Todo solidario 643

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IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO No 9912233178 ECT/DR/RS FUNDAÇÃO PRODEO DE COMUNICAÇÃO CORREIOS

Ano XIX - Edição N o 643 - R$ 2,00

Porto Alegre, outubro de 2013 - 1a quinzena

Só o diálogo é capaz de semear a paz

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oda guerra é injusta. As cenas de horror, violência e morte de milhares de inocentes nos conflitos na Síria expõem a ilimitada capacidade de crueldade, ódio e vingança do ser humano. E põem o mundo sob tensão com graves riscos de uma guerra entre nações. Só existe um único contraveneno para a belicosidade cada vez mais exacerbada no mundo atual: o diálogo. E nisso, o Papa Francisco tem sido um sinal profético de uma instituição a serviço da paz. Páginas 2 (Editorial) e centrais http://rr.sapo.pt/

Dom Luciano Mendes de Almeida: exemplo de paz

"Dom Luciano nunca abriu mão da compreensão e do diálogo, seja na política, no encontro com as pessoas e em todos os aspectos fundamentais. Nunca optava por uma definição prévia e categórica: preferia ouvir primeiro o outro, para só então tomar uma decisão". É o que afirma Lúcio Marques, co-organizador do livro “Dizer do Testemunho”, que reúne artigos escritos na Folha de S. Paulo entre 1984 e 2006, ano de sua morte em 27 de agosto. "Para a nossa arquidiocese e para aqueles que o conheceram, Dom Luciano deixou dois legados maravilhosos: enquanto religioso, ser um pastor. E, como cidadão, foi alguém que sempre lutou pelos direitos da pessoa e da sociedade. Lembro de uma cena quando um jovem foi surpreendido pela polícia depois de cometer um pequeno furto em uma loja de Mariana. Dom Luciano chegou logo após dele ter sido baleado, pegou nos braços do rapaz e perguntou: "O que você fez, meu filho?". Ele era alguém que acredita na dignidade da pessoa, mas que não tinha um olhar ingênuo. Olhava para aquele que sofria, que precisava de socorro", informou o autor do livro, padre da Arquidiocese de Mariana, em entrevista para o IHU On-Line.

Por que é difícil dizer não às drogas Página 3

A vida moderna e os seus desafios Página 5

Contra as armas, só o diálogo

O ódio é a tristeza acompanhada da ideia de uma causa exterior

Baruch Espinoza

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RTIGOS

Voz do Pastor Dom Dadeus Grings

Editorial

Arcebispo Metropolitano de P. Alegre

Francisco, o diferente

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s testemunhos são eloquentes e vêm de todos os lados, vêm de milhões de mulheres e homens, de jovens e idosos, de crianças e adolescentes: o Papa Francisco é “diferente”. O que esse “diferente” quer dizer, as pessoas não conseguem expressar ou explicar. A intuição nos leva a crer que Francisco quer que a Igreja que dirige seja um sinal profético de uma instituição a serviço da paz. E propõe, pela palavra e pelo exemplo, que todas as mulheres e homens de boa vontade assumam um compromisso sério e irrecusável com a paz, na luta constante pela paz, na oração confiante pela paz, com a denúncia forte e clara de tudo e todos que atentam contra a paz. Francisco sabe e todos sabemos, ou, pelo menos, intuímos: ou nos tornamos todos promotores decididos da paz, ou nossa sociedade caminha, inexoravelmente, para um tempo onde vai imperar a lei do mais forte e do mais violento, o império da retaliação, do olho por olho, dente por dente. E nossa terra se tornaria uma casa inabitável e o mundo tomaria o rumo perigoso da destruição. A afirmação deste quadro pode parecer apocalíptica, mas quando olhamos para o mundo à nossa volta, sentimos que a violência já impera, seja no grande mundo das políticas internacionais, com a ameaça de mais guerras, mais destruição, mais mortes indiscriminadas, seja muito perto de nós, na violência de todo tipo na sociedade, nos campos esportivos, nas relações de trabalho, na intolerância religiosa, nas verdadeiras “guerras” familiares! O que está acontecendo conosco que estamos desaprendendo a conviver pacificamente, a acolher-nos como iguais, a nos querermos bem, a desejar-nos sucesso uns aos outros, a alegrar-nos com quem se alegra, a chorar com quem chora!? Aqui podemos citar Dom Irineu/Padre Alfredo Gonçalves: “Bemaventurados os que buscam a paz (...) porque sabem que o caminho da guerra só faz crescer a espiral daninha (e mortífera) da violência”. O jornalista Adriano Eli, editor das páginas centrais do Solidario, recupera um pensamento do Papa Francisco na chegada ao Brasil em julho último e enfatiza: "Não trago nem ouro nem prata. Vim trazer Jesus Cristo". Ao desfilar em carro humilde, com janelas abertas para o aperto de mão, o Papa aponta para a necessidade de uma conversão de mentes e corações que permite deixar aberta também a janela de seus corações para o outro, para o próximo, para a vida, em que não haja muros, nem cercas. Utopia? Talvez. Mas somente este sonho... esta utopia permite apontar e crer num mundo melhor ainda possível. (attilio@livrariareus.com.br)

Fundação Pro Deo de Comunicação CNPJ: 74871807/0001-36

Conselho Deliberativo

Presidente: Agenor Casaril Vice-presidente: Jorge La Rosa Secretário: Marcos Antônio Miola

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Voluntários Diretoria Executiva

Diretor Executivo: Adriano Eli Vice-Diretor: Martha d’Azevedo Diretores Adjuntos: Carmelita Marroni Abruzzi, Elisabeth Orofino e Ir. Erinida Gheller Secretário: Elói Luiz Claro Tesoureiro: Décio Abruzzi Assistente Eclesiástico: Pe.Attílio Hartmann sj

As reformas brasileiras

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m 2003, lancei a Cartilha das Reformas Brasileiras, com 21 itens a serem debatidos. Coloquei-os no contexto de uma conversão, tendo o realismo como critério. De lá para cá, surgiram novos problemas, que também solicitam reformas. Temos no Brasil amplos recursos, tanto acadêmicos – como universidades, que estudam a problemática nacional – como também meios de comunicação, que palmilham o País inteiro, apontando diariamente as lacunas e os sofrimento da população; temos o enorme aparato dos advogados que se defrontam com inúmeros problemas; temos as Forças Armadas, que, mais que ninguém, conhecem a situação brasileira e estão empenhadas na sua solução; temos médicos, dentistas e enfermeiros empenhados na promoção da saúde; temos os empresários dedicados à promoção do progresso; temos o clero, em permanente contato com o povo...

Todos devem ser ouvidos para a construção de um Brasil mais justo, fraterno e próspero. Não basta um plebiscito que responda pelo sim e pelo não. É preciso ir à realidade e examinar, objetivamente, os fatos e a situação concreta. Todos os cidadãos, num regime democrático, devem ser ouvidos. Têm algo a dizer no que lhes diz respeito. A manifestação das ruas levantou a voz para ser ouvida. Entre as reformas mais urgentes está a revisão do pacto federativo. É que nosso país está organizado às avessas. Isto ocasiona corrupção e malversação do dinheiro público, bem como conchavos desligados do povo. Concentra tudo na União, deixando os estados e municípios à mingua, tanto no que se refere aos recursos como às decisões. O princípio de subsidiariedade exige a inversão deste sistema para não implodir. A base está no município. É ali que se promove a verdadeira democracia. Ele arca com o maior ônus da promoção do bem comum. Ali se realiza a política da saúde, da educação, dos transportes, do abastecimento, da urbanização... É para lá que devem confluir os recursos financeiros. É preciso descentralizar a economia e as decisões, invertendo o pacto federativo, dando prioridade aos municípios. Vem só depois o Estado e, por fim, a União. Vem, depois, a questão do Senado federal. Trata-se de uma instituição

Conselho Editorial

Presidente: Carlos Adamatti Membros: Paulo Vellinho, Luiz Osvaldo Leite, Renita Allgayer, Beatriz Adamatti e Ângelo Orofino

Diretor-Editor Attílio Hartmann - Reg. 8608 DRT/RS Editora Adjunta Martha d’Azevedo

antidemocrática, desde o surgimento da bicameralidade. Constitui a reação dos nobres frente aos plebeus, na Inglaterra, e se estendeu aos países que imitaram este sistema da nobreza. Além de altamente dispendiosa, não tem sentido numa democracia, que se baseia no povo e não mais na nobreza. Os recursos que lhe são destinados resolveriam muitos problemas cruciais e desonerariam o enorme peso dos impostos. Além disso, é urgente devolver a administração da Justiça ao povo, com eleição direta dos juízes e desembargadores, para acabar com o que se classificou como esquizofrenia do Judiciário. Por tudo o que se noticiou, nos últimos anos, ou o Brasil reforma o Judiciário ou o Judiciário acaba com a democracia no Brasil. Vem, depois, o problema dos salários, como chave da questão social. Além do salário-mínimo, é preciso estabelecer também um máximo, para superar as enormes desigualdades sociais. O ideal aponta para a proporção de um a dez. Junto, se coloca a questão da aposentadoria, que elimine a discriminação entre cidadãos e funcionários públicos. Não se pode esquecer a questão dos sindicatos, tornados hoje verdadeiras parasitas da sociedade, nos quais poucos se perpetuam nos cargos e onde não existe controle nem fiscalização dos recursos que lhes são destinados.

