Gazeta Rural nº 390

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O mês de Julho de 2021 foi o mais quente no mundo desde que a agência norte-americana NOAA, especialista no estudo do clima, tem registos da temperatura global, que remontam a 1880. As alterações climáticas são cada vez mais uma preocupação de todos. Pág. 32 Ficha técnica Ano XVIII | N.º 390

Periodicidade: Quinzenal

Director: José Luís Araújo (CP n.º 4803 A) E-mail: jla.viseu@gmail.com | 968 044 320

Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu

Redacção: Luís Pacheco

Opinião: Luís Serpa | Jorge Farromba

Júlio Sá Rego | Gabriel Costa

Departamento Comercial: Luís Cruz

Sede de Redacção: Lourosa de Cima

3500-891 Viseu | Telefone: 232 436 400

E-mail : gazetarural@gmail.com Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546

Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unip. Lda

Administrador: José Luís Araújo

Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu

Capital Social: 5000 Euros

CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339

Detentor de 100% do Capital Social: José Luís Araújo Dep. Legal N.º 215914/04

Execução Gráfica e Impressão: Novelgráfica, Lda R. Cap. Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299

Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/estatutoeditorial/

Tiragem Média Mensal: 2000 exemplares

Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

04 Município recria Cerco de Almeida 2021 em versão mais digital 06 Festival da Tigelada é ‘atração’ em 18 restaurantes de Proença-a-Nova 08 Torre de Moncorvo vai receber Campeonatos de Pesca ao Achigã em Embarcação

10 Altice Forum recebe a edição 2021 da AGRO - Feira Internacional de Agricultura

11 Feira do Douro Verde promove espírito empresarial no território duriense 12 “Voar na Beira Baixa” em balões de ar quente tem novo formato 14 Festas de São Bernardo realizam-se num formato “totalmente diferente” 16 “Calcatorium” é um vinho único no mundo 19 Escanções e Turismo de Portugal criam parceria na certificação de formação profissional

22 Há 45 milhões de euros para a resiliência dos territórios e modernização dos

viveiros públicos

24 Governo dos Açores quer certificação comunitária para alho da Graciosa 26 Projeto quer combater a praga de mirtilos através de uma solução biológica 28 Alunos do ensino profissional e artístico com concurso especial de ingresso no politécnico de Castelo Branco

30 Católica coordena projeto europeu que incentiva agrobiodiversidade 31 Universidade do Porto e UTAD lançam curso de Engenharia e Biotecnologia Florestal

32 Mês de Julho de 2021 foi o mais quente desde 1880 34 Rede Artéria debate Estratégias para inventar o futuro o Interior em análise

no Pós-Pandemia

36 XX Encontro Nacional de Tocadores de Concertina assinalado de forma

simbólica

38 Projeto quer passar a tradição do canto polifónico feminino às gerações

mais novas



Nos dias 27, 28 e 29 de Agosto

Município recria Cerco de Almeida 2021 em versão mais digital

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O Município de Almeida vai recriar o Cerco, ocorrido em 1810, durante a terceira Invasão Francesa, este ano numa versão mais digital, com inscrição obrigatória para muitas das atividades.

Esta recriação histórica envolve várias dezenas recriadores nacionais e estrangeiros, num evento em que também participa a comunidade local, mas que este ano será mais ‘contido’, com diversas actividades a serem transmitidas através dos meios digitais do município. As atividades comemorativas do cerco da vila de Almeida começam na sexta-feira, com a realização de um seminário internacional sobre “Arquitetura Abaluartada e Património UNESCO”, que se prolonga durante o dia seguinte. O fim da tarde acontecerá o lançamento do Livro “Almeida - Estrela Singular das Fortifi¬cações Abaluartadas da Raia” e à noite, pelas 22 horas, decorrerá um Sarau Cultural e Baile Oitocentista, no Picadeiro D´El Rey, com entrada gratuita e limitada, mas com inscrição obrigatória. As diversas ações evocativas do acontecimento, que levou à capitulação daquela praça-forte a 28 de Agosto de 1810, que envolvem os recriadores nacionais e estrangeiros, irão decorrer no sábado e no domingo, mas muitas actividades serão transmitidas nos meios digitais do município. Um dos destaques do programa da edição deste ano vai para a homenagem da autarquia a quatro ilustres almei¬denses que pertenceram e honraram o Regimento 23, com descerramento de lápides nas casas onde nasceram, em Almeida. Durante os três dias da realização do XIV Cerco de Almeida haverá atividades de animação, exposições, lançamentos de livros, um mercado oitocentista, um baile oitocentista, oficinas históricas, entre outras iniciativas, mas sempre no rigoroso cumprimento das normas da Direção Geral de Saúde, nomeadamente a higienização, o uso de máscara e distanciamento social, que são obrigatórios. O presidente da Câmara de Almeida refere que “o Cerco de Almeida já é um evento consolidado, procurado e conhecido a nível nacional". António José Machado diz que esta "recriação histórica é o grande evento anual do concelho", que este ano, por via do momento que o mundo atravessa será mais contido e com regras apertadas. A antiga praça-forte de Almeida, construída nos séculos XVII e XVIII, é considerada uma "jóia" da arquitetura militar abaluartada. As atividades que evocam as Invasões Francesas de 1810 estão integradas na estratégia municipal de candidatura da vila de Almeida a património mundial no âmbito da inscrição das "Fortalezas Abaluartadas da Raia".


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Decorre até 29 de Agosto, em Proença-a-Nova

Festival da Tigelada é ‘atração’ em 18 restaurantes de Proença-a-Nova Decorre até 29 de Agosto, em Proença-a-Nova, o Festival da Tigelada em 18 restaurantes aderentes que apresentam esta sobremesa na sua ementa. A autarquia local oferece os principais ingredientes para confecionar este doce, enquanto a Rica Granja, empresa produtora de ovos, disponibiliza os 9000 ovos necessários para a quantidade total prevista de tigeladas a consumir nos restaurantes. Ao contrário de outras edições, a Feira da Tigelada e do Mel não se realiza nos moldes tradicionais devido à pandemia da Covid-19, optando por um modelo que envolve a restauração do 6

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concelho. O presidente da Câmara de Proença-a-Nova, à Gazeta Rural, destaca a importância deste evento que decorre num mês forte para o turismo e que, dessa forma, contribui para a revitalização da economia local. João Lobo salienta ainda o ‘contributo’ da pandemia para mostrar as fragilidades dos territórios do interior, mas também das suas muitas potencialidades. Gazeta Rural (GR): Num período tão difícil, a realização do Festival da Tigelada apenas nos restaurantes aderentes é, ainda assim, um contributo para a economia local?

João Lobo (JL): Desde o início da pandemia que o Município cancelou todas as iniciativas gastronómicas que costumava organizar para promoção dos nossos sabores tradicionais. Este ano decidimos voltar a realizar alguns festivais em colaboração com os restaurantes, como forma de potenciar um dos sectores que foi muito afetado pela pandemia e, como referiu, contribuir para a economia local, já que há também um apoio direto por parte da autarquia que se traduz nos cupões que oferecemos a quem consuma este produto e que podem ter descontos associados, com benefícios também para os consumidores. GR: Que adesão de visitantes antecipa, tendo em conta a situação atual?


JL: Acredito que este festival tem todos os ingredientes para ser um sucesso, em especial pelo sabor tradicional que estamos a promover e que já tem o seu espaço de notoriedade conquistado. Decorre em Agosto, um dos meses mais fortes para o sector do turismo e que conta, também, com uma presença alargada de emigrantes que voltam às suas raízes nesta época. GR: Proença tem inúmeros atrativos, gastronómicos e paisagísticos, para além do saber receber das suas gentes. Como foi o último ano e meio? JL: O Verão passado, já em plena pandemia, foi muito bom para o turismo no interior do país, de uma forma geral, e para o interior centro, em particular, de acordo com os dados divulgados pelas entidades oficiais. A nossa expetativa é que este ano seja pelo menos igual, tendo em conta que somos um território que, como referiu, tem inúmeros atrativos, onde se inclui, naturalmente, a gastronomia e o turismo de natureza. No Município temos feito importantes investimentos na qualificação do destino turístico, de que as obras realizadas na Praia Fluvial da Aldeia Ruiva e na Serra das Talhadas - onde construímos uma torre de vigia da autoria do arquiteto Siza Vieira - são dois exemplos recentes. Destaco ainda a segurança, fator importante nestes tempos, pois não somos destino para massas. Somos um concelho com 80% de área ocupada por floresta, o que se tem revelado uma enorme vantagem para quem aqui reside e para quem nos visita. GR: Sendo uma pergunta de difícil resposta, como antecipa os próximos tempos? JL: Continuarão a ser tempos exigentes, em que nos é ainda pedido que sejamos agentes de saúde pública, em que serão mantidas medidas que restringem a nossa liberdade para proteção do coletivo. Mas serão também tempos de esperança, pois temos de acreditar que conseguiremos, como coletivo, proteger os mais vulneráveis, fortalecer laços de comunidade e cuidar de quem precise por ter sido afetado pela pandemia. Somos um território que tem desenvolvido, ao longo dos tempos a sua capacidade de resiliência e, dessa forma, também conseguiremos dar resposta ao que os próximos tempos nos trouxerem. GR: Para um concelho do interior, que ensinamentos podemos tirar desta pandemia? JL: A pandemia tornou mais visíveis fragilidades do território que já eram conhecidas há muito. Por exemplo, quando os nossos alunos tiveram de ir para casa, para a modalidade de ensino online, fomos confrontados, mais uma vez, com um cenário de desigualdade, já que em muitos casos não houve cobertura de rede suficiente. A Câmara teve de fazer um esforço adicional para dar resposta às necessidades dos alunos a este nível. É fundamental que os cidadãos portugueses tenham os mesmos direitos, independentemente da sua área de residência. Por outro lado, a pandemia mostrou igualmente as nossas muitas potencialidades. Neste caso concreto, a nossa demografia e geografia tornou menos penosa a questão do confinamento. E na época estival fomos visitados por muitos portugueses que, de outra forma, provavelmente não nos iriam incluir no seu roteiro de férias. Adicionalmente, acho que a nível pessoal temos todos mais consciência do quanto as nossas ações individuais impactam o coletivo e de como somos responsáveis pela nossa comunidade. www.gazetarural.com

