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Ações de extensão da UFMT contribuem para o enfrentamento da Covid-19 em Mato Grosso

No total, 133 projetos foram executados com o objetivo de amenizar os impactos da pandemia no estado

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Por Nayara Silva Chagas

Em 2020, o mundo foi surpreendido com uma das maiores crises sanitárias da sua história. A pandemia do coronavírus desestabilizou economias, escancarou crises políticas e expôs as vulnerabilidades sociais. Era impossível prever o impacto que um vírus, até então desconhecido pela comunidade científica, teria na vida e no cotidiano das pessoas.

Em tempos de pandemia, uma esfera da sociedade emergiu como uma das mais essenciais no conhecimento do vírus e em seu enfrentamento. As universidades públicas vêm desenvolvendo um papel significativo, unindo e explorando seus três principais pilares: ensino, pesquisa e extensão. As contribuições perpassam a inovação científica e tecnológica, o apoio a comunidade e a promoção de informações verdadeiras e confiáveis.

A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) também tem trabalhado nas diversas frentes de combate à pandemia no estado através dos projetos vinculados à Pró-Reitoria de Cultura, Extensão e Vivência (PROCEV). Apesar do momento exigir isolamento social e a suspensão das aulas presenciais, as atividades da universidade não pararam. Diversas ações de extensão foram desenvolvidas com o objetivo de contribuir com o cenário da pandemia em Mato Grosso.

Segundo a coordenadora de extensão da UFMT, Sandra Jung de Mattos, as ações de extensão permitem estabelecer uma interação dialógica da comunidade acadêmica com a sociedade. “A extensão universitária é configurada pelo diálogo, pela troca de conhecimento, participação e contato com as questões sociais. Ela fomenta também a formação cidadã dos estudantes, marcada e constituída pela vivência do seu conhecimento de modo profissional e interdisciplinar”, explica. Sandra lembra ainda que as atividades desenvolvidas pela UFMT nos projetos tiveram os cuidados em relação às regras de biossegurança e distanciamento social. “Todas as ações aconteceram se adaptando às normas da vigilância sanitária. As que puderam se adaptar contaram com a ajuda da tecnologia e aconteceram de maneira virtual, via telefone e as mais variadas formas para chegar o mais próximo possível das pessoas, principalmente com informações que pudessem ajudar as pessoas a se prevenir”.

No ano de 2020, nos cinco campus da UFMT, 133 projetos foram executados voltados especificamente à crise sanitária da covid-19 no estado. Os enfoques desses projetos se concentraram em setores sociais importantes como a economia, política, cultura e o social. Abrangeram também áreas do conhecimento como a saúde, tecnologia, produção e comunicação.

Ao total, mais de 80 mil litros de álcool em gel foram produzidos e doados pelo projeto Foto: Cedida pelo projeto

“Os projetos foram executados em parceria com várias instituições e organizações, públicas e privadas do estado”

Com a chegada do vírus no Brasil, a alta procura por insumos básicos de assepsia, como o álcool em gel e o álcool 70%, provocou um desabastecimento geral nos estados, inclusive em hospitais que já tratavam pacientes de covid-19. Diante da urgência, surgiu o projeto de extensão “Produção de álcool-gel desinfetante na UFMT para enfrentamento da pandemia de Covid-19”, idealizado pelo departamento de Química da UFMT campus Cuiabá.

Segundo o professor responsável pelo projeto, Ailton José Terezo, a ideia das formulações de preparo de álcool em gel surgiu através de uma parceria. “Já estávamos trabalhando no laboratório da Central Analítica de Combustíveis localizado na UFMT, na análise de qualidade de mais de 300 mil litros de álcool líquido 70%, que seriam doados por meio de uma parceria entre o governo do estado e de usinas associadas ao Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado de Mato Grosso (Sindalcool)”.

A proposta do governo era trabalhar o álcool da doação para produzir também a sua versão em gel, mas as matérias primas e o maquinário não eram suficientes. Terezo explica que, a partir da ideia, se organizou para que o projeto pudesse acontecer por meio da universidade. “O processo de preparo do álcool em gel exigia outra formulação, não era possível produzir a partir do álcool da doação. Então, resolvemos por meio da Pró-Reitoria de Planejamento (Proplan) da UFMT submeter um pedido de recurso financeiro ao Ministério da Educação e da Cultura (MEC). Neste pedido, fizemos a previsão de produzir 50 mil litros no período de sete meses”, conta.

A organização da produção começou com o planejamento e previsão financeira da aquisição de maquinários, insumos e equipamentos de controle de qualidade. Para que tudo acontecesse, o projeto contou também com o apoio da sociedade civil, que por meio de doações fomentaram o aumento da produção. “Com a alta exponencial dos casos no estado, o país já estava todo desabastecido, empresários e gestores públicos se solidarizaram com o projeto e fizeram a doação de maquinários e equipamentos para que a produção atendesse a demanda do estado”, explica o professor.

Com a união da sociedade, o professor conta que o projeto precisou enfrentar ainda outros desafios. “A Universidade como instituição, não tinha instrumento para comprar o álcool etílico direto das usinas, que só era vendido à distribuidores. Também tivemos dificuldades na compra de insumos poliméricos, utilizados para dar a consistência de gel ao álcool, com a pandemia tudo estava muito escasso nos mercados e nas indústrias do mundo inteiro”.

Apesar das dificuldades, as doações fizeram do projeto um dos principais produtores de álcool em gel da região. Com a produção em larga escala, o projeto precisou ser remanejado para o Centro Olímpico de Treinamento (COT) da UFMT, o

que evidenciou também a importância do voluntariado para a produção.

Terezo reflete ainda a importância da participação de alunos e professores nas ações do projeto. “Toda a parte de insumos e equipamentos foi importante, mas nada disso teria se tornado realidade se não fosse os voluntários. Cerca de 60 estudantes se revezaram entre turnos, para dar conta da produção. Em torno de sete professores se dividiram na gerência de setores como controle de qualidade, produção, envasamento, expedição e logística...foram eles que fizeram isso acontecer”.

Com a consciência da letalidade da pandemia, todas as regras de biossegurança foram seguidas. Além da divisão por turnos, para evitar aglomerações, os participantes foram todos paramentados com máscaras e receberam álcool 70% para assepsia das mãos e superfícies.

Em outubro de 2020, a produção no COT foi encerrada com o montante de 76 mil litros produzidos. A estrutura foi novamente levada ao laboratório da Central Analítica de Combustíveis onde foram produzidos mais 8 mil litros, totalizando 84 mil litros de álcool em gel. As doações atenderam prioritariamente hospitais públicos e universitários, serviços de segurança, cidades do interior e comunidades em situação de vulnerabilidade, além da própria universidade.

A esperança na época, era que em fevereiro de 2021, todos os campus da UFMT retornassem com as atividades presenciais. Cerca de cinco mil litros de álcool em gel foram reservados para esse retorno, o que não aconteceu. A segunda onda de contaminação foi mais forte e precisou contar com ainda mais reforços.

