A Origem do Lar e Centro Dia da Misericórdia de Salvaterra de Magos

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SANTA CASA DA MISERICÓRDIA SALVATERRA DE MAGOS

A ORIGEM DO LAR E CENTRO DE DIA PARA IDOSOS

O Autor José Gameiro

(José Rodrigues Gameiro)


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Ficha Técnica: A Origem do Lar e Centro de Dia da Santa Casa da Misericórdia Misericórdia de Salvaterra de Magos Livro: - Papel A 5 Brochado – Formato PDF Edição: - Textos em Word - José Rodrigues Gameiro Fotos: - José Gameiro Data da Edição: - Março de 2017 Capa: - José Rodrigues Gameiro Autor: - José Gameiro

**************** O Autor Não segue o Acordo Ortográfico de 1990 *****************


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4 O Meu Contributo UM CENTRO DE DIA PARA IDOSOS Por em prática, ideias e acções para depois entregarem as benfeitorias às suas comunidades, o povo de Portugal usou a liberdade conquistada com a Revolução de Abril de 1974, Em Salvaterra de Magos, um dia de Agosto daquele ano, fui sondado para apoiar o grupo que já tendo o apoio camarário, pretendia a divulgação da sua causa. nos jornais, em que eu colaborava, pois andavam atarefados desbastando o arvoredo e limpando as areias da margem do rio Tejo, queriam ali uma praia fluvial – a Praia dos Tesos, como lhe chamavam em substituição do sítio usado do antigo pontão da Palhota. Na mesma altura, formou-se um grupo que pretendia construir um Parque Infantil na terra, uma necessidade que vinha de anos, alvitrada num texto publicado nos jornais e revistas pelo; Dr. Joaquim Gomes de Carvalho. Após várias reuniões, saíram duas comissões, pertenci àquele que iria recolher fundos. A obra logo teve início com a cerimónia da primeira pedra no antigo terreno onde se fazia a feira, doado pela câmara, no meio de festejos populares, e a sua inauguração deu-se em Julho de 1975.


5 Andava também no ar uma ideia de abrir um Centro de Dia para Idosos, do seu promotor; José Teodoro Amaro, mas só em 1976 se concretizou, rodeando-se de oito amigos e, entre eles; José Luís Serra Borrego e eu próprio, acabados de ser eleitos nas eleições autárquicas. A iniciativa só em 1980, deu os primeiros passos e fazendo-se a primeira angariação de fundos na vila. A ideia era abrir aquele espaço de guarida para idosos e atribuí-lo à Misericórdia local, pois na terra sempre houver escassez daquele meio de assistência. Nesse tempo escrevia para o semanário, “Aurora do Ribatejo” e nas suas páginas fiz publicar uma notícia onde destacava a iniciativa do José Teodoro Amaro e do grupo onde constavam; José Luís Serra Borrego, Eurico Norberto Borrego, João Castanheira, António José da Silva, Armando Rafael Oliveira, João Nunes da Silva e eu próprio; José Rodrigues Gameiro. A ideia daquela obra passou também a ter o apoio do executivo municipal, sob a chefia de António Moreira, e do seu Vereador; Joaquim Mário Antão, que muito se empenharam na sua concretização. Aquela notícia, teve eco noutros meios de comunicação, em Lisboa, que a reproduziram e foi assunto da semana. Um deles, foi a rádio comercial no seu programa “As Cidades e as Serras”. Depressa já com um espaço no antigo edifício Manuelino, cedido pela câmara a titulo provisório, o grupo fez um peditório de porta à porta, à população da vila e, mesmo


6 previamente anunciado, não teve a receptividade esperada, rendendo uma soma insignificante, mas os promotores não desanimaram e uma semana depois voltaram à rua, onde o povo comparticipou mais voluntarioso com donativos que foram juntos a outras ofertas, do Governo Civil de Santarém e de algumas empresas sediadas no concelho – entre elas estava a Raret. Este texto é também uma lembrança para aqueles que nos foram deixando – pois a lei da vida é implacável, e nesta data apenas me faz companhia, o então jovem obreiro, e meu primo; João António Nunes da Silva. José Gameiro ********** *****


7 A ABERTURA DO CENTRO DIA

O conceito de Asilo, já era usado no séc. XIX, onde os mais desvalidos acabavam os seus dias, na maioria das vezes sem a visita, ou o convívio dos familiares mais próximos. No séc. XX, alguns estudos vinham-se ocupando sobre eles, sendo assunto para páginas e páginas de literatura, horas de conferências, onde ficaram registadas sábias lições sobre gerontologia, mas pouco se tinha feito em seu benefício. e, no entanto, já eram tratados como gente idosa. A industrialização em Portugal, levou muitos rurais a tornarem-se operários em plena idade laboral, deixando a sua origem nas terras do interior do país, e radicar-se em zonas urbanas, onde o modo de vida era difícil e precária na velhice. Os que viviam do soldo semanal na agricultura mostravam grandes dificuldades financeiras em sustentar-se, e nos encargos para os idosos seus familiares próximos. As instituições de solidariedade social do estado


