IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO No 9912233178 ECT/DR/RS FUNDAÇÃO PRODEO DE COMUNICAÇÃO CORREIOS
Porto Alegre, agosto de 2013 - 1a quinzena
Ano XVIII - Edição N o 639 - R$ 2,00 Divulgação
Semana missionária antecede a Jornada Mundial da Juventude
Todas as 276 dioceses brasileiras receberam peregrinos estrangeiros na semana que antecedeu o inicio da Jornada Mundial da Juventude. Nas 18 dioceses do Rio Grande do Sul - 30 grupos só na região metropolitana - dois mil peregrinos foram acolhidos em casas de famílias, instituições religiosas, casas de retiro e de formação, e participaram de intensa programação missionária. A maioria dos peregrinos é de argentinos, fazendo escala para seguir viagem ao Rio e se encontrar com Francisco, o Papa de seu País. Mas, pelo Rio Grande também passaram bolivianos, equatorianos, franceses, nigerianos, ingleses, alemães, espanhóis, portugueses, americanos e oriundos da Bielorrússia e Emirados Árabes. Na foto, os jovens da Arquidiocese de P. Alegre que receberam peregrinos e estão na JMJ. Páginas centrais
Os jovens “normais”, caras pintadas, estão nas ruas, exigem mudanças, rejeitam a corrupção, desafiam políticos e governantes que não contribuem para o bem comum. Querem uma outra sociedade, um mundo mais justo, mais solidário, mais honesto nas relações, mais transparente na gestão pública. Estão participando, do seu jeito, na construção deste outro mundo. Editorial na página 2.
A Jornada Mundial da Juventude pode ser uma coisa boa, mas pode ser também um grave engano, levando a crer que a juventude está com a Igreja. Para uma reaproximação entre as duas realidades, não basta uma pastoral de grandes eventos. O ingresso mais profundo na vivência da fé exige uma pastoral de processo - Pe. Hilário Dick na página 6
O movimento eclesial teológico da América Latina, conhecido como teologia da libertação, que depois do Vaticano II encontrou eco em todo o mundo, deve ser considerado, na minha opinião, entre as correntes mais significativas da teologia católica do século XX - Arcebispo Gerhard Ludwig Müller - atual prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé (foto acima)
O gelo da caridade é o silêncio do coração. O ardor da caridade é o grito do coração. Santo Agostinho
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Editorial
Jornada Mundial da Juventude: que jornada para que jovens? Esta é a pergunta que não pode e não deve calar. Louvar o Senhor é bom; cantar salmos ao Senhor, nosso Deus, é bom. Que haja festa, alegria, dança é bom. Enfim, é um encontro de jovens. Mas, se for apenas para louvar, cantar salmos, aplaudir, dançar será somente mais um encontro... mais uma jornada da juventude, sem incidência real na vida das pessoas, na vida do planeta Terra, na vida concreta da gente de todo o dia. Os jovens “normais”, caras pintadas, estão nas ruas, exigem mudanças, rejeitam a corrupção, desafiam políticos e governantes que não contribuem para o bem comum. Querem uma outra sociedade, um mundo mais justo, mais solidário, mais honesto nas relações, mais transparente na gestão pública. Estão participando, do seu jeito, na construção deste outro mundo. Porque intuem que ele é possível, se e quando houver jovens que saem das suas casas, deixam seus sofás acomodados, seus carros velozes, sua instalação alienada, pintam suas caras e vão às ruas gritar seu protesto, sua rejeição, sua proposta de um tempo novo de justiça e de paz, de igualdade real, de fraternidade solidária. Não é esse o mundo e a humanidade que aquele Homem de Nazaré sonhou há dois mil anos!? Infelizmente, há um doloroso divórcio entre o sonho de Jesus e a prática da fé de muitos católicos, também de muitos jovens. A grande questão que se coloca é: serão maioria os jovens que vão participar da Jornada Mundial da Juventude de “cara pintada” e o que isso significa, de corações pintados, que oram e afirmam um outro mundo justo e fraterno, ou apenas para um show pirotécnico de muito aplauso, dança, festa, risos e sorrisos, abraços emotivos, rezas descomprometidas, exterioridade apenas? Ou a cruz da jornada significa que os jovens que vão participar deste evento no Rio, ao voltarem para suas famílias, seu trabalho, suas comunidades, vão ser fermento de um mundo novo, de um mundo mais irmão? Então estarão construindo uma ponte entre os jovens “normais”, caras pintadas de nossas ruas e uma fé comprometida com a realização do sonho do Senhor Jesus: Pai, que todos sejam um... e que sejam reconhecidos como meus discípulos no amor solidário e transformador. (attilio@livrariareus.com.br)
CNPJ: 74871807/0001-36
Conselho Deliberativo
Presidente: Agenor Casaril Vice-presidente: Jorge La Rosa Secretário: Marcos Antônio Miola
Voz do Pastor Dom Dadeus Grings
Arcebispo Metropolitano de P. Alegre
Jornada para que jovens
Fundação Pro Deo de Comunicação
Agosto de 2013 - 1a quinzena
Voluntários Diretoria Executiva
Diretor Executivo: Adriano Eli Vice-Diretor: Martha d’Azevedo Diretores Adjuntos: Carmelita Marroni Abruzzi, Elisabeth Orofino e Ir. Erinida Gheller Secretário: Elói Luiz Claro Tesoureiro: Décio Abruzzi Assistente Eclesiástico: Pe.Attílio Hartmann sj
A Jornada Mundial da Juventude
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ssim como todos os grandes eventos, a Jornada Mundial da Juventude tem um antes, um durante e um depois. Toma sua origem no Papa João Paulo II e foi presidida também pelo sucessor Bento XVI, na Alemanha e na Espanha, e agora o será pelo Papa Francisco, em nossa terra, no Rio de Janeiro. Sua finalidade é evangelizar a juventude e dar testemunho, em nosso tempo, diante do mundo secularizado, da importância e centralidade de Jesus Cristo e dos valores de seu Evangelho.
Quando termina uma Jornada Mundial se anuncia a seguinte, começando imediatamente sua preparação. O Papa a dotou de um simbolismo: a cruz, de respeitáveis dimensões, e o ícone de Nossa Senhora. Ele mesmo os entregou aos jovens para levá-los por todo o mundo. Trata-se de dois símbolos muito significativos. Quando nosso Judiciário, no Rio Grande do Sul, decreta o afastamento da cruz de seus recintos, mostrando que se pauta pelo paganismo, a juventude a leva por todo o mundo, como sinal dos verdadeiros valores, que devem nortear a vida humana e suas instituições. O Rio Grande do Sul acolheu esses símbolos em novembro de 2012. Percorreram os lugares mais significativos de nosso Estado, suscitando o entusiasmo não só dos jovens, como também de toda a população, que os recebeu emocionada. Antes de realizar a jornada propriamente dita, no Rio de Janeiro, se promove uma pré-jornada em todas as dioceses do Brasil. Acolhemos, na semana de 15 a 20 de julho, na Arquidiocese de Porto Alegre, os jovens vindos do Cone Sul da América Latina e de outras partes do mundo. Terão programações nas diversas áreas de pastoral para onde serão encaminhados, junto com nossos jovens, finalizando todos juntos com a celebração eucarística do envio para a Jornada no Rio de Janeiro, no dia 20, às 9h30min, no Parque da Redenção.
Conselho Editorial
Presidente: Carlos Adamatti Membros: Paulo Vellinho, Luiz Osvaldo Leite, Renita Allgayer, Beatriz Adamatti e Ângelo Orofino
Diretor-Editor Attílio Hartmann - Reg. 8608 DRT/RS Editora Adjunta Martha d’Azevedo
Queremos que toda a Arquidiocese vibre com os jovens e se empenhe para que tenham uma formação cristã, vivam a alegria dos filhos de Deus e deem testemunho de sua fé e de seu amor à Igreja. Após essa intensa preparação, em todas as dioceses do Brasil, e após a peregrinação da Cruz da Jornada por vários países vizinhos e por todo o nosso território nacional, a partir do dia 21 de julho, se realiza a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, com a presença de nosso querido Papa Francisco. Será um dos maiores eventos de nossa história. Os jovens, em grande número, irradiarão seu entusiasmo por Cristo e pela Igreja. Marcarão, sem dúvida, nossa trajetória religiosa. Segue um depois: o pós-jornada, para colher os frutos desse evento maravilhoso. Consistirá numa pastoral juvenil mais intensa, retomando, com novo ardor, a opção preferencial pelos jovens, lançada em Puebla em 1979. A Igreja os envolve com amor e lhes proporciona um ambiente de vida e de protagonismo. Eles não são apenas o futuro da Igreja e da humanidade, mas também sua atualidade: são a Igreja jovem hoje. Sem eles, a Igreja se sentiria mutilada ou esvaziada. Unimo-nos a eles, na oração e no trabalho evangelizador. A Igreja tem necessidade de muitas coisas. Mas, se lhe faltar o amor, tudo será inútil. O amor é a essência da vida cristã. É isto que esperamos dos jovens: muito amor e entusiasmo.
