está no meio de nós! Mesmo que sejamos frágeis, quebráveis, não quemos na periferia da vida espiritual. Lembrei-me do cidadão que entrou na loja de jardinagem: “Moça, quanto custam esses vasos?” E ela responde: “O bom custa R$ 20 e o ruim R$ 85”. E ele: “Ué, mas por que o ruim é mais caro?”, ao que a moça responde: “É porque vaso ruim não quebra!” Sigamos, irmãos! Fragmentáveis, mas com os olhos tos no Senhor. Um dia tudo será colocado às claras. É melhor servir a Deus, hoje, que ser réu de um juízo eterno.

Que nada substitua nossa adesão total a Deus. Mesmo que sejamos aniquilados, que nada nos tire do caminho do Céu. Essa deve ser nossa meta: não perder a oportunidade de um dia estar na casa do Pai, poder olhar para Deus. O que é mais importante do que ver a Deus? E é o que nos está preparado desde toda eternidade: a Jerusalém celeste, cidade em que – no último dia – todos os que forem resgatados pelo sangue do Cordeiro entrarão, com Jesus, numa oferenda ao Pai. Que nada nos roube aquele momento. Continuemos... atentos, quebráveis, mas inquebrantáveis!

ORDENAÇÃO DE DOM REGINEI JOSÉ MODOLO

Na manhã do domingo, 5, na Catedral Nossa Senhora Aparecida, em Cascavel (PR), aconteceu a ordenação episcopal de Dom Reginei José Modolo. Ele foi nomeado Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba (PR) pelo Papa Francisco em 7 de dezembro de 2022. O ordenante foi o Arcebispo de Cascavel, Dom Adelar Baru , e os coordenantes o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, e Dom José Antônio Peruzzo, Arcebispo de Curitiba. (com informações da Arquidiocese de Cascavel)

ERRATA

Na reportagem “Pastoral do Menor motiva católicos a se candidatarem aos conselhos tutelares”, publicada na edição 3436 do O SÃO PAULO, foi informado erroneamente o número de conselhos e conselheiros tutelares na cidade de São Paulo. O número correto é de 52 conselhos tutelares, com 260 conselheiros, e não 53 conselhos com 265 conselheiros como foi publicado.

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Pascom da Arquidiocese de Cascavel

Francisco viajará à Hungria como ‘construtor de pontes’

Pontes entre os povos, pontes entre o passado e o futuro. Com esse espírito, o Papa Francisco viajará para a Hungria entre os dias 29 e 30 de abril. A visita apostólica foi conrmada pelo Vaticano, no dia 1°.

De acordo com o comunicado da Santa Sé, a imagem da ponte será a principal inspiração, considerando que o Sumo Pontí ce é, como o próprio nome diz, um construtor de pontes.

Além disso, este símbolo “remete ao pensamento, a que muitas vezes

recorreu o Santo Padre, da importância de construir pontes entre as pessoas”. O lema da viagem será “Cristo é o nosso futuro”.

País de tradição cristã, a Hungria é membro da União Europeia e, por sua localização geográ ca, sempre impactada pelos con itos entre Oriente e Ocidente – é, inclusive, um dos países que mais acolhem refugiados que viajam por terra, seja do

As ‘24 Horas para o Senhor’

Como já é tradição no período quaresmal, este ano se repete a iniciativa “24 Horas para o Senhor” em Roma e em diferentes partes do mundo.

A proposta, instituída pelo Papa Francisco no início do seu ponti cado, há dez anos, prevê dedicar um dia inteiro à reconciliação, à oração e à adoração eucarísti-

Leste europeu, como da Ucrânia, seja da África e do Oriente Médio. Essa situação faz com que, na Hungria, sejam muito fortes os movimentos políticos reacionários à questão migratória e a outras políticas liberais da União Europeia. Espera-se, portanto, que o Papa toque nessa questão, entre outras. No programa da visita, estão previstas, como de praxe, reuniões com os líderes religiosos e autoridades locais, mas o coração da visita apostólica serão os encontros com jovens, refugiados, crianças com de ciência e representantes do mundo universitário e da cultura.

Nova formação do Conselho de Cardeais (C9) inclui brasileiro

Um novo grupo de cardeais formará o chamado “Conselho de Cardeais”, conhecido como C9, que auxilia e orienta o Papa na condução da Igreja, especialmente nas reformas da Cúria Romana. A formação do conselho foi uma sugestão discutida entre os cardeais antes do conclave que elegeu Francisco, dez anos atrás.

Terminados os mandatos dos atuais membros, Francisco nomeou:

Cardeal Secretário de Estado, Dom Pietro Parolin;

Dom Fernando Vérgez Alzaga (Espanha), Presidente do Governatorado da Cidade-Estado do Vaticano;

Dom Fridolin Ambongo (República Democrática do Congo), Arcebispo de Kinshasa;

ca. Desta vez, será entre a sexta-feira, 17 de março, e o sábado, 18.

Francisco participará pessoalmente do momento na tarde de sábado em uma paróquia da Diocese de Roma, “Santa Maria delle Grazie al Trionfale”, destacando a dimensão paroquial do evento. (FD)

A mulher e suas três linguagens: mente, coração e mãos

Poucos dias antes do Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, o Papa Francisco encontrou as responsáveis pelo caderno “Donne Chiesa Mondo” (Mulher Igreja Mundo), do jornal o cial do Vaticano

L’Osservatore Romano

Conforme artigo publicado no diário, em sua audiência privada no sábado, 4, ele declarou que “a mulher tem a

capacidade de manter três linguagens ao mesmo tempo: aquela da mente, aquela do coração e aquela das mãos”. Isso quer dizer que, na re exão do Pontí ce, “a mulher pensa aquilo que sente, sente aquilo que pensa e faz aquilo que sente e pensa” e, acrescentou: “Isso é grandioso”.

Francisco também a rmou que “as mulheres têm uma capacidade de ges-

tão e de pensamento totalmente diferente de nós [homens] e até, eu diria, superior a nós, um outro modo”.

Em suas palavras publicadas no jornal, disse que, nos escritórios do Vaticano “onde colocamos uma mulher, imediatamente as coisas mudam, vão em frente”, algo que, completou, se vê também na vida cotidiana em outros ambientes sociais. (FD)

Dom Oswald Gracias (Índia), Arcebispo de Mumbai;

Dom Seán Patrick O’Malley (Estados Unidos), Arcebispo de Boston;

Dom Juan José Omella (Espanha), Arcebispo de Barcelona;

Dom Gérald Lacroix (Canadá), Arcebispo de Québec;

Dom Jean-Claude Hollerich (Luxemburgo), Arcebispo de Luxemburgo; Dom Sérgio da Rocha (Brasil), Arcebispo de Salvador.

Entre os nomeados, já eram membros Parolin, Gracias, O’Malley e Besungu, que tiveram os mandatos renovados. O secretário da comissão é o bispo italiano Dom Marco Mellino.

O Conselho de Cardeais é “uma expressão ulterior da comunhão episcopal e do auxílio ao munus petrinum [ministério petrino] que o episcopado espalhado pelo mundo pode oferecer”, diz o decreto que o instituiu em setembro de 2013. (FD)

6 | Papa Francisco | 8 a 14 de março de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
FILIPE DOMINGUES ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Celebração no dia 25 marcará o início do caminho pós-sinodal

demais organizações eclesiais.

“No nal da celebração, haverá o ‘envio em missão’ para a etapa pós-sinodal, com o objetivo de assumir e viabilizar as orientações e propostas amadurecidas durante o sínodo”, acrescentou o Arcebispo.

HISTÓRICO

Em 2018, foi realizada a primeira etapa do sínodo, no âmbito das paróquias e suas organizações pastorais. Naquele mesmo ano, foi feito um levantamento nas paróquias sobre os dados objetivos que re etem a sua vida e ação pastoral, além de uma pesquisa de campo sobre a situação religiosa e pastoral em toda a Arquidiocese de São Paulo.

Em 2019, houve uma etapa no âmbito das regiões e vicariatos episcopais.

Em 2020, aconteceria a assembleia sinodal arquidiocesana, mas a pandemia de COVID-19 inviabilizou sua realização.

PROPOSTAS

vas pastorais precisam renovar-se, à luz das questões que o sínodo trouxe à luz, bem como a vida administrativa e econômica da Arquidiocese. Tudo precisa ser marcado pela ‘comunhão, conversão e renovação missionária’”, reforçou o Arcebispo.

A celebração de encerramento do sínodo arquidiocesano será transmitida pela rádio 9 de Julho e pelas mídias digitais da Arquidiocese.

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No dia 25, às 15h, na Catedral da Sé, acontecerá a celebração de encerramento do 1º sínodo arquidiocesano de São Paulo. Na ocasião, será lançada a Carta Pastoral pós-sinodal do Arcebispo Metropolitano, Cardeal Odilo Pedro Scherer, com diretrizes e orientações pastorais que considerarão todo o processo percorrido.

Com a carta, também serão publicadas as propostas elaboradas pela assembleia sinodal arquidiocesana.

“Depois de seis anos de oração, esforços e trabalhos sinodais, daremos graças a Deus pelo caminho feito juntos e, ao mesmo tempo, pediremos a força fecundante do Espírito Santo para as sementes lançadas durante esse percurso eclesial”, a rmou Dom Odilo, em carta enviada às pessoas convocadas para a celebração, entre as quais clérigos, religiosos e leigos representantes dos conselhos paroquiais de pastoral e

O itinerário sinodal na Igreja em São Paulo foi iniciado em 15 de junho de 2017, durante a celebração da Solenidade de Corpus Christi, com o tema “Caminho de comunhão, conversão e renovação missionária” e o lema “Deus habita esta cidade, somos suas testemunhas”.

Nessa ocasião, o Cardeal Scherer sublinhou que “o objetivo principal do sínodo arquidiocesano é a renovação da evangelização e da vida pastoral da Arquidiocese, à luz dos apelos de Deus e da Igreja e à luz da realidade na qual vive a Igreja de São Paulo”.

“É na diocese que se dá concretamente o exercício da ‘comunhão e da participação’, próprias do Mistério da Igreja – ‘Mistério derivado da Santíssima Trindade’ […]. Para que esta porção do povo de Deus possa, de modo e caz, acolher, viver e testemunhar o Evangelho e a todos atrair para Cristo, a diocese, ou Igreja particular, pode convocar sínodos, por meio dos quais se manifestam melhor a comunhão eclesial e o acolhimento da Palavra de Deus, para ouvir ‘o que o Espírito diz à Igreja’ no tempo presente”, a rmou Dom Odilo, ao convocar o sínodo arquidiocesano.

Em 2022, a assembleia sinodal arquidiocesana nalmente pôde ocorrer.

Em sete sessões, foram discutidas e discernidas diversas propostas pastorais que indicam algumas questões transversais para a ação evangelizadora da Igreja na metrópole.

A fase pós-sinodal será dedicada a colocar em prática as diversas indicações do sínodo, que, como afirmou Dom Odilo, em artigo publicado no O SÃO PAULO em 7 de dezembro de 2022, não pode ser visto como um momento fechado sobre si mesmo: “O sínodo é um processo que tem a finalidade de desencadear outros processos, para produzir os frutos que se esperam”.

“A fase pós-sinodal envolverá o conjunto da Arquidiocese e cada expressão de vida eclesial presente nela: regiões episcopais, paróquias, comunidades menores, comunidades religiosas, comunidades ‘novas’, movimentos e associações de éis, “pastorais” tradicionais, famílias e pessoas. Mas também as estruturas organizativas, como a Cúria, com todos os seus serviços, a organização pastoral, os seminários e instituições de educação e formação. As orientações e iniciati-

Diariamente, no site do jornal O SÃO PAULO, você pode acessar notícias sobre a Igreja e a sociedade em São Paulo, no Brasil e no mundo. A seguir, algumas notícias e artigos publicados recentemente.

Papa: os oceanos são fatores de conexão, não lugares de tragédia https://bityli.com/sB6YOd

‘Não basta pedir perdão’, diz Pontí ce na mensagem de vídeo sobre as vítimas de abuso

https://bityli.com/GiDQ0i

Anvisa aprova nova vacina contra a dengue https://bityli.com/P4o9dT

Padre Wagner Ferreira é eleito presidente da Comunidade Canção Nova https://bityli.com/apYnD8

Quaresma: tempo de nos aproximarmos mais de Deus e do próximo https://bityli.com/eVsZq1

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FERNANDO GERONAZZO ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Retiro quaresmal mobiliza a juventude na Arquidiocese

MEDITAÇÕES FORAM

CONDUZIDAS POR DOM

CARLOS LEMA GARCIA

E O PADRE ANDERSON GUERRA

ROSEANE WELTER ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

No sábado, 4, cerca de 250 jovens de grupos, pastorais e novas comunidades participaram do retiro quaresmal em preparação para a Páscoa, promovido pelo Setor Juventude da Arquidiocese de São Paulo (Sejusp), na Basílica Menor de Sant’Ana, na zona Norte da capital paulista.

As meditações foram orientadas por Dom Carlos Lema Garcia, Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade e Referencial para o Setor Juventude, e pelo Padre Anderson Guerra, Pároco da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e Santa Rosália, da Diocese de Santo Amaro.

Nas pregações, aprofundou-se a importância da oração pessoal, do jejum, do sentido da Cruz e do sacramento da Reconciliação.

Também havia sacerdotes à disposição para o atendimento de Con ssões. Como gesto concreto do retiro quaresmal, os jovens doaram alimentos que serão destinados à Missão Belém.

O retiro contou com a celebração da Via-Sacra, durante a qual os jovens meditaram sobre os passos de Jesus no caminho ao Calvário. Dom Carlos Lema re etiu sobre o o mistério da Paixão a partir da vida e ex-

periência dos jovens na sua vivência diária, dos desa os, alegrias e cruzes. A conclusão foi com missa, presidida pelo Purpurado, e concelebrada pelos Padres José Miguel Portillo, da Paróquia Santíssima Trindade, da Região Episcopal Brasilândia; Fabrício Mendes de Moraes, da Paróquia Santa Flávia Domitila, da Região Episcopal Lapa; Roberto Fernandes Lacerda, da Paróquia Menino Jesus, da Região Episcopal Santana; com a assistência do Diácono Seminarista Romulo Freire Barroso e seminaristas.

ENCONTRAR-SE COM CRISTO

Dom Carlos Lema ressaltou a importância de os jovens se reunirem para um momento de oração. “O retiro é um tempo para silenciar e ouvir a voz de Deus que fala ao coração. O retiro é subir a montanha para encontrar-se com Cristo”, disse, recordando o evangelho de Mc 9,2-10.