Redação Jorn. Luiz Carlos Vaz - Reg. 2255 DRT/RS Jorn. Adriano Eli - Reg. 3355 DRT/RS

Revisão Ronald Forster e Pedro M. Schneider (voluntários) Administração Elisabete Lopes de Souza e Norma Regina Franco Lopes Impressão Gazeta do Sul

Rua Duque de Caxias, 805 Centro – CEP 90010-282 Porto Alegre/RS Fone: (51) 3093.3029 – E-mail: solidario@portoweb.com.br Conceitos emitidos por nossos colaboradores são de sua inteira responsabilidade, não expressando necessariamente a opinião deste jornal.


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AMÍLIA &

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OCIEDADE

Por que é difícil dizer não às drogas Quem usa drogas pela primeira vez não vê os amigos se acabando nas sarjetas e não acredita que vai ser um viciado As campanhas contra o uso de drogas e a exibição na televisão do efeito devastador que elas têm sobre a vida dos viciados deveriam ser suficientes para riscar esse mal da superfície do planeta. Não é o que acontece. Num desafio ao bom senso, um número enorme de adolescentes continua dizendo sim às drogas. Pesquisa recente mostrou que um em cada quatro estudantes do ensino fundamental e médio da rede pública brasileira já experimentou algum tipo de droga, além do cigarro e das bebidas alcoólicas. A idade do primeiro contato com esse tipo de substância caiu dos 14 para os 11 anos em uma década. Tais dados sinalizam um futuro bem ruim. Quanto mais cedo se experimenta uma droga, maiores são os riscos de se tornar viciado. As pesquisas também revelam que a maioria dos jovens sabe que as drogas podem se transformar num problema sério. Mas isso não basta para mantê-los longe de um baseado ou de um papelote de cocaína.

Por que é assim?

É claro que quem experimenta pela primeira vez não deseja virar viciado. Um estudo do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas da Universidade de São Paulo (Grea) diz que a curiosidade é a motivação que leva nove em cada dez jovens a consumir drogas pela primeira vez. Em seguida, vem o desejo de se integrar a algum grupo de amigos. No momento da iniciação das drogas, o adolescente não vê os amigos morrendo, sendo pressionados por traficantes. ou se acabando nas sarjetas. Também é difícil perceber a importância que a droga pode assumir em sua vida no futuro. A maioria das drogas só provoca dependência depois de algum tempo de uso. Ou seja, quem entra nessa só percebe tarde demais que está num caminho sem volta. Apenas uma parcela dos usuários se torna dependente grave, do tipo que aparece nas novelas de TV. Apostar nesse argumento para usar drogas é uma loteria perigosíssima, porque ninguém sabe ao certo se vai virar viciado ou não.

www.vidasemdrogas.org

Há alguns fatores que contribuem para que um jovem tenha maiores probabilidades de se viciar

O primeiro é genético. Já se provou que pessoas com histórico familiar de alcoolismo ou algum outro vício correm maiores riscos de também ser dependentes. Os demais estão relacionados com a personalidade. Adolescentes tímidos, ansiosos por algum tipo de reconhecimento entre os amigos, apresentam maior comportamento de risco para a dependência. Eles acreditam que as drogas os ajudarão a ser mais populares entre os colegas ou que serão uma boa maneira de vencer a travação na hora de se declarar e namorar, tarefa sempre complicada para quem é introvertido. Jovens inseguros, que sofrem de depressão ou ansiedade, costumam procurar as drogas como alívio para seus problemas. É ainda uma forma de mostrar aos pais que algo não vai bem com eles ou com a vida familiar. No extremo oposto, aqueles que parecem não ter medo de nada e que buscam todo tipo de emoções também correm grande risco de se envolver com drogas. O melhor jeito de dizer não às drogas é entender que ninguém precisa ser igual ao amigo ou repetir padrões de comportamento para ser aceito no grupo. É por isso que a prevenção em casa funciona melhor que os anúncios do governo. "Dá para fazer uma boa campanha doméstica sem falar necessariamente em droga", diz o psiquiatra Sérgio Dario Seibel, de São Paulo. Em outras palavras: é natural o adolescente repelir reprimendas e conversas formais sobre esse assunto. Imediatamente fecha a cara e os ouvidos a quem lhe diz em tom grave: "Precisamos conversar sobre drogas", seja o pai, a mãe, seja o governo ou qualquer instituição. A situação ainda é pior quando o pai bebe todo dia sob o pretexto de relaxar ou quando está nervoso e deprimido. Ele pode passar para o filho a idéia de que a bebida é um poderoso aliado para enfrentar obstáculos. A mãe que toma comprimidos para dormir também está dando ao filho a falsa ideia de que as substâncias químicas garantem a felicidade. Daí a ele achar natural usar drogas é apenas um passo. Publicado pela “ONG Conexão Jovem”


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PINIÃO

Dignidade médica

Fala, Senhor! Antônio Mesquita Galvão

Marcial Carlos Ribeiro

Escritor

Médico, instituidor da Fundação de Estudos das Doenças do Fígado*

u sempre costumo dizer em meus escritos e falas, que os cristãos sabem muito pouco de oração. Sabemos rezar, mas uma boa parte de nós não sabe orar. Como temos uma coletânea de orações que aprendemos desde a infância, ficamos presos à recitação decorada desses textos, atropelando as palavras como um narrador de futebol, sem dialogar com Deus, chegando à distração e ao esquecimento.

reciso escrever. Sou um médico de 72 anos, formado em 1965. Exerci a minha profissão com honra e dignidade. Posso dizer que venci a travessia, embora em todo o tempo a navegação de ondas agitadas tenha sido difícil, espinhosa, com a sensação, por vezes, de que os vencedores seriam os outros. Hoje, estou envergonhado pelos caminhos que estamos sendo obrigados a trilhar, sujeitos ao descrédito de nossa população.

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Diferente de rezar (repetir), orar é conversar (dialogar) com Deus. Um místico medieval afirmou que orar é conversar com Deus, amando-o e escutando-o. Quando nossa espiritualidade dilata devidamente nosso coração e nossa inteligência, aprendemos a, no silêncio da oração, escutar o que Deus quer nos dizer. Muitas vezes o Senhor quer dizer algo ao nosso coração, mas nosso palavreado não nos permite escutar o que Ele tem para nos falar. Sob esse aspecto, Jesus nos adverte que não se deve pensar que é pela repetição de palavras, como fazem os pagãos, que seremos ouvidos pelo Pai (cf. Mt 6,7). Na oração, como em tantas coisas da vida, vale mais a qualidade do que a quantidade. Samuel era um menino judeu, que foi entregue por seus pais ao sacerdote Eli para que se tornasse um servidor no templo de Javé. Uma noite, depois de ouvir mais de uma vez seu nome ser chamado, ele respondeu: “Fala, Senhor, teu servo escuta!” (cf 1Sm 3,10). Deus não fala conosco no barulho, mas espera que nosso coração se acalme para, no silêncio, fazer ouvir a sua voz. Orar é falar com Deus, mas também é ouvi-Lo. Conheço uma pessoa que, antes de dormir, faz suas orações simples, rápidas e sucintas, e logo adormece. Na madrugada, Deus o acorda para conversar com ele. É a hora da grande, espontânea e profunda oração. Você já notou que muitas vezes, sem qualquer explicação e sem motivo aparente, perdemos o sono no meio da noite? É Deus que quer conversar conosco, e aproveita o silêncio e o escuro do quarto para falar ao nosso coração. O curioso é que essa pessoa é despertada, mais ou menos à mesma hora todas as noites. Ora, quem acorda e começa a ruminar todos os fatos do dia, repassando a agenda do dia seguinte, não vai conseguir escutar a voz de Deus. Os especialistas em oração (Santos Afonso, Agostinho e Bernardo, mais os teólogos Jacques Loew e Anselmo Grün) costumam recomendar que se procure, para a eficácia desse encontro, entrar em “espírito de oração”, esvaziando-nos de tudo que possa nos distrair, para criar um grande espaço interior, onde o Infinito possa penetrar e nos tomar em seu abraço. Se não preenchemos nossos momentos de silêncio e solidão para escutar Deus, caímos no perigo de nossa mente ser conduzida e manipulada pelo adversário. Sempre que nos abrimos, no “espírito de oração” é salutar clamar, como fez o jovem Samuel: Fala, Senhor, teu servo escuta!