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Campeonato do Mundo marcado para Outubro de 2022

Torre de Moncorvo vai receber Campeonatos de Pesca ao Achigã em Embarcação Torre de Moncorvo vai receber dois eventos de grande relevância na área da pesca de rio. Já no próximo mês de Setembro será o palco do Campeonato Nacional e Taça de Portugal de Pesca ao Achigã em embarcação. Em Outubro de 2022 receberá o Campeonato do Mundo da mesma modalidade. As iniciativas resultam de três protocolos celebrados entre a Câmara de Torre de Moncorvo e a Federação Portuguesa de Pesca Desportiva, assinados no final do passado mês de Julho. Em entrevista à Gazeta Rural, o presidente da Câmara de Torre de Mon8

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corvo diz que “este tipo de provas é extremamente importante para o concelho”. Nuno Gonçalves sustenta que, a par da pesca, “o turismo cinegético é fundamental” para a atração de visitantes a esta região transmontana. Gazeta Rural (GR): Que importância tem a realização destas iniciativas para o concelho? Nuno Gonçalves (NG): A realização deste tipo de provas é extremamente importante para o concelho. Além de Torre de Moncorvo ser conhecido com um local de excelência para a pesca do achigã, a realização do Campeonato Mundial e Nacional é muito relevante para a economia local. Estas provas vão trazer praticantes

da modalidade de todo o mundo, que ficarão em Torre de Moncorvo durante vários dias, onde vão dormir e vão fazer as suas refeições, trazendo um retorno económico bastante positivo para os alojamentos, restauração e comércio local. GR: A realização deste tipo de eventos é uma forma de atração de gente ao território, mas também de promover esta atividade num concelho com dois rios tão importantes? NG: Sem dúvida que esta é uma forma de atrair gente ao nosso concelho, sendo que na realização do campeonato mundial virão pessoas de vários países. Depois, é importante porque Torre de Moncorvo está situado na


confluência dos Rios Douro e Sabor e são sempre dois atrativos fortes para visitar a região. Com a construção da Barragem do Baixo Sabor e a criação dos Lagos do Sabor, foram criadas melhores condições para que Torre de Moncorvo se afirme com um território de excelência para a pesca do achigã.

“O turismo cinegético é fundamental para o concelho” GR: O que representa o turismo associado a caça e a pesca para o concelho e para a região? NG: O turismo cinegético é fundamental para o concelho. Torre de Moncorvo sempre apostou em atividades relacionadas com a caça, quer através do apoio prestado ao Clube de Caça e Pesca de Moncorvo, quer no apoio

à realização de vários eventos. Agora, com estas provas vamos dar um grande passo para que Torre de Moncorvo seja também um destino de eleição para a realização de provas de pesca. GR: Como tem sido este Verão no concelho? Tem havido mais gente em busca da tranquilidade que Moncorvo oferece? NG: Ao nível de visitantes temos notado uma maior afluência não só neste Verão, mas também no ano anterior, pois os visitantes procuram locais mais calmos em detrimento de um turismo de massas. De forma a incentivar os turistas a visitar Torre de Moncorvo, a autarquia implementou uma campanha de promoção do território “Sonhe. Explore, Descubra Torre de Moncorvo” que, através da divulgação pelos meios di-

gitais de vários vídeos, convida as pessoas a conhecer um território de vários encantos e onde se podem viver experiências inesquecíveis. GR: Que argumentos apresentaria a um indeciso para o convencer a visitar o concelho? NG: Não é difícil convencer as pessoas a visitar o concelho, uma vez que Torre de Moncorvo dispõe de um vasto património histórico, de um património natural inigualável e constituído por paisagens de cortar a respiração, além de uma gastronomia riquíssima, como são exemplo as tradicionais Migas e Peixes do Rio, o Borrego Terrincho e própria doçaria que tem como expoente máximo a amêndoa Coberta de Moncorvo, que é um produto IGP e uma das Sete Maravilhas Doces de Portugal.

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De 16 a 19 de Setembro, em Braga

Altice Forum recebe a edição 2021 da AGRO - Feira Internacional de Agricultura O Altice Forum, em Braga, vai receber a edição 2021 da AGRO - Feira Internacional de Agricultura, Pecuária e Alimentação, que habitualmente se realiza no mês de Abril. O evento vai acontecer de 16 e 19 de Setembro, com algumas limitações devido à pandemia, desde logo com a não realização do concurso pecuário da raça Holstein Frísia, um dos maiores destaques nas últimas edições do certame.

Carlos Silva, administrador da InvestBraga - Agência para a Dinamização Económica, entidade organizadora da Agro, em declarações reproduzidas pelo Correio do Minho, diz que, com excepção do concurso da raça Holstein Frísia, os restantes concursos pecuários mantêm-se no programa elaborado. “Será uma feira diferente, em época de colheitas e não em época de sementeiras”, sublinhou o administrador da InvestBraga, adiantando que a Agro 2022 se vai realizar na Primavera do próximo ano, caso a situação epidemiológica o permita. Carlos Silva reconhece que a pre-

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paração da Agro 2021 “não tem sido fácil”, dada a incerteza que os operadores do sector ainda revelam quanto à participação em Feiras, mas admite que “seria muito mau ter dois anos seguidos sem a Agro”. Na última edição a AGRO atingiu a maior afluência de sempre, contanto com mais de 40.000 visitas. Porém, a edição de 2021 terá algumas limitações de espaço, por via da presença do Centro de Vacinação nas instalações do Altice Forum, mas também com a diminuição de expositores no sector da maquinaria agrícola, dado que muitas empresas do sector estão com problemas ao nível do fornecimento de componentes, que as impede de realizar stock suficiente para exposição. O espaço habitual do certame é de mais de 25.000 m² de exposição, contando com cerca de 450 máquinas agrícolas, 50 marcas e fabricantes e 200 expositores, o que este ano não deverá acontecer. Ainda assim, a AGRO vai apresentar um diversificado programa de conferências e seminários e, também, um espaço dedicado a demonstrações, apresentações e degustações. As várias ati-

vidades paralelas serão promovidas por parceiros da organização e serão, certamente, um dos pontos fortes da Feira. A área de restauração da Agro, associada a carnes de denominação de origem protegida, deverá manter-se na edição deste ano. Este certame junta os principais agentes do setor, como agricultores, criadores de gado (raças autóctones, raça holstein frísia e outras do setor agropecuário), produtores, importadores, armazenistas e revendedores dos setores agroalimentar e pecuário, especialistas nacionais e estrangeiros dos vários setores e público em geral. A Agro é uma das mais importantes feiras de agricultura do Noroeste Peninsular, sendo a mais importante feira de agricultura, pecuária e alimentação do Norte de Portugal. É a única feira portuguesa a integrar a Eurasco – European Federation of Agricultural Exhibitions and Show Organizers, além de fazer parte das feiras acreditadas pela UFI – The Global Association of the Exhibition Industry, sendo todos os seus dados estatísticos (entradas, metros alugados, número de expositores) devidamente atestados.


Entre 19 e 31 de Agosto

Feira do Douro Verde promove espírito empresarial no território duriense Entre 19 e 31 de Agosto, a Dolmen - Desenvolvimento Local e Regional realiza em formato digital, uma feira com o objetivo de valorizar e reconhecer o trabalho desenvolvido pelos empreendedores do território Douro Verde, mostrando que o todo é maior que a soma das partes.

