JOVENS TALENTOS Nº2

JOVENS

Nº2 . Junho . 2014

TALENTOS

“Melhor Destino Europeu 2014”

A cidade do PORTO está na moda!

Fomos conhecer a mítica estação de S. Bento!

JU K EB OX Os Virar DaSquina em entrevista!

ANDRÉ

LEONARDO

“ Vou falar com o maior orgulho

do nosso Portugal e convidá-los a visitarem-nos.

”

PUBLICAÇÃO MENSAL ONLINE

DIRETORA

Karina Silva CONTEÚDOS E REDAÇÃO

Karina Silva FOTOGRAFIAS

André Leonado Tour Ana Pichel Guilherme Mesquita Nuno Meneses Pedro Santasmarinas Virar DaSquina CRÓNICAS

Ana Pichel Guilherme Mesquita Karina Silva DESIGN GRÁFICO E PAGINAÇÃO

Karina Silva PUBLICIDADE

AQUI TODOS OS TALENTOS

geral.jovenstalentos@gmail.com

Se pretende publicitar o seu produto ou marca, contacte-nos!

Publicação mensal online Número 2 | Junho 2014

JOVENS TALENTOS magazine

2 Jovens Talentos Magazine

PODEM SER

NOTÍCIA! Partilhe connosco para o nosso email geral, histórias de JOVENS TALENTOS que pela sua capacidade e objetivo merecem ser divulgados no nosso magazine.

S umário CRÓNICAS

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Karina Silva

“Semear” Portugal

30 35

Guilherme Mesquita

Abismo Ana Pichel

Um dia somos velhos

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JUKEBOX

Os Virar DaSquina em entrevista.

ENTREVISTA DE CAPA

FOTOGRAFIA DE CAPA CEDIDA POR André Leonardo Tour

ANDRÉ 10 LEONARDO

Ele anda pelo mundo com a sua André Leonardo TOUR. Objetivo, dar a conhecer Portugal!

SOBRE RODAS À descoberta da

22

estação S.Bento no Porto!

À CONVERSA

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Pedro Santasmarinas

Realizador de animação, o Pedro apresenta o seu mais recente projeto, Zombies4Kids!

C

rónica

geral.jovenstalentos@gmail.com

“Semear” Portugal!

Fado, Futebol e Fátima, os 3 F que levam Portugal aos quatro cantos do mundo mas... o André Leonardo também.

Quem ainda não o conhece vai ter a oportunidade nesta segunda publicação Jovens Talentos.

Levar Portugal e os portugueses a mais de 19 países diferentes é uma das missões mais importantes do Leonardo, um jovem empreendedor e com muita vontade em fazer desta uma das maiores experiências da sua vida.

A ideia veio dele e a capacidade em acreditar que era possível também, um jovem como poucos, que acredita no seu país que também é o nosso!

Sigo agora atentamente a aventura do André através da sua página de Facebook, a qual sugiro a todos a leitura e o respetivo like. É através daquele espaço e das suas partilhas que com ele parto todos os dias pelo mundo à descoberta de locais e gentes que ele vai encontrando pelo caminho.

Uma tour mundial com muitos objetivos nos quais qualquer pessoa se identifica, principalmente quando se é português.

Quem não gostaria de entrar num aventura assim? Todos os seus dias são uma página em branco e as pessoas nunca as mesmas.

Em cada nova história, uma nova oportunidade

de “semear” Portugal e o que este de melhor tem.

No final da viagem a aventura vai continuar e nós continuaremos a seguir atentamente este projeto que é do André e também nosso, de Portugal e para Portugal.

O André é um jovem talento que optou por partilhar com o mundo o país que o viu nascer e por isto damos-lhe as boas vindas ao nosso magazine.

Continuação de Boa Viagem André!

DIRETORA

P

Próxima aragem Junho é o mês de santos populares e no Porto é São João! O ponto alto dos festejos acontece na noite de 23 para 24 de Junho, no entanto todo o mês cheira a manjerico e à bela sardinha assada no pão.