A construção dos ventiladores contou com ajuda de oito estudantes de graduação, além da participação de três professores da área de Engenharia Mecânica, Medicina e Enfermagem. Foto: Cedida pelo projeto

A contribuição da Engenharia Mecânica na construção de respiradores

Foi na Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), que surgiu outro projeto que tem auxiliado na fase crítica da pandemia. Apesar dos sintomas serem semelhantes ao da gripe comum, o vírus da covid-19 compromete as funções pulmonares rapidamente, deixando o paciente incapacitado de respirar por conta própria.

O projeto “Missão Covid - Construção de ventiladores mecânicos” foi criado com o objetivo de construir ventiladores para auxiliar na respiração de pacientes que apresentam algum tipo de insuficiência respiratória, como também no deslocamento entre as unidades hospitalares locais.

Heinsten Frederich Leal dos Santos, professor do Instituto de Ciências Agrárias e Tecnológicas da UFR e responsável pelo projeto, conta que o objetivo maior de se criar e manter um projeto com essas características é tentar amenizar os impactos que a pandemia tem causado na comunidade. “Nós como instituição de ensino pública, precisamos ter essa interação com a sociedade. Trabalhamos diariamente para que seus anseios sejam atendidos através do conhecimento”.

Os cursos de Engenharia Mecânica, Medicina e Enfermagem somaram forças para que os ventiladores mecânicos fossem eficientes e atendessem as necessidades dos pacientes. O professor conta que tiveram ajuda não só de professores, mas também de médicos da Unidade de terapia intensiva (UTI) da Santa Casa de Misericórdia do município. “Para construir esse tipo de ventilador é preciso levar em consideração a pressão pulmonar e o fluxo de oxigênio do paciente, todo detalhe é importante para ter a certeza que o equipamento vai ajudar e não ocasionar alguma lesão”.

Os investimentos para que o projeto pudesse ser realizado, veio por meio de parcerias. O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) foi um dos principais apoiadores do projeto, que auxiliou com o recurso financeiro para a realização da compra de materiais e equipamentos. A proposta inicial do projeto era uma operação em três etapas: a primeira com a construção de ventiladores mecânicos, a segunda com ventiladores mecânicos-controlados e a terceira com ventiladores pneumáticos.

A principal diferença entre eles é que na modalidade pneumática o aparelho assume por completo a mecânica da respiração, enquanto os outros dois, o paciente é estimulado pelo ventilador, que tem a maior participação na respiração. Heinsten explica que entre as possibilidades de entregas, o ventilador mecânico-controlado foi o que apresentou melhor resultado no protótipo. “Com o ventilador mecânico-controlado conseguimos garantir coisas simples, mas que são essenciais para a sua eficácia. Uma delas foi que a pressão fosse positiva, ou seja, que não deixasse o pulmão sem pressão, o que ocasionaria no “colamento” dos alvéolos, além de estabelecer um controle preciso do ar e do oxigênio injetado”.

Apesar de ser considerado um ventilador de baixo custo, o material utilizado foi pensado para oferecer maior qualidade ao aparelho. Como o momento exige todo um cuidado em relação à higienização, o material escolhido para compor os ventiladores foi o inox. “O aparelho é utilizado por inúmeros pacientes, para esse compartilhamento, ele precisa passar por uma higienização e desinfecção total, sendo que alguns materiais, como o acrílico por exemplo, podem ser corrompidos por produtos ou altas temperaturas, o que não acontece com o inox”, conclui Heinsten.

O projeto contou com o auxílio de oito estudantes de graduação do curso de engenharia mecânica, sendo inicialmente uma participação voluntária e nos últimos três meses com auxílio financeiro advindo do MPMT. Como o projeto abordou todas as etapas desde a elaboração até a sua construção, todos os alunos puderam participar desde o acompanhamento da construção em plataforma CAD, ou seja, do desenho do projeto em 3D, nos cálculos de circuitos e componentes eletrônicos, até na parte de montagem e testes.

Guilherme Silva Prado, um dos estudantes participantes, conta que trabalhou na fase da elaboração do projeto eletrônico e na fase de construção final dos ventiladores, prática importante para sua graduação. “Sem dúvidas, o que o projeto mais agregou para a minha graduação foi a de poder associar os conceitos teóricos apresentados em aula, na prática de um projeto tão complexo e importante”.

Prado conta ainda que se sente orgulhoso e muito feliz em poder ajudar a sociedade em um momento tão crítico. “Muitas vezes, em cidades pequenas no interior do estado há faltas desses equipamentos, são nesses locais que vemos um leque de atuação para ajudar a comunidade. Particularmente me sinto orgulhoso em poder participar de um projeto tão relevante para a comunidade, poder ter essa experiência de auxiliar no mantimento de uma vida, isso é o mais bonito, agre-

ga no currículo, mas agrega muito mais no ser humano”.

Além do auxílio à comunidade, o projeto também resultou em uma patente de ventiladores mecânicos-controlados pela UFR. Apesar dos ventiladores já existirem como produto, as alterações realizadas para seu funcionamento de acordo com as necessidades dos pacientes de Covid-19 deram início a um novo. No total, 20 ventiladores foram construídos e catorze doados para instituições de saúde, os outros seis ainda em fase de finalização, serão doados até o fim do primeiro semestre de 2021.

“Com o avanço e a gravidade do vírus, os respiradores ficaram escassos na maioria dos hospitais que tratavam pacientes da doença”

A análise da desigualdade de gênero durante a pandemia pela comunicação

Apesar da pandemia atingir diretamente o setor de saúde, outras esferas da sociedade sofreram com seus impactos. A desigualdade social ficou ainda mais evidente, principalmente em países que tiveram suas economias duramente equipamento atingidas. No Brasil, não só a disparidade entre ricos e pobres aumentou, a desigualdade de gênero também ficou ainda mais visível.

As mulheres, que antes já tinham jornada de trabalho dupla, ao cuidar da casa e dos filhos, precisaram ficar em regime de home office. Outras enfrentaram o desemprego e precisaram se expor ao vírus saindo de suas casas, em busca do sustento da família, mas grande parte delas precisaram lidar também com a violência no ambiente domiciliar em pleno isolamento. O perfil da violência de gênero em Mato Grosso, apontam taxas de mortalidade feminina maiores que a do próprio país.

De acordo com levantamento realizado pela Revista AzMina, Amazônia Real, Agência Eco Nordeste, #Colabora, Marco Zero Conteúdo, Portal Catarinas e Ponte Jornalismo, enquanto o Brasil apresenta a taxa de feminicídio durante a pandemia de 0,56 para cada 100 mil mulheres, no Mato Grosso ela foi mais que o dobro: de 1,72 a cada 100 mil habitantes mulheres. A comunicação no projeto “Pauta gênero - Observatório de Comunicação e Desigualdades de Gênero” da UFMT tem auxiliado por meio da observação e da análise a entender como a mídia no estado, especificamente na capital Cuiabá, está trazendo o assunto diante de suas pautas.

Em 2020, a professora recebeu um convite para coordenar uma equipe na região Centro-Oeste para contribuir com o Projeto de Monitoramento Global de Mídia (Global Media Monitoring Project (GMMP), o maior monitoramento de jornalismo do mundo, que acontece de cinco em cinco anos. “Já que eu teria que montar uma equipe sensível às desigualdades de gênero na mídia, sobretudo em meios jornalísticos, aproveitei para formalizar o convite à equipe, que aceitou o desafio”, comentou.

