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Gourmet

O I Concurso Beira Interior Gourmet vai decorrer de 10 de Julho a O projeto da CVRBI insere-se na estratégia de 10 de Agosto em mais de três dezenas de restaurantes da região, promoção do enoturismo da região, sendo que a anunciou esta quarta-feira a Comissão Vitivinícola Regional da Rota dos Vinhos da Beira Interior, criada recenteBeira Interior (CVRBI). mente, faz do evento “uma aposta no desenvolvimento da Beira Interior”, segundo a mesma fonte. O concurso, que é organizado com o objetivo de promover o ‘casamento’ dos vinhos com a gastronomia local, estava preO concurso abrange 20 municípios da Beira Interior (envolve a totalidade do distrito de Castelo visto decorrer de 14 de Março a 16 de Abril, mas foi adiado devido Branco e os concelhos de Almeida, Celorico da Beià pandemia causada pela Covid-19. ra, Figueira de Castelo Rodrigo, Guarda, Manteigas,

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A CVRBI decidiu avançar com a realização da iniciativa “depois Mêda, Pinhel, Sabugal e Trancoso, no distrito da de reunidas as condições de abertura dos restaurantes”. No Beira Guarda). Interior Gourmet participam “mais de três dezenas de restauranO júri presidido por Fernando Melo, crítico de vites” da região, que naquele período “terão os menus disponíveis nhos e de gastronomia, fará as visitas aos restaurantes ao grande público”. entre 10 de Julho e 10 de Agosto. O concurso tem as

“Superada esta difícil fase de confinamento, particularmente categorias de “Cozinha regional/tradicional”, “Cozinha dolorosa para os empresários de restauração da região, ganhou criativa/evolutiva” e “Cozinha Europeia e do mundo”. um duplo sentido o nosso concurso”, refere a entidade organiA CVRBI, com sede no Solar do Vinho, na Guarda, já zadora. promove, em colaboração com o Associação Empresa

A CVRBI, presidida por Rodolfo Queirós, aponta que o concurrial da Região da Guarda (NERGA) e a Associação Emso tem como pressuposto “valorizar e dar a conhecer a qualidapresarial da Beira Baixa (AEBB), um concurso de vinhos de e criatividade dos restaurantes e vinhos da Beira Interior” e da Beira Interior, que em 2019 conheceu a sua décima também “ajudar a reavivar a grande dinâmica gerada com uma segunda edição. retoma económica, turística e anímica, no ‘pós-Covid-19’”. Aquela entidade abrange as zonas vitivinícolas de

Com a iniciativa, a entidade promotora visa “valorizar (sobreCastelo Rodrigo, Pinhel e Cova da Beira, nos distritos de tudo) os vinhos DO (Denominação de Origem) Beira Interior e Guarda e de Castelo Branco, onde possui mais de 60 asIG (Indicação Geográfica) Terras da Beira, e os seus produtosociados, sendo quatro adegas cooperativas. res, promovendo a excelência na restauração da região”.

Mais de três dezenas de restaurantes no Concurso Beira Interior Gourmet

Decorre de 10 de Julho a 10 de Agosto

Em resposta aos desafios da pandemia

Comissão Vitivinícola do Algarve dá um novo impulso aos produtores de vinhos da região

A Comissão Vitivinícola do Algarve (CVA), ultrapassando as inciO Dia Aberto deu assim lugar a um conjunto de tativas canceladas por via da pandemia, está a usar os meios digireportagens, onde cada produtor relata um poutais como forma de promover e dar um novo impulso aos produtoco da sua história e das particularidades das suas res de Vinhos da região. Quintas e dos seus vinhos. Também o site da CVA (www.vinhosdoalgarve.pt)

Assim, todas as quintas feiras, nas redes sociais Facebook e Insfoi reforçado com informação sobre cada um dos tagram, há uma rubrica que dá pelo nome de “5ªs à Quinta”, produtores e formas de adquirir os seus vinhos sem onde cada produtor relata um pouco da sua história e das partisair de casa, bastando para isso visitar as plataformas cularidades das suas quintas e dos seus vinhos. Uma rubrica que digitais de cada um. acontece todas as quintas feiras, nas redes sociais Facebook e InsTambém a APP dos Vinhos do Algarve está a ser tagram. melhorada e será relançada em breve com uma nova

Com os desenvolvimentos da epidemia do COVID-19, e como imagem, disponível também em IOS, com o intuito de medida de precaução e defesa de saúde dos participantes, a Cocolocar os Vinhos do Algarve no mapa, destacando asmissão Vitivinícola do Algarve cancelou o Dia Aberto das Quintas sim a qualidade da região também a este nível. destinado ao canal Horeca, inicialmente marcado para Março, Na APP é possível consultar a localização geográfica e mais tarde adiado para 4 de Maio. Este evento tinha como dos produtores, saber quais os pontos de venda e resprincipal objetivo dar a conhecer os produtores e os vinhos do taurantes onde os vinhos estão disponíveis, bem como Algarve aos decisores de compra da restauração e hotelaria reencontrar notícias e eventos relacionados com a Região gional. Vitivinícola.