Situado entre o Douro Metropolitano e o Douro Vinhateiro, o Douro Verde encerra uma inegável riqueza paisagística, histórica e cultural, a que se agregam produtos locais com reconhecido valor e crescente notorie-

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dade. “Na Feira do Douro Verde, o visitante conjugará argumentos e iniciativas que pretendem reforçar o (re)conhecimento deste território, convidando os internautas a descobrir a natureza, a cultura, a sonoridade, o artesanato, a gastronomia e vinhos, nas suas mais diversas formas, através de uma visita virtual que propiciaremos através da feiradodouroverde.locale.pt”, refere a organização, acrescentando que “múltiplas serão também as sensações provocadas pelos nossos produtos e cabazes encomendados também a partir daqui, e que chegarão à casa de cada um, num convite

explícito à visita e fruição deste território. Desde o rio Douro, percorrendo os seus afluentes até às serras da Aboboreira, Marão e Montemuro temos muito para oferecer e gentes acolhedoras que darão a conhecer o melhor de nós”. Esta feira vai, durante 13 dias, promover a região, num desafio ao conhecimento de lugares, tradições, saberes, sabores, gentes únicas e ímpares. A Feira do Douro Verde insere-se no projeto Economia Ativa no Douro Verde, apoiado pelo Norte 2020, e que tem como objetivo a promoção do espírito empresarial em territórios de Baixa Densidade.

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De 30 de Agosto a 4 de Setembro

“Voar na Beira Baixa” em balões de ar quente tem novo formato O evento de balões de ar quente “Voar na Beira Baixa”, vai ter um novo formato, devido às limitações na deslocação dos participantes oriundos de outros países. Em comunicado, a Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB), entidade organizadora, refere que a iniciativa “assumirá um novo formato atendendo às limitações na deslocação de diversos participantes oriundos de vários países do mundo”.

“Assim, como previsto, ao longo de seis dias - de 30 de Agosto a 4 de Setembro - o balão de ar quente da Beira Baixa realizará, em modo de “balão cativo”, um périplo pelos seis concelhos da região, possibilitando diariamente, entre as 21 e as 24 horas, batismos de balão de ar quente gratuitos em cada município”, lê-se na nota. Inicialmente, estavam previstos voos livres de balões de ar quente pelos céus da Beira Baixa neste período de 30 de Agosto a 04 de Setembro, com a participação de cerca de duas de-

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zenas de pilotos de vários países do mundo. Contudo, este espetáculo de voos livres foi adiado, devido às limitações na deslocação dos pilotos, e vai decorrer durante o mês de Novembro. “Esta alteração do formato, perante os constrangimentos internacionais causados pela pandemia, assume uma atitude responsável e preventiva”, sustenta a CIMBB. O evento de balões de ar quente “Voar na Beira Baixa” tem como objetivo promover e dar a conhecer o território da CIMBB. Todos os detalhes da programação da iniciativa e os locais específicos onde irão decorrer as atividades podem ser conhecidos em http://www.voarnabeirabaixa.com e nos canais sociais Facebook e Instagram. A CIMBB mantém abertas as inscrições para os voos comerciais de balão de ar quente em grupo, que podem realizar-se durante todos os dias do evento em Agosto, Setembro e Novembro. Contudo, a organização refere que “todas as atividades aéreas - voos de balão de ar quente e balões de ar quente estáticos - só se realizam se todas as condições meteorológicas e de segurança estiverem garantidas,

cabendo à direção técnica do evento a decisão de realizar as atividades ou proceder ao seu cancelamento”. O “Voar na Beira Baixa”, realiza-se em pleno coração da Península Ibérica e contará com a participação de entre 15 a 20 equipas de pilotos oriundas de vários países do mundo. A iniciativa assinala o lançamento na região de um novo produto turístico “voos de balão de ar quente com passageiros” comercializados pela Windpassenger. A CIMBB entende que os voos turísticos em balão de ar são um contributo para o desenvolvimento turístico do território. A região da Beira Baixa procura assim diferenciar-se face a outros territórios ibéricos, em busca de um desenvolvimento económico mais sustentável e duradouro. Este evento é uma iniciativa realizada no âmbito do projeto “Beira Baixa: 3 Dias, 3 Experiências” e conta com o apoio do Turismo Centro de Portugal, Centro2020, Portugal2020 e União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. A CIMBB integra os municípios de Castelo Branco, de Idanha-a-Nova, de Oleiros, de Penamacor, de Proença-a-Nova e de Vila Velha de Ródão.


Preparado para novos voos?

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Nos dias 20 e 21 de Agosto, em Sátão

Festas de São Bernardo realizam-se num formato “totalmente diferente” As tradicionais Festas de São Bernardo, em Satão, vão realizar-se num formato “totalmente diferente”, devido à situação de pandémica que atravessamos. O Município de Sátão vai assinalar o dia de São Bernardo, a 20 de Agosto, Feriado Municipal, com algumas atividades, prolongando-se também para o dia 21. No dia 20 de Agosto, a programação inicia-se, pela manhã, com a Feira Anual, às 10 horas a Feira do Gado e às 11 a Eucaristia, com a presença da Liga dos Combatentes. Às 15 horas, no Salão Nobre da Câmara Municipal, decorrerá a entrega do Prémio Literário “Cónego Albano Martins de Sousa”. À noite, pelas 22 horas, em frente à Câmara Municipal irá decorrer o concerto “Sons e Memórias”, da Escola de Música Nota LA. No dia 21 de Agosto, sábado, às 19 horas, entra em cena em frente à Biblioteca Municipal, a peça de teatro “Andam Faunos pelos Bosques” com produção AFTA – Projeto Grupo OFF. Estes dois últimos espetá14

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culos inserem-se na candidatura Culturas do Dão.

No âmbito das orientações da Direção Geral de Saúde, a Câmara de Satão informa que os bilhetes são gratuitos, para acesso ao concerto do dia 20 e para o teatro do dia 21, mas devem ser adquiridos previamente na Casa da Cultura de Sátão, no horário normal de funcionamento. A autarquia apela aos visitantes que respeitem as indicações de higienização, distanciamento social e obrigatoriedade de uso de máscara de modo a que o evento decorra com a máxima segurança.

Festa de S. Bernardo num formato “muito levezinho” Em entrevista à Gazeta Rural, o presidente da Câmara de Sátão diz que as festas se vão realizar num formato diferente, “muito levezinho”, porque o momento que atravessamos é de cuidados. Paulo Santos acredita que as festas regressarão ao modelo tradicional em 2022. Gazeta Rural (GR): As Festa de S. Bernardo deste ano são realizadas num formato diferente? Paulo Santos (PS): Vão decorrer em dois dias, mas num formato totalmente diferente de anos anteriores, muito

levezinho, que, entendemos nós, não irá contribuir para que a pandemia nos afecte. As festas irão resumir-se as algumas atividades. No dia 10, dia de S.qa Bernardo, haverá a feira anual e a tradicional feira do gado, onde serão cumpridas todas as regras impostas pela Direção Geral de Saúde. Em relação à feira do gado, sabemos que já são poucos os criadores de gado no nosso concelho e não queríamos deixar de lhes proporcionar a sua vinda à Vila, com o seu gado, até porque o Município dá-lhes um prémio, consoante a raça. Não é uma despesa grande para a Câmara, mas é um incentivo para que esses criadores continuem a ter o seu gado. Contudo, e porque sabemos que este ano muito emigrantes vieram à sua terra, depois de não terem vindo o ano passado por razões que todos conhecemos, e porque sabemos que lhe faz bem estarem junto das suas gentes, entendemos que merecem que façamos algo por eles, dentro das possibilidades, no dia do feriado municipal. GR: As Festas de São Bernardo são um cartaz turístico do concelho por esta altura do ano. Sente que as pessoas querem algo que as anime,


num período em que ainda há que ter todos os cuidados? PS: Sim, sentimos isso. Estas festas são icónicas e têm uma importância tal, que nós verificamos que uma grande parte dos nossos emigrantes regressa aos países onde trabalha após a sua realização. Eles têm necessidade de se juntar e de rever as suas famílias e amigos. Foi isso que fez com as Festas de S. Bernardo fossem um grande cartaz na região, que mexem com a nossa economia. Infelizmente este ano ainda não é possível. Acredito que no próximo ano isso possa acontecer.

GR: Vivemos um período delicado. A Câmara, no sentido de precaver eventuais focos, tem vindo a realizar diversas acções de testagem no concelho. Sente que as pessoas estão conscientes e que estão a ter os cuidados necessários? PS: Já fizemos uma segunda ronda de testes à população do concelho e vamos fazer uma terceira, que já está programada. Pelo contacto, quase diário, com a autoridade de saúde, sabemos que não tem havido aumento de casos de Covid 19 no concelho. O único foco que houve foi de um emigrante e cingiu-se à família do mesmo. Este é um fenómeno especifico e o aumento de casos não tem a ver com a vinda dos nossos semigrandes. De resto, sentimos que quem vem tem a consciência dos cuidados que deve ter.