Redação Jorn. Luiz Carlos Vaz - Reg. 2255 DRT/RS Jorn. Adriano Eli - Reg. 3355 DRT/RS
Revisão Ronald Forster e Pedro M. Schneider (voluntários) Administração Elisabete Lopes de Souza e Norma Regina Franco Lopes Impressão Gazeta do Sul
Rua Duque de Caxias, 805 Centro – CEP 90010-282 Porto Alegre/RS Fone: (51) 3093.3029 – E-mail: solidario@portoweb.com.br Conceitos emitidos por nossos colaboradores são de sua inteira responsabilidade, não expressando necessariamente a opinião deste jornal.
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AMÍLIA &
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OCIEDADE
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Família e afetividade Deonira L. Viganó La Rosa
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Terapeuta de Casal e de Família. Mestre em Psicologia
om frequência tomamos consciência de quanto as famílias de hoje têm configurações ou arranjos diferentes, alguns surpreendentes e inesperados, pelo menos para as pessoas mais velhas que sempre haviam pensado a família nascendo de um casamento religioso e civil, entre um homem e uma mulher, dando à luz filhos, educando-os dentro de regras claras e pré-estabelecidas. Enfim, uma família tradicional.
O último censo demográfico mostrou que o modelo de família constituído por casal com filhos deixou de ser dominante no Brasil. Pela primeira vez, o censo constatou que os outros tipos de arranjos familiares estão em 50,1% dos lares. Frente a esta realidade que parece não ter volta (famílias monoparentais, pluriparentais, homoafetivas, de adoção, lares formados por não parentes, casais sem filhos, etc), buscamos critérios que possam ajudar a identificar uma família como sendo bem constituída. E parece não haver dúvida, o que caracteriza uma família como “saudável e feliz” é sua capacidade de criar laços afetivos entre seus membros, vivendo a cooperação, a solidariedade, a sinceridade, o cuidado recíproco, a ternura, a responsabilidade, o compromisso social, o respeito às diferenças e a individualidade de cada um, promovendo assim o crescimento espiritual, físico e psicossocial dos membros em particular e do grupo familiar como um todo – seja qual for a configuração que ele possa ter. Esta talvez seja a melhor resposta que devemos dar à pergunta: Como vai a nossa família?
Sarah Brucker/sxc.hu
Que nova família é esta que surge no seio da sociedade?
Num conceito sócio-jurídico compreende-se a família como aquela formada por laços afetivos, consanguíneos ou não, constituintes do núcleo da família contemporânea, sem os quais ela pode não sobreviver. Na família atual, o afeto é a razão de sua própria existência, o elemento responsável e indispensável para a sua formação, visibilidade e continuidade. Este quesito está amparado pelo Código Civil de 2002. Entretanto, as normas jurídicas devem ser sancionadas por toda a sociedade, e esta, por vezes, é discriminatória. Caminha a uns passos atrás da lei. Sabendo disso, ao invés de apenas lamentar as mudanças nas organizações familiares, poderíamos nos dedicar mais a criar e fortalecer os laços afetivos acompanhados de todas as virtudes anteriormente citadas, a partir da realidade de cada família assim como ela se apresenta de fato. Diz o princípio: “Contra a realidade não há argumento”. Então, nossa questão é: “O que vamos fazer com esta realidade familiar que está ali? Como podemos otimizá-la no que diz respeito à vivência do supremo mandamento de Cristo: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei?” A família é o lugar por excelência para a vivência deste mandamento, o qual resume a lei e os profetas, como disse Jesus. Parece coerente colocarmos este mandamento como objetivo primordial de nossa Pastoral Familiar, desenvolvendo atividades que partam da família como ela é, amando-a, respeitando-a e ajudando-a a caminhar rumo à
utopia evangélica: “Amar como Cristo amou”. Qualquer família, sem exceção, pode crescer e melhorar, pois se ficasse cristalizada estaria morta, com certeza.
O amor em primeiro lugar
Esta reflexão quer destacar o que julgamos essencial ao questionar a família hoje: Primeiro, a vivência do amor com todas as suas exigências e, concomitantemente, tudo o que for necessário para que este amor aconteça da melhor forma possível, uns com uma organização familiar e outros com outra, às vezes bem diferente do que imaginamos que devesse ser. Para que tudo isto vá lentamente acontecendo, no dia a dia, há prérequisitos indispensáveis: Maturidade emocional suficiente para a boa convivência entre marido-mulher-filhos ou outros; retidão de consciência; intenção de permanência e durabilidade da relação; autoridade democraticamente exercida; combinação de regras mínimas de funcionamento familiar; capa-
cidade de lidar com conflitos; e outras, conforme particularidades. Sobretudo, buscar a Empatia – base de toda ética: “Não faças aos outros o que não queres que façam a ti”. E não podemos fechar os olhos diante da pobreza, da miséria, da ignorância, e lembrar o quanto tudo isto dificulta e quase impossibilita os relacionamentos familiares saudáveis e funcionais. (deoniralucia@gmail.com)
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Professora universitária e jornalista
esquisa realizada com jovens de 18 a 24 anos, em cinco capitais brasileiras, revelou que 59% deles escrevem dirigindo carro: torpedos, posts no Facebook, conversas em chats (Est. de São Paulo, 8 de julho, 2012). A maioria considera o hábito arriscado e apenas um em cada três reconheceu que nada faz para mudar. Segundo especialistas em acidentes, “é pior do que dirigir alcoolizado, porque os olhos não estão na pista”. Portanto, os riscos de acidentes são muito grandes. Por que isto acontece? O responsável pelo Núcleo de Dependência em Internet do Hospital de Clínicas, Cristiano Nabuco, diz que, em qualquer idade, estar conectado o tempo inteiro “gera uma sensação de pertencimento” que alimenta a vontade de estar conectado. Ele prevê criar um núcleo só para viciados em smartphones no mês que vem. (Estado de São Paulo, 8 de julho, 2012). O jornalista norte-americano W. Powers, em entrevista, afirma que é muito difícil desconectar-se “porque estar em contato com outras pessoas e informações é uma experiência poderosa. O ser humano é uma criatura social”. E acrescenta que para os mais jovens é mais difícil “porque estão descobrindo o mundo e o significado de ser social”. Nas redes sociais esses jovens fazem “amigos” que têm “amigos”, o que multiplica rapidamente esses contatos. Então, como desconectar-se? As empresas de telefonia móvel no Brasil pouco têm feito em matéria de campanhas para mudar esse hábito de dirigir, utilizar aparelhos e teclar. Powers, em suas palestras, usa um comercial de uma grande companhia tailandesa de telecomunicações: “Desconecte para Conectar”. A propaganda mostra pessoas com amigos e parentes que, quando pegam o celular, ficam imediatamente sozinhas. Ao que parece, em pleno Século XXI, quase dois milhões de jovens foram atingidos por “slogan” desse tipo: desconectam-se de suas telas e telinhas, de seus hábitos e rotinas para buscar uma outra forma de conectar-se, desta vez com a realidade e com amigos de verdade, também reais, e não virtuais. São jovens que saíram de seus países para ir em busca de outras terras e descobrir a riqueza do contato humano: decidiram participar de um grande evento de fé, a Jornada Mundial da Juventude. Esse grande evento foi precedido de atividades preparatórias, na terra de cada um; no Brasil, já num período mais próximo, realizaram-se pré-jornadas em todas as dioceses, com participantes de todo o mundo. Esses jovens familiarizam-se com a cultura local e se reúnem para desenvolver ações sociais e religiosas. Exemplo desses encontros prévios é o Magis Brasil 2013, em que dois mil jovens, entre 18 e 30 anos, procedentes de 60 países, passaram um período no Brasil numa experiência de fé e espiritualidade inaciana, quando experimentaram um pouco da vida e da realidade local. Todos esses pré-encontros e, por fim, a Jornada Mundial da Juventude, certamente, contaram com recursos da Internet. Muita gente esteve conectada às redes sociais, planejando atividades, marcando encontros. A Internet foi um grande instrumento, graças à sua rapidez: instantaneamente, coloca as pessoas em conexão virtual. Porém, esses jovens souberam o momento de desconectar-se e, graças a essa atitude, todos esses encontros pessoais ocorrem, permitindo o grande encontro de fé e fraternidade que uma JMJ, com seu cuidadoso preparo, oportuniza. (litamar@ig.com.br)