Tamires relata ainda que a comunicação tem a obrigação de refletir sobre as desigualdades, pois todo processo comunicativo está inscrito em um contexto, tem atravessamentos políticos e culturais. “A mídia pode silenciar, perpetuar opressões, ou pode agir para que a sociedade se conscientize, questionar normas e valores vigentes, promover outras angulações sobre os acontecimentos. As mulheres precisam estar em cargos de chefia, em posições de decisão nos meios de comunicação, é preciso fomentar pautas que reflitam sobre desigualdades de gênero em uma perspectiva interseccional”.

As ações do observatório se concentram na produção de análises sobre acontecimentos e problemas com grande reverberação social, com uma linguagem didática, de modo a abordar as minúcias das desigualdades de gênero que atravessam a sociedade brasileira em textos curtos e fáceis de ler. Há também um monitoramento de mídia a partir de uma adaptação da metodologia do GMMP, analisando fontes, presença de mulheres, estereótipos de gênero e padrões de cobertura. Essas reflexões também chegam à sociedade com objetivo de formação e conscientização por meio das redes sociais.

Apesar de inicialmente o projeto ser registrado pensando em concentrar esforços erefletir sobre o momento de pandemia, já que o cenário de contaminação de Covid-19reconfigurou o cotidiano e afetou também as desigualdades de gênero, em 2021 ele foi ampliado. Atualmente conta com integrantes de todas as regiões do país, excetuando aregião sudeste, o que torna a análise com uma visão mais ampla e de uma perspectiva comparativa mais complexa.

Saiba como ficaram os auxílios da UFMT durante a pandemia

Estudantes de baixa renda têm direito aos auxílios moradia, alimentação e permanência durante a graduação na instituição; com a pandemia, novos auxílios foram criados para garantir a inclusão digital dos estudantes Por Mayara Campos e Yasmin Oliveira

Estudar na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a principal instituição de ensino superior do estado, é uma conquista para muitos estudantes que dedicam horas de estudo em busca da aprovação. Mas, nem todos possuem condições financeiras para o sustento durante a média de quatro anos dedicados ao curso superior, como é o caso de alunos que vêm de longe para conquistar o diploma em um dos quatro campus da UFMT. Portanto, todo discente que ingressa na instituição, e possui baixa renda familiar, tem o direito de solicitar algum dos auxílios que a universidade oferece.

A Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (Prae) é a entidade responsável pela gestão e acompanhamento das políticas institucionais voltadas à assistência estudantil. Ela é quem formula e executa as ações afirmativas que auxiliam os estudantes, como por exemplo, o fornecimento dos auxílios aos alunos.

De acordo com os dados oficiais fornecidos pela Prae, 1411 alunos foram contemplados pelo auxílio de inclusão digi-

tal, podendo ser um ou mais deles. A bolsa de acesso à internet é de R$ 70 mensais para a contratação de pacotes; o auxílio de aquisição de equipamento poderia ser de R$1500 ou R$800, para a compra ou aluguel de eletrônicos com acesso à internet. Os contemplados precisaram comprovar a renda per capita da família de até um salário mínimo e meio.

Quais são os auxílios e para quem são destinados?

A PRAE é a responsável pela elaboração de programas, ações e projetos voltados para a qualidade de vida da comunidade acadêmica, trabalha com o objetivo de amparar discentes em situação socioeconômicas, culturais e de aprendizagem desfavoráveis. Para isso, eles têm como fonte o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) e dispõem dos seguintes auxílios: • Auxílio Permanência: ajuda financeira no valor de 400 reais que tem como objetivo amparar os estudantes de graduação, contribuindo então para a permanência e conclusão do curso na universidade; • Auxílio Moradia: disponibilizado para alunos de baixa renda nos quais familiares residem fora município onde localiza-se a universidade/ campus; • Auxílio Emergencial: destinado à estudantes com dificuldades socioeconômicas e que possuam renda bruta menor que um salário mínimo e meio; • Auxílio Evento: recurso destinado à apoiar discentes na apresentação de seus trabalhos em eventos científicos, artísticos e de cunho cultural, além de eventos políticos-estudantis. O auxílio é válido somente no Brasil, seu valor consiste em passagem terrestre ida e volta para o local do evento; • Auxílio Material Pedagógico: é um suporte financeiro para alunos matriculados em cursos presenciais de graduação na UFMT, seu propósito é garantir a aquisição de materiais indispensáveis durante os períodos; • Programa de Acolhimento Imediato (PAI): para estudantes de outros municípios que necessitem de moradia de forma imediata e emergencial; • Programa Apoio à Inclusão: visa acompanhar e desenvolver ações que promovam a inclusão de estudantes deficientes, indígenas e quilombolas. Podem participar alunos devidamente matriculados e que tenham interesse em elaborar atividades inclusivas; • Auxílio Alimentação: para estudantes da graduação e pós-graduação, sendo disponibilizado de duas forma: - subsídio integral - alunos com vulnerabilidade socioeconomicas comprovadas não precisam pagar refeições pelo RU. - subsídio parcial - todos os outros acadêmicos têm acesso subsidiado ao restaurante universitário, pagando os seguintes valores: Café da manhã R$ 1, Almoço R$ 2,50 e Jantar R$ 2,50.

Com a pandemia do novo coronavírus que atingiu o mundo todo, as diligências da UFMT precisaram ajustar as ações de assistência estudantil, de acordo com os princípios e objetivos da Política de Assistência Estudantil. Assim, os estudantes em vulnerabilidade socioeconômica teriam acesso aos auxílios.

A crise econômica no Brasil se alastrou devido à pandemia. Muitos brasileiros perderam empregos e suas principais fontes de renda, por conta dos riscos à saúde que a covid-19 causa e que necessitam de um isolamento domiciliar de toda a população para conter o avanço, afetando a economia brasileira. Cientes do cenário brasileiro, a UFMT precisou pensar em novos auxílios para a permanência dos estudantes na instituição, pois com as aulas presenciais suspensas por tempo indeterminado, nem todos os alunos possuem acesso à internet ou equipamentos para assistir às aulas à distância.

Foi preciso então criar o auxílio de inclusão digital e o de caráter emergencial, como o adicional de alimentação, pois o recurso tradicional era subsidiado junto ao Restaurante Universitário, onde os alunos contemplados ganhavam bolsas com todas as refeições diárias fornecidas pelo RU. Mas, com a pandemia, o restaurante precisou ser fechado como medida de biossegurança para evitar aglomerações, deixando de atender 779 alunos bolsistas.

O auxílio de inclusão digital contemplou os estudantes matriculados em cursos presenciais, disponibilizando apoio financeiro para o acesso à internet e para a aquisição ou locação de equipamentos digitais, para a acessibilidade dos alunos às aulas.

Para 2021, segundo a dirigente da Prae, a professora Lisiane Pereira de Jesus, a UFMT está aguardando a aprovação da Lei Orçamentário Anual (LOA) para implementar a concessão de mais auxílios, mas são garantidos 2012 auxílios, sendo eles: permanência, moradia, alimentação e suplementar.