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Foram engarrafadas apenas 260 garrafas

“Calcatorium” é um vinho único no mundo “Calcatorium” é primeiro vinho de lagar rupestre certificado e rotulado em Portugal e que recupera um método ancestral de vinificação. As uvas são provenientes de uma vinha velha, foram colocadas em lagar escavado na rocha e pisadas a pé. O vinho foi apresentado em Santa Valha, no concelho de Valpaços. Foram produzidas 260 garrafas de tinto e outras tantas de rosé. Em Valpaços, o concelho com mais lagares rupestres identificados em Portugal, foi produzido um vinho numa destas estruturas escavadas na rocha, com a pisa a pé das uvas e que recupera um método ancestral de vinificação. São cerca de 120 os lagares escavados na rocha que são conhecidos no concelho de Valpaços, alguns remontando ao período romano. O “Calcatorium” é primeiro vinho de lagar rupestre certificado e rotulado em Portugal e foi apresentado em Santa Valha, localidade onde foi produzido na vindima de 2018. “O nosso objetivo é colocar Valpaços no mapa da enologia, da cultura e do turismo”, afirmou Augusto Lage, da Associação de Vitivinicultores Transmontanos (AVITRA). Com esta produção, pretende-se recuperar um processo “único e ancestral” de vinificação que, desde 2020, foi oficialmente reconhecida como método tradicional trasmontano. Estes vinhos assumem a designação de “vinho de lagar rupestre”, cabendo à Comissão Vitivinícola Regional de Trás-os-Montes (CVRTM) as funções de controlo da produção e do comércio, de promoção, defesa e certificação dos vinhos da região. O vinho foi vinificado num lagar escavado na rocha da aldeia de Santa Valha. As uvas foram colhidas numa vinha muito velha, com castas autóctones, brancas e tintas, a lagarada ocorreu no lagar rupestre e, depois, o estágio dos vinhos foi feito em pipas “muito usadas” de carvalho de madeira, na adega do produtor local Nuno Miguel Neves. Foram engarrafadas 260 garrafas de “Calcatorium” tinto e outras tantas de rosé. Todas elas estão numeradas e a primeira vai ser oferecida ao Presidente da República. O calcatorium é o local onde são colocadas e pisadas as uvas. “Hoje fizemos história, quer para a região quer especificamente para os vinhos de Trás-os-Montes”, afirmou Ana Alves, enóloga da CVRTM. Com este vinho, acrescentou, pretende-se “promover os lagares, a história e a ancestralidade da região transmonta16

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na”. “Esperamos, agora, que os produtores agarrem nesta possibilidade e que façam muitos mais vinhos de lagar rupestre na região de Trás-os-Montes”, afirmou, acrescentando que vários viticultores já se mostraram interessados em avançar com a produção deste tipo de vinho. O propósito foi, segundo Ana Alves, fazer o lançamento do vinho, motivar os viticultores para aproveitaram a “ancestralidade e identidade da região” e fazerem um produto “de referência” para Trás-os-Montes. Quanto ao lagar, o arqueólogo Pedro Pereira, explicou que o que foi usado para a produção do vinho é, a nível técnico, “um mais interessante, porque ainda tem as zonas de estabelecimento de uma prensa mecânica lateralmente e uma série de veios escavados na rocha com outros intuitos para além da produção, como o escoamento de água”. O responsável explicou, no local, que as datações destes lagares “são relativas” e de acordo com os materiais que são encontrados em torno dos lagares. Neste caso há material romano próximo, há um castro romanizado aqui próximo também, há uma larga ocupação deste espaço pelo menos até à alta Idade Média. Aqui podemos dizer que será certamente medieval e com algum grau de certeza podemos dizer que poderá ter sido romano, de instalação inicial”, salientou. Em Valpaços há muitos lagares identificados, de sete tipologias diferentes, mas, segundo o arqueólogo “há muitos concelhos em que nem sequer estão inventariados”. Em 2018, foi criada a Associação Portuguesa de Lagares Rupestres (LAROUP) para incentivar “tanto o estudo como a proteção” deste património, estando previsto o arranque de uma inventariação nacional para breve. Augusto Lage defendeu ser necessário classificar os lagares rupestres, primeiro a nível municipal e, depois, nacional, de forma a proteger e preservar este património. O objetivo último, frisou, é a sua classificação como Património Mundial da Humanidade, uma candidatura que está a ser trabalhada em conjunto com a Galiza (Espanha). Valpaços tem identificados mais duma centena de lagares No concelho de Valpaços estão identificados mais duma centena de lagares de vinho cavados em maciços graníticos, fora dos povoados, na proximidade onde existiriam as vinhas. Sabe-se muito pouco sobre estes lagares rupestres que existem por toda a Bacia do Mediterrâneo cuja concentração é particularmente elevada no nosso território. Este grande número de lagares rupestres leva-nos a concluir que a cultura da vinha e a produção de vinho neste concelho remonta a um passado distante sugerindo que a sua qualidade seria muito apreciada e, naturalmente, exportado atendendo à proximidade com a via XVII.

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ORGANIZAÇÃO

Angra do Heroísmo 19, 20 e 21 novembro Pavilhão Multiusos do Parque Multissetorial da Ilha Terceira

Festival de Vinho e Feira de Atividades Económicas mais informações: terceira.wineinazores.com ou ligue 917 260 702

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Alunos formados pelo Turismo de Portugal passarão a ser reconhecidos em 70 países

Escanções e Turismo de Portugal criam parceria na certificação de formação profissional

Os diplomas do curso de Escanções, realizados pelo Turismo de Portugal, passarão a ter o logótipo da Associação dos Escanções de Portugal, entidade fundadora e membro da Association de la Sommellerie Internationale (ASI). Desta forma, todos os alunos formados pelo Turismo de Portugal neste curso em particular, de Escanção, passarão a ser reconhecidos nos 70 países membros desta entidade internacional.

Esta é uma parceria que tem como principal objetivo o incentivo à formação e a especialização por parte dos profissionais portugueses de forma a que apostem na sua progressão, académica e profissional, e que este investimento seja totalmente reconhecido

ao nível nacional e internacional. Também, deste modo, a Associação dos Escanções de Portugal estará mais presente e será reconhecida na vida dos jovens profissionais que, após a formação, necessitam de um acompanhamento profissional que os encaminhe e ajude na sua vida profissional. Por sua vez, a Formação Profissional da Associação dos Escanções de Portugal será, muito em breve, reconhecida em conjunto com o Turismo de Portugal. Este curso foi criado, em 2019, com o objetivo de proporcionar aos profissionais e futuros profissionais um aliado formativo completo e minucioso nos seus percursos académicos e profissionais. Composto por três níveis, a frequência na sua totalidade garante o diploma de Profissional do Vinho certificado, certificação futuramente assegurada por estas duas entidades. Todas as aulas são orientadas e ministradas por escanções, enólogos, grandes chefs da gastronomia internacional e formadores que fazem parte da equipa da AEP. Desde o início do curso até agora, nomes como Vasco d’Avillez, José Gaspar e Eduardo Cardeal já se juntaram à equipa de professores, transmitindo conhecimentos e experiências de forma única e enriquecendo ainda mais os conteúdos do programa de estudo. A aposta na Educação Vínica e o apoio na formação e especialização dos profissionais do sector têm sido uma prioridade para a Associação dos

Escanções de Portugal. E esta colaboração será mais um reforço da importância da união e cooperação das instituições em prol do desenvolvimento da Educação, e, em particular, da área do Turismo, do Património e da Cultura do país, onde se integra a atividade profissional do Escanção. O Turismo de Portugal, enquanto entidade reguladora e agente técnico na qualificação dos profissionais do turismo para a excelência do serviço e da gestão, tem por missão o desenvolvimento da formação de recursos humanos para o sector do turismo e a respetiva investigação técnico-pedagógica, bem como a coordenação, execução e reconhecimento dos cursos e ações de formação profissional para essa área, além de certificar a aptidão profissional para o exercício das profissões turísticas. Gerindo uma rede nacional de 12 escolas, o Turismo de Portugal oferece vários cursos na área dos vinhos, tais como Enoturismo, Especializações em Vinhos e também os cursos de Escanção (capacitação para a profissão) e o novo Curso Avançado de Escanções (para os profissionais Escanções), assim como Serviço de Vinhos, Enogastronomia e Gestão de Garrafeira, entre outros, que poderão ser realizados modularmente e, portanto, de forma flexível e ajustada às necessidades, e, assim, de forma complementar com o Curso Profissional realizado na Associação dos Escanções de Portugal. www.gazetarural.com

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Revelou o ministro do Ambiente e Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes

Há 45 milhões de euros para restauro de ecossistemas florestais e modernização dos viveiros públicos O programa governamental Resiliência dos Territórios Face ao Risco (REACT-EU) disponibiliza 45 milhões de euros para ações de recuperação, beneficiação e rearborização de áreas florestais, mas também para a modernização dos viveiros públicos. “São de facto 45 milhões de euros destinados ao restauro dos ecossistemas”, disse o ministro do Ambiente e Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes. A verba será utilizada para intervir nos perímetros florestais, onde o ministro destacou o “papel da maior relevância” das associações de produtores florestais, “mormente dos baldios”. Outro objetivo, acrescentou João Pedro Matos Fernandes, passa pelo combate à desertificação. “O deserto não se combate regando, não vale a 22