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O que estão fazendo com nossa profissão não tem adjetivos. Procuram nos culpar por todos os desleixos de governos que deram pouca ou nenhuma atenção à saúde. Agora estamos em perigo, ainda mais se não conseguirmos dosar as nossas atitudes. Precisamos nos concentrar em nossos direitos para buscar, de forma racional, as soluções para reconquistar nossa dignidade e, principalmente, o respeito da população. Não será exercendo o direito de greve ou realizando protestos isolados que vamos readquirir a credibilidade pública. Sob os aspectos de legalidade, deixemos a palavra para os órgãos competentes, entre eles o Tribunal de Contas e o Ministério Público do Trabalho. Não podemos aceitar que essas imposições sejam definitivas. Não será agora, com decretos presidenciais e com referendos dos parlamentares, que nos intimidarão a desistir de querer a nossa profissão como a enunciada por Hipócrates: em defesa do ser humano e nos constituindo como uma das mais nobres profissões. Além disso, não será com agressões de qualquer natureza aos médicos de outros países que seremos respeitados e valorizados. Que culpa eles têm? Nenhuma! Se estão preparados ou não, e se estão sendo admitidos sem respeitar provas como o Revalida, não lhes cabe culpa. É imposição governamental. Nossas entidades representativas tentaram evitar essas discrepâncias, se faltou empenho, vamos exigilos para atitudes que nos unam. Dizer que não haveria falta de profissionais e que a saúde chegaria aos mais distintos rincões se lá houvesse estrutura para atendimento decente, com segurança, é uma afirmação de conhecimento nacional. Os médicos brasileiros não podem ficar imóveis e precisam propor soluções amplas e profundas, que vão muito além da falta de estrutura para o atendimento. Precisamos pensar urgentemente na criação

efetiva da carreira de estado para a Medicina. Ela pode seguir os mesmos moldes adotados para juízes e promotores. Médicos em início de carreira seriam encaminhados para regiões mais distantes e na medida em que forem evoluindo profissionalmente, se aproximariam dos centros maiores. Tenho certeza que os jovens médicos ficariam encantados com a possibilidade de promoção pelo mérito e pela experiência adquirida. Isso faria, também, com que eles buscassem constantemente o aprimoramento técnico. Ou seja, não existiria outra possibilidade para o crescimento profissional que não seja a conquista do direito de exercemos a nossa vocação. Cabe a nós, médicos, o dever de escutar fielmente os pacientes, dando a eles o tempo necessário para nos induzir ao diagnóstico e prescrever os exames inerentes para cumprir o tal objetivo. Nós temos que respeitar as conquistas tecnológicas, utilizando-as para o bem do paciente. Nós prescrevemos medicamentos baseados em evidências científicas. Nós acompanhamos, também, os pacientes nas horas de tristeza, dificuldades e sofrimentos. Infelizmente, em alguns casos temos que conceder à família o atestado de óbito. Sobre esses aspectos reais e fundamentais da medicina não vi muitos comentários nos últimos dias. Os médicos não podem ser substituídos, pois a medicina é uma vocação que não se impõe e que não se modifica por leis e medidas provisórias. Cumprindo o nosso papel social, somos insubstituíveis. Todo esse barulho precisa servir como um estímulo para que os médicos brasileiros exerçam a profissão com qualidade e determinação. *O autor é também comendador da Ordem do Mérito Médico Nacional pela Presidência da República e diretor superintendente dos Hospitais São Vicente – FUNEF (Curitiba)

Guarda compartilhada dos filhos Luciane Faraco

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Advogada, especialista em Direito Civil*

maioria dos processos que envolvem o direito de família tem na regularização da guarda dos filhos em comum o principal entrave. Isso porque a separação dos pais traz como consequência a discussão sobre quem deve permanecer com quem.

Muitos acreditam que a guarda compartilhada seja a melhor forma de resolver este impasse, porém, antes de adotála, é preciso conhecer bem suas vantagens e desvantagens. A guarda compartilhada é garantida em nosso Código Civil no artigo 1.583, sendo definida como “a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto”. Primeiramente, vale lembrar que a vida em família é um direito garantido em nossa Constituição Federal , tanto que o convívio familiar é considerado o local onde recebemos os preceitos básicos da vida tais como formação moral, social, ética e até mesmo religiosa. A guarda compartilhada busca exatamente isto, valorizar o convívio do filho com seu pai e sua mãe apesar da ruptura conjugal. O fato dos pais estarem separados não pode significar a exclusão ao direito de convivência da criança com ambos os genitores. A guarda compartilhada reforçou a ideia de que tanto o pai quanto a mãe devem estar presentes na educação dos filhos, exercendo conjuntamente esse direito. Apesar da possibilidade legal de dividir a guarda do filho, ainda é comum a criança permanecer sob a responsabilidade de apenas um genitor após a separação. Isso, infelizmente, acaba gerando para o cônjuge que não detém a guarda uma participação praticamente mínima na vida do filho. A guarda compartilhada vem a ser uma espécie de ampliação ao direito de visitas, onde a convivência com o filho se intensifica,

colocando os pais no mesmo nível decisório. Visto as vantagens trazidas por este instituto, é preciso ter em mente as dificuldades para adoção deste sistema. A guarda compartilhada somente poderá ser aplicada se existir harmonia entre os pais no que tange ao bem estar da criança, sem considerá-la como sua posse. Situação raramente encontrada no dia a dia, já que rusgas e desgastes passados acabam influenciando direta ou indiretamente na maneira como o ex-casal controla o tempo passado com o filho, o usando inclusive como meio de atingir o antigo companheiro. Outra dificuldade relacionada à guarda compartilhada é a inexistência de dias e horários programados para as visitas, bem como o fato de um dos pais passar a morar em cidade diferente após o término do relacionamento. Ao compartilharem a guarda, pai e mãe devem ter contato diário com a criança e participar igualmente do seu cotidiano. Antes de optar pela guarda compartilhada é preciso estar ciente de que é fundamental existir entendimento entre os envolvidos. Caso contrário, trará ainda mais desgaste para uma relação rompida e deteriorada. A guarda compartilhada foi uma inovação útil que confirmou a participação dos genitores na criação dos filhos, ainda que não convivam sobre o mesmo teto. *A autora exerce encargo de curadora especial e Inventariante dativa nas Varas de Família de Porto Alegre desde 1999


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DUCAÇÃO &

SICOLOGIA

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Queixar-se ou agradecer? Jorge La Rosa Professor universitário, doutor em Psicologia

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vida moderna ou pós-moderna enfrenta inúmeros desafios e não são poucas as tensões que vivenciamos no dia a dia. O trabalho, o risco de perder o emprego ou a competição que se enfrenta no ambiente; o custo de vida e a mídia despertando falsas necessidades; o deslocamento nas grandes cidades e o que isso representa em termos de tempo, e, em muitas ocasiões, de exposição à violência; enfim, dificilmente alguém não se sentirá estressado ao final de uma jornada ou de uma semana de labor. Divulgação (imagem modificada eletronicamente)

Não seria demais, portanto, que alguém reclamasse de tantas exigências e tensões. A vida no século passado era mais pacata. Menos exigências, menos correrias. É verdade que a medicina progrediu e a longevidade aumentou; maior conforto adentrou nossos lares; as possibilidades de conhecimento se ampliaram. Houve muitos ganhos! Não são poucas as pessoas que decidem viver em cidades do interior, já que sua situação lhes permite. Mas a maioria continuará nos grandes centros; a urbanização é irreversível; as possibilidades de trabalho aí são maiores.

O que fazer?

Deixar-se levar simplesmente pelas circunstâncias? Padecer os males da vida moderna, acreditando que são inexoráveis? Ou intervir? Há apelos ou falsas necessidades que podem ser analisadas pelo grupo familiar. Os filhos precisarão ter o último modelo de iPhone ou iPad? A família necessita trocar o carro com frequência? Precisa do refrigerador de última geração? Com análise e bom senso, pode-se frear a sede de consumo generalizado gestado pela mídia; optar pela sensatez, resguardando a saúde psicológica do grupo familiar. Outro aspecto são as tensões pessoais, frustrações e estresses cotidianos. Temos, certamente, motivos e inúmeros para queixas e reclamações: dos meios de transporte, dos serviços de saúde, da educação, da segurança, de uma distribuição muitas vezes injusta de bens e serviços, da justiça acessível aos ricos, não aos pobres; enfim, motivos não faltam. Precisamos nos engajar, organizar em diversos níveis e instâncias para que esses problemas sejam resolvidos, reivindicações atendidas.