Em relação ao ano de 2020, é previsto uma redução de 22% nos repasses à instituição, sob um valor de R$ 10.089.215. Em contato com a assessoria, a UFMT declarou que está concluindo os estudos de aplicação dos recursos, para informar à comunidade interna e sociedade sobre os valores que serão destinados ao Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES).

Veja os totais de bolsas disponibilizadas em 2020:

ESTUDANTES BENEFICIADOS EM 2020

CAMPUS UNIVERSITÁRIO: CUIABÁ SINOP ARAGUAIA

AUX. PERMANÊNCIA: 741 167 200

AUX. MORADIA:

AUX. ALIMENTAÇÃO:

TOTAL: 242

189 103

61 122

44

VÁRZEA GRANDE

109

64

46

AUXÍLIOS EMERGENCIAIS

CAMPUS UNIVERSITÁRIO CUIABÁ SINOP

INCLUSÃO DIGITAL ACESSO À INTERNET 459 72

AQUISIÇÃO ACESSBILIDADE

LOCAÇÃO 25

458 1

71

ARAGUAIA

110

4

105

VÁRZEA GRANDE

51

1

54

TOTAL DE AUXILIADOS

1.217

531

340

2.088

TOTAL DE AUXILIADOS

692

31

688

O lado dos estudantes da universidade

Em entrevista ao “Sô Foca”, alguns estudantes de graduação da UFMT relataram de forma anônima sobre as dificuldades durante a permanência na instituição e os auxílios que recebem ou que foram cortados. Dos três entrevistados, todos relataram que o acesso às informações durante o processo para pedir os auxílios é falho e confuso, fora a demora para aprovação.

O estudante de economia precisou passar por duas análises para ter o processo aprovado na Prae e ainda entrou em fila de espera. “Foram cerca de dois anos até a aprovação, eu entrei na lista de espera no final de 2019, e só fui contemplado em maio de 2020” relata o aluno.

Para os estudantes, os auxílios são fundamentais para o pagamento das contas e subsistência, como é o caso do aluno de física, que durante a pandemia precisou retornar à cidade natal, mas não conseguiu ficar em casa com os pais devido aos desentendimentos.

“Eu fiquei sem um lugar para morar, visto que morava na casa do estudante e ela estava fechada, em isolamento. Fiquei na casa de amigos até ser contemplado com o auxílio moradia” disse o estudante que recebe os três auxílios, permanência, moradia e alimentação desde julho de 2018.

Já outra estudante de física, de 24 anos, não teve tanta sorte e acabou ficando sem os auxílios que eram fundamentais para sua subsistência. Ela recebia o auxílio permanência, alimentação e moradia desde o final de 2018, mas foram cortados na metade de 2020.

Além da dificuldade inicial em conseguir os auxílios por conta da burocracia e a demanda de diversos documentos e comprovações, a aluna chegou até a morar de favor em casa de desconhecidos e a fazer diversos trabalhos como freelancer, para se manter na faculdade em Cuiabá. Ela é de Porto Velho (RO) e mudou-se para a capital mato-grossense apenas para os estudos.

A aluna de física foi prejudicada pela falta de acesso à internet, pois como estava sem celular e computador durante a renovação dos auxílios em 2020, ela não conseguiu ir atrás do motivo pelo qual o dinheiro foi cortado, e no meio disso, ela ainda reprovou de algumas matérias e perdeu o direito.

“Foi uma pena, pois eu tinha como justificar esse semestre que bombei; tentei entrar com recurso quando consegui um celular, e enviei vários e-mails à Prae, mas nada foi feito. Acabei voltando a morar de favor, mas consegui me cadastrar em outros auxílios” relata a aluna.

Por fim, conseguiu ser contemplada pelo auxílio emergencial de alimentação e o de inclusão digital, podendo adquirir um celular para o auxílio aos estudos, e em 2021, recebeu um notebook disponibilizado pela UFMT para as aulas.

PRAE: acolhimento psicológico para alunos da UFMT

Com o surgimento da pandemia de Covid-19, no início de 2020, foi necessário estabelecer alguns cuidados emergenciais, tais como o distanciamento social, por consequência surgem as aulas de ensino à distância. Além de todas as preocupações sanitárias, a chegada do vírus ainda refletiu no emocional da população universitária. Em razão

Além dos auxílios financeiros, a PRAE da Universidade Federal de Mato Grosso tem oferecido auxílio psicológico. Foto: Secomm UFMT

Para os estudantes, os auxílios são fundamentais para o pagamento das contas e subsistência.

disso, a Pró-Reitoria de Assistência Estudantil reformulou o serviço de acolhimento psicológico aos alunos da graduação e pós-graduação, tornando-o online desde 25 de Março do mesmo ano.

No entanto, o ‘Sô Foca’ ouviu alguns alunos da universidade, que garantem que na prática o serviço deixa a desejar: “Não acredito que venha funcionando nesse momento de distanciamento, já que mesmo na modalidade presencial não dispunha de êxito na atuação. Conheço colegas que tiveram de usar toda a bolsa do auxílio permanência para pagar ajuda psicológica”, garante o aluno, que não deseja ser identificado. Já outro estudante, mesmo tendo dispensado o recurso, declara ter aprovado a iniciativa: “achei bem organizado, fui respondido rapidamente, mas acredito que deixaram a desejar na divulgação”.

Ao ser contatada, a psicóloga Leihge Roselle, uma das responsáveis pela elaboração do projeto, diz que não é possível comparar a modalidade presencial com a online, visto que elas não possuem a mesma estrutura, nem as mesmas demandas: “Algumas pessoas podem não ter se sentido acolhidas no presencial por conta da elaboração anterior, a proposta de trabalho era diferente. Nosso atendimento é uma forma de oferecer uma escuta qualificada, baseada nas ciências e técnicas psicológicas que visam uma orientação mais precisa. No online, podemos dizer que o projeto vem crescendo para outras demandas de acordo com a necessidade do estudante”.

A profissional ainda afirma que o objetivo do serviço ofertado ainda é pouco compreendido pela comunidade. “Nossa proposta não é atender no sentido clínico, mas promover saúde e condições para que o estudante possa vivenciar seu processo acadêmico”, explica.

O serviço de acolhimento e orientação psicológica funciona como forma de triagem, em que a universidade apresenta instituições nas quais o estudante possa receber atendimento adequado e a longo prazo. Com o surgimento da pandemia foram necessárias adaptações na estrutura do projeto, sendo reformulado de forma que pudesse atender as demandas próprias do período, como por exemplo as experiências e vivências do luto. Oficinas de administração do tempo e organização acadêmica também foram disponibilizadas aos alunos.

Para participar basta enviar uma solicitação para o email destinado ao seu campus:

Araguaia: SAE/Araguaia - servpsico.cua@ gmail.com;

Cuiabá: PRAE/UFMT - psipraeonline@gmail. com;

Sinop: SAE/Sinop - psicologiaufmtcus@gmail. com;

Várzea Grande: SAE/ VG - psicologiasaevg@ ufmt.br.

