Todo solidario 642

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IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO No 9912233178 ECT/DR/RS FUNDAÇÃO PRODEO DE COMUNICAÇÃO CORREIOS

Ano XIX - Edição N o 642 - R$ 2,00

Porto Alegre, setembro de 2013 - 2a quinzena

Poder sem autoridade desacredita as instituições Beatriz Marqs/ Flickr

Páginas centrais e editorial

Comportamento duvidoso tem levado a classe política e dirigente ao descrédito, à falta de autoridade e à carência de poder

Transitoriedade e permanência

Leia na página 5

Papa promove Experiências mudanças no que nos Vaticano ensinam Contracapa

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ervir e não ser servido. Nisso consistia a maior autoridade de Jesus e que era fruto de sua coerência e amor pela humanidade. E quem ama liberta, compreende, perdoa. Nem todas as pessoas revestidas de poder têm autoridade. De quantos homens e mulheres públicos brasileiros dá para afirmar que são autoridade? Autoridade é o poder legítimo. O poder exercido sem legitimidade é imposição, dominação ou tirania, reflete o jesuíta Martinho Lenz. Não estaria aí a causa da crise de representatividade das instituições que balizam o convívio da humanidade?

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Todo o progresso do mundo não vale o choro de uma criança faminta. Dostoievski

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RTIGOS

Editorial

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odos os que ouviam a Jesus, “maravilhavamse da sua doutrina, porque ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas” (Mc 1,22). O evangelista Marcos sintetiza numa frase o que queremos trazer para nossos leitores nesta edição do Solidario (páginas centrais). Poder é uma coisa, autoridade é outra. Nem sempre quem tem poder, tem autoridade; mas quem tem autoridade, sempre tem poder. Mas este poder não vem de fora, de uma instituição, de uma decisão legal, de uma imposição; o poder de quem tem autoridade é consequência de um processo, muitas vezes, longo e penoso, de uma vida de dedicação e de entrega ao bem comum. Os escribas do tempo de Jesus, assim como os fariseus, os sacerdotes e os doutores da lei, tinham poder, um poder que vinha da instituição, da tradição cultural, de normas e leis religiosas. Os ouvintes de Jesus souberam fazer a distinção. Eles não dizem que Jesus fala com poder, mas com autoridade. Esta autoridade era reconhecida por toda uma vida dedicada ao bem, ao anúncio de um Reino de justiça, de igualdade, de respeito às diferenças, um Reino de paz e de amor. Numa palavra: a autoridade de Jesus vinha da sua vida de entrega aos demais. Uma leitura atenta aos textos bíblicos nos permite deduzir que uma das razões porque Jesus estava sempre “às turras” com fariseus e doutores da lei, com os poderosos do seu tempo, era exatamente porque Jesus queria fazê-los ver e entender de que o poder que tinham era um poder imposto e não um poder que “vinha do alto”, quer dizer, não conferido pelo bem que praticavam. Em nossa sociedade também temos muitas pessoas que têm poder, mas não têm autoridade. E isso no campo político, social, econômico, religioso, familiar. Um pai, que acreditasse ter poder sobre o filho por ser seu pai, está enganado, porque o fato de ser pai não lhe confere autoridade. Quando os jovens vão às ruas e gritam: “vocês não nos representam” querem dizer, exatamente, isso: vocês não nos representam porque não têm autoridade. Têm poder de fazer leis e, até, impô-las, a ferro e fogo, literalmente, com castigos e repressões; mas isso não lhes confere autoridade. Autoridade é o poder legítimo. O poder exercido sem legitimidade é imposição, dominação ou tirania (Martinho Lenz sj). A autoridade verdadeira, que “vem do alto” como a de Jesus, é legitimada pelo serviço, pela entrega, pela cumplicidade, pelo amor solidário. (attilio@livrariareus.com.br)

CNPJ: 74871807/0001-36

Conselho Deliberativo

Presidente: Agenor Casaril Vice-presidente: Jorge La Rosa Secretário: Marcos Antônio Miola

Voz do Pastor Dom Dadeus Grings

Arcebispo Metropolitano de P. Alegre

Questão de autoridade

Fundação Pro Deo de Comunicação

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Voluntários Diretoria Executiva

Diretor Executivo: Adriano Eli Vice-Diretor: Martha d’Azevedo Diretores Adjuntos: Carmelita Marroni Abruzzi, Elisabeth Orofino e Ir. Erinida Gheller Secretário: Elói Luiz Claro Tesoureiro: Décio Abruzzi Assistente Eclesiástico: Pe.Attílio Hartmann sj

Carreirismo

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ivemos num mundo marcado pela concorrência. Como a palavra diz, todos correm para se ultrapassar mutuamente. Quem tem mais fôlego vence. Vai-se até o limite da resistência, não sem afetar profundamente a própria vida, tanto no seu sentido último, como no plano físico, pelos esportes radicais, como no plano moral, em busca de maiores vantagens.

Não há dúvidas que uma sã emulação favorece o progresso. Falamos de motivação, que precisa continuamente ser incentivada. No plano da fé, estamos no campo dos méritos que se adquirem pelas boas obras. Daí o prêmio, como retribuição pelas boas ações, ou os castigos, como punição pelos desvios. No plano jurídico, temos a chaga da impunidade, que abre as comportas do crime. No plano social, exige-se, nas diversas profissões, um plano de carreira para assegurar o bom desempenho profissional. Todos conhecemos as profissões que, por necessidade intrínseca, pautam sua conduta pelas promoções. As mais organizadas e eficientes são, sem dúvida, as forças militares, que podem ser consideradas, por isso mesmo, como a entidade mais democrática do País. Qualquer pessoa, seja de que categoria social for, pode subir os diversos degraus, começando como simples soldado até chegar aos mais altos escalões. Sempre por mérito. Daí sua competência e seriedade dos quadros. Outro exemplo de carreira é a diplomática. Não se pula do nada para embaixador. Há muitos degraus até chegar ao topo da carreira. Na política tivemos um exemplo, aliás único, em Jânio Quadros. Subiu todos os degraus vertiginosamente: de vereador a prefeito, de governador a presidente da República, de onde, infelizmente, caiu. Não é justo, porém, apelar para o financiamento público das campanhas eleitorais, com o objetivo de criar, praticamente do nada, figuras políticas puramente midiáticas. É preciso que também os políticos galguem os degraus, mostrando desempenho em cada um deles. Sua propaganda é sua

Conselho Editorial

Presidente: Carlos Adamatti Membros: Paulo Vellinho, Luiz Osvaldo Leite, Renita Allgayer, Beatriz Adamatti e Ângelo Orofino

Diretor-Editor Attílio Hartmann - Reg. 8608 DRT/RS Editora Adjunta Martha d’Azevedo

ação, a começar da base. Na cidade de Pompeia, no tempo do Império Romano, ao ser soterrada pelo Vesúvio, havia eleições. O critério, segundo uma tese de doutorado, era o que o cidadão já havia feito em prol da cidade antes de pretender ser eleito para um cargo público. Não se fazia propaganda no sentido atual, de criar uma imagem do homem público, mas se mostrava o homem público que era como cidadão. Na Igreja, porém, é diferente. Cada um progride na base da fé e do amor. Jesus garante a seus discípulos que, entre os pagãos, quem quer ser o primeiro domina os demais. E admoestava: entre vós não será assim; quem quiser ser o primeiro seja o servidor de todos. Por isso, o Papa Francisco, e a Igreja, ao longo dos tempos – nem sempre com êxito –, condenam o carreirismo eclesiástico. Na Igreja, autoridade não é privilégio nem conquista, e muito menos domínio. Trata-se, ao invés, de uma graça e de um serviço, aliás, muito pesado e, muitas vezes, incompreendido. Na base está o amor de quem procura servir. Seu objetivo é exclusivamente a salvação e a união de todos. Por isso, se na sociedade civil o cidadão está desprotegido diante da lei – dura lex sed lex –, na Igreja o fiel se encontra diante do pastor – Papa, bispo, pároco – que sabe compadecer-se dos que ignoram e erram para levá-los à unidade da fé e do amor. O clero e a polícia têm uma missão parecida: ambos tratam com pecadores. A polícia, porém, com não arrependidos, ao passo que o clero, com arrependidos, ou que, pelo menos, se espera que se arrependam das falhas e se voltem para Deus.

