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EDIÇÃO 2020/1 • JORNAL SÔFOCA

UNIVERSIDADE

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Ações de extensão da UFMT contribuem para o enfrentamento da Covid-19 em Mato Grosso No total, 133 projetos foram executados com o objetivo de amenizar os impactos da pandemia no estado Por Nayara Silva Chagas

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m 2020, o mundo foi surpreendido com uma das maiores crises sanitárias da sua história. A pandemia do coronavírus desestabilizou economias, escancarou crises políticas e expôs as vulnerabilidades sociais. Era impossível prever o impacto que um vírus, até então desconhecido pela comunidade científica, teria na vida e no cotidiano das pessoas. Em tempos de pandemia, uma esfera da sociedade emergiu como uma das mais essenciais no conhecimento do vírus e em seu enfrentamento. As universidades públicas vêm desenvolvendo um papel significativo, unindo e explorando seus três principais pilares: ensino, pesquisa e extensão. As contribuições perpassam a inovação científica e tecnológica, o apoio a comunidade e a promoção de informações verdadeiras e confiáveis. A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) também tem trabalhado nas diversas frentes de combate à pandemia no estado através dos projetos vinculados à Pró-Reitoria de Cultura, Extensão e Vivência (PROCEV). Apesar do momento exigir isolamento social e a suspensão das aulas presenciais, as atividades da universidade não pararam. Diversas ações de extensão foram desenvolvidas com o objetivo de contribuir com o cenário da pandemia em Mato Grosso. Segundo a coordenadora de extensão da UFMT, Sandra Jung de Mattos, as ações de extensão permitem estabelecer uma interação dialógica da comunidade acadêmica com a sociedade. “A extensão universitária é configurada pelo diálogo, pela troca de conhecimento, participação e contato com as questões

Ao total, mais de 80 mil litros de álcool em gel foram produzidos e doados pelo projeto Foto: Cedida pelo projeto

sociais. Ela fomenta também a formação cidadã dos estudantes, marcada e constituída pela vivência do seu conhecimento de modo profissional e interdisciplinar”, explica. Sandra lembra ainda que as atividades desenvolvidas pela UFMT nos projetos tiveram os cuidados em relação às regras de biossegurança e distanciamento social. “Todas as ações aconteceram se adaptando às normas da vigilância sanitária. As que puderam se adaptar contaram com a ajuda da tecnologia e aconteceram de maneira virtual, via telefone e as mais variadas formas para chegar o mais próximo possível das pessoas, principalmente com informações que pudessem ajudar as pessoas a se prevenir”. No ano de 2020, nos cinco campus da UFMT, 133 projetos foram executados voltados especificamente à crise sanitária da covid-19 no estado. Os enfoques desses projetos se concentraram em setores sociais importantes como a economia, política, cultura e o social. Abrangeram também

áreas do conhecimento como a saúde, tecnologia, produção e comunicação.

“Os projetos foram executados em parceria com várias instituições e organizações, públicas e privadas do estado” Com a chegada do vírus no Brasil, a alta procura por insumos básicos de assepsia, como o álcool em gel e o álcool 70%, provocou um desabastecimento geral nos estados, inclusive em hospitais que já tratavam pacientes de covid-19. Diante da urgência, surgiu o projeto de extensão “Produção de álcool-gel desinfetante na UFMT para enfrentamento da pandemia de Covid-19”,

idealizado pelo departamento de Química da UFMT campus Cuiabá. Segundo o professor responsável pelo projeto, Ailton José Terezo, a ideia das formulações de preparo de álcool em gel surgiu através de uma parceria. “Já estávamos trabalhando no laboratório da Central Analítica de Combustíveis localizado na UFMT, na análise de qualidade de mais de 300 mil litros de álcool líquido 70%, que seriam doados por meio de uma parceria entre o governo do estado e de usinas associadas ao Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado de Mato Grosso (Sindalcool)”. A proposta do governo era trabalhar o álcool da doação para produzir também a sua versão em gel, mas as matérias primas e o maquinário não eram suficientes. Terezo explica que, a partir da ideia, se organizou para que o projeto pudesse acontecer por meio da universidade. “O processo de preparo do álcool em gel exigia outra formulação, não era possível produzir a partir do

álcool da doação. Então, resolvemos por meio da Pró-Reitoria de Planejamento (Proplan) da UFMT submeter um pedido de recurso financeiro ao Ministério da Educação e da Cultura (MEC). Neste pedido, fizemos a previsão de produzir 50 mil litros no período de sete meses”, conta. A organização da produção começou com o planejamento e previsão financeira da aquisição de maquinários, insumos e equipamentos de controle de qualidade. Para que tudo acontecesse, o projeto contou também com o apoio da sociedade civil, que por meio de doações fomentaram o aumento da produção. “Com a alta exponencial dos casos no estado, o país já estava todo desabastecido, empresários e gestores públicos se solidarizaram com o projeto e fizeram a doação de maquinários e equipamentos para que a produção atendesse a demanda do estado”, explica o professor. Com a união da sociedade, o professor conta que o projeto precisou enfrentar ainda outros desafios. “A Universidade como instituição, não tinha instrumento para comprar o álcool etílico direto das usinas, que só era vendido à distribuidores. Também tivemos dificuldades na compra de insumos poliméricos, utilizados para dar a consistência de gel ao álcool, com a pandemia tudo estava muito escasso nos mercados e nas indústrias do mundo inteiro”. Apesar das dificuldades, as doações fizeram do projeto um dos principais produtores de álcool em gel da região. Com a produção em larga escala, o projeto precisou ser remanejado para o Centro Olímpico de Treinamento (COT) da UFMT, o


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