Viva o São João.

3º Edição NOS Primavera Sound 2014 Local: Parque da Cidade do Porto. Data: 5 a 7 de Junho 4 Palcos, 49 Bandas, 83 hectares de parque.

Mais informações: www.nosprimaverasound.com

PORTO LISBOA

Fotografias de autor desconhecido.

O Santo António vem primeiro que o São João, por isso nada melhor que festejar em Lisboa aquele a quem muitos rogam encontrar o amor para a vida. Acontece na noite de 12 para 13 de Junho, por isso se está perto não deixe de sentir a alegria e o aconchego bairrista que esta festa popular proporciona. Ah, e aqui também não falta o cheirinho a sardinha assada. Viva o Santo António!

MAFALDA VEIGA - TODAS AS PALAVRAS TOCAM C.C. Olga Cadaval - Palco Do Auditório Jorge Sampaio Data: 28 de Junho às 21:30h Preço: Entre 15€ a 20€ Pode compra o seu bilhete em ticketline.sapo.pt

Jovens Talentos Magazine

5

J

ukebox

ENTREVISTA DE KARINA SILVA

FOTOGRAFIAS CEDIDAS POR Virar DaSquina

Um grupo vimaranense, jovens amigos que se encontram a cada instante musical.

Um conjunto de diferentes estilos e gostos que se complementam na construção de um único objetivo, serem os

Virar DaSquina.

6 Jovens Talentos Magazine

se compararmos um ambiente de Queima ou um telhado de um cineclube (Guimarães Noc Noc) onde as pessoas estão mais próximas de nós. Mas em ambos os casos o feedback de quem ouve tem sido muito positivo. Inclusive já nos abordaram com o intuito de tocarmos Alguém sabe o que encontrar ao Virar num determinado registo para um local DaSquina? Não? Então é isso que po- específico. É muito bom ouvir da boca dem esperar. Uma surpresa agradável. de quem nos vê, e com quem gostamos Nuno Meneses de partilhar a experiência no final, perJá lá vão 4 anos desde que os guntar “quando é o próximo concerto?”.

Fazermos música e sentirmos que as Virar DaSquina surgem em Por- pessoas gostam é um óptimo incentivo tugal. Já cantaram em diferentes a continuar.

Para quem nunca cruzou “aquela” esquina, esta torna-se sempre uma aventura única, é o que podem esperar aqueles que hoje vos conhecem pela primeira vez?

Nuno Meneses locais, bares, cafés, numa varanda num 1º andar, qual é a feed- Na vossa página oficial de Faceback que têm tido dos diferentes book é possível encontrar o seguinte post, “há quatro anos dois públicos?

Cada local é um local! Apesar de as amigos pouco talentosos decidimúsicas serem as mesmas, com uma ou ram seguir um sonho. Juntaram-se outra alteração na setlist claro, o palco companheiros de viagem. Mufaz o concerto também. E cada concerto daram, cresceram e assentaram. é uma experiência nova! Trazemos sempre experiencias positivas e aprendiza- Sempre com a maior humildade. gens! Vamos construindo uma bagagem (...) Hoje somos aquilo que somos de palcos e assim tirar o maior partido porque não desistimos.” O sonho do público que é com o mesmo que faze- cumpriu-se?

mos o espetáculo, com ele e para ele!

Ana Rodrigues Uau! Já nem lembrava dessa descrição.

Os Virar DaSquina adaptam-se às situações. Claro que preferimos palcos grandes como o da Queima, mas também gostamos de converter as nossas músicas em acústico, ou mais jazz. Os públicos são completamente diferentes

Realmente, já lá vão quatro anos. Não sei se alguma vez poderemos dizer que está cumprido ou concretizado. Continuamos a segui-lo e almejaremos sempre mais.