Redação Jorn. Luiz Carlos Vaz - Reg. 2255 DRT/RS Jorn. Adriano Eli - Reg. 3355 DRT/RS

Revisão Ronald Forster e Pedro M. Schneider (voluntários) Administração Elisabete Lopes de Souza e Norma Regina Franco Lopes Impressão Gazeta do Sul

Rua Duque de Caxias, 805 Centro – CEP 90010-282 Porto Alegre/RS Fone: (51) 3093.3029 – E-mail: solidario@portoweb.com.br Conceitos emitidos por nossos colaboradores são de sua inteira responsabilidade, não expressando necessariamente a opinião deste jornal.


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AMÍLIA &

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OCIEDADE

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Experiências que nos ensinam Deonira L. Viganó La Rosa Terapeuta de Casal e Família. Mestre em Psicologia

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enho por mim que nos fazemos melhores sempre que soubermos aproveitar os exemplos simples das pessoas que encontramos no dia a dia. Se aguçássemos nossa sensibilidade perceberíamos quantas ocasiões temos para aprender. E como cresceríamos !!! Pena que busquemos tantos documentos e ocasiões extraordinárias, tanto embrolho que acabamos perdendo o que a vida nos dá de bandeja... Quero, então, aproveitar três experiências que vivenciei com Jorge, estando no Rio de Janeiro, em agosto passado.

A mendiga na calçada

A criança que lia no Theatro Municipal

Falo de uma mendiga sentada à beira da calçada, no Leblon: Olhou para nós e com imensa sinceridade, disse: “As pessoas acham que estou aqui por causa do dinheiro. Não, eu estou aqui para receber uma palavra, para conversar com alguém. De nada adianta o dinheiro se não temos o coração cheio de amor, de atenção com os outros. Não vemos Deus, mas vemos o sol e este céu de estrelas. E isto é ver Deus.” - Não pude deixar de dar-lhe um beijo e saímos cabisbaixos, Jorge me dizendo: Que lição de vida !!!

Aos domingos, 11 horas, o Theatro Municipal do Rio apresenta Concertos para a Juventude, ao preço de 1 real. Naquele domingo, apresentou-se a Banda do Exército Brasileiro, vinda de São Paulo, quando tocou clássicos e música popular brasileira. Chamou-nos a atenção uma família: Pai, mãe e dois meninos (9 e 6 anos), sentados à nossa frente. Enquanto aguardava, o menino maior lia atento um livro grosso, de letras miúdas e sem figuras, o que muito nos intrigou. O pai lia um texto de revista e o pequeno lia um livro menor, com figuras. Nenhum com iphone, tablets, ou queoutros... A banda já havia tocado diversas músicas e os meninos foram ao banheiro com o pai. Ao voltarem, ouvimos a mãe dizendo ao menor : “Agora a banda vai tocar Tchaicovski”. E lembrem que o menino tinha 6 anos... Conversando com a família, a mãe confirmou que todos leem muito e praticam esporte. Não pudemos deixar de elogiar e fazer nossas ponderações: Há algo que faz com que crianças se diferenciem neste mundo do vício eletrônico. Assim como convivemos com uma menina de 13 anos por oito dias e dela só observamos que dedilhava o iphone, sem emitir uma opinião sequer sobre temas cotidianos, ou algo mais, sem ler um só texto de qualquer livro ou revista, assim também vimos esta família lendo. Citando Umberto Eco: “A internet ainda é um mundo selvagem e perigoso. A imensa quantidade de coisas que circula é pior que a falta de informação. Conhecer é cortar, selecionar, filtrar”. Com certeza, os pais são o exemplo e, com seu modo de viver, mostram aos filhos quais são os valores que eles mais prezam, e quais os que abominam. Substituir a família na educação das crianças não é possível.

A homilia de frei Alessandro

Na Igreja Santa Mônica trabalham os freis agostinianos. O Evangelho falava da porta estreita por onde devemos passar se quisermos alcançar a salvação. E veio a homilia. Que delícia ouvir o frei incluído-se na comunidade, como um do povo, falando de igual para igual, usando linguagem do dia a dia, sem sair do espírito do Evangelho. Disse ele: “Para passar pela porta estreita é preciso deixar para trás muita coisa que carregamos na mochila”. E contou dos jovens que foram ao retiro e lhe prepararam uma porta estreita por onde deviam entrar como condição de participar do retiro. Que função, ninguém queria deixar o secador, a maquiagem de cabelo (!!!), tablets e os eletrônicos sem fim, roupas e roupas... Mas com aquele mochilão não passavam pela porta, ou se desfaziam de muita coisa, ou ficavam de fora. Uns queriam voltar para casa. E discorreu sobre a preguiça e os egoísmos que devemos deixar para trás a fim de passarmos pela porta estreita que nos levará ao encontro perene com Deus. Disse que ele talvez não conseguisse passar pela porta estreita porque não deixa de comer as empadinhas de catupiry, apesar de estar caminhando todo dia no calçadão (estava gordinho...). Outra parte do Evangelho dizia: “Senhor abre-nos a porta!” E o Senhor, lá de dentro : “Não os conheço, por isso não posso abrir”, embora os que batessem estivessem convictos de serem íntimos do Senhor. E o frei disse: “Eu fico com os cabelos em pé só de pensar no que poderá me acontecer. Tenho medo que o Senhor me diga: - “Frei Alessandro, vai-te daqui, eu não te conheço”. Vocês não têm este receio? Porque não basta estar aqui na Igreja todo domingo, importa como vivemos o dia a dia, importa fazermos tudo do jeito que ele faria, principalmente atendendo os mais necessitados.

Devemos passar por uma porta estreita para alcançarmos a salvação


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4 Carmelita Marroni Abruzzi

Urbano Zilles

Professora universitária e jornalista

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Em poucos dias, ele nos deixou um programa de vida, um vasto e profundo conteúdo sobre o qual precisamos refletir. No Teatro Municipal do Rio, ao se dirigir às elites do país, o Papa citou um pensador brasileiro, Alceu de Amoroso Lima, dizendo que todos aqueles que possuem um papel de responsabilidade em uma nação, são chamados a enfrentar o futuro “com os olhos calmos de quem sabe a verdade”. E para esse olhar calmo, sereno e sábio, segundo o Pontífice, é preciso considerar três aspectos: “primeiro a originalidade, de uma tradição cultural; segundo, a responsabilidade solidária para construir o futuro; e, terceiro, o diálogo construtivo para construir o presente”. Numa época em que “todos falam e ninguém escuta”, segundo Fullton Sheen, o papel do diálogo assume uma grande relevância, principalmente quando as pessoas se fecham, se isolam e todos parecem ter medo de todos, ou numa época em que se passam horas defronte à tela do computador “conversando” com amigos virtuais e afastando-se das pessoas reais. Parece, pois, que está na hora de resgatar o autêntico diálogo. O Dicionário Aurélio nos diz que diálogo, “é uma troca ou discussão de ideias, opiniões, de conceitos com vista à solução de problemas, ao entendimento ou à harmonia”. Segundo Francisco, o diálogo é uma opção possível entre a indiferença egoísta e o protesto violento, e um país cresce “quando dialogam de modo construtivo, suas diversas riquezas culturais...”. Por isso, uma cultura do encontro e do diálogo deverá estar cada vez mais presente no trabalho que muitos grupos vêm realizando em suas comunidades. Parece-nos, pois, que este é momento no qual, com o estímulo das palavras e do entusiasmo do Papa Francisco, a gente aprofunde realmente essa “cultura do encontro”, que supõe segundo ele, “o diálogo entre as gerações, o diálogo com o povo, a capacidade de dar e receber, permanecendo abertos à verdade”. E mais adiante acrescenta: “a única maneira de uma pessoa, uma família, uma sociedade crescer para fazer avançar a vida dos povos é a cultura do encontro, uma cultura segundo a qual todos têm algo de bom para dar, e todos podem receber em troca algo de bom, desde que saibamos nos aproximar dele com uma atitude aberta e disponível, sem preconceitos”. Segundo o Papa, assim cresceria o bom entendimento entre as culturas e as religiões. E conclui: “Hoje, ou se aposta na cultura do encontro ou todos perdem...”. Cabe a nós, agora, pessoas de boa vontade, agir para que uma cultura do encontro e do diálogo se concretize em nosso meio. (litamar@ ig,com.br)

PINIÃO

O que significa tradição?