O Bispo Auxiliar exortou que os jovens dediquem um tempo para Deus.

“A Quaresma é um convite à meditação da Paixão de Cristo, ao exame de consciência pessoal, à penitência e Con ssão. Que bonito ver tantos jovens reunidos em uma tarde de oração, louvor e partilha de vida e experiências; momentos que enriquecem a fé, a espiritualidade e a fraternidade juvenil”, destacou.

Dom Carlos Lema pediu aos jovens que guardem em seus corações a certeza de que, independentemente da cruz ou sofrimento que estejam enfrentando, “Cristo está sempre ao nosso lado, em todos os momentos. Busquem e conem em Jesus em todas as situações”.

Ele também convocou os jovens a

manterem-se rmes no propósito quaresmal. “O propósito ajuda a fortalecer a fé e a renovar o sentido da cruz em nossas vidas; sejam generosos na penitência e no jejum; procurem não julgar, não condenar, não reclamar. Sejam verdadeiros cristãos na família, no trabalho e com os amigos”, disse, enfatizando que “todo jovem é apóstolo de outros jovens, para o rebanho de Jesus”.

ITINERÁRIO DE FÉ

Padre Anderson Guerra, em sua pregação, ressaltou cinco práticas fundamentais para o itinerário de fé aos jovens e a todos os cristãos na vivência quaresmal.

“A Quaresma é tempo propício para aprofundar a oração pessoal e comunitária; o jejum do pecado e de elementos materiais; a meditação da Palavra de Deus; a reza do Santo Terço e a participação da Santa Missa, – práticas que indicam e conduzem os cristãos no caminho da santi cação”, frisou o Sacerdote.

Para explicar o sentido da Cruz e o mistério da Paixão de Cristo, Padre Anderson citou Santo Tomás de Aquino: “Se procuras um exemplo de caridade, encontras na Cruz. Se procuras um exemplo de paciência, encontras na Cruz. Se procuras um exemplo de obediência, segue aquele que se fez obediente ao Pai até a morte. Se procuras um exemplo de humildade, contempla o Cruci cado”.

Por m, o Sacerdote convocou os jovens ao gesto simbólico de beijar a Cruz de Cristo, comprometendo-se a serem éis ao chamado de Deus em suas vidas.

OS JOVENS E A QUARESMA

“Participar do retiro é um momento de graças e bênçãos. Deus fala ao coração e renova o vigor missionário para ir e anunciar Cristo aos irmãos” (TiagoPedroso, 15, da Paróquia Nossa SenhoraAparecida,daRegiãoSantana).

“Estava com saudades dos encontros arquidiocesanos de jovens. Graças a Deus, estamos retornando após a pandemia. Como é bom encontrar amigos e conhecer novos jovens engajados na missão. Refletir a Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo é uma jornada de fé que me impulsiona a ser fiel a Jesus, evangelizando e sendo evangelizada”.

(Beatriz Silva Moreira, 20, da Paróquia SantíssimaTrindade,daRegiãoBrasilândia)

“Na Quaresma, em que a Igreja nos convida ao jejum, esmola e oração, o retiro é uma oportunidade de intensificar essas práticas no itinerário da própria santificação. E o testemunho de outros jovens engajados na vivência penitencial, fortalece a nossa fé e renova o compromisso na missão de amar e servir”.

(GiulianaNovaesPessighello, 23, Comunidade Canto de Maria)

“Durante a Quaresma, procuro estar mais perto de Deus por meio da oração, do jejum e da penitência. O retiro é uma possibilidade de encontrar outros jovens e compartilhar experiências de fé e conhecer novos amigos. Todos os dias, rezo o Terço às 4h da manhã com outros jovens na internet, jovens evangelizando outros jovens!”.

(Joice Novaes Silva, 27, da Paróquia SantaTerezinha,daRegiãoBrasilândia)

“Este retiro é a confirmação do infinito amor de Deus por nós. Uma oportunidade para silenciar e ouvir a voz de Deus que fala ao coração e nos convoca para a missão de carregar as nossas pequenas cruzes do dia a dia e anunciar a Palavra de Deus ao mundo”.

(Rafaela de Alencar, 21, da Comunidade Católica Shalom)

“Toda vocação é dom de Deus. A presença dos vários carismas enriquece o retiro e, de modo especial, neste 3º Ano Vocacional é um convite para os jovens refletirem a sua vocação na Igreja. Estar junto com os jovens é ser presença de Cristo e também expressão da nossa missão de consagradas”.

(IrmãVictória Queiroz Silva, 23, do Instituto dasApóstolasdoSagradoCoraçãodeJesus)

“É sempre bom rezar na companhia de outros jovens. Ver o rosto jovem da igreja enche meu coração de alegria. Que possamos, nessa retomada pós-COVID-19, nos encontrar mais vezes para expressar a nossa fé no Cristo, que entregou sua vida por amor”.

8 | Reportagem | 8 a 14 de março de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
Fotos: Luciney Martins/ O SÃO PAULO
(Guilherme Pereira Barbosa, 19, consagradodoMovimentoJovensSarados)

Jovens de São Paulo se preparam para ida à JMJ Lisboa 2023

PARÓQUIAS DA ARQUIDIOCESE ESTÃO

ORGANIZANDO VIAGEM EM GRUPOS. TAMBÉM É POSSÍVEL PARTICIPAR DA JORNADA COMO VOLUNTÁRIO

DANIEL GOMES E FERNANDO ARTHUR osaopaulo@uol.com.br

Uma grande peregrinação de fé e um momento de forte evangelização juvenil. Assim é a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), idealizada por São João Paulo II em 1985, e que em 2023 acontecerá entre 1o a 6 de agosto, em Lisboa, Portugal, com a expectativa de reunir cerca de 1 milhão de jovens de todo o mundo.

Além da Jornada em si, cujo tema será “Maria levantou-se e partiu apressadamente (Lc 1,39)”, na semana anterior haverá momentos de integração entre os jovens em diferentes dioceses portuguesas.

DE REAL EM REAL PARA IR A PORTUGAL

Na Arquidiocese de São Paulo, jovens de muitas paróquias têm se mobilizado, há meses, para ir à JMJ Lisboa 2023.

Na Paróquia Cristo Rei, no Tatuapé, na Região Belém, 19 membros do Grupo de Jovens Actus já vivem a expectativa para o encontro com o Sucessor de Pedro e também para que “possam encontrar a sua missão e voltarem comprometidos com o anúncio do Evangelho à juventude de nossa Arquidiocese”, disse, ao O SÃO PAULO, Maria Luiza Piernas, 24, participante do grupo.

Ela conta que com a graça de Deus e a doação dos paroquianos e de comerciantes locais foi possível obter as verbas necessárias para a viagem e a inscrição à JMJ. Os jovens também realizaram eventos na Paróquia para angariar recursos, além de venderem bolos, doces e rifas. Criaram, ainda, um livro de ouro para doações espontâneas.

Da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, do Setor Leopoldina da Região Lapa, também irá uma delegação de 19 pessoas, sendo 12 jovens entre 20 e 30 anos, dois com 16 e 20 anos, e cinco pais. Eles já vinham guardando dinheiro para ir à JMJ, mas para obter todos os recursos necessários começaram a vender doces após as missas.

“Estamos vendendo tortas de morango, limão, maracujá, chocolate e doce de leite, e quindim. Além disso, algumas famílias estão fazendo bolo para complementar o nosso portfólio. Temos a previsão de conseguir todo o valor da nossa hospedagem com essas vendas”, detalhou Ian Prioste, 30. “Temos grande expectativas para a JMJ, além da emoção de ir ao encontro do Papa e de milhares de jovens do mundo todo, o desejo de ir em missão”, completou.

Na Região Ipiranga, um grupo de 25

jovens e adultos, o chamado “JMJuntos” também não tem medido esforços para ir à Jornada. Sandra Aparecida Grecco, 53, explicou à reportagem que os membros têm promovido almoços e rodas musicais e há, ainda, a “poupancinha”, um valor mensal que cada jovem deposita, esforços para “vivermos um encontro transformador com Cristo, com nós mesmos, com os amigos e a juventude”, contou.

A Basílica Menor de Sant’Ana, na Região Episcopal Santana, com a Comunidade Canto de Maria enviará oito jovens à JMJ. Ao nal das celebrações na Basílica, os jovens têm vendido doces e salgados para arrecadar recursos. Além disso, até julho promoverão bazares e eventos com a juventude do bairro. Há ainda “padrinhos e madrinhas” que têm contribuído nanceiramente.

“Encontrar o Papa Francisco e a juventude de todo o mundo é sempre uma experiência única. Isso nos ajudará ainda mais a sermos jovens santos nos nossos círculos sociais”, a rmou José Carlos, coordenador da Comunidade Canto de Maria.

PACOTES DE VIAGEM

Algumas paróquias têm organizado a ida dos jovens à JMJ por intermédio de agências de viagens. Na Paróquia Nossa Senhora do Brasil, na Região Sé, além dos membros do Grupo de Jovens Divino Coração, até o dia 17 deste mês qualquer pessoa pode se inscrever para fazer parte da delegação que irá ao evento.

A agência de viagens responsável é a Memorial Turismo, que oferece duas opções de pacotes, sendo uma delas para permanência durante oito dias em Portugal, e outra por 14 dias, incluindo a JMJ e roteiros em Portugal e na Espanha.

A agência também fez pacotes para a ida à Jornada de jovens de outras paróquias da Arquidiocese como a Santa Margarida Maria, Santo Antônio do

Limão, Menino Deus e Nossa Senhora Aparecida, do bairro Edu Chaves.

O departamento de marketing da empresa informa que há vagas para outros grupos. Os detalhes podem ser consultados em https://memorial.tur.br/saidas

A IDA COMO VOLUNTÁRIO

Também é possível participar da JMJ como voluntário. Para isso, a primeira condição é ter ampla disponibilidade para as atividades presenciais em Lisboa entre os dias 23 de julho e 7 de agosto. É ainda necessário ter ao menos 18 anos de idade até a data de início dos trabalhos, que envolverão atividades como informação geral aos peregrinos, apoio na montagem de eventos e no transporte e elaboração de traduções.

O Comitê Organizador da JMJ Lisboa 2023 não custeia a ida dos voluntários à Jornada nem o regresso ao país de origem. Além disso, estes também precisam dar uma contribuição nanceira para a Jornada, o chamado “pacote do voluntário”.

Há quatro opções de pacotes. A inscrição para o mais completo custa 145 euros, cerca de R$ 800, e inclui alojamento (em um espaço comum, coberto e com instalações sanitárias), alimentação (duas refeições diárias), transporte (para o deslocamento aos locais onde irá atuar), seguro de acidentes pessoais e kit do voluntário (uma mochila com produtos o ciais da JMJ Lisboa 2023 e uma camiseta especí ca). O mais simples, que não contempla nem o alojamento nem a alimentação custa 30 euros, aproximadamente R$ 165.

Mais detalhes podem ser vistos em www.lisboa2023.org/pt/ser-voluntario

INSCRIÇÕES PARA

A JMJ LISBOA 2023

A participação dos peregrinos na Jor-

nada Mundial da Juventude é gratuita, o que signi ca que cada pessoa pode participar livremente dos eventos centrais: missa de abertura, acolhimento do Papa, Via-Sacra, Vigília com o Santo Padre e a missa nal.

“No entanto, por razões logísticas e de segurança, e também para ajudar a cobrir os custos organizativos, todos os interessados são convidados a inscreverem-se na JMJ e a pagar a contribuição de participação”, informa o site da JMJ Lisboa 2023.

Há três modalidades de inscrição, com diferentes pacotes, que se distinguem pela duração da permanência em Lisboa e pelo serviços oferecidos. Todos incluem o kit do peregrino, seguro de acidentes pessoais e transporte para a participação dos eventos da JMJ. Alguns preveem o alojamento e a alimentação para os dias da Jornada.

Os pacotes para a semana completa da JMJ variam de 95 a 255 euros (no valor aproximado da cotação atual do euro, cerca de R$ 522 a R$ 1.402); outros apenas para os dias 4 a 6 de agosto – datas da Via-Sacra, da Vigília e da missa com o Papa, com valores de 100 a 155 euros (R$ 550 a R$ 852); e somente para a noite da Vigília e a missa de encerramento, nos valores de 50 e 60 euros (R$ 275 e R$ 330).

Mais detalhes podem ser vistos em www.lisboa2023.org/pt/pacotes-peregrino.

A inscrição na JMJ Lisboa 2023 pode ser feita individualmente ou em grupos, e os pacotes não incluem os gastos com a viagem aérea até Portugal. A dica para quem planeja ir à parte dos grupos de paróquias ou sem contratar pacotes de agências de viagens é fazer uma detalhada pesquisa sobre os custos das passagens de ida e volta, bem como dos valores de alimentação e possibilidades de estada, caso opte por pacotes de inscrição que não contemplem esses serviços.

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Luciney Martins/O SÃO PAULO Jovens da Comunidade Canto de Maria estão entre aqueles que têm feito ações diversas para obter recursos que lhes permitam ir à JMJ 2023

Arquidiocese de São Paulo institui escola para catequistas

FERNANDO GERONAZZO ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

A Arquidiocese de São Paulo realizou no sábado, 4, o lançamento o cial da Escola Bíblico-Catequética São José de Anchieta.

A apresentação do projeto formativo para catequistas foi feita durante um encontro do Arcebispo Metropolitano, Cardeal Odilo Pedro Scherer, e dos bispos auxiliares, com cerca de 600 catequistas, no Centro de Pastoral São José, no Belenzinho.

Voltada para catequistas que já atuam há pelo menos cinco anos nas paróquias e comunidades da Arquidiocese, a escola pretende “proporcionar a compreensão da identidade, da vocação e da missão do catequista no exercício de seu ministério, para saber construir um itinerário de Catequese com inspiração catecumenal e que sua presença e serviço sejam um sinal e caz de adesão ao projeto de Jesus Cristo”.

Essa iniciativa também corresponde às orientações dada pela Santa Sé para a formação dos catequistas, após o Papa Francisco, em 2021, tornar esse serviço um dos ministérios instituídos pela Igreja.

FORMAÇÃO

A formação se dará em formato híbrido, isto é, nas modalidades presencial e a distância.