A busca do equilíbrio Diante dessas tensões e frustrações precisamos também equilibrar-nos. Haverá diversas estratégias e caminhos, mas há um potencialmente utilizável: a reflexão ou meditação. Quinze minutos diários de recolhimento, pensar nas coisas boas que aconteceram e acontecem em minha vida; nos dons que recebi do Criador e que preciso trabalhar para que produzam seus frutos; no amor de Deus que se desvela por mim e deseja o meu bem muito mais do que eu próprio; na sua providência, que vela pela minha vida; na minha esposa/ esposo que me acompanha com seu afeto e dedicação; nos amigos que me proporcionam momentos de alegre convívio; na casa que desfruto com meus familiares; no trabalho que me proporciona o pão de cada dia; com o qual sirvo a comunidade; na saúde que usufruo; nos olhos que contemplam o colorido das flores; nos ouvidos que permitem ouvir a música preferida. Enfim, preciso ampliar meu ponto de vista para além das dificuldades. Preciso me sensibilizar para agradecer as dádivas que me são concedidas, as maravilhas que ocorrem dentro de mim,

ao derredor. A fertilidade dos campos, a riqueza dos mares, o colorido da primavera. Temos, para essa contemplação, o exemplo do olhar de Deus no Gênesis. Ele criou os luminares, mares, lagos, árvores, plantas de toda espécie, animais, e finalmente o ser humano. E viu que tudo era muito bom. Peçamos ao Senhor, humildemente, que nos dê essa graça. Ampliar nosso ponto de vista. Perceber nos seres bondade e beleza. As maravilhas que Ele opera no coração. Isto faz diferença. O início de nossa conversão para a atitude de ação de graças. Diária. Quem semeia ventos, colhe tempestade; quem aduba a terra, colhe abundante. Só correrias, só ativismo, só trabalho, só dedilhando o celular, só diversões, só programas sem cessar não trazem paz de espírito nem alegria de viver. Procedem de valores vividos, de convicções, de amor compartilhado.(larosa1134@gmail.com)


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EMA EM FOCO

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Belicosidade: obstácul

“Bem aventurados os que buscam a paz, não porque ignoram as tensões, con bém o são de que o caminho da guerra só faz crescer a espiral danin globalpost.com

O mundo está chocado diante do horror das imagens de dezenas de cadáveres de crianças e adultos sem ferimentos aparentes no chão de uma clínica, de outras tantas crianças agonizando, espumando pela boca e nariz, por causa do ataque de armas químicas que mataram, de uma só vez, 1.429 civis no subúrbio de Ghouta, nos arredores de Damasco, Síria, em 21 de agosto. Qual o limite da dor? O que move tanto ódio e vingança? O homem é intrinsecamente bom ou intrinsecamente mau? Ainda é possível a paz entre os povos e as nações?

Expressou do jejum e oraç ra, tem a lingu violência. Há s reais ou para v não ao ódio fra em todas as su ilegal de armas promovido e tu na Praça S. Ped “A guerra s derrota para a reunião mundia tenho medo do levados. A parti escolas e outro padre geral dos

Cristãos também na mira dos rebeldes Os cristãos são um dos alvos dos rebeldes – em sua maioria da corrente muçulmana sunita – contra o governo sírio. E definem sua luta como resistência sectária contra o governo secular de El Asad e sua aliança com minorias que o apoiam, como os alauítas – clã do presidente – e os próprios cristãos, razão por que a Casa Branca e seus aliados resistem a armar os revoltosos. Eles são acusados também de terem sequestrado dois bispos da igreja siriana de Alepo em abril último. Em julho, segundo várias testemunhas, sequestraram o jesuíta Paolo Dall’Oglio em Raqqa, um território rebelde, ato difícil de entender, porque o missionário italiano, durante décadas, incentivou o diálogo entre cristãos e muçulmanos e estava claramente posicionado na oposição ao regime de Assad. Em 24 de julho último, Dall’Oglio fez um apelo pessoal ao Papa Francisco, pedindo-lhe que promova "uma iniciativa diplomática urgente e inclusiva para a Síria" a fim de assegurar "o fim do regime torturador e massacrador" da família Assad. A Síria foi o centro do cristianismo dos primeiros tempos. Paulo foi convertido a caminho de Damasco na perseguição aos primeiros cristãos. Atualmente, há apenas 850 mil cristãos no país, quatro por cento da população. Malula é um centro de cristianismo local, um dos poucos lugares onde ainda se fala o aramaico de Jesus Cristo e em suas montanhas se encontra o mosteiro de São Sérgio, do século VI.

Ódio e vingança Diferentemente do animal irracional, o homem vai muito além da necessidade de sobrevivência em seus atos de violência, de ódio e de vingança. Não dá para esquecer as imagens de selvageria e canibalismo em que Abu Sakkar, o líder do Exército Livre da Síria, aparece lambendo o sangue de suas mãos depois de arrancar – sob o aplauso de seus comandados rebeldes – segundo vídeo divulgado pelo YouTube, as vísceras de um soldado inimigo morto. Perguntado por que fizera isso, disse que estava se vingando. “Eles (os defensores do governo) levam seu pai e sua mãe e massacram seus irmãos. Tudo isso aconteceu comigo. Aquele homem tinha vídeos no seu celular em que aparecia estuprando uma mãe e suas duas filhas. Ele as despiu enquanto elas imploravam que ele parasse, em nome de Deus. Finalmente, ele as esfaqueou e assassinou”.

Mortes, mortes, mortes

Sete mil crianças entre os mais de 100 mil mortos, desde março de 2011, segundo a ONU. Para os ativistas, são mais de 120 mil. Cinco mil, em média, por mês, neste ano de 2013. Seis mil refugiados por dia, atingindo a dois milhões no total dos quais um milhão são crianças, sem contar os dois milhões de crianças deslocadas

Contra

Seria apena que, historicam – primeiro na fo especialmente n de condenarmo contexto cotidia campos de fute há dois mil ano capazes de ofer nada custa tenta dize-me o que f Campo de refugiados de Zaatari

dentro do País. O campo de refugiados em Zaatari, a 90 quilômetros da capital da Jordânia e 15 quilômetro da Síria, acolhe mais de 230 mil refugiados - a quarta cidade mais povoada da Jordânia – dos quais 60 mil são crianças. É uma cidade no deserto, com um improvisado hospital de campanha francês. E toda uma economia e tráfico de bens com mais de três mil tendas de comércio em torno de improvisadas ruas sobre a areia com fruteiras, restaurantes, casas de câmbio, etc. E onde se pode comprar de tudo. Quase tudo: o que falta é a esperança de um dia voltar para casa.

Conflito mundial?

Imagens e números aterradores que parece que ainda não sensibilizaram o mundo. Ao contrário, atiçam ânimos belicosos para mais ações de violência e vingança, criando tensão geral com possibilidade de uma guerra com dimensões ainda desconhecidas em todo o hemisfério norte do Planeta. A ditadura síria de Al-Assad é apoiada pelos governos da Rússia, da China e do Irã. Os revoltosos rebeldes contam com o apoio liderado pelos Estados Unidos, mas temem que a vitória da oposição sunita redunde em um regime islâmico que ofereça suporte à Al-Qaeda.

“Guerra gera guerr


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ÇÃO OLIDÁRIA OLIDARIEDADE

lo para a paz mundial

nflitos e tiranias, mas porque, embora cientes de todas essas contradições, tamnha da violência”. Pe. Alfredo J. Gonçalves, CS - in Bem Aventuranças

“Nunca mais a guerra” Paz: só com diálogo

com indignação o Papa Francisco na celebração ção, em 7 de setembro último. “A violência, a gueruagem da morte. Guerra gera guerra, violência gera sempre dúvidas se essas guerras são para problemas vender armas. A guerra contra o mal significa dizer atricida e as mentiras que o alimenta, não à violência uas formas, não à proliferação de armas e ao tráfico s. A paz é um dom demasiado precioso, que deve ser utelado”, disse Francisco diante da multidão reunida dro. sempre significa o fracasso da paz. Sempre é uma humanidade”, expressaram teólogos em recente al. “A Síria não é apenas um mapa no Google. Não o ataque. Nos assusta a barbárie para a qual somos ir das noticias dessa guerra, devemos promover nas os contextos educativos”, defende Adolfo Nicolás, s jesuítas.