“Num momento em que todos os apelos nos levavam ao Está ainda em curso uma Ativação de Marca em parceafastamento, decidimos transformar esse desafio numa oporria com a Nutrifresco, um dos mais reconhecidos distribuitunidade para nos aproximarmos ainda mais dos nossos prodores de Pescado do Algarve, com a oferta de garrafas de dutores”, aponta a presidente da CVA. Sara Silva refere que Vinhos do Algarve na compra de Cabazes de Peixe e Maris“usando os meios digitais como nossos aliados, começámos co da sua recente marca Peixe à Porta (www.peixeaporta. a preparar formas alternativas de fazer chegar a mensagem a pt). A campanha decorre a nível nacional e está em curso esses públicos, mas também aos consumidores finais, peças nos meses de Junho e Julho (limitado ao stock existente), na chave no consumo e aumento da notoriedade dos nossos compra do Cabaz das Rias. vinhos”. www.gazetarural.com 19

Nos dias 19, 20 e 21, no Museu do Douro, no Peso da Régua Douro Primeira Prova adiada para Outubro

A Primeira Prova do Douro, inicialmente marcada para o início de Junho, foi adiada para os dias 19, 20 e 21 de Outubro, no Museu do Douro, no Peso da Régua. Este é um evento de degustação exclusivo para profissionais do vinho, onde estarão representadas as 23 principais vinícolas do Vale do Douro, com os vinhos das suas colheitas mais recentes, como os brancos, rosés e espumantes de 2019, os tintos de 2018 e os Vintage Ports 2018.

Os 167 vinhos podem ser degustados e pontuados na forma de uma ‘degustação silenciosa’. 50 assentos de degustação estarão disponíveis em três dias, em um total de seis slots de degustação. O Douro Primeira Prova apresenta-se como a oportunidade perfeita para quem quiser provar os melhores 160 vinhos do Vale do Douro, de forma concentrada, mas também ter uma ideia dos desenvolvimentos atuais nas propriedades, da qualidade das últimas colheitas e do potencial máximo dos vinhos - não apenas dos tintos, mas também os novos e empolgantes brancos, bem como os Portos. Originalmente agendada para ocorrer no início deste mês de Junho, as datas foram redefinidas para 19 e 21 de Outubro, podendo os interessados em participar fazer a sua reserva. É que o Douro Primeira Prova recebe especialistas em vinho de todo o mundo, que se reúnem no pitoresco vale do Douro. Um silêncio intenso domina a sala, refletindo sua concentração profunda e ininterrupta. Todas as mentes estão focadas na nova safra de vinhos tintos, brancos e do Porto, que serão apresentados antes do lançamento oficial no mercado. A primeira ‘Douro Primeira Prova’ foi realizada em Maio de 2019 e estiveram em prova 167 vinhos, numa oportunidade única que reuniu mais de 90 especialistas de 18 países, incluindo Suécia, Itália, Canadá, Rússia e Japão. Durante três dias, todos os olhos estavam nos vinhos do deslumbrante vale do Douro. O excelente feedback desse evento de estreia mais do que justificou um bis. Este ano reunirá mais uma vez 23 produtores da região, que irão apresentar os seus vinhos. Os profissionais da indústria podem reservar um dos seis horários disponíveis para provar a ‘coleção’ completa num mesmo um local. “Foi-se o aborrecimento do longo e sinuoso caminho de uma propriedade para outra através do escaldante vale do Douro, permitindo que o provador se concentre menos na organização e mais na maravilha sensorial”, refere a organziação.

Certame decorrerá de 20 a 28 de Junho

Câmara de Anadia realiza Feira da Vinha e do Vinho online

O Município de Anadia decidiu realizar a Feira da Vinha e do As sessões de show cooking serão protagonizadas Vinho 2020. A décima sétima edição, que decorrerá de 20 a 28 de por alunos do Curso de Técnico de Cozinha/PastelaJunho, será exclusivamente online. O programa do evento inclui ria da VITI – Escola Profissional de Anadia, que vão concertos, testemunhos de produtores vitivinícolas e sessões de ensinar a confecionar pratos e sobremesas típicos da show cooking. Esta será uma edição especial, disponível através região. A confeção será gravada por alunos do Curso da internet, e focada no concelho de Anadia. de Técnico de Multimédia, da Escola Básica e Secundária de Anadia. Estes alunos vão também responsa

Todos os conteúdos que fazem parte do programa da Feira da bilizar-se pela edição do vídeo. Vinha e do Vinho 2020 serão apresentados aos “visitantes” De 20 a 28 de Junho, os restaurantes do concelho online, via página de Facebook, conta do Youtube e site do Mude Anadia vão ser desafiados a integrar na sua ementa nicípio de Anadia, e também através da página de Facebook da o “Menu Feira da Vinha e do Vinho”, centrado em praFeira da Vinha e do Vinho de Anadia. A inauguração desta edição tos bairradinos. O Município de Anadia pretende, desta está marcada para o dia 20 de Junho, às 14,30 horas. forma, apoiar e promover o setor da restauração, forte