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pena ir com mangueiras. Combate-se garantindo que o solo é mais rico, tem mais matéria orgânica e a forma mais perene de garantir que essa matéria orgânica está no solo é plantando árvores”, argumentou. O ministro do Ambiente avisou ainda que, para cumprir o objetivo do Governo de que Portugal tenha uma floresta “essencialmente baseada em árvores autóctones”, não existem plantas e sementes em quantidade suficiente para poder plantar todas as árvores novas que se quer. “E, por isso mesmo, este grande investimento nos viveiros, esta descoberta de um Portugal onde não existem ainda viveiros de plantas dunares e a criação de um deles”, frisou Matos Fernandes, aludindo, também, ao investimento nos parques florestais, “alguns deles abandonados e que, estando na periferia próxima dos centros urbanos, são grandes espaços de edu-

cação ambiental e de educação para a floresta”. Segundo o ministro, o investimento inclui ainda os cinco milhões de euros “que já estavam comprometidos” para as Terras de Miranda, após a venda das barragens, e onde, destacou, “há projetos magníficos” em Miranda do Douro ou Torre de Moncorvo, entre outros. O ministro alertou também que os 45 milhões de euros de financiamento terão de estar gastos “até ao final de 2023”, sendo que os avisos de concurso, “também para as entidades privadas”, serão feitos ainda em Agosto e Setembro. O programa, que tem financiamento europeu, foi apresentado pelo secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, João Paulo Catarino, numa sessão na Mata Nacional do Bussaco, presidida pelo ministro


Matos Fernandes. A maior ‘fatia’ - 25 milhões de euros - fica reservada para a recuperação e manutenção dos territórios submetidos ao Regime Florestal (Matas Nacionais e Perímetros Florestais), dos quais poderão ser beneficiários o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) e entidades gestoras dos baldios. Dez milhões de euros são destinados à “[re]arborização de áreas ambientalmente sensíveis e suscetíveis à desertificação e de ações que promovam o aumento da fixação de carbono e de nutrientes no solo”, lê-se no documento. Este eixo de intervenção, segundo o governante, inclui “três grandes áreas de intervenção”: a proteção do solo contra a erosão e aumento do conteúdo em matéria orgânico, adensamentos e reflorestação de espécies nativas e ensaios com espécies não nativas. O aviso de candidaturas está agendado para Setembro e os destinatários são, entre outros, os proprietários de terrenos, organizações de produtores florestais, entidades gestoras de baldios ou Organizações Não Governamentais do Ambiente. O programa disponibiliza ainda dois milhões de euros para mais do que duplicar a capacidade de produção de plantas nos viveiros públicos (prevendo uma produção média anual de 2,25 milhões), mas também investir no Centro Nacional de Sementes florestais. Outra das medidas do programa Resiliência dos Territórios Face ao Risco disponibiliza 1,5 milhões de euros para a beneficiação de parque florestais em perímetros urbanos, nomeadamente sete situados na região Norte do país (Amarante, Bragança, Lamego, Macedo de Cavaleiros, Mondim de Basto, Viana do Castelo e Vieira do Minho) e a Quinta do Soqueiro em Viseu. www.gazetarural.com

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Processo encontra-se em consulta pública

Governo dos Açores quer certificação comunitária para o alho da Graciosa O Governo dos Açores quer a certificação comunitária para o alho da Graciosa. O secretário regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural dos Açores, António Ventura, justifica o pedido, tendo em conta que é “um produto que merece uma qualificação comunitária”, numa fase em que a certificação se encontra em consulta pública.

O governante considerou que as qualificações comunitárias são um contributo “muito relevante para a sustentabilidade da economia, através da criação e manutenção de emprego, da valorização dos produtos, da fixação das populações em meio rural, e da proteção do ambiente”, além de contribuírem para a “atratividade turística”. António Ventura, que falava sobre a publicação em Jornal Oficial da União

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Europeia da fase de consulta ao pedido de denominação “Alho da Graciosa”, disse ainda que estas qualificações são “as únicas que têm resistido às crises”, já que geram confiança no produto e, assim, “o rendimento dos produtores é menos afetado relativamente às outras produções agroalimentares”. O titular da pasta da agricultura destacou a importância destas certificações em regiões como os Açores, onde o setor tem uma “expressão económica, social e territorial de grande relevância para a coesão regional, que marca a identidade e genuinidade de cada uma das ilhas e das suas populações”. Este executivo pretende “certificar juridicamente o maior número possível de alimentos produzidos nos Açores”, já que “é um ganho socioeconómico e uma vantagem comparativa de mercado”, acrescentou o governante. A região já tem o ananás dos Aço-

res, o mel dos Açores o queijo de São Jorge, o queijo do Pico e o maracujá de São Miguem com Denominação Origem Protegida (DOP). Decorre também o processo de aprovação da carne do Ramo Grande e da manteiga dos Açores. Com o selo de Indicação Geográfica Protegida (IGP) há já a carne dos Açores e a meloa de Santa Maria. O alho da Graciosa espera juntar-se a esta lista, depois de terminada a consulta. O alho da Graciosa, da espécie ‘Allium sativum L’, tem “um aroma de intensidade média/baixa, mesmo sem serem esmagados” e um “sabor de intensidade alta, muito agradável e com pouca persistência”, destaca a nota. Tem “valores elevados de zinco (superiores a sete miligramas por quilo), ferro (superiores a oito miligramas por quilo) e alicina (superiores a 3.500 miligramas por quilo)”, que lhe dá “características conservantes dos alimentos”.


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Envolvidos o Politécnico de Viana do Castelo e a Universidade do Porto

Projeto quer combater a praga de mirtilos através de uma solução biológica O projeto STOP Suzukii, da Escola Superior Agrária (ESA) do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) e da Faculdade de Ciências e do Instituto de Ciência e Inovação em engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI) da Universidade do Porto, pretende combater a praga de mirtilos, a mosca Drosophila suzuki.

Financiado pelo Programa Operacional Fatores de Competitividade Compete, o projeto arrancou em Março, prolonga-se por três anos, e tem como objetivo encontrar uma solução biológica no combate à praga. “O projeto tem uma abrangência 26

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muito grande e o objetivo é que a empresa, que também está envolvida, possa aplicar o resultado do trabalho nas plantações de mirtilo”, explicou Júlio Lopes, professor da ESA-IPVC, acreditando que se possa “encontrar uma solução para um problema emergente”. Com o objetivo de estudar a viabilidade de usar artrópodes parasitoides/ predadores da Drosophila suzukii para os integrar nas medidas de controlo sustentável, baixando assim a densidade da praga e os danos nos pomares de mirtilos, nasce esta parceria com a Universidade do Porto. Desenvolver técnicas que permitam controlar a praga de forma sustentável, através do desenvolvimento de armadilhas específicas e da identificação de artrópo-

des autóctones (a multiplicar no insectário) que possam ser utilizados como elementos de luta biológica, é o que se pretende. Existe uma praga, a mosca Drosophila suzuki, que ataca os mirtilos e é “bastante prejudicial”. Esta praga, segundo o professor da ESA-IPVC, já está identificada a nível internacional, nomeadamente nos EUA. “Em Portugal, a praga também já está sinalizada e a empresa que está envolvida no projeto tem tido prejuízos bastante grandes”, contou Júlio Lopes, que lidera este projeto com o professor Raul Rodrigues. Perante este problema, o objetivo do projeto é perceber qual a melhor forma de prevenir e combater as pragas. Atualmente existe o tratamento


químico através dos inseticidas, mas o que se pretende é evitar esse tipo de tratamento. “Vamos observar se existem outros insetos que funcionem como predadores dessas mesmas moscas. Uma das formas de fazer a luta biológica é tentar encontrar outro organismo que faça o trabalho por nós, evitando o uso de químicos”, referiu Júlio Lopes, adiantando que já existe uma espécie que é comercializada por empresas em Portugal. “Esta espécie já é vendida para fazer largadas e os insetos atacam as moscas e evitam a sua propagação, mas é sempre introduzido material genético externo”, confirmou. Perante esta realidade, com o projeto pretende-se “identificar um predador autóctone, que já exista na natureza em Portugal, e estudar a possibilidade de desenvolver e produzir esse predador em laboratório ou cativeiro para ter uma quantidade maior para usar nesta luta biológica”. O papel da ESA-IPVC neste projeto é utilizar as instalações do Insectário para criar condições para a produção dos predadores e testar em sistema controlado com mirtilos o desempenho desses predadores. “Para isso, não vamos trabalhar com a mosca Drosophila suzuki, devido ao nível de risco de disseminação dessa espécie, mas com a mosca da fruta comum, que os predadores também atacam”, justificou Júlio Lopes, esperando-se depois validar em campo. O projeto ainda está a começar, mas a Universidade do Porto tem vindo a fazer algum trabalho com o predador. “Já foram identificados alguns possíveis predadores através da captura de insetos na zona de produção e a verificação da existência de DNA no estômago desses possíveis predadores para depois identificar as espécies que poderemos vir a trabalhar”, referiu. Em paralelo, o INEGI está a trabalhar no desenvolvimento de sistemas de capturas, nomeadamente armadilhas, que atraem as moscas de forma a reduzir a população. Associado a tudo isto está prevista também a implementação técnicas culturais que minimizem a ação da praga. “A ideia é construir barreiras de contenção, nomeadamente a colação nas periferias dos pomares de algumas sebes que permitem o desenvolvimento de outras espécies que atacam a propagação da mosca ou até a colocação de sistemas de proteção como coberturas”, informou ainda o professor. www.gazetarural.com