Nuno (Meneses

Recentemente participaram e ganharam o 10º concurso de bandas de garagem promovido pela Federação Académica do Porto que vos levou “diretamente” para o grande palco da Queima das Fitas deste ano. Sentem que esta experiência é um marco importante no vosso percurso? É sem dúvida o maior palco que alguma vez a banda pisou, logo só por aí é um marco para nós. Aliado à amplitude deste concerto está a sua divulgação e o impacto que isso representa para os jovens que por sua vez são o nosso público alvo. Considero que isso pode representar uma grande influencia para os fãs o facto de já termos pisado o palco principal da Queima das Fitas.

Ana Rodrigues

Como foi esta experiência?

Foi incrível, apesar de uma experiência curta seria certamente algo que se tivéssemos oportunidade de repetir o faríamos sem pensar duas vezes, foi mesmo um momento especial.

João Cunha

O vosso primeiro álbum de originais vai se chamar “Até ao Fim do Mundo”, o que podem esperar aqueles que aguardam pelo lançamento?

Este é um álbum conceito. O primeiro dos Virar DaSquina. Esta é uma história pertencente à nossa História, mas adaptada à realidade. Pedro e Inês na actualidade. Em português, terá na totalidade 11 faixas que misturam rock, jazz, prog e pop.

“Até ao Fim do Mundo” surge da nossa vontade de levarmos isto até ao fim.

Inserido no contexto do álbum, o título relaciona-se com a história. Não querendo levantar muito o pano, a história começa com o velho e solitário Pedro a morrer. Recorda os momentos que passou na esperança de os alcançar. Falece e atravessa o limbo onde tem a oportunidade de refazer a sua história com Inês.

Vai literalmente “Até ao Fim do Mundo” para recuperar a amada. É uma história sobre como lutar pelo verdadeiro amor. O estar disposto a ir “Até ao Fim do Mundo” por tudo aquilo que desejamos na vida. Lutar pelos sonhos e refazer o que erramos.

Nuno Meneses Qual é o próximo objetivo da Guimarães é a cidade “berço” banda?

Sem dúvida que o próximo objectivo é de Portugal e também da vossa terminar o album e arranjar os fundos banda, o público vimaranense é para o gravar, produzir e apresentar. diferente de todos os outros?

João Cunha

É engraçado. As pessoas em Guimarães vivem da arte e para a arte. Toda a gente. Prova disso foram as Capitais Europeias da Cultura e Desporto, nas quais toda a gente quis participar. O público vimaranense gosta de bom entretenimento e reagem muito bem em concertos. Acolhem muito bem todos os artistas e ajudam-nos a sentirem-se em casa. São um público muito bom.

Com uma cidade tão agitada como a nossa claro, muitas das inspirações vêm da própria vivência aqui.

A cidade transpira arte. O público trata muito bem todos os artistas.

Madison Square Garden se calhar mas nao sei... (risos)

Nuno Meneses

Mário Ribeiro

Encontram algum momento hilariante no vosso percurso que possam partilhar com os nossos leitores?

Hilariantes são de todo os nossos ensaios!

Desde discussões, a baquetas a voarem para o ar, lágrimas de emoção ao ouvir uma música original pela primeira vez, risos, pausas malucas, instrumentos a caírem, desespero por não acertarmos no ritmo, até à magia que é fazer uma música! São momentos que todos nós partilhamos e todos nós os vivemos e os sentimos de forma diferente (e hilariante com toda a certeza).

Mário Ribeiro

Era muito bom podermos pisar todos os palcos. Pelo menos todos os portugueses.

Nuno Meneses

Para aqueles que hoje vos “conhecem” pela primeira vez, qual a música que indicariam ouvir primeiro e porquê? ”Passagem” É a que mistura mais estilos.”

João Cunha

”Vício” Mostra quem nós realmente somos.”

Eu acho que é melhor irem a um concerto, ou ouvirem o álbum. Uma música isolada não torna possível avaliar. Mas se quiserem ficar com uma música nossa na cabeça ouçam a “Memória”.

Nuno Meneses

Onde podemos encontrar todas as novidades e ouvir o vosso trabalho?