Nos nove dias do evento, haverá várias sessões do “Espaço mente afetado pela pandemia de Covid-19. Produtor”, que darão a conhecer alguns produtores vitivinícoTeresa Cardoso, presidente da Câmara de Anadia, diz las do concelho, que se quiseram associar a esta iniciativa. Esque a realização desta edição especial do “evento cultutas sessões, que vão também servir para promover produtos ral de maior dimensão do concelho” tem dois objetivos vitivinícolas, começam com uma entrevista pré-gravada e terfundamentais, “o de animar os munícipes, cumprindo minam com um momento em direto, no qual os “visitantes” normas de segurança exigidas pela atual pandemia”, e vão poder interagir com o produtor, fazendo comentários ou “apoiar, promover e valorizar Anadia e os anadienses”. A colocando questões. autarca acredita que “parar não resolve o problema” e que

No que diz respeito à animação, a feira vai apresentar váa solução está na “adaptação à nova realidade”. rios concertos, protagonizados por grupos musicais de associações culturais do concelho. Todas as noites da feira vão terminar com a animação de um DJ.

EyesOnTraps é solução móvel para prevenção de pragas nas vinhas

Investigadores do centro de investigação Fraunhofer AICOS (FhP- -AICOS) estão a desenvolver uma solução móvel para prevenção de pragas na vinha. O projeto, designado EyesOnTraps, recorre a técnicas de visão computacional (inteligência artificial) e crowd sensing para o desenvolvimento de uma solução que inclui a deteção automática de insetos em armadilhas, registo de temperatura localizada, e recomendações para combater as ameaças identificadas, de forma a diminuir o erro humano e maximizar o processo de prevenção de pragas na vinha.

Osistema considera três vertentes: (1) uma aplicação móvel para o viticultor, para utilização no terreno, com o intuito de reconhecer e contabilizar automaticamente pragas em armadilhas, recolher o histórico de temperatura local e registar o estado fenológico; (2) um módulo web central, para centralização e armazenamento da informação reportada pelo viticultor, que disponibiliza recomendações de monitorização, possuindo simultaneamente flexibilidade para expandir futuramente as suas capacidades de deteção automática a novos insetos; e (3) um portal web para especialistas em taxonomia, para utilização remota, que permite a observação dos resultados da monitorização automática de insectos nas diferentes parcelas ou regiões geográficas, sendo desta forma possível despoletar uma resposta atempada às pragas detetadas, em estrita colaboração com os viticultores.

O sistema pretende ser um apoio aos produtores e empresários da região do Douro, onde a produção da uva constitui um dos setores económicos de referência em Portugal e, simultaneamente, dos mais vulneráveis devido às consequências cada vez mais alarmantes das mudanças climáticas e das pragas, que se tornaram uma séria ameaça à qualidade da uva e ao rendimen-se, atualmente, através do centro de investigação Frauto da viticultura. nhofer Portugal Research Center for Assistive Information

O EyesOnTraps, um projeto SI I& DT (NORTE-01-0247-FEand Communication Solutions (AICOS), localizado no Porto DER-039912) com um investimento superior a 400 mil euros, e surgido em 2009 no seguimento de uma parceria entre a está a ser desenvolvido pelo FhP-AICOS, em parceria com a Sociedade Fraunhofer (Fraunhofer-Gesellschaft), a FundaGeoDouro – Consultoria e Topografia, Lda e a Associação para ção para a Ciência e a Tecnologia e a Universidade do Porto. o Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID). ParticiCom uma equipa de cerca de 80 investigadores contrapam como stakeholders representantes do setor do vinho, a tados e uma carteira de clientes de diversas áreas de negóSogevinus, a Adriano Ramos Pinto e a Sogrape. cio como a saúde, agricultura, retalho ou energia, o AICOS apresenta competências consolidadas nas áreas de Design Fraunhofer Portugal Centrado no Utilizador; Inteligência Artificial; Sistemas Ciber- -Físicos.

A missão da Fraunhofer Portugal - de desenvolver invesDesde 2009, o AICOS participou em 10 projetos europeus e tigação com aplicabilidade prática para o desenvolvimento estabeleceu parceria com mais de 150 instituições em 31 paíeconómico e melhorar a vida das populações - materializa- ses.

Terra Quente, Terra Fria: terra de Churras

Por Júlio Sá Rêgo*

Sou um guardador de rebanhos. O rebanho é os meus pensamentos E os meus pensamentos são todos sensações. Penso com os olhos e com os ouvidos E com as mãos e os pés E com o nariz e a boca.

(Alberto Caeiro, 1925, poema IX)