A cultura do diálogo visita do Papa Francisco ao Brasil trouxe, através de suas atitudes, homilias e discursos, uma excelente oportunidade de revisar como estamos colocando em prática os princípios de nossa fé.

Setembro de 2013 - 2a quinzena

Religioso

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primeira vista, associamos a palavra “tradição”, conceito-chave no campo religioso e cultural, a algo que é passado adiante, transmitido de uma geração para outra. O uso linguístico refere-se à vida humana em geral. A própria vida humana ocorre como aquilo que é transmitido na sequência de gerações. No sentido mais amplo, a tradição é aquilo que une as sucessivas gerações, tendendo a identificar-se com a própria vida. A vida humana, certamente, é mais que mero fenômeno biológico. Ela é humana enquanto sabemos dela, refletimos sobre ela. Nossa vida envolve a questão do sentido e da verdade. Esta última significa luz e clareira inerente à vida cotidiana. A transmissão da vida inclui a transmissão de maneiras de viver, de valores, língua, costumes... A língua herdada permite-nos o acesso à interpretação do mundo que nos cerca. Através da linguagem recebida sempre partimos de determinada pré-compreensão. Ela capacita-nos a vivermos em comunidade, comunicando-nos. Com a língua herdamos e expressamos nossa visão do mundo. Nesse sentido, a língua é um sistema de símbolos que expressa a experiência acumulada, por gerações anteriores, que nos ajuda a nos orientarmos no mundo. A tradição original, dada com a vida e vivida

no dia a dia, torna-se questionável na transição para a tradição refletida, afirmada ou negada conscientemente, no momento em que esta perde a evidência de sua validade e sua força social. De tempos em tempos, na história, surgem crises fundadas no fato de a vida e a verdade não coincidirem, plenamente, em nenhuma tradição. O espírito humano transcende toda cultura em busca da verdade, percebendo quando uma tradição não mais consegue interpretar, significativamente, novos fenômenos. Acontecendo tal crise, a tradição torna-se incompreensível e perde sua evidência, pois não consegue dar respostas satisfatórias aos novos problemas, dificultando a compreensão entre pessoas. É a hora em que somente poderá ser mediada e apropriada, criticamente, ou substituída. Para continuar viva, a tradição, também a religiosa, deve ser traduzida, sem ser traída, para dentro de novas situações culturais.

Vivendo de máscaras Antônio Mesquita Galvão Doutor em Teologia Moral, filósofo e escritor

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um desses dias assisti um psicopedagogo falando na tevê a respeito dos descaminhos da vida humana em sociedade. No andamento da palestra, ele se referiu a três períodos distintos de sua vida, dos quais ele colheu lições e exemplos capazes de formar uma base para sua existência, e de profissional do comportamento.

Ele aprendeu com os pais que o que importava era ser; ser distinto, amigo, bom filho, cidadão, digno, honesto, respeitador. Mais tarde, ele testemunhou a fase do ter. Era imperioso ter boa aparência, dinheiro, boas roupas, ter bens, status, ter, ter... Hoje, disse ele, na fase madura, presencia a fase do “faz de conta”. Na atualidade, as pessoas fazem de conta – mesmo que não esteja – que está tudo bem... Os pais fazem de conta que educam, os professores fazem de conta que ensinam, os alunos fazem de conta que aprendem, os profissionais fazem de conta que são competentes, os governantes fazem de conta que se preocupam com o bem-comum e a felicidade do povo, e este faz de conta que acredita. Nessa conjuntura de máscaras e falsas posturas sociais, a maioria das pessoas faz de conta que são honestas, os líderes religiosos fazem de conta que são representantes de Deus e conhecem a sua vontade; os fiéis fazem de conta que têm fé, os doentes fazem de conta que têm saúde; os bandidos fazem de conta que são dignos e a justiça faz de conta que funciona e é imparcial. Enquanto os corruptos se fazem passar por probos idealistas, os terroristas querem passar uma imagem de justiceiros. É por isso que a maioria da população se omite e faz de conta que está tudo

bem. Mas, uma coisa é certa, irrefutável: não podemos fazer de conta, quando nos olhamos no espelho da nossa própria consciência. Podemos sair à cata de mil desculpas para explicar nosso faz-de-conta, mas não há como justificar a omissão. É salutar, porém, salientar que todo esse circo que a sociedade arma, causa prejuízo a todos, a partir dos que teimam em não ver. Quem age deste modo termina caindo nos buracos que ele mesmo cavou, e acaba frustrado, deprimido e derrotado. É hora de buscarmos a autenticidade, deixando cair todas as nossas máscaras. Quem vive sem máscara nunca será confundido e jamais cairá no anonimato dos medíocres, mas obterá sucesso em todos os seus empreendimentos. O indivíduo autêntico jamais representa papéis falsos; ele apenas é o que é, sem maiores alardes. As pessoas autênticas têm maior possibilidade de serem felizes que as demais. Como ensina Dráuzio Varella, “se não quiser adoecer não viva de aparências. Nada pior para a saúde do que viver de fachadas”. Se é fácil enganar os outros, é impossível enganar a nós mesmos. No fim, prestaremos contas à nossa consciência e não aos outros. Quem vive de máscaras é pessoa de muito verniz e pouca raiz.


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DUCAÇÃO &

SICOLOGIA

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Transitoriedade e permanência: o dentro e o fora Juracy C. Marques Professora universitária. Doutora em Psicologia

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as a transitoriedade é muito triste, dirão os senhores. Não, replico eu, ela é a alma do ser, é o que confere valor, dignidade e interesse à vida, pois a transitoriedade produz o tempo – e o tempo é, ao menos potencialmente, o maior e o mais útil das dádivas”. Thomas Mann, Elogio da Transitoriedade agenciabrasil.ebc.com.br

“ O que acho mais falta é da convivência com os jovens”. Professor aposentado, Faculdade de Filosofia, UFRGS, em 1964, conversa informal. Há 25 séculos, Heráclito dizia que um homem não pode se banhar duas vezes no mesmo rio, pois tudo flui. O mundo está mudando sempre, nada será do jeito que foi. Talvez as instituições, pelo menos algumas delas, sejam mais permanentes. Entretanto, nós também mudamos, nossa própria identidade sofre alterações conforme as experiências que vamos acumulando, consciente ou inconscientemente. O passado existe, mas o futuro é uma abstração. Todavia, de certo modo, você está vivendo de seu passado, ele é o cimento do seu presente. Por isso, viva o seu presente, “Carpem Diem”, disse Horácio, depois de 500 anos de Heráclito, pois ele permanecerá, queira ou não, em seu amanhã. (O tempo passa, o tempo voa, David Coimbra, Zero Hora, 25/06/2013).

As lições do Papa Francisco

Sua Santidade o Pontífice Francisco, em sua exitosa visita ao Brasil – Rio de Janeiro e Aparecida – para participar e prestigiar a JMJ (Jornada Mundial da Juventude) fez da proximidade a pedra fundamental de sua presença. Ele, mesmo que usando o “papa-móvel”, para melhor ver e ser visto, movimentava-se continuamente para estar próximo, tocar e ser tocado, beijando as crianças e descendo para abraçar um cadeirante ou alguém que por ser idoso apresentava dificuldades de locomoção. Nos seus muitos e variados pronunciamentos deixou lições profundas que vão permanecer como guias de orientação sobre comportamentos e atitudes para todos nós que queremos viver e servir como cristãos neste nosso mundo, hoje tão tumultuado e confuso quanto às melhores decisões na construção do futuro. A indiferença está globalizada, quase nada nos espanta ou indigna (citou a parábola do Bom Samaritano). Ele insistiu que os jovens abrem uma janela que nos mostra como é o mundo que eles estão construindo para todos nós, independentemente de que concordemos ou não com seus modos peculiares de ser e fazer. É preciso que prestemos muita atenção e possamos, com a graça de Deus, saber bem compreendê-los tendo a coragem de ouvir suas vozes.