Podem seguir-nos nas mais diversas plataformas, mas a mais atualizada é o facebook.com/virardasquina Temos também canal no Youtube (youtube.com/virardasquina) e uma página no BandCamp onde lançamos algumas gravações para que possam fazer o download gratuito (virardasquina.bandAna Rodrigues camp.com).

Qual é o palco que os Virar DaS- Para agendar concertos pode enviar mensagem para o email (virardasquina@ quina ambicionam um dia pisar? gmail.com).

ANDRÉ LEONARDO

“

Esta não é a viagem do André. Esta é a viagem da inspiração, do acreditar e do fazer acontecer. O André é apenas aquele que vai efetuar a viagem e unir todas estas pessoas pelo mundo.

10 Jovens Talentos Magazine

”

C

Entrevista de apa

ENTREVISTA DE Karina Silva FOTOGRAFIAS DE André Leonardo Tour

O André Leonardo tem 24 anos e uma vontade inigualável de “fazer acontecer”.

Afirma que na vida o difícil não é impossível e por isso hoje encontra-se pela mundo, de mochila às costas e sempre com a câmara pronta a disparar quando assim entende.

O projeto André Leonardo Tour é provavelmente o projeto da sua vida, como o próprio o afirma, e por isso não quer nem vai deixar nada por fazer.

Uma expedição social com várias tarefas, entrevistar pessoas com histórias relevantes e inspiradoras, conhecer novas gentes, novos costumes e com isto mostrar os verdadeiros exemplos daqueles que acreditam que é possível concretizar projetos e sonhos.

Em simultâneo pretende “semear” Portugal por onde passa, em todos os cantos e recantos vai deixando a semente do que é Portugal e como são os portugueses. O que de melhor temos e fazemos, sempre com positivismo e força de vontade.

Para esta aventura conta com vários padrinhos que o próprio apresenta ao longo da entrevista e com duas histórias de vida de grande inspiração, Fernão Magalhães e Vasco da Gama.

HOJE QUERO... “Seguir com todas as forças o que acredito.”

Em que consiste o teu Sr. Comendador Rui Nabeiro da Delta, Mário Ferreira CEO da Douro Azul ou projeto atual, “André a incrível Sandra Correia da Pelcor são Leonardo Tour”?

Este projeto é uma expedição social que tem como objetivo dar a volta ao mundo a recolher histórias inspiradoras de pessoas que fazem acontecer.

Faço-o porque acredito que neste momento a população está desmotivada com toda a situação socioeconómica mas mais do que isso está farta das palavras bonitas e vazias de conteudo e onde nada acontece... por isso, esta tour propõe-se a dar mesmo a volta ao mundo e a mostrar como pessoas em todo o mundo, nas mais variadas áreas fazem acontecer de verdade.

Em simultâneo e como orgulhoso português que sou, quero mostrar ao mundo o que de melhor temos no nosso país, falar dos nossos empresários, das nossas empresas e claro, visitar as nossas comunidades por todo o mundo, eles que são pessoas que têm levado o nome de Portugal por esse mundo fora.

Acreditdo que Portugal foi enorme há 500 anos atrás com corajosos visionários como Fernão Magalhães ou Vasco da Gama mas a verdade é que hoje em dia existem muitas pessoas a fazerem acontecer e a empurrarem o país em frente neste momento menos bom. O

alguns dos novos navegadores em Portugal.

Quantos países vais percorrer e quais?

O objetivo inicial passava por visitar 18 países, todos eles muito diferentes uns dos outros pois o que se pretende é mostrar como se faz acontecer em todo o mundo independentemente do contexto. No entanto, por uma série de acontecimentos acabei por visitar, até à data, mais paises do que o projetado até ao momento, afinal esta é também uma aventura e os imprevistos e improvisações fazem parte. Assim, até ao momento acabei por visitar, Portugal (de norte a sul), Rep. Checa, Israel, Palestina, Quénia, Tanzânia, Moçambique, Índia, Nepal, China (Hong Kong e Macau) e estou agora na Tailândia.