O outono minguava e o inverno vingava. As peripécias caprinas enquanto a bragançana preta, bem, é uma branca do verão já eram saudade e de recordação apenas me restavam só que colorida de preto. cadernos de viagem. Olhando de perto, cadernos de viagem pareO acesso aos pastores seria facilitado pelas ascem um amontoado de grafemas negros rasgando a monotonia sociações de criadores, entidades gestoras dos de folhas brancas a partir dos quais você se aplica em dar algum respectivos livros genealógicos e responsáveis pela sentido. Eu me situava exatamente ali. Estava a puxar, esticar, conservação e melhoramento das raças. As converencurtar, moldar os grafemas para escrever uma narrativa de sas iniciais com os secretários técnicos de cada uma acesso às terras de pastagens nos baldios para um congresso de das associações foram ricas e permitiram estabeleestudos rurais, quando o telefone tocou. A conversa foi curta e cer um primeiro mapeamento da fileira ovina, dos minha reposta incisiva: SIM! Havia sido convidado para particiatores envolvidos e de suas práticas. Contudo, o que par num levantamento das práticas da fileira ovina no distrito mais chamou-me a atenção nas diferentes converde Bragança. Poucas semanas depois, lá estava eu, de volta à sas não residia tanto nas palavras em si, mas sim na estrada, rumo a Bragança, só que dessa vez com chapéu, cajado certa preocupação que exauria das falas dessas cone um pouco mais de prática. ceituadas e respeitáveis engenheiras zootécnicas (apedrejem-me pela concordância linguística, eram três O objetivo do projeto era apreciar a viabilidade técnica e econômica da pastorícia ovina aplicada à prevenção de senhoras para um senhor!). A profissão sofria e morria de uma lenta e inexorável hemorragia. Os criadores posincêndios florestais. As ovelhas também são cabras... sapadosuíam idade avançada e eram poucos os novos entrantes ras. Fora isso, meu conhecimento ovino era bem limitado. O na profissão. trabalho encomendado circunscrevia-se às raças ovinas autócA hemorragia diagnosticada repercutia nos efetivos tones por estarem mais emaranhadas ao ecossistema local e, animais. Estes diminuíam lentamente ao longo dos anos. portanto, mais suscetíveis de contribuir para a restauração da A sobrevivência de cada uma das raças estava em jogo e paisagem e a prevenção dos incêndios. No distrito há cinco, a badana já beirava a extinção. O desaparecimento destodas da família churra: a badana, a bragançana branca e a sas raças significaria também a morte histórico-cultural de preta, a mirandesa e a terrincha. Explicaram-me que cada seus territórios, espaços ocupados desde tempos imemoraça tinha suas particularidades alimentares e temperamenriais por essas ovelhas. A badana, como também a bragantais. Eu, infelizmente, tudo que conseguia enxergar naquele çana e a mirandesa, preenchem os lameiros e os montes momento era que a bragançana branca felpuda transforma- dessas terras desde antes da Nacionalidade, e tornaram-se -se numa mirandesa que, se lhe tirar os óculos, aparenta-se parte integrante, simbiótica da paisagem e da cultura de a uma terrincha que é, por sua vez, uma badana grande; seus habitantes. Cada vez mais tocado e mobilizado para

contribuir para a revitalização da cultura ovina ra autoriza-me a pensar que nem sempre o “moderno” é o certo, nem transmontana, mesmo que marginalmente, eu sempre o “tradicional” é o ético, e que, quase sempre, o “justo” situa- continuava minhas leituras prévias e conversas -se bem ali no meio, entre o “tradicional e o “moderno”. Em todos os com acadêmicos especialistas para apreender e casos, se ambicionávamos elevar os pastores à condição de agentes aprender mais sobre a realidade da atividade e da do ambiente, parceiros no esforço social de prevenção dos incêndios região. rurais, tínhamos que começar por ouvi-los. É com esta convicção im

Práticas pastoris rudimentares ainda prevaleciam pregnada e com meus cadernos de anotações debaixo do braço que como norma e uma modernização seria bem-vinda eu estava pronto e ansioso para o terreno... bastava-me apenas um para dar mais produtividade à atividade, afirmaram- detalhe: o que era a Terra Quente e a Terra Fria? -me. Modernização é uma grande palavra e um pastor, de outras viagens, escrevera-me uma vez, em tom *Júlio Sá Rêgo é economista e antropólogo nascido em Paris e criado no Rio acusador: “deixem-se de modernices ridículas, os pode Janeiro. Especialista do patrimônio cultural imaterial e do desenvolvimento vos serranos sabem viver pelos seus próprios meios e sustentável, ele está a percorrer o Centro e Norte de Portugal relatando as pasalguns dos seus métodos têm de ser executados à matorícias em busca das agora em voga “cabras sapadoras”. Em plena pandemia e neira ancestral.” à espera do próximo grande incêndio, percebemos cada vez mais a relevância

Sem entrar nesse interminável debate, entendo que de fomentar soluções ancoradas na natureza e em conhecimentos tradicionais possa haver conflitos entre diferentes visões de mundo, para enfrentar as crises estruturais do Antropoceno. ancoradas em saberes e valores distintos. O “moderno” e [website] www.juliosarego.site o “tradicional” podem chocar-se, às vezes (ou muitas), mas [email] jsr@juliosarego.site minha experiência com comunidades por esse mundo afo[Instagram] @aneconomistinanthropology

À venda na plataforma “O bom Sabor da Serra”

Vendas de produtos à base de urtiga têm sido um sucesso

Dinamizados pela Confraria da Urtiga, os produtos feitos à base meio de escoamento destes e de outros produdesta planta têm obtido o reconhecimento dos consumidores. A urtos da região de Fornos de Algodres.

tigueira (alheira de urtiga), para além de ser um sucesso de vendas, recebeu recentemente uma medalha de prata num concurso nacioGR: Estava à espera da grande recetividade nal em Santarém. dos consumidores aos produtos de urtiga?