Padre Paulo César Gil, Assistente Eclesiástico Arquidiocesano para a Animação Bíblico-Catequética, explicou que as aulas presencias ocorrerão nos espaços paroquiais de nidos pela coordenação, em cada região episcopal. Já a modalidade on-line acontecerá por meio das plataformas digitais como Google Meet, Zoom, Facebook, YouTube e outras.

“A Escola Bíblico-Catequética deverá funcionar com o programa organizado, oferecendo uma formação que seja harmônica para a toda a Arquidiocese, para atualizar a formação para quem já é catequista e passar a oferecer a formação para quem pretende exercer o ministério de catequista no futuro”, explicou Dom Odilo.

MINISTÉRIO

O Arcebispo explicou que a Escola não tem a função de apenas conferir um “diploma” ou certi cado aos catequistas, mas, sim, formar catequistas para melhorar esse serviço e, consequentemente, o bem que é realizado na vida das pessoas.

Dom Odilo esclareceu que o ministério de catequista não se resume a um título que se confere após a conclusão de um curso, mas é um serviço instituído e reconhecido pela comunidade eclesial, cujo valor é ressaltado pela dignidade de um ministério não ordenado.

“As pessoas preparadas, que realizem bem a sua missão, que demonstrem amor à Catequese, que tenham experiência já consolidada, receberão o ministério de

catequista conferido pela Igreja”, reforçou Dom Odilo, acrescentando que a Catequese, assim como a evangelização em geral, é a ação eclesial, não apenas individual.

“Quem é catequista realiza essa missão pela Igreja, a partir da sua vivência na comunidade eclesial. Por isso, a Catequese é uma ação da comunidade. Se, em uma paróquia, a Catequese não está bem, isso deve preocupar a todos”, ressaltou.

ITINERÁRIO

Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese e Referencial para a Animação Bíblico-Catequética, informou que o itinerário de formação para catequistas atuantes terá a duração de um ano. Serão um total de 24 horas (oito dias) de encontros de formação ministerial, 16 horas de o cinas sobre vivências e um dia de retiro espiritual.

Padre Paulo explicou que as estratégias adotadas no curso pretendem favorecer a re exão das grandes questões da vida cristã no mundo de hoje, “e o despertar para os novos caminhos da ação catequética e para as novas sensibilidades e expectativas dos catequistas, catequizandos, famílias e comunidades, inseridos na cultura urbana, que requer

de todos um novo modo de apresentar a mensagem cristã”.

O Papa Francisco, na carta apostólica Antiquum ministerium, publicada em 2021, com a qual instituiu o ministério laical de catequista, destacou a importância da formação dos agentes.

“O catequista que busca uma preparação sólida para ser instituído no ministério deverá receber uma formação bíblica, teológica, pastoral, pedagógica e humana”, enfatiza o documento.

Já os critérios para a instituição do ministério aos catequistas atuantes são: Ser escolhido pelo pároco e coordenação paroquial – em diálogo com a comunidade eclesial (coordenação paroquial da IVC e outros grupos);

Ter no mínimo 20 anos de idade e acima de cinco anos de atuação na Catequese;

Ter uma formação básica;

Ter participado da formação especí ca e imediata para a recepção do ministério (nas regiões episcopais – um ano: encontros formativos e retiro)

Estar ciente de sua importância para a vida da comunidade

e de seu ministério a serviço da evangelização;

Ter claro que o seu ministério não é um prêmio, mas fruto de seu testemunho de fé e de vida comunitária;

Estar disponível para participar dos projetos de formação continuada em preparação da renovação do ministério (a cada cinco anos).

Antes de receber o ministério instituído, cada candidato passará pelo escrutínio de avaliação com o bispo e/ou equipe designada.

ENCONTRO COM CRISTO

Na re exão com os catequistas, o Cardeal Scherer sublinhou que a nalidade da Catequese é proporcionar e intermediar um encontro vivo com Jesus Cristo e com Deus. “O papel do catequista é o de um pedagogo e mediador desse encontro: Ele convida os catequizandos a encontrarem Jesus e os conduz a Ele”, a rmou. Nesse sentido, o Método da Catequese inclui o testemunho convicto da fé do catequista que, não apenas fala de Jesus, de Deus e da Igreja, “mas ajuda a falar com Jesus e com Deus e a sentir-se parte da Igreja”.

“A Catequese não deve contentar-se em mostrar o sentido das coisas deste mundo, mas do sentido sobrenatural da vida e das coisas e precisa falar das ‘coisas maiores’, que só Deus é capaz de fazer, nas quais cremos e esperamos”, acrescentou o Arcebispo.

Dom Odilo também destacou que a Catequese deve ser contagiante e despertar nos catequizandos um forte desejo de conhecer Jesus e as coisas de Deus e da Igreja: “Abelhas não são atraídas por vinagre nem pelo escuro da noite, mas por mel, pela luz, pelas cores das ores... Temos muita coisa belíssima da nossa fé e da vida da Igreja para contar e mostrar aos catequizandos”.

Outras informações sobre a Escola Bíblico-Catequética São José de Anchieta podem ser solicitadas no e-mail: ebicatjosedeanchieta@gmail.com.

10 | Reportagem | 8 a 14 de março de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO Em encontro com catequistas, no sábado, 4, Dom Odilo Pedro Scherer faz o lançamento da Escola Bíblico-Catequética São José de Anchieta

Edição 08 8 de março de 2023

Quaresma, tempo propício

Núcleo Fé e Cultura

Nesta edição do Caderno Fé e Cultura, para ajudarnas re exões quaresmais, nossa atenção se volta para o tempo. Frequentemente, vemos a vida passar sem nos darmos conta do que está acontecendo conosco – a ocasião que nos é dada para o encontro com o Mistério maravilhoso de Deus se perde na

distração e na inconsistência. Não se trata de mais um esforço moralista – como tantos outros que já empreendemos em nosso cotidiano. Trata-se de recuperar o fascínio diante do Seu amor por nós. Nestas re exões, contamos com nossas amigas e colaboradoras da congregação beneditina camaldolense – a nal,

Preparemo-nos para a Páscoa

Monja beneditina camaldolense

Entramos no caminho do Êxodo,iniciamosnosso percursoquaresmal.Éum alegre convite à Páscoa. Chegar à Páscoa é a nossa meta. Na carta da Congregação para o Culto Divino, Paschalis Solennitatis (PS), do ano de 1988, lemos que “é o tempo da graça, durante o qual se sobe ao monte santo da Páscoa” (PS 6). A Quaresma não tem outra nalidade senão prepararnos para as celebrações da Páscoa. Entrar em um estado de prontidão para renovar as nossas promessas batismais, e tudo isso por meio de uma “escuta mais frequente da Palavra de Deus e de uma oraçãomaisintensa”(PS6).

Para nós, pode parecer pouco renovar nossas promessas batismais. Fazemos isso com bastante frequência em nossas liturgias. A noite de Páscoa, porém, é o ápice do ano litúrgico, memória da ressurreição de Jesus – centro da nossa fé. Com efeito, São Paulo diz: “Se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé e continuais nos vossos pecados (1Cor 15, 17). Este é o signi cado das festas da Páscoa: sermos libertados pela Morte e Ressurreição de Jesus. Ele é a nossa Páscoa, “foi entregue à morte por causa dos nossos pecados e ressuscitou para a nossa justi cação” (Rm 4, 25).

A Liturgia da Vigília Pascal é riquíssima e repleta de símbolos, muito enriquecida por elementos que remontam aos primeiros séculos do Cristianismo e aos Padres da Igreja, que nos ajudam a mergulhar no mistério da ressurreição de Cristo. Em nossos preparativos durante a Quaresma, vale a pena ler atentamente a liturgia daquela “noite das noites” para poder participar conscientemente da beleza e profundidade dos ritos e orações.

Se a Quaresma tem por nalidade preparar-nos para a Ressurreição, devemos olhar não só para o sofrimento de Jesus e sentir comoção por Ele, mas devemos entrar no seu coração por meio da oração, para compreender POR QUE sofreu.

A Escritura nos conta e nos fala bastante sobre como foi a sua Paixão, mas não apenas com a nalidade de nos descrever como Ele sofreu. Os

ninguém melhor que monges e monjas para falar da contemplação do Mistério. Além disso, o Prof. Marcos Aurélio Fernandes escreve sobre a ética na perspectiva franciscana e o Prof. Rafael Ruiz nos sugere, a partir do lme Worth, uma re exão sobre o valor da pessoa humana.

Evangelhos e as Cartas Apostólicas querem nos transmitir uma outra coisa: o PORQUÊ... O que nos revelam a sua Paixão e o seu sofrimento?

É preciso ler atentamente as Escrituras para descobrir. Toda a vida de Jesus é revelação de quem é o Pai, da sua busca apaixonada pelo ser humano, perdido e afastado. Esta é a dor do coração de Deus e, portanto, de Jesus, Jesus sofreu por Ele e por causa do ser humano. Por causa do amor que Ele tem por nós. Deus nos criou para que pudéssemos viver em comunhão com Ele, pudéssemos partilhar a sua vida divina, o seu amor in nito. Criou o ser humano à Sua imagem, para viver conosco uma relação de amor.

A chave para entender a paixão de Cristo é o amor. Ele nos escolheu antes da criação do mundo, nos escolheu para si mesmo… “Ele nos escolheu para sermos santos e imaculados diante dele no amor, predestinou-nos para

sermos Seus lhos adotivos, segundo o desígnio amoroso da Sua vontade” (cf. Ef 1). A Sua Paixão, a nossa contemplação da Sua paixão, da Sua cruz, tem o propósito de levar-nos à constatação de São Paulo: “Ele me amou e se entregou por mim” (Gl 2, 20).

Se zermos o caminho quaresmal com este espírito, poderemos entrar na noite de Páscoa e sair dela transformados. Poderemos ouvir com alegria a exortação do presbítero que nos convidará a renovar as nossas promessas batismais, a nossa con ssão de amor por Ele; ao mesmo tempo que damos o nosso consentimento ao amor de Deus por nós: “Queridos irmãos, pelo Batismo nos tornamos participantes do mistério pascal de Cristo, fomos sepultados juntamente com Ele na morte, para ressuscitarmos com Ele para uma vida nova” (Rito de renovação das promessas batismais durante a Vigília Pascal).

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Caderno Fé e Cultura é uma publicação mensal do jornal “ SÃO PAULO”, com coordenação editorial do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP. Diretor responsável e editor: Padre Michelino Roberto. Coordenação editorial: Francisco Borba Ribeiro Neto. Revisão: José Ferreira Filho e Daniel Gomes. Diagramação: Jovenal Alves Pereira. Impressão: Grá ca OESP. Conselho editorial: Alexandre Gonçalves, Alline Luiza de Abreu Silva, Bruno Muta Vivas, Diogo Chiuso, Gustavo Catania, Ivonete Kuerten, João Cortese, Luís Henrique Marques, Maria Nazaré Lins Barbosa, Rodrigo Pires Vilela da Silva e Vandro Pisaneschi.

O cuidado com o tempo

A vida é hevel, um sopro, a rma o texto hebraico do Eclesiastes, numa tradução melhor que “vaidade das vaidades” (Ecl 1, 2) do latim vanitas Hevel – sopro – exprime algo que é evanescente, que não se pode agarrar, nem muito menos governar. Hevel é uma palavra muito usada na Bíblia. “São um sopro (hevel) os lhos de Adão” (Salmo 62, 10). “O homem é como um sopro, os seus dias sãocomosombraquepassa”(Salmo144,4).“Eumedesfaço,nãovivereiaindamuito.Deixa-me, porque os meus dias são um sopro”, lamenta Jó (7, 16).

O Eclesiastes usa o termo hevel nãonosentidomoraloumetafísico,mascomumaacepçãomuito concreta,comoadescreverapercepção,osentidofísico,dotempoquepassamuitorápidodebaixodo sol.Signi caotempoconcretodavida:tudopassacomoumsopro.Porisso,presteatenção!Nãosetrata deumavisãopessimistadavida.Éaconstataçãodequenavidaterrena,sobosol,nadaécompleto, plenonemnossaciatotalmente.Porisso,nãopodemosnoscolocarnolugardeDeus,nãovemostudo nemcompreendemosatotalidadedoreal.Acondiçãodoserhumanoaquinaterraécontingente.O autorbíblicoéumhomemrealista,comopénochão,quenãotemapretensãodesuperaroscon ns da suahumanidade,masbuscare etirsobreasuaexistênciaterrena(Capítulos1e2).

petitivos no ciclo da natureza (para as festividades anuais), muito embora o sustento físico dependesse dessa última. Enquanto as divindades de outros povos estavam associadas aos lugares ou coisas, o Deus de Israel era o Deus dos acontecimentos: o Redentor da escravidão, o Revelador da Torá, manifestando-se a Si Mesmo em acontecimentos da história, mais do que em coisas ou lugares. Assim, a fé no incorpóreo, no inimaginável, nasceu.” (HESCHEL, A. Op. cit.).

O Papa Francisco dirá que o tempo é superior ao espaço (Evangelii gaudium, EG 222-225) e a rma que “dar prioridade ao tempo signi ca ocupar-se de iniciar processos mais do que possuir espaços” (EG 223). Relembra-nos as palavras do Beato Pedro Fabro: “O tempo é o mensageiro de Deus” (EG 171). Por isso, a plenitude da vida de uma pessoa e do mundo todo só pode ser alcançada por meio de uma gradualidade e de um respeito aos processos que constroem os povos, e precisam ser vividos pouco a pouco e dentro da dimensão da paciência. “O espaço cristaliza os processos; o tempo, ao contrário, nos projeta para o futuro e nos impulsiona a caminhar com esperança” ( , LF 57).

As palavras no início do Capítulo 3 do Eclesiastes são um resumo do que este livro sapiencial quer dizer: “Tudo tem seu tempo, há um tempo para cada propósito debaixo do céu”. Descobrimos que o tempo ali é outro... Nós conhecemos bem o tempo newtoniano (Δt), pois aprendemos a raciocinar de acordo com o implacável e preciso horário do relógio. O relógio é um modo de dar “espaço” ao tempo. O tempo se torna uma “coisa”, e assim parece tangível.