A terra é o reino de paz que Jesus propôs há dois mil anos. Nem somente santo e nem somente pecador – nem naturalmente bom, como defendia Rousseau para quem era o meio que corrompia. Nem naturalmente mau, como achava Hobbes – o ser humano tem saudade do paraíso perdido. Saudade que o deixa doente. Seria a violência a expressão dessa doença? “Não trago nem ouro nem prata. Vim trazer Jesus Cristo”, disse o Papa Francisco na chegada ao Brasil em julho último. Ao desfilar em carro humilde, com janelas abertas para o aperto de mão, aponta para a necessidade de uma conversão de mentes e corações humanos que permite deixar aberta também a janela de seus corações para o outro, para o próximo, para a vida, em que não haja muros, nem cercas. Utopia? Talvez. Mas permite apontar para outro mundo melhor. Seria Francisco - um homem simples, vestido de branco, desarmado, que ‘veio do fim do mundo’, de outro hemisfério – o sinal de uma outra primavera para esse mundo que tem tanta necessidade de paz?

adição à mensagem de Jesus

as uma herança cultural essa belicosidade humana e mente, se revelou mais exacerbada no hemisfério norte ormação geográfica de toda a Europa e, depois, mais no ‘novo mundo’, isto é, Estados Unidos? Mas, antes os a violência alheia e de nações, olhemos para nosso ano. Por que tanta violência gratuita a cada dia? Nos ebol, no trânsito, em casa? Será que aquele Senhor os não tinha razão quando falou que deveríamos ser recer o outro lado? O que não precisa ser literal. Mas ar um diálogo tranquilo: ‘olá amigo, se eu falei mal, falei mal? Mas se falei bem, por que me bates?’

ra, violência gera violência”

A paz passa pela palavra

Papa Francisco

Imagens: Divulgação

Monge Marcelo Guimarães

E não há outro caminho senão o diálogo. Que passa pela educação. ‘A paz passa pela palavra’, sempre defendeu o monge beneditino Marcelo Rezende Guimarães (Dom Irineu), natural de Santa Cruz do Sul e atualmente em tratamento de grave doença na França. Doutor em Educação pela UFRGS e autor de Educação para a Paz - Sentidos e Dilemas, aponta para a importância do papel dos pais e dos professores na educação para a paz. “A paz é um processo e a palavra é seu principal instrumento”, defende Marcelo. E chama a atenção para o viés econômico das guerras. “O mundo gasta mais de um trilhão de dólares anuais em armamentos. Se fabricamos armas, precisamos usá-las. Por outro lado, nosso conceito de paz ainda é por demais negativo: é ausência da guerra, da violência. É possível educar para a paz na escola, mas é preciso pensar algumas condições e refazer o imaginário da escola. O processo de implementação da educação para a paz passa por uma revisão da formação dos professores. A educação para a paz não é uma educação sobre a paz, mas pela e para a paz. É exatamente o que Mahatma Gandhi dizia: seja você mesmo a mudança que quer para o mundo. Aprender a resolver seus conflitos de forma não violenta. Não quer dizer que eu tenho de engolir tudo, mas também não quer dizer que tenho de reagir a tudo. O grande instrumento da paz é a palavra, o diálogo. É impossível dialogar com o inimigo porque, quando eu dialogo com alguém, aquele alguém já não é mais meu inimigo, mas meu interlocutor.


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ABER VIVER

Hiperplasia prostática benigna afeta Seminário “Saúde: 90% dos homens acima de 80 anos Fé e Ciência” na A hiperplasia prostática benigna (HPB) é uma doença que a Igreja S. Antônio maioria das pessoas desconhece. A boa notícia, contudo, é que é provável que esse cenário mude brevemente. Isso porque, segundo análise realizada no ambulatório de urologia do Centro de Referência da Saúde do Homem, ela acomete 25% da população masculina com mais de 50 anos. A partir dos 65 anos, este número cresce para 30% e, após os 80 anos, a taxa de incidência da doença chega a 90%. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população masculina com mais de 50 anos de idade já chega a quase 18 milhões no Brasil. Este cenário evidencia que teremos o crescimento de novos casos da HPB, já que, segundo especialistas, todo homem um dia terá problemas na próstata. O problema é caracterizado como uma manifestação no tecido prostático que compromete muito a vida dos seus portadores, pois além dos problemas clínicos — como a compressão da uretra/ bexiga, obstrução da saída da urina, hidronefrose e insuficiência renal —, a doença também afeta a qualidadade de vida. – Muitas vezes, os homens que tem a doença não conseguem fazer atividades normais do dia a dia, como ir ao cinema ou tomar água quando faz uma viagem. Além disso, o sono também é prejudicado, já que é preciso levantar várias vezes à noite para usar o banheiro — alerta. Mas não se desespere. A boa notícia para os brasileiros é a chegada da primeira terapia combinada — associação de dutasterida e tansulosina — para o tratamento da doença. Ela alivia mais rapidamente os sintomas que incomodam o paciente, permitindo que sua próstata não cresça, ou seja, que não aconteça o desenvolvimento do problema. De dose única e oral, a terapia oferece resposta rápida, custo acessível e potencial de diminuir em 70% o número de cirurgias causadas pela doença. Nestor lembra, entretanto, que para o tratamento dar certo, é necessário que o paciente faça o uso diário da medicação, já que o HPB se trata de uma doença crônica.

As barreiras do medo e do preconceito

Pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia revelou que 77% dos homens não realizam o exame de toque por preconceito e 54% por medo. Desses, cerca de 68% nunca realizaram o exame. Segundo Nestor, os índices são preocupantes. Ele alerta que o motivo para isso é que, mais importante que um tratamento correto, é a prevenção da doença. — Somente quando o paciente assume a postura de fazer a prevenção ele tem a oportunidade de receber a terapia. Se ele ficar protelando isso, é bem provável que desenvolva um grau de obstrução onde a única alternativa é a cirurgia — explica. Segundo o especialista, a partir dos 40 anos, todo o homem deveria procurar anualmente um urologista. O toque retal é extremamente importante para o exame físico, e ajuda a fazer o diagnóstico diferencial se o paciente está com hiperplasia ou câncer de próstata. Embora o HBP, como o próprio nome diz, seja um crescimento benigno, ou seja, nada tem a ver com o câncer, ele pode causar diversos problemas, como o surgimento de urina residual na bexiga, o aumento da espessura seguido de afinamento da parede vesical, a dilatação dos ureteres (canais que unem os rins à bexiga), e dilatação renal com diminuição da sua função. (Publicado em ZH de 16.08.2013).

Psicosul Clínica

Albano L. Werlang - CRP/07-00660 Marlene Waschburger - CRP/07-15.235 Jôsy Werlang Zanette - CRP/07-15.236 Alcoolismo, depressão, ADI/TIP Psicoterapia de apoio, relax com aparelhos Preparação para concursos, luto/separação, terapia de crianças, avaliação psicológica Vig. José Inácio, 263/113, Centro, P. Alegre 3224-5441 // 9800-1313 // 9748-3003

A Pastoral da Saúde da Paróquia Santo Antônio do Partenon promoverá nos dias 4 e 5 de outubro o Seminário "Saúde, Fé e Ciência" obedecendo à seguinte programação: Dia 4 – sexta feira 7h45-Credenciamento e Acolhida; 8h30-Abertura: Frei Luiz Sebastião Turra, pároco da Paróquia Santo Antônio, e Dom Jaime Spengler, bispo auxiliar; 9h- Jovens do Colégio La Salle Santo Antônio, com a encenação: “Dois Mundos". Irineu Juarez Schutz, professor coordenador; 10h- Palestra “Aprendendo a Conviver com a Idade”, com a psicóloga Sônia Lousada; 11h- Palestra “Envelhecimento com Saúde e Qualidade de Vida”, com a geriatra preventiva Marylia Spada Vedana 13h30- Oficina “Seu cérebro sem Bengala”, com Vanda Vier, terapeuta corporal; 14h- Palestra “Visão Médica da Espiritualidade na Saúde”, com a oncologista Alice Zelmanowicz; 15h45- “Prática com Ervas” - Equipe: Oficina de Plantas Medicinais Delvina Luiza Baldi de Andrade, coordenada pela bióloga Isara Tripoli de Melo e Maria Moraes Doval Dia 5 - sábado 8h- Celebração Eucarística, Frei Luiz Sebastião Turra, pároco 9h- Palestra “ Cuidando do seu Coração“, com o cardiologista Cezar Roberto Van Der Sand; 10h45-Palestra “Saúde da Boca é Saúde do Corpo “, com o periodontista Marcelo Gomes Lobo, 13h30-Oficina “Postura Corporal”, Vanda Vier, terapeuta corporal 14h- Palestra “ Nutrição e Saúde”, Valéria Uhr, nutricionista clínica 15h-Palestra - ”Mundo Natural como Objeto da Ciência e como Fonte de Espiritualidade“ - José Maria Wiest, professor do Instituto de Ciências e Tecnologia de Alimentos da UFRGS 16h- Avaliação e encerramento Local: Paróquia Santo Antônio do Partenon – Rua Luís de Camões, nº35. Tel. (51) 3223 20 62 Inscrições antecipadas: Secretaria da Paróquia Santo Antônio; ou no local (no dia do evento) Contribuição: R$10,00 - Almoço- R$ 10,00 (opcional)

Outubro de 2013 - 1a quinzena www.unipar.br

Carreiras dos brasileiros estão durando mais Diferentes gerações precisam conviver mais no mercado de trabalho, apontam consultores de RH. O motivo disso é um fenômeno demográfico: as carreiras dos brasileiros duram mais. Projeções divulgadas pelo IBGE apontam que, nas próximas cinco décadas, a expectativa de vida dos brasileiros deve aumentar de 73,9 para 81,2 anos. A tendência é que a distribuição da população por idade deixe de ser uma pirâmide e se torne mais parecida com um retângulo. Essas mudanças têm reflexos no mercado de trabalho. O último relatório do Ministério do Trabalho sobre a distribuição etária dos trabalhadores indica o envelhecimento: a faixa de idade, cuja participação no mercado mais aumentou, foi a de quem tem entre 50 e 64 anos. Uma pesquisa da consultoria KPMG aponta alguns dos motivos que podem gerar conflitos entre diferentes gerações nas companhias. Conduzida com 1.500 respondentes no Reino Unido, os dados revelam diferenças nas atitudes das gerações mais velhas e mais jovens. Por exemplo: 24% dos profissionais nascidos depois de 1980 dizem que as organizações serão cada vez mais desafiadas pelos seus funcionários. Entre os mais velhos, o índice é de 12%.