MP: Sabemos que os produtos que têm a urtiga

Manuel Paraíso, o presidente daquela Confraria, em conversa como ingrediente têm grande potencial de venda, com a Gazeta Rural, destaca a procura que produtos como a mas com os novos meios digitais de promoção e diurtigueira, o queijo, as queijadas e o pão têm tido, nomeadamente vulgação chega-se a mais público e a novos potenna plataforma “O Bom Sabor da Serra”. ciais consumidores, que têm aderido bastante bem.

Com uma candidatura em fase de aprovação, Manuel Paraíso acredita que a criação de um campo experimental de urtiga em GR: Como estão os processos relativos ao tecido e Fornos de Algodres possa dinamizar ainda mais este setor no conao papel de urtiga? celho. MP: Temos um contato relativamente ao papel de urtiga e vamos ver como este processo vai evoluir.

Gazeta Rural (GR): Os produtos de urtiga têm sido bem reHouve alguns estudos e é um assunto em que vamos cebidos? continuar a trabalhar.

Manuel Paraíso (MP): Sim, bastante bem. Recentemente a urtigueira, produzida pelos Fumeiros Amaral, recebeu uma GR: Maio é um mês em que a Confraria da Urtiga medalha de prata num concurso nacional em Santarém. É um promove várias atividades, que este ano não foi posprémio para um produto de excelência, que está a ter muita sível realizar? procura. A plataforma “O Bom Sabor da Serra” (obomsabordaMP: As nossas atividades têm um tempo certo e não serra.pt) tem sido um bom barómetro para vermos a recetivifaz sentido a sua realização noutra qualquer altura do dade que os consumidores têm tido para com os produtos de ano. As que tínhamos programadas para o passado mês urtiga, não só a urtigueira, mas também a queijada, o queijo de Maio foram adiadas para o próximo ano. Esperamos e o pão têm tido muito boa saída. que esta situação da pandemia esteja definitivamente sa

Tem-se dado bom uso à urtiga. Neste momento posso dinada para as podermos retomar. zer que aquela plataforma tem sido um sucesso e um bom

GR: Como está a situação do campo experimental de urtiga?

MP: Houve uma candidatura, numa parceria entre a Confraria da Urtiga e a Associação de Promoção Social Cultural e Desportiva de Fornos Algodres, e, ao que sabemos, tem boas condições de ser aprovada.

Esse campo experimental vai dar-nos muito trabalho, eventualmente com a instalação de estufas, permitindo-nos dinamizar ainda mais este setor da urtiga em Fornos de Algodres.

GR: Já estudaram as diferentes variedades e quais as que melhor se adaptam à região?

MP: Já. A variedade que mais temos trabalho é urtiga-comum ou Dioica. Desde os primeiros contatos que fizemos com a Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra no âmbito de um estudo para uma tese de mestrado, nos estudos feitos a três variedades, a Dioica confirmou tudo o que sabíamos, nos testes que fizemos localmente, e das suas potencialidades, tanto alimentares como medicinais. Será nesta variedade que continuaremos a apostar.

Reúne um consórcio de 11 organizações de seis países

Universidade de Évora representa Portugal em projeto multinacional de irrigação solar

A Universidade de Évora é a única representante de Portugal num projeto multinacional promotor da irrigação solar, para fornecer energia para rega com zero emissões e um custo até 70% inferior às soluções baseadas nos combustíveis fósseis.

Oprojeto, designado SolAqua - Accessible, reliable and affordable solar irrigation for Europe and beyond, tem o apoio do programa europeu Horizonte 2020 e reúne um consórcio de 11 organizações de seis países ((Portugal, Espanha, França, Itália, Marrocos e Roménia), revelou hoje a Universidade de Évora (UÉ).

A Cátedra Energias Renováveis da universidade alentejana (CER- -UÉ) “é a única entidade portuguesa a integrar o consórcio” desta iniciativa, que está focada “na irrigação fotovoltaica de alta potência”, destacou a academia.

O aumento da quota de energias renováveis na Europa, “ao combinar tecnologia fotovoltaica e hidráulica com irrigação de alta eficiência”, é o principal objetivo do projeto, coordenado na pequenas e médias empresas (PME) locais e autoUÉ por Luís Fialho, da CER. “A irrigação solar permitirá o forneridades públicas”, destacou a academia alentejana. cimento de energia” para a rega de culturas agrícolas “com zero Luís Fialho lembrou que, desde 2010, a CER-UÉ emissões e um custo até 70% inferior às soluções à base de desenvolve “tecnologias de energia solar e de armacombustíveis fósseis existentes”, destacou a UÉ em comunicazenamento de energia” com o objetivo de “potenciar do. o contributo da energia solar para a Transição Energé

O investigador Luís Fialho explicou que “o mercado para adotica” e que, em Alter do Chão (Portalegre), existe até ção da tecnologia de irrigação fotovoltaica de alta potência uma instalação-piloto que “utiliza tecnologia semelhanencontra-se num ponto crítico de evolução”. O SolAqua irá, te à que será desenvolvida” pelo projeto SolAqua. pois, “criar e fomentar as condições para uma evolução com Este projeto multinacional, numa primeira fase, presucesso para um mercado consolidado, com elevada protetende “produzir sete materiais e ferramentas de ‘hação do consumidor final, redução de custos e de preço da bilitação-chave’ para adoção do mercado de irrigação energia, mas também alto nível de inovação”, argumentou. solar”, assim como definir “padrões de qualidade e de