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eram escassas ou não existiam e as instituições como as misericórdias, ainda não tinham essa vocação. Nas pequenas terras rurais, também se recorria à obra da Igreja, que tinha maior visibilidade na alimentação, com “a sopa dos pobres”. Alguns agricultores não deixavam de entregar uma lembrança semanal, aquém os tinham servido durante uma vida de trabalho. A Revolução de Abril de 1974, foi campo aberto para que o povo por esse Portugal fora, espontaneamente e em grupo, abrisse mão na construção dessas necessidades mais gritantes da sua comunidade. Em Salvaterra de Magos, na década de 60, A “Fábrica da Igreja” na área da habitação condigna tinha dado um passo, substituindo barracas por bairros sociais que foram distribuídos aos pobres. A Misericórdia local, tinha apenas um grande edifício hospitalar, inaugurado em 1913, construído para a época como modelo, onde as famílias do concelho encontravam acolhimento médico.


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Em 1975, um grupo entusiasmado levou à construção de um Parque Infantil em Salvaterra, uma necessidade de as crianças viverem e cresceram na área da vida social, em plena cidadania. Uma falta já mencionada na terra, à muitos anos atrás, por um médico sediado na vila. O autor esteve integrado nesta iniciativa popular. Em 1980, um outro grupo, de oito amigos levou a cabo uma ideia de José Teodoro Amaro, na necessidade da existência na terra, de um Centro de Dia para albergar

1980 – O Grupo iniciador da Abertura do Centro de Dia, junto às instalações na Praça da República


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idosos e outros carenciados de assistência social. Era uma forma de ajudar as famílias a libertarem-se um pouco mais daquele “pesadelo” que eram os seus velhos.

1980 - Grupo, fazendo peditório na Rua Dr. Miguel Bombarda (antiga rua d`água)

Era presidente da câmara, António Moreira, que motivou o seu executivo a apoiarem aquela iniciativa, e o seu vereador; Joaquim Mário Antão, esmerou-se na colaboração necessária. Foram cedidas temporariamente, duas divisões no antigo edifício Manuelino, existente na Praça da República da vila.


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O grupo promoveu um peditório pelas ruas da vila, especialmente de porta-a-porta, mas a dádiva angariada não foi animadora, mesmo tendo sido anunciado previamente aquela colecta pública - o povo de Salvaterra, não se mostrou solidário! O dinamismo do José Teodoro Amaro, grande impulsionador da ideia, não deixou esmorecer, o grupo composto por: José Luís Serra Borrego, João Castanheira, Eurico Norberto Borrego, António José da Silva, Armando Rafael de Oliveira, João António Nunes da Silva e José Rodrigues Gameiro, que uma semana depois voltaram à rua, sendo a oferta mais animadora, que foi junta a outras dádivas de particulares anónimos, Governo Civil de Santarém e empresas


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sediadas no concelho como: a Raret, com instalações de um Centro de Emissor de Rádio, na freguesia da Glória do Ribatejo. As salas foram providas de duas camas, alguns cadeirões, umas mesas e cadeiras para as refeições. Uma pequena cozinha foi feita onde Maria Virginia Fernandes Castilho, desempenhava aquelas funções.


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A organização do armazenamento dos produtos, para consumo nas refeições diárias estava à guarda do voluntário: Fortunato Ferreira Hortelão, num pequeno espaço, debaixo das bancadas da praça de toiros, com porta aberta para a EN 118, Com a saída do Fortunato, aquela função passou a estar a cargo da jovem; Maria Lurdes Morais Andrade (Milú), que já tinha o encargo com outras três jovens; Maria da Graça Cabaço Paiva e Salomé Loureiro Rodrigues, da recolha de manhã dos idosos e sua entrega à tarde, numa carrinha Volkswagen adaptada, com bancos, trabalho feito numa oficina em Santarém. O Centro de Dia, sendo já uma realidade de porta aberta, foi aceite, pelos membros da Provedoria da Santa Casa da Misericórdia, num compromisso proposto com aquele grupo de oito amigos, que para isso solicitaram uma reunião para a construção de um novo edifício – a mudança durou alguns anos ************


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A INAUGURAÇÃO O Centro de Dia, estando já provido das condições necessárias para a sua função, foi inaugurado em 21 de Julho de 1980, com uma festa alusiva à circunstância, com a presença do grande número de idosos, que ali passaram a ficar todo o dia, libertando as suas famílias, para as suas actividadades profissionais. Depressa aquele espaço de acolhimento diário, deixou de ter resposta para a procura, e as inscrições dos novos utentes ficaram aguardando longos meses de espera. ********* O transporte dos idosos, era uma novidade, mesmo na comparação de outras iniciativas, que já existiam pelo pais fora, cujos obreiros vinham a Salvaterra, apreciar a sua funcionalidade. Corria o ano de 1985, soubese que vivia nas traseiras do cemitério da vila, numa velha barraca de madeira, acompanhada de muitos cães, uma idosa conhecida pela “Emília dos cães”.