Visa e Mastercard


Ivone Boechat Mestre em educação, pedagoga

NÃO DISCUTA COM CRIANÇAS Há dois tipos de pessoas que dizem a verdade: as crianças e os loucos. Os loucos são internados em hospícios. As crianças, educadas. (Jean Paul Sartre) Uma menina conversava com a sua professora. A professora disse que era fisicamente impossível uma baleia engolir um ser humano porque, apesar de ser um mamífero muito grande, a sua garganta é muito pequena. A menina contrapôs que Jonas foi engolido por uma baleia. Irritada, a professora repetiu que uma baleia não poderia engolir um ser humano: era fisicamente impossível. A menina então disse: - Quando eu morrer e for para o céu, vou perguntar ao Jonas. A professora perguntou-lhe, sarcástica: - E o que acontece se o Jonas tiver ido para o inferno? A menina respondeu: - Então é a senhora que vai perguntar. " xxx Um dia, uma menina estava sentada na cozinha observando a mãe a lavar os pratos e, de repente, percebeu que a mãe tinha vários cabelos brancos sobressaindo entre a sua cabeleira escura. E perguntou: - Por que é que tens tantos cabelos brancos, mamãe? A mãe respondeu: - Bom, cada vez que te portas mal e me fazes chorar ou ficar triste, um dos meus cabelos fica branco. A menina digeriu esta revelação por alguns instantes e perguntou de imediato: - Mãe, por que é que todos os cabelos da avó estão brancos?'

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larisse Lispector diz: "Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania. Depende de quando e como você me vê passar". A forma como a pessoa vê varia de acordo com a situação emocional, espiritual, social. Isto significa que se pode aprender a ver. A gente inicia a vida vendo com os olhos dos outros: dos pais, dos educadores, da Igreja, da mídia.O ambiente em que se vive, a educação, a maturidade, a informação, o exemplo, vão capacitando o ser humano para mobilizar a inteligência do olhar. Dizem que "os olhos são as janelas da alma". Os olhos são as janelas por onde se codificam as experiências da vida... A pessoa será ou não feliz dependendo da interpretação que ela dá aos fatos. "Se teus os olhos forem bons"... Conta-se que um jornalista saiu à procura de algo fantástico para registrar no jornal de maior circulação do seu país. Nem chegou a andar muito e viu as escavações grandiosas de uma obra. Chegou perto de um operário e perguntou-lhe: - O que é isto? E o homem, mal humorado, suando muito, disse: - Não vê que estou preparando um túnel para passar tubulações de esgoto? O jornalista andou um pouquinho mais e viu outro operário trabalhando na mesma obra, assoviando. Aproximou-se dele e viu que ele trabalhava de bom humor e perguntou-lhe: o que é isto? E o homem disse animadamente:- Estamos preparando a estrutura, onde vai se erguer um gigantesco e maravilhoso shopping. Fernando Pessoa diz que "o mundo não é como você vê. O mundo é como você é." Em versos, ele define a importância do olhar: "Onde você vê um obstáculo, alguém vê o término da viagem e o outro vê uma chance de crescer. Porque eu sou do tamanho do que vejo. E não do tamanho da minha altura". A forma como uma pessoa olha o outro revela não somente o seu grau de espiritualidade, revela a escolaridade e os efeitos do vírus da inveja que se alojou no seu interior. A maior cegueira do ser humano é causada pela contaminação por inveja que é capaz de distorcer imagens, pessoas, fatos, circunstâncias. Depois de um dia muito cansativo Jesus chegou a Betsaida; e trouxeram-lhe um cego, e rogaram-lhe que o tocasse. E, tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia; e, cuspindo-lhe nos olhos, e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe se via alguma coisa. E, levantando ele os olhos, disse: Vejo os homens; pois os vejo como árvores que andam. Marcos 8:22-24 Para aquele cego de Btsaida ser curado Jesus cuspiu-lhe nos olhos, mas por analfabetismo visual, ele via as pessoas "como árvores que andam". Com certeza, as primeiras lições foram dadas: o Mestre ensinou aquele homem a olhar, mas sobretudo, o capacitou a ver. (Fonte: Ivone Boechat / Revista Missões)

RESERVE O SEU EXEMPLAR

Sem Fronteiras Martha Alves D´Azevedo

Comissão Comunicação Sem Fronteiras ard on

Como você vê?

Humor

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SPAÇO LIVRE

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O Grande Irmão zela por ti

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om esta afirmação impositiva ficou famoso o livro “1984”, de George Orwell, ou, na verdade, Eric Blair, o jornalista nascido na India, educado em Eton e depois de andanças por vários países, falecido em Londres em 1950.

Quando Orwell imaginou, em meados de 1940, que o mundo seria dominado em 1984 por um grande ditador, que tudo ouviria e veria tornando-se senhor absoluto dos destinos da humanidade, talvez a ideia pudesse ser bastante fantasiosa. Hoje, em meados do século XXI podemos ver que a imaginação do escritor não era tão absurda, e que a dominação do espaço sideral poderia ser exercida por um país, que justificando o perigo do terrorismo internacional, controlaria o que o resto do mundo vê, ouve e como se comunica. A denúncia de um agente da agência de inteligência dos Estados Unidos, NSA, Edward Snowden, revela detalhes dos programas norte-americanos de espionagem ao jornal britânico The Guardian e ao The Washington Post, dos EUA. A identidade de Snowden é divulgada por Gleen Greenwald, jornalista americano do The Guardian, que mora no Brasil. Snowden fugiu para Hong Kong, território autônomo da China, onde revela que a NSA vigia companhias telefônicas de celular chinesas. A revista alemã Der Spigel afirma que a NSA interceptou comunicações da ONU, da UE e de dezenas de países amigos. O atual presidente do México foi também monitorado durante sua campanha eleitoral e o resultado foi apresentado com o titulo “mensagens interessantes”, nas quais são citados os trechos em que Peña Nieto fala quem seriam seus ministros. Para organizar este emaranhado de comunicações criaram-se palavras-chave: “Pulo” é toda a comunicação entre o alvo e seus assessores;”Pulo e meio” é quando os assessores conversam entre eles e, “Dois Pulos” é quando os assessores conversam com outras pessoas. Para o Grande Irmão poder ”zelar por ti”, as agências de inteligência norte-americanas têm um orçamento previsto para 2013 de US$52,6 bilhões, revelou o The Washington Post. Ronaldo Lemos, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro declara: “A culpa é bilateral. Os EUA, sabendo das vulnerabilidades, brasileiras foram atrás. O que impedia os EUA eram apenas o direito, mas não a técnica. O Brasil precisa de proteção legal e técnica”. Onde fica a ética no mundo digital? O Grande Irmão está acima dela e de todas as convenções... (geralda.alves@ ufrgs.br)

O Livro da Família 2014 e o Familienkalender 2014 estão disponíveis na Livraria Padre Reus, em Porto Alegre, e na filial, no Santuário Sagrado Coração de Jesus, junto ao túmulo do Padre Reus, em São Leopoldo. Matriz: fone 51-3224.0250

Filial: fone 51-3566.5086

livrariareus@livrariareus.com.br

Marciana Maria Bernal - 02/10 Cristina Maria Moriguchi Jeckel - 07/10 Luiz José Varo Duarte - 10/10 João Dornelles Júnior - 10/10 Arminda Rodrigues Pereira - 12/10 Erinida G. Gheller - 13/10