Francisco em meio à multidão no papamóvel

Fé, Esperança e Alegria

Este é um de seus ensinamentos, com não menor ênfase à criatividade, energia e entusiasmo que emanam de seus comportamentos e formas originais de encontrar soluções inusitadas para problemas imprevistos, de acordo com as variadas culturas dos peregrinos, revelando os distintos valores de conformidade com suas pátrias de origem. Além disso, seu próprio modo de ser está imbuído por valores de humildade (“rezem por mim!”), austeridade e simplicidade, carregando sua malinha como única bagagem (“não trago ouro nem prata, trago-lhes Jesus Cristo!”). Criticou a demasiada importância que se atribui ao Dinheiro (a oscilação da Bolsa de Valores comanda nosso cotidiano, mesmo quando gera corrupção e inflação incontrolável). Incitou os jovens a serem rebeldes e revolucionários, pois precisamos urgentemente de mudanças drásticas, não só no Brasil, mas neste nosso mundo globali-

zado. Lembre-se sempre da força incomensurável da Oração, da proximidade com Deus, nosso Pai, amigo e protetor. Rezem por mim!


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EMA EM FOCO

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Poder e autoridade: é “S

e alguém de vocês acha que tem autoridade pode se manifestar’, provocou certa feita famoso pa blicos e gerentes, chefes da iniciativa privada das mais diversas áreas, alguns reitores universit ticos. Prudentemente, ninguém se manifestou. Havia até um famoso treinador de futebol que se calou! Nem todas as pessoas revestidas de poder têm autoridade. E, por o

O que é ter poder e o que é ter autoridade?

Herodes, Pilatos, os sumos sacerdotes, tinham poder. Poder que os fez condenar Jesus, que tinha autoridade, mesmo morrendo crucificado e nu. Um professor em sala de aula pode ter poder, mas pode não ter autoridade e por isso age com imposição aos seus alunos. Um político, independente de instância e repartição, é revestido de poder, mas pode não ter autoridade. (E por falar neles, quantos de nossos homens públicos brasileiros têm autoridade a toda prova? Coerência com o que promete, moral ilibada?). E assim também alguém guindado a posto de mando na hierarquia eclesiástica tem poder conferido pela instituição. Mas nem sempre tem autoridade. A autoridade se respeita. O poder não respeita nem se respeita, pois não reconhece nem se reconhece a si mesmo. Poder se teme. O poder usa a imposição e a ordem 'superior'. Um pai se reconhece a si mesmo, em toda sua dignidade de pai, quando seu filho lhe diz "papai" com respeito e admiração e não com medo. O respeito pelo outro e por sua liberdade é a marca da autoridade. Um chefe que sabe ser autoridade convence, aglutina, soma, faz colaborar. O poder aprisiona, violenta, atemoriza, reduz a liberdade. A autoridade liberta. A autoridade cria confiança, compromisso com o outro e com o mundo. Alguém que exerce autoridade e não puro poder cria um mundo para a outra pessoa, para si mesma e para outras. Autoridade é uma conquista pelo serviço.

O medo de perder o poder

"Todos os que foram formados no medo do castigo, do abandono, da vergonha e da condenação veem na autoridade um poder, um inimigo, uma violência. No melhor dos casos se rebelará contra ela. No pior e mais frequente, reproduzirá a violência que recebeu, exercendo-a em outros mais débeis do que ele: filhos, alunos, subordinados" (José Andrés Murillo, em Mirada Global). Quem tem autoridade não tem medo de perdê-la. Aquele que acredita ter autoridade, tem tanto medo de perdê-la se for débil, inseguro, que se aferra a ela transformando-a em poder mediante algum tipo de violência. O que exerce poder tem medo daquele a quem submete. Diante de sua insegurança, o que tem autoridade pode querer eliminar toda possibilidade de questionamento por parte daqueles que estão sob sua responsabilidade. Elimina esta possibilidade reduzindo-os a animais de obediência. Um professor que se sente muito inseguro de seus conhecimentos exige que seus alunos o obedeçam, repitam sem questionar. Melhor fora – e aí poderia se transformar em autoridade – comprometer-se numa busca com os alunos e transformar sua insegurança numa pergunta comum, na qual ele mesmo está implicado.

Medo de não ter respostas

A vida sempre tem perguntas novas quando se pensa ter respostas para todas as perguntas. O medo de não ter respostas elimina a possibilidade de fazer perguntas e cria respostas falsas. Isso é o que faz o poder. A autoridade está reconciliada com a incerteza, com a falta de respostas e ajuda os que estão sob sua responsabilidade a procurar juntos, guia-os na busca sem submetê-los. Uma mãe ou

um pai que sempre se sentiram pouco queridos e inseguros de si mesmos podem utilizar seu filho para sentir-se incondicionalmente queridos, manipulam-no e o obrigam a prestar-lhes toda sua atenção. Transformam-no num objeto de sua própria segurança. O filho, a criança, o estudante, o empregado, o subalterno, sentem medo de questionar seus professores, seus pais, seus chefes e superiores pois qualquer questionamento significa violência para eles. Desta maneira, se elimina o pensamento crítico e a liberdade e se constrói um mundo de medo e de violência.

Autoridade e a crise de representatividade

Cada vez mais as instituições perdem a autoridade. Podem até continuar a ter poder. Mas com que autoridade? Não por nada, o que esteve – e continua a estar – por trás da indignação brasileira manifesta nos protestos de junho e julho último é o vazio institucional em todos os níveis. "Essa Justiça, esse Governo, essa Organização, essa Igreja, esses Políticos... não nos representam mais". Desprezo pelos políticos corruptos, revolta contra o roubo de verba pública, alto preço das passagens dos transportes públicos, insatisfação com os investimentos em educação e saúde e os 33 bilhões de reais projetados para os gastos na Copa do Mundo foram algumas das muitas revoltas que levaram o povo brasileiro a bradar nas ruas. A sociedade não suporta mais o alto custo da máquina do Estado, a desmesurada corrupção, a carreira política como um grande negócio, a “representocracia”, a desesperada luta pela manutenção do poder, a manutenção da desigualdade social – uma casta de dirigentes e outra de dirigidos, a criação de uma rede de corruptores – grandes empresas – que amarra qualquer político bem intencionado e é quem realmente pega as rédeas do controle político do país, tornando natural, crimes como fisiologismos, peculatos, subornos, clientelismos e tráficos de influência.

O mau uso da instituição

Além dessas, outras tantas insatisfações já surgiram após, como a decisão do alto poder judiciário propondo novo aumento de salários com todo seu efeito cascata e a atitude dos 'colegas' de não cassar o mandato de um deputado federal que já cumpre pena na cadeia. Pelo que cabe perguntar, da maioria de nossos homens públicos é possível se afirmar que tem poder! Mas com que autoridade? Que legitimidade têm as instituições se muitos dos que as gerenciam não estão à altura de sua missão? Usam a instituição para se locupletar e legislar em causa própria ou para seu grupo de interesses! Ou, na onda do corporativismo, auto aumentam seus vencimentos distanciando-se cada vez mais da realidade salarial da grande massa de brasileiros dos que não tiveram a sorte de fazer parte da elite de apaniguados pelos cofres públicos?


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Setembro de 2013 - 2a quinzena

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ÇÃO OLIDÁRIA OLIDARIEDADE

é possível ter os dois?

alestrante motivador profissional, especialista em gestão. Na numerosa plateia, havia administradores pútários, diretores de escolas particulares, professores, alguns padres e religiosas, dois bispos e vários políe tornou meio autoritário ao longo do tempo e não estava conseguindo mais bons resultados. Também se outro lado, nem todas as pessoas que têm autoridade contam com o poder.

