Vendaval:
problemas emergem
Ano 40 - Nº 3 - 27 de setembro de 2013
Londrina e região ainda sofrem com os danos causados pelo temporal
Restaurante Universitário sob o olhar dos funcionários. Pág. 06
Museus de Londrina são redescobertos. Pág. 10
Esporte de base passa a ser o foco de Londrina Pag. 11
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Opinião
27 de setembro de 2013
EDITORIAL
Jornal Laboratório produzido pelo 4º ano do Curso de Comunicação Social, habilitação Jornalismo, da Universidade Estadual de Londrina Coordenação Editorial (docentes responsáveis): Emerson Dias Fábio Silveira Gisele Rech Lauriano Benazzi Editor-Chefe: Bruno Leonel Chefe de Redação: Bruno Cunha Projeto Editorial: Emerson Dias Fábio Silveira Gisele Rech Lauriano Benazzi
Diálogo do silêncio
N
o ano de 1994, o Estado Norte-Americano da California criou a chamada “Three-strikes Law” segundo a qual, criminosos com três condenações seguidas estão sujeitos, a uma pena que pode ir desde 25 anos de detenção até prisão perpétua. Na época, a medida foi polêmica e além de contribuir para o aumento da população carcerária daquele estado, também fez aumentar substancialmente a violência contra policiais. No ano de 2013, Londrina passa por uma situação que também envolve intolerância entre a população e a polícia. Nas últimas semanas, com exatos 7 dias de intervalo duas festas universitárias foram interrompidas de forma abrupta pela polícia após denúncias sobre o incômodo que geravam devido á movimentação de pessoas. Londrina, não tem áreas com uma densidade demográfica intensa, no entanto tem um grande número de jovens devido à vida universitária. Esses jovens em média dedicam um terço do tempo com atividades de estudos e trabalhos, sem contar a despesas com alimentação e moradia - uma série de gastos que resulta em um alto padrão despesas, e restringe orçamento para outras atividades como lazer e entretenimento. As festas em repúblicas são uma
alternativa barata para divertimento que atende a demanda de um grupo sem grandes recursos para lazer. Deve haver o direito ao lazer, desde que o direito não interfira no direito de moradores dos bairros. Tal assimetria exige compreensão para que possa ser resolvida. Os dois lados devem garantir seu direito de ir e vir, no entanto a interrupção cada vez mais freqüente das festas é sintoma de que um acordo ainda é distante. Como resolver esse desgaste? Ações como a truculência da polícia, parecem resultados de total despreparo e assim como a “three strikes law” não resolvem o problema. O preconceito com universitáriaos – como ficou registrado em diversos comentários em sites de notícia – é um problema muito emblemático para a questão, é preciso primeiro se despir de tais idéias, para que ao menos a perspectiva de uma resolução possível. Do contrário apenas MEMÓRIA PRETEXTO estaremos vendo a repetição de ações baseadas em total despreparo que aumentaram o repúdio aos órgãos de vigilância do estado. Há dois opostos em conflito, e o diálogo ainda deve prevalecer ao invés da repressão e do conflito.
Projeto Gráfico: Erick Lopes Lais Taine Lauriano Benazzi Diagramação: Andreza Pandulfo Angela Ota Erick Lopes Heron Heloy Lais Taine Chefe do Departamento de Comunicação: Mário Benedito Salles Coordenador do Colegiado de Jornalismo: Ayoub Hanna Ayoub Correspondência: Coordenação do Curso de Jornalismo UEL – Universidade Estadual de Londrina Rodovia Celso Garcia Cid, BR 445, Km 380 CEP 86057-970 Londrina – PR Tel.: (43) 3371-4328 E-mail: jornalpretexto@gmail.com PreTexto na Internet: facebook.com/JornalismoUEL www.issuu.com/jornalpretexto www.jornalismouel.com
Charge de Carlos Latuff retrata as ações de “vigilância” do governo americano sobre o brasileiro; Depois de reportagens que mostraram ações de espionagem americana contra Dilma, assessores e dirigentes da Petrobras, as relações entre EUA e Brasil estão no limiar do rompimento. Governo brasileiro cobra uma posição de Obama, que até o momento não foi claro o suficiente em suas justificativas..
Há exatos 20 anos, em setembro de 93, o Pretexto perguntava aos estudantes-leitores se eles conheciam a Universidade onde viveriam no mínimo quatro anos de suas histórias. Os perfis dos candidatos a reitoria também eram esmiuçados na edição, assim como a crônica futebolística que imaginava um futuro (2005) onde os torcedores saudosistas do LEC relembravam as glórias do time.
CRÔNICA
Meu pé de jabuticaba
F
Ana Carolina Luz
alar de infância é falar de pé no chão. Pé sujo, de brincar no quintal o dia inteiro, de subir na jabuticabeira. No bolso da bermuda, as moedinhas das jabuticabas vendidas pra avó, pro tio, pra mãe, pro vizinho. Aos sábados de manhã, roubar tijolos e tábuas do tio Falar de infância é falar pra construir da minha égua, e das prateleiras em baixo da jabutigargalhadas que eu soltava quando meu pai se dava conta cabeira e brinde casinha. da velocidade que eu permitia car Falar de infância a ela alcançar. É falar do é falar da somSansão, o dog alemão maior bra refrescante que eu, meu eterno guardião. da minha jabuticabeira. Do balanço que eu construí nela, e do azedinho das jabuticabas. No fim da tarde, comer melancia sentada na calçada. Falar de infância é falar dos cabelos emaranhados pelo vento, o vento que encontrava o sorriso e as gargalhadas quando o balanço subia. Pela manhã, fazer buraquinhos na terra pra minha avó colocar a semente das verduras. Regar as mudas. Ajudar meu tio a alimentar
as galinhas e os porcos. Falar de infância é falar da minha égua, e das gargalhadas que eu soltava quando meu pai se dava conta da velocidade que eu permitia a ela alcançar. É falar do Sansão, o dog alemão maior que eu, meu eterno guardião. É falar da Diana, minha boxer, minha amiga. Falar de infância é falar do paiol onde minha avó armazenava batatas e cebolas, e onde eu arranjava um espacinho pra guardar minha bicicleta. É falar de longos passeios de bicicleta com meu pai aos domingos. Falar de infância é falar de tocar violão na varanda à noite. É falar do medo que eu tinha das aranhas na oficina do meu avô, e do carinho que ele tinha com a velha Belina cor de nariz de palhaço. Falar de infância é falar do carrinho de rolimã, de não saber dirigir o carrinho e dos arranhões no arame farpado. Falar de infância é falar do cheiro do bolo de uva da minha avó. Do pão quentinho com manteiga. De dias frios, tão frios que minha mãe não deixava subir da jabuticabeira. De dias chuvosos, em que o quintal se enchia de caracóis. Falar de infância é falar de três irmãos loirinhos. É falar da alegria com a visita dos primos. É falar de liberdade. Falar de infância, especialmente, é falar de saudade. Saudade da casa, dos bichos, do pé na terra. Saudade da minha jabuticabeira.
