Manaus, Setembro 2011 – Edição 60 – Ano 6
CUMPRIR E FAZER CUMPRIR
Talvez você já tenha lido o artigo 157 da
Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT mas não tenha percebido a amplitude da mensagem. Antes de comentar sobre o artigo vamos dar uma relida nos seus dois primeiros tópicos: Art. 157 - Cabe às empresas: I – Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; II – Instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais;
Talvez fique mais fácil comentar a mensagem com um exemplo: imagine que você entregou um cinto de segurança para um colaborador e disse para ele, toda vez que você for trabalhar em altura use o cinto. Duas semanas depois o operário cai de um andaime por não estar usando o cinto de segurança. Em sua opinião quem é o responsável pelo acidente? Antes de nos aventurarmos em uma resposta, precisamos estar seguros sobre quais são nossas obrigações legais. Lendo o primeiro tópico do artigo 157, percebemos que não basta cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho, precisamos fazer cumprir, ou seja, além de fornecer a proteção devemos treinar e fiscalizar o colaborador em relação ao seu uso e aplicar punições caso o colaborador não siga as regras estabelecidas. E como serão apresentadas estas regras?
Lendo o segundo tópico do artigo percebemos a indicação de instruir o colaboradores por ordens de serviço, neste documento teríamos as regras do jogo as quais o trabalhador deveria estar ciente ao entrar na empresa. Se pegarmos o item 1.7 da NR 01 encontraremos praticamente o mesmo texto do artigo da CLT, porém há um maior detalhamento sobre quais os objetivos das informações que devem estar presentes em uma ordem de serviço, veja abaixo: I - prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho; II - divulgar as obrigações e proibições que os empregados devam conhecer e cumprir; III - dar conhecimento aos empregados de que serão passíveis de punição, pelo descumprimento das ordens de serviço expedidas; IV - determinar os procedimentos que deverão ser adotados em caso de acidente do trabalho e doenças profissionais ou do trabalho; V - adotar medidas determinadas pelo MTb; VI - adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade e as condições inseguras de trabalho. Agora você já pode responder sobre a responsabilidade do acidente do nosso exemplo, mas caso não tenha ficado claro dou uma ajuda, a responsabilidade é do trabalhador, mas também da empresa. Uma das principais funções do profissional de segurança é a manutenção da documentação relacionada ao assunto atualizada e com todos os registros disponíveis. No caso do exemplo do colaborador que caiu do andaime, a maior ou menor consequência para a empresa vai depender de termos ou não um sistema robusto que demonstre as orientações realizadas e as punições aplicadas quando ocorrem desvios as normas de segurança, ou seja, a nossa obrigação de fazer cumprir.
' ' ' PARA ANALISE QUIMICA CRITERIOS
U m dos assuntos de grande dificuldade para ser realizado no setor de segurança do trabalho da maioria das empresas são as análises químicas. Em geral é uma atividade realizada por empresas terceirizadas. O custo elevado acaba limitando o número de análises, impedindo que possamos realizar um levantamento de todos os produtos químicos da empresa e com um número de amostras adequadas.
Como o fator custo é um limitante para esta situação precisamos ser bem criteriosos na realização das análises químicas. Mas quais critérios devemos adotar? Podemos adotar vários, mas sugiro que pelo menos os três a seguir estejam presentes: Toxicidade, Número de expostos e Tempo de Exposição.
Em uma empresa teremos vários produtos que mesmo em condições idênticas de exposição, trarão consequências diferentes para o trabalhador. O maior ou menor potencial de dano a saúde do trabalhador é definido pela toxicidade do produto utilizado. Na minha opinião, este deve ser o primeiro critério utilizado para análise química, ou seja, os produtos com maior toxicidade devem ser os prioritários na avaliação. Outro critério a ser adotado é relacionado ao tempo que o trabalhador está exposto ao produto. Além, é claro, de levarmos em consideração o número de trabalhadores expostos. Podemos juntar a este critérios queixas frequentes dos colaboradores com determinado produto, produtos carcinogênicos e os produtos listados na NR 15 presentes na empresa como forma de termos análises para causas trabalhistas relacionadas a insalubridade, as quais são restritas aos produtos químicos indicados na NR 15. Lembrando que apenas uma avaliação para cada análise química é um amostral muito pobre, mas não podemos esquecer do custo para a empresa.