Para além disto tenho, ao longo da viagem e fruto da atenção que a mesma tem recebido por parte do público, tenho recebido convites para visitar vários países um pouco por todo o mundo.

Embora seja impossivel chegar a todos, consegui deslocar-me ao Nepal e há mais surpresas a serem anunciadas nos próximos dias.

C

Entrevista de apa AMANHÃ NÃO QUERO... “Ter deixado nada por fazer.”

Foi difícil “fazer acontecer” esta expedição?

Quanto tempo durou a pré-produção?

Sim, bastante... mas que piada teria se fosse fácil?

Esta expedição começou a ser pensada há cerca de 2 anos. Daí para cá, e porque não tinha “nada” quando comecei, muito trabalho. Foi feito um projeto piloto no ambito da minha tese de mestrado o ano passado em que, o objetivo passava por descobrir quais os sectores com maior potencial para se investir nos Açores (e como o fazer).

Após uma análise extensa chegou-se a 4 áreas com maior potencial. Encontrei um pequeno financiamento e visitei os 4 melhores países do mundo nas respectivas áreas entrevistando empresários e agentes políticos que me ajudaram a criar um documento que permite a qualquer pessoa que queira criar um negócio nos Açores perceber onde, como e porquê o deverá fazer ou não.

Depois de provar que o poderia fazer e com sucesso, fui de porta em porta apresentar o meu projeto a patrocinadores e parcerios. Não foi nada fácil... aliás, ouvir “nãos” consecutivos nunca é facil mas felizmente, conseguimos. A verdade é que quando se tem a sorte de encontrar

pessoas e empresas visionárias como a Delta Cafés, com capacidade para apostarem em projetos ousados como este, tudo se torna mais fácil.

Neste momento encontraste a percorrer a TOUR, até agora consegues destacar um momento marcante?

Os momentos marcantes acontecem a todo o instante por uma razão ou outra... mas tendo de escolher um, relato um que aconteceu à bem pouco tempo no Nepal. Fui convidado para ser orador durante 2 horas num evento que teve lugar no World Bank em Catmandu. Quando lá cheguei, sala esgotada, estavam a acrescentar cadeiras para sentar mais pessoas. Eram dezenas.

Durante o tempo que que ali estive, falei da expedição, de Portugal, dos Açores, da Lisboa Startup City da qual sou orgulhosamente embaixador e no final foi muito marcante, até emocionante, ver pessoas a quererem tirar fotos com as bandeiras de Portugal e dos Açores.

Pessoas a disserem coisas como “de Portugal só conhecia a história do Fernão Magalhães e do Ronaldo mas agora compreendo que é muito mais do que isso”, “Como posso visitar os Açores?

C

Entrevista de apa

Jovens Talentos Magazine

15

ACREDITO QUE... “Dificil é diferente de impossivel.”

Que ligações existem? É tão bonito!”, “Como posso comprar um caderno de cortiça portuguesa igual ao teu?”... foi mesmo mesmo gratificante porque caramba... é o meu país! Sentir que mesmo que por pouco, dali sairam dezenas de pessoas a conhecer melhor quem somos e o que de bom temos, para mim foi enorme. No que puder, pessoa por pessoa, um por um, vou falar com o maior orgulho do nosso Portugal e convidá-los a visitarem-nos.

Já te cruzaste com muitas histórias de vida e de grande empreendedorismo, em que se destaca a última que conheceste?

Continuando a falar do Nepal, uma história extremamente inspiradora é da Shailee Basnet. Shailee formou-se em Gestão Informática e trabalhava num escritório mas queria “algo mais”. Ouviu falar numa equipa de mulheres que planeava subir o Everest e sem experiência alguma, fez os testes e juntou-se a elas!

Um ano depois estava a subir a montanha mais alta do mundo.