Opinião
27 de setembro de 2013 DEBATES
Parecer
Da confiança
R
ecenetemente, uma discussão a respeito de amizade virtual fez com que eu parasse um pouquinho meus dias de correria e reclamações para refletir sobre os relacionamentos humanos no universo on-line. E me intriga muito o fato de algumas pessoas acreditarem que vivem outra vida através da tela. Como se fossem capazes de se dividirem em duas personalidades: a que respira e a que digita. A vida virtual nada
Tudo bem, eu sei que paciência não é uma coisa que a gente pode ficar desperdiçando na era da informação, então vou dizer logo o que eu pretendo hoje: o que configura traição para você? Os mesmos pixels e códigos que alimentam os mais diversos sentimentos também são capazes de fazer o oposto? mais é do que um complemento da pessoal, como uma sincronização de dados: downloads para sua mente e uploads para a rede. Você não se torna outra pessoa a cada novo perfil em uma rede social, a cada nickname que inventa nas salas de bate-papo ou a cada nova foto postada no Instagram. Você ainda é um ser humano
Giovanna Machado
Desconforto
Erick Lopes
só, sabe? E é por isso que suas ações têm o mesmo valor em qualquer uma das plataformas que esteja agindo. Tudo bem, eu sei que paciência não é uma coisa que a gente pode ficar desperdiçando na era da informação, então vou dizer logo o que eu pretendo hoje: o que configura traição para você? Os mesmos pixels e códigos que alimentam os mais diversos sentimentos também são capazes de fazer o oposto? Beleza, pergunta mal-elaborada, desculpa. Porque, no fim, a tecnologia não faz nada sozinha e não vai destruir o relacionamento de ninguém do nada. Vamos trabalhar melhor isso: quando falamos em relacionamento, na minha singela e inocente opinião, falamos sobre confiança. Ela é a base da coisa. Talvez essa minha percepção sobre sentimentos possa soar até um pouco infantil, mas, ora, se sentimento é algo tão forte que não conhece o conceito de distância, e se suas ações têm o mesmo peso na rua da sua casa ou no fórum virtual xis, por que uma conversinha mal-intencionada com a mocinha da Bulgária deveria ser considerada banal? Se a conversa é mal-intencionada, não importa se vai se concretizar a safadeza ali escrita ou não. Importa que ela está acontecendo. Meu pensamento pode parecer meio complicado nessa tentativa desesperada de compartilhar o que eu acho, porque eu entendo que se você pensa de um jeito completamente diferente, as minhas explicações e exemplos não estão fazendo o
mínimo sentido. Resumindo, então, para aqueles que têm um sistema operacional não compatível com o meu: O você-do-bate-papo-uol e o você-que-dorme-junto são a mesma pessoa. Seu(ua) companheiro(a) também é o(a) mesmo(a) na cama e no Facebook. Omitir com silêncio ou com limpeza de histórico é omissão de todo jeito. E você não é mais justo e santo por se mostrar na webcam e não na praça do centro. Por outro lado, eu, você e, se duvidar, até meus ancestrais mais conservadores, já sabemos e não ignoramos os mais diferentes relacionamentos existentes por aí, mas, ainda assim, concordamos que o tal do sentimento é universal, certo? Obviamente que meu objetivo aqui não é fazer o conselheiro amoroso e orientar sua vida afetiva, mas conversar um pouco sobre esses pensamentos um tanto quanto tortos acerca da vivência online. Cada casal, trio, grupo ou amigo colorido, sabe o que é melhor e mais saudável para suas vidas e, como eu bem tenho ouvido ultimamente, “o combinado não sai caro”, entende? Não é determinada ação ou conversa, seja no boteco ou no Skype, que define se seu relacionamento tem futuro ou está fracassado, mas como isso tem sido feito e compartilhado. É o que eu tenho falado desde o título, caro amigo: trata-se da confiança. Erick Lopes é graduando de Comunicação Social Jornalismo, da Universidade Estadual de Londrina
NAS REDES Confira o PreTexto e as produções dos estudantes do curso de Jornalismo da UEL na internet. Mande seus comentários e sugestões de pauta através do Facebook e do Twitter. Acompanhe também a versão digital dos jornais laboratórios e as produções das demais séries no portal de notícias do curso.
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DEBATES
Vendaval
Angela Ota
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Na foto, pequena mostra dos danos causados pelas chuvas no dia 21 de Setembro de 2013. Não há como se prevenir contra mudanças de tempo e intempéries da natureza, sem aviso as chuvas e ventos de mais de 170 km/h derrubaram árvores, arrasaram com toldos, portões e causaram diversos prejuízos. Na imagem árvore derrubadas no vale do rubi.
O que você espera quando vai ao teatro assistir a uma apresentação de dança? Geralmente as companhias ou escolas de dança disponibilizam um release do espetáculo previamente, o público assim sabe o que encontrará: o autor da trilha sonora, o estilo da coreografia, ou até mesmo cenário e figurino, com a divulgação das fotos. Ainda que exista essa divulgação, o que não ocorre sempre, as apresentações podem sempre surpreender, às vezes para melhor outras para pior. Dos desconfortos que os coreógrafos ou diretores costumam usar em cena, geralmente o que mais incomoda é o silêncio. Isso porque eu falo aqui sobre desconfortos, e não desrespeito. Já pude presenciar o que eu considero desrespeito, como o artista vomitar diversas vezes em cena (não acidentalmente, mas propositalmente), ou espalhar lama no teatro e nas primeiras fileiras da plateia, do público desavisado. Isso trata da opinião dessa colunista, muitas outras pessoas consideram esses fatos como arte, respeito essa outra opinião. Voltando ao nosso assunto, tratando-se de desconfortos, o silêncio costuma realmente incomodar a plateia. Por se tratar de um espetáculo de dança, o público espera ver os passos ritmados com uma trilha sonora, quando isso não acontece as pessoas podem se dispersar , prestar atenção nos barulhos fora do teatro, no que as outras pessoas estão fazendo. A música de fato tem essa característica de prender a atenção, mas não é tudo. Com o silêncio o artista pretende mostrar o público que a dança também existe na quietude. Sem o elemento musical a plateia tem a oportunidade de se concentrar exclusivamente na movimentação dos bailarinos, nos sons que a própria dança produz. Mas por qual motivo o silêncio nos provoca desconforto? Estamos acostumados ao barulho constante, televisão, rádio, trânsito. Com a modernização, são raros os momentos que ficamos totalmente em silêncio. Deixa-nos inseguros, impacientes com o que pode acontecer, ou com os pequenos ruídos que aparecem. Essa insegurança não é só característica do público, os artistas sem o elemento musical também sofrem dessa insegurança, as atenções se concentram puramente nele, nos sons que a sua coreografia irá produzir, o artista também sai de sua área de conforto. Essa questão do silêncio e do desconforto provocado por ele mostra que a arte reflete muito do cotidiano da sociedade. Sentimos-nos desconfortáveis com o que não estamos habituados. Habituar-se a estar no silêncio, ouvir o que a coreografia produz, se concentrar exclusivamente no que está em cena, algo difícil de ser feito nos dias atuais. Mas é uma questão de hábito.
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Londrina
27 de setembro de 2013
TEMPORAL
Extras Lucas Rodrigues
O presidente da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) de Londrina, Carlos Alberto Geirinhas, anunciou, esta semana, o rompimento do contrato com a Visatec. Os motivos da rescisão, de acordo com Geirinhas, são a ausência de certidões negativas de débitos federais e de débitos trabalhistas, frota mais velha do que o acordado em contrato e ausência de seguro-garantia obrigatório. A empresa era a responsável pelos serviços de capina, roçagem e limpeza dos lagos de Londrina e o contrato teria prazo de duração até 2017. Empresas serão contratadas de modo emergencial para realizar os serviços que não serão mais prestados pela Visatec. POLUIÇÃO NO LAGO IGAPÓ
Fotos: Brunna Soouza
A nascente do córrego Baroré que desemboca no Lago Igapó 4, em Londrina, está sendo poluída com grande quantidade de óleo. Moradores da zona oeste, no Jardim Tókio, comentam que o crime ambiental seria cometido pela empresa Gabriel & Filhos, do ramo de terraplanagem e drenagem. A empresa já foi alvo de fiscalização da Secretaria Municipal do Ambiente (Sema) e da Vigilância Ambiental. Segundo o secretário, Cleuber Moraes Brito, a Prefeitura recebeu a denúncia há duas semanas. A empresa foi notificada e inclusive já se reuniu com a Secretaria, se comprometeneo a parar de fazer a lavagem do óleo e a consertar as irregularidades RESTAURANTE POPULAR FECHADO Falhas das empresas interessadas em assumir o Restaurante Popular de Londrina, fechado há três meses, atrasam a reabertura do serviço. Três empresas já foram desclassificas no processo licitatório e agora uma quarta empresa, de Cornélio Procópio, passa pelo mesmo trâmite. O secretário de Gestão Pública, Rogério Carlos Dias, afirma que o risco de não se chegar a uma empresa com condições para assinar o contrato é pequeno, pois oito empresas foram classificadas. O valor do contrato, segundo o secretário, não tem sofrido grandes alterações de uma empresa para outra.