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A idosa, perante a oferta de melhor e cuidada estadia, fez finca-pé, não queria abandonar os seus animais, companheiros de infortúnio.

1985 - A Idosa “Emília dos cães” – na barraca entre os seus animais*Foto JG

Houve que arranjar uma solução, o persistente; José Amaro, com a anuência do executivo municipal; construiu no espaço devoluto da antiga cocheira camarário, à muito desocupado, uma nova barraca em madeira (uma oferta das carpintarias da terra), e ali passou a viver, já com roupa lavada vestida no corpo e na cama. Perto foi aberto um canil os seus animais, já vigiados pelo veterinário.


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1985 - A Emília, à porta da sua nova barraca com uma ninhada de novos cães do seu canil * Foto JG

os seus animais, já vigiados pelo veterinário municipal, com alimentação e higiene diária, para todos. A oferta da estadia diária aos idosos naquela casa, ainda durou alguns anos, até um novo edifício o substituir. A cozinheira; Virgínia Castilho, acompanhou a mudança.

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A MUDANÇA Em 1983, Armando Rafael de Oliveira, membro do grupo do Centro de Dia estava à frente da junta de Freguesia de Salvaterra de Magos, era empregado na Raret (tinha algum tempo disponível), e concorreu numa lista às funções de Provedor da Santa Casa Misericórdia. Armando Oliveira, foi eleito e com ele ocuparam a Mesa de Irmãos daquela instituição, alguns companheiros, daquela jornada de altruísmo. A instituição possuía a sul da vila, um terreno com uma restea de pinhal, e nele foi decidido construir um moderno edifício, que serviria de Sede, Lar e Centro de Dia. Tinham chegado ao fim os vários anos de espera, desde 1977, que a Santa Casa da Misericórdia, ansiava a aprovação da obra,


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no Departamento e Equipamento Social, do Ministério da Segurança Social que, apoiou a sua construção de após algumas alterações introduzidas, pois alguns acompanharam o dinâmico; Teodoro Amaro, em visitas a alguns lares mais modernos.

A INAUGURAÇÃO LAR E CENTRO DE DIA PARA IDOSOS

No dia 4 de Abril de 1992, realizou-se com pompa a cerimónia publica, onde o povo acorreu em grande numero. O acontecimento ocupou a edição do dia 15, do JVT - jornal da terra, que dava à estampa a Reportagem da inauguração do novo edifício do Lar para Idosos, pela Misericórdia de Salvaterra de Magos. “Ao acto solene, esteve presente o secretário de estado da segurança social, Dr. Vieira de Castro, como convidado de honra. Entre os outros convidados oficiais, encontrava-se o Bispo da Diocese de Santarém; D. Manuel Pelino e uma multidão


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anónima enchia por completo o espaço, assistindo às festividades da inauguração oficial, do novo Centro de Dia e Lar de acolhimento de Idosos. Com a entrada em funcionamento do novo e moderno edifício, os obreiros que desde a primeira hora levaram a cabo a ideia do projecto, com a sua “carolice”, assistiram ali ao final do seu incansável trabalho. No uso da palavra, Armando Oliveira, disse: “Para que a velhice não seja um peso, mas sim um continuar da vida, onde o amor e fraternidade do ser humano, são postos ao serviço do seu semelhante – Seja tudo isto o que damos aos outros, faz-nos mais humildes e felizes”. Aquele Provedor, terminou a sua intervenção, com a voz embargada, lembrando alguns membros do grupo que se empenharam naquela jornada, além do já saudoso, companheiro, senhor daquele sonho; José Teodoro Amaro, que nos tinha deixado, havia alguns dias, pois a morte tinha-o levado do convívio família e dos amigos. Aquelas palavras, provocaram cair


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no rosto de alguns colegas de jornada, uma lágrima de saudade, até porque ao longo da sua vida sempre se empenhou com grande espírito de solidariedade às causas das instituições da sua terra – Salvaterra de Magos. 1992 Fachada Edifício do Lar e Centro Dia da Santa Casa Misericórdia de Salvaterra de Magos *Foto JG 1993 – D. Manuel Pelino – Bispo Diocese de Santarém, na Inauguração do Lar com um grupo de Idoso