PINIÃO
JMJ – a grande festa da fé
“Desconectar para conectar” Carmelita Marroni Abruzzi
Agosto de 2013 - 1a quinzena
Dom Hélio Adelar Rubert
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Arcebispo de Santa Maria
Jornada Mundial da Juventude (JMJ) já está acontecendo no Rio de Janeiro e em todo o Brasil. A Semana Missionária colocou os jovens nas praças de inúmeras cidades e dioceses. Agora a juventude marcha para a JMJ no Rio. Os meios de comunicação social voltam suas atenções para a primeira JMJ que acontece no Brasil. Os jovens serão os protagonistas junto com o Papa Francisco que nos visita. As novas gerações X, Y e Z, assim denominadas pela familiaridade com as novas tecnologias midiáticas, saem de suas casas sabendo o que buscam. Vão ao Rio de Janeiro buscando o essencial de suas vidas que é Deus, os seus projetos e os valores inegociáveis. Nossos jovens querem um mundo novo para o hoje histórico e o amanhã. “Querem viver a religião, mas não uma religião superficial, de emoções e de ‘curas’, nem só de proibições e deveres periódicos, mas uma religião que é apresentada como ‘a maior rebelião do homem que não quer viver como um animal, que não se conforma – que não sossega – sem conhecer o Criador e precisa privar com Ele’” ( Dom Antonio Augusto Dias Duarte). O mundo jovem invadirá o Rio de Janeiro cantando, orando e vibrando, dizendo que tem esperança, que acredita num Deus vivo e num mundo construído sobre a civilização do amor, da justiça, dos valores e da fraternidade. A cruz que os jovens trazem no peito, primeiramente estará no coração. Talvez será impossível tocar a Cruz Peregrina e o Ícone de Nossa Senhora com a mão, mas os corações serão tocados profundamente por Jesus Cristo e por sua Santa Mãe. Nosso povo é convidado a acompanhar pelos meios de comunicação, com a oração e vibração, os momentos principais da JMJ – Rio 2013, nos dias 23-28 de julho. Algo maravilhoso deverá acontecer, pois Deus
sempre tem suas surpresas. A imagem do Cristo Redentor, de braços abertos no alto do Corcovado, acolhe a todos. Nossa grande esperança com a JMJ é que os milhares de jovens, que vão trabalhar como voluntários e os que forem ao Rio, sejam ou se tornem os novos missionários que a Igreja precisa e que o mundo clama como necessidade. O lema da JMJ não só será cantado, discutido e orado, mas será o novo horizonte de Jesus para o protagonismo dos jovens: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”(Mt. 28,19). O Papa Francisco estará no Brasil com sua agenda completa. Muito gostaríamos que ele passasse por Santa Maria. Manifestamos este desejo através da Nunciatura, mas como sabemos, não será possível. No entanto, temos certeza que o Papa Francisco orou e ora por Santa Maria, pois foi a primeira lembrança que ele teve no encontro com a nossa presidente. Pessoalmente, espero poder saudá-lo na JMJ em nome de Santa Maria. O importante é estarmos unidos em oração e acompanhando este mega evento para o Brasil e sua juventude. O Papa estará conosco para orar, iluminar, caminhar conosco e nos abençoar. Seremos o primeiro País do exterior a ser visitado pelo Papa Francisco, após sua eleição. O Brasil abre seus braços, suas portas e seus corações para o encontro com o Senhor Jesus, para o Papa Francisco, para os jovens, para todos os peregrinos e colaboradores da grande festa de fé na 13a Jornada Mundial da Juventude.
O poder e as manifestações urbanas João Carlos Nedel
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Vereador
ão tenho pretensões premonitórias. Mas também não sou um visionário. Acredito, porém, que sou um bom leitor da realidade, capaz de fazer prognósticos com base nos fatos e acontecimentos que observo e analiso. Em 17 de janeiro deste ano, sob o título “Uso adequado do poder”, escrevi que “de nada serve o Poder, se não for para utilizá-lo em favor do Bem Comum. Conquistado por delegação do povo, deve ser exercido em seu nome e a ele reverter sob a forma de instituições e serviços que satisfaçam suas necessidades coletivas. O povo paga para tê-las. Merece, então, recebê-las. Todo mundo sabe disso.” Em 26 de fevereiro, afirmei, sob o título “O que é o poder”, que “o Poder é um trabalho e não uma condição de destaque. O Poder é uma missão e não um objetivo. O Poder é um múnus e não um privilégio. É uma lição que todos deveríamos aprender.” Em 1o de maio, sob o título “Protestos, violência e destruição”, alertava para o que estava por vir (como, de fato, logo em seguida começou a acontecer), afirmando que “é legítimo ao cidadão o direito de estar em desacordo com posturas ou ações governamentais. É legítimo o direito de, em função desse desacordo, protestar publicamente. É legítimo, ainda, exigir ser ouvido, quando um governo se nega ao diálogo. O que é ilegítimo - e não se pode aceitar - é o uso de recursos extremos, como a força, a violência e a destruição, sem antes ter percorrido o caminho normal da busca do diálogo e do entendimento. Nos casos mais difíceis, sempre é possível a via jurídica.” O que estamos vendo, nos últimos dias, é exa-
tamente o que afirmei: como o Poder está sendo mal utilizado, não está realizando o Bem Comum, que o povo necessita, quer e merece. E uma coisa simples, o preço das passagens de ônibus foi a gota d’água necessária para um conjunto de manifestações populares, de alta capilaridade e de repercussões previsíveis, mas para as quais o Governo não estava preparado. E, entre surpreso, tonto e estabanado, o Governo passou a propor, melhor dizer, inventar, soluções rápidas para problemas que há anos dormem esquecidos nas gavetas da burocracia estatal. Não passam de meros paliativos que, ainda assim, são melhores do que nada. Mas também precisamos separar o que são conquistas e o que são privilégios. O povo acordou e o Governo foi alertado para sua inércia. Se sair dela, tudo bem. Valeu a pena a comoção popular. Senão... corremos o risco de reprisar um filme antigo.
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DUCAÇÃO &
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SICOLOGIA
Educação e Cidadania
Divórcio entre Estado e Nação? Jorge La Rosa Professor universitário
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stado é poder constituído, é construção social, está a serviço da Nação, de seu bem-estar; ele atua através do governo, das instâncias de poder e das organizações públicas. Nação diz respeito ao povo, à cidadania.