A. Heschel, em O Schabat (Editora Perspectiva, 2018), diz que a modernidade privilegiou o espaço em detrimento do tempo, mas ganhando “espaço”, o ser humano diminuiu a si mesmo: “A civilização técnica é a conquista do espaço pelo homem. É um triunfo frequentemente alcançado pelo sacrifício de um ingrediente essencial da existência, isto é, o tempo. Na civilização técnica nós gastamos tempo para ganhar espaço. Intensi -

car nosso poder no mundo do espaço é o nosso maior objetivo. No entanto, ter mais não signi ca ser mais. O poder que alcançamos no mundo do espaço termina abruptamente na fronteira do tempo. O tempo, porém, é o coração da existência [...] Todos nós camos enfeitiçados pelo esplendor do espaço, pela grandeza das coisas do espaço [...] A realidade, para nós, é coisa e consiste em substâncias que ocupam espaço; mesmo Deus é concebido pela maioria de nós como uma coisa. O resultado de nossa coisi cação é a cegueira a toda realidade que deixa de se identi car como uma coisa, como um fato real. Isso é óbvio em nosso entendimento do tempo, o qual, sendo desprovido de coisa e de substância, nos parece como se não tivesse realidade”.

Não se trata de desprezar a importância do espaço, do visível, do material, do tocável, mas de denunciar a hipervalorização do espaço em detri-

mento do tempo. O espaço é mensurável, está sob nosso controle visual, pode ser abarcado pelo olhar. O tempo não. A única maneira de medi-lo é reduzi-lo ao espaço e ao movimento que nele ocorre. Essa diferença se vê ao compararmos o espaço sagrado (necessário e de grande ajuda) com a experiência do sagrado que uma pessoa faz, que é uma experiência interior que se dá num tempo, em um momento, mas que não ocupa um “espaço”.

Na Bíblia, a temporalidade é valorizada em sua forma linear, dentro da dimensão histórica. Uma história que caminha para um cumprimento. Por isso, para o mundo bíblico o tempo não representa a inconsistência do ser e seu dissolver-se em um uxo perene, mas está impregnado com um anseio de completude. “Para Israel, os acontecimentos singulares do tempo histórico foram espiritualmente mais signi cativos do que os processos re-

Em busca do tempo oportuno. Os gregos usavam três termos diferentes, kronos, aiòn e kairòs, para designar o tempo. Kronos era usado para descrever a sucessão de instantes, o tempo na sua sequência cronológica e quantitativa, na mitologia grega era representado como um gigante, lho de Urano e Gaia, que devorava seus próprioslhos até ser derrubado por Zeus. Aiòn expressava a temporalidade da vida, seus ciclos, intervalos e percalços. Representava a dimensão da consciência humana irredutível a qualquer lógica somativa e linear. Kairòs, o últimolho de Zeus, era representado como um menino com asas nos pés, em constante movimento, com um tufo de cabelo na testa e nuca raspada para indicar a di culdade em agarrá-lo. Ele segurava uma haste na qual uma balança repousava. Representava a hora certa, o tempo oportuno. Indicava o momento propício, adequado, que devia ser apreendido no rápido instante que passa, o tempo “presente”, em relação ao qual uma capacidade vigilante e atenta permite compreender melhor o desenvolvimento do futuro. É no tempo que se joga a liberdade humana, no qual a inteligência e o reconhecimento dos sinais pode determinar a felicidade no futuro.

No hebraico, o tempo cronológico (kronos) e o tempo oportuno (kairòs) são expressos pela palavra zeman e et respectivamente. “Há um momento (zeman) para tudo e um tempo (oportuno - et) para todo propósito debaixo do céu. Tempo (et) de nascer, e tempo (et) de morrer; tempo (et) de plantar, e tempo (et) de arrancar a planta.

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Tempo (et) de matar e tempo (et) de curar; tempo (et) de destruir, e tempo (et) de construir” (cf. Ecl. 3, 2-8) Para cada tempo que se pode medir (zeman) há um tempo (et) adequado, oportuno. São 14 antíteses que englobam todas as circunstâncias às quais somos chamados a aderir e a viver plenamente. O Eclesiastes mostra que cada realidade foi feita por Deus com o seu contraste e complementaridade, tudo é dual e tem o seu oposto; esta é a harmonia.

Toda coisa é bela no seu devido tempo. “As coisas do espaço expõem uma independência ilusória. As coisas criadas ocultam o Criador. É na dimensão do tempo que se encontra a Deus, em que o homem torna-se ciente de que cada instante é um ato da criação, um Começo, abrindo novas estradas para realizações nais. O tempo é a presença de Deus no mundo do espaço, e é no tempo que somos capazes de sentir a unidade de todos os seres. A criação, somos ensinados, não é um ato que ocorreu uma vez no tempo, uma vez e para sempre. O ato de trazer o mundo à existência é um processo contínuo. O chamado de Deus trouxe o mundo à existência, e este chamado prossegue. Existe este momento presente porque Deus está presente. Cada instante é um ato de criação. Um momento não é terminal mas um lampejo, um sinal do Começo. O tempo está em perpétua inovação, um sinônimo para a criação contínua. O tempo é a dádiva de Deus ao mundo do espaço” (HESCHEL, A. Op. cit.).

“Tudo o que Ele fez é apropriado ao seu tempo (et). Também colocou no coração do homem o conjunto do tempo (em hebraico olam que signica eternidade, universo), sem que o homem possa atinar com a obra que Deus realiza desde o princípio até o m” (Ecl 3, 11).

Embora o coração do ser humano possua essa sombra de eternidade, pois não conseguimos ter a visão do todo, Deus fez cada coisa bela e no momento oportuno (pois o instante para Deus é et e não apenas zeman). Nossas sensações e percepções não são tudo. Além das coisas que vemos, ouvimos, tocamos ou sentimos, que estão na dimensão do espaço (no caso, sufocante...), há uma outra dimensão: o tempo. Vivamos essa dimensão, víamos o et, com alegria.

Para não carmos presos apenas à dimensão do espaço sufocante, façamos uma pausa para reconhecer a eternidade do instante, e dar tempo ao tempo. Peçamos ao Senhor a graça de não perder as ocasiões que Ele nos dá para parar, dar-nos conta da dimensão do tempo, e poder viver, o que se chama no nal das contas, o amor.

A dimensão divina do HOJE

Por uma monja beneditina camaldolense

Na liturgia, tempo e espaço são termos, conceitos, realidades cujo signi cado e modo de entender são muito diferentes daqueles losó cos. Na liturgia hodie - hoje - como o ano litúrgico todo, não signi ca uma realidade física, mas o esplendor, a faixa de luz da graça com a qual Deus Pai ilumina a vida de cada ser humano. Todo o ano litúrgico é uma grandememóriadahistóriadasalvação.Fazermemória(queémaisdoque“lembrar” ou“rememorar”paranós)éumanecessidadecrucialparaopovojudeudoAntigo Testamento. Quantas vezes Deus chama o seu povo à memória, à memória das Suas obras, do Seu amor, da Sua ação, do Seu braço poderoso que o resgatou e salvou muitas vezes. As pessoas, os fatos, o amor se tornam presentes pela memória. O ser humano sem memóriajánãosabequemé.Quemnãoélembradonãoexiste.Éamemóriaquetorna algo presente, real e atual. Para crer, alimentar a fé e a relação com Deus, é necessária a memória, uma memória sobrenatural que nos faça recordar as grandes obras de Deus.

Na festa da Exaltação da Santa Cruz, cantamos o belo refrão do Salmo 77: “Não te esqueças das obras do Senhor!”. É o que diz também o Catecismo da Igreja Católica (CIC 1363): “Segundo a Sagrada Escritura, o memorial não é somente a lembrança dos acontecimentos do passado, mas a proclamação das maravilhas que Deus realizou por todos os homens. A celebração litúrgica desses acontecimentos torna-os de certo modo presentes e atuais. É desta maneira que Israel entende sua libertação do Egito: toda vez que é celebrada a Páscoa, os acontecimentos do Êxodo tornam-se presentes à memória dos crentes para que estes conformem a sua vida a eles”. Guardando a nossa memória e alimentando-a na fé, podemos viver o ano litúrgico como uma imersão contínua nos acontecimentos salvícos realizados por Deus ao longo da história da humanidade, na qual Ele esteve sempre presente e ativamente envolvido.

Com o calendário do ano, contamos os dias, os meses, mergulhamos na mudança das estações que

in uenciam as nossas vidas e com as quais nós podemos nos sentir parte do mundo criado. Já o ano litúrgico nos recorda as maravilhas de Deus, memória dos acontecimentos salví cos que inserem o ser humano na economia eterna da vida, no tempo de Deus, no amor da Trindade, no seio do Pai. O maravilhar-se das coisas de Deus é vida, traz vida e é para a vida. Aquele que é chamado o Vivente leva o ser humano a participar de Sua vida. Dessa forma, celebrando cada acontecimento, cada memória da ação de Deus na história, podemos participar da vida de Deus integralmente, aqui e agora, com as nossas realidades. Assim acontece em cada Santa Missa, em cada Tríduo Pascal – esses misteriosos três dias, os mais importantes de todo o ano litúrgico, que antecedem a Páscoa; em cada Natal; em cada festa e memória! Podemos ver e experimentar a esperança do encontro com Deus em toda a sua plenitude. E tudo isso graças à Encarnação, aquele evento grandioso que João resumiu em uma frase

tão curta que surpreende: “O Verbo se fez carne” (Jo 1,14).

A eternidade de Deus entra no tempo do ser humano, entra na história, num momento preciso da passagem do tempo. O eterno torna-se visível, vida concreta. “O tempo já se completou” (Mc 1,15). Todo o passado, presente e futuro se unem no Homem-Cristo, gerando um novo tempo, o HOJE em Cristo, que é “o mesmo ontem, hoje e sempre” (Hb 13,8) No primeiro capítulo do Apocalipse, encontramos provas belas desta PLENITUDE DO TEMPO em Cristo: “Eu sou o Alfa e o Ômega...aquele que é, que era e que vem, o Todo-poderoso!” (Ap 1, 8); “Eu sou o Primeiro e o Último, o que Vive” (Ap 1,17). Cristo é “Aquele que é que era e que vem” (Ap 1, 4).

O Deus que agiu ontem, agirá hoje e amanhã, que cria o ontem, o hoje e o amanhã… Este é o estupendo HODIE – HOJE de Deus, graças ao qual podemos con ar Nele e colocarmos nossa vida em suas mãos, pois estas seguram o ontem, o hoje e o amanhã.

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São Francisco e a excelência ética do humano

“Excelência ética do humano signica a capacidade de o ser humano sair de si (ex) e de se erguer (cellere), superando-se sempre de novo, num caminho de melhoria do próprio ser. Excelência é, então, o movimento de potencializar e de dar o melhor de si, de perfazer-se, maturar-se, consumar-se no próprio ser. É o gosto, a paixão da alegria expansiva de ser. É a jovialidade de ser. Nesse sentido, a excelência indica a vitalidade, a cordialidade de ser” (HARADA, H. A excelência. [in] Revista Filosó ca São Boaventura, 14 (2): 29-36, 2020)

O empenho do ser humano de ser bom, de combater o “bom combate” da vida, de per-fazer, de consumar suas melhores possibilidades de ser é a marca do que chamamos de vida ética. O ser humano ético é aquele que busca a “vida boa”, isto é, a vida plena de sentido e de vigor, de alegria de ser, não só para si, mas para todos os homens. É aquele que se empenha, com todas as suas forças, para que o ser humano alcance um ethos para

Excelênciaécoragemdeser.Osgregoschamavam arete, o vigor,apotência,quelevaoserhumanoadeslanchar,ser bem-sucedido e feliz nesse movimento de exceler. Os latinos chamavam de virtus:força,vigordoânimo,coragem,fortaleza doespírito.Virtudelevaoserhumanoaserbom,istoé,a alcançaromelhordesi.Serbomnãoquerdizer,aqui,ser “bonzinho”.Serbomquerdizerrealizaraspossibilidadesdeser quenosforamconcedidasapartirdanossaprópriaessência.

seu ser. Esta palavra grega quer dizer, aqui, morada do ser humano entre a terra e o céu, na convivência com os outros seres humanos, em face do divino. Hoje, em tempos de crise da ética, uma das maiores di culdades é o ser humano encontrar esta morada. E quando ele a encontra? Quando sua essência é abrigada, protegida, salvaguardada, na liberdade da verdade.

São Francisco é, na história da humanidade, uma das guras mais signi cativas, sobressalentes, de realização humana, ética. Na “Legenda dos Três Companheiros lemos como ele assumiu o que recebeu da terra, da

família, do povo de que ele era oriundo, não como algo pronto, mas, sim, como tarefa de responsabilização. Ele cultivou as “virtudes naturais” do humano com grande nobreza, desde os anos da adolescência e juventude. Sinal disso era a sua cortesia, isto é, sua “largueza e caridade” para com os pobres. Era um excelente comerciante, mas recusou a mesquinhez burguesa da ambição do lucro como medida determinante e orientação de vida. Proclamou com a vida e as palavras que o mero ter, a posse de dinheiro e de bens materiais, não era sinônimo da riqueza essencial,

Quanto vale a vida de uma pessoa?

Kenneth Feinberg escreveu o livro

What is Life Worth?, relatando como foi conduzindo um impactante processo de indenização coletiva, envolvendo o governo, as empresas de aviação, milhares de vítimas e suas famílias, em torno de 7 mil pessoas. A sua empresa colocou-se à disposição do governo para tentar o que parecia improvável: um acordo em que a grande maioria das vítimas aceitasse uma indenização governamental e renunciasse a acionar as empresas de aviação, coisa que, se tivesse acontecido, teria provocado um colapso na economia norte-americana.

Feinberg é apresentado como um advogado e ciente, so sticado e seguro de si. Para ele, a coisa parecia fácil. Já tinha uma grande experiência com ações de indenização em casos de acidentes, envolvendo grandes somas de dinheiro. Como dizia nas suas aulas, sempre se podia chegar a um acordo. Era uma questão de negociação e de números.

A primeira reunião com o grupo de familiares das vítimas, porém, depois de vários estudos feitos por sua equipe, não pôde ser mais desastrosa. Ele queria reduzir toda aquela dor a um número que coubesse numa planilha orçamentária, mas não houve uma família sequer que não casse revoltada e saísse daquela reunião machucada, ferida, ofendida. E Feinberg não conseguiu naquele primeiro momento, e logo a seguir, perceber onde tinha errado.

a riqueza de ser. Em busca da superabundância do ser, do tesouro da vida feliz, lançou-se em busca de algo maior, de uma riqueza mais plena. Passou então a ambicionar a nobreza social. Frustrado, porém, no caminho da Apúlia, descobriu que a nobreza essencial, a de ser, não se confundia com a nobreza social, a do poder e do prestígio dos dominadores. Ele se viu chamado a voltar para Assis e a encontrar um Senhor que era muito mais rico e nobre do que todos os senhores da terra. Quis, então, servir a este Senhor, o Cristo Cruci cado, tornar-se um cavaleiro de sua corte, um campeão da sua Dama, a Senhora Pobreza. E descobriu nos pobres e pequeninos da terra uma riqueza e uma nobreza hermética, na medida que está escondida aos olhos dos que se deslumbram com os valores de um ter e de um poder sem vigor de ser, sem a força originária do bem, isto é, do amor gratuito.