Fotos: Soraya Momi
CMTU
Dois dias após o temporal, o sol auxilia na recuperação dos móveis
Moradores do Vista Bela acumulam prejuízos No último domingo, uma forte ventania causou diversos estragos na cidade. No Residencial Vista Bela, um dos locais mais afetados, revelam-se diversos reflexos da situação Soraya Momi
Com ventos de até 107 km/h, segundo o Instituto Tecnológico Simepar, uma forte tempestade atingiu Londrina na tarde do dia 22 de setembro. O temporal, que iniciou-se por volta das 13:45 e teve duração de cerca de 15 minutos, destelhou muitas residências e afetou o fornecimento de energia elétrica em diversos pontos da cidade. Apesar de não terem sido registradas mortes, diversas famílias ainda sofrem com os efeitos do ocorrido, caso de muitos moradores do Residencial Vista Bela, zona norte de Londrina, onde cerca de 150 casas foram parcialmente destelhadas. Construídas pela Companhia de Habitação do Município (Cohab), através do programa “Minha Casa, Minha Vida”, deverão ser reparadas por meio do seguro do imóvel, que todas possuem. Em comunicado oficial, o presidente da Cohab, José Roberto Hoffman, disse que a Caixa Econômica Federal foi acionada e já está tomando as providências cabíveis, entretanto o seguro é válido apenas para as moradias, não oferecendo cobertura para móveis, eletrodomésticos ou quaisquer outros bens que tenham sido danificados. Em meio a este panorama, a reportagem do Pretexto foi até o Vista Bela, e conversou com vários moradores afetados pelo acontecimento. Por trás dos números oficiais, diversas histórias se revelam. Prejuízos Mais de quarenta e oito horas já haviam se passado desde que
o momento em que o vendaval atingiu o Vista Bela, mas os estragos provocados ainda eram bem visíveis. Logo na entrada do bairro, duas construções de grande porte – oficialmente pertencentes ao vizinho Jardim Padovani – apresentam avarias. A primeira delas, um barracão particular em construção, tinha uma de suas paredes laterais completamente destruída. A segunda, uma igreja evangélica, estava tendo seu telhado reparado por alguns homens, entre os quais Cícero do Nascimento, pastor do local, que comentou: “Os prejuízos financeiros só não foram maiores porque conseguimos proteger a aparelhagem de som. Mesmo assim, calculo que arrumar todo o estrago custará cerca de R$ 20 mil”. Já no interior do Vista Bela, as casas térreas geminadas foram as construções que mais intensamente sofreram danos. Pelas ruas, móveis e eletrônicos se acumulavam em frente a várias casas, já que o dia de sol contribuía para a tentativa de recuperação de alguns deles. Claudinéia da Silva, moradora do local, contou que o episódio só veio a agravar sua difícil situação. Segundo ela, praticamente todo o final de semana falta água no bairro, o que muito prejudica as famílias, principalmente nas casas onde há crianças pequenas. Claudinéia teve sua residência inundada pela água da chuva, o telhado e o forro do local necessitam de reparos, pois podem não suportar um próximo temporal. Mesmo sabendo disso, ela pondera: “não dá para esperar
Stefani e Ketelin auxiliam a mãe, Cibele, a pintar as paredes da casa: tentativa de afastar o mofo causado pela umidade muito do Governo, mas se eles resolverem arrumar alguma coisa aqui, que seja a de vizinhos meus, que tiveram prejuízos muito maiores do que os meus; eu fico na esperança de que não aconteça nada mais sério aqui.” Foi pensando em evitar mais prejuízos que o operador de máquinas siderúrgicas Adilson Ramos enfrentou a ventania. Ele é vizinho de Claudinéia e mora com o pai, já idoso. Encontravam-se apenas os dois no lugar quando o telhado começou a ser danificado pelo vento. Ao mesmo tempo, o portão soltou-se parcialmente, pondo em risco o muro e as paredes da casa. Adilson relata que, apesar da preocupação com o pai e com seus pertences, saiu em meio a chuva, na tentativa de recolocar o portão em seu lugar. Acabou conseguindo minimizar a situação, mas lista algumas perdas: “uma TV, que eu ainda estou pagando, e um radinho velho e simples, mas que eu gostava muito. O sofá, tenho esperanças de que seja possível recuperar ”. Quanto à situação da casa, ele diz esperar por providências
do Governo, uma vez que honra mensalmente o contrato do financiamento: “Não é fácil pagar, vivo com muito pouco. Mesmo assim, todo o mês o boleto chega e eu pago certinho”, afirma. Na luta pela recuperação dos estragos de sua moradia, restou à dona de casa Cibele de Assis improvisar a impermeabilização das paredes de sua sala e quarto com restos de tinta comum. Diversos móveis foram levados para fora, para secarem ao sol. A geladeira, entretanto, não teve salvação, e a família está utilizando outro eletredoméstico, emprestado de uma conhecida. Cibele comenta os acontecimentos: “Na hora da chuva, fiquei com muito medo, principalmente por causa das crianças e do meu bebezinho. Agora, estou com uma geladeira emprestada e não tenho condições de comprar outra. Um pessoal, que disse ser da construtora responsável pelas casas, esteve aqui e tirou muitas fotos. Só quero ver isso resolvido.” Prejuízos ressarcidos e melhoria na qualidade das moradias, mais do que desejos, direitos da população.
Paraná
27 de setembro de 2013 PANORAMA CHUVA
68 mil pessoas foram afetadas pela chuva no Paraná As cidades mais atingidas foram as do sudoeste do estado
No mapa, os municípios mais atingidos: Corbélia, São João e Salto do Lontra. As cidades foram as primeiras a declarar situação de emergência
Ronda Lucas Rodrigues
DETRAN Moradores de 15 cidades do Paraná poderão utilizar os serviços de novos terminais de autoatendimento do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran) que dispensam a ida até a sede do Detran. Apucarana, Campo Mourão, Cascavel, Cianorte, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Guarapuava, Maringá, Paranavaí, Pato Branco, Ponta Grossa, Sarandi, Telêmaco Borba, Toledo e Umuarama receberão os equipamentos, que serão instalados nas sedes das Circunscrições Regionais de Trânsito, as Ciretrans. Por meio dos terminais, será possível utilizar seis serviços: entrada no processo de emissão da segunda via da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), do documento do veículo (CRLV), da Permissão Internacional para Dirigir (PID) entre outros. CANIL IRREGULAR As obras de uma escola técnica que está sendo construída na BR-158, no município de Laranjeiras do Sul - PR, correm o risco de retroceder ao seu estágio inicial. Alegando que a construção não possui autorização do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) para instalar-se à margem da rodovia, ação judicial propõe a demolição da mesma. O Tribunal Regional Federal (TRF) precisa manter a decisão para que ela se cumpra. O Governo do Estado já recorreu. EXONERAÇÕES
Angela Ota
Ao todo dez municípios, nove da região sudoeste, declararam situação de emergência. São eles: Corbélia, Coronel Vivida, Enéas Marques, Marquinho, Nova Prata do Iguaçu, Prudentópolis, Realeza, São João, Salto do Lontra e Verê. As chuvas e fortes vendavais atingiram o Paraná no final de setembro e provocaram estragos em diversas cidades do estado. O sudoeste do estado foi fortemente atingido pela chuva. A Defesa Civil do Paraná estima que,ao todo, 68.168 pessoas tenham sido prejudicadas pela chuva do último final de semana. Ao total 3.597 pessoas ficaram desalojadas, 2.775 permanecem nesta situação e 25 estão desabrigadas. No estado, o total de residências que foram danificadas pelas chuvas e vendavais é de 13.212. Calcula-se que 46 cidades do Paraná foram atingidas. O município mais atingido pelas tempestades foi Corbélia. Uma forte chuva de granizo na sexta-feira (20) e a tempestade no domingo, que durou cerca de 15 minutos, danificou 80% das casas da cidade e atingiu 10 mil dos 17 mil habitantes da cidade. Não houve feridos durante a chuva, porém, a defesa civil alerta para as tentativas de conserto de telhados. Na cidade, 23 pessoas se feriram após a chuva tentando consertar as telhas, duas estão em estado grave. O governador do estado, Beto Richa (PSDB), sobrevoou a cidade no domingo e o prefeito da cidade, Ivanor Bernardi (PSD), decretou situação de emergência na terça-feira (24). O decreto de situação de emergência é solicitado em uma situação anormal, provocada por desastres que causam danos e prejuízos, em que o município não comporta os gastos. Na cidade de Salto do Lontra, onde também foi solicitado o decreto, mais de mil famílias foram prejudicadas, com grande parte tendo suas casas destelhadas. No norte do estado, a cidade mais atingida foi Londrina (ver matéria na página ao lado). Em cidades vizinhas como Rolândia, Arapongas e Apucarana a chuva não foi forte, houve casos de quedas de galhos de árvores e quedas de energia, a Defesa Civil do Paraná não registrou nenhum caso grave nessas cidades. Em municípios vizinhos de Londrina, como Cambé e Ibiporã, as chuvas e ventos provocaram maiores danos. O secretário do Meio Ambiente de Cambé, Paulo César Godoi,
Erick Lopes
Giovanna Machado
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Árvores foram arrancadas com temporal em Londrina destaca que na cidade caíram 11 árvores, arranhando carros e gerando problemas de tráfego até a equipe da Defesa Civil finalizar os trabalhos. Entre os casos que provocaram maior susto, segundo Godoi, está o ipê que caiu no pátio da Escola Santos
Em Ibiporã, o chefe da Defesa Civil, José Laurindo Petri, informou que ao todo caíram 26 árvores na cidade, e não houve famílias desalojadas. O caso mais grave foi a queda de uma torre de internet da BrTurbo, em três casas e um carro, mas não houve feridos. Também houve “Sorte que nem eu nem meu queda de energia na cidade, em alesposo estávamos em casa, guns casos durou teve muita coisa destruída” até a terça-feira (24). Petri afirma Dumont, quebrando a fiação que “O caso em Ibiporã não foi elétrica e deixando a população tão feio como em Londrina, mas sem energia durante algumas também tivemos alguns problehoras. A energia elétrica de al- mas. guns bairros da cidade continuou A moradora do bairro Vila apresentando oscilações durante Romana II em Ibiporã, Adenila segunda-feira (23),e foi norma- da Alves França, levou um susto lizada somente no dia seguinte. quando retornou de Jataizinho
no final do domingo (22), “Eu cheguei no bairro e vi árvores caídas, galhos pendurados nos fios elétricos, as casas dos vizinhos atingidas, assustei quando vi a minha, minhas plantas destruídas, as calhas fora do lugar”. A casa de Adenilda teve um total de 55 telhas arrancadas pelo vento, mas ela não acionou a defesa civil. “Sorte que nem eu nem meu esposo estávamos em casa, teve muita coisa que foi destruída, ainda tem bastante coisa para arrumar”. A Defesa Civil do Paraná ainda trabalha para reparar os danos causados pelas chuvas e o prejuízo material nas cidades atingidas. Ainda existem pessoas desalojadas, as instituições locais estão se mobilizando para ajudar os mais atingidos.