A Constituição do Brasil, de 1988, no Art. 3 proclama: “Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I – construir uma sociedade livre, justa e solidária; II – garantir o desenvolvimento nacional; III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.” O Estado Brasileiro tem alcançado os objetivos propostos em graus variados, ao longo dos anos, ora mais, às vezes menos. Desde junho passado, temos registrado, em todo o Brasil ou ao menos nas cidades maiores, inicialmente protestos e gritos de jovens de caras pintadas e também de adultos contra a elevação do preço do transporte coletivo, pauta paulatinamente ampliada para atingir a PEC 37, o voto secreto no Congresso, honestidade dos homens públicos, e por aí vai. O Movimento não tinha coloração política, e rejeitou militantes que queriam se infiltrar com suas bandeiras. O povo se insurgia contra a corrupção inclusive dos políticos e partidos que os abrigam, e não incluía reivindicação classista (empregados contra empregadores); os participantes foram arregimentados pela internet. Em 1992, os caras-pintadas também saíram às ruas, exigindo o impeachment do presidente Collor, e o conseguiram. O fato agora observado denota um divórcio
Divulgação
parcial entre Estado e Nação: o poder constituído não tem respondido às expectativas da cidadania, e em certo sentido e até certo ponto tem esquecido e navegado na contramão do Art. 3 citado, ele que deveria ser seu guardião e protagonista. Observamos também como certos grupos e pessoas se apropriam do Estado e legislam em causa própria, se outorgam benefícios e mordomias, postulam altos salários e os conseguem porque são detentores de poder: fazem as leis, interpretam-nas. O poder de que são investidos é utilizado em benefício próprio. O povo, a Nação observa, até não mais aguentar; parte para as ruas. Quer mudanças. Dizia-se no começo do Movimento que a pauta, além do transporte público, era vaga. Ela é ampla. PEC 37, voto secreto são aspectos pontuais; Estado existe para promover cidadania. Os presidentes do Senado e da Câmara parece não terem entendido o sentido do Movimento, ao usar jatinhos para transporte pessoal e de familiares para objetivos que quanto se sabe nada tem a ver com serviço público, o que é corroborado pelo reembolso que fizeram à União. Reembolso irrisório, já que a movimentação de um jatinho da FAB está muito além do preço de passagem de um avião de carreira. Acabamos pagando a conta! Os detentores do poder executivo e do judiciário são também chamados a promover este conúbio entre Estado e Nação: saúde, educação, segurança e estradas são reivindicadas pela população, antes de belos e faustosos estádios
de futebol; as missões brasileiras no estrangeiro também não precisam ficar nos hotéis mais caros, como ocorreu em Roma na posse do Papa, em março do corrente. Acabamos pagando a conta! Justiça que tarda é injustiça, e a corrupção de juiz é mal que não tem remédio. Se juiz precisa auxílio-moradia, muito mais quem ganha salário mínimo. Não são todos iguais perante a lei? Onde fica o Art. 3 da Constituição que visa uma “sociedade solidária” com “redução das desigualdades sociais”? Ou uma lei pontual tem mais força jurídica e está acima de um Princípio Fundamental da Constituição? Não podemos perder a esperança, mas também não podemos cessar de lutar pela construção de uma nação mais justa; e pela extirpação de privilégios e mordomias. (larosa1134@gmail.com)
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EMA EM FOCO
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Jornada Mundia esforço de reconqu
“Os dados e a realidade gritam que é preciso que a sociedade e a Igreja (toda a muitas formas, em muitos lugares. Faz-se necessário que A afirmação é de Pe. Hilário Dick, especialista em história da juventude, professor da Unisinos e coordenador do Observatório Juvenil do Vale/Unisinos e Pastoral da Juventude e Evangelização da Juventude na América Latina. É graduado em Letras, Filosofia e Teologia e Mestre e doutor em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Solidário - Se, comprovadamente, apenas oito por cento dos batizados em geral - incluindo todas as idades, conforme recentes estatísticas - continuam participando da vida comunitária e paroquial, frequentando as celebrações, etc, seria temerário afirmar que o índice de frequência de jovens na Igreja é menos da metade dessa porcentagem? Pe. Hilário Dick - Numa pesquisa recente feita pelo Instituto Toniolo, do norte da Itália, constatou-se que pouco mais de 13% dos jovens entre 18 e 29 anos de idade vão regularmente à missa todos os domingos. Segundo levantamentos sobre a participação de grupos de jovens, na Igreja Católica, no Brasil, podemos dizer que cerca de dois milhões de jovens brasileiros estão em grupos eclesiais, isto é, cerca de 4% dos jovens brasileiros participam de uma vivência comunitária eclesial. Todo jovem tem dificuldades em situar-se diante de certas instituições como a Igreja, ainda mais quando esta Igreja apresenta colorações moralistas, especialmente com a vivência da sexualidade. S - O jovem não se sente entendido pelo adulto? Dick - O que está em jogo, também, é a vivência do coletivo na sociedade e na Igreja em que vivemos. Nas manifestações recentes de rua, no Brasil e em
Pe. Lauro Dick
outras partes, um fato que se revelou foi a do individualismo coletivo; a hegemonia quase absoluta da massa sobre o povo. Como disse um ex-mestre geral da Ordem dos Dominicanos, “o cristianismo do Ocidente só poderá florescer se conseguirmos envolver a imaginação dos nossos contemporâneos”. A vivência comunitária mora em cada pessoa humana, mas precisa ser redescoberta. É o que nos diz a juventude. Há realidades que emergem à nossa vista, mas não a percebemos. Um exemplo bem próximo é o que podemos enxergar em qualquer
domingo de tarde, em qualquer cidade do Brasil e do mundo: o que deseja toda essa juventude que se encontra na praça, num posto de gasolina, num lugar misterioso que atrai a todos e todas? É muita mesquinharia pensar que eles só querem o que nós, adultos, pensamos. Temos que nos convencer que somente uma fé que saiba levar a sério a vida que um jovem vive, com a sua carga de ansiedade e de futuro, poderá encontrar credibilidade e acolhida junto aos jovens. S - Em vista do acima afirmado, daria para parafrasear/atualizar a parábola do Bom Pastor, que deixa as 99 ovelhas para buscar uma ovelha dispersa, e dizer que o Bom Pastor de hoje deixa uma ovelha no redil e vai atrás das outras 99 dispersas? Como explicar essa quase total ausência e que caminho aponta para uma mudança de rumo? Dick - Os dados e a realidade gritam que é preciso que a sociedade e a Igreja - toda a Igreja - reaprendam a respeitar a juventude. A juventude sente-se manipulada de muitas formas, em muitos lugares. Faz-se necessário que a sociedade e as Igrejas se reencantem pela juventude. Por vezes, nem nos damos conta que anualmente são assassinados, no Brasil, o correspondente a 32 boites “Kyss” (Santa Maria) abarrotadas de adolescentes e jovens ou o correspondente a 42 aviões da TAM, carregados de adolescentes e jovens, caindo nos “Congonhas” do Brasil. Assim como se corre o risco de esquecer que “fora dos pobres não há salvação”, se pode esquecer que uma Igreja e uma sociedade que não investem, de fato, na juventude, não têm futuro. A Jornada Mundial da Juventude pode ser uma coisa boa, mas pode ser também um grave engano, levando a crer que a juventude está com a Igreja. Para uma reaproximação entre as duas realidades, não basta uma pastoral de grandes eventos. O ingresso mais profundo na vivência da fé exige uma pastoral de processo. Será que é a incredulidade difusa da cultura “mundana” que fez com que a busca da fé e da Igreja perdesse o apelo, ou é o baixo apelo da Igreja que levou os jovens a virarem as
costas para a frequên outro lado, quais os formação religiosa-t acima de 18 anos? Outro dado que rado é a descoberta/ parte dos/as jovens, das características da por juventude. Será enxerga, sente, viven sociedade temem p Verdade que auton individualismo, m dependência não sig experimentar o sabor coletivo. Ser autônom precisar de ninguém a relacionar-se com mos o que são noss assim como nosso D é, relação. S - Nas recente de protesto pelo B o protagonismo que é lícito afirm em geral, não é i contrário - às qu mesmo fazendo pastoral de joven Dick - As manif ram de ser sintomáti de “esgotamento”, d falta de respeito, de ração. A participaçã juvenil foram marca ções que pipocaram Falava-se que a geraç era como a geração d a forma de ser polític ferente (sem mobiliz sem bandeiras de lut aparentemente por c preço das passagens de pressão explode e se nas ruas muitos rejeitavam, inclusiv disso ou daquilo. A cunho social, é evid ativos. Explica-se is as manifestações era aumentando o seu diminuindo a sua con de repercussões reai
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Igreja) reaprendam a respeitar a juventude. A juventude sente-se manipulada de e a sociedade e as Igrejas se reencantem pela juventude”.
ncia sacramental? Por investimentos numa teológica dos jovens
precisa ser conside/busca/vivência, por , da autonomia, uma aquilo que se entende que a juventude não ncia que a Igreja e a pessoas autônomas? nomia não significa mas a superação da gnifica, de imediato, r do comunitário e do mo não significa não m; significa aprender m personalidade. Sosos relacionamentos, Deus é Trindade, isto
es manifestações Brasil, foi notável dos jovens. Pelo mar que o jovem, indiferente - pelo uestões sociais -, parte de alguma ns na Igreja? festações não deixaicas de uma situação de manipulação, de e corrupção, de satuão e o protagonismo antes nas manifestam por todo o Brasil. ção que estava aí não dos anos de 1968; que co, atualmente, era dizações, sem marchas, ta etc.) e, de repente, causa da questão do s de ônibus, a panela em toda parte. Viramtipos de jovens que ve, ser representação As pastorais, mais de dente que estiveram sso, em parte, porque am, de fato, massivas, impacto aparente e nsistência no sentido is.
