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Liga dos Amigos do Douro Património Mundial iniciou ciclo de debates com tema da ferrovia

A Liga dos Amigos do Douro Património Mundial (LADPM) iniciou no Museu do Douro na Régua um Ciclo de Debates, tendo, nesta sessão, como mote o futuro da linha do Douro. A requalificação da linha do Douro vai permitir potenciar o turismo da Região e unir quatro patrimónios classificados: Porto, Alto Douro Vinhateiro, Côa e Salamanca.

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Os especialistas convidados concluíram que a região do Douro, a exemplo de outras regiões europeias, debate-se com problemas complexos que exigem uma continuada discussão aberta e participada. A Secretária de Estado anunciou que a linha do Douro, um projeto há muitos anos reivindicado pelos durienses será lançado em breve uma primeira fase, prevendo-se que até final de 2026 a obra seja colocada no terreno.

Luís Braga da Cruz lançou as bases do debate sobre o Plano Nacional Ferroviário, enquanto instrumento que irá definir a rede ferroviária, e que assegurará as comunicações de interesse nacional e internacional em Portugal. Neste cenário de debate nacional sobre o futuro da ferrovia, foi enquadrada a linha do Douro, enquanto via estruturante para a mobilidade do Douro, bem como um ativo estratégico para o desenvolvimento do turismo na Região.

Luís Almeida e Alberto Aroso defenderam a construção de uma linha de Alta Velocidade entre o Porto, Vila Real e Bragança, com ligação à Alta Velocidade espanhola, enquanto via estruturante para a mobilidade no interior norte que, por sua vez, pode potenciar a linha do Douro do ponto de vista de mobilidade sustentável e turístico. Desta forma, a criação de um novo corredor ferroviário entre Porto e Madrid, via Trás-os-Montes permitirá ligar o Douro diretamente ao aeroporto Francisco Sá Carneiro, uma estrutura determinante para os fluxos turísticos.

Os participantes no debate, sob proposta de Luís Almeida, refletiram sobre o desafio do Douro candidatar a linha do Douro a Património Mundial, unindo quatro patrimónios classificados: Porto, Douro, Côa e Salamanca, considerando que “a aposta na modernização da linha do Douro até Barca D'Alva e a respetiva integração com a rede ferroviária espanhola, em Salamanca, poderá ser potenciada com a candidatura da linha do Douro a Património Mundial”.

Na perspetiva de Cristina Azevedo, “a consciência regional consolidada nas últimas décadas é determinante para colo- car em funcionamento projetos como a requalificação da linha do Douro e outros projetos de estruturação do território”. No entanto, o modelo de governação definido para as regiões “pode representar um travão para este projeto e mesmo para a dinamização do desenvolvimento regional”.

O presidente da Câmara Municipal da Régua, em representação da Comunidade Intermunicipal do Douro, manifestou que a linha do Douro é considerada “um projeto estratégico do ponto de vista supramunicipal” e está “confiante que se trata de um projeto que será concretizado”. Em termos de representação, o autarca considera que o atual modelo de representatividade na Assembleia da República tem de ser modificado na lógica das Comunidades Intermunicipais, abandonando o atual modelo distrital. Na atualidade, referiu, “80% dos deputados representam apenas 20% do território”.

O debate foi encerrado pela Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, que equacionou como principais desafios do Douro “a quebra demográfica e os desafios da transição climática e digital”. Quanto ao tema do debate, anunciou um investimento superior a 200 milhões na linha do Douro, um projeto há muito tempo reivindicado pelos durienses; ainda sobre este projeto informou que será lançado uma primeira fase em breve, prevendo-se que até final de 2026 a obra seja colocada no terreno. A Secretária de Estado reafirmou ainda o compromisso do Governo neste projeto emblemático para o Douro e nas políticas de desenvolvimento da região.

Isabel Ferreira referiu ainda como estruturante para o desenvolvimento e competitividade da Região a aposta na conetividade digital, uma das apostas do Governo no próximo ciclo de programação de fundos estruturais.

António Saraiva, presidente da LADPM afirmou que o objetivo destes debates é atrair mais gente para a discussão pública da região. “Temos 165 associados, na última Assembleia Geral estiveram presentes 29. Toda a gente diz que esta região tem potencial mas é difícil as pessoas aparecerem e envolverem-se”. O responsável explica ainda que “este é o papel da Liga e só assim é possível atrair mais gente, essencialmente jovens porque eles são o futuro”

O próximo debate deste ciclo será dedicado ao próximo ciclo de fundos comunitários e o seu impacto no Douro, que terá lugar no próximo dia 20 de maio e contará com a presença da Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa. ○

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