O governador Beto Richa (PSDB) anunciou nesta sexta-feira (27), a exoneração de mil funcionários comissionados e a extinção de quatro secretarias do governo paranaense. Os cortes fazem parte de uma série de medidas determinadas pelo governador para contenção de gastos e modernização na gestão do estado. A economia será de R$ 48 milhões por ano no pagamento de servidores sem vinculo com o estado. Também será criada a Função de Gestão Pública (FG) para funcionários de carreira que ocupam cargos de diretoria, chefia e assessoramento, valorizando o servidor público concursado. Serão extintas as secretarias de Controle Interno, da Corregedoria e Ouvidoria, Assuntos da Copa 2014 e do Turismo, que será incorporada pela Secretaria da Cultura e passará a se chamar Secretaria de Estado da Cultura e do Turismo.
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Campus
27 de setembro de 2013
UNIVERSIDADE EM CRISE Fotos: Yrui Martinez
65 funcionários trabalham para atender demanda de cerca de 3500 refeições por diaoverno do Paraná
Cozinhando números na cozinha do RU Entre os pratos ofertados e o número de refeições preparadas, há a expectativa de melhora nas condições de trabalho dos funcionários Yuri Martinez
Na saída do Restaurante, por volta das 13h50, saíam os últimos estudantes. Andressa Andrade, estudante de Engenharia Civil foi clara e simples, ou, curta e grossa: A carne é dura! Ariele, das Artes Visuais queixou-se da falta de talheres novos. Muitos comentaram que gostam dos serviços do RU, mas a queixa da maioria é sempre a mesma, principalmente no horário do almoço: é
“Precisava de mais funcionários, porque é serviço muito pesado muita gente pra pouco espaço. Em 15 anos de funcionamento, o Restaurante Universitário da UEL oferece cerca de 3500 refeições ao dia. Sua capacidade é de 400 pessoas. Com um quadro de 65 funcionários, o RU tem de garantir almoço, janta, e café da manhã para a comunidade universitária. O que fica fora dos números são as dificuldades em administrar e dar conta de um trabalho que atende aos gostos
dos usuários. Heloisa Caldana tinha olhos fundos, sentada no pátio do RU, ela esperava, com sua bengala, a volta ao trabalho. Zeladora do RU há 15 anos e mãe de 3 filhos, diz que gosta de fazer o que faz, mas que o número de trabalhadores ainda não é o suficiente. Em fase de readaptação, devido a problemas de saúde, a senhora de 49 anos conta que “precisava de mais funcionários, porque é um serviço muito pesado”. Clarinum do Vilas Boas lamenta a demora na aprovação de projetos como a ampliação e a contratação de funcionários. “Você trabalha e não vê chefe cuidando das coisas, não vê a chefia observando quem está trabalhando muito”, comenta. Expectativas Responsável Técnica do RU, Marisa Kurimoto diz que o projeto de ampliação está em fase de aprovação e que há, no próximo mês, a possibilidade de abertura das obras.
“A expectativa é de atender em torno de 7000 refeições”, salienta. Além da demanda física, de compra de maquinários, gera-se a necessidade de maior recurso humano. Marisa Kurimoto afirma que há um déficit de funcionários. Isto por causa de trabalhadores com problemas de tendinite, LER, entre outros adoecimentos, inclusive com um caso recente de óbito. “Casos em torno de 7 e 8 servidores que trabalharam plenamente em suas atividades e hoje não podem desenvolver”, diz. Atualmente, o RU conta com contratos terceirizados para suprir o baixo quadro de funcionários. Marisa Kurimoto afirma que são 6 funcionários trabalhando por um período de até 90 dias. A respeito de concursos públicos, Marisa comenta que ainda há vagas: “Tem um que foi concretizado faz 60 dias; nesse concurso existem candidatos aptos, o que falta são essas vagas em aberto serem autorizadas, anuídas pelo governo, que está em processo de tramitação”.
Expectativa é aumentar para 7000 refeições por dia
A capacidade atual do restaurante é de 400 pessoas
Campus
27 de setembro de 2013 REPRIMIDOS
Festa de república termina em sirenes e pancadaria Estudantes afirmam ter sofrido violência por parte dos policiais. Já a PM alega que agiu de acordo com a situação e que não houve abuso
Uma pessoa que estava na festa, mas que não quis se identificar
Brunna Souza
A festa “Não se reprima” do segundo ano de psicologia da UEL, que aconteceu na sexta-feira (20) acabou infelizmente em confusão. Ela acontecia em uma república no Jardim Quebec, segundo os jovens presentes, os policiais invadiram a festa, chegaram de forma arbitrária, e não esclareceram os motivos pelos quais estariam encerrando a festa e utilizaram de violência e abuso de poder para expulsá-las. Três jovens foram presos por desacato, um deles, Rafael Soraggi, 27, descreve como foi a sua prisão. “Eles chegaram entrando gritando: Saí todo mundo, sai todo mundo! Nisso o pessoal saiu todo acuado. Eu parei pra eles e falei : Senhor tem justificativa plausível que me faça sair daqui? Ali ele já me prendeu, me pego pelo braço atrás, me jogou para fora da casa e começou a me chutar”. Segundo Rafael ele só foi preso por que olhou para o rosto de um policial e tentou um diálogo. Outro relato de um estudante de psicologia revela a violência dos policiais: “A hora que eu sai eu vi o pessoal filmando, inclusive um dos caras que estava filmando levou vários tapas na cara, eu vi a cena toda. O policial levou ele
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Perobal Fernando Almeida
DOAÇÃO DE LIVROS O Núcleo de Estudos da Cultura Japonesa (NECJ) recebeu, na última terça-feira, (24/09) duas importantes doações de livros que serão incorporados à Biblioteca do setor. As novas aquisições foram cedidas por familiares de descendentes japoneses e um pioneiro da região. Ruth e Lucy Baba, que residem em São Paulo, são netas da primeira professora de Língua Japonesa de Londrina, Toshiko Zakoji. Elas doaram uma coleção de 26 volumes escritos em Língua Japonesa que conta a história do Japão, e outros 14 livros que mostram a inserção da cultura japonesa no Brasil. O outro doador foi o escritor Katsuaki Saito,conhecido como Souzan Saito, ganhador o Prêmio Nacional de Composição Hai Kai. Ele cedeu ao núcleo livros de poesias escritos por ele também em Língua Japonesa. Para a diretora do Núcleo de Estudos, Estela Okabayaski, as doações são livros de imenso valor histórico, e por isso serão colocadas à disposição da comunidade universitária. AJUDA DE CUSTO
Momento em que policiais estão revistando jovens do lado de fora da casa
reclamando não só do barulho, mas também por haver muita gente reunida na rua, dificultando a passagem de automóveis. Por isso foi enviado uma viatura no primeiro momento que tentou conversar com os organizadores da festa , mas ninguém da organização se manifestou. A partir dali “Um dos caras que estava os policiais se reufilmando levou vários niram num posto tapas na cara” na avenida Castelo Branco, junto para um canto e fez ele apagar o com o Choque e a Rotam, foram vídeo, e tipo se você olhasse para em direção ao local. Chegando lá cara do policial, ou ele te batia, eles perceberam que havia muiou ele te levava para parede, não tas pessoas, só dentro da casa dava para olhar para o rosto de- cerca de 200 pessoas, foi consles”. tatado varias irregularidades, com Uma estudante de jornalismo, isso 6 policiais ingressaram na que prefere não ser identificada, festa, foram proceder a busca. É confirma o relato acima. Ela dis- bom salientar que em uma situase que foi agredida pelos policiais ção como aquela o domicilio está com um tapa no rosto, e ainda absolutamente descaracterizado por cima foi coagida a apagar um por que a tutela penal do domivídeo feito por ela onde mostrava cilio é relativa a tranquilidade doa ação policial, com a ameaça de méstica, e ali estava sendo cobraque se ela não apagasse, ela seria do ingresso, as pessoas estavam presa. bebendo, havia som alto, pessoas O porta-voz da policia militar, que não eram da casa e não havia o capitão Nelson Vila descreveu titular pela casa. A festa não tinha a ação policial: segundo o B.O autorização, havia periclitação escrito pelos policiais “naquela da vida, pois só havia uma saída noite houve mais de 20 ligações para 200 pessoas, sendo assim