Artes, saúde mental e exercício físico:

A construção da maternidade no contexto da pandemia de Covid-19

O distanciamento social impôs desafios, mas também trouxe novas alternativas para a assistência a gestantes e puérperas. Por Camyla Rondonn e Raynna Nicolas

Mulheres participando do Ateliê Gestando Arte durante a pandemia. Foto: Katelyne Rocha.

Oprojeto “Ateliê Gestando Arte” surge em um contexto onde a maternidade que é, por si só, uma experiência solitária, se viu diante da pandemia de Covid-19 que trouxe consigo o isolamento social e o enfraquecimento das redes de apoio. Diante disso, uma equipe de doulas, artistas e uma psicóloga se propuseram a pensar maneiras de ultrapassar as barreiras impostas pelo coronavírus e oferecer auxílio às gestantes.

A iniciativa foi contemplada pela Lei de Emergência Cultural, a Aldir Blanc e buscou ser um alento para as mães dos bairros Jardim Imperial e Pedra 90, em Cuiabá, uma região que é considerada periférica. Além de fortalecer a rede de apoio às gestantes durante a pandemia, o objetivo era levar essas atividades a lugares que, mesmo antes da crise sanitária, possuíam menos acesso aos serviços e informações de assistência à gestante.

À princípio, as organizadoras do projeto apostavam em uma melhora na situação epidemiológica da Covid-19, mas se depararam com uma nova onda da doença, mais forte e devastadora, nos meses de março e abril de 2021, período que concentrava a maior parte das atividades do Ateliê.

“Aquilo que a gente imaginou lá no início do projeto é que iria melhorar com o tempo, que a gente ia conseguir ir lá nas USFs (Unidades de Saúde da Família) nos encontros com as gestantes, nos aproximar mais delas e aí a gente se viu em uma situação cada vez pior”, contou Ana Mathilde, idealizadora do projeto e presidente da Associação de Doulas de Mato Grosso (Adomato).

Já Ana Flávia Klippel, vice-presidente Adomato e também idealizadora do projeto relata que, diante da piora da pandemia, foi um desafio pensar em alternativas que pudessem contemplar as gestantes periféricas, cuja adesão estava baixa mesmo em relação aos pré-natais médicos.

“Uma coisa que me impactou foi como essas mães estavam também porque, mais do que nunca, elas estavam tendo dificuldade de acesso a muita coisa. Elas estão passando esse gestar totalmente sozinhas no meio desse medo, dessas angústias desse momento”, lamentou.

Segundo Ana, o comentário das enfermeiras e agentes de saúde era de que as gestantes estavam cada vez mais isoladas, sem frequentar sequer o pré-natal e muitas vezes com medo até de receber os profissionais de saúde em casa. Tudo isso dificultou a adesão dessas mu-

lheres ao projeto.

A perspectiva que as gestantes enfrentavam era de um universo de 1.890 grávidas infectadas e 33 mortas devido ao coronavírus em Mato Grosso, no período de um ano. Em contrapartida, para as idealizadoras do Ateliê Gestando Arte, os números só refletiam o quanto a rede de apoio era necessária. “Essa proposta vem pensando nesse borbulho de sensações e sentimentos da gravidez que, no contexto da pandemia, foi ainda mais intensificado, ainda mais sem ter um apoio. As próprias doulas tiveram que suspender as atividades. Então vem nessa proposta de criar uma comunidade para que a gente trocasse, conversasse. A gente até usava o slogan de maternidade em construção que é você ir gestando aquilo, não só o bebê, mas todas aquelas ideias sobre maternidade e através da arte dar vazão para isso”, explica Ane Mathilde.

Com esse objetivo, ao longo dos últimos dois meses, o projeto desenvolveu oficinas online de pintura, manualidades, modelagem, autorretrato e uma série de rodas de conversas com temas relacionados ao parto, aleitamento, puerperalidade e rede de apoio. Ana Flávia conta que muitas vezes o acesso das gestantes aos aparelhos adequados ou até mesmo à internet era restrito.

“Muitas [gestantes] têm dificuldade com o online e as que conseguem, às vezes não conseguem baixar o aplicativo e isso foi uma das coisas que impactou. Como a gente pode levar isso? Ser apoio nesse momento?”, pontuou.

Dentre as alternativas encontradas, a ponte por meio das agentes de saúde foi a principal. Contudo, o projeto também não mediu esforços para fazer parte da vida dessas gestantes, levando, inclusive, os materiais para as oficinas até a casa das participantes.

Além disso, o Ateliê contou ainda com a Roda de Escuta Terapêutica, conduzida pela psicóloga Thaisa Soares, que explica a atividade como um momento de reconhecimento da gestação.

“A proposta são atividades em grupo então também tem essa ideia de proporcionar um espaço em que elas possam se encontrar e acontecer essa troca de experiências, de poder acessar o que é comum em torno da maternidade, mas também aquilo que é singular, a experiência de cada uma delas”, ressalta a psicóloga.

Thaisa ainda acrescenta que, no contexto de

“A proposta são atividades em grupo, então também tem essa ideia de proporcionar um espaço em que elas possam se encontrar e acontecer essa troca de experiências”

Thaisa Soares, psicóloga

pandemia, as rodas de escuta estabelecem uma oportunidade de rede de apoio. “No nascimento, funda um bebê, mas também funda uma mãe e quem cuida desse bebê também precisa de cuidados”, diz.

Saúde mental

Se antes da pandemia a saúde mental durante a gestação era pouco explorada, na pandemia a adesão aos cuidados psicológicos na gravidez e puerpério também teve as dificuldades acentuadas. É o que explica a psicóloga Edileuza Silva, que, apesar de não participar diretamente do projeto “Ateliê Gestando Arte”, contribui com sua atuação profissional no caso em que é identificada a necessidade. “O que eu percebo hoje, na minha prática, é que essas mulheres estão muito mais reservadas, estão cada vez mais fechadas, elas com o bebê, estão ainda mais protetoras e isso tem efeitos, choram bastante, tem muito medo. A pandemia está travando a proximidade com a gestante, ela está sofrendo e os cuidados com a criança aumentaram”, pontua. Esses “efeitos”, segundo a psicóloga, transpassam a ansiedade, a insônia, os problemas com a autoimagem e com o relacionamento com os outros. “É um processo difícil e de potencial crise para muitas mulheres, então a ansiedade, insônia, problemas de relacionamento com o parceiro ou com a falta dele, com a família, lidar com o outro, com os palpites, os achismos e a visão do mundo. Isso também passa por um processo de deixar fluir essa coisa de ser mãe”, comenta. É nessa necessidade que insere o pré-natal psicológico, um acompanhamento ainda pouco difundido e que traz consigo a ideia de um atendimento voltado para maior humanização do processo gestacional.

O modelo pode ser um dos pontos de partida da mulher no reencontro consigo e no reconhecimento das novas experiências advindas da maternidade. Por isso, o pré-natal psicológico tem a potencialidade de prevenir o desenvolvimento da depressão pós-parto, uma doença que assola uma em cada quatro mães brasileiras, segundo estimativas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os sintomas mais comuns vão desde tristeza até alterações no apetite, apatia, exaustão e pensamentos de morte.