Atualmente, lembrou o investigador da CER-UÉ, “o mometodologias de avaliação económica e ambiental”, refedelo energético da agricultura europeia exige grande quanriu a academia. tidade de energia para bombear água para as culturas de A seguir, de acordo com a universidade, “será promoviregadio”. Isto “implica uma pesada fatura de quatro mil do um plano de divulgação e de comunicação, direcionado milhões de euros, além de custos ambientais associados para partes interessadas na Europa e no norte de África, às 16 milhões de toneladas de CO2 produzidas todos os sobre irrigação solar e sobre o plano de exploração do SolAanos, que representam cerca de 15% das emissões totais qua”. “Este plano, que contempla um instrumento de apoio de CO2 da agricultura da União Europeia (UE)”, assinalou. a ser replicado” pelas autoridades públicas em “investimen

Neste quadro, “a irrigação solar tem um enorme potos em irrigação solar, permitirá o desencadear de um mertencial de aplicação, apenas desaproveitado por barcado funcional” nesta área, afirmou. reiras não tecnológicas, como falta de consciência e de competências em irrigação solar entre os irrigadores,

Um projeto da BIOPROTEC e da Agrária de Coimbra

Politécnico de Coimbra experimenta substituição de herbicidas na Agricultura Biológica

Substituir a aplicação de herbicidas pelo pastoreio realizado por galinhas no controlo de infestantes em vinhas, pomares e hortas em agricultura biológica é o objectivo do Projeto GMóvel, uma iniciativa da BIOPROTEC – Associação Nacional dos Engenheiros de Agricultura Biológica, em parceria com o Escola Superior Agrária do Politécnico de Coimbra (ESAC-IPC).

GMóvel é um projeto que surge da necessidade de uma solução alternativa para o controlo de infestantes nas linhas de cultura das vinhas, pomares e entrelinhas das hortícolas, principal obstáculo sentido pelos agricultores na conversão à produção biológica.

A alternativa proposta assenta na substituição de herbicidas de síntese química e da mobilização localizada do solo pelo controlo de infestantes realizado por galinhas de raças autóctones, bastante rústicas, confinadas em parques móveis de modo a evitar danos nas culturas.

Alexandra Oliveira, docente da ESAC-IPC, explica que “além de procurar auxiliar na resolução de um problema, esta iniciativa pretende também contribuir para melhorar a rentabilidade das explorações, através da incorporação de matéria orgânica no solo e da produção de ovos e carne biológicos. Igualmente importante é o contributo do projeto para a divulgação e preservação das nossas raças de galinhas”.

Prevê-se que o método possa constituir um recurso não só em explorações de viticultores, fruticultores e horticultores biológicos, mas também em explorações convencionais, auxiliando não só no controlo de infestantes, mas contribuindo também para a rentabilização das explorações.

A ESAC-IPC é uma das entidades parceiras do GMóvel, liderado pela BIOPROTEC - Associação Nacional dos Engenheiros de Agricultura Biológica. A iniciativa visa, ainda, a criação de um “Manual técnico de controlo de infestantes nas culturas da vinha, pomares e hortas em Agricultura Biológica, com galinhas de raças autóctones”, divulgação da técnica junto de potenciais produtores, nomeadamente através da demonstração e aplicação do método em produtores, parceiros do projeto.

Dia do Município comemorado sem público, mas com conclusões

Proença-a-Nova aposta nas plantas aromáticas e medicinais como novos pilares

estratégicos

Colocar na agenda política temas como a biodiversidade, a os passeios pedestres e a gastronomia, mas devemos floresta e as plantas aromáticas e medicinais é uma estratégia destacar o potencial económico na sua produção, repioneira do município de Proença-a-Nova. Esta foi uma das conlacionado com a existência de nicho de comércio e clusões dos discursos proferidos na Sessão Solene que assinalou indústria associado a estas plantas, ao qual acresce o Dia do Município, a 13 de Junho, que, pela primeira vez na hiscrescente procura”. tória do concelho, não teve público, mas, em contrapartida, foi Esta foi também a opinião partilhada pelo represenúnica por ter sido transmitida em direto para as redes sociais, tante da bancada do Partido Socialista, André Dias, que inserida na Festa do Município: Proença ON Festa. afirmou que “esta é uma forma de darmos valor acrescentando à flora local, seja através das propriedades

Em 2018 o executivo reuniu esforços na concretização do gastronómicas, seja medicinais, aliado ao turismo que Ano Municipal da Floresta, promoveu a realização do Biocontinua a ser uma estratégia local importante, porque div Summit em 2019, e em linha com essa estratégia, em 2020, se centra num dos recursos mais importantes: a qualidainstituiu o Ano Municipal das Plantas Aromáticas e Medicinais de de vida através da saúde e bem-estar”, um importancom o objetivo de colocar na ordem do dia estes temas, “convite fator de diferenciação. dando a todos a refletir sobre o seu potencial do ponto de vista Se é verdade que nos últimos 40 anos o território tem turístico, económico e social”, afirmou João Lobo, presidente vindo a sofrer com o despovoamento, hoje o mesmo ofeda Câmara Municipal, explicando que “dentro da estratégia rece oportunidades únicas para o setor do turismo, quando Município, as plantas aromáticas e medicinais são uma das do as viagens para o estrangeiro estão condicionadas e parcelas deste território biodiverso que devemos potenciar”. os portugueses irão optar por passar férias no território