os policiais. “De acordo com o relato, não ouve abuso, a ação da polícia foi totalmente legitima, os policiais agiram de acordo com a situação.” Segundo o capitão até o momento não há registro de nenhum documento relatando
a entrada do pessoal eles aumentaram o valor do convite, que no inicio era R$ 5,00 chegou a R$ 50,00. Quanto a alegação da polícia de que houve uma tentativa de conversa, não foi confirmado. Segundo uma estudante responsável pela organização, mas que não quis ser identificada “ Durante “Eu vi a cena toda o policial toda a festa havia, levou ele para um canto e fez no mínimo, dois ele apagar o vídeo” organizadores na entrada, que inviolência policial, ele pediu para formaram ao resto da organizaque todos aqueles que se senti- ção que a viatura estava passanram lesados irem até o 5ºBPM. do. Mas até o momento em que Quando questionado ao fato de a festa foi paralisada pela polícia, que várias mulheres foram revis- não houve qualquer advertência tadas por homens, a resposta foi para nós da organização. Caso a seguinte “é recomendado aos houvesse tentativa de primeiro policiais para que não encoste contato, não teríamos deixado a em uma mulher, desde de que situação chegar no ponto em que não haja prejuízo a diligência, mas chegou.” quando há suspeita de uso de O fato é que mesmo errados, entorpecente por exemplo, os nada justifica a violência de um policiais podem sim revistar a to- policial, a imagem que a popudos”. Ou sejasegundo o capitão, lação tem da polícia é cada vez a polícia agiu de acordo com a lei. mais negativa. Os próprios alunos A organização da festa ad- que afirmaram ter sofrido agresmite que havia muita gente, e são estão com medo de aparecer que a situação fugiu do controle. em uma entrevista, não querem Quando perceberam havia mais formalizar a denuncia ou mover de 200 pessoas em menos de um processo pois sentem medo duas horas de festa, e para barrar do que pode vir a acontecer.
A partir de outubro desse ano, 160 alunos de diferentes cursos de graduação passarão a receber uma bolsa de inclusão social. A maior parte dos alunos está vinculada a projetos de pesquisa, extensão ou ensino da Uel. Com valor mensal de R$ 400,00 reais, a bolsa será repassada pela Fundação Araucária até setembro de 2014. INTERCÂMBIO Dia 5 de outubro, a CI, empresa de intercambio e turismos jovem, realiza no Shopping Catuaí, a 9ª Mostra CI de intercâmbio e viagem jovem. O evento que acontece durante todo o dia é direcionada a jovens interessados em fazer intercâmbio ou um mochilão por vários países. Serão realizadas palestras com especialistas do setor, além de representantes das escolas no exterior, com temas variados sobre intercâmbio e viagem jovem. Entre as opções, detalhes sobre cursos de idiomas em diversos países, estudo e trabalho no exterior, intercâmbio teen, high school, Universidades, AuPair, o exclusivo Mochilão e muito mais. Segundo a gerente de marketing da CI, Larissa Charnet, a mostra é uma oportunidade para que os estudante tenham contato direto com os representantes de instituições parceiras da empresa em diversos países. (com UEL Notícias)
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Geral
27 de setembro de 2013
MEIO AMBIENTE
Influência humana é principal causa do aquecimento global Alterações climáticas já são perceptíveis e devem perdurar Erick Lopes
O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) divulgou hoje (27) um relatório que aponta a influência humana no clima como a principal causa do aquecimento global observado desde meados do século 20. “O relatório concluiu que a temperatura da atmosfera e dos oceanos se elevou, a quantidade de neve e de gelo diminuiu e que o nível do mar e de concentração de gases de efeito estufa aumentou”, destacou um dos coordenadores do documento, Qin Dahe. Segundo o texto, a probabilidade de que mais da metade da elevação média da temperatura da Terra entre 1951 e 2010 tenham sido causadas pelo homem é de 95%. Os gases de efeito estufa contribuíram para o aquecimento entre 0,5 e 1,3 graus Celsius (ºC) nesse período. “A continuada emissão de gases de efeito estufa vai causar mais aquecimento e mudanças climáticas. Limitar a mudança
climática vai requerer substanciais e sustentadas reduções das emissões de gases de efeito estufa”, disse Thomas Stocker, outro coordenador do documento. O documento elaborado por 259 cientistas de 39 países apresentado em Estocolmo, na Suécia, mostrou que a elevação da temperatura dos oceanos até cem metros de profundidade pode variar entre 0,6 ºC e 2 ºC até 2100. Devido ao aumento do degelo dos glaciares, o nível do mar deve subir entre 26 a 55 centímetros considerando o melhor cenário e, entre 45 a 82 centímetros, no pior cenário. O gelo do Ártico pode diminuir até 94% durante o verão no Hemisfério Norte até 2100. Além disso, até o fim do século 21, há pelo menos 66% de chance de a temperatura global se elevar pelo menos 2ºC em comparação com o período entre 1850 e 1900. Na pior das possibilidades, a temperatura pode alcançar 4,8ºC até 2100. “Com o aquecimento dos oceanos e a redução dos glaciares, o nível global dos mares vai continuar a subir, mas em um ritmo mais rápido do que experimentamos nos últimos 40 anos”, disse Qin Dahe.
TRABALHO
Agência Brasil
Ministro criticou pessimismo de analistas em relação às empresas estatais
De acordo com o documento, as concentrações atmosféricas de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso aumentaram para níveis sem precedentes nos últimos 800 mil anos. As concentrações de dióxido de carbono subiram 40% desde a época pré-industrial (desde 1750),
principalmente devido às emissões provenientes da queima de combustíveis fósseis, como o petróleo. Segundo Stocker, como resultado das emissões passadas, “os efeitos no clima vão persistir por muitos séculos mesmo que as emissões parem”. O IPCC foi criado em 1988
pela Organização das Nações Unidas (ONU) e reúne cientistas de diversos países. Até agora, quatro relatórios foram publicados. A divulgação completa do quinto documento deverá ocorrer até 2014. Os dados do IPCC servirão de base para as negociações climáticas internacionais. (com Agência Brasil).
SAÚDE
Construção civil cria Número de doadores de órgãos quase 140 mil empregos dobrou nos últimos dez anos, diz Ministério da Saúde no ano Agência Brasil
São Paulo - O nível de emprego na construção civil do país aumentou 0,45% no último mês de agosto, com a oferta de 15,8 mil vagas. O desempenho foi melhor que o do mesmo mês do ano passado, quando o setor havia contratado 12,7 mil trabalhadores. De janeiro a agosto deste ano, o índice alcança 4,09% e 138 mil empregos. Esse crescimento, no entanto, foi menos expressivo do que o registrado em igual período de 2012, quando o número de vagas criadas somou 234,2 mil, com elevação de 7,38% sobre os oito primeiros meses de 2011. Os dados são da pesquisa feita pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV). Nos últimos 12 meses, encerrados em agosto, há retração
de 0,01%, com o corte de 417 mil trabalhadores. Já na mesma base de comparação, há um ano, o setor tinha um saldo positivo de 178,3 mil empregos. O total de trabalhadores, em agosto, somou 3,511 milhões de pessoas, a maioria no Sudeste (1,774 milhão de trabalhadores), seguido pelo Nordeste (729,8 mil); Sul (495,3 mil); Centro-Oeste (290,8 mil) e Norte (221,7 mil). Em São Paulo, que emprega 902,6 mil pessoas, houve elevação de 0,39% sobre julho com a abertura de 3.537 vagas. Das dez regiões pesquisadas, houve recuo em apenas três: Santo André (-171 trabalhadores), Ribeiro Preto (-449) e Bauru (-233). De janeiro a agosto, o nível de emprego aumentou 4,15% no estado, com a contatação de 35,9 mil trabalhadores. E, nos últimos 12 meses, alta de 0,61% com a criação de 5,4 mil empregos.