Hoje é speaker motivacional e com as suas colegas criaram um “clube” de 7 mulheres que querem subir as 7 montanhas mais altas do mundo (faltam apenas 2)

e utilizarem a sua história e experiência para dar voz e trazer mudanças no Nepal, especialmente na educação, direitos das mulheres e ambiente.

Esta expedição retrata e procura mostrar histórias inspiradoras de pessoas que fazem acontecer. Não apenas de “negócios”. Porquê? Porque o que está na genese é o mesmo...é este BE BOLD, esta vontade interior de fazer as coisas acontecerem.

O voluntariado é uma “peça” de grande relevo neste teu projeto e muito diferente do voluntariado que os portugueses estão habituados por cá. O que encontraste além fronteiras em relação ao voluntariado em que participaste na ONG SAPANA? Sim, esta é uma expedição social e entre outras acções, estava prevista uma jornada de voluntariado na Índia na ONG portuguesa SAPANA que para além de atuar em Portugal, está também presente na Índia. Esta organização trabalha com tribos em locais muitíssimo remotos e a realidade que se encontra é quase “surreal”.

Casas que não são na verdade “ca-

C

Entrevista de apa PORTUGAL É... “Um país do caraças.” sas” da forma como nós em Portugal as conhecemos, condições de higiene que deixam muitíssimo a desejar... é do outro mundo mesmo.

Depois de visitar as instituições locais parceiras e as tribos de forma a que me conseguisse ambientar e conhecer toda esta gente “olhos nos olhos”, comecei a ajudar no que precisavam. Criar, planear, projetar, procurar soluções, resolver problemas e definir estratégias.

Trabalho muito de ‘back-office’ porque estão numa fase de lançamento de novos projetos.

Como se imagina, trabalhar nesta realidade não é fácil... as necessidades são muitas mas há sobretudo que começar e é isso que a SAPANA está a fazer. Eu estou extremamente feliz por ter feito parte desta familia e ter dado o meu pequeno contributo.

No inicio de Março aconteceu um assalto ao local onde irias dormir e onde tinhas alguns dos teus objetos, sentiste algum receio quanto ao que pudesse acontecer de ali em diante perante o longo percurso delineado para a tua Tour?

Sim, de facto houve um assalto em Moçambique e para azar dos azares, no dia seguinte tinha um voo de 30 horas até à Índia e quando lá aterrei a minha bagagem de porão com o pouco que me restava do assalto não chegou... em 24h passei de estar completamente equipado para, 24h depois, ter apenas a roupa que tinha no corpo, o meu computador e as bandeiras de Portugal e dos Açores que andam sempre comigo.

O budget desta expedição é limitado sendo apenas possível estar a realizar esta expedição porque tenho parceiros do outro mundo e pessoas fantásticas que se têm juntado a esta expedição fazendo o seu donativo. Desde já quero voltar a enviar um enorme abraço e obrigado a todos.

Ora se o orçamento já era curto e obrigava a grande rigor para que pudesse chegar ao fim, assim que houve o assalto e fiquei praticamente sem nada as complicações foram como se imagina muitas... não apenas porque não tinha o material que precisava para efetuar as reportagens mas tambem porque repor todo este material seria impossivel. No entanto, maior que o “problema” criado foi a solidariedade que se formou em torno desta expedição. De todo o mundo começaram a chuver pequenos

donativos, eu da minha parte intensifiquei contatos com outros parceiros e todos juntos conseguimos adquir o material mais “essencial” para que pudesse continuar com a mesma qualidade que tinha apresentado até ali. Diz-se que a esperança é a ultima a morrer e portanto nunca me passou pela cabeça desistir... tratava-se sim de uma questão de fazer novamente as coisas acontecerem apesar de estar a milhares de Km de distância e num local completamente desconhecido.

Sempre acreditei, e tenho-o dito várias vezes, que esta não é a viagem do André. Esta é a viagem da inspiração, do acreditar e do fazer acontecer. O André é apenas aquele que vai efetuar a viagem e unir todas estas pessoas pelo mundo.