Para a psicóloga Edileuza, o principal desafio é fazer com que as gestantes tenham acesso à informação sobre a existência do acompanhamento especializado. “A gente cuida da mulher em todo o processo, inclusive no pós-parto. Mas o principal desafio é que elas não sabem que podem contar com isso. O que tem acontecido muito é uma parceria dos psicólogos que fazem esse trabalho com as doulas e que é ótimo, porque quando elas percebem que tem uma demanda que está além da capacidade delas, elas encaminham, é o

Karine no 8 mês de gestação praticando musculação. Foto: Arquivo pessoal/InstagramRocha.

que acontece muito comigo”, afirma.

Musculação durante a gravidez na pandemia

Se por um lado, na pandemia, com o estresse e ansiedade acentuados, as gestantes precisam de atenção à saúde mental, a saúde física também não deve ser negligenciada.

A revista americana ‘Molecular Biology’ em um estudo recente, mostrou que o exercício físico melhora as funções cerebrais envolvidas na depressão e reduz o processo inflamatório dos neurônios. Nos graus leve e moderado da doença, a atividade física pode reduzir significativamente a necessidade de remédios.

Karine Abido, 35, personal trainer, casada, é uma das mulheres que viveu na pele os efeitos de passar por uma gestação durante a pandemia, e os benefícios da atividade física. Karine decidiu engravidar no início de 2020 e logo nas primeiras tentativas o resultado positivo chegou.

A expectativa da personal trainer era de que a quarentena fosse breve e que logo tudo voltasse ao normal. Mas, de repente, Karine se viu de frente com um cenário onde tudo coexistia: As academias fechadas, as aulas online, o teste positivo de gravidez e de Covid-19 também. Foi nesse momento que as incertezas com o futuro tomaram seus pensamentos.

Nesse contexto, uma das atividades da qual Karine não abriu mão foi a musculação, atividade que realiza desde os 17 anos e participou de campeonatos de fisiculturismo. Pois para ela, treinar é igual respirar, mas devido à gravidez, os treinos, pesos e séries de exercícios foram adaptados.

Karine conta que seus alunos, além de outros frequentadores da academia e amigos em suas redes sociais, se espantaram com ela fazendo exercícios e “carregando” peso em plena gestação, o que para muitos não seria nada fácil. A profissional relata que com a experiência e hábito, realizar os exercícios era tranquilo até 38 semanas da gestação.

Segundo Karine, durante todo o período da gravidez não houve nenhuma intercorrência médica e a personal seguiu todo acompanhamento do pré-natal. Os olhares eram inevitáveis, uma grávida, treinando, em plena pandemia: “Que irresponsável”, assim era referida por alguns ao seu redor. Mas com o apoio do esposo em todas as situações, Karine se tranquilizava.

“As pessoas falam que ser mãe é inexplicável, e realmente, é muito amor, não tem como dizer com palavras, e está sendo sem dúvida, a maior e a melhor coisa que estou vivendo até hoje, não se compara”, afirma .

A pequena Luiza, nasceu com 39 semanas, de parto normal e 20 dias após o parto, Karine já voltou às atividades. Com a volta aos treinos, a rotina da mãe se alterou, agora é preciso um treino mais curto, e toda a assepsia ao retornar para casa, pois a saúde de ambas é essencial.

A personal também lembra que a atividade física durante a gestação e puerpério não tem a finalidade de performar o corpo, mas sim a manutenção da saúde. Ela ainda destaca que diversos estudos mostram os benefícios dos exercícios para a saúde física, mental e emocional, podendo, inclusive, prevenir em alguns casos a depressão pós parto.

Conheça melhor o projeto

clique aqui para entrar no site Ateliê Gestando Arte

Batalha da Alencastro:

O rap freestyle fora dos eixos

A Batalha da Alencastro faz o seu sexto aniversário durante a pandemia, mostrando o crescimento do freestyle mato-grossense

por Matheus Morais Silva e Karine Rodrigues Garcia de Arruda

Criado no final da década de 70, o movimento hip-hop se popularizou inicialmente nas periferias de Nova York e, gradativamente, foi se espalhando até se tornar o estilo musical mais popular da atualidade. O rap, um dos pilares do movimento, se tornou um dos principais meios dos jovens provenientes das camadas mais pobres da sociedade se manifestarem, usando suas rimas para protestar contra a violência, as injustiças e o racismo sofrido por eles, principalmente pelos negros. O rap chegou ao Brasil no final da década de 80, se espalhando pelas favelas e periferias do país e se tornando um dos estilos musicais mais populares entre os jovens brasileiros.

O freestyle é um estilo de improvisação proveniente do hip-hop, onde letras são recitadas sem assunto ou estrutura particular. O freestyle é parte fundamental das batalhas de rap, que consistem em dois ou mais MC’s (mestres de cerimônia) se enfrentando na frente do público, que decide quem é o vencedor no final.

No Brasil, elas vêm se popularizando muito graças à internet, que virou o principal meio de divulgação desses eventos pelo país todo. O Duelo de MC’s Nacional, ativo desde 2012, é a principal competição de MC’s do país, onde os melhores de cada estado se reúnem e batalham para decidir o novo campeão. Para participar, o MC precisa passar por várias etapas de classificação, sendo elas as pré-seletivas, onde a região de cada estado decide quem avançará para o próximo estágio, as seletivas estaduais, onde os melhores de cada região se enfrentam, podendo ter de 2 a 3 MC’s vitoriosos, e as eliminatórias de grupos, essas que são divididas em Sudeste, Sul, Centro-Oeste, Norte e Nordeste. O campeão e o vice-campeão de cada região são classificados para representar o seu estado no Duelo Nacional.

Em Mato-Grosso, o principal e mais influente evento é a Batalha da Alencastro, nome esse que surgiu da Praça Alencastro, onde o evento ocorre desde 2015. Nela surgiram os principais MC’s do estado como Caco MC e Havel, ambos campeões estaduais. A batalha, que reunia de 300 a 400 pessoas toda quinta-feira, está suspensa em sua versão presencial desde o surto da pandemia de Covid-19 no Brasil em 2020.

Criação da batalha

O freestyle em Mato-Grosso tem o seu pólo central na Capital, Cuiabá, seu ápice é a Batalha da Alencastro. Dega, fundador da batalha e CEO da marca FreeWorld CO. (FWFTR) mudou-se de Curitiba em 2015, com o sentimento de que a cultura do hip-hop precisava de mais representatividade na cidade. “Quando cheguei aqui em Cuiabá não existiam batalhas de MC’s. Existia o movimento Hip Hop, mas não estava presente na rua”, relembra.

Um dos principais motivos para a praça ser escolhida como o local fixo da batalha foi o tráfico e consumo de drogas que existia na área: “Na época achava que necessitava muito de uma intervenção cultural naquele espaço”, afirma.