Agência Brasil
Brasília – Hoje (27) é celebrado o Dia Nacional da Doação de Órgãos e os dados do Ministério da Saúde mostram que aumentou a disposição dos brasileiros em doar. A negativa para doação caiu de 80%, em 2003, para 45%, em 2012. Nos últimos dez anos, o número de doadores dobrou, passando de 6,5 por milhão de pessoas para 13,5 por milhão de pessoas em 2013. A meta é chegar a 15 doadores por milhão até 2014. Os dados revelam também queda de 40% na quantidade de pessoas na fila de espera por transplantes nos últimos anos. Em 2008 havia 64.774 pessoas na fila, em 2013, são 38.759. O ministério avalia que campanhas de incentivo à população e os incentivos financeiros do governo em ampliar a rede habilitada para realizar transplantes contribuíram para o avanço.
O número de doadores ainda é baixo entre os mais jovens e os idosos, de acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). Os doadores com menos de 18 anos de idade são 8% e os que tem acima de 65 anos são 7%. O servidor público Haroldo Rodrigues da Costa, do Distrito Federal, enfrentou o desafio de passar por um transplante de rim em 1997. Ele conta que o novo órgão o devolveu à vida. “Levava uma vida saudável, praticava esportes, e fui surpreendido com uma insuficiência renal. Meus sonhos foram substituídos por horas semanais de hemodiálise. Em 1997, recebi da minha irmã o maior presente que alguém poderia receber, mais que um rim, recebi minha vida”, relatou. Após o transplante, Haroldo Rodrigues retomou a rotina de trabalho, teve três filhos e resolveu usar o esporte para divulgar a importância de
doar órgãos. Ele já conquistou medalhas na Olimpíada Internacional dos Transplantados disputando no tênis e leva mensagem de incentivo à doação na camiseta. “Mostro para as pessoas que estão a espera de um novo órgão que é possível vencer”, diz. Atualmente, quatro estados (São Paulo, Pernambuco, Paraná e Rio Grande do Sul) e o Distrito Federal acabaram com a fila de espera para o transplante de córnea. Esse procedimento responde por 60% dos transplantes realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Na última quarta-feira (25), o Ministério da Saúde lançou uma campanha nacional para incentivar a doação de órgãos. A campanha será veiculada em meios de comunicação e tem como protagonista um menino de 7 anos que recebeu transplante de coração ao 7 meses. No Brasil, 90% dos transplantes são feito pelo SUS.
Giro
20 de setembro de 2013
“As tecnologias de telecomunicações e
informação não podem ser novo campo de batalha entre os estados. Este é o momento de criamos as condições para evitar que o espaço cibernético seja instrumentalizado como arma de guerra, por meio da espionagem, da sabotagem, dos ataques contra sistemas e infraestrutura de outros países.”
Rock in RIo
Após quase três anos afastada, a presidente Dilma Rousseff volta à rede social. Além de reativar seu Twitter, Dilma também lançou perfil no Facebook e no Instagram.
07dias e quase 100 horas. 700 mil pessoas. Mais de 160 atrações.
dilmabr SiteDilmaRousseff
sem humor fica muito pesada.”
tweet da presidente Dilma Rousseff sobre o perfil Dilma Bolada 27/09/2013
“Andressa Urach sem causar não é Andressa Urach.”
Andressa Urach, ex-fazendeira, sobre ficar apenas de biquíni durante o Rock in Rio EGO, 21/09/2013
“A tolerância é o fundamento de poder conviver em paz, e entendendo que, no mundo, somos diferentes.”
380 filmes de mais de 60 países
Considerado hoje a mais importante mostra cinematográfica da América Latina, o Festival do Rio foi criado em 1999 a partir da junção de dois eventos que faziam parte do calendário cultural da cidade: a Mostra Banco Nacional e o Rio Cine Festival. A promoção é do Centro de Cultura, Informação e Meio Ambiente (Cima). A programação completa pode ser consultada no site
“Os EUA são excepcionais, em parte
porque demonstramos o desejo, através do sacrifício de sangue e riqueza, de defender não apenas nosso interesse próprio, mas os interesses de todos.”
Presidente José Mujica, do Uruguai. 24/09/2013
Presidente Barack Obama, dos Estados Unidos. 24/09/2013
“Essa verborréia vem por falta de assunto, ou por falta de preparo de buscar informações das outras modalidades esportivas que existem.”
Divulgação/N.com
Festival de Cinema do Rio
www.festivaldorio.com.br
Rio durante o evento.
Ainda na abertura da 68ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York:
Presidente Dilma Rousseff, em discurso de abertura da 68ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York. 24/09/2013
“Não me incomodo. Rio Muito. A vida
palaciodoplanalto
86% de ocupação hoteleira no
Agência Brasil
Erick Lopes
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Ângelo Deliberador, presidente da Fundação de Esportes de Londrina, criticando a imprensa da cidade por, segundo ele, “falar um monte de besteira” sobre a doação de placar para o Estádio do Café. Pretexto, 27/09/2013
“No nosso caso, isso daria algo em torno de R$720 milhões. Nas minhas contas, de leigo, não vamos nem chegar perto disso tudo.”
Alexandre Kireeff, sobre os gastos com o temporal que atingiu Londrina. Coletiva, 26/09/2013
“Anitta é meiga e abusada. Eu sou tiro, porrada e bomba.”
Valesca Popozuda, em entrevista para a coluna de Mônica Bergamo. Folha de S. Paulo, 25/09/2013
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Mix
27 de setembro de 2013 Amanda Tostes
LITERATURA
Um sorriso à beira do hai cai
‘Proesia’ de Cesar Carvalho reúne poemas bem-humorados com inspiração no haicai e na filosofia zen-budista Amanda Tostes
Um círculo imperfeito abre os poemas do professor universitário Cesar Carvalho, reunidos no livro ‘Proesia’, lançado na última quarta (25), no Bar Valentino. O título faz alusão à mistura de prosa e poesia presentes no começo do livro e remete ainda à ‘proeza’, como o autor define a publicação do livro com recursos próprios.
o velho mastiga, nos farelos do fubá, o sabor da infância. Aos 64 anos, ele decidiu compartilhar os poemas que vem escrevendo desde os 30 - época em que encontrou um ensaio sobre a diferença entre as perspectivas oriental e ocidental e ficou encantado com os novos paradigmas. Guiado pelo zen-budismo e pela estrutura de compo-
sição da poesia concreta, Carvalho também adotou os haicais no livro, que, diferentemente da tradição oriental, tratam de temas intimistas. No lançamento de ‘Proesia’, ex-integrantes do grupo Proteu apresentaram O lançamento do livro teatro de sombras com os textos de Carvalho, no Bar Valentino do professor do Departamento de Ciências Sociais da UEL contou também com um espetáculo teatral, Touro” foi apresentada por ex-integrantes do Grupo Proteu: inspirado na história “Dez Touros”, do mestre zen-budista Poka Markes, Mira Roxo, Nívea Nasser e Ciça Guirado, diKakuan, do século 12, que Carvalho traduziu. “Na narra- rigidos por Claudio Rodrigues. Também participaram a atriz tiva, o pastor precisa domar o touro, que é uma metáfora Adriana Aparecida Vitorino, os músicos da Banda TR60, Jedo nosso ego, até chegar ao conhecimento perfeito. Fiz fferson Sabran, Alexandre Casonatto e Mateus Amaral e ainuma releitura e trouxe isso para o processo de criação do da Kako Guirado, responsável pela sonorização. escritor”. Serviço Sob a forma de teatro de sombras e com falas contiA publicação está à venda no site Estante Virtual e, em das no livro de Carvalho, “Proesia em dez atos: a estória do breve, nas Livrarias Curitiba.
