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Penalva
from Gazeta Rural nº 364
by Gazeta Rural
Para além de novas colheitas de monocastas
Maceração Pelicular e Clarete são as ‘novas estrelas’ da Adega de Penalva
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Há alguns anos que a Adega de Penalva tem vindo a lançar uma grandes cidades, como Lisboa e Porto, onde em nova gama de vinhos, nomeadamente monocastas, e que tão bons breve iremos fazer a apresentação destes e de ouresultados têm dado. Os apreciadores do Tinta Pinheira não vão tros”, adiantou o dirigente, salientando que o merter que esperar muito, pois está a chegar ao mercado a colheita cado “está aberto a novas experiências e estes dois de 2018. Depois da de 2015 ter sido premiada com uma Grande vinhos foram bem recebidos pelos consumidores”. Medalha de Ouro num Concurso Nacional, é com grande expeta As geadas de Março afetaram algumas vinhas na tiva que se espera a chegada deste novo vinho. sub-região de Castendo e o presidente da Adega de Penalva estima uma quebra na produção de cerca de
Mas se está à espera de outras novidades, para além dos no30% na próxima vindima. vos Encruzado 2018, Bical 2019 e Touriga Nacional 2017, as novas ‘estrelas, são o branco Maceração Pelicular e o tinto Na sub-região de Castendo Clarete. “haverá uma quebra na produção
“Este Clarete resulta de heranças antigas, que, entretanto, na ordem dos 30%” entraram em desuso em quase todo o país, mas que pretendemos retomar. O professor Virgílio Loureiro, nosso consultor, Em entrevista à Gazeta Rural, José Frias Clemente diz os é o responsável pela produção do Clarete e do Maceração Peúltimos meses têm sido difíceis. Os efeitos na pandemia licular”, refere o presidente da Adega de Penalva. José Frias fizeram-se sentir no setor do vinho, ainda assim as vendas, Clemente diz que, para além dos rótulos tradicionais da Adecom alguma quebra, têm-se mantido estáveis. O problema ga, “este é um outro caminho” e “todos os vinhos têm o seu maior, diz o dirigente associativo, “são as cobranças”, pois mercado”. “Estes são mais virados para as garrafeiras das “as pessoas não têm dinheiro”.
Gazeta Rural (GR): Como têm sido os últinotámos muito essa quebra, exceto para o Brasil, onde houve uma baimos tempos na Adega de Penalva? xa significativa, mas parece-me que a retoma se está a verificar, ainda
José Frias Clemente (JFC): Não têm sido muique de forma cautelosa. to fácais, mas temos conseguido ultrapassar as No mercado nacional as vendas nas grandes superfícies aumentadificuldades. O setor estava no bom caminho, ram um pouco, refletindo o que tem vindo a público, relativamente ao com um consumo bastante razoável, com o conaumento do consumo nos últimos tempos. A quebra nas vendas foi sumidor a ter maior adesão ao consumo de vimais significativa no granel. nho, mas esta pandemia veio trazer grandes problemas, não só a este, mas a todos os setores de GR: Quanto à próxima vindima, está preocupado? atividade. JFC: Não diria preocupado, mas sim cauteloso. Se não fosse a pan
Apesar de todas as dificuldades, temos consedemia teria menos vinho na Adega, mas não estou muito preocuguido manter as vendas num nível aceitável, mas pado com o stock que temos. Há agricultores que devem estar com temos vindo a deparar-nos com alguns problemas bastantes dificuldades, especialmente aqueles que vendiam para nas cobranças. Percebemos que as pessoas não têm a restauração. dinheiro, facto que se acentua mais na restauração, Estamos a cerca de três meses da nova vindima, mas o que já que esteve parada. Reabriu, mas as pessoas ainda se pode dizer é que na sub-região de Castendo estimamos uma têm medo, têm receio de ir aos restaurantes. Aí o conquebra na produção na ordem dos 30%. sumo caiu bastante e a retoma está a ser lenta.
Temos que estar preparados, pois esta crise, que já GR: A que se deve essa quebra? se nota bastante, pode vir a acentuar-se. Se a pandeJFC: Deve-se às geadas de Março, que afetaram bastante almia vier para ficar, como muita gente diz, isso pode ser gumas zonas. Houve vinhas que nada sofreram, e estas estão muito grave. Contudo, sendo otimista, acredito que em muito bonitas, mas outras houve que foram bastante afetadas breve teremos uma vacina e ultrapassaremos esta situae não têm quase nada. ção, para bem de todos nós. Na Adega de Penalva estamos preocupados com os agricultores cujas vinhas foram mais atingidos, mas esta quebra de
GR: Sofreu o mercado nacional, mas também as exprodução não afetará o normal funcionamento da cooperatiportações? va, tendo em conta que neste momento teremos em stock
JFC: Na Adega de Penalva as exportações ainda não têm cerca de cinco milhões de litros de vinho, que, entretanto, o ‘peso’ que desejamos. Porém, posso dizer-lhe que não esperamos escoar na sua quase totalidade.