QUANTO VALE? (Worth)

Direção: Sara Colangelo

Roteiro: Max Borestein

Elenco: Michael Keaton, Stanley Tucci, Amy Ryan

Nacionaldiade: Estados

Unidos (2020)

Disponível: Net ix

Numahistóriareal,oprofessordeDireitoKennethR. Feinberg(MichaelKeaton),colocaumaquestãoparauma salalotadaeatônita:quantovaleavidadeumapessoa? E diantedaperplexidadeedasrespostasambíguaseincertas dosalunos,continuaimplacávelcomassuasperguntas, exigindoumnúmero.Quenúmerovamoscolocarnocheque deindenização?Podemoschegaraumacordo? Assimcomeça Worth. O lmecontinuaeagorasetratadoatentadode11de setembro,comtudooquesigni couparacadapessoaecada cidadãodosEstadosUnidos...Eparaogoverno,asfamílias dasvítimas,asempresas,ascompanhiasdeaviação.

O ponto de in exão (e saber que esse ponto aconteceu de fato e que foi contado pelo próprio Feinberg, dá uma força toda especial ao lme) foi o encontro e a relação, no começo tensa e descon ada e, mais tarde, amigável e con ada, com Charles Wolf (Stanley Tucci), que perdera a sua esposa no

atentado terrorista e se transformou num líder comunitário para a grande maioria das famílias contrárias às propostas iniciais do escritório de Feinberg.

Há um momento que marca o lme e que, como se pode ver, marcou também o advogado. Deixo-o aponta-

do aqui, sem querer dar muito spoiler Ambos gostavam de música clássica e de ópera e se encontram na apresentação de uma ópera moderna, bem diferente de Puccini, como ambos concordaram, em que uma mulher, sozinha primeiro e depois acompanhada por um coral, vai dizendo em tom sombrio e átono: Perdi a minha língua, perdi as minhas chaves, perdi a minha casa, perdi o meu coração, perdi.... E vamos vendo Feinberg a cada frase mais e mais incomodado até que, abruptamente, saiu da sala.

Nos poucos meses antes do prazo de nitivo, todos os membros do escritório, Feinberg à cabeça, dedicaram-se não apenas a se encontrar e reunir com cada uma das famílias das vítimas, mas, principalmente, a ouvir as suas histórias – de dor, de pena e de desespero; histórias de quem não queria apenas uma indenização econômica, mas saber-se confortado, ouvido, compreendido; de quem queria ser tratado como pessoa e não como nomes em uma planilha.

É um lme contra aqueles que pensam que as relações pro ssionais e econômicas devem ser frias, distantes e pragmáticas – uma a rmação esperançosa, mesmo nos ambientes mais adversos, daquilo que nós, os seres humanos, temos de melhor: o carinho, a compaixão e a atenção amorosa aos outros.

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Divulgação

A Igreja rende graças a Deus pelas mulheres e valoriza sua dignidade

“O homem e a mulher são criados em idêntica dignidade, ‘à imagem de Deus’. Em seu ‘ser-homem’ e seu ‘ser-mulher’ re etem a sabedoria e a bondade do Criador” (Catecismo da Igreja Católica, nº 369).

Por ocasião do Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, o jornal O SÃO PAULO apresenta algumas re exões da carta apostólica Mulieris dignitatem (MD), publicada por São João Paulo II em 15 de agosto de 1988, sendo o primeiro documento de um pontí ce inteiramente dedicado à vocação e dignidade da mulher.

O ponto de partida das re exões é a verdade fundamental de que homens e mulheres foram criados por Deus em igual dignidade. “Desde o início aparecem como ‘unidade dos dois’” (MD, 6) e por esta unidade “[o homem e a mulher] são chamados, desde o início, não só a existir ‘um ao lado do outro’ ou ‘juntos’, mas também a existir reciprocamente ‘um para outro’” (nº7).

A DOMINAÇÃO COMO CONSEQUÊNCIA DO PECADO

“Quando lemos, pois, na descrição bíblica, as palavras dirigidas à mulher: ‘Sentir-te-ás atraída para o teu marido, e ele te dominará’ (Gn 3,16), descobrimos uma ruptura e uma constante ameaça precisamente a respeito desta ‘unidade dos dois’ (...) A união matrimonial exige o respeito e o aperfeiçoamento da verdadeira subjetividade pessoal dos dois. A mulher não pode tornar-se ‘objeto’ de ‘domínio’ e de ‘posse’ do homem. As palavras do texto bíblico, porém, referem-se diretamente ao pecado original e às suas consequências duradouras no homem e na mulher”. (nº10).

O Pontí ce alerta, entretanto, que a justa oposição da mulher às tentativas de dominação masculina “não pode, sob pretexto algum, conduzir à ‘masculinização’ das mulheres. A mulher – em nome da libertação do ‘domínio do homem’ – não pode tender à apropriação das características masculinas, contra a sua própria ‘originalidade’ feminina” (idem).

A VIRGEM MARIA E A ATENÇÃO DE CRISTO

São João Paulo II lembra que a Virgem Maria, ao abrir-se à vontade divina, faz “retornar ao ‘princípio’ no qual se encontra a ‘mulher’ tal como foi querida na Criação, portanto no pensamento eterno de Deus, no seio da Santíssima Trindade. Maria é o ‘novo princípio’ da dignidade e da vocação da mulher, de todas e de cada uma das mulheres” (nº11).

O Papa também menciona as várias ocasiões em que Cristo se apresenta como promotor da dignidade e vocação da mulher, como na passagem em que intervém para evitar que a mulher adúl-

tera seja apedrejada e questiona a lógica da justiça pensada apenas para a punição da mulher: “O comportamento de Jesus a respeito das mulheres que encontra ao longo do caminho do seu serviço messiânico é o re exo do desígnio eterno de Deus, o qual, criando cada uma delas, a escolhe e ama em Cristo (cf. Ef 1,1-5)” (nº13).

CORRESPONSABILIDADE

Na carta, o Pontí ce critica o fato de, na maioria das vezes, apenas as mulheres serem responsabilizadas por situações em que tenham que criar os lhos sozinhas devido ao abandono do genitor ou nas quais se “‘se livram’ da criança antes do seu nascimento” [uma alusão ao aborto], devido a pressões. “Cada homem deve olhar para dentro de si e ver se aquela que lhe é con ada como irmã na mesma humanidade, como esposa, não se tenha tornado objeto de adultério no seu coração; se aquela que, sob diversos aspectos, é o

cossujeito da sua existência no mundo, não se tenha tornado para ele ‘objeto’: objeto de prazer, de exploração” (nº14).

A MATERNIDADE E A VIRGINDADE

São João Paulo II lembra que as duas dimensões da vocação da mulher, a maternidade e a virgindade, “adquirem a plenitude do seu sentido e valor em Maria, que como Virgem se tornou Mãe do Filho de Deus” (nº17).

Falando sobre a maternidade, o Pontí ce aponta que esta decorre especialmente da abertura da mulher em gerar e cuidar de um novo ser: “Nessa abertura, ao conceber e dar à luz o lho, a mulher ‘se encontra por um dom sincero de si mesma’ (nº 17). E ao lembrar que o ‘peso’ maior de gerar e zelar pela nova vida sempre recairá sobre a mulher, o Papa enfatiza que “nenhum programa de ‘paridade de direitos’ das mulheres e dos homens é válido, se não se tem presente isto de um modo todo essencial” (nº18).

A ATENÇÃO DO PAPA FRANCISCO ÀS MULHERES

“Os dotes de delicadeza, sensibilidade e ternura peculiares, que enriquecem o espírito feminino, representam não apenas uma força genuína para a vida das famílias, para a propagação de um clima de serenidade e de harmonia, mas uma realidade sem a qual a vocação humana seria irrealizável”. (25/03/2014).

“Este é o grande dom de Deus: nos deu a mulher. No Evangelho, ouvimos do que é capaz uma mulher, hein? Aquela é corajosa! Foi adiante com coragem. Mas é algo mais: a mulher é a harmonia, é a poesia, é a beleza. Sem ela, o mundo não seria bonito, não seria harmônico”. (09/02/2017)

“As mulheres são protagonistas de uma Igreja em saída, por meio da escuta e do cuidado que manifestam com as necessidades dos outros e, com uma marcada capacidade de sustentar dinâmicas de justiça em um clima de ‘calor doméstico’, nos diferentes ambientes sociais em que se encontram para trabalhar”. (08/10/2020)

“O renascimento da humanidade começou pela mulher. As mulheres são fontes de vida; e, no entanto, são continuamente ofendidas, espancadas, violentadas, induzidas a se prostituir e a suprimir a vida que trazem no seio. Toda a violência infligida à mulher é profanação de Deus, nascido de uma mulher”. (25/11/2022)

São João Paulo II recorda que, apoiado no Evangelho, “desenvolveu-se e aprofundou-se o sentido da virgindade como vocação também para a mulher, vocação em que se con rma a sua dignidade à semelhança da Virgem de Nazaré (...) A mulher, chamada desde o ‘princípio’ a amar e a ser amada, encontra na vocação à virgindade, antes de tudo, Cristo como o Redentor que ‘amou até o m’ por um dom total de si mesmo, e ela responde a este dom por um ‘dom sincero’ de toda a sua vida” (nº20).

PRESENÇA NA IGREJA

O Santo Padre também destaca a força expressiva das mulheres desde os primórdios da Igreja, algo que se repete ao longo dos séculos. “A Igreja, com efeito, defendendo a dignidade da mulher e a sua vocação, expressou honra e gratidão por aquelas que — éis ao Evangelho — em todo o tempo participaram na missão apostólica de todo o Povo de Deus. Trata-se de santas mártires, de virgens, de mães de família, que corajosamente deram testemunho da sua fé e, educando os próprios lhos no espírito do Evangelho, transmitiram a mesma fé e a tradição da Igreja” (nº27).

AMOR E GRATIDÃO À MULHER

São João Paulo II indica, ainda, que o amor à mulher não deve ser apenas expresso na dimensão esponsal do Matrimônio, mas também nas diversas estruturas da sociedade, independentemente do contexto cultural em que a mulher esteja ou de suas características espirituais, psíquicas e corporais (cf. nº29).

Na conclusão da carta, o Pontí ce a rma que a Igreja rende graças a Deus por todas as mulheres – mães, irmãs, esposas, consagradas a Deus, as que se dedicam aos mais diversos trabalhos no seio das famílias ou pro ssionalmente –“tal como saíram do coração de Deus, com toda a beleza e riqueza da sua feminilidade; tal como foram abraçadas pelo seu amor eterno; tal como, juntamente com o homem, são peregrinas sobre a terra” (nº31).

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Santa Sé agradece a contribuição da Arquidiocese para o Óbolo de São Pedro

Em carta datada de 30 de janeiro deste ano, endereçada ao Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, o Prefeito da Secretaria de Economia da Santa Sé, Maximino Caballero Ledo, transmite

o agradecimento do Papa Francisco à Arquidiocese de São Paulo pelo envio de R$ 323.687,48 como contribuição ao Óbolo de São Pedro no ano de 2022.

Veja a íntegra da carta abaixo:

Você Pergunta

Qual é o sentido litúrgico da Quaresma?

PADRE CIDO PEREIRA osaopaulo@uol.com.br

Essa é a dúvida que recebi do Luiz Antonio, que mora no bairro de Artur Alvim. “Quaresma” vem da palavra latina “quadragesima”, que signi ca um período de 40 dias. O número 40 é frequente na Bíblia e é empregado para signi car um tempo especial de preparação, de puri cação.

Explicando melhor a você, Luiz Antonio: durante 40 dias, o dilúvio universal puri cou a Terra para que nascesse uma nova humanidade. Durante 400 anos (40 vezes 10), o povo de Israel curtiu um cativeiro terrível no Egito, até que Deus o libertou. Durante 40 anos, o mesmo Israel caminhou no deserto puri cando-se para entrar na Terra prometida. Durante 40 dias, Jesus jejuou preparando-se para dar início à sua vida pública, à sua missão de anunciar o Reino e de nos redimir com sua Morte e Ressurreição.

Por aí você já deve estar entendendo o sentido da Quaresma, Luiz Antonio. É tempo de deserto, tempo de morti cação, tempo de penitência, para que renasçamos, a m de celebrarmos a Páscoa do Senhor, tempo para que nos tornemos herdeiros do novo céu e da nova terra garantidos por Cristo com sua Morte e Ressurreição.

O sentido litúrgico da Quaresma é este. Nela somos chamados a uma maior comunhão com Deus pela oração e pela escuta atenta da Palavra; somos chamados a nos puri car pela penitência e pelo jejum, para educar nossa vontade a dizer “sim” ao projeto de Deus.

En m, somos convidados a entrar em comunhão com os irmãos, a viver uma experiência bem concreta do amor que não se fecha sobre si mesmo, mas volta-se para o outro para ajudá-lo a viver sua dignidade de lho de Deus. Espero que você tenha entendido, Luiz.

e....