MEMÓRIA
Londrina na Primavera dos Museus Ananda Ribeiro
A semana contou com palestras, contação de histórias e exposição indígena
Tech&Cult Roger Bressianini
Ananda Ribeiro
Dizem por aí que “quem vive de passado é museu” e os museus de Londrina têm muita história para contar. Não apenas o Histórico ou o de Arte. Ao contrário do que muita gente pensa, eles não são os únicos da cidade, que é nova, mas tem um passando rico, que precisa ser contado às novas gerações. Para divulgar essa História, todos os anos - desde 2007 - acontece a Primavera dos Museus, que já está em sua 7ª edição. Esse ano, o evento foi realizado de 24 a 27 de setembro e contou com várias atividades educativas. Segundo Regina Célia Alegro, diretora do Museu Histórico de Londrina, a semana teve duas linhas de eventos: uma para especialistas, estudantes e técnicos de museus e outra para o público em geral. O objetivo foi “favorecer um diálogo entre a cidade e seus museus. Que a se interesse e se preocupe em saber qual a função dessas casas de memória, que estão a serviço da população”, explicou Regina. Os especialistas puderam assistir a palestras sobre como organizar projetos e conseguir recursos para executá-los e sobre como tratar os acervos. A professora de Arte, Margarete Costa Moraes, que representa o Ministério da Cultura nos três Estados do Sul, foi uma das palestrantes. “Vim com muita alegria nesse lugar privilegiadíssimo
Regina Alegro, diretora do Museu Histórico Margarete Moraes, representante do Ministério da Cultura pessimismo de analistas em relação às empresas estatais para os museus do Brasil. Um dos mais bonitos e que faz um ótimo trabalho de revitalização da memória”, ela disse. Já o público em geral pôde assistir a contação de histórias através dos funcionários da Biblioteca Municipal, sobre Londrina e o norte do Paraná, além de visitar as tradicionais exposições. Outra atividade importante destacada por Regina foi o lançamento do primeiro Roteiro de Museus da cidade. “Muitas pessoas pensam que Londrina tem apenas dois, o Histórico e o de Arte, mas existem vários, com diversas temáticas. Na área de memória, ciência e tecnologia, zoologia, geologia, anatomia, Casa de Memória, Mu-
seu da Sociedade Rural do Paraná, enfim. Keity Cassiana Bruni é professora de língua portuguesa no colégio Marcelino Champagnat e sempre leva seus alunos para visitar a Primavera dos Museus. “Este ano, além dos projetos tradicionais das exposições, teve a exposição indígena, a contação de história, então pudemos unir várias disciplinas: português, artes e história. Depois vamos trabalhar esse material em sala de aula interligando com nosso conteúdo. Levamos eles para vivenciar a teoria na prática”, ela disse. A professora observou que a exposição indígena “trouxe à memória os primórdios dos índios de Londrina, passando depois para a parte da colonização”.
Pedro Henrique Pereira Gomes, de 12 anos, é aluno do 7º ano da professora Keity e também gostou muito da visita. “Foi bem legal, mostra a história de Londrina e tem algumas peças bem interessantes”. O que ele mais gostou foi da exposição indígena, “porque é a nossa história!”, ele disse. “Meu avô era descendente de índio então eu gosto bastante dessa parte”. O menino tem consciência de que “se não resgatar a história os acontecimentos, eles vão ficar esquecidos e ninguém mais vai lembrar”. Pedro já visitou outras Primaveras no Museu, mas esta foi especial. “Cada ano vai melhorando um pouco, né? Então, essa aqui estava melhor.”
Festival de cultura “No dia 23 de novembro será realizado o Festival Peroba Rosa, na praça do Zerão, com 12 horas de arte e cultura para toda a comunidade. A ideia nasceu após o sucesso das Oficinas do Cequinha, realizadas no antigo Departamento de Artes Visuais da UEL desde maio. Oficinas preparatórias para o festival nas áreas de Cartazes Digitais, Práticas de Bandas e Montagem de Som estão disponíveis pelo e-mail oficinasdocequinha@gmail.com. Cinema cooperativo Amanhã a Kinoarte e a Filmes do Leste apresentam três curtas-metragens em parceria com o Sicoob Norte do Paraná. As produções são fruto de um projeto de oficinas sobre cinema que a Kinoarte realizou com 60 alunos da rede pública de ensino, com o tema cooperativismo. Os filmes fazem parte do concurso cultural “Curta a Vida Cooperativista” e serão apresentados na15ª Edição do Festival Kinoarte de Cinema, no CineSystemCatuaí Norte, amanhã, a partir das 16h. A entrada é gratuita. CD mais barato O Senado aprovou nessa semana a PEC da Música. A emenda pode baratear o preço de CDs e DVDs produzidos no Brasil por artistas nacionais em até 25%, já que isenta de impostos essas produções. A proposta, no entanto, não agradou a bancada do Amazonas, que alegou que a imunidade prejudicaria a Zona Franca de Manaus, onde se localizam empresas do setor. A emenda tem como objetivo diminuir a pirataria no país.
Esporte
27 de setembro de 2013
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PRATA DA CASA
Sem equipes de ponta, Londrina aposta no esporte de base Presidente da FEL diz não ser responsável pelas equipes profissionais e garante que o foco da gestão é a formação esportiva
Londrina já teve equipes de basquete, futsal, handebol e vôlei que atuavam a nível nacional – e não faz muito tempo. Em 2010, por exemplo, três das quatro categorias estavam ativas: futsal, handebol e vôlei. Hoje a realidade é bastante diferente. Depois do fim da equipe de handebol masculino em agosto, a cidade passou a contar apenas com o time de futsal feminino, que atualmente disputa o Campeonato Paranaense da categoria. O presidente da Fundação de Esportes de Londrina (FEL), Ângelo Deliberador, afirma que o “sumiço” dos times de porte é explicado pela má aplicação do dinheiro público nas gestões anteriores. “Esses recursos que vieram aleatoriamente não tiveram um enraizamento no esporte profissional. O esporte de [alto] rendimento foi estimulado de uma maneira equivocada. Nós vamos ficar com uma lacuna em algumas modalidades esportivas e elas vão pagar esse preço por alguns anos”. Deliberador assumiu o cargo há dois meses, depois que o então presidente da fundação, o ex-jogador de futebol Élber Giovanni, deixou a função alegando incompatibilidade de agenda. Para o comandante da FEL, o esporte profissional não é responsabilidade do município. “Ele tem que estar atrelado ao empresariado”, indica. Mas, segundo Deliberador, também é preciso mostrar para a iniciativa privada que vale a pena investir no esporte de base. “Nós temos que vender essa imagem ao empresário que, quando uma criança está com um quimono debaixo do braço, não está assaltando a loja dele”. A rede municipal de educação de Londrina tem aproximadamente 35 mil alunos, mas a
Fotos: Divulgação/N.com
Lucas Marcondes
Londrina tem 35 mil alunos na rede municipal de educação. Apenas 6 mil praticam esportes no contraturno escolar.
nível de rendimento sem ter onde se espelhar. Se faz necessário também ter algumas equipes de alto rendimento”, comenta Lanaro, que trabalhou 26 anos na FEL. Caixa vazio Conciliar as atividades de formação com os times profissionais emperra em um problema antigo da FEL: a falta de dinheiro. O orçamento da fundação em 2013 é de R$ 5,9 milhões. Para 2014, a previsão é de R$ 5,8 milhões. O percentual para o Fundo Especial de Incentivo vocês leem isso? a Projetos Esportivos (Feipe) está incluso nessa verba. O “Nós vamos ficar com uma lacuna em algumas Feipe é o principal edital púde incentivo ao espormodalidades esportivas” blico te em Londrina. Os cortes no orçamento da fundação FEL realiza atividades físicas no con- ocorrem desde 2010 e a situação traturno escolar com apenas 6 mil ficou mais crítica com o contindeles. genciamento de 30% anunciado Por outro lado, incentivar a no início do mandato do prefeito formação esportiva na base sem Alexandre Kireeff (PSD). Ângelo que as meninas e meninos pos- Deliberador aposta em um prosam ter uma perspectiva para o jeto enviado para a Câmara Mufuturo profissional pode se tornar nicipal que propõe um aumento um trabalho incompleto. Para o significativo no repasse de verbas. professor do curso de Ciências do “A lei nos dá direito a utilizar pelo Esporte da Universidade Estadual menos 3% do orçamento do mude Londrina (UEL), Pedro Lanaro, nicípio em projetos de atividade os jovens atletas precisam ter uma física lazer e inclusão social”. Isso fonte de inspiração futura. “É difícil significaria um orçamento anual de um garoto que possua uma apti- R$ 30 milhões para a FEL. dão nata se desenvolver ao alto A verba que a prefeitura de
Londrina destina ao esporte é modesta em relação a outras cidades do mesmo porte. “Joinville, em 2009, tinha um pouco mais que R$ 24 milhões destinados ao esporte. São duas cidades com populações semelhantes”, compara Lanaro. “Todos os municípios mais desenvolvidos têm esportes mais desenvolvidos. Uma coisa tem relação direta com a outra”, aponta ele. Apesar dos recursos escassos, Londrina está próxima de receber um evento de grande porte do esporte de base do Brasil. Ângelo Deliberador promete para dezembro a confirmação do nome da cidade para sediar as Olímpiadas Escolares de 2014. “Com a quantidade de informações que estamos enviado para o COB [Comitê Olímpico Brasileiro], nem vistoria vai precisar”, projeta. A cidade deve receber delegações que, juntas, somarão algo em torno de 5 mil pessoas. Mas Londrina vai precisar ajuda das vizinhas Cambé e Ibiporã para sediar o evento, porque não tem todos os centros esportivos adequados. “O esporte no Brasil ainda sobrevive de abnegação, sem grandes condições materiais”, comenta Lanaro. Talvez a frase se encaixe na atual realidade londrinense.
