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Instabilidade do clima está a afetar a produção de mel na região Centro do país
from Gazeta Rural nº 395
by Gazeta Rural
instabilidade do clima está a afetar a produção de mel no Centro do país
Ao clima irregular, que não atinge por igual todos os municípios da região, juntam-se a proliferação da vespa velutina, predadora de abelhas e outros insetos, os custos de produção e o impacto dos incêndios no coberto vegetal, entre outros fatores.
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Se o Estado não tomar medidas de apoio direto à produção, por colmeia, a apicultura entra em declínio”, alerta a diretora executiva da Lousãmel - Cooperativa Agrícola dos Apicultores da Lousã e Concelhos Limítrofes, Ana Paula Sançana.
Devido aos ataques da também designada vespa asiática, que vieram somar-se à infestação das colmeias pela varroa, um ácaro que dizima as colónias de abelhas, “são agora muitos os encargos”, afirma. O maneio precisa cada vez de mais cuidados, para não perdermos os efetivos”, adianta Ana Paula Sançana, ao enfatizar que a vespa velutina “traz muitos problemas”.
Idêntica opinião tem Tiago Valdeira João, que possui 300 colmeias na Sertã, distrito de Castelo Branco. A apicultura é dos negócios mais instáveis que existem. Muitos fatores podem influenciar a abelha e o próprio clima não é certo”, refere.
Tiago João, de 28 anos, iniciou em 2018 um projeto, financiado pelo Programa de Desenvolvimento Rural (PDR), que deveria terminar em 2023, mas que foi prolongado até 2024, na sequência da pandemia da covid-19.
O apicultor reconhece que “as dificuldades surgem sempre”, mas recusa uma visão pessimista do seu trabalho. Este ano, já tive alguma quantidade de mel”, após três anos a apostar no “desdobramento dos enxames” tendo em vista cumprir a meta das 300 colmeias, que estão distribuídas por nove apiários, entre Sertã e Proença-a-Nova.
Na região demarcada do mel com denominação de origem protegida (DOP) Serra da Lousã, gerida pela Lousãmel, as manchas de urze, cuja flor determina as características deste produto natural, têm diminuído por causa dos fogos e da propagação das espécies invasoras.
A qualidade do mel DOP não está em causa. O problema é a quantidade”, assegura Ana Paula Sançana, segundo a qual “há apicultores desmotivados com o aumento dos encargos fixos e que acabam por sair do processo de certificação”.
O presidente da Lousãmel, António Carvalho, confirma o atual panorama do mel DOP Serra da Lousã. Desde os incêndios de 2017, tem sido uma desgraça, com quantidades muito pequenas para a procura que temos. Este ano foi ainda pior do que 2020”, lamenta.
Para António Carvalho, tal tendência “tem a ver igualmente com as alterações climáticas e com a grande concentração de colmeias” na Serra da Lousã. O dirigente, todavia, deposita “esperança nalguns jovens apicultores que têm aparecido e com mais entusiasmo”.
Não temos tido anos favoráveis. Antes, o clima era muito mais regular”, sublinha, por sua vez, Luís Estêvão, presidente da Pampimel - Cooperativa de Apicultores e Produtores de Medronho de Pampilhosa da Serra. As áreas de urze “têm vindo a diminuir” neste concelho montanhoso do interior, onde predominam os apiários familiares. Os grandes produtores vão adaptar-se. Os pequenos pagam para produzir mel, não fazem contas, enquanto os médios terão muitas dificuldades em sobreviver”, prevê Luís Estêvão.
Em Pinhel, Pedro Fernandes, de 36 anos, prossegue uma atividade familiar que já vinha do avô. “Não adianta nada ser pessimista quanto ao futuro”, defende. A empresa, que também se dedica ao turismo rural, possui mil colmeias nos concelhos de Pinhel e Trancoso, distrito da Guarda, e Penedono, distrito de Viseu.
A velutina interfere “muito pouco” nas quantidades de mel obtidas na zona, diz. Esta atividade não é linear”, aceita, para admitir que, na Beira Alta, o principal inimigo dos apiários “tem sido a instabilidade climática”.
uPl criou nova unidade global de negócio dedicada à proteção natural das plantas
A uPl apresentou, em Sevilha, a sua nova unidade de negócio global dedicada à proteção natural das plantas: nPP - natural Plant Protection. A ambição da empresa é duplicar o volume de negócios e ser líder de mercado em biosoluções a nível mundial até 2025.
NPP - Natural Plant Protection é uma insígnia “chapéu” que passa a englobar todo o portfólio de soluções naturais e tecnologias de base biológica da UPL, bem como a sua rede de centros de investigação e desenvolvimento a nível mundial.
O vasto portfólio de soluções NPP dá resposta aos desafios atuais que os agricultores enfrentam - stress abiótico das culturas, saúde do solo, resíduos e gestão de resistências - para produzir alimentos de forma rentável e sustentável.
“NPP é a resposta da UPL à necessidade de colocar a sustentabilidade no centro do sistema alimentar. Faremos isso usando as nossas soluções com micro-poderes para gerar macro-impacto na agricultura”, afirmou Fabio Toretta, Chief Operating Officer da NPP.