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GREJA &

COMUNIDADE

Solidário Litúrgico 6 de outubro - 27o Domingo do Tempo Comum Cor: verde

1a leitura: Livro de Habacuc (Hab) 1,23;2,2-4 Salmo: 94 (95),1-2.6-7.8-9 (R/.8) 2a leitura: 2a Carta de S. Paulo a Timóteo (2Tm) 1,6-8.13-14 Evangelho: Lucas (Lc) 17,5-10 Comentário: O melhor médico é o próprio doente quando tem fé na sua cura. O médico que o atende e usa os recursos da medicina no tratamento, é um “quase assistente” que acompanha o processo de restabelecimento. Uma doença “sem cura”, uma situação “insuperável”, uma relação “sem volta” encontram a saída feliz quando e onde há verdadeira fé. Uma das melhores orações talvez seja aquela dos discípulos, há dois mil anos: “Nós cremos, Senhor, mas aumenta a nossa fé”. A comparação que Jesus faz da fé capaz de transportar montanhas (cf 17,5-6) recebe a assinatura do próprio Deus: o que parece impossível para homens, para Deus, nunca é impossível. O pedido dos discípulos, pedindo a Jesus que aumentasse a sua fé, como lemos no texto de Lucas deste domingo, vem logo depois daquela afirmação de Jesus de que é preciso “perdoar até

setenta vezes sete”. Vivendo numa cultura de retaliação, do dente por dente, olho por olho, a proposta de Pedro, de perdoar até sete vezes, já seria tida como uma enorme virtude. Agora, perdoar setenta vezes sete, perdoar sempre, seria pedir demais, “impossível”! Dentro deste contexto, Jesus fala da fé, pequena como um grão de mostarda, mas capaz de transportar uma amoreira para dentro do mar. Para que os discípulos cressem no poder infinito de Deus. No mesmo sentido vai a parábola do “servo inútil”, que Lucas nos traz neste domingo. O termo “inútil” pode prestarse a interpretações equivocadas. O que Jesus quer dizer é que somos servidores e que nos coloquemos sempre em nosso lugar de servidores. E que reconheçamos, humildemente, que temos uma missão de serviço a cumprir aqui na terra, mas que, esta missão, quando assumida e vivida plena e alegremente, é o caminho para nossa felicidade. Nesta missão de serviço, serviço a Deus e a todos os que ele coloca em nossa vida, é preciso botar fé e muito amor. E muitos “impossíveis” acontecem, se realizam...

13 de outubro - 28o Domingo do Tempo Comum Cor: verde

1 a leitura: 2 o Livro dos Reis (2Rs) 5,14-17 Salmo: 97(98), 1.2-3ab.3cd-4 (R/. 2b) 2a leitura: 2a Carta de S. Paulo a Timóteo (Tm) 2,8-13 Evangelho: Lucas (Lc) 17,11-19 Comentário: Vamos ser honestos: somos todos muito “artistas” para pedir, mas para agradecer, nem tanto! Um texto de Paulo nos lembra: Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus, em Cristo Jesus, para convosco (1Ts.5:18). No texto de Lucas deste domingo, atendendo à dolorida e reptida súplica de dez leprosos, Jesus os cura da sua terrível doença. Mas não os cura assim, sem mais: Jesus quer a participação dos leprosos no processo da sua cura e, depois de curados, quer que se tornem testemunhas do poder salvador de Deus. Por isso, os manda apresentar-se aos sacerdotes, obedecendo às normas prescritas pela Lei judaica. E enquanto caminhavam, aconteceu que ficaram curados. Um deles, ao perceber que estava curado, voltou, glorificando a Deus, atirou-se aos pés de Jesus e lhe agradeceu. E este era um samaritano (14-16)). A ingratidão de 90% dos que receberam a cura, certamente

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doeu fundo no coração humano de Jesus, motivando sua queixa: Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão!? (17). Repito: somos muito “artistas”... muito bons e ágeis para pedir, mas nem sempre nos lembramos de agradecer. No caso dos leprosos, o samaritano, além da cura, alcançou o milagre maior: a conversão. Ele voltou até onde estava Jesus, para agradecer. Talvez os outros nove acreditassem que o mérito da cura fora deles, que, por causa de seus gritos e pedidos, haviam sido curados. O samaritano, não: ele reconhece que não era por mérito seu, mas pelo poder de Deus, em Jesus, que havia sido curado. Isso nos diz algo muito importante: o coração ingrato não consegue reconhecer a graça de Deus, e até é capaz de inflar-se de orgulho e dizer para si e para os outros: “Eu orei... eu fiz promessa... eu consegui o milagre”. Por outro lado, se até no plano das relações familiares e sociais todos apreciam alguém que sabe reconhecer e agradecer favores e benefícios recebidos, quanto mais um coração agradecido agrada ao Senhor, que nunca não se deixa vencer em generosidade. (attilio@livrariareus.com.br)

Catequese Catequese e transmissão

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palavra “catequese” vem do grego e significa fazer “ressoar”, fazer “ecoar”. Há dicionários que definem a palavra catequese como “o ensinamento oral da religião cristã”. Mas será a catequese sinônimo de ensinamento? Na Igreja Primitiva a catequese designa os elementos essenciais do cristianismo transmitidos na preparação para o Batismo. A Igreja medieval exigia o conhecimento de textos e orações. Foi a Reforma que introduziu o “catecismo” e produziu manuais destinados a todos. Desde sua origem, o protestantismo quis dar a seus fiéis uma importante formação bíblica, certo, mas doutrinal; depois, ela se obrigou a evoluir porque a intenção doutrinal não mais atingia seu fim. Hoje em dia, na maioria dos casos, a vida familiar é areligiosa; os jovens vivem em uma sociedade descristianizada, multicultural e heterogenea. Neste contexto, a catequese deve ajudar a fazer escolhas, fazer opções, ajudar as pessoas a se construírem e não a reproduzirem modelos. Voltemos à etimologia da palavra catequese: “fazer ressoar a Palavra”. Há três condições para a ressonância: primeiro, partir sempre da Palavra, da Bíblia compreendida no contexto de hoje; em seguida, encontrar ferramentas, a pedagogia; por fim, estar consciente dos questionamentos de cada individuo. A fé não se transmite. Jesus de Nazaré sabe bem disso; jamais ele disse a alguém “eu te salvei”, mas sempre “tua fé te salvou”. O que pode ser transmitido é a aprendizagem da leitura da Bíblia, sendo os catequistas tradutores que buscam encontrar as experiências de hoje nos textos cujo modo de expressão pode lhes ser completamente estranho por pertencer a outro contexto histórico. Daí a necessidade de ler, perguntar, fazer formação com especialistas. “A transmissão não é uma mera repetição”. Ela apela incessantemente para uma revisão de nossas formulações e de nossas linguagens, este desafio de traduções novas onde ressoa o Evangelho dos dias de hoje. Tradução de texto de Maurice Baumann, porfessor de teologia da Faculdade de Bern, autor de Didática do catecismo dos adolescentes.

Tudo depende de mim Charles Chaplin

"Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer, antes que o relógio marque meia-noite. É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje. Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por levarem a poluição. Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar as minhas finanças, evitando o desperdício. Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo. Posso me queixar dos meus pais por não terem-me dado tudo o que eu queria, ou posso ser grato por ter nascido. Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalhado. Posso sentir tédio das tarefas de casa ou agradecer a Deus por ter um teto para morar. Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades. E se as coisas não saíram como planejei, posso ficar feliz por ter o hoje para recomeçar. O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma a este dia. Tudo depende de mim."


Outubro de 2013 - 1a quinzena

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SPAÇO DA

Dom Dadeus recebeu a imprensa na semana do seu aniversário Arcebispo mais idoso em atividade no Brasil, Dom Dadeus Grings está há 12 anos à frente da Arquidiocese de Porto Alegre. Ao completar 77 anos, o metropolita esbanja vigor no desempenho da liderança da 5a arquidiocese mais importante do Brasil. Uma das ações de comemoração do aniversário foi o encontro do arcebispo com a imprensa gaúcha, realizado na manhã da quinta-feira, dia 5 de setembro, na Cúria Metropolitana. Um bate-papo, seguido de confraternização, foi uma oportunidade para aproximar ainda mais a imprensa da Arquidiocese, além de manifestar a gratidão da Igreja aos meios de comunicação pelo apoio prestado. Deste encontro também participou o bispo auxiliar, Dom Jaime Spengler, o vigário geral, monsenhor Tarcísio Scherer e o coordenador arquidiocesano da Pastoral da Comunicação (PASCOM), Pe. César Leandro Padilha. Respondendo às perguntas dos jornalistas, Dom Dadeus Grings falou sobre sua ação pastoral à frente da Arquidiocese, sobre a visita do Papa Francisco ao Brasil e sobre a sucessão episcopal, uma vez que já enviou ao Vaticano seu pedido de renuncia do governo da Arquidiocese. Entre suas ações, o metropolita destacou a divisão da Arquidiocese de Porto Alegre em Vicariatos (Porto Alegre, Canoas, Gravataí, Guaíba e o temático da Cultura) que, além de organizar a ação da Igreja, deu mais unidade na ação evangelizadora, respeitando as diversidades dos católicos destas circunscrições eclesiásticas. O arcebispo destacou a responsabilidade de governar a 5ª arquidiocese mais importante do Brasil, que se tornou conhecida no mundo já desde os tempos que o cardeal Vicente Scherer era o arcebispo, a ponto de merecer a admiração pessoal do Papa Paulo VI. Esse olhar especial para a Igreja de Porto Alegre foi confirmando quando, em dezembro do ano passado, Dom Dadeus foi chamado a Roma, juntamente com outros bispos, para representar a Igreja do Brasil no Congresso sobre a Igreja na América: “Fui perguntar porque tinham me convidado já que eu estava já no fim do mandato. Me disseram que convidaram a grandes dioceses do Brasil, as mais significativas: Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. A arquidiocese de Porto Alegre está sendo bem contada dentro do contexto da Igreja no Brasil”, disse. Já sobre a sucessão, o arcebispo disse que aguarda a nomeação do novo arcebispo pelo Papa Francisco que pode acontecer a qualquer momento. Dadeus afirmou que tomou conhecimento de que a Congregação para os Bispos encaminha a finalização da sucessão e que, ao