A rebeldia dos jovens Imagem: Divulgação

Solidário entrevistou o sociólogo e padre Matias Martinho Lenz, vice-provincial da Província Meridional do Brasil da Companhia de Jesus - jesuítas. E que resultou na seguinte reflexão. Solidário - O que distingue a autoridade do poder? Padre Lenz - Autoridade é o poder legítimo. O poder exercido sem legitimidade é imposição, dominação ou tirania. Há muitas formas de legitimar o poder. Uma forma é através das leis, que repousam no consenso entre os cidadãos e se conformam com ética. Os cidadãos delegam poder aos governantes e legisladores. Nas democracias representativas, como a nossa, o poder é exercido em nome do povo. Mas há outra forma de legitimação: o carisma,como lembra Max Weber. Um líder carismático pode criar movimentos e obter mudanças, que se transformam em leis, como resultado de seu poder de convencimento. No nosso mundo pesa muito uma outra fonte de poder é a posse de bens, sobretudo de grandes fortunas. O poder econômico de pessoas ou grupos pode levar a decisões que prejudicam a maioria do povo. Tais decisões às vezes tomam a forma de leis, às quais falta a legitimidade de servirem ao bem comum. Na Igreja, a autoridade tem a ver hierarquia, no sentido de “poder sagrado”, mas com o sentido de serviço, não de dominação: “sabeis que os chefes das nações as dominam e os grandes fazem sentir seu poder. Entre vós não há de ser ser assim. Quem quiser ser o maior entre vós seja aquele que vos serve... ” (Mt 20,25-26). Na Igreja, poder é serviço. A Igreja é meio, não é um fim em si. O Papa Francisco pede à Igreja que deixe de ser auto-referencial, voltada para si mesma. O serviço legítimo na Igreja de realiza com a participação de todos, na diversidade dos dons e carismas, no sentido da colegialidade proposta pelo Concílio Vaticano II. Solidário - Por que esse sentimento de vazio institucional? Lenz - Poder e legitimidade: o sentimento de sermos mal representados deriva não tanto da falta de legitimidade legal. Um político pode ter sido legalmente eleito, mas pode lhe faltar a legitimidade moral. Um governante que não governa para o bem comum, mas para atender interesses privados ou de grupos de pressão, quem é corrupto ou se

Pe. Matias Lenz

deixa de cumprir com suas obrigações do seu cargo, perde legitimidade. Na Igreja, o compromisso se fortalece quando as pessoas não apenas são parte, mas tem parte, são ouvidos e participam ativamente na comunidade, como cristãos adultos. O clericalismo, criticado pelo Papa Francisco, é a atitude daqueles clérigos que pretendem decidir sozinhas e não tratam os leigos como adultos e corresponsáveis. Solidário - E essa rebeldia dos jovens contra a autoridade? Lenz - Os jovens são especialmente sensíveis em relação ao poder autoritário, tanto na sociedade civil como na Igreja. Não é verdade que os jovens não são capazes de lidar com a autoridade. O que eles não aceitam é a dominação, são as imposições. Aí eles se afastam. Eles querem saber o porquê das decisões ou medidas tomadas pela autoridade. Eles querem participar, podendo dar sua opinião, tomando parte no processo das decisões que lhes dizem respeito, ser sujeitos do processo de construção de uma Igreja viva. Na sociedade civil eles se sentem decepcionados com os políticos corruptos e o desmandos do poder, como disse o Papa ao jovens no Rio de Janeiro. Não é por nada que a participação dos jovens nos protestos de rua foi grande. Os jovens são chamados a ser protagonistas, a rebelar-se contra a corrupção e os falsidade no mundo da política, e de batalhar por uma política do bem comum, com partilha de bens e sem exclusões.


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ABER VIVER

Você já teve passagem de cálculo? Saiba o que é Os cálculos renais são formados por substancias minerais (cristais) que, ao longo do tempo, vão se depositando nos rins ou nos canais de excreção de urina (ureter), gradualmente aumentando de tamanho, podendo, em casos mais graves, causar, além de dor, obstrução ao fluxo urinário e comprometimento da função renal. Níveis urinários elevados de substâncias como cálcio, oxalato, cistina e ácido úrico são implicados na formação dos cálculos, mas estes podem ocorrer mesmo com níveis normais destes elementos, especialmente se a quantidade de urina ao longo do dia é baixa. Daí a clássica recomendação médica de ingesta hídrica adequada em quem sofre desta condição (especialistas recomendam uma ingesta que produza um volume de urina de pelo menos 2000 ml/dia). Fatores predisponentes: 1) Beber pouco líquido. 2) Uso de suplementos de cálcio. 3) Dietas ricas em proteína animal (alta ingestão de carne). 4) Dieta rica em açúcar e sódio. 5) Diabetes 6) Obesidade 7) Pessoas que sofrem de Gota (doença por deposição de ácido úrico). 8) Cirurgias prévias do trato gastrointestinal Sintomas Dor é a manifestação mais comum dos cálculos renais e pode variar de intensidade, desde leve até muito intensa, necessitando medicação endovenosa para seu controle. Tipicamente, a dor melhora e piora ao longo da sua evolução, mas não desaparece completamente. Períodos de dor severa (usualmente 20-60 minutos de duração) são denominados pelos médicos de cólica renal (cólica nefrética) e constituem causa comum de atendimentos em serviços de emergência. A presença de sangue na urina (hematúria) também é um sinal frequente, podendo ser visível a olho nu (hematúria macroscópica)

www.calculorenal.org

Dor é insuportável

ou apenas em exames de urina (hematúria microscópica) e não tem necessariamente relação com gravidade do quadro. O indivíduo pode relatar a visualização de pequenos cristais eliminados na urina. Cálculos com menos de 5 mm podem ser eliminados sem necessidade de tratamento, já cálculos maiores (>9 mm) raramente são expelidos espontaneamente, sendo necessária intervenção urológica. Náuseas, vômitos, dor durante a micção e sensação de “vontade urgente para urinar” também fazem parte dos sintomas. Nem todos os indivíduos com cálculos renais têm sintomas. Em algumas pessoas os cálculos são descobertos em exames radiológicos solicitados por outros motivos de investigação. Os cálculos podem permanecer nos rins por vários anos sem nunca causar nenhum desconforto. Lembre-se que a melhor estratégia é sempre a prevenção e medidas simples como incrementar a ingestão de líquidos diariamente e alguns ajustes na qualidade da dieta podem fazer muito pelo seu bem estar.

80 anos de Albano Werlang

Albano L. Werlang celebra 80 anos junto com sua esposa Marlene, as filhas Josy e Mônia e a neta Manuela. Obrigado a Deus e a Nossa Senhora pelo dom da vida.

Dicas para uma boa viagem de avião A TAP dá sugestões para realização de uma viagem saudável à bordo de aeronaves. Como o ambiente no avião é bastante seco, é aconselhável beber bastante líquido, em particular água. Para prevenir problemas de circulação ou dores no corpo, evite permanecer de pernas cruzadas e levante-se de vez em quando para andar um pouco, a menos que a tripulação não recomende. E se sentir algum mal-estar, avise imediatamente um comissário de bordo que está treinado para lidar com as mais variadas situações.

Setembro de 2013 - 2a quinzena

Voluntariado faz bem à saúde de quem o pratica Tornar-se um voluntário pode ajudar não só outras pessoas a se sentirem bem, como pode melhorar a sua saúde mental e lhe proporcionar uma vida mais longa. É o que afirma um novo estudo publicado no periódico britânico BMC Public Health. Em uma análise de 40 trabalhos acadêmicos reunidos pela Universidade de Exeter, no Reino Unido, os pesquisadores descobriram que os voluntários experimentam níveis mais baixos de depressão e altos níveis de bem-estar e satisfação com a vida, de acordo com os relatórios de suas autoavaliações, mas os resultados finais ainda precisam ser confirmados por testes. Os voluntários eram 20% menos propensos a morrer nos próximos quatro a sete anos, se comparados à média. O voluntariado é tido como algo especialmente bom para a saúde física dos idosos, incentivando-os a permanecer ativos e a passar mais tempo fora de casa. Mas os jovens também experimentam benefícios vindos dessa atividade. Um estudo à parte realizado nos EUA, e publicado este ano no periódico JAMA Pediatrics, associou o voluntariado com a melhoria da saúde cardiovascular de alunos do ensino médio. Os motivos, por trás do voluntariado, incluem querer "dar algo de volta" para a comunidade, mas quando os voluntários sentiram que não estavam "recebendo algo em troca", em retorno, o impacto positivo se mostrou mais limitado, explicaram os pesquisadores. Estima-se que 22,5% das pessoas na Europa dedicam um pouco do seu tempo livre ao voluntariado, em comparação a 27% nos Estados Unidos e 36% na Austrália. A pesquisadora-chefe Suzanne Richards afirmou: — Nossa revisão sistemática mostra que o voluntariado está associado a melhorias na saúde mental, porém, é necessário mais trabalho para determinar se o voluntariado é realmente a causa. Ainda não está claro se os fatores biológicos e culturais e os recursos sociais, que são frequentemente associados a melhores condições de saúde e sobrevivência, também estão ligados a uma vontade de se voluntariar em primeiro lugar. Um estudo separado da Universidade Carnegie Mellon, nos EUA, anunciado em junho, constatou que o voluntariado pode melhorar a saúde do coração, reduzindo a pressão arterial. Blog de Talula Pascoli