Na sexta-feira, 3, na Paroquia Nossa Senhora de Fátima, Setor Tremembé, Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da Arquidiocese e Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade, presidiu missa durante a qual tomou posse como Pároco o Padre Benedito Raimundo de Siqueira (à direita do Bispo). Concelebraram os Padres Claudinei de Arruda Lucio, Coordenador do Setor Tremembé e Pároco da Paróquia São Pedro Apóstolo; Francisco Ferreira, Pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Setor Tremembé; Padre Antônio de Moura, Pároco da Paróquia Santa Joana D’Arc, Setor Tremembé; Wagner Aparecido Scarponi, CAM, Pároco da Paróquia São José Operário, Setor Jaçanã; Benedito Hercules Daniel, CAM, e Luiz Carlos Ferreira Tose Filho. (por Lene Zuza)

No domingo, 5, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, deu posse ao Padre Marcos Alves de Oliveira, CAM, como Administrador Paroquial (à direita do Arcebispo) da Paróquia São Roque, Setor Imirim. Concelebraram os Padres João Henrique Novo do Prado e Luiz Carlos Ferreira Tose Filho, com a assistência dos Diáconos Vinicius de Andrade, Marcelo Reis e José Jindarley Santos Silva. (por Denilson Araujo)

e Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade, deu posse canônica ao novo Administrador Paroquial, Padre Edson José do Sacramento (à esquerda do Bispo). Concelebraram o Padre Erly Avelino Guillen Moscoso e Luiz Carlos Ferreira Tosse Filho, com a assistência dos Diáconos Durval Bueno e Márcio Cesena. (por Silvano Jacobino)

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SANTANA
Na Paróquia São José, no Mandaqui, na quinta-feira, 2, Dom Carlos Silva, OFMCap, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, presidiu missa durante a qual a comunidade iniciou a preparação para a festa do padroeiro, que neste ano será celebrada no domingo, 18. Concelebrou o Padre Edmilson Silva, Pároco, com a assistência do Diácono Márcio Cesena. (por Pascom paroquial) Boa Quaresma para você depois.... boa Páscoa.
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Em missa na Paróquia Santo Antônio, no Setor Mandaqui, no domingo, 5, Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da Arquidiocese Pascom paroquial Pascom paroquial Denilson Araujo Pascom paroquial

Dom Cícero: ‘Que o Espírito Santo nos ajude a fazer uma pastoral autenticamente cristã’

FERNANDO ARTHUR COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO

Membros das pastorais, movimentos, grupos, paróquias e comunidades da Região Episcopal Belém se reuniram no sábado, 4, na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes para a missa de abertura do Ano Pastoral na Região.

A missa, votiva do Espírito Santo, também foi marcada pela abertura da Campanha da Fraternidade 2023 na Região Belém, com o tema “Fraternidade e fome”. Presidida por Dom Cícero Alves de França, a celebração foi concelebrada por dezenas de padres que atuam nas 66 paróquias dessa Região Episcopal.

No começo da missa, Padre Marcelo Maróstica, Coordenador Regional de Pastoral, destacou que a celebração é ocasião para se unir em oração e “juntos invocar o Espírito Santo de Deus sobre nós e sobre nosso trabalho pastoral”, a m de que a todos sustente na caminhada de fé.

O EXEGETA DE DEUS

Na homilia, Dom Cícero ressaltou que a celebração de abertura do Ano Pastoral é ocasião para suplicar a presença do Espírito, e recordou o teólogo alemão Karl Rahner, que disse: “Podemos extinguir o Espírito”.

“Nós podemos sufocar o Espírito, e quando sufocamos o Espírito, nós morremos, nós paramos.”, a rmou o Bispo.

O Prelado ainda enfatizou que o Espírito Santo é o exegeta das palavras de Deus. “Não conseguimos entender o que Jesus diz se não for pelo Espírito, é ele quem interpreta”, ressaltou, de nindo o Espírito Santo como arrebatador, pois “nos tira do caos e nos faz entrar na ordem”.

Ao falar do Evangelho de João (Jo 20,19-23) – sobre a visita de Jesus e o envio do Espírito Santo –, Dom Cícero sa-

lientou que naquela celebração também pedia para que Deus “nos livre do medo” no agir pastoral.

“A primeira mensagem de Jesus é abrir as portas e as janelas daqueles que têm medo. O Espírito Santo é dom, é graça, e o seu grande primeiro milagre é nos tirar de nossas zonas de conforto, nos tirar do medo”, salientou.

Dom Cícero ainda a rmou que o Espírito Santo é dom, e sem ele não se pode entender e interpretar as palavras de Jesus. “Sem o Espírito, os padres não conseguem fazer homilias; fazem discursos, sermões, mas não homilias. Sem o Espírito, a vida sacramental da Igreja morre, não existe Batismo, não existe Eucaristia, não existe nenhum dos sacramentos”, a rmou, ressaltando que sem o Espírito não há missão na Igreja e não há anúncio nem caridade.

Dom Cícero ainda relacionou o Espírito Santo com a Campanha da Fraternidade deste ano: “Precisamos do Espírito para darmos de comer a quem tem fome, para irmos ao encontro dos pobres”.

O Prelado destacou ainda que o Espírito Santo é a força e o dinamismo de Deus, recordando os dois conceitos nas

Sagradas Escrituras que falam do Espírito: Ruah, no Antigo Testamento, e Pneuma, no Novo Testamento.

“Não podemos seguir Jesus mortos como estamos, não podemos segui-lo sem brilho nos olhos, sem fé. É Ele quem nos recria todos os dias, quando o desânimo, a di culdade e o medo nos impõe; é o Espírito Criador de Deus, o Ruah”.

O Bispo lembrou que sem o Espírito se caminha e se cansa, se trabalha e não se tem resultado: “Por isso, precisamos do Pneuma, do dinamismo de Deus. E o Espírito que nos movimenta, que nos faz caminhar e não cansar, que faz o nosso trabalho dar resultados tangíveis e visíveis”.

O ESPÍRITO E A IGREJA

“A Igreja está no mundo como sacramento de salvação e sinal da presença de Deus”, recordou Dom Cícero, exortando os éis a transformarem o mundo como Jesus fez com os discípulos, que ao receberem o Espírito Santo, “saem da casa do medo para anunciar Jesus ressuscitado. Esta é a missão da Igreja, a nossa missão como padres, leigos, batizados”.

HUMILDADE

O Bispo Auxiliar falou ainda sobre a

humildade, que signi ca “coragem para a verdade”.

“Quando nos refugiamos na soberba, no orgulho, é porque temos medo da verdade”, a rmou, ressaltando que a Igreja precisa de padres humildes, deéis humildes, de homens e mulheres de fé e que não têm medo da sua própria verdade.

Por m, Dom Cícero a rmou que o Espírito é o amor de Deus, e exortou os éis a pedirem a Deus para ‘despetri carem’ o coração e transformarem a vida.

“Queremos pedir um novo Pentecostes para a nossa Região, para o nosso trabalho. Precisamos do Espírito para que a nossa Igreja seja viva, seja forte, para que sejamos coerentes com aquilo que cremos. Que o Espírito, de fato, desça sobre nós, nos tire da casa do medo da ação e nos ajude a fazer uma pastoral autenticamente cristã”, a rmou.

Durante a missa, houve o momento de renovação das promessas do Batismo e de oração de invocação do Espírito Santo.

Ao nal, Dom Cícero declarou aberta a Campanha da Fraternidade na Região Episcopal, e agradeceu aos éis a doação de alimentos não perecíveis, que serão destinados para o combate à fome das pessoas vulneráveis.

da Glória, na Vila Bela, o Padre Leomar Bucouski, OSBM. A missa teve como concelebrante o Pároco, Padre Josafat Vozivoda, OSBM. (por Fernando Arthur)

Na manhã do domingo, 5, Dom Cícero Alves de França presidiu missa na Área Pastoral São João Paulo II, na Vila Portuguesa, onde deu posse ao Padre Adalberto Erwisnk Wojciech,

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BELÉM
No sábado, 4, foi apresentado como colaborador da Área Pastoral Nossa Senhora das Flores, o Padre Tadeu Ferreira da Silva, SVD. A celebração, por ele presidida, teve como concelebrantes os Padres Romanus Hami, SVD, e Cirineu Kuhn, SVD, Superior Provincial da Congregação do Verbo Divino na Província Centro/Brasil. (por Rafaela Vitória) Em missa presidida por Dom Cícero Alves de França, na tarde do domingo, 5, foi apresentado como Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora CSSp, como Vigário Paroquial. A celebração também foi ocasião para a apresentação do Padre Adalberto Ferezini, CSSp, como colaborador. A missa foi concelebrada pelo Padre Leonardo da Silva Costa, CSSp, Provincial dos Espiritanos no Brasil e pelo Padre Carlos Mariano, CSSp. (por Fernando Arthur) Miguel Ibarra Escalante Janice Santos Fernando Arthur Rafaela Vitória

Dom Rogério visita a Comunidade do Moinho

Os coordenadores da Pastoral do Dízimo da Região Sé se reuniram no sábado, 4, na Paróquia Imaculado Coração de Maria, Setor Santa Cecília. A reunião contou com a participação do Padre Wellington Cardoso Brandão, CMF, Assistente Eclesiástico para a Pastoral do Dízimo regional. (por Centro de Pastoral da Região Sé)

A Pastoral do Batismo da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Setor Jardins, retomou suas atividades no sábado, 4, com o primeiro curso preparatório do ano para 64 pais e padrinhos que batizarão 22 crianças este mês. Alinhada com a Campanha da Fraternidade 2023, houve a coleta de alimentos para destinar aos mais necessitados e arrecadou 67 quilos de ítens diversos. (por Pascom paroquial)

No sábado, 4, Dom Rogério Augusto das Neves visitou a Comunidade do Moinho, mais conhecida como “Favela do Moinho”.

Acompanhado de consagrados da Comunidade Aliança de Misericórdia,

o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé conheceu a realidade de várias famílias que moram ali e se encontrou com os Padres Evandro Torlai, Presidente da Aliança de Misericórdia, e Pedro Morais, Vice-presidente.

Em seguida, Dom Rogério conheceu o projeto “Oratório São Domingos Sávio”, por meio do qual são atendidas mais de 180 crian-

ças e adolescentes no contraturno escolar.

Encerrou a visita, presidindo a missa na Capela Nossa Senhora Aparecida, que ca na Comunidade, com a presença de moradores, missionários da Aliança de Misericórdia, do Grupo de Ação Missionária (GAM), dos salesianos de Dom Bosco, que lá estavam em missão, além de irmãos da Comunidade Toca de Assis.

No sábado, 4, no salão da Paróquia Santa Generosa, Setor Paraíso, aconteceu o encontro de formação para os coordenadores dos ministros extraordinários da Sagrada Comunhão (MESCs) da Região Sé, que reuniu cerca de 60 pessoas. A assessoria foi feita pelo Padre Helmo Cesar Faccioli, Assistente Eclesiástico da Pastoral dos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão e da Pastoral da Liturgia tanto na Região Sé quanto na Arquidiocese de São Paulo. (Centro de Pastoral da Região Sé)

No dia 1º, o Frei Everton Costa, OSA, Pároco da Paróquia Santo Agostinho, Setor Paraíso, presidiu a missa da qual participaram os membros da Associação Damas de Santa Rita de Cássia, as Ritinhas. (por Pascom paroquial)

Realizou-se no sábado, 4, na Paróquia Nossa Senhora Achiropita, Setor Cerqueira César, a formação para os dirigentes de 1ª e 2ª etapas do Encontro de Casais Cristo (ECC). A atividade teve início com uma celebração eucarística (foto), presidida pelo Padre Roberto Silva, PODP, Pároco. No mesmo m de semana, houve a realização da 1ª etapa do Encontro de Casais com Cristo na Paróquia Santo Antônio, no Pari, Setor Bom Retiro, que foi encerrado com uma missa campal presidida pelo Frei Wilson Batista Simão, Pároco, durante a qual foi feito o anúncio de Alexandre Brígido de Lima e Rosângela Oliveira da Silva Brígido como o novo casal ligação setorial dos Setores Bom Retiro, Catedral e Brás. (por Eros Pavoleti)

Sob a responsabilidade do Pároco, o Frei Jair Roberto Pasquale, TOR, a Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima, Setor Perdizes, vem desenvolvendo atividades que estimulam a evangelização e o engajamento dos éis: a Catequese infantil tem recebido um grande número de crianças e os frutos dessa caminhada podem ser vistos pelo interesse daquelas que servem como coroinhas. Há também um crescimento da participação de jovens, com o grupo “Perseverança”, que ajuda a evangelizar os mais novos, inclusive aqueles que participam das pastorais dos acólitos e dos coroinhas. (por Pascom paroquial)

Retiro do clero

A Pastoral da Catequese da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Setor Jardins, começou suas atividades deste ano no sábado, 4, acolhendo 32 crianças e adolescentes que iniciam a caminhada formativa para a primeira Eucaristia, e também 30 crianças que já concluíram sua preparação e receberão o sacramento pela primeira vez no domingo, 12. O encontro foi concluído com uma celebração eucarística, presidida pelo Padre Eduardo Ribeiro, C.Ss.R., Pároco. (por Pascom paroquial)

Um grupo de padres e diáconos da Arquidiocese de São Paulo iniciou na segunda-feira, 6, o retiro espiritual anual, que prossegue até quinta-feira, 9, na Vila Dom Bosco, em Campos do Jordão (SP). O retiro está sendo orientado por Dom Edson Oriolo, Bispo da Diocese de Leopoldina (MG). (por Redação)

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OLIVEIRA COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO
GISLAINE PRESTES DE
Pascom paroquial Pascom paroquial Pascom paroquial
Gislaine Prestes de Oliveira
Arquivo pessoal

Começa a peregrinação regional da réplica da Cruz e do Ícone da JMJ

Os jovens da Região Episcopal Ipiranga estiveram reunidos na tarde do sábado, 4, para a acolhida da réplica da Cruz e do Ícone de Nossa Senhora, da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que neste ano acontecerá em Lisboa, Portugal, no mês de agosto.

A celebração aconteceu na Paróquia Nossa Senhora de Sião, Setor Ipiranga, com missa presidida por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, e concelebrada pelo Padre José Lino Mota Freire, Pároco; pelo Frei José Maria Mohomed Junior, Vigário Paroquial e Coordenador Regional de Pastoral; e pelo Padre Anderson Pereira Bispo, Assistente Eclesiástico do Setor Juventude na Região; assistidos pelos Diáconos Feliciano Bonitatibus Neto e Valdomir Ramiro.

A celebração foi marcada pela alegria e sentimento de pertença. A jovem Giuliane Muniz de Carvalho, que participa do grupo de jovens da Paróquia São José, no bairro do Ipiranga, disse que foi emocionante chegar perto da cruz: “E como se me sentisse fazendo parte da JMJ. Este ano, não conseguiremos participar em Lisboa, mas estaremos juntos, na oração”.

Para o Padre Anderson Bispo, “a presença da réplica da Cruz e do Ícone traz o vislumbrar de comunhão, ou melhor

dizendo, uma vivência sinodal para nossa Região, uma vez que mesmo em países distantes, nós caminhamos juntos, em um só coração e uma só alma”.