21 *Foto JG 1993 – Grupo de Idosos Em dia da Inauguração do Lar e Centro Dia da Misericórdia *Foto JG,


22 Foto de 2017 * José Gameiro, em 16 de Abril – dia do seu nascimento, junto à entrada do edifício do Lar e Centro de Dia da Misericórdia de Salvaterra de Magos * um do grupo que levou a cabo a obra que teve início em 1980

JOSÉ TEODOROAMARO *Recordando um espírito humanista José Teodoro Amaro, nasceu e viveu na vila e freguesia de Salvaterra de Magos, no ano de 1919, Filho do pedreiro; Francisco Amaro e de sua esposa, O pai, apenas o manteve na escola até tirar a 4ª classe, instrução base para a época, depressa ingressou no mundo do trabalho, foi aprender o ofício de


23 Carpinteiro de obras. Enquanto jovem foi o seu ofício, até casar, com a Maria Helena, no entanto o seu espírito dinâmico e irrequieto levou-o a estabelecer-se com uma estância de material do ramo da construção. Depressa também abriu, na Trav. Do Cotovelo, uma pequena serração de madeira, em “em grosso”,, que depois era trabalhada por alguns carpinteiros de bancada, como material nas obras. No início da década de 40 do séc. XX, sentindo também os anseios da população, diz presente e, entra no role dos que estão mais entusiasmados.na criação da Associação dos Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos, sendo até bombeiro do seu corpo activo, que se instalou na Av. José Luís Brito Seabra, no rés-chão, do antigo prédio, que foi construção real e já era pertença de Jorge de Melo e Faro ( II Conde Monte Real). José Amaro, homem possuidor de grande capacidade trabalho foi ao longo da sua vida, dando contributo às instituições existentes à época na sua terra-natal. Esteve no Montepio Salvaterrense, no Clube Desportivo Salvaterrense, onde também conseguiu mobilizar alguns carpinteiros da terra, e modernizaram o edifício que servia de sede e, que tinha rés-chão, na rua Luís de Camões (antiga rua Direita).. Além de construírem o 1ª andar, fizeram um novo madeiramento para receber novo telhado. Na década de 60, a sua esposa Maria Helena, um dia foi bafejada pela sorte. Tinha comprado uma cautela – dos


24 sorteiros da Misericórdia de Lisboa, e tal como a outros sortudos, também lhe saiu o primeiro premio, uma elevada fortuna para a época. Teodoro Amaro, depressa substituiu a sua velha habitação por um prédio de dois andares para habitação, sendo o res-chão composto com lojas. Numa delas a esposa passou a explorar um negócio de tecidos e decorações caseiras. Na década de 60, foi o grande entusiasta na fundação do Grémio do Comércio do concelho Salvaterra de Magos, uma instituição que apoiava os comerciantes do concelho e do concelho de Coruche. que teve sede na Rua Heróis de Chaves de Salvaterra e uma Delegação na vila de Coruche. Esteve no início das festas da terra com a realização das “Festas dos Toiros e do Fandango de Salvaterra de Magos”, em 1966. A vida autárquica, contou com ele como Vereador, tendo colaborado na implementação da urbanização dos novos bairros; “Pinhal da vila” e “Urbanização do Pinhal da vila”. A cultura e educação, também contou com o seu entusiasmo no início da década de 80, na implementação da nova escola secundária na vila, acabada de construir e, que teve da sua parte a iniciativa de encontrar um patrono para a quela obra. A minha colaboração foi por ele solicitada nas pesquizas e foi encontrado o salvaterrense; Dr. Gregório Fernandes, médico


25 cientista de grande reconhecimento a nível mundial à época no final do séc. XIX. O apoio aos seus conterrâneos, já na idade da ultima fase de vida, contou, em 1980, com o seu grande empenho que recaiu no progresso da ajuda que deu à Misericórdia local, com um grupo que reuniu, Foi o grande mentor da criação do Centro de Dia provisório, para apoiar a terceira idade e que deu origem a um novo edifício que alberga-se um Centro de Dia e Lar José Gameiro ******** *Texto extraído do documento que fez parte do processo que o autor destas linhas, fez e apresentou à Assembleia de Freguesia de Salvaterra de Magos, como proposta “Doação de Nomes às Ruas da vila de Salvaterra de Magos”

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Bibliografia Usada:

*Colecção de Apontamentos: “Recordar, Também é. Reconstruir! – Caderno Nº 5 (Do Autor) *Texto Recordar Reportagem Jornal JVT: Chorar, em Dia de Emoção! (16.7.1998) - Do Autor

*Texto Publicado em historiasalvaterra.blogs.sapo.pt – 01.12.2011 -Do Autor

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