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Arranca a 24 de Agosto e decorre até 3 de Setembro

Alunos do ensino profissional e artístico com concurso especial de ingresso no politécnico de Castelo Branco A primeira fase do concurso especial de ingresso no ensino superior para estudantes titulares de cursos de dupla certificação arranca a 24 de Agosto, e decorre até 3 de Setembro, no Instituto Politécnico de Castelo Branco. Destinado a alunos oriundos das vias profissionalizantes do ensino secundário e de cursos artísticos especializados, este regime específico contempla um conjunto de vagas em determinados ciclos de estudo e áreas. Neste âmbito, em 2020/2021 o Ins-

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tituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) disponibiliza 114 vagas adicionais em 24 licenciaturas de todas as suas unidades orgânicas, com exceção da Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias. No ano letivo anterior, na estreia deste mecanismo distinto do concurso nacional de acesso, o IPCB detinha 119 das 2615 vagas fixadas em todo o país, a maioria em institutos politécnicos. Os candidatos com uma classificação mínima de 95 pontos nas provas realizadas no passado mês de Julho através da Rede de Provas Centro, constituída pelos institutos politécnicos da região centro, e que, nos casos aplicáveis,

cumpram os pré-requisitos, poderão assim concorrer às vagas atualmente disponibilizadas pelo Politécnico de Castelo Branco sempre que o curso profissional ou artístico tenha correspondência com o código atribuído à licenciatura no âmbito da Classificação Nacional de Áreas de Educação e Formação. A candidatura é apresentada no sítio da Internet da Direção-Geral do Ensino Superior (http://www.dges.gov.pt), podendo a informação sobre a oferta específica do IPCB ser consultada em https://www.ipcb.pt/sa/ensino-profissional-acesso-licenciaturas.


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Combate o paradigma da monocultura

Católica coordena projeto europeu que incentiva agrobiodiversidade “RADIANT: realizando cadeias de valor dinâmicas com culturas subutilizadas” é o novo projeto europeu coordenado pelo Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF), da Escola Superior de Biotecnologia (ESB) da Universidade Católica Portuguesa no Porto, financiado pelo Horizonte 2020 (H2020), o programa-quadro comunitário europeu para a Investigação e Inovação. O objetivo é desenvolver soluções e ferramentas que irão fomentar a agrobiodiversidade, combatendo o paradigma agrícola de monocultura e de agricultura industrializada.

Marta Vasconcelos, investigadora do Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF/ESB/UCP) e coordenadora do projeto RADIANT, afirma que “no último século, 75% da diversidade genética das culturas foi perdida. Existem cerca de 259.000 espécies de plantas, das quais 50.000 são comestíveis (sendo 150-200 realmente consumidas), e apenas três fornecem 60% das calorias e nutrição da dieta humana (milho, arroz e trigo). Este cenário é o culminar de um processo que começa logo ao nível da produção local de alimentos mais diversificados, pois os obstáculos são muitos”. É com a finalidade de reduzir estes obstáculos e de tornar possível um aumento da diversidade de culturas, re-

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fletida nos alimentos consumidos pelos cidadãos, que o RADIANT se propõe, através de uma abordagem baseada na “Teoria da Mudança”, a criar ferramentas que preservem a agrobiodiversidade, tornando possível a diversificação da disponibilidade de alimentos produzidos localmente. Ao promover culturas subutilizadas, que incluem uma mistura de espécies pouco produzidas, como as leguminosas, ou variedades mais antigas e “esquecidas” de culturas mais comuns, como o trigo, milho, cevada ou tomate, a ambição do RADIANT é reduzir a ‘lacuna de produção’ entre as culturas mais populares e as subutilizadas, e a ‘lacuna nutricional’ - entre os alimentos mais consumidos, e os alimentos mais necessários para uma dieta saudável. A investigadora coordenadora do projeto refere, também, que, a par destes objetivos, se pretende “garantir um desenvolvimento económico e social justo para todos os intervenientes das cadeias de valor.”

Projeto Europeu RADIANT em números O projeto europeu “RADIANT - Realizando Cadeias de Valor Dinâmicas com Culturas Subutilizadas”, coordenado pelo Centro de Biotecnologia e Química Fina da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica no Porto, envolve 29 entidades de 12 países - Portugal, Eslovénia, Reino Unido, Hun-

gria, Espanha, Grécia, Itália, Alemanha, Irlanda, Bulgária, Países Baixos, Chipre – e conta ainda com a Food and Agriculture Organization (FAO) das Nações Unidas como parceira. Com este projeto pretende-se demonstrar transições bem-sucedidas para sistemas inclusivos de agrobiodiversidade; realizar programas de melhoramento para que as culturas subdesenvolvidas sejam mais competitivas; testar as melhores práticas agrícolas que maximizem a sua produção sustentável; ampliar o seu reconhecimento ambiental, social e nutricional, através da caracterização dos seus múltiplos benefícios; oferecer soluções para a sua integração em cadeias de valor rentáveis, com base em inovações políticas, sociais e de governança; capacitar a sociedade para integrar estes alimentos nas suas dietas. Com uma duração de quatro anos e um financiamento acima dos 5.9 milhões de euros através do H2020, o projeto conta com 20 explorações agrícolas piloto, as chamadas “explorações AURORA”, que abrangem as diferentes agroecologias em toda a Europa, e onde boas práticas serão testadas e demonstradas. Marta Vasconcelos explica ainda que “para a concretização do projeto, serão, também, recrutados 45 agricultores participativos para facilitar a integração destas culturas subutilizadas, realizando uma gestão adaptativa da agrobiodiversidade através de ferramentas construídas pelo próprio projeto.”


Arranca já no ano letivo 2021/22

Universidade do Porto e UTAD lançam curso de Engenharia e Biotecnologia Florestal Trata-se de uma “aposta inovadora” que, “combina a engenharia florestal com a biologia e a biotecnologia, apostando na transição verde e digital”, segundo avança a formação interuniversitária. A licenciatura em Engenharia e Biotecnologia Florestal é uma iniciativa conjunta das universidades do Porto e de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) que arranca no ano letivo 2021/22 e quer ajudar a potenciar a floresta. Trata-se, segundo explicaram os promotores, de uma “aposta inovadora” de formação interuniversitária, oferecida em parceria pela UTAD, em Vila Real, e pela Universidade do Porto, que “combina a engenharia florestal com a biologia e a biotecnologia, apostando na transição verde e digital”. Em comunicado, explicaram que a “nova licenciatura valoriza a gestão

sustentável de ecossistemas florestais e agroflorestais, as aplicações biotecnológicas no melhoramento, clonagem e transformação genética de plantas e a inovação ao nível das tecnologias da madeira”. O plano de estudos combina “o conhecimento do setor florestal com novas ferramentas na fronteira do desenvolvimento tecnológico” e visa formar “técnicos qualificados para potenciar a Floresta como fonte de rendimento e de valorização social, no quadro dos desafios do desenvolvimento sustentável”. A organização desta proposta formativa, em conjunto entre duas universidades situadas em duas cidades e em duas realidades territoriais distintas é, para os promotores, “algo singular ao nível do primeiro ciclo em Portugal”. O primeiro ano do curso, que visa uma formação nuclear em ciências naturais e exatas, decorre na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), no Campus Universitário do

Campo Alegre, e o segundo ano (formação específica em ciências florestais e engenharia florestal) decorre na UTAD, em Vila Real. No terceiro ano, para além das disciplinas transversais obrigatórias, os alunos poderão, através da escolha de disciplinas optativas, “aprofundar a componente de biotecnologia florestal, neste caso com maior envolvimento da FCUP”, ou “aprofundar as abordagens mais convencionais da engenharia florestal, neste caso com envolvimento mais forte da UTAD”. Poderão ainda, segundo o comunicado, “combinar disciplinas que lhes permitam uma formação sólida em ambas as áreas”. Os promotores desta licenciatura referem que os “desafios associados à sustentabilidade da floresta motivam uma procura crescente por graduados em engenharia florestal por parte de autarquias e outros organismos da administração pública, centros de investigação e inovação e empresas”. www.gazetarural.com

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C U R TA S Vinhais está presente na Raia Norte Bikes A Raia Norte Bikes é uma solução de mobilidade partilhada baseada em bicicletas elétricas proposta pelo Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Duero-Douro (AECT Duero-Douro), apoiado pelo Turismo de Portugal, no âmbito do Programa Valorizar, em parceria com os municípios do território, aderentes à Rota Raia Norte, entre os quais Vinhais. Este projeto tem como objetivo dinamizar áreas de serviço para autocaravanas e a implementação de plataformas de bicicletas elétricas no território transfronteiriço. Em Vinhais, esta plataforma encontra-se junto ao Posto de Turismo e já está a funcionar. Sendo o turismo um setor fundamental para a dinamização e a economia do concelho de Vinhais, as bicicletas elétricas são mais uma forma de atrair turistas e diversificar as ofertas.