Mesmo com as boas intenções, Dega sofreu muitas dificuldades nos primeiros meses do evento, principalmente com os moradores de classe média alta da região. Ele recorda que alguns não aceitavam o fato de jovens periféricos usarem os mesmos espaços que eles frequentavam. Em consequência disso, a polícia militar oprimia com frequência esses encontros, interrompendo diversas vezes, levando o organizador a tomar uma atitude direta em relação ao problema: “Na época, o que facilitou foi eu ir até os síndicos do prédio e dar uma aula rápida do que é a cultura hip-hop e o que são as batalhas de MC’s. E também eu ia toda semana na base da polícia conversar com o comandante, explicar pra ele que era algo social. Com o tempo foi melhorando a relação. Hoje em dia não existem mais esses conflitos com moradores e polícia”, explica.

Outra dificuldade nos primeiros anos foi a falta de MC’s participando das batalhas. Felipe Rodrigues, também conhecido como Havel, é campeão estadual de 2020 e afirma que o crescimento com o decorrer dos anos foi gigantesco: “Quando comecei a ‘colar’ mais no final de 2017, início de 2018 tinha que pedir pros MC’s batalharem. Tinha pouco público, agora a gurizada disputa a vaga”, lembra.

A solução de Dega para o problema foi começar a profissionalizar o evento para atrair mais público: “Depois de uns 3 meses eu consegui uma parceria com o espaço musical Toma, onde toda quinta-feira tinha uma estrutura de som com mic e caixas”. Além de incentivar o crescimento da cena do freestyle de Cuiabá, o fundador do evento também teve a preocupação de dar espaço para artistas autorais de hip-hop se apresentarem na praça:

“Começou a rolar pocket de artistas locais para ter um incentivo na parte autoral do rap, e isso causou um ‘boom’ muito grande no autoral. Não existiam eventos e locais para novos artistas se apresentarem, e esses espaços às quintas foi algo muito importante para a cena e para surgir uma nova geração de artistas locais”. Apesar do papel extremamente importante, Dega não foi a única razão do crescimento da cena de freestyle na cidade. Havel afirma que o movimento de batalhas cresceu absurdamente nos últimos anos, fato que ele atribui a divulgação dos eventos na internet, principalmente no Youtube. “Acho que foi uma onda nesses últimos anos e como a Alencastro é a referência daqui, foi a que mais sentiu esse aumento de público, tanto na internet quanto na rua”.

Até mesmo os fãs do evento e dos MC’s sentiram a diferença com o passar dos anos. Luilyan Luz, que acompanha a batalha desde 2017, comenta sobre o aumento de popularidade e como isso fortaleceu o movimento. “Eu lembro que às vezes quando eu saía da escola, tinha em torno de umas 20 a 30 pessoas. Depois chegou uma edição que deu 312 votos para decidir quem ganhava a batalha. Aumentou absurdamente o público que frequentava”, lembra.

Luilyan também comenta sobre as mudanças que o aumento de público acarretaram, assim como as precauções que os organizadores passaram a tomar. “Eu acho que deu uma organizada pela questão de responsabilidade, por que se acontecesse alguma coisa ruim durante a batalha, corria o risco dela ser fechada, ou da polícia cancelar

Público local acompanhando as batalhas antes da pandemia. Foto: reprodução Redes Sociais.

o evento. Então sempre os mestres de cerimônia que ficavam organizando pediam pra galera não fazer bagunça, não usar droga e bebida alcoólica, porque o motivo da gente estar ali era a cultura do rap, não pela muvuca”.

Aniversário da batalha

Após o surto da pandemia de Covid-19, as medidas preventivas do Ministério da Saúde e o Decreto 7.839 que suspendia aglomerações de mais de 100 pessoas em local aberto cessaram a Batalha da Alencastro por tempo indeterminado. O evento permaneceu em recesso pelo restante de 2020 e pelo começo de 2021, até que Dega e o restante dos organizadores decidiram celebrar o aniversário de 6 anos da

batalha em um evento transmitido ao vivo pelo Youtube.

Apesar do público reduzido, Dega não se lamenta pela forma que o evento foi realizado. “Desde que saiu o edital já imaginava que não ia rolar público. A certeza veio quando o governador assinou novas medidas. Na moral? Curti muito mais do jeito que foi saca? Mesmo sem o governador assinar as medidas acho que seria falta de empatia e responsabilidade reunir tantas pessoas assim”.

Para ele, as maiores dificuldades foram em relação à responsabilidade com a saúde dos participantes, que vieram de várias regiões diferentes do país. A organização tomou algumas medidas, como: organização reduzida para três pessoas, proibição de qualquer acompanhante ou espectador, distanciamento social, uso de máscara para todos, álcool em gel e álcool 70 para higienização de equipamentos e medição de temperatura.

O evento ocorreu em um sábado, dia 6 de março e contou com a presença de 27 pessoas. Dentre elas César MC (campeão nacional de 2017), Miliano (campeão nacional de 2018), Zen (fundador da Batalha do Museu) e diversos campeões estaduais de Mato-Grosso, Distrito Federal, Espírito Santo, São Paulo e Goiânia. Para Havel, atual campeão Mato-Grossense, foi uma honra batalhar contra esses MC’s renomados.

A comemoração contou com as batalhas, uma apresentação de César MC com participação do rapper VK MAC e uma apresentação de break dance por artistas regionais. Dega afirma ter se sentido muito orgulhoso com o resultado do evento, apesar das limitações que a pandemia trouxe. “Ver isso acontecendo no Mato-Grosso na BDA foi uma sensação incrível, ainda mais por eu ser fã do rap freestyle e vários dos meus ídolos estavam presentes saca?”, diz.

Havel, que foi campeão do aniversário e recebeu o prêmio pelas mãos do próprio César MC, também ficou satisfeito com o resultado. “Acho que todo mundo gostaria que fosse com público e seria ainda melhor, mas dadas as circunstâncias acho que foi o melhor que poderia ter sido”, declara.

O evento foi transmitido ao vivo desde às 14 horas até o encerramento, e as batalhas estão disponibilizadas para o público desde o dia 26 de março, no canal do Youtube.

A batalha com maior público, que aconteceu em Cuiabá, foi no evento “VemPraArena”em 2017, também organizado pela BDA, que contou aproximadamente com 5 mil pessoas

A cena do freestyle mato-grossense nacional

O famoso rap liberal, o freestyle. A letra canta-

Logo original da Batalha. Foto:reprodução Redes Sociais.

da, sem frases feitas, tudo improvisado, movido pela emoção do momento e duelando sobre qualquer assunto que esteja vagando a mente naquele instante.

As batalhas de rimas ganharam fama em Cuiabá depois que a Praça Alencastro foi definida como cena oficial da disputa. Criada em 2015, bastaram apenas dois anos e Mato Grosso já era representado na maior competição do país, o Duelo Nacional de MC’s.

A sigla MC, que faz parte do nome de alguns dos participantes, tem se popularizado e tem seu significado voltado para o mestre de cerimônias, ou seja, aquele que é responsável por entreter os convidados e muitas vezes comandar as festas. Além desses mestres, os duelos são complementados por danças e grafites, compondo definitivamente a cultura do hip-hop.