Semana Missionária antecede a Jornada Jovens de todas as 276 dioceses brasileiras acolheram peregrinos estrangeiros entre 14 e 21 de julho, semana que antecedeu o inicio da Jornada Mundial da Juventude. Para conhecer o jeito brasileiro de ser Igreja, esses jovens participaram de várias atividades missionárias - visitas a creches, instituições de caridade, abrigos, asilos, obras sociais preparando o espírito para o grande encontro no Rio de Janeiro. As 18 dioceses gaúchas e suas centenas de paróquias também se engajaram na iniciativa. Irmã Zenilde Fontes, coordenadora do Serviço de Evangelização da Juventude do Regional Sul 3 da CNBB e articuladora da Semana Missionária no Estado, dá detalhes. Solidário - Como foi a preparação da Semana Missionária entre os jovens gaúchos? Irmã Zenilde Fontes - Começou-se com a formação e articulação da juventude para receber os sinais da JMJ: a Cruz Peregrina e o Ícone de Nossa Senhora, que percorreram todas as dioceses brasileiras. Nesta primeira etapa, acentuou-se a mística do Jesus da gratuidade e da alteridade, levando os jovens a um revisitar a pessoa de Jesus Cristo através dos encontros formativos propostos pela CNBB. A continuidade foi a Semana Missionária, promovendo a mística da missionariedade. O jovem que se encontrou com Jesus, tornando-se seu discípulo, necessariamente será um missionário. Para isso se realizaram encontros de jovens multiplicadores nas quatro Províncias Eclesiásticas (arquidioceses) gaúchas, seguidos de consequentes encontros e formação em suas Dioceses, Paróquias e comunidade. Nessa etapa, usaram-se cartilhas, folders, site e redes sociais para animar e articular a juventude no Estado. Estimulou-se que os jovens se preparassem através da confecção de um presente (lembrança, regalo) para entregar aos jovens peregrinos estrangeiros que vieram para a Semana Missionária. S - Alguma iniciativa para conhecer o jeito gaúcho de ser católico? Ir. Zenilde - Sim! Para favorecer-se a vivência da fé os peregrinos participaram de celebrações, caminhadas, rodas de músicas, rodas de chimarrão, churrasco, músicas e danças tradicionalistas. S - Muitos jovens gaúchos serão missionários nas suas dioceses?
Irmã Zenilde Fontes
Ir. Zenilde - A meta foi de que toda Igreja e especialmente a juventude seja verdadeiramente missionária. Afinal, ser missionário é questão e jeito de ser Igreja. Compreendemos a missionariedade não apenas como realizações de momentos e atos missionários, mas “uma Igreja em estado permanente de missão”, conforme o documento de Aparecida. S - Alguma diocese se destacou no fervor na preparação para a JMJ 2013? Ir. Zenilde - Aqui se buscou articular um trabalho conjunto entre as 18 Dioceses que compõem o Regional Sul 3 da CNBB. Sistematicamente, os assessores diocesanos de juventude têm se reunido para buscar caminhos comuns na Evangelização da Juventude. Temos sentido belas experiências de comprometimento de todos, respeitando-se a criatividade e as iniciativas de cada Diocese em suas particularidades. S - Que elementos de formação estão sendo oferecidos aos jovens? Ir. Zenilde - Os elementos de formação
utilizados pelos jovens são a Palavra de Deus, o documento de Aparecida, o documento para a Evangelização da Juventude, as Diretrizes da Ação Evangelização e os Subsídios especialmente elaborados para a oração, reflexão e formação: Cruz Peregrina (preparando a passagem da Cruz), Ide, fazei discípulos (manual de instrução para a Semana Missionária) e Caminhando para a JMJ 2013 (subsídio para jovens e adultos preparando a Semana Missionária). S - Qual a meta última da Jornada Mundial da Juventude como um todo? Ir. Zenilde - A grande meta ainda a ser atingida é o envolvimento de toda a comunidade eclesial no processo da JMJ. JMJ não é apenas “coisa” de jovem, mas um momento privilegiado de evangelização da juventude. S - Qual o principal objetivo da Semana Missionária na Igreja do RS? Ir. Zenilde - Primeiro, acolher bem os peregrinos estrangeiros. Com os peregrinos e com as pessoas da própria comunidade, o objetivo é fazer com que toda Igreja entre em estado permanente de missão, num exercício constante de conversão pastoral. Fazer a experiência de Fé, solidariedade e cultura. S -Finalizada a “Semana Missionária”, o que se espera para depois? Ir. Zenilde - Desde o início de preparação da JMJ sempre tivemos uma grande preocupação em constituir um processo que pudesse garantir a continuidade do trabalho de evangelização da juventude. A JMJ sempre nos serviu como um fator motivador para animar e articular a juventude, através da formação e da comunicação. Neste sentido, já visualizamos um processo de continuidade, inclusive, através de uma estrutura de organização, no Regional Sul 3 da CNBB, denominada “Serviço de Evangelização para a Juventude”, que conta com pessoas, assessores, materiais (mídias sociais) e equipe de jovens voluntários.
Serviço: todas as notícias e informações sobre a Semana Missionária estão disponíveis no site www.eaitche.com.br ou também nos sites das Dioceses do Rio Grande do Sul
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ABER VIVER
Agosto de 2013 - 1a quinzena
Motivos importantes para a prática da atividade física
Cada um tem suas preferências, mas todos devem praticar atividades físicas
Visa e Mastercard
Psicosul Clínica
Albano L. Werlang - CRP/07-00660 Marlene Waschburger - CRP/07-15.235 Jôsy Werlang Zanette - CRP/07-15.236 Alcoolismo, depressão, ADI/TIP Psicoterapia de apoio, relax com aparelhos Preparação para concursos, luto/separação, terapia de crianças, avaliação psicológica Vig. José Inácio, 263/113, Centro, P. Alegre 3224-5441 // 9800-1313 // 9748-3003
1 – Auto estima - A prática regular de exercícios aumenta a confiança do indivíduo. 2 – Capacidade Mental - Pessoas ativas apresentam reflexos mais rápidos, maior nível de concentração e memória mais apurada. 3 – Colesterol - Exercícios vigorosos e regulares aumentam os níveis de HDL (lipoproteína de alta densidade, o “bom colesterol”) no sangue, fator associado à redução dos riscos de doenças cardíacas. 4 – Depressão - Pessoas com depressão branda ou moderada, que praticam exercícios de 15 a 30 minutos em dia alternados, experimentam uma variação positiva do humor já após a terceira semana de atividade. 5 – Doenças Crônicas - Os sedentários são duas vezes mais propensos a desenvolver doenças cadíacas. A atividade física regula a taxa de açúcar no sangue, reduzindo o risco de diabetes. 6 – Envelhecimento - Ao fortalecer os músculos e o coração, e ao amenizar o declínio das habilidades físicas, os exercícios podem ajudar a manter a independência física e a habilidade para o trabalho, retardando o processo de envelhecimento. 7 – Ossos - Exercícios regulares com pesos são acessórios fundamentais na construção e manutenção da massa óssea. 8 – Sono - Quem se exercita “pega” no sono com mais facilidade, dorme profundamente e acorda restabelecido. 9 – Stress e Ansiedade - A atividade física libera os hormônios acumulados durante os momentos de stress. Também funciona como uma espécie de tranqüilizante natural – depois do exercício a pessoa experimenta uma sensação de serenidade.
Conceitos importantes para a prática da atividade física Avaliação Física
Antes de iniciar um programa de atividade física regular, é fundamental a realização de uma avaliação física para a prevenção de quaisquer riscos à sua saúde. Esta avaliação de estado de aptidão inclui quatro áreas: força muscular; flexibilidade articular; composição corporal (percentual de gordura, peso corporal magro e peso corporal desejável); capacidade funcional cádio-respiratória. Todos estes dados colaboram para a formulação correta de um programa de exercícios individualizado, baseado no estado de saúde e de aptidão da pessoa.
Avaliação Correta
Adquira, progressivamente, bons hábitos alimentares. Faça cerca de 5 a 6 refeições moderadas por dia. O café da manhã deve ser rico e diversificado, constituindo uma das principais refeições. Elimine ou evite de sua dieta os alimentos que só contribuem com calorias e que não têm valor nutritivo. Evite chá, café e álcool, pois podem causar uma indesejável diminuição da eficiência muscular. Prefira água e sucos naturais, em detrimento de bebidas artificiais. Evite alimentos gordurosos, pois além de prejudicar o processo digestivo, aumentam o colesterol e o percentual de gordura no organismo. Inserir alimentos ricos em carboidratos é muito importante, porém o excesso pode ser
transformado em gordura e depositado no tecido adiposo.
Use a roupa correta
Na prática da atividade física, a escolha da roupa é importante. Não utilize aquelas que dificultam a troca de temperatura entre o corpo e o meio ambiente (evite tecidos sintéticos). Prefira roupas claras, leves e que mantenham a maior parte do corpo em contato com o ar, facilitando a evaporação do suor. Use tênis apropriado para a modalidade física escolhida. Prepare seu corpo antes da atividade física – Alongamento e Aquecimento O alongamento é a forma de trabalho que visa a manutenção dos níveis de flexibilidade obtidos e a realização de movimentos de amplitude normal, com o mínimo de restrição possível, preparando assim o corpo para a atividade a ser realizada, evitando riscos aos músculos esqueléticos, tendões e articulações. Ele deve ser realizado antes e após os treinos. Ao executar os movimentos, fique atento à postura correta, mantendo a respiração lenta e profunda. Assim os resultados serão melhores. O aquecimento deve durar de 5 a 20 minutos, utilizando 50% da sua capacidade máxima de condicionamento. Os objetivos deste preparo (aquecimento) são o aumento da temperatura corporal e a melhora da flexibilidade, evitando lesões nas regiões a serem estimuladas pelo exercício.