Lagoa Wine Experiences 2021 No âmbito do Lagoa Wine Experiences 2021, vai decorrer no dia 21 de Agosto, entre as 10,30 e as 18 horas, uma visita à Quinta da Palmeirinha (Quinta da Penina), onde foi fundada a Adega Cooperativa de Lagoa e onde se vinificaram os seus primeiros vinhos, propriedade onde se poderá dar a conhecer a mais antiga vinha da casta Negra Mole da região, datada de 1942. Será servido um welcome drink e o almoço no Monte de Salicos - MDS Vinhos, uma propriedade vinícola familiar muito próxima de Carvoeiro e da exposição à brisa marítima, ligação que estará presente no menu e nos vinhos que serão servidos no almoço. Durante a tarde irá efetuar-se uma vista Arvad Wine, o mais recente produtor do Algarve, onde a história da origem fenícia da produção de vinho em Portugal está bem preservada numa propriedade que abriu as portas ao enoturismo há poucos dias. Uma interessante novidade que coincide numa sessão com o período de vindima.

Fins de Semana Gastronómicos do Vinho de Palmela Na preparação para mais uma época de vindimas, em Palmela, os Fins de Semana Gastronómicos, de 27 a 29 de Agosto e de 3 a 5 de Setembro, centram-se nos famosos néctares de Palmela, que vão enriquecer e inspirar as ementas dos 18 estabelecimentos de restauração do concelho participantes na próxima edição. Os Fins de Semana Gastronómicos do Vinho integram o calendário anual do programa “Palmela - Experiências com Sabor!”, promovido pelo Município e pela Associação da Rota de Vinhos da Península de Setúbal. 32

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Desde que a NOAA tem registos da temperatura global

Mês de Julho de 2021 foi o mais quente desde 1880 O mês de Julho de 2021 foi o mais quente no mundo desde que a agência norte-americana NOAA, especialista no estudo do clima, tem registos da temperatura global, que remontam a 1880.

Segundo o relatório de Julho da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês), os sete meses de 2021 foram os sextos mais quentes. Em comunicado, a NOAA assinala que “é muito provável” que 2021 fique entre os 10 anos mais quentes desde que há registos. Em Julho, a temperatura global à superfície (solo e oceanos) esteve 0,93ºC acima da média de 15,8ºC observada no século XX, ultrapassando em 0,01ºC o anterior recorde para o mês, registado em 2016. Os sete meses de Julho mais quentes ocorreram desde 2015. Considerando apenas a temperatura global à superfície do solo, a NOAA realça que o mês passado superou, com um aumento de 1,40ºC, o recorde anterior, de 2020, que tinha registado uma subida de 0,17ºC. Por regiões, a Ásia teve, em 2021, o Julho mais quente, ultrapassando o recorde de 2010. A Europa teve este ano o segundo mês de Julho mais quente, depois de Julho de 2018. De acordo com a NOAA, a ocorrência de ciclones tropicais foi entre Janeiro e Julho “acima do normal”. Quanto à extensão de gelo nos oceanos das regiões polares, a do Ártico foi em 2021 a quarta menor para o mês de Julho, depois de 2012, 2019 e 2020. Na Antártida, esteve acima da média de 1981-2010.


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No Auditório Municipal de Belmonte, a 2 e 3 de Setembro

“Estratégias para inventar o futuro: o Interior em análise no Pós-Pandemia” estarão em debate O Auditório Municipal de Belmonte vai receber, a 2 e 3 de Setembro, o seminário “Estratégias para inventar o futuro: o Interior em análise no Pós-Pandemia”, promovido pela Rede Artéria. Com esta iniciativa pretende-se estabelecer uma relação direta entre o conhecimento académico e as comunidades locais. Neste seminário, o desafio é procurar debater novas possibilidades de se pensar o papel que, num futuro próxi34

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mo, podem vir a ganhar as vantagens menos conhecidas do Interior e, também, neste aparente paradoxo entre cientistas e cidadãos, qual pode ser o papel da cultura no desenho desses diálogos que visam outros paradigmas de desenvolvimento. O confinamento, decorrente da crise pandémica, sublinhou a necessidade de se perceberem as potencialidades ímpares dos territórios remotos e de baixa densidade populacional, como a criação de emprego diferenciado, valorização de recursos materiais e imateriais, harmonia com a natureza, reforço do sentido de comunidade (mais difícil

de conseguir nas regiões demasiado povoadas). Outra concepção que a crise sanitária obrigou a repensar foi sobre o que é, afinal, a inovação – tradicionalmente reduzida apenas à investigação e desenvolvimento (I&D), só possível nos grandes centros urbanos, esquecendo-se que também se pode inovar em territórios periféricos, de outras formas, em diversas escalas, com soluções inesperadas. No primeiro dia do Seminário, a manhã será dedicada ao tema “Desaceleração e cultura dos estilos de vida contemporâneos nos territórios de bai-


xa densidade”, com a participação de André Barata (coordenador do Praxis e professor da Universidade da Beira Interior-UBI), Graça Rojão (diretora da CooLabora, CRL - Intervenção Social), Hans Eickhoff (médico e investigador, Clínica Europa - Joaquim Chaves Saúde e iCBR – Instituto para a Investigação Clínica e Biomédica de Coimbra), Pedro Gadanho (director executivo da Candidatura da Guarda à Capital Europeia da Cultura) e moderação de Urbano Sidoncha (professor do Departamento de Comunicação, Filosofia e Política da UBI). Durante a tarde, Francisco Afonso (presidente da Associação Cultural New Hand Lab ), Luís Garra (dirigente sindical têxtil e da União de Sindicatos de Castelo Branco/ CGTP - IN), Patrícia Santos (enóloga – Sociedade 2.5. Vinhos de Belmonte), Domingos Xavier Viegas (professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra - UC) participam numa mesa redonda sobre Biografias, moderada por Elísio Estanque (professor da Faculdade de Economia da UC e investigador do CES UC). A “Criação e Programação Artística no Território: Impactos Presentes e Desafios Futuros” abre o programa do segundo dia, com intervenções de Isabel Craveiro (atriz, encenadora e diretora artística do Teatrão) e Cláudia Pato de Carvalho (Investigadora no CES UC e membro da Direção do Teatrão), Claudino Ferreira (investigador no CES UC e professor da Faculdade de Economia da UC), Tiago Sami Pereira (músico e professor), Pedro Costa (professor do Departamento de Economia Política do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa e diretor do DINÂMIA’CET-IUL - Centro de Estudos sobre a Mudança Socioeconómica e o Território), com moderação de Nuno Amaral Jerónimo (professor do Departamento de Sociologia da UBI e investigador do LabCom - Comunicação e Artes da UBI). Ainda durante a manhã, segue-se um debate moderado por André Barata sobre “Políticas Culturais Territorializadas para o Interior no Pós-Pandemia”, no qual vão participar José Reis (professor da Faculdade de Economia da UC e investigador do CES UC), Alcides A. Monteiro (professor do Departamento de Sociologia da UBI), Jorge Sobrado (vereador da Câmara Municipal de Viseu, secretário técnico de Estratégia e Relações Institucionais da CCDR-NORTE e professor universitário) e Helena Alves (Vice-Reitora para o Ensino da UBI). O seminário termina com uma discussão sobre “Políticas territoriais: políticas intersetoriais em diálogo” para a qual foram convidados Ana Abrunhosa (ministra da Coesão Territorial), Isabel Damasceno (diretora da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro-CCDRC), Miriam García Cabezas (secretária geral da Cultura da Junta da Estremadura), Suzana Menezes (diretora regional de Cultura do Centro), Paulo Fernandes (presidente da Câmara Municipal do Fundão e presidente do Conselho Regional da CCDRC) e António Rocha (presidente da Câmara Municipal de Belmonte). Este seminário pode ser acompanhado online, é de acesso gratuito, mas implica inscrição prévia. www.gazetarural.com

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A partir de 6 de Setembro, pelas 20,20 horas, durante 20 dias

XX Encontro Nacional de Tocadores de Concertina assinalado de forma simbólica O Centro Cultural da Barrenta, no concelho de Porto de Mós, vai assinalar de forma simbólica o Encontro Nacional de Tocadores de Concertina, que em 2021 assinala a vigésima edição. A situação sanitária originada pela pandemia por Covid-19 é ainda incerta e exige responsabilidade, para que seja resolvida tão breve quanto possível.