Na opinião do presidente da Assembleia Municipal, João nacional. Proença-a-Nova oferece características únicas Paulo Catarino, “a biodiversidade é tema principal nos palcos como o contacto com a natureza, a autenticidade e o bem- de debate e decisão para a próxima década” e “Proença-a- -receber das pessoas. -Nova decretou em boa hora este ano como Ano Municipal No seu discurso, o presidente da Câmara referiu também das Plantas Aromáticas e Medicinais, uma estratégia alinhada a questão das plataformas digitais “que representam um com a do Governo que aprovou a Estratégia Nacional de Conenorme potencial para a nossa divulgação e tem de ser servação da Natureza e Biodiversidade para 2030 e com a feito de forma coordenada e o investimento realizado para Estratégia de Biodiversidade da União Europeia para 2020”. assinalar a Festa do Município justificou-se, pois levamos a

A representante da bancada do Partido Social Democratodos os que nos acompanham muitas das nossas valências: ta, Daniela Dias José, acrescentou ainda que “existe um percursos pedestres, praias fluviais, gastronomia , o Centro potencial turístico extraordinário por trás da exploração Ciência Viva da Floresta – só temos de as combinar de forma das plantas aromáticas e medicinais, como o ecoturismo, articulada e este é o momento chave”, concluiu João Lobo.

Novo agregador de conhecimento sobre sector florestal nacional em florestas.pt

RAIZ e Navigator lançam plataforma sobre a floresta portuguesa

Foi lançada uma plataforma digital inteiramente dedicada à A informação veiculada é produzida por uma equifloresta portuguesa - www.florestas.pt - que reúne um conjunto pa de investigadores e redatores que trabalham conalargado de informação sobre o setor florestal nas suas diversas juntamente para criar conteúdos acessíveis, baseados dimensões - natural, ambiental, recreativa e socioeconómica, em informação técnica e científica, apoiada em fontes numa iniciativa do RAIZ - Instituto de Investigação da Floresta técnicas e oficias e em referências bibliográficas cone do Papel e a The Navigator Company. sistentes. A plataforma “Florestas.pt” conta com o apoio e co

Sob o mote “conhecer, valorizar e cuidar da floresta porlaboração da comunidade científica nacional e de várias tuguesa”, e enquanto centro de conhecimento sobre os instituições e iniciativas com ligação à floresta. ecossistemas florestais portugueses e temas relacionados, a plataforma “Florestas.pt” disponibiliza informação oficial e coEstrutura da plataforma nhecimento técnico-científico sobre o setor, com dados nacionais que, sempre que possível, são enquadrados no contexto A plataforma encontra-se estruturada em quatro seceuropeu e mundial. O objetivo desta plataforma agregadora ções. A primeira, ‘Conhecer’, disponibiliza dados sobre a de conteúdos é levar os visitantes a conhecer, a valorizar e a caracterização da floresta portuguesa, assim como uma videscobrir o que as florestas portuguesas têm para oferecer são alargada dos múltiplos desafios que se colocam ao seu e o que podemos fazer para fortalecer, desfrutar e cuidar equilíbrio e sustentabilidade; na segunda, ‘Valorizar, é posdestes ecossistemas. sível encontrar indicadores socioeconómicos da floresta por

tuguesa e dos seus vários sectores, assim como ano. Segundo o mesmo documento, a floresta ocupa atualmente 31% da o valor dos seus produtos, dos seus serviços e área terrestre global. o potencial trazido pela inovação de base floEm Portugal, a floresta representava 36% do solo continental, numa restal (bioeconomia); a terceira, ‘Descobrir’, tal extensão superior a três milhões de hectares, segundo o 6.º Inventário como a própria denominação indica, é feito o Florestal Nacional, apresentado em 2019 (com dados que reportam a convite para a descoberta da floresta portugue2015). Este valor coloca Portugal em linha com a média europeia e mossa e para a vivência dos seus benefícios, sendo tra um aumento de 59 mil hectares (1,9%) face a 2010 (data da avaliação disponibilizado para este efeito um conjunto de anterior). informação de cariz cultural e recreativo (roteiEstas e outras informações estão disponíveis em www.florestas.pt ros, curiosidades, aplicações tradicionais dos produtos florestais, saúde e gastronomia); por Plataforma Florestas.pt fim, ‘Notícias & Agenda’, encontram-se os principais acontecimentos que marcam o setor floA plataforma Florestas.pt tem como missão recolher, sistematizar e restal, assim como destacados eventos que perdivulgar informação e conhecimento abrangente sobre a floresta pormitem conhecer, valorizar e descobrir a floresta. tuguesa, dando a conhecer a sua relevância, desafios e oportunidades,