Volta à calma – resfriamento do organismo
Ao término do seu treino, não pare bruscamente: diminua progressivamente a intensidade da sua atividade. Com isso você conseguirá obter um estado de relaxamento do sistema nervoso central, aumentando a descontração da musculatura e otimizando a recuperação metabólica.
Prevenção de contusões
Tão importante quanto a prática de exercícios é a prevenção de danos que possam surgir. De acordo com pesquisas, as pessoas que não praticam exercícios com freqüência – às vezes chamadas de atletas de fim de semana – apresentam 3 vezes mais danos físicos quando comparadas com participantes de esportes organizados, e 9 entre 10 desses danos são deslocamentos e luxações, normalmente resultados do desequilíbrio entre a força muscular utilizada e a tolerância pessoal.
Exercícios e dor
Respeite seu nível de aptidão e seu condicionamento físico para não exceder limites e provocar possíveis lesões. Seu corpo precisa de tempo para sofrer as adaptações necessárias para a melhora de condicionamento. Isto significa que as melhoras são progressivas. A dor é um bom indício para a intensidade correta de estímulo a ser empregada. Lembre-se: se doer, pare. Material desenvolvido com apoio do professor de educação física Wagner Gasparini, graduado pela FMU, pós-graduado em Treinamento Desportivo pela FMU e pós-graduado em Fisiologia do Exercício pela Escola Paulista de Medicina. Disponível em: http://www.brasilescola.com/educacaofisica/esporte-saude.htm
INFAMES Um senhor chegou na alfaiataria e perguntou: -Foi aqui que o meu filho ficou devendo o feitio de um terno há cinco anos? O alfaiate respondeu: - Foi, sim, o senhor veio pagar? - Não, eu queria que o senhor fizesse um terno para mim nas mesmas condições. xxx Depois da prisão, o advogado chega para o cliente com a proposta: -Se me pagar 20 mil reais eu te tiro da cadeia! -Feito!, disse o cliente. Em seguida, o advogado chamou o delegado que imediatamente soltou o preso que de tanta felicidade falou para o advogado: -Você é o melhor advogado que eu já vi, mas me diga, que provas você apresentou para que me soltassem? Aí, o advogado: - Nenhuma, só tive que pagar 500 reais de fiança! xxx Um turista parou para abastecer seu carro num posto de beira de estrada e foi abordado pelo frentista: - O senhor é a última pessoa que vai pagar o preço antigo. De agora em diante, aqueles que chegarem vão pagar preço novo. Bastante animado, o turista mandou encher o tanque, e depois de pagar, perguntou: - E para quanto subiu o preço do combustível? - Subiu não senhor, baixou 10%!
Irmã Paulina Luvison
Faleceu recentemente, em Bom Retiro do Sul, aos 89 anos, a Irmã Paulina Maria Zelinda Luvison, da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida. Ela era natural de Veranópolis, sendo irmã de Adélia Luvison, da mesma congregação, e das Irmãs Eduarda e Anais, da Congregação das Irmãs de São José de Chamberry. Seu corpo foi sepultado no jazigo das Franciscanas, no Cemitério da Santa Casa, em Porto Alegre.
Irmã Martinha Botega
Registramos também o falecimento da Irmã Martinha Botega, da mesma congregação, aos 86 anos. Natural de Carlos Barbosa, no decorrer dos 52 anos de Vida Religiosa Consagrada, Ir. Martinha atuou em diversos lugares no RS (em Porto Alegre, Taquari, Bom Retiro do Sul) e na cidade de Praia Grande, Santa Catarina).
Irmã Paulina
Irmã Martinha
Ângelo Aladino Orofino - 01/08 Dalci Carlos Matiello - 03/08 Cláudio Fröhlich - 06/08 Heloísa Amodeo - 07/08 Aloísio Jorge Holzmeier - 07/08 Olinda T. Costa - 09/08 Ernani M. N. Tavares - 14/08 Maria da Glória M. Costa Beck
RESERVE O SEU EXEMPLAR O Livro da Família 2013 e o Familienkalender 2013 estão disponíveis para venda. Faça seu pedido na Livraria Padre Reus, em Porto Alegre. Adquira também na nossa filial, no Santuário Sagrado Coração de Jesus, em São Leopoldo. Fones: 51-3224.0250 e 51-3566.5086 livrariareus@livrariareus.com.br
Sem Fronteiras Martha Alves D´Azevedo
Comissão Comunicação Sem Fronteiras ard on
Falecimentos
Humor
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Agosto de 2013 - 1a quinzena
Quadro e giz
ntigamente, não tão longe, os cursos primários tinham nas salas de aula um quadro negro e dispunham de giz para escrever no quadro. As lições para serem passadas aos alunos, estavam dentro de um único livro: “Queres ler?”, que os estudantes traziam de casa e, no qual estudavam para responder as questões a serem feitas pelo professor. Em casa, copiavam as lições num caderno escrito a lápis, que devia estar sempre preparado no apontador... Normalmente, no final do primeiro ano, saíam todos alfabetizados... e, o livro ficava para o irmão menor. Em meados do século passado, na própria universidade, havia cursos chamados de “ quadro e giz”, que eram assim conhecidos por não necessitarem de laboratórios. Entre eles o curso de Direito, de Filosofia e outros... Agora, a situação do ensino mudou radicalmente. Os cursos necessitam não tanto de laboratórios, mas de “notebooks”, “tablets” e tantos eletrônicos que as escolas não dão conta deles... Noticia divulgada pela imprensa local informa que a Secretaria Estadual de Educação declara que a utilização de parte dos 22 mil “tablets” destinados a professores da rede pública do Ensino Médio está sendo limitada pela falta de conexão adequada à Internet em escolas de todo o Estado. “Como resultado, a fragilidade do sinal isola as salas de aula e impede que os equipamentos, adquiridos a um custo superior a R$10 milhões, funcionem com todo o seu potencial” Se o sinal atingisse de forma adequada todo o Rio Grande do Sul, o que não acontece, o que fariam os professores do interior do Estado, para rapidamente se adaptarem aos novos instrumentos? Como isto se refletiria no conteúdo a ser passado aos alunos? E ainda, se estes 10 milhões fossem aplicados verdadeiramente na melhoria do ensino primário e secundário do país? Será que o recurso não daria para começar a pagar melhor os professores? Por que os alunos hoje concluem o ensino primário sem saber ler adequadamente? Há momentos em que sentimos saudade do “quadro e giz” e do “Queres ler?” (geralda.alves@ufrgs.br).
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GREJA &
Agosto de 2013 - 1a quinzena
COMUNIDADE
Solidário Litúrgico 28 de julho - 17o Domingo do Tempo Comum
11 de agosto - 19o Domingo do Tempo Comum
Cor: verde
Cor: verde
1a leitura: Livro do Gênesis (Gn) 18, 20-32 Salmo: 137(138), 1-2a.2bc-3.67ab.7c-8 (R/. 3a) 2a leitura: Carta de S. Paulo aos Colossenses (Cl) 2,12-14 Evangelho: Lucas (Lc) 11,1-13 Comentário: Se alguém disser que o “Pai Nosso” é a oração que identifica o cristão está absolutamente certo. E se disser que é um programa de vida, também está certo. O contexto, onde essa prece foi rezada pela primeira vez, nos permite tal afirmação. Jesus estava rezando, quando um dos discípulos lhe pediu: Senhor, ensina-nos a rezar como também João ensinou aos seus discípulos (Lc 11,1). Isso quer dizer que era comum e usual que cada grupo religioso tinha a sua prece que o identificava e era como que um programa de vida. Neste sentido, o “Pai Nosso” é como a carta magna e identificadora do cristão. As versões que os evangelistas nos trazem desta prece-símbolo e programa de vida têm pequenas variações, mas são iguais na sua essência. Um exegeta alemão, Joaquim Jeremias, defende uma versão que, possivelmente, seja a que mais se aproxima do original aramaico, língua falada por Jesus. Diz: Querido Pai, santificado seja o Teu nome; venha o Teu
Reino; o pão nosso de amanhã nos dá hoje; perdoa-nos as nossas dívidas, como queremos perdoar os nossos devedores, e não nos deixes sucumbir à Tentação. No Antigo Testamento aparece quinze vezes o termo “Pai”, enfatizando sempre a ternura, a misericórdia, o carinho e o amor de Deus para com seu povo, o que em nossa cultura geralmente atribuímos à mãe. Também por isso, chamar Deus de Pai/Mãe não é nenhuma heresia, pelo contrário. No Novo Testamento, os evangelistas colocam na boca de Jesus a palavra “Pai”, “Abbá”, “paizinho”, 170 vezes, denotando um relacionamento de intimidade, um tratamento familiar que Jesus tinha com Deus. Recitar o “Pai Nosso” é fácil; o difícil é viver esta Prece do Senhor no cotidiano de nossa vida. Rezar, honestamente, o “Pai Nosso” é colaborar na construção do Reino de justiça e de amor solidário, sonhado por Jesus, é lutar para que em todas as mesas haja o pão digno de cada dia, é acolher todas as pessoas no perdão, é não cair na grande Tentação da acomodação, do “cumprir tabela” sacramental, do “ir levando” a fé num “banho-maria” sem incidência na vida de todo o dia. Rezar honestamente o “Pai Nosso” é pedir que Deus nos ajude e nos faça colaboradores do seu Projeto de um mundo melhor para todos.