Deixar também uma palavra às pessoas que me receberam na Índia nesta semana de grande alvoroço e que foram elas também incansáveis.

Eu nunca estou sozinho. Tenho a sorte de ter um núcleo muito forte de família e amigos incríveis o que a juntar às calorosas milhares de pessoas que me acompanham através das redes sociais e media faz com que nunca me sinta sozinho.

Eu tenho um conjunto de padrinhos da expedição, Miguel Gonçalves (CEO Spark gency), Miguel Queimado (CEO DreamShaper), Sandra Correia (CEO PELCOR), Ricardo Diniz (Navegador Solitário) e Manuel Forjaz com quem planei esta expedição. Tenho ainda uma série de parceiros de relevo ao nível do empreendedorismo como a Acredita Portugal, a StartUp Lisboa ou a Beta-i. Todos juntos, identificámos os países mais relevantes para a expedição e as pessoas a entrevistar. Foi um trabalho muito complexo e demorado mas está claramente a dar os seus frutos.

Toda esta aventura não deve ser fácil física e mentalmente, como te sentes Neste momento encontraste nesta fase atual do percur“sozinho” a percorrer o so? mundo, mas não estas soz- Bastante bem. Passados vários meses inho neste projeto e neste desde que iniciei a expedição, aprenobjetivo, queres-nos expli- di imenso e consigo agora “auto-gerir” car melhor como funciona o meu corpo e mente para o que vai toda a logística necessária acontecendo de forma quase perfeita.

Neste momento é para mim bastante para “fazer acontecer”? fácil gerir sentimentos, abstrair-me do que não é importante e estar focado

C

Entrevista de apa no que realmente importa. Ricardo Diniz, navegador solitário e meu padrinho nesta expedição tem funcionado como um verdadeiro ‘coach’ e juntos temos definido um plano que está a ter resultados muito bons.

que depositaram a sua confiança nesta missão não permite que seja de outra forma. A vontade e a energia que aqui temos é demasiado grande.

Sentes que o teu objetivo inicial, quando começaste Já tiveste vontade de de- a criar a ideia deste projesistir? to, está a ser cumprida agNunca. Já passei situações muito comora no terreno? plicadas... cheguei por exemplo, a estar 48 horas literalmente a pão e água na Índia, país onde emagreci 7 kg... o falecimento de um dos padrinhos desta expedição, Manuel Forjaz também foi um grande choque... mas apesar de tudo, desistir nunca foi opção. O sonho de concretizar esta expedição aliado às muitas pessoas que me acompanham e

Sim, completamente. As histórias recolhidas são absolutamente incriveis! Pessoas muito boas que fazem coisas do outro mundo! Dificil é mesmo diferente de impossivel!

O feedback que nos tem chegado do público tem sido tambem muito bom e o número de pessoas que nos acompanha

Jovens Talentos Magazine

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Açores... de ir a uma esplanada num dia de sol em Lisboa e comer um pastel de nata e beber o nosso café que é o melhor do mundo... acordar tarde num domingo e ficar em casa simplesmente a ver um filme enquanto chove na rua... ou mesmo passear na ribeira do Porto... as coisas mais simples da vida são as melhores e as que sinto mais falta. Aliás, acredito mesmo que são estas coisas Quando a aventura termi- que levamos para o outro lado. Isto são nar, qual é o objetivo em marcas da nossa vida. é cada vez maior, há vários media nacionais e internacionais que nos acompanham e diria mesmo que está a exceder as minhas melhores expectivas ... e eu que sou um otimista por natureza!

Para dar um exemplo, já houve 3 artigos da expedição seleccionados e publicados pela reconhecida comunidade internacional Under30Ceo que tem milhares de seguidores!

relação a todo o material Sentes que o André que embarcou nesta viagem já que estas a recolher? à várias semanas é diferAo longo desta expedição temos vindo a partilhar toda esta aventura e algu- ente do André atual? mas histórias no blog da missão: www.AndreLeonardoTour.com Aqui pode-se encontrar informação sobre a missão, acompanhar a minha viagem e claro, deixar-se inspirar pelos casos de pessoas que vão sendo relatados.