BOA LEITURA Este livro faz uma introdução aos aspectos jurídicos da proteção ao trabalhador, com tópicos sobre o trabalho do menor, do adolescente, da mulher e a responsabilidade jurídica do empregador. Também indica uma estrutura para elaboração de laudos periciais. Além disso, comenta sobre as perícias Trabalhistas (insalubridade e periculosidade) Previdenciárias (aposentadoria especial), Ambientais e Acidentárias.
Fundamentos para Realização de Perícias Trabalhistas, Acidentárias e Ambientais Gerenciamento Verde Ed. Giovanni Moraes de Araújo Luciano Gardano Bucharles
PIADINHAS A mãe pega o filho rezando e pergunta: - Filho porque você está rezando? - Para o Rio Amazonas ir para o estado de Goiás. - Impossível. O rio já tem lugar certo. - Vou continuar rezando, porque foi isso que eu escrevi na prova de geografia.
- E então o que você pretende fazer hoje? - Nada, responde o marido. - Mas você já não fez nada ontem! - Eu sei, mas não consegui terminar!
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omo em qualquer área, a segurança do trabalho precisa continuamente solucionar os mais diversos problemas. No entanto, é comum o profissional tentar resolver o problema sem uma análise estruturada, com grande possibilidade de o evento se repetir. Uma metodologia que podemos utilizar é o MASP – Metodologia de Análise e Solução de Problemas, podemos encontrar algumas variações na metodologia, mas pode ser resumida nas seguintes etapas: Identificação do problema: apesar de parecer óbvio precisamos avaliar se o problema é uma prioridade e se vale gastar energia na sua solução. Coleta de dados: definido o que vamos tentar resolver, precisamos organizar as informações sobre o problema, levantar todo o histórico e todas as informações necessárias e disponíveis. Análise dos dados: com as informações nas mãos precisamos realizar a análise destes dados Podemos utilizar várias ferramentas, como diagrama de causa e efeito, diagrama de pareto, cinco por que, etc. Plano de ação: após esta análise podemos planejar as ações que precisam ser realizadas para solução do problema. Ação: seria por em prática o que foi planejado. Verificação: em paralelo as ações, precisamos verificar se estas estão surtindo efeito. Padronização: caso a solução tenha sido eficaz devemos padronizar as ações realizadas para que o problema não volte a ocorrer. Conclusão: por fim precisamos avaliar se a solução foi total ou parcial ou se como consequência de nossas ações fizemos surgir novos problemas. Esta metodologia não precisa ser realizada para todos os problemas, mas tente utilizar estas etapas em problemas recorrentes em sua empresa e você irá perceber as melhorias. Fonte: Guia de Análise de Acidentes de Trabalho MTE - Secretaria de Inspeção do Trabalho / Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho - Ed. Imprensa Oficial do Estado de São Paulo
PIADINHAS - O senhor é a cara da minha sogra. A única diferença é o bigode. - Mas eu não tenho bigode! - Eu sei, mas a minha sogra tem.
O chefe chega e grita: - Dormindo na mesa de trabalho, não é? - Não senhor. É que este serviço eu faço de olhos fechados!
Um hipocondríaco vai ao médico e diz: - Doutor, a minha mulher me traiu há uma semana e ainda não me apareceram os chifres. Seria falta de cálcio?...
O que significa um cigarro de maconha em cima de um jornal? Baseado em fatos reais!
Placa na porta da churrascaria: “Não lutei para chegar alto da cadeia alimentar e ser vegetariano.”