4 de agosto - 18o Domingo do Tempo Comum Cor: verde
1a leitura: Livro do Eclesiástico (Ecl) 1-2; 2,21-23 Salmo: 89(90),3-4.5-6.12-13.14c e 17 (R/. cf 1) 2a leitura: Carta de S. Paulo aos Colossenses (Cl) 3,1-5.9-11 Evangelho: Lucas (Lc) 12,13-21 Comentário: Tomai cuidado com todo o tipo de ganância, porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de alguém não consiste na abundância de bens (12,15). Ter ou não ter... ser ou não ser, a “eterna” luta pendular que aflige e tortura muita gente. A questão não está no ter ou não ter, é claro que toda pessoa precisa ter o necessário para viver; a questão central é que o ter deve ser servo do ser, os bens materiais devem estar a serviço dos valores que dignificam a pessoa e abrem caminho para sua realização maior, para sua felicidade mais plena. Isso fica bem claro quando, como lemos no Evangelho deste domingo, um homem quer que Jesus “tome partido” numa questão de herança familiar. O episódio serviu para que Jesus esclarecesse que ele não veio para resolver interesses pessoais e muito menos pendengas familiares, de herança, de dinheiro, de bens materiais. O tempo é breve e ele tem coisa mais importante a fazer: pre-
cisa anunciar o Reino, apresentar seu programa e vida. O mesmo episódio serviu, ainda, para ressaltar o mal que pode fazer às pessoas quando se apegam aos bens materiais e fazem destes bens o seu deus. E a parábola que ele conta fala da precariedade das riquezas e da insanidade de quem acumula bens e acredita que, com os bens acumulados, pode levar uma vida tranquila e feliz: Louco! Ainda nesta mesma noite pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste (12,20)? Os bispos, em Aparecida, disseram: “O objeto da economia é a formação da riqueza em termos não só quantitativos, mas qualitativos: tudo é moralmente correto se está orientado para o desenvolvimento global e solidário do homem e da sociedade na qual vive e trabalha. O desenvolvimento, na verdade, não pode se reduzir a uma mera acumulação de bens. Ao contrário, a pura acumulação, ainda que para o bem comum, não é uma condição suficiente para a realização de uma autêntica felicidade humana”. Repetindo e ressaltando: os bens materiais devem estar a serviço dos valores que dignificam a pessoa e abrem caminho para sua realização maior, para sua felicidade mais plena.
1a leitura: Livro da Sabedora (Sb) 18,6-9 Salmo: 32(33), 1 e 12. 18-19. 20 e 22 (R/. 12b) 2a leitura: Carta de S. Paulo aos Hebreus (Hb) 11,1-2.8-12 Evangelho: Lucas (Lc) 12,35-40 Comentário: Onde está vosso tesouro aí estará também vosso coração (12,34). No Evangelho de Lucas deste domingo, dia em que agradecemos, de modo muito especial, a vida e a doação de todos os pais, Jesus continua falando do que é, realmente, importante para a verdadeira felicidade. Se, para o pai, os filhos forem o seu “tesouro”, seu coração estará com eles todo o dia e todos os dias e ele experimentará a felicidade da realização que preenche os desejos do coração humano. E Jesus insiste em que se busque sempre juntar tesouros no céu, que busque os valores que permanecem, que duram para a vida eterna. Sem medo de partilhar bens e vida, na certeza de que o Pai de Jesus Cristo jamais se deixa vencer em generosidade. Deus é mais...
Deus, é maior que nossas preocupações cotidianas. Quanto mais alguém doa e se doa, mais receberá. Numa sociedade e num tempo em que impera o egoísmo compulsivo e onde muita gente vende “até a alma” para acumular bens e coisas, pouco importando os meios para consegui-lo, Jesus apresenta sua contraproposta de desapego das coisas, para poder viver uma felicidade maior e mais plena. Mas a grande maioria das pessoas não quer nem pensar no que vem “depois”, escolhem e lutam e se cansam e brigam pelo aqui e o agora. E tem medo do que esse “depois” possa trazer. Como cristãos, onde tantos só olham para a terra, somos chamados a olhar para o céu, a testemunhar que os bens da terra são importantes para um viver digno, sim, mas não podem prender-nos à terra, não podem ser o objetivo, o desejo maior, talvez único, do nosso coração. Sentir-nos, realmente, inquilinos na terra, migrantes no tempo, peregrinos na história caminhando, sem medo e tranquilos, para nossa pátria definitiva, o céu do Pai.
18 de agosto - 20o Domingo do Tempo Comum Cor: verde
ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA 1a leitura: Livro do Apocalipse (Ap) 11,19a;12,1.3-6a.10ab Salmo: 44(45),10bc.11.12ab.16 (R/. 10b) 2a leitura: 1ª carta S. Paulo aos Coríntios (Cl) 15,20-27a Evangelho: Lucas (Lc) 1,39-56 Comentário: Assunção de Nossa Senhora ou Nossa Senhora da Glória. A festa mariana deste domingo tem grande apelo popular. Tradicionalmente celebrada no dia 15 de agosto, ela é celebrada, justamente, no domingo seguinte para dar-lhe todo o destaque que merece. No Evangelho, Maria, grávida de Jesus, faz uma visita à também grávida prima Izabel. No encontro de duas mulheres grávidas, o início da história da nossa fé cristã. Izabel, jubilosa, completa a saudação do anjo Gabriel, quando este anunciou que Maria seria a mãe de Jesus. Na dupla saudação, a primeira parte de uma das preces mais conhecidas e repetidas da fé católica: “Alegra-te, Maria, tu és cheia de graça, o Senhor está contigo (Gabriel); bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre (Izabel). A segunda parte da mesma prece é um acréscimo devocional do século XVI, aprovado pela Igreja, para afirmar a divindade de
Jesus (1570, pelo papa Pio V). No anúncio do Anjo, Maria se declara a si mesma “a serva do Senhor”. Depois de receber a saudação de Izabel, ela prorrompe no seu Canto Maior, o Magnificat, uma definição do que seria o projeto do seu Filho, Jesus. Em Maria e por Maria, toda soberba começa a cair por terra; em Maria e por Maria, os poderosos começam a perder seus tronos orgulhosos e opressores; em Maria e por Maria, toda a riqueza começa a ser partilhada com quem nada tem, os pobres de Javé; em Maria e por Maria começa a realizar-se a promessa que Deus fez a Abrahão e toda a sua descendência, a todos nós, que cremos no divino Filho de Maria; em Maria e por Maria começa uma história de serviço, onde é maior aquele que serve mais; em Maria e por Maria, começa a ser plasmada a “igreja dos pobres, com os pobres e para os pobres”; em Maria e por Maria começa a verdadeira libertação da mulher, desprezada e oprimida na cultura de então e em tantas culturas de nosso tempo. Nossa Senhora da Glória, que estás junto do teu Filho, ajuda-nos para que possamos ser, hoje, mulheres e homens que vivem o teu “Magnificat” e contribuem na realização do teu sonho de um mundo justo e solidário, sonho que tu partilhaste com teu divino Filho, Jesus. (attilio@livrariareus.com.br)
Agosto de 2013 - 1a quinzena
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SPAÇO DA
Catequese “Disciplina” na Catequese: pistas para catequistas Álvaro Ginel*