Para marcar a efeméride das 20 edições, a proposta visa durante 20 dias assinalar 20 anos de música. Com início a 6 de Setembro, diariamente, pelas 20,20 horas, os internautas e seguidores da página Grupo de Concertinas da Barrenta no Facebook e Youtube, vão ter acesso a novos conteúdos, em direto e em exclusivo, para não só aprofundar o conhecimento da coletividade e do festival, como agregar os grupos e entidades parceiras que anualmente se associam aos eventos e atividades. Estes 20 momentos, tem a duração de cerca de 20 minutos cada, equivalendo a 400 minutos de produção, feita totalmente de forma voluntária. Ao longo destes dias, os internautas poderão ver o que é o Encontro Nacional de Tocadores de Concertina, a retransmissão do Encontro de 2019 (18.º Edição),

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conhecer a Escola de Concertinas da Barrenta, uma visita guiada à aldeia da Barrenta, intervenções dos mais de 50 grupos que anualmente visitam a barrenta, entre outros. Esta programação culmina com um percurso itinerante a 25 de Setembro pelas aldeias do Município de Porto de Mós, como aconteceu em 2020. Assim, esta atividade pretende ainda levar um camião palco durante 10 horas de música, ao longo de 105 km em pleno coração das Serras de Aire e Candeeiros. “Não podemos fazer o encontro no formato que sempre fizemos, mas não quisemos deixar de assinalar este dia, que é esperado por muitos tocadores de concertina que se deslocam até à Barrenta, ano após ano, mas também, para as populações das aldeias do Município de Porto de Mós, que nos apoiam incondicionalmente”, explica Ricardo Pereira, Presidente do Centro Cultural da Barrenta “Só é possível executar esta ideia, com o apoio do Município de Porto de Mós, e com todas as Juntas de Freguesia, para delinear um caminho que chegue ao máximo de pessoas possível, sem que haja necessidade de saírem de suas casas, mas mesmo assim possam desfrutar um pouco da nossa música”, esclarece o responsável. Em

2020, foram milhares as pessoas que de forma responsável quiseram ver passar nas suas casas e aldeias o Grupo de Concertinas da Barrenta, e como tal este ano dada a impossibilidade ainda do encontro presencial, a iniciativa vai voltar a sair à rua. As circunstâncias exigentes que o mundo atravessa, reconduziram a uma readaptação, ainda que temporária, de muitas iniciativas e projetos levados a cabo ao longo de muitos anos. Habitualmente, esta iniciativa realiza-se no último sábado de Setembro, desde 2002, e traz à pequena aldeia da Barrenta, no concelho de Porto de Mós, centenas de tocadores de concertina de todo o país. Em 2020, todos estes grupos foram convidados a participar num encontro online, transmitido nas redes sociais, onde ao longo de cerca de quatro horas, foram mais de 35 mil os internautas que de alguma forma participaram neste encontro. O objetivo não foi só divulgar os grupos que participam e a cultura que engloba a concertina, e que nestes tempos de pandemia não têm tido oportunidade de mostrar o seu empenho e dedicação, mas também dar a conhecer a região e muito dos seus pontos atrativos sobretudo no que toca às Serras de Aire e Candeeiros.

Tlf.: 232 411 299 Tlm.: 918 797 202 Email: novelgrafica1@gmail.com


Acontece no próximo dia 28 de Agosto

Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo celebra raízes judaicas num dia pleno de emoções “Exodus” é o tema do evento do Ciclo “12 em Rede | Aldeias em Festa” 2021 na Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo, que acontece no próximo dia 28 de Agosto. Um dia para recordar a presença de uma comunidade judaica na Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo, com um programa pleno de atividades para toda a família.

Conservam-se, até aos nossos tempos, várias marcas da permanência de uma comunidade judaica na Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo. É o caso, por exemplo, da Casa do Rabino (uma habitação com uma estrela de cinco pontas no peitoril, que seria a residência do representante da comunidade judaica), da Cisterna Medieval (que terá sido uma antiga sinagoga), ou da antiga judiaria. Castelo Rodrigo terá sido um dos refúgios do povo judeu, na Península Ibérica. Também o imaginário popular do povo da aldeia está repleto de mitos sobre esta comunidade, como a famosa Lenda da Marofa, sobre Zacuto e a sua filha Ofa, judeus que terão escolhido aquela Aldeia Histórica como nova morada, ou a história de Epharim Bueno, de nome cristão Martim Álvares, que, por ser judeu, deixou a sua terra

Natal, Castelo Rodrigo, para estudar e tornar-se médico. Para celebrar esse legado, no próximo dia 28 de Agosto, o tema do Ciclo “12 em Rede - Aldeias em Festa” 2021 é o “Exodus”. Lembrando o livro sagrado que conta a saída dos judeus para fora da sua Israel Natal (“Êxodo”), simboliza as partidas e chegadas de que Castelo Rodrigo tem sido palco. O programa promete um fim de semana de diversão para todos os gostos e idades, com jogos para toda a família, vídeo-visita, workshops de cozinha, showcookings, jantar comunitário e um concerto de Manuel de Oliveira com Marco Rodrigues. Este ano, o Ciclo “12 em Rede - Aldeias em Festa” 2021 prevê uma atividade complementar, no domingo, dia 29 de Agosto, com uma caminhada e degustação de petiscos e vinhos da Adega de Figueira de Castelo Rodrigo, no Convento de Santa Maria de Aguiar. Devido à pandemia, a participação nos eventos do Ciclo “12 em Rede | Aldeias em Festa” será limitada e sujeita a inscrição prévia – mas a festa poderá ser sentida e vivida em todo o mundo, via streaming, no Facebook das Aldeias Históricas de Portugal. A inscrição, que é gratuita, pode ser feita para a totalidade do evento ou

apenas para um momento específico, como um concerto ou uma visita guiada - sendo que o limite de participantes dependerá do espaço e da tipologia de cada atividade. Para se inscrever para o programa da festa na Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo é necessário contactar o Posto de Turismo de Castelo Rodrigo, através do contacto 271311277, o e-mail turismocr@cm-fcr. pt ou as Aldeias Históricas de Portugal, junto do número 275 913 395 ou do e-mail inovacao@aldeiashistoricasdeportugal.com. Este evento é promovido pela Associação de Desenvolvimento Turístico Aldeias Históricas de Portugal, numa organização do Município de Figueira de Castelo Rodrigo, Junta de Freguesia de Castelo Rodrigo, Associações e Agentes económicos locais. Uma iniciativa apoiada pelo Centro 2020, Portugal 2020 e Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, através do Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos (PROVERE). O Ciclo “12 em rede – Aldeias em Festa” 2021 só termina em Novembro! Depois de Castelo Rodrigo, a festa segue para Marialva, a 11 de Setembro; Piódão, a 25 de Setembro; Idanha-a-Velha, a 30 de Outubro; e Monsanto, a 6 de Novembro. www.gazetarural.com

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Peculiar e restrito à região de Lafões

Projeto quer passar a tradição do canto polifónico feminino às gerações mais novas Os municípios de Lafões estão a acolher oficinas de canto polifónico feminino, antes de quatro concertos, um em cada um dos concelhos, com o intuito de salvaguardar esta tradição, disse Paulo Pereira, o coordenador do projeto.

“Queremos fazer passar a tradição do canto polifónico das gerações mais velhas para as mais novas, nos quatro municípios envolvidos - Vouzela, São Pedro do Sul, Oliveira de Frades e Sever do Vouga -, que é também a região onde o canto polifónico feminino tem mais expressão e a ideia é ele não desaparecer”, sublinhou Paulo Pereira. O coordenador e diretor artístico do projeto adiantou que a organização recebeu inscrições, para as oficinas, que decorrem na próxima semana, de mulheres de idades “muito distintas, desde os quatro anos até aos mais de 70”. “A média de idades está nos 37 anos, mas, abaixo dos 30, há mais de 20 pessoas, portanto, diria que, para o

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costume destes cânticos, é um grupo bastante jovem”, realçou Paulo Pereira, destacando que “a maioria destas mulheres sabe de música”. As oficinas contam com a dinamização de quatro cantoras profissionais que têm o intuito de, por um lado, facilitar a aprendizagem e, por outro, ensinar técnicas de canto às participantes”, explicou. No fundo, acrescentou, “vão aprender a conhecer a sua voz e a técnica base do cântico tradicional português” e, para isso, contam com a “ajuda das cantoras profissionais” Celina da Piedade, Joana Negrão, Carmina Repas Gonçalves e Teresa Campos. O canto polifónico feminino “é uma prática muito curiosa porque, basicamente, toda e qualquer canção era cantada com a potencialidade de ser polifónica” e a título de exemplo, Paulo Pereira indicou “músicas de igreja, de trabalho, de bailarico ou outras, como a ‘Ponha aqui o seu pezinho’ ou ‘Papagaio loiro’”. “Ou seja, é uma forma de cantar e não uma prática isolada, era a forma de cantar da região. Com es-

tas características de três vozes, que é bastante particular, é restrita a Lafões e, depois, eventualmente há outros sítios na Beira ou de Trás-os-Montes que também tem a prática, mas conta tanta expressão” que “a região de Lafões é a mais importante”, sublinhou. Estas cantadas, acrescentou Paulo Pereira, “mesmo no meio mais folclórico, são vistas como em desuso, antigas, que as senhoras desafinavam, etc., e a ideia é recuperar e até dar-lhes alguma modernidade”. Este ano vamos fazer as cantadas como elas são, sem qualquer alteração, mas, para um segundo ano, há vários compositores convidados para reinventarem as cantadas, ou seja, haverá um ensaio de cantadas modernas, também com base em poetisas portuguesas”, revelou. Para já, estão agendados quatro concertos para 21 e 22 de Agosto em Sever do Vouga e Vouzela, respetivamente, e para o fim de semana de 11 e 12 de Setembro, em Oliveira de Frades e São Pedro do Sul.


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ORGANIZAÇÃO

Ribeira Grande 08, 09 e 10 outubro Parque de Exposições da Ilha de São Miguel

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