Tal como a própria floresta, também a platade uma forma clara e acessível. forma que chegou ao universo digital se encontra É uma fonte de informação fidedigna e contextualizada, que partilha em permanente evolução, servindo de ponto de conhecimento científico sobre os ecossistemas florestais, que contripartida para a sistematização de conhecimento e bui para clarificar temas essenciais e que desafia a sociedade – todos reflexão sobre temas transversais e atuais que se nós – a conhecer, valorizar e cuidar da floresta portuguesa. colocam ao sector. A plataforma Florestas.pt é uma iniciativa do RAIZ – Instituto de Investigação da Floresta e do Papel, um centro de investigação privado,

Mais floresta em Portugal, menos no mundo sem fins lucrativos, reconhecido como entidade do Sistema Científico e Tecnológico Nacional e como Centro de Interface – Centro de Valo

A floresta mundial que se perdeu nos últimos 30 rização e Transferência de Tecnologia, e da The Navigator Company. anos equivale a mais de 20 vezes a área de Portugal Continental, revelam as conclusões preliminares do conclusões preliminares do Global Forest Resources Assessment 2020, que é possível ler no Florestas.pt, embora o ritmo de perda tenha vindo a diminuir: depois de um declínio médio de 7,8 milhões de hectares/ano na década 1990-2000, registou-se uma redução na última década para 4,7 milhões de hectares/

ASS. FLORESTAL DO BAIXO VOUGA

No montante global de dois milhões de euros

Segundo responsáveis pelo setor

Pandemia não prejudicou exportações de kiwi nacional Jovens agricultores podem candidatar-se a ajudas até 8 de Setembro

A internacionalização do kiwi foi o tema do webinário organizado A internacionalização do kiwi foi o tema do webinário organizado pela consultora agrícola Espaço Visual no âmbito das conferências Agromeeting. O evento contou com as participações de Vítor Araújo, administrador da Greensun - Organização de Produtores, e de Luísa Moura, dopela consultora agrícola Espaço Visual no âmbito das conferências Agromeeting. O evento contou com as participações de Vítor Araújo, administrador da Greensun - Organização de Produtores, e de Luísa Moura, docente na Escola Superior Agrária de Ponte de Lima (ESA/ IPVC). No papel de moderador esteve José Martino, CEO da Espaço Visual, e um dos maiores especialistas nacionais na cultura do kiwi.

cente na Escola Superior Agrária de Ponte de Lima (ESA/IPVC). No papel de moderador esteve José Martino, CEO da Espaço Visual, e um dos maiores especialistas nacionais na cultura do kiwi. O s jovens agricultores do continente podem candidatar-se até 08 de Setembro a prémios à instalação, no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020, no montante global de dois milhões de euros. V ítor Araújo, da Greensun, considerou que a procura externa pelo kiwi nacional vai aumentar, nomeadamente nos mercados ibérico, França, Marrocos, Canadá. “O consumo externo do kiwi nacional vai aumentar”, considerou. Para o responsável da Greensun, a pandemia do Covid19 não afetou as exportações de kiwi. Este facto revelou-se decisivo na estratégia desta Organização que reúne cerca de 40 produtores de kiwis e que investiu mais de quatro milhões de euros nos últimos anos, aumentando a produção de 8.500 toneladas para mais 2.000, com a construção de um novo armazém de frio. “Temos de satisfazer a procura que existe”, considerou este responsável, que estimou o aumento dos preços do kiwi nacional nos próximos anos, alicerçado numa qualidade superior do produto “made in” Portugal - sem problemas de conservação e com maturação homogénea. Luísa Moura debruçou-se sobre o impacto da doença PSA na produção do kiwi e métodos para a combater e minorar os seus efeitos. José Martino concluiu com a certeza de que estes webinários organizados pela Espaço Visual contribuem para partilhar informação e conhecimento, ferramentas decisivas para o desenvolvimento das agriculturas de Portugal. De acordo com um aviso publicado no ‘site’ do PDR 2020, em causa está um prémio à instalação, sob a forma de subvenção não reembolsável, estando a dotação total fixada nos dois milhões de euros. As candidaturas devem “fomentar a renovação e o rejuvenescimento das empresas agrícolas e aumentar a atratividade do setor agrícola aos jovens, promovendo o investimento, o apoio à aquisição de conhecimentos e a participação no mercado”. Só é permitida uma candidatura por cada beneficiário. No entanto, não são admitidos para a atribuição de apoios os candidatos que já tenham recebidos ajudas à produção ou à atividade agrícola, “além dos dois anos anteriores ao ano de apresentação da candidatura”, que tenham celebrado um contrato de financiamento ou assinado um termo de aceitação em quaisquer ajudas aos investimentos no setor agrícola, nem recebido um prémio à instalação, “com a exceção das candidaturas que tenham sido aprovadas nos 12 meses anteriores à submissão da candidatura no âmbito do regime de apoio à reestruturação e reconversão da vinha (VITIS)” ou os que tenham assumido a gestão direta de uma exploração “inscrita na Autoridade Tributária com a atividade agrícola e no organismo pagador enquanto beneficiário”. A submissão de candidaturas deve ser feita no portal do PDR 2020 ou do Portugal 2020.

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