Jovens costumam visitar idosos em asilos

Visa e Mastercard


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Humor

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SPAÇO LIVRE

Abade visita Solidário

Sem Fronteiras Martha Alves D´Azevedo

Comissão Comunicação Sem Fronteiras

P: O que o tijolo falou pra tijola? R: Tem um "ciumento" entre nós. xxx P: O que faz um homem sério, daqueles bravos mesmo, virar a cabeça? R: Ora, o pescoço. xxx P: Um garoto tinha um gato chamado Tido. Toda noite, Tido dormia em um cesto. Um dia o garoto foi procurar e Tido não estava no cesto. Qual o nome do filme? R: O Cesto Sem Tido. xxx P: O que fazem os homens correrem atrás de mulheres com quem não tem intenção de casar? R: A mesma necessidade que fazem os cães correrem atrás de carros que não têm intenção de conduzir.

ard on

P: Por que os guardas andam sempre juntos? R: Porque eles são soldados. xxx

Le

Um sujeito encontra um amigo e fala o tempo todo de si mesmo. Depois diz: - Falei tanto tempo sobre mim, agora vamos falar de você. O que achou da moto que eu comprei? xxx

Relações frutíferas

U O Irmão José Palmeiro Mendes, abade emérito do Mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro, esteve em visita ao jornal Solidário sendo recebido pelos seus diretores Pe. Attílio Hartmann e Marta Casado D'Azevedo (foto), além do jornalista Luiz Carlos Vaz, redator. Natural de Porto Alegre, onde trabalhou como jornalista no Correio do Povo até transferir-se para o Rio, onde foi ordenado, Irmão José é o mais novo assinante de nosso jornal. Aproveitou ele a oportunidade para inteirar-se mais a fundo sobre a atividade desenvolvida pelo Solidário, assim como recebeu do Pe. Attílio, que é também o diretor da Editora e Livraria Padre Reus, informações pertinentes às suas publicações, em especial o Livro da Família e o Familienkalender, cujas edições referentes a 2014 acabam de ser impressas.

Professores de Ensino Religioso têm seminário A Associação de Professores do Ensino Religioso do Rio Grande do Sul promoverá, no dia 26 de setembro corrente, o VIII Seminário Estadual da APER/RS- 2013, tendo como tema Só há diálogo quando percebemos o outro, e por objetivo refletir sobre o papel do professor de Ensino Religioso diante da realidade atual. O evento ocorrerá das 8 horas às 17h30min no auditório das Paulinas, na rua dos Andradas, 1212, em Porto Alegre, com a seguinte programação: 8 horas: credenciamento 8h45min: abertura - Diretoria da APER/RS. 9horas: apresentação de alunos da APAE, da E.E.E.F. Professor Sylvio Torres 9h30min: palestra do assessor Prof. Pedro Kunrath, “Só há diálogo quando percebemos o outro”. Reflexão sobre o tema. 11horas: continuação da palestra “Só há diálogo quando percebemos o outro”. 13h30min: reinício das atividades - Profa Alcina Silva dos Santos /E.E.E.F. Professor Sylvio Torres 14 horas: palestra da assessora Profa Vilma Rosane Arrial /E.E.E.F. Professor Sylvio Torres - “ O que é ser professor – Atividades práticas em sala de aula. 15h30min: apresentação dos trabalhos. 16h: divulgação e informes da APER/RS e troca de experiências exitosas entre as escolas. 17h30min: encerramento com entrega do certificado. Informações para inscrições: E-mail: ensinoreligiosoaperrs @ gmail.com Alcina Silva dos Santos: (51)93650923/ 33197678; Iara Amaral: (51) 99953264; Teresinha : (51) 91623625

RESERVE O SEU EXEMPLAR O Livro da Família 2014 e o Familienkalender 2014 estão disponíveis na Livraria Padre Reus, em Porto Alegre, e na filial, no Santuário Sagrado Coração de Jesus, junto ao túmulo do Padre Reus, em São Leopoldo. Matriz: fone 51-3224.0250

Filial: fone 51-3566.5086

livrariareus@livrariareus.com.br

m ano após o conflito de Curuquaty entre os sem-terra e a polícia paraguaia, que resultou na morte de 17 camponeses, e que foi utilizado pela direita paraguaia para a deposição sumária do presidente Fernando Lugo, a situação do Paraguai junto aos seus vizinhos da América ficou bastante comprometida. Suspenso do Mercosul até que houvessem novas eleições, a situação do país, importante membro do Mercosul, ficou num compasso de espera. O Paraguai, que se opunha à entrada da Venezuela como membro pleno do Mercosul, viu o fato se concretizar durante o período que antecedeu a eleição presidencial prevista para 2013. Em abril de 2013, realizadas as eleições no Paraguai, foi eleito Horácio Cartes, multimilionário, acionista de dezenas de empresas dos setores financeiros, tabacaleiro e agropecuário, que se filiara ao Partido Colorado em 2009 e que hoje faz parte da ANR (Asociación Nacional Republicana), que abriga o Partido Colorado. Dia 15 de agosto último, Horácio Cartes tomou posse como presidente do Paraguai, contando com as presenças dos presidentes da Argentina,do Brasil e do Uruguai. O presidente venezuelano, Nicolas Maduro, foi uma ausência notória na cerimônia de posse de Cartes. Assunção não o convidou sob alegação de que Caracas retirou seu pessoal diplomático após a queda de Lugo. Os presidentes do Mercosul anunciaram em julho, que levantariam a suspensão do Paraguai após a posse de Carter, mas ele rejeitou um retorno ao bloco por considerar ilegal a incorporação da Venezuela ao organismo Na véspera da posse, Cartes se reuniu separadamente com a presidente Dilma Rousseff. E com o presidente do Chile, Sebastián Piñera. Após a posse, estavam agendadas reuniões com o presidente do Uruguai, José Mujica, e do Peru, Ollanta Humala. O presidente do Equador não compareceu à posse, nem enviou representante em solidariedade a Maduro. Depois de empossado na quinta-feira, Carter disse que não se opõe à presença da Venezuela no Mercosul: “Não há problema para a entrada da Venezuela, mas temos diferenças. Para nós, a entrada de um sócio não-pleno tem que ser unanimidade”, afirmou. O ministro das Relações Exteriores, Eladio Loizaga, declarou que o Paraguai terá apenas acordos bilaterais com os membros do Mercosul (Argentina, Brasil, Uruguai e Venezuela). A União das Nações Sul-Americanas (UNASUL), organização regional que também suspendeu o Paraguai após a destituição de Lugo, anunciou que a partir da eleição de Cartes, a medida perdeu o efeito. “Nos sentimos encorajados com a forte predisposição de manter relações cordiais bilaterais em vez de agravar divergências conjunturais”, completou o novo presidente paraguaio, desejando “relações mais frutíferas com os países vizinhos e, com todos os países com os quais temos relações”. (geralda.alves@ufrgs.br).