A jovem Ana Clara Oliveira, da Paróquia Nossa Senhora das Mercês, faz parte do grupo peregrino que irá a Lisboa. Para ela, participar da chegada da Cruz e do Ícone de Nossa Senhora renova a espe-

Curso de Teologia retoma atividades

No sábado, 4, o Centro de Estudos Teológicos do Ipiranga (CETI), coordenado pelo Prof. Me. Nei Márcio Oliveira de Sá e pelo Prof. Esp. Gilberto José Chimenti, iniciou o módulo de formação teológica.

As disciplinas trabalhadas neste se-

mestre são “Doutrina Social da Igreja”, com a Profa. Dra. Irmã Solange Novaes, franciscana missionária do Coração Imaculado de Maria, e “Iniciação à Vida Cristã – Catequese”, com o Prof. Me. Rodrigo omaz, presbítero da Arquidiocese de São Paulo.

Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Re-

rança e dá à juventude um sentimento de estarem no caminho certo.

Dom Ângelo Mezzari ressaltou que a chegada da Cruz e do Ícone de Nossa Senhora são sinais da unidade da Igreja: “Estamos em uma paróquia dedicada a Maria, acolhendo os símbolos da JMJ 2023, cujo tema é ‘Maria levantou-se e saiu apressadamente (Lc 1,39)’; é um con-

gião Ipiranga, saudou os 65 participantes do curso, reforçando a importância da formação do laicato como elemento importante para a consolidação da fé e presença no mundo.

O Curso de Teologia funciona totalmente on-line e está com inscrições abertas até 18 de março. Informações podem ser obtidas na Cúria Regional ou pelo

vite aos jovens e a toda a Igreja no Ipiranga para viverem no caminho, em comunhão”. No dia 24 de março, uma sexta-feira, acontecerá a Via-Sacra da Juventude, pelas ruas do Ipiranga, com os símbolos da JMJ.

A concentração será às 19h, na matriz da Paróquia Nossa Senhora de Sião (Avenida Doutor Gentil de Moura, 151, Vila Dom Pedro I).

As coordenações paroquiais da Pastoral Familiar realizaram encontro no sábado, 4, na Cúria da Região Ipiranga, durante o qual foram tratados a apresentação das necessidades pastorais neste tempo sinodal, o Ano Vocacional do Brasil, e a reestruturação da equipe regional, a m de trabalhar melhor os setores pré e pós matrimonial, e também no setor de casos especiais. O casal coordenador arquidiocesano, Ana Filomena e Luiz Fernando Garcia, participou da atividade, apoiando e animando as ações, e contando um pouco de seu testemunho de vida familiar e caminhada pastoral. (por Maria Leonice Marianinni)

As equipes paroquiais do Dízimo estiveram reunidas no sábado, 4, na Paróquia Nossa Senhora da Esperança, Setor Vila Mariana, para a primeira reunião de 2023. Elas foram acolhidas pelo Pároco e Assistente Eclesiástico da Pastoral do Dízimo na Região Ipiranga, Padre Uilson dos Santos. (Por Pascom Nossa Senhora da Esperança)

e-mail: ceti@regiaoipiranga.com.br. Neste ano, também será promovida a Semana Teológica, em maio; além do retiro para o laicato, em agosto; a Semana Bíblica, em setembro; e um minicurso nos meses de outubro e novembro. As aulas cam gravadas e disponíveis na plataforma virtual de formação, organizada pela Região Episcopal Ipiranga.

Estrada, onde se localiza a Capela, e pelo Padre Satílio Bolonhano da Silva, SJ. (por Karen Eufrosino)

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IPIRANGA
Dom Ângelo Ademir Mezzari presidiu missa na Capela Santíssimo Sacramento, no Setor Cursino, no domingo, 5, concelebrada pelo Padre Valdivino Teixeira de Carvalho, SJ, Diretor da Comunidade de Saúde e Bem-Estar Nossa Senhora da
NEI MÁRCIO OLIVEIRA DE SÁ COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A
REGIÃO
EUFROSINO COLABORADORA DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO
KAREN
Karen Eufrosino Karen Eufrosino Pascom Nossa Senhora da Esperança Maria Leonice Marianinni

Secretárias e secretários paroquiais participam de formação

Na quinta-feira, 2, na Cúria Regional, aconteceu o encontro formativo sobre práticas de registro e arquivamento de documentos paroquiais com as secretárias e os secretários paroquiais da Região Lapa.

A atividade contou com a presença de Dom José Benedito Cardoso e do Padre Pedro Augusto Ciola de Almeida, Assistente Eclesiástico da Pastoral das(os) Secretárias(os) na Região Lapa.

O Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa iniciou o encontro com uma oração e, em seguida, passou a palavra ao Padre Pedro Augusto, que apresentou o palestrante convidado, Jair Mongelli Junior, Diretor Técnico do Arquivo Metropolitano de São Paulo, que falou sobre a importância e os cuidados de se registrar e arquivar adequadamente (no livro de Batismo, de Matrimônio e Tombo) os documentos e as atividades importantes da vida paroquial.

Em encontro, Pastoral Carcerária explica suas formas de atuação

Na quinta-feira, 2, na Paróquia São Francisco de Assis, no Jaguaré, Setor Butantã, realizou-se o encontro da Pastoral Carcerária da Arquidiocese de São Paulo, conduzido por Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, e com a presença do Padre Edilberto Alves da Costa, Assistente Eclesiástico da Pastoral Carcerária regional, e do Padre Pedro Augusto Ciola de Almeida, Pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, Setor Butantã.

Também participaram os coordenadores regionais da Pastoral Carcerária, Anderson José da Silva e Erica Carolina Rodrigues da Silva, além de agentes pastorais. Os coordenadores explicaram

como é realizado o trabalho pastoral nos presídios e como se tornar um agente da Pastoral Carcerária.

MUTIRÃO DE CONFISSÕES DO SETOR PIRITUBA

(Sempre às 19h30)

Dia 08: Paróquia São João Gualberto

Dia 14: Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora

Dia 16: Paróquia Santa Luzia

Dia 21: Paróquia Santa Mônica

Dia 22: Paróquia São João Batista

Dia 23: Paróquia Nossa Senhora do Líbano e Paróquia Santa Flávia Domitila

Dia 27: Paróquia São Domingo Sávio

Dia 28: Paróquia Nossa Senhora da Assunção

Dia 29: Paróquia São José

Dia 31: Paróquia Santa Terezinha

Erica salientou que a atuação dos agentes na Região Lapa se dá no Centro de Detenção Provisória de Pinheiros,

que conta com quatro unidades. O trabalho só pode ser feito em equipe, que visita o detento e orienta egressos e familiares. A atividade inclui, ainda, a escuta e o acolhimento tanto dos que se encontram detidos quanto daqueles que trabalham no sistema prisional; a re exão da Palavra de Deus e a ajuda na formação para a vida cristã, além da organização de celebrações eucarísticas e dos sacramentos, quando solicitados.

Dom José Benedito agendou para 9 de março, às 20h, na mesma Paróquia, um novo encontro para formação de agentes da Pastoral Carcerária, que será ministrado pelos coordenadores na Região Lapa. (BN)

AGENDA REGIONAL

Quinta-feira, 9, às 20h, na Paróquia São Francisco de Assis, Setor Butantã, reunião de formação dos novos agentes da Pastoral Carcerária. Sábado, 11, às 8h30, na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, Setor Pirituba, encontro dos ministros extraordinários da Sagrada Comunhão do Setor Pirituba. Sábado, 11, às 10h, na Paróquia São João Bosco, Setor Leopoldina, reunião da Pastoral Familiar regional.

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LAPA
No domingo, 5, na Paróquia São José, no Jaguaré, Setor Butantã, houve uma palestra intitulada “Mistagogia com Lectio Divina”, ministrada por Altierez dos Santos, professor, escritor e mestre em Ciências da Religião. Além da presença do Padre Laudeni Ramos Barbosa, CSC, Pároco, participaram vários catequistas e éis das paróquias do Setor Butantã. (por Benigno Naveira) No dia 1º, na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, Setor Pirituba, realizou-se a oração do Terço dos Homens, com a presença de 119 pessoas, sendo 69 homens, 40 mulheres e dez crianças, que participaram dessa atividade pela primeira vez. (por Benigno Naveira)
REGIÃO
BENIGNO NAVEIRA COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA
Thiago de Souza Santos Benigno Naveira
Pascom paroquial
Osvaldo Reis

Liturgia e Vida

Fiéis da Vila Souza celebram aniversário de criação da Paróquia

No dia 1º, os éis da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Souza, se reuniram para celebrar os 55 anos de criação da Paróquia.

A missa foi presidida pelo Padre Rafael Araújo Nolli, Administrador Paroquial, que fez memória de todos os que já passaram pela comunidade paroquial.

No início da celebração, foi acolhida uma estola que representava todos os sacerdotes que estiveram na Paróquia, inclusive os padres irlandeses que, no nal dos anos 1950, ajudaram a erguer a primeira capela, ainda de madeira, e que anos depois deu lugar à atual construção de alvenaria da matriz. A então comunidade foi elevada a paróquia em 29 de fevereiro de 1968, por decreto do Cardeal Agnelo Rossi, Arcebispo de São Paulo na época, e hoje conta, além da matriz, com três comunidades: Cristo Ressuscitado, Divino Espírito Santo e Sagrado Coração de Jesus, além de uma área de missão desde 2017, com o projeto de uma nova capela dedicada a São Vicente de Paulo.

Desde sempre, a comunidade man-

A Paróquia Santa Rosa de Lima, Setor Perus, sediou no sábado, 4, a formação para casais coordenadores de círculos de estudos do Encontro de Casais com Cristo (ECC) da Região Brasilândia. A atividade foi assessorada pelos casais setoriais do Conselho Diocesano: João e Fran, do Setor Perus; Silveira e Cida, do Setor São José Operário; Maurício e Cláudia, da equipe de canto do Setor Freguesia do Ó; e Márcio e Lúcia, do Setor Pereira Barreto. O objetivo foi o de preparar e atualizar os coordenadores de círculos de estudo, direcionando-os no aprendizado de uma Catequese que capacite os casais que vivenciaram o ECC. (por Anderson Figueiredo)

tém vivas suas atividades pastorais, caritativas e missionárias, e se tornou referência em causas populares, tais como a farmácia comunitária, que embora tenha iniciado suas atividades anteriormente, foi o cialmente implantada em 17 de outubro de 1982, ou seja, há mais de 40 anos; e o

projeto Coração Amigo, que funciona nas dependências de uma das capelas da Paróquia e que todos os dias atende mais de 120 crianças e jovens com atividades recreativas e socioeducativas.

A matriz da Paróquia Nossa Senhora Aparecida ca na Rua Luciano D’Amore, 47, na Vila Souza.

PADRE JOÃO BECHARA VENTURA

Os Salmos contêm súplicas, louvores, agradecimentos, lamentos, atos de con ança e outras formas de oração. Eles captam sentimentos da alma humana e ensinam-nos a direcioná-los ao Pai; são preces exemplares inspiradas pelo Senhor. Santo Agostinho considerava os Salmos como oração do próprio Cristo. Quando a Igreja os reza na liturgia, tornam-se a prece do ‘Cristo Total’, Cabeça e Corpo. O Salmo 42 diz: “Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando verei a Face de Deus?”. Revela, assim, que o Senhor nos criou com um desejo profundo Dele: da união, da semelhança e da visão de Deus. Ao longo da vida, ou fazemos essa sede crescer ou a diminuímos. Para que a sede cresça, é preciso buscar o Senhor, conhecê-lo, obedecer-lhe e orar! Quanto mais santa é uma pessoa, mais ela percebe essa sede de Deus.

Pouco antes de sofrer o martírio, Santo Inácio de Antioquia escreveu da prisão: “Meu amor está cruci cado, a matéria não me in ama, porque uma água viva e murmurante dentro de mim me diz ‘vem para o Pai’”. Não é que desprezasse a vida, dom precioso de Deus; mas ele estava tão unido a Jesus – a sede havia crescido tanto! – que podia dizer: “Considero tudo como perda! Perdi tudo e considero como esterco, para ganhar a Cristo!” (Fl 3,8).

Ao contrário, quanto mais alguém se afasta do caminho justo, menos se dá conta dessa sede que, entretanto, permanece no fundo da alma. Há quem busque saciá-la por meio de bens materiais, de superstições ou de pecados compulsivos. Cedo ou tarde, tais práticas sufocarão o desejo do Senhor e, se não se converterem, esses irmãos cairão numa triste condição de autossu ciência. Seu único temor será, então, perder a saúde, a prosperidade, a boa fama, a vida… Mas não se entristecerão por abandonar o Criador.

No Evangelho, Jesus humildemente pede água a uma mulher samaritana. Ela estranha, pois os judeus não se davam com os samaritanos. O Senhor lhe diz: “Se tu conhecesses o dom de Deus e quem te pede: ‘Dá-me de beber’, tu mesma lhe pedirias a Ele, e Ele te daria água viva” (Jo 4,10). A ‘água viva’ é a graça do Espírito Santo, esse “rio de água viva” (Jo 7,38) que brota na alma a partir do Batismo e que nos une realmente a Deus, saciando a sede da alma.

A ‘água’ representa também a oração. Santa Teresa comparava a oração è escavação de um poço profundo. No início, é necessário muito esforço e sentimos que trabalhamos em vão, como se o Senhor estivesse longe. Quando menos esperamos, porém, somos inundados por uma água fresca e vivi cante: “Derramarei sobre a casa de Davi um espírito de graça e de oração” (Zc 12,10).

de 90 catequistas para o início da formação anual dos catequistas do Setor Perus. A atividade foi conduzida pelo Padre João Henrique Novo do Prado, Reitor do Seminário Propedêutico da Arquidiocese de São Paulo. O Padre Airton Almeida, RCJ, Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, no Morro Doce, também esteve presente e acolheu

A ‘água viva’ signi ca também a visão de Deus. Como consequência da vida da graça que recebemos já neste mundo, Deus dará aos seus lhos a visão beatí ca na eternidade. Ela nos saciará denitivamente, pois para isso fomos criados. Com a samaritana, supliquemos: “Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede” (Jo 4,15)!

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BRASILÂNDIA
3º DOMINGO DA QUARESMA 12 DE MARÇO DE 2023
‘Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede!’
No sábado, 4, estiveram presentes no Rincão Santo Aníbal cerca a todos os catequistas do Setor. (por Ana Cláudia e Fernando Oliveira)
LUCCAS SANT’ANA COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO
Pascom paroquial Anderson Figueiredo Ana Cláudia

Sínodo 2021-2024: Celam realiza a Assembleia Regional do Cone Sul

Catolicismo é a religião mais confiável na Coreia do Sul

Uma recente pesquisa revelou que a Igreja Católica é o grupo religioso mais con ável na Coreia do Sul.