Em maio desse ano, o evento completou 6 anos na capital mato-grossense e diante da atual situação de pandemia, a comemoração aconteceu por meio de transmissão ao vivo no canal oficial, no YouTube. Foram 27 MC’s dos principais estados do Brasil, a participação ultrapassou o eixo Rio-São Paulo e trouxe batalhas recheadas dos estados de Minas Gerais, Brasília, Mato Grosso do Sul, Goiás, Espírito Santo e Belo Horizonte.

O canal da Batalha da Alencastro, no YouTube, conta com 3,49 mil inscritos e a comemoração do seu sexto aniversário trouxe a maior visualização de todos os tempos das batalhas, contou com quase quatro horas de show e 4,6 mil visualizações. A BDA acontece toda quinta-feira às 19 horas com a presença do Dega, fundador, e do Havel MC, atual campeão regional.

A BDA, mesmo com o surgimento relativamente novo, já fez muita história regional e nacional. O Dega, por exemplo, é o único MC da batalha a ganhar 4 edições seguidas, em 2018.

A edição de número 148, no mesmo ano, foi cancelada por luto à Marielle Franco. O mesmo ocorreu em 2019, na edição 213, cancelada por luto ao Gustavo Weizz.

O cenário feminino também é muito bem representado, a MC Pacha Ana é a mulher com mais títulos da história da BDA, somando quatro. Lizzy e RB8 também representam o Rap Feminino e cada uma tem uma folhinha.

Rafinha em 2017, na época com 9 anos de idade, foi o MC mais jovem a batalhar e devido a reforma da Praça Alencastro, durante dois anos, as disputas foram realizadas na Praça da República.

A edição realizada na véspera do feriado de Páscoa, além do objetivo principal do entretenimento, trouxe como princípio a solidariedade e fez com que as inscrições para batalhar fossem um ovo de páscoa ou um chocolate. As arrecadações foram doadas para moradores de rua e algumas famílias carentes.

Somando o Facebook, o Instagram e o YouTube, a batalha possui mais de 9 mil seguidores e todos os vídeos do canal totalizam mais de 145 mil visualizações.

A batalha com maior público, que aconteceu em Cuiabá foi no evento “VemPraArena” em 2017, também organizado pela BDA, que contou com aproximadamente 5 mil pessoas.

Todos os aniversários da Batalha da Alencastro foram realizados na Praça da República (vulgo praça de baixo) e a edição 235 foi a primeira na história de Mato Grosso a ser transmitida via Live no Instagram.

Devido a atual situação de pandemia, a última disputa presencial realizada antes da paralisação ocorreu no dia 12 de março de 2020. Ainda assim, mesmo com todos os componentes artísticos e culturais, faltam alguns degraus para serem conquistados e fazer com que o rap freestyle regional tenha maior peso no país, sendo visto com mais respeito, já que, a falta de incentivo por parte do estado sob a cultura do hip hop, do rap e do grafite separam os outros eixos como sendo favoritos, pelo fato de estarem ligados a esses fatores por mais tempo.

Pandemia faz preço de alimentos disparar

População carente é a que mais sofre com a alta dos preços por Pietra Buelli e Juliano Patrick

“Os preços dos alimentos no mercado nunca estiveram tão altos. Cada dia que passa eu preciso tirar alguma coisa do carrinho, porque o dinheiro não dá. Bolachas para as crianças precisei deixar de levar, assim como a carne.” A fala é da dona de casa, Denise Riger, 33, moradora de Jaciara (144 km de Cuiabá).

O relato de Denise, que está desempregada desde o início da pandemia, representa milhares de pessoas que sofrem com o aumento dos preços. Ela mantém os três filhos, Jeferson, 14, Rogério, 06, Everton, 02, dois deles na creche e um no ensino fundamental.

Em pouco mais de um ano da pandemia da covid-19, os brasileiros observaram que os preços dos alimentos subiram assustadoramente. Apesar da alta do preço não ser uma novidade, o tamanho do impacto dos aumentos é sentido de diferentes formas pelas famílias.

O valor elevado dos alimentos fica evidente, principalmente, nas gôndolas dos supermercados. A cesta básica em Mato Grosso custava em março de 2020, R$496,70. Um ano depois, em março de 2021, o valor chega a R$594,80. Esse aumento não foi acompanhado pelo salário mínimo, que de um ano para o outro, teve um reajuste de apenas R$ 55 reais, passando de R$ 1.045 em 2020, para R$ 1.100 em 2021. Os impactos são facilmente percebidos na qualidade de vida das pessoas.

A dona de casa também recebe a ajuda da igreja para se manter. “No local onde eu frequento, recebo cesta básica e verduras que contribuem muito no sustento familiar”, complementa.

A crise econômica no Brasil foi agravada pela crise sanitária imposta pelo coronavírus, em especial pela interrupção das atividades econômicas. Esses impactos são refletidos na economia familiar. Como pôde observar a recém formada educadora física, Larissa Pessoa, moradora de Dom Aquino (180 km de Cuiabá), que também está desempregada.

“Deixamos de consumir muitas coisas desde o começo da pandemia devido à alta dos preços e a falta de emprego, ou ainda quando compramos, é em pequenas quantidades. Chega a ser impossível comprar determinados alimentos, como a carne”, relata Larissa, 26, que tem uma filha pequena, e vive com a mãe e o padrasto.

Segundo aponta o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), 19 milhões de brasileiros passaram fome nos últimos meses do ano de 2020, enquanto mais da metade dos domicílios no país enfrentou algum grau de insegurança alimentar.

O preço dos alimentos foi afetado por alguns fatores, em especial, a inflação, que é medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). De acordo com a meta do Governo Federal, a inflação deveria ficar em 5,25%, no entanto, chegou a 6,10%, bem acima do estipulado.

Porém, essa alta no custo dos alimentos não foi ocasionada apenas pela inflação, conforme explica a economista Pamela Rodrigues Miranda. Para ela, é preciso considerar também o período de safra, entressafra e escassez, que gera aumentos pontuais e a lei da oferta e demanda dos produtos comercializados

Outro fator passível de alteração, são as variações cambiais, que estimulam a venda dos alimentos para o mercado externo, por ser algo mais atrativo ao agricultor brasileiro. A economista relata que “a inflação acontece de fato, quando o governo começa a imprimir moedas e disponibilizá-las, no entanto, sem ocorrer o aumento da produtividade”.

Um exemplo da aplicação de dinheiro na economia é o auxílio emergencial pago durante os meses de abril a dezembro de 2020, para 67,9 milhões de brasileiros. No total, o auxílio destinou R$ 294 bilhões em socorro a essas pessoas.

Denise contou que recebeu o Auxílio Emergencial do governo em 2020 e que usou para comprar mais comida. “Consegui comprar até mesmo a bolacha das crianças”. No entanto, a dona de casa não foi contemplada com

Inflação é sentida nas gôndolas dos supermercados. Foto: Pietra Buelli

O trabalhador matogrossense gasta mais de 50% do salário mínimo com alimentação básica

os novos pagamentos do auxílio em 2021.

Por outro lado, Larissa continua recebendo o auxílio desta nova remessa, e relata que tem sido um alívio. “Tem me ajudado muito neste período que estamos enfrentando”, finalizou.

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