Existe indisciplina que vem do cansaço das crianças e adolescentes. Nestes casos, tens que procurar alguns recursos para relaxar. Para aproveitar vinte minutos, talvez tenhas de dedicar 15 em relaxameno, ou exercícios não relacionados diretamente com o tema... Com isto, dás resposta à realidade do teu grupo, permitindo que a serenidade chegue e, ao fazer isto, não te culpabilizes porque “perdes tempo”. Ao contrário, fica alegre porque estás “preparando a terra” para que acolha a Palavra do Evangelho. Existem indisciplinados que o são por circunstâncias familiares: falta de carinho, falta da presença do pai ou da mãe, excesso de mimos, uma permissividade absoluta. Algumas vezes estes membros do grupo querem fazer-se notar. É bom tê-los perto, dar-lhes incumbências concretas para fazerem, responsabilizá-los por outros, falar muito com eles antes e depois da sessão, não feri-los em público (porque não trouxeram... porque se esqueceram... porque não fizeram...). Felicita cada um quando faz as coisas bem; sobretudo, elogia os mais difíceis. Que eles descubram que o catequista se fixa no que fazem bem feito, não só nas suas “traquinices”. Pede a opinião de outros catequistas para confrontar o que fazes com a experiência deles. As situações de cada grupo são impossíveis de catalogar. Os grupos e as pessoas não funcionam como os computadores: à base de ordens e de apertar botões. Os acontecimentos são parecidos, mas não são iguais, porque os protagonistas são diferentes, com uma história, uma educação e uma referência familiar diferentes. Um grito pode vir bem num determinado ambiente... e ser muito negativo noutro. CHAVE Competência e a coerência do catequista são a chave de sucesso para que no grupo haja disciplina. FLASH Num clima de indisciplina é impossível fazer uma boa catequese. O catequista necessita de experiência para detectar as causas da indisciplina no grupo e para acertar na maneira de abordar os membros mais difíceis. O grupo possui um sentido especial para “intuir” os aspectos mais frágeis do animador e “aproveitar” essas fragilidades. SUGESTÕES A tranquilidade do animador é muito importante nos momentos em que no grupo acontece algo especial. Se o grupo percebe que “alguma coisa” desconcerta o animador, já sabe por onde entrar e perturbar. O diálogo é a melhor arma para consertar o que acontece no grupo. Há momentos em que o diálogo não bastará e o melhor será fazer gestos com muito poucas palavras. As ameaças, os insultos, as palavras que atentam contra a dignidade da pessoa costumam produzir precisamente os efeitos contrários aos que eram pretendidos. É bom utilizar frases e palavras um pouco misteriosas, que deixam uma interrogação, que suscitam a pergunta: Que quererá dizer? O carinho verdadeiro ao grupo e a cada pessoa do grupo é o melhor remédio. Carinho não é deixar fazer o que cada um quer, mas sim, entender a vida do grupo e de cada elemento do grupo e gostar verdadeiramente deles. O amor leva à entrega. Tão importante ou mais que os “nãos” são os “sins”, as felicitações, as palavras pessoais “ao ouvido”. *Traduzido da Revista “Catequistas”
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RQUIDIOCESE Coordenação: Pe. César Leandro Padilha
Jornalista responsável: Magnus Régis - (magnusregis@hotmail.com) Solicita-se enviar sugestões de matérias e informações das paróquias. Contatos pelo fone (51)32286199 e pascom@arquidiocesepoa.org.br Acompanhe o noticiário da Pascom pelo twitter.com/arquidiocesepoa Facebook: Arquidiocese de Porto Alegre
Pe. Adilson Corrêa da Fonseca é o novo coordenador de Pastoral do Vicariato de Guaíba O Vicariato de Guaíba conta com novo coordenador de Pastoral. Durante reunião do Clero, ocorrida no último dia 4 de julho, o Pe. Adilson Corrêa da Fonseca, pároco da Igreja de Santa Bárbara, foi eleito pelos padres como o novo coordenador, assumindo a missão
em substituição ao Pe. Bonifácio Zimmer. Para a Coordenação de Pastoral, o mandato é de dois anos. Criado em 8 de março de 2001, o Vicariato de Guaíba abriga 263 comunidades, reunidas em 21 paróquias, presentes em 19 municípios.
Pastoral Presbiteral promoveu retiro para o Clero Aconteceu entre os dias 8 e 10 de julho, no Seminário São José, em Gravataí, o retiro do Clero do Vicariato de Porto Alegre, tendo como orientador o Frei João Inácio Müller, Ministro Provincial Franciscano. O encontro contou com a participação de vinte padres. O encontro foi estruturado com momentos de celebração, leitura orante da Palavra e reflexões, transcorrendo em clima de muita convivência fraterna. A programação deveria ir até a quinta-feira, mas o retiro foi encerrado na quarta-feira devido à preocupação com a paralisação geral marcada para a quinta-feira, dia 11 de julho. Na quarta-feira aconteceu uma Celebração Eucarística com a participação de seminaristas e dos padres do Lar Sacerdotal. Ao final desta celebração aconteceu um momento especial, Pe. José Antônio Heinzmann, Reitor do Seminário São José, partilhou pães feitos no próprio seminário. Cada participante levou um pão para sua casa. Ainda na noite de quarta-feira, o encerramento do retiro se deu com uma celebração penitencial. Segundo os participantes, o encontro revigorou a vida presbiteral de todos. O retiro do clero é organizado e promovido pela Pastoral Presbiteral da Arquidiocese, que tem como coordenador Pe. Jaime Gaspary.
Pastoral Vocacional realiza encontro Kairós Júnior no Seminário São José Pe. Cláudio DAngelo Castro Promotor Vocacional
Ocorreu mais um encontro vocacional Kairós Júnior no Seminário São José de Gravataí. Participaram do encontro trinta e dois meninos das nossas paróquias da Arquidiocese. O encontro é promovido para os vocacionados que ainda estão no Ensino Fundamental, ou que estão nas idades de 10-13 anos. A gurizada que participou do encontro, na sua maioria, participa dos grupos de coroinhas e/ou do ONDA em suas comunidades de origem. Também são acompanhados pelas equipes vocacionais e por seus párocos. Recebemos também a ajuda da equipe vocacional da paróquia São Vicente Pai dos Pobres de Gravataí que fizeram as refeições para o encontro, fica aqui o nosso muito obrigado! Agradecemos a todos pelas preces e orações pelo nosso encontro kairós Júnior! Com certeza produzirão muitos e bons frutos no coração desses jovens vocacionados! Que o Senhor da messe abençoe todo o trabalho feito em prol destes pequeninos em nossa amada Arquidiocese de Porto Alegre!
Encontro vocacional no Seminário São José
Porto Alegre, agosto de 2013 - 1a quinzena
Fotos: Nilson Winter
Devotos querem logo a beatificação do Padre Reus
Quinze mil devotos na sétima Romaria Padre Reus Nem mesmo a nebulosa e úmida manhã de domingo, 14 de julho último, arrefeceu ou diminuiu o fervor dos devotos do Servo de Deus, Padre Reus. A procissão iniciou-se na frente da igreja Nossa Senhora da Conceição, às 9h30min, domingo, 14 de julho último, percorrendo a Rua 1º de Março, e as Avenidas Frederico Wolffenbuttel e Theodomiro Porto da Fonseca até o Santuário Sagrado Coração de Jesus, onde fica o túmulo do sacerdote e onde foi celebrada missa campal. O processo de beatificação de Reus começou em 1953, seis anos após sua morte. E tomou novo impulso em 2010, sob os cuidados do bispo de N. Hamburgo, Dom Zeno Hastenteufel. Atualmente, o processo está para análise junto à Congregação para a Causa dos Santos, no Vaticano. Para ser beato, é necessária a comprovação de uma milagre e outro para a canonização.
João Paulo II e João XXIII serão declarados santos Decreto de reconhecimento e atribuição de milagre por intercessão de João Paulo II foi assinado pelo Papa Francisco, em 5 de julho último. Em relação a João XXIII, o Papa considerou que não era necessário demonstrar que intercedeu em um milagre. A data da cerimônia de canonização ainda não foi fixada mas pode ocorrer ainda neste ano de 2013. A atribuição de um segundo milagre ao beato João Paulo II foi o passo-chave para sua rápida canonização, autorizada apenas oito anos depois de sua morte, em 2005. A decisão do Papa de canonizar João XXIII sem registro de milagre, algo não muito frequente nas últimas décadas, é uma prerrogativa do chefe da Igreja, segundo as normas do Vaticano. "Todos conhecemos as virtudes e a personalidade do Papa Roncalli (João XXIII) e não é necessário explicar as razões pelas quais alcança a glória dos altares", afirmou o porta-voz do Vaticano, o jesuíta Pe. Lombardi.
João Paulo II
João XXIII
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