Presidente da FEL critica a imprensa de Londrina Criticado pela mídia local por não aceitar a doação de um placar eletrônico para o Estádio do Café, Ângelo Deliberador se defendeu dizendo que a gestão pública deve seguir o que está escrito na lei, e não abrir exceções para empresas – no caso, a Viação Garcia, que cedeu o equipamento. Deliberador afirmou que a crônica esportiva londrinense disse “besteira” sobre o assunto. “Quando o futebol
não classifica, eu tenho mais cinco meses de programa, vou fazer o que? Eu iria ficar desesperado e falar um monte de besteira”. Ele também criticou a cobertura focada no futebol. “Essa verborreia vem por falta de assunto, ou por falta de preparo de estar buscando informações das outras modalidades esportivas que existem. Nós temos mais de 43 modalidades conveniadas com a Fundação de Esportes”. (L.M.)
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Perfil
27 de setembro de 2013
PAIXÃO
Colunismo social também é Jornalismo Lia Mendonça, assessora de imprensa na Coordenadoria de Comunicação da UEL, explica por que se apaixonou pela coluna social Renan Cunha
H
pelo Grupo Paulo Pimentel, começou a fazer reportagens sobre notícias locais. Mas não era o que lhe agradava: “não era a minha praia nem um pouco”. Foi só quando surgiu a oportunidade de trabalhar como colunista que Lia Mendonça finalmente descobriu o campo em que gostaria de atuar. Na época, já dentro da Coordenadoria de Comunicação da UEL, recebeu o convite para escrever no caderno de coluna social do jornal Paraná Norte, um projeto do então editor-chefe da Folha de Londrina, Walmor Macarini, que acabou não vingando por falta de apoio do resto do grupo. Ao mesmo tempo, outras propostas vieram e então, após um período de oito “Misturar dinheiro com Jornalismo anos na Folha de Londrina, Segundo Lia Mendonça, a coluna social se transformou num não dá certo, ou você faz bem uma transferiu-se para o jornal O jornalismo de serviço, dedicado aos talentos da sociedade Estado do Paraná. coisa ou outra” Para Lia, foi uma experiinúmeras manchetes de desastres, cor- ência incrível, tanto pelas inúmeras portas para mantê-la. “Misturar dinheiro com jornais contribuem para a melhoria da sorupção, mortes entre outros assuntos. “A que se abriram, quanto pelo reconheci- Jornalismo não dá certo, ou você faz bem ciedade”, Lia também ressalta, lembrando gente precisa dar mais espaço para as coi- mento do público que a acompanhava. uma coisa ou outra (...) então, não achei as palavras de Rubem Braga no início dessas que estão dando certo”, defende. “Foi uma coisa muito gratificante você sa- uma boa ideia”, explica. te texto, que “é preciso encontrar espaço O encanto pelo Jornalismo surgiu ber que é lida por gente que você nem No momento, Lia continua na Coor- também para as coisas positivas”. “Às veatravés da família. Sempre sorridente, Lia imagina. De repente, você recebe uma denadoria de Comunicação da UEL e, em zes em três linhas você consegue falar de conta que se interessou pela carreira assim cartinha de uma cidadezinha lá de longe meados de agosto, voltou a fazer coluna um talento da região que está decolando, que a irmã mais velha começou a traba- que você nem sabia que existia”, declara social para o site da jornalista e apresen- de uma história bem-sucedida”, esclarece. lhar num jornal de Curitiba, cidade onde saudosamente. O período também mos- tadora da Rede Massa, Helenida Tauil. Os Ela lembra de uma vez em que citou em nasceu e morou por vários anos. Incenti- trou à jornalista seu alegado desinteresse anos de trabalho no colunismo, conforme sua coluna o nome de uma jovem recémvada também pelo pai, ingressou na Uni- por trabalhar na televisão. “Eu não me ela conta, mostraram-lhe que a página é -formada que lhe pedira ajuda e, pouco versidade Federal do Paraná para cursar a gostei na TV, não acho uma coisa natural, também um espaço de informações re- tempo depois, a moça estava empregada. tão sonhada faculdade. Mas ao longo da levantes. “Eu vi que há re- “Não existe mais a ditadura do rico na graduação – como é comum acontecer percussão, principalmente coluna social, já existiu, mas não agora”, com muitos alunos – o entusiasmo pelo “Não existe mais a ditadura do rico para quem está com muita afirma. trabalho jornalístico acabou arrefecendo, na coluna social, já existiu, mas não pressa (...) às vezes a pessoa Com empolgação, ela recorda de devido a algumas decepções. “A gente agora” não tem tempo de ler o jor- quando sugeriu às televisões locais a pauta sentia que a profissão não era valorizada nal, mas lê o social e, agora, sobre uma cabeleireira que iria doar o rim – como vemos ainda hoje”, explica sob eu prefiro o jornal mesmo, acredito que nestes tempos de internet, muito mais”, ao ex-marido. “Virou notícia nacional, saiu os olhares atentos dos dois xodós de sua seja mais verdadeiro, você coloca a sua argumenta. Ademais, segundo Lia Men- no Jornal Hoje, na Globo News”, conta. casa, os gatos – outra paixão da colunista. alma” explica. donça, a coluna social deixou de ser aque- Após tantos anos de carreira, para além Mas estes percalços não chegaram a Paralelamente, enquanto fazia a asses- le espaço dedicado somente às festas, ao das dificuldades e empecilhos, Lia Mencalar o desejo da então estudante. As vá- soria de imprensa da Universidade Esta- glamour; hoje se procura divulgar mais os donça se diz realizada como profissional. rias oportunidades que apareceram logo dual de Londrina, Lia dava continuidade talentos da cidade, o empreendedoris- “Estamos aí, estamos ligados na rede e após o término, ou mesmo durante a fa- à coluna social n’O Estado do Paraná. Até mo e tantos outros temas que rendem amamos o jornal, não fique com medo culdade – como o estágio na Gazeta do que a empresa decidiu fechar todas as su- e já renderam matérias tão boas quanto das condições, se você é interessado na Povo –, despertaram outra vez a vontade cursais, fazendo com que a colunista en- às dos outros cadernos: “transformou-se área, você vai conseguir (...) o importante de escrever. “Eu percebi que era daquilo cerrasse sua carreira no jornal impresso. num jornalismo de serviço, é um espaço é fazer o que a gente gosta e fazer bem feito”, finaliza a entrevista, deixando esse que eu gostava de verdade, e ainda hoje, O grupo chegou a lhe fazer uma oferta mais empresarial, econômico”. Sem comprometer os demais con- conselho aos colegas de profissão mais jodepois de tantos anos, eu enxergo isso”, para continuar com o espaço, mas ela conta. preferiu recusar, pois, além de comprar a teúdos do Jornalismo, ponderando que vens, que os anos trabalhando na área lhe A princípio, depois de ser convidada página, teria de procurar patrocinadores “deve, sim, existir a denúncia, já que os autorizam a dar. Foto: Arquivo
á trinta anos Rubem Braga desabafava em forma de crônica sua tristeza com o jornalismo da época. “Os jornais noticiam tudo, tudo, menos uma coisa tão banal de que ninguém se lembra: a vida”, escrevia o cronista. E foram exatamente essas palavras tão intensas que motivaram a jornalista Lia Mendonça a investir no colunismo social. Trabalhando na equipe da Coordenadoria de Comunicação da UEL desde a década de 80, Lia descobriu na área uma forma de dar vazão a tantos talentos ou lições de vida que aparecem no dia a dia, mas que acabam escondidos em meio às