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RQUIDIOCESE Coordenação: Pe. César Leandro Padilha

Jornalista responsável: Magnus Régis - (magnusregis@hotmail.com) Solicita-se enviar sugestões de matérias e informações das paróquias. Contatos pelo fone (51)32286199 e pascom@arquidiocesepoa.org.br Acompanhe o noticiário da Pascom pelo twitter.com/arquidiocesepoa Facebook: Arquidiocese de Porto Alegre

aproximar-se de sua aposentadoria, não faz plano pessoal, uma vez que vai se colocar à disposição do seu sucessor para continuar trabalhando pela arquidiocese.

As declarações do arcebispo aos jornalistas

A visita do Papa Francisco ao Brasil Esta foi a primeira viagem do Papa fora da Itália e trouxe uma simpatia especial. O brasileiro é devoto ao Papa, mas este Papa se caracterizou por ser um latino americano, é um dos nossos, e tem a sensibilidade latino-americana. Havia medo e receio de protestos e anarquias durante a visita. Quando a fé anima as pessoas transforma a vida. O medo e receio virou serenidade e beleza. A fé transporta montanhas. A igreja jovem se manifestou O pedido de renúncia “Na Igreja, nós temos uma longevidade um pouco maior. Geralmente, as pessoas se aposentam com 60 ou 70 anos. Na Igreja, o limite é 75, mas com elasticidade. Com 75 anos, apresentamos ao Papa a renúncia e ele decide quando será nomeado o sucessor. Estou esperando a nomeação do sucessor” O sucessor “É um processo longo. A Igreja é cuidadosa! Apresenta lista tríplice do arcebispo, do Colégio de Consultores da Arquidiocese, dos bispos do Rio Grande do Sul e das capitais brasileiras. São feitas indicações de nomes significativos e as razões da indicação. A Nunciatura Apostólica faz a triagem e envia para Roma. O processo está na Congregação para os bispos. Esta em Roma e não se sabe quando será anunciado. A sucessão de Dom Vicente Scherer demorou três anos. Isso também mostra a importância que tem esta sede diocesana” Avaliação do trabalho feito na Arquidiocese “Temos uma arquidiocese de muito destaque. Um Clero muito bom e trabalhador. Neste tempo, estabelecemos além das paróquias, as diaconias e dividimos a arquidiocese em Vicariatos episcopais para coordenarem atividade e ficarem mais próximos, porque a arquidiocese é grande e diversificada. Somo uma das arquidioceses mais diversificadas do Brasil com diferenças na colonização, migração e organização social.” Após a aposentadoria "Primeiro espero o sucessor chegar, e depois me coloco à disposição dele. Não fazemos plano pessoal. Nós nos inserimos e somos Igreja. Continuarei a trabalhar sob a ordem do novo bispo que vai nos coordenar. Coloco-me à disposição dele."

Celebração na Catedral marcou o aniversário de Dom Dadeus Grings

Missa celebrou o aniversário de 77 anos do nosso arcebispo

Os 77 anos de vida do arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, foram celebrados por padres e por fiéis com Santa Missa, realizada na Catedral Metropolitana, no sábado, dia 7 de setembro. Além dos padres, concelebraram o arcebispo emérito, Dom Altamiro Rossato e Dom Jaime Spengler. Na homilia, Dom Dadeus defendeu que o cristão deve ser coerente com as escolhas que faz. Inseriu nesse aspecto a opção por Jesus Cristo, e o que deriva dessa escolha: “Quem optou por Cristo, sabe

que conta com a Graça. Pela Graça, somos o que somos, nos diz São Paulo. O importante é deixar Cristo agir. Desprender-se de si para seguir a Cristo porque somos obra dele” disse. O arcebispo lembrou que completou 77 anos: “Ter 77 anos vividos, é uma um riqueza muito grande. Muita alegria. Cada momento é um presente. Eu sou, hoje, o que muitas pessoas me fizeram ser, pela participação dos mestres, dos pais, irmãos, amigos, nas escolas, na sociedade. Tudo isso colaborou. Somos resultado de tudo isso” finalizou Dom Dadeus.

Divulgada mensagem-convite para a 19a Romaria das Capelinhas de N. Senhora Consolidado como grande evento de fé que mobiliza milhares de fiéis pelas ruas da cidade de Guaíba, a Romaria das Capelinhas de Nossa Senhora realizará sua 19a edição em 2013. O evento será realizado no dia 26 de outubro. Motivados pelo lema: “Com Maria, eis-me aqui. Envia-me”, o evento visibilizará a juventude e o seu protagonismo como propulsores da fé e da vivência evangélica nas comunidades. Como preparação e motivação para o evento, a comissão organizadora já divulgou a oração da 19a Romaria e, mais recentemente, divulgou uma mensagem-convite para toda a comunidade arquidiocesana. Religiosa da Congregação das Irmãs de São José, Irmã Nilva Dal Bello, assina a mensagem em nome da equipe de coordenação e destaca, entre outras coisas, que a Romaria das Capelinhas de Nossa Senhora “assume a dimensão de um ato de fé cristã e de um renovado compromisso de vida. A peregrinação é uma atitude bíblica. No Novo Testamento, Maria e José peregrinavam a Jerusalém, todos os anos, na Festa de Páscoa. É uma forma de religiosidade e de piedade agradável a Deus e uma atitude que proporciona aos cristãos, momentos de um diálogo mais íntimo com o Pai”. A íntegra da mensagem pode ser encontrada no site: www.vicariatodeguaiba.org.br

Adoração ao Santíssimo em prol da paz no Oriente Médio Atendendo à convocação do Papa Francisco, a Arquidiocese de Porto Alegre promoveu momentos de oração em prol da paz na Síria, no Egito e no Oriente Médio. Missas e adoração do Santíssimo estavam entre as programações realizadas pelas comunidades. Na Catedral Metropolitana, o bispo auxiliar da arquidiocese, Dom Jaime Spengler, regeu adoração ao Santíssimo. O arcebispo metropolitano, Dom Dadeus Grings, e o pároco da Catedral, Pe. Gustavo Haas, auxiliaram durante o momento orativo.


Porto Alegre, outubro de 2013 - 1a quinzena

Férias no Morro das Pedras, Florianópolis

Silêncio, simplicidade e paz. Essa é a mordomia oferecida pela Casa de Retiros Vila Fátima, em Florianópolis, um espaço que difere da rede hoteleira. E que fica aberta no verão para hospedar a quem quer, principalmente, descansar. Para esse verão, a Casa oferece dois pacotes de hospedagem. Entre 27 de dezembro e 3 de janeiro, a diária é de R$ 90,00 por pessoa, com direito a café da manhã e janta, com um mínimo de cinco diárias. E, entre 4 e 26 de janeiro, com um mínimo de três diárias, o valor é de R$ 75,00 por pessoa, também incluindo café da manhã e janta. Dotada de 52 apartamentos com banheiros privativos e camas de solteiro, algumas suítes com frigobar, televisão e climatização, o prédio, também chamado de “Casa de Pedra” ou “Convento dos Padres”, a Casa de Retiros está construída sobre um pequeno altiplano rochoso entre a Lagoa do Peri e o mar, no sul da Ilha, próximo das praias da Armação e do Campeche. É, certamente, um dos lugares mais bonitos de toda a Ilha de Florianópolis. Foi fundada em 1956 pelos jesuítas do Colégio Catarinense. Endereço: Rodovia SC 406, Francisco Thomaz dos Santos, nº 2210, que também é a indicação para quem usa GPS. Para quem não vai de automóvel, tem como ir de ônibus a partir do terminal no centro de Florianópolis até o terminal de integração Rio Tavares e então embarcar numa nas linhas que passam pelo Morro das Pedras: 490 - interpraias sul; 560 - Armação; 562 – Costa de Cima; 563 – Costa de Dentro; e 564 – Pântano do Sul. Horários de congestionamento para a casa de retiros centro-bairro: 2ª a 6ª feira das 17h ás 19h e sábados das 12h às 14h. Mais informações: www.casaderetiros.com.br ou pelo telefone: (48) 3237 9245 Mas atenção: já há apartamentos duplos e triplos para a semana de fim de ano esgotados.

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