Intitulado como “Pesquisa de Con ança Social da Igreja Coreana de 2023”, o censo foi realizado na península asiática em janeiro, tendo entrevistado cerca de mil pessoas, homens e mulheres, com mais de 19 anos de idade.

Entre os entrevistados, 21,4% revelaram ter mais con ança no catolicismo em comparação com outras religiões do país. O protestantismo cou em segundo lugar, com 16,5%, enquanto o budismo ocupou o terceiro lugar, com 15,7%.

REDAÇÃO osaopaulo@uol.com.br

O Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam) promove até sexta-feira, 10, em Brasília (DF), a Assembleia Regional do Cone Sul da Etapa Continental do Sínodo 2021-2024, convocado pelo Papa Francisco, com o tema “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”.

Iniciada na segunda-feira, 6, a Assembleia Regional tem a participação de 186 representantes da Igreja Católica na Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, entre os quais bispos, presbíteros, religiosas, religiosos e leigos agentes de pastoral.

A metodologia adotada para a assembleia é a da “Conversa Espiritual”, com a escuta ativa e receptiva de cada participante, divididos em pequenos grupos, nos quais ocorrem partilhas e leituras orantes a partir do material que já foi produzido em etapas anteriores do Sínodo.

SINODALIDADE

O Arcebispo de Brasília, Cardeal Paulo Cezar Costa, lembrou que todos os batizados são a Igreja e,

assim, chamados a encontrar novos ministérios em prol da evangelização, que respondam à vida concreta do povo e da própria Igreja.

Dom Miguel Cabrejos, Presidente do Celam, recordando a eclesiologia do Concílio Vaticano II, ressaltou “a igualdade de todos por meio da dignidade batismal como critério estruturante para a con guração da identidade de todos os sujeitos eclesiais”, o que leva à corresponsabilidade dos éis com a Igreja.

Nessa perspectiva, o processo de escuta envolve, também, assumir uma dinâmica comunitária e espiritual, o sensus dei delium, entendendo que “o depósito da fé está con ado à totalidade do povo de Deus, que o conserva, professa e transmite”. Dom Miguel enfatizou que “a sinodalidade é uma dimensão constitutiva da Igreja” e que o conceito de sinodalidade é mais amplo que o de colegialidade, “porque inclui a participação de todos na Igreja e de todas as Igrejas”.

A FASE CONTINENTAL

A fase continental do Sínodo 2021-2024 começou em 27 de outubro de 2022 com a publicação do

Documento de Trabalho para a Etapa Continental (DEC).

Depois, as conferências episcopais organizaram uma nova síntese de cada país, que foi a base para os diálogos nas assembleias da etapa continental, já realizadas nas regiões Centroamérica-México, Caribe e Bolivariana. Agora acontece a da Região Cone Sul.

De 17 a 20 de março, em Bogotá, na Colômbia, ocorrerá uma reunião da equipe responsável pela fase continental com os delegados para a redação da Síntese Continental. Nos três dias seguintes, os secretários-gerais, de forma presencial, e os presidentes das conferências episcopais, de forma virtual, vão reler colegialmente a experiência sinodal vivida com base no seu carisma e responsabilidade especícos. A síntese nal será enviada em 31 de março para a Secretaria Geral do Sínodo, a m de que seja contemplada no Instrumentum Laboris da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que terá a sua primeira sessão em outubro deste ano e a segunda sessão em outubro de 2024.

Fontes: CNBB e Celam

Aumenta o número de católicos no mundo, mas o de padres e bispos diminui

JOSÉ FERREIRA FILHO osaopaulo@uol.com.br

A Santa Sé divulgou os números do Anuário Pontifício 2023 e do Anuário Estatístico da Igreja 2021. Os levantamentos re etem em números a realidade da Igreja Católica no mundo entre 1º de dezembro de 2021 e 30 de novembro de 2022.

Nesse período, constatou-se que o número de católicos batizados em todo o planeta passou de 1,36 bilhão, em 2020, para 1,37 bilhão em 2021 – aumento de

1,3%. Assim, os católicos representavam 17,67% da população mundial em 2021.

Foi na África que se registrou o maior aumento no número de batizados: 3,1%. Na Ásia, o aumento foi de 0,99% e na América a alta foi de 1,01%. O índice permaneceu estável na Europa.

O maior número de éis católicos está no continente americano, que engloba 48% dos católicos do mundo. Cerca de 57% dos católicos do continente estão na América do Sul e 27% deles se concentram no Brasil, que se con rma como o país

com mais católicos do mundo. Cerca de 180 milhões de brasileiros se declararam católicos.

O anuário também mostrou que o número de clérigos no mundo diminuiu 0,39% em relação ao levantamento anterior.

O número de padres no planeta diminuiu: de 410.219, em 2020, para 407.872, em 2021 – queda de 0,57%. Já o número de bispos passou de 5.363 no levantamento anterior para 5.340 neste. Ao todo, existem 49.176 diáconos permanentes em todo o mundo.

Também foi avaliada a contribuição geral dos grupos religiosos para a sociedade sul-coreana. Segundo a pesquisa, o catolicismo (26,4%) deu a maior contribuição positiva, seguido pelo protestantismo (15,7%) e pelo budismo (15,1%).

A Igreja Católica contribui para a sociedade coreana com seu sistema de apoio multifacetado e cuida de jovens e idosos por meio de escolas, faculdades, hospitais, assistência a idosos, defesa de migrantes, proteção ambiental, defesa pró-vida, entre outros. (JFF)

Países de língua portuguesa participam de debate na ONU sobre o fim da pena de morte

Em 28 de fevereiro, o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas realizou um debate sobre violações dos direitos humanos relacionadas ao uso da pena de morte, em particular no que concerne aos crimes mais graves.

Ao apresentar a posição da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o ministro da Justiça e Direitos Humanos de Angola, Marcy Lopes, enfatizou a defesa da vida.

“É o direito sobre o qual não existem outros direitos. O direito à vida deve ser preservado a todo o custo pelos Estados, acima de todos os outros direitos, porque é pela via do direito à vida que se protege a pessoa humana. É um dos pilares constitutivos da nossa comunidade, e é com orgulho que asseguramos que todos os esforços foram envidados para que ele se tornasse uma realidade. Assim, em nenhum país da nossa comunidade vigora a pena de morte”, concluiu.

Em dezembro passado, 125 nações – número jamais alcançado –, votaram a favor de uma resolução pedindo uma moratória global sobre o uso da pena de morte, a m de se chegar à sua abolição.

O alto comissário para os Direitos Humanos da ONU, o austríaco Volker Turk, ao lembrar os 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, pediu aos países que limitem a pena capital com moratórias e atuem para a abolição, pois, sem isso, “o caminho para a defesa da dignidade humana nunca estará totalmente completo”. (JFF)

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Fonte: Gaudium Press
Fonte: A Referência
Fonte: Aleteia Celam

Seminário Propedêutico: o início do caminho para os vocacionados ao sacerdócio

Quando o portão do número 888A da Rua Franklin do Amaral, na Vila Nova Cachoeirinha, se abre, logo saltam aos olhos de quem chega uma quadra de esportes, uma vasta área verde e uma grande casa, que a cada ano recebe novos moradores.

Desde 12 de fevereiro, há uma nova turma de sete seminaristas no Seminário Propedêutico Nossa Senhora da Assunção, uma das casas de formação do Seminário Arquidiocesano Imaculada Conceição, que também é composto do Seminário de Filoso a Santo Cura d’Ars e do Seminário de Teologia Bom Pastor.

“A palavra propedêutico signi ca introdutório. Portanto, a tarefa principal aqui é a de introduzir o seminarista no que é próprio do seminário: a vida comunitária, de oração, de estudos e de pastoral. Também é um momento em que ele sai de sua paróquia de origem para conhecer outras paróquias da Arquidiocese”, explicou, ao O SÃO PAULO, o Padre João Henrique Novo do Prado, 34, Reitor desde julho de 2022.

O DIA A DIA DOS SEMINARISTAS

Na manhã da quinta-feira, 2, data da visita da reportagem, os propedeutas estavam na aula de língua portuguesa. O dia de atividades, porém, começara bem antes, com o despertar às 6h30, a oração das Laudes às 7h, seguida do café da manhã.

Próximo ao meio dia, todos se encaminham para a silenciosa e introspectiva capela para a oração da Hora Média. Após o almoço, um pouco depois das 14h, visitam o Santíssimo Sacramento e rezam o Santo Terço, antes das aulas do período da tarde, entre 15h e 17h. Às 17h30, participam da oração das Vésperas e, posteriormente, da missa.

“No Propedêutico, priorizamos a formação à vida cristã. É como uma retomada da Catequese. Os seminaristas estudam intensamente o Catecismo da Igreja Católica. Também têm aulas de introdução à liturgia, música, sobre os documentos do Concílio Vaticano II e língua portuguesa”, detalhou o Reitor.

À noite, a rotina varia: às se-

gundas-feiras, os propedeutas praticam esportes com os seminaristas das outras casas de formação; às terças e sextas-feiras, têm formação com o Reitor. Às quintas-feiras, participam da adoração ao Santíssimo; e às quartas-feiras, já a partir do começo da tarde, visitam os familiares. Aos ns de semana, cada um realiza um trabalho pastoral em uma paróquia.

O CAMINHO ATÉ O SEMINÁRIO

Antes de ingressar no Seminário Propedêutico, o seminarista passa por um período de discernimento, iniciado com o pároco de sua paróquia de origem e depois acompanhado pelo padre promotor vocacional de sua região episcopal. Por m, participa de um ano de encontros e formações promovidas pela Pastoral Vocacional Arquidiocesana.

A casa de formação, que tem entre seus ambientes salas de estudo, capela, biblioteca com livros e computadores, quartos, refeitório, salas de estar e de vídeo, quadra de esportes e academia, comportaria até 40 seminaristas. Inaugurada em 2001, já teve entre seus moradores o próprio Padre João Henrique, quando era seminarista, no ano de 2007.

“Daquela época para agora, é perceptível a queda na quantidade de jovens que procuram o discernimento à vida presbiteral. E isso não é somente porque ainda não estamos fazendo um bom trabalho vocacional nas nossas paróquias; é também fruto de uma sociedade que vive uma inversão de valores. Cada vez mais, os jovens estão distantes de Deus, buscam coisas efêmeras, e quando falamos a eles sobre vocação, algo tão sério para toda a vida, há muita resistência. Damos graças a Deus por termos estes sete seminaristas, mas precisamos de mais vocacionados”, assegura o Reitor.

ESTÍMULO E ACOMPANHAMENTO

“Nas comunidades e famílias, é pre-

ciso que se reze pelas vocações, especialmente neste Ano Vocacional. Depois, deve-se incentivar os jovens a fazerem esta opção de vida. Às vezes, infelizmente, acontece de a própria família e amigos acabarem por desencorajar os vocacionados. E um terceiro passo é apresentar este jovem para aqueles que, de fato, têm a responsabilidade de lapidar esta vocação: os párocos, os padres promotores vocacionais e o Reitor do seminário”, explica Padre João Henrique.

O Reitor assegura que mesmo quem ingressa no seminário, mas com o tempo percebe que não é vocacionado ao sacerdócio, não terá “perdido tempo”.

“O seminário prepara o jovem não só para ser um bom padre, mas para que seja um bom cristão. Portanto, se o jovem perceber que ser padre não é a sua vocação, esperamos que ele tenha aproveitado o tempo que aqui cou para, futuramente, ser um bom pai de família, um bom trabalhador, um bom leigo, en m, que seja feliz e completo na sua vocação”.

CHAMADO ÀS VOCAÇÕES

Após um ano no Seminário Propedêutico, o seminarista passa à etapa do “discipulado”, com três anos de estudos no Seminário de Filoso a Santo Cura D’Ars, quando também avança nos saberes eclesiais e pastorais; a etapa seguinte é da “con guração”, no Seminário de Teologia Bom Pastor, no qual, durante quatro anos, recebe formação nos âmbitos de espiritualidade, Catequese, liturgia, sacramentos e administração paroquial; Concluída a graduação em Teologia, o seminarista é ordenado diácono, e se dedica a um estágio pastoral e missionário mais intenso nas paróquias e em outros organismos eclesiais, antes de receber a ordenação sacerdotal.

Todas essas etapas foram explicadas aos seminaristas pelo Cardeal Odilo

Pedro Scherer em visita ao Seminário Propedêutico no dia 1o. O Arcebispo Metropolitano sempre vai a essa casa de formação na abertura do ano letivo e na festa da padroeira, em 15 de agosto. Padre João Henrique recorda que durante a mais recente visita, Dom Odilo comentou sobre o próprio discernimento vocacional e de suas ordenações presbiteral e episcopal. “Com esse testemunho, encorajou os seminaristas a seguirem rmes na missão. Eles amaram aquele encontro. Um deles até me disse: ‘Jamais imaginei que o Cardeal seria tão próximo assim’”.

Dos sete propedeutas deste ano, cinco possuem graduação em nível superior. Leonardo Ramos da Silva Teixeira, 25, é um deles. Bacharel em Ciências de Humanidade e em vias de concluir o curso de Relações Internacionais, ele assegura que tem aprendido muito com a nova rotina de estudos, oração e vida comunitária.

“Deus sempre quer a nossa felicidade, mas a felicidade não é feita só de um caminho de ores; é feita também de um caminho com pedras, e podemos reunir estas pedras para construir um castelo”, disse, estimulando que os jovens se abram ao chamado de Deus.

Outro seminarista, Enzo Pessoni Quintal, 20, assegura: “Quem reza não erra a vocação, mas você precisa estar aberto para fazer a vontade de Deus”. Ele pede que os jovens que sintam o chamado à vida sacerdotal não tenham medo de buscar orientação na paróquia que frequentam ou no Centro Vocacional Arquidiocesano – (11) 3237-2523 ou cvasp@uol.com.br. “Deus sempre chama. O problema é que alguns não respondem. E os jovens precisam ser convidados. ‘Você já pensou em ser padre?’. Às vezes, é somente essa pergunta que falta para quem já sente o chamado de Deus”, concluiu.

20 | Reportagem | 8 a 14 de março de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
Arquivo pessoal
Cardeal Scherer com os seminaristas do Seminário Propedêutico; o Reitor, Padre João Henrique; e o Vice-Reitor, Padre Neil Charles Crombie

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