Lauro Quadros - 19/09 Paulo Roberto Girardello Franco - 25/09 Maria Regina Freitas Ferreira - 27/09 Nereu D'Ávila - 28/09


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GREJA &

COMUNIDADE

Solidário Litúrgico 22 de setembro - 25o Domingo do Tempo Comum Cor: verde

1a leitura: Livro de Amós (Am) 8,4-7 Salmo: 112(113), 1-2.4-6.7-8 (R/. 1a e 7b) 2a leitura: 1a Carta de S. Paulo a Timóteo (Tm) 2,1-8 Evangelho: Lucas (Lc) 16,1-13 (ou: 16,10-13) Comentário: Os sentimentos humanos de Jesus são tão humanos, mas tão humanos, que só podem ser divinos. Em Jesus, o Pai nos ama com amor de predileção e nos quer a todos e todas, felizes. Hoje, o evangelista Lucas nos leva ao mistério do sofrimento de Jesus, motivado pela não-aceitação da sua Boa Nova por parte dos cidadãos de algumas cidades, onde ele oferecera a felicidade do seu Reino, mas não encontrara resposta. É assim que é preciso interpretar os “ais” de Jesus: são uma queixa triste, dolorida, decepcionada porque rejeitaram um bem que ele lhes oferecia. “Ai de ti, Corazim, ai de ti, Betsaida, ai de ti, Cafarnaum”. Não é ameaça, é queixa, é decepção. É como se Jesus dissesse: “Olhem, o Reino que eu anuncio... a Palavra que eu trago para vocês, é para seu bem, sua felicidade. Por que não

me ouvem... por que não mudam de vida... porque não se convertem para o bem, para o perdão, para o amor!?” A dor maior de Jesus era causada pela descrença dos habitantes de Cafarnaum, cidade da residência de Pedro e centro da sua pregação. É o sofrimento humano de Jesus, tão semelhante ao sofrimento de cada um de nós, quando um projeto fracassa, um sonho se esvai, uma relação termina. Mas Jesus não é passado, Jesus não é uma boa nova pregada há dois mil anos mas que, com a sua morte, morreu também. Não. Jesus continua caminhando por nossos caminhos, pregando em nossas comunidades, falando em nossas famílias, presente em nossas alegrias e dores, em nossos sucessos e fracassos, em nossos sorrisos e lágrimas, presente em cada abraço de esperança, de perdão, de amor. Quando nossa mente e nosso coração estão abertos e bem dispostos, ele se deixa reconhecer nos “profetas do cotidiano”, que tantas vezes passam desapercebidos e somente ganham rosto e nome para quem olha a vida e a gente com os olhos do coração.

29 de setembro - 26o Domingo do Tempo Comum Cor: verde

1a leitura: Livro de Amós (Am) 6, 1a.4-7 Salmo: 145(146),7.8-9a.9bc-10 (R/. 1) 2a leitura: 1a Carta de S. Paulo a Timóteo (Tm) 6,11-16 Evangelho: Lucas (Lc) 16,19-31 Comentário: Há 70 anos, na escola paroquial da minha pequena aldeia natal (hoje, São Pedro da Serra), na aula de doutrina, eu decorava a primeira pergunta do catecismo católico: “Para que estamos na terra?” E a resposta: “Estamos na terra para amar e servir a Deus e, assim, salvar a nossa alma”. O que hoje parece anacrônico e restritivo – e é –, ganha uma interpretação com muito sentido para este nosso século XXI: há muitos batizados, cristãos nominais, que perderam a dimensão da transcendência e vivem como se somente o aqui e o agora do existir na terra tivesse importância. O depois? “Ah, o depois deixamos para... depois!” A parábola deste domingo é um alerta para os que vivem apenas para o aqui e o agora. Dois personagens representam as duas maneiras de viver: o rico, que tem tudo e vive de banquete em banquete, e o pobre, que sofre o

Setembro de 2013 - 2a quinzena

duro cotidiano, excluído, mendigando migalhas para, ao menos, sobreviver. O rico não tem nome, o pobre, sim: ele é Lázaro/Eleazar, “Deus salva”. O rico põe na riqueza sua “salvação”; o pobre, confia em Deus e, apesar de tudo, põe nele sua esperança. A morte, destino comum de toda pessoa, rica ou pobre, inverte as situações de ambos: agora, Lázaro é definitivamente feliz, no céu do “seio de Abraão”; o rico é definitivamente infeliz, no inferno da eterna exclusão. Voltemos à primeira pergunta do catecismo: “para que estamos na terra?” A resposta é de cada um: viver como se, na terra, fosse o início, o meio e o fim da existência humana e, portanto, gozar o máximo aqui, porque não há nada depois ou, então, viver intensamente a vida aqui, com tudo de bom que ela oferece, “amando a Deus e aos irmãos e irmãs com amor solidário”, sempre com a mente e o coração voltados para o depois, para a vida que continua no “seio de Abraão”, na Casa do Pai. A opção é livre e Deus respeita a escolha que cada um faz: na sua Casa só tem lugar para quem faz da sua vida uma alegre, generosa, gratuita doação de amor. (attilio@ livrariareus.com.br)

Catequese No centro da Catequese está uma Pessoa: a Pessoa de Jesus de Nazaré Marina T. Zamberan Catequista

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vida cristã consiste em seguir Cristo. Se nós, catequistas, não temos o hábito de ler e meditar os evangelhos, como vamos catequizar? Como vamos renovar cada dia nossa opção pela pessoa do Cristo?

A quarta Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos insistiu muitas vezes no cristocentrismo de toda a catequese autêntica. O que isto quer dizer? Catequizar é usar todos os meios possíveis para ajudar os catequizandos a compreender o significado dos gestos e das palavras de Cristo e dos sinais por Ele realizados, pois eles revelam o seu Mistério. Neste sentido, a finalidade definitiva da catequese é a de fazer que alguém se ponha, não apenas em contato, mas em comunhão e em intimidade com Jesus Cristo: Somente Ele pode levar ao amor do Pai no Espírito e fazer-nos participar da vida da Santíssima Trindade. Transmitir os ensinamentos de Cristo O cristocentrismo na catequese significa também que, mediante ela, se deseja transmitir, não cada um a sua própria doutrina ou então a de um outro sábio mestre, mas os ensinamentos de Jesus Cristo, a Verdade que Ele comunica, ou, mais exatamente, a Verdade que Ele é. Daí a necessidade de ler os Evangelhos, meditandoos, para encontrar o legítimo conteúdo da catequese. Na catequese é Cristo que é ensinado — e tudo o resto sempre em relação com Ele. Na verdade, somente Cristo ensina, qualquer outro que ensine o faz na medida em que é seu porta-voz. A preocupação constante de todo o catequista, seja qual for o nível das suas responsabilidades na Igreja, deve ser a de fazer passar, através do seu ensino e do seu modo de comportar-se, a mensagem e a vida de Jesus Cristo. Assim, a atenção e a adesão da inteligência e do coração daquele que catequiza não deve deter-se em si mesmo, nas suas opiniões e atitudes pessoais. Antes, deve fixar-se na Pessoa do Cristo. Todos os catequistas deveriam poder aplicar a si próprios a misteriosa palavra de Jesus: "A minha doutrina não é minha, mas d'Aquele que me enviou". Antes de impor quaisquer obrigações e normas aos catequizandos, é a pessoa de Cristo que devemos apresentar. O resto vem por acréscimo. Daí a necessidade de usar o Evangelho como o máximo conteúdo catequético.


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SPAÇO DA

Concluída a instalação da rampa universal de acesso à Catedral Após 10 anos de espera, a Catedral Metropolitana Mãe de Deus, de Porto Alegre, concluiu a instalação da rampa universal de acesso. Nesta quarta-feira, dia 21 de agosto, trabalhadores finalizavam a instalação do corrimão. Além dos cadeirantes, a rampa também facilitará o acesso de pessoas com deficiência, idosos e gestantes que tenham dificuldades de acessar o templo pela escada.

O prédio da Catedral Metropolitana é patrimônio tombado pelo município, enquanto a calçada a frente do templo, de construção portuguesa, é patrimônio tombado

pelo Governo Federal. Estes fatores influenciaram diretamente no moroso processo de liberação iniciado em 2003. Pe. Gustavo Haas, pároco da Catedral, explica que todo o estilo da rampa e o local de instalação foi definido pelos órgãos citados, cabendo à paróquia apenas a execução da intervenção: “A estética, o tamanho e o local de colocação foi definido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Como a calçada pertence ao Governo Federal a colocação de qualquer coisa deve ser solicitada ao órgão competente”.