SÃO ETERNAS pós um incidente que poderia ter tido graves a consequências passei a ficar alerta em relação
F
aça uma visita ao site: http://www.tvseg.com.br/ Neste site você encontrará vários vídeos com entrevistas sobre saúde e segurança do trabalho. Outro site muito útil para nossa área é o do NAPO, com vários vídeos para serem utilizados em treinamentos, link abaixo: http://www.napofilm.net/en/napos-films Para conseguir algumas edições anteriores do Segurito além de muita informação sobre assuntos de segurança visite os sites: http://www.armandocampos.com/ http://www.nersat.com.br/artigos/ http://segvita.webnode.com.pt/jornal-segurito/ http://trabalhecomsaude.blogspot.com/
ao uso de correntes para carregamento de cargas. Em boa parte das empresas, sua troca ou manutenção só ocorre quando quebram. Na verdade alguns cuidados devem ser seguidos: - Lubrificação periódica das correntes - Avaliar se o uso da corrente está sendo adequada em relação a sua resistência a carga, a produtos químicos, a temperaturas extremas, etc - Periodicamente é necessário analisar se não está havendo o estiramento da corrente e redução da sua espessura
PERGUNTA DIFÍCIL DIFÍCIL Por que os filmes de batalhas espaciais tem explosões tão barulhentas e naves pegando fogo, se o som não se propaga no vácuo e se para o fogo se manter é necessário oxigênio?
- O usuário deve distorcer as correntes antes de utilizá-las e, jamais, dar nós nas correntes. - Certifique-se de que a corrente esteja protegida de cantos vivos da carga.
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A DINAMICA DO ACIDENTE
a s causas dos acidentes são agrupadas em investigações quatro grandes grupos relacionados ao
e análise dos acidentes se caracterizam por um processo simplificado ao indivíduo, à tarefa, ao material, meio de se concentrar apenas nos eventos finais mais produção e ao meio ambiente de trabalho. Os próximos do acidente. projetistas devem ter em mente que os sistemas e as pessoas não são infalíveis e que as falhas ativas e latentes são esperadas de ocorrer. Assim, em sistemas complexos, as falhas estão relacionadas a uma combinação de fatores envolvendo aspectos operacionais, humanos e dos sistemas de gestão de SMS. As falhas ocultas, também chamadas de falhas latentes, podem envolver erros e desvios relacionados a qualquer empregado, Estes desvios, ações ou omissões dos independentemente do nível hierárquico, operadores, apesar de mais diretamente ligados contribuindo, com significância, para uma ao acidente, não permitem entender toda a trágica sequência de eventos que resultem em dinâmica do mesmo. Se a investigação parasse acidente. Por exemplo, não é difícil entender nesse ponto, não seria possível identificar e que o descanso inadequado dos operadores ou avaliar outros desvios relacionados ao sistema da tripulação de um navio, plataforma ou avião, de gestão, bem como a eficácia dos sistemas pode resultar em fadiga e estresse, de controles existentes para minimizar ou evitar potencializando a probabilidade de ocorrência sua ocorrência. de falhas ativas (ato inseguro) de um operador O que torna o Modelo do "Queijo Suíço" interessante é a necessidade de verificar e ou do comandante. A partir dessa perspectiva, os chamados "atos entender as possíveis falhas latentes que inseguros" de um operador são o resultado final contribuam para a sequência de eventos de uma longa cadeia de falhas procedimentais, causais. Por exemplo, desvios latentes disciplinárias e de métodos de trabalho, cujas envolvendo fadiga, doença e estresse podem raízes se originam em níveis hierárquicos afetar o desempenho de SMS, passando superiores. O problema é que as falhas latentes despercebidos até mesmo pelos peritos mais podem ficar ocultas por horas, dias, semanas ou experientes. anos, até que apareçam os sinais ou Práticas inadequadas de supervisão motivam inseguras entre operadores, precursores, como, por exemplo, desconsiderar condições alarmes sonoros ou etapas do procedimento, resultando em atos inseguros. Por exemplo, um falta de qualificação de fornecedores, supervisor com baixo nível de cultura de SMS pode influenciar negativamente a equipe de concepção inadequada de projeto, etc. Trabalhando de forma indutiva, isto é, de trás operadores, comprometendo o nível desejado para frente a partir do evento final, que é o de atitudes preventivas positivas para alcançar acidente, o primeiro nível do modelo "Queijo um comportamento coletivo seguro. Fonte: Fundamentos para Realização de Suíço" de Reason é representado por falhas Perícias Trabalhistas, Acidentárias e humanas envolvendo erros, desvios ou ações Ambientais Giovanni Moraes e Luciano imprevisíveis (algumas vezes denominadas Gardano / Ed. GVC. "atos inseguros"). Normalmente, as