O portfólio NPP integra soluções naturais para controlo de pragas, doenças e infestantes - feromonas, microrganismos, vírus e bactérias benéficos, extratos de plantas e óleos essenciais, bionematodicidas, bioadjuvantes, extratos de algas marinhas – e para estímulo da saúde das plantas e do solo – micorrizas, rizobactérias, bioestimulantes e condicionadores de solo.
No mercado português já estão disponíveis algumas das soluções que integram o portfólio NPP, nomeadamente, os bioestimulantes Goëmar Goactiv, um filtrado de algas Ascophyllum nodosum, que ativa a fisiologia das plantas; ou o biofungicida Vacciplant, à base de Laminarina, uma componente natural extraída da alga marinha Laminaria digitata, eficaz no controlo de míldio, oídio e pedrado.
Outro dos blockbusters do portfólio NPP é o Zeba, um condicionador de solos que aumenta a capacidade de retenção de água, ajudando a reduzir entre 25% a 40% o consumo de água na rega. Zeba estará brevemente à venda em Portugal.
“Estima-se que o mercado global das biosoluções atingirá os 10 mil milhões de dólares em 2025 e nós na UPL acreditamos que podemos liderar esta revolução agrícola com a nova unidade de negócio NPP”, afirmou Fabio Toretta, relevando que a ambição da UPL é duplicar o volume de negócios em biosoluções, atingindo os mil milhões de dólares até 2025.
Um dos pontos fortes da unidade de negócio NPP é a capacidade da UPL em levar a inovação aos quatro cantos do mundo, aprendendo com as necessidades de um mercado de modo a agilizar a transferência de inovação para outros mercados. O portfólio de soluções NPP será enriquecido de forma ágil nos próximos anos, através de parcerias com outras empresas e através de I&D de novos produtos nos centros de investigação e estações experimentais da UPL a nível global.
A nova unidade de negócio NPP está enquadrada na estratégia da UPL de reinventar a sustentabilidade na agricultura, no âmbito da qual apresentou o compromisso ‘Gigaton Challenge’, com o objetivo de reduzir as emissões de CO2 em um gigatonelada até 2040.
O ‘Gigaton Challenge’ criará novos créditos de carbono para incentivar e apoiar os agricultores a adotar práticas sustentáveis e regenerativas que contribuirão para retirar da atmosfera CO2 equivalente à soma das emissões anuais de Itália, França e Reino Unido. Na primeira fase, até 2024, o projeto vai incidir em um milhão de hectares, no Brasil, Argentina, Índia e EUA e alguns países europeus, e à medida que for alargado terá impacto em mais de 100 milhões de hectares em todo o mundo, o equivalente a 100 milhões de campos de futebol.
A UPL lançou este compromisso em parceria com Fundação da FIFA- Federação Internacional de Futebol, no dia 11 de Outubro, em São Paulo, no Brasil. “O ‘Gigaton Challenge’ dá corpo ao nosso propósito OpenAg e a unidade de negócio NPP é vital neste compromisso. Estabelecemos uma parceria com a FIFA porque os futebolistas são heróis para muitos agricultores e têm o poder de os inspirar, demonstrando-lhes que são os únicos capazes de sequestrar carbono da atmosfera através das plantas e têm o poder de ajudar a reequilibrar o Planeta”, explicou Carlos Pellicer, Global Chief Operating Officer da UPL.
A apresentação da NPP e do ‘Gigaton Challenge’ ao mercado europeu decorreu no Centro de Investigação Agrícola da UPL em Bujalmoro, Sevilha, onde são realizados ensaios de campo para validar a eficácia de produtos para proteção das plantas e tratamento de sementes, antes da sua entrada nos mercados europeu e mundial. Este moderno centro de experimentação conta com 22 hectares em campo aberto e 6000 m² em estufa, realizando por ano cerca de 450 ensaios em diversas culturas permanentes e extensivas.
A UPL Ltd. é uma fornecedora global de produtos e soluções agrícolas sustentáveis, com um volume de negócios anual superiores a 5,2 mil milhões de dólares. É uma empresa gerida por objetivos. Através da OpenAg™, a UPL está concentrada em acelerar o progresso do sistema alimentar. “Estamos a construir uma rede que está a reinventar a sustentabilidade, redefinindo a forma como toda uma indústria pensa e trabalha - aberta a novas ideias, inovação e novas respostas, à medida que nos esforçamos por cumprir a nossa missão de tornar cada produto alimentar mais sustentável. Sendo uma das maiores empresas mundiais de soluções agrícolas, o nosso robusto portfólio é constituído por soluções biológicas e convencionais de proteção de culturas, com mais de 14.000 registos de patente. Estamos presentes em mais de 130 países, representados por mais de 10.000 colaboradores em todo o mundo”.
Para mais informações sobre o portfólio da UPL integrado de soluções em toda a cadeia de valor alimentar, incluindo sementes, pós-colheita, bem como serviços materiais e digitais, pode consultar o site upl-ltd.com/pt e siga-nos no Twitter, Instagram e Facebook.