Rampa da Catedral já está em uso

Obra Social Instituto Providência celebrou 150 anos de fundação O Instituto Providência, obra social iniciada pela Bem-Aventurada Bárbara Maix, fundadora da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, celebra 150 anos de fundação neste ano. Situado à Rua Demétrio Ribeiro, centro de Porto Alegre, a obra é uma das mais antigas em atividades na Arquidiocese de Porto Alegre e se mantém firme ao longo deste um século e meio de ação social, especialmente junto aos mais Sob o imperativo da caridade cristã, este tempo confirma a presença de Deus no trabalho realizado. Para marcar este tempo, uma missa em ação de graças foi celebrada no sábado, dia 24 de agosto no Santuário São Rafael. Além da comunidade, o evento religioso reuniu Irmãs, crianças e famílias atendidas pela instituição. A Santa Missa foi presidida pelo Chanceler da Arquidiocese de Porto Alegre, Cônego Luís Vunibaldo Melo da Silveira.

Cônego Melo destacou a alegria de celebrar os 150 anos de uma obra cuja a inspiração do trabalho emana do exemplo deixado pela BemAventurada Bárbara Maix: “Na Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, temos esta obra maravilhosa. Estamos com o coração transbordante para dizer ‘obrigado’ à Madre Bárbara por ter seguido o impulso que Deus a concedeu de olhar para as pessoas necessitadas e por ter dado a ela a oportunidade de conduzir esta obra. É louvável esta ação de Madre Bárbara”, disse o presbítero que acrescentou: “esta celebração também mostra quanta oração está presente nessa Obra, o que mostra que Deus também está presente”. O Instituto Providência foi fundado em 1863. Hoje, ele tem a finalidade de atender e assistir crianças e adolescentes de 03 a 18 anos em situação de risco e vulnerabilidade social.

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RQUIDIOCESE Coordenação: Pe. César Leandro Padilha

Jornalista responsável: Magnus Régis - (magnusregis@hotmail.com) Solicita-se enviar sugestões de matérias e informações das paróquias. Contatos pelo fone (51)32286199 e pascom@arquidiocesepoa.org.br Acompanhe o noticiário da Pascom pelo twitter.com/arquidiocesepoa Facebook: Arquidiocese de Porto Alegre

Monsenhor Zilles: Papa quer uma Igreja servidora dos pobres Elton Bozzetto Jornalista

A presença e a atitude do Papa Francisco ensinou que a Igreja precisa se comunicar de um jeito novo, com linguagem de hoje e no contexto cultural atual. A afirmação é do Vigário Episcopal da Cultura, Monsenhor Urbano Zilles. Ele foi palestrante no Encontro de Formação Social realizado pela Cáritas Arquidiocesana. O evento reuniu mais de setenta lideres da ação social de paróquias, congregações religiosas e organizações católicas da Arquidiocese de Porto Alegre. Para o Monsenhor Zilles, tudo deve começar por uma renovação interna da Igreja. Os velhos métodos da espera pelos fiéis não servem mais para os nossos dias. Outro aspecto importante da mensagem do Pontífice foi a necessidade de diálogo entre as gerações e a reconciliação entre as pessoas e entre as nações e povos. “O importante é que sua mensagem chegou ao coração das pessoas. Ele acolheu os jovens de braços abertos, como o Cristo Redentor. Sua atitude foi de proximidade com os jovens”. Diretamente para aqueles que atuam na ação social, “o papa mostrou uma Igreja pobre, para que apareça sua grande riqueza. A riqueza não são os templos de pedra, mas a Igreja Viva, que está presente na vida e no sofrimento das pessoas”. Zilles lembrou que uma frase mostra a compreensão do santo Padre para a ação misericordiosa: Na casa do pobre Deus sempre encontra lugar. Por isso, a riqueza existe para estar a serviço da humanidade. “A proximidade entre nós e os pobres é fundamental. Precisamos estar presentes.

Não podemos colocar a mídia como mediadora dessa relação”. Mesa de trabalhos do Encontro de Formação Social O Vigário Episcopal destacou também que o Papa veio reanimar a esperança. A frase “Eu não trouxe ouro, nem prata, mas o que tem de mais precioso: Jesus Cristo”, segundo Zilles, mostra que a fé não se impõe, mas a mensagem de Deus deve ser anunciada com ternura, com carinho, com seriedade e, sobretudo, com testemunho. Ele lembrou também que o Papa Francisco afirmou que a solidariedade se expressa em obras. “A Igreja não será julgada pela fé, porque essa é graça, mas pelas obras que realiza em fazer dos pobres”. Reiterou que a igualdade social não vai se alcançar somente com balsas auxílio, mas com formação e qualificação das pessoas para o trabalho. Sobre o pecado social, Zilles lembrou que o Papa não fez uma simples condenação da corrupção, mas, insistiu na necessidade de reabilitar a política. “Isso significa aprender com nossos pecados”. O Pároco da Igreja da Conceição de Viamão, Pe.Rogério Flores, apresentou ao grupo um depoimento sobre a sua participação na Jornada Mundial da Juventude. Ele salientou a necessidade da Igreja fazer uma conversão interna. “Precisamos aprimorar o aspecto do acolhimento, como dimensão da vida em comunidade. Esse foi o grande testemunho dado pelo Santo Padre”. Ele acredita que a mensagem do Papa não ficará restrita a esse momento de animação, mas “uma semente que dará muitos frutos, com novas posturas e atitudes da Igreja”.

Mons. Zilles falou para participantes do Encontro de Formação Social


Porto Alegre, setembro de 2013 - 2a quinzena

Estado do Vaticano: sai Bertone, entra Parolin A troca, promovida pelo Papa Francisco, ocorrerá em 15 de outubro próximo e faz parte de uma ampla reforma na Cúria Romana. O número dois do Vaticano, o salesiano Cardeal Tarcísio Bertone, 78 anos, é, desde 1986, o homem de confiança do agora Papa emérito Bento XVI, que o nomeou secretário de

Estado em 2006 e ao qual foi fiel durante os escândalos que sacudiram seu pontificado, especialmente do Vatileaks em que vazaram documentos confidenciais e outros. Monsenhor Pietro Parolin, 58 anos, é italiano de Veneza e é, atualmente, embaixador do Vaticano (núncio), na Venezuela. Imagens: Divulgação

Setembro é o mês da Bíblia Não é compêndio de história. Mas sempre despertou o interesse dos historiadores. É constituída de 73 livros - 46 do Antigo Testamento e 27 do Novo Testamento - escritos por inspiração divina em que se narra a formação e evolução espiritual da religião judaico-cristã ao longo da história. O Antigo Testamento contém a revelação feita por Deus antes da vinda de Jesus ao mundo. O Novo Testamento contém a revelação feita diretamente por Jesus Cristo e transmitida pelos Apóstolos e outros autores sagrados. A Bíblia é o 'tesouro escondido no campo'. Sua leitura atenta e serena preenche o vazio existencial e dá verdadeiro sentido à vida do homem em sua passagem sobre a terra. Diante de seu conteúdo, todas as demais realidades têm valor efêmero. “Como sabemos, a Palavra de Deus é viva, eficaz e mais penetrante que qualquer espada de dois gumes. Penetra até dividir alma e espírito, articulações e medulas. Julga os pensamentos e as intenções do coração’ (Hb 4, 12).

ACERGS inaugura centro de reabilitação Capacitar para a autonomia de pessoas com deficiência visual em atividades cotidianas, tais como preparar alimentos, lavar, passar e organizar sua casa. São algumas das ações do projeto Atividades da Vida Diária (AVD), que a Associação de Cegos do Rio Grande do Sul (ACERGS) começou a implementar. O Projeto faz parte das atividades do novo Centro de Reabilitação e Qualificação Profissional para Pessoas com Deficiência Visual da ACERGS, inaugurado no dia 21 de agosto último na Rua Vigário José Inácio, 433, 6º andar, em Porto Alegre. O novo espaço foi estruturado através do financiamento do Ministério Público do Trabalho, com verbas obtidas com a arrecadação de multas trabalhistas de empresas infratoras. E, para seu funcionamento, conta com o apoio da iniciativa privada, entre as quais a empresa Sodexo/Puras, líder mundial em Serviços de Qualidade de Vida.

Tarcísio Bertone

Pietro Parolin

Leitor assinante Ao receber o doc, renove a assinatura: é presente para sua família. No Banrisul, a renovação pode ser feita mesmo após o vencimento. E se não receber o jornal, reclame, trata-se de serviço terceirizado. Fones: (51) 3211.2314 e (51) 30.93.3029.


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