No final da tour está previsto que esta aventura passe a livro, livro este que reverterá em parte a favor da associação Acredita Portugal que tem precisamente difundido o espírito empreendedor de forma brilhante no nosso país.

Sendo sincero só terei coragem para olhar para o André que começou a viagem no final da mesma... No entanto, virando apenas um pouco os olhos para trás, sinto que está tudo mais “claro” e transparente. No fundo parece que no dia a dia nada muda mas estou, fruto desta experiência, também eu a mudar.

Acho que de outra forma não poderia ser.

Do que mais tens saudade de Portugal?

Da família e dos amigos claro. Depois, sinto falta de pequenas coisas... do meu pequeno almoço com pão e queijo dos

André Leonardo com Manuel Forjaz, um dos seus padrinhos de expedição.

C

Entrevista de apa

Pode partilhar esta aventura com o AndrĂŠ atravĂŠs do site oficial

www.andreleonardotour.com Jovens Talentos Magazine

21

Sobre

R

odas

ESTAÇÃO DE

S.BENTO TEXTO DE KARINA SILVA

FOTOGRAFIAS DE NUNO MENESES

A cidade do

PORTO está na moda!

“Melhor Destino Europeu 2014”

Jovens Talentos Magazine

23

Sobre

R

odas

24 Jovens Talentos Magazine

Um espaço do Porto, dos portugueses e do mundo. Porque neste espaço cruzam-se centenas de pessoas diariamente, provenientes de diferentes locais, de língua portuguesa ou não, este é um espaço de todos. Sempre no mesmo local é história com mais de 90 anos.

Inaugurada em 1916 é sua função acolher ou deixar partir todos aqueles que a escolhem como ponto de acesso.

Um projeto criado para servir os portuenses nas partidas e chegadas como também para o transporte de mercadorias. Edificada a pensar no seu espaço envolvente, é no centro da cidade que ela se encontra.

Antes da sua implementação, ali ficava o convento de São Bento de Avé Maria, nome que resistiu ao tempo e às mudanças que deram forma à mais emblemática estação do Porto e de Portugal.

Não só o edifício, idealizado pelo arquiteto português Marques da Silva, é arte, dentro dele encontramos um dos mais belos e imponentes aglomerados de azulejos portugueses, tradição mais do que nossa, é a arte ao “serviço” de todos aqueles que usufruem desta estação. Ali então é possível encontrar mais de vinte mil azulejos que embelezam o vestíbulo, criação do pintor, ceramista, ilustrador e caricaturista, Jorge Colaço.

Sobre

R

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Sobre

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odas

28 Jovens Talentos Magazine 18 Jovens Talentos Magazine

“Sinto-te como minha.

Eu sei que é errado apropriar-me de ti, mas és como família.

Conheço-te há quatro anos e quase nunca me deixaste ficar mal.

As pessoas bem tentam que me traias, mas nunca acontece. Já na tua irmã mais nova não confio tanto. É mesquinha e já me roubou. És fonte de inspiração. E tenho tanto a agradecer-te.

Quantas vezes me trouxeste e levaste a alma?

Quantos caminhos já percorremos?

Quantas paisagens observamos?

Ai se os azulejos falassem…

Acho que foste a pessoa com quem mais joguei ao quarto escuro. E continuo a fazêlo já adulto. É tão bom quando acendes as luzes. Sempre tão majestosa. Mesmo quando sobre os teus ombros o céu está a cair.

Olha que acolhes bastantes famílias. Sempre esfomeados. Não nos deixam alimentá-los.

Bem, está na hora de voltar às raízes. A tua irmã já me espera. Seguida do resto da família claro.

Até já amiga.”

Por Nuno Meneses

C

rónica

ABISMO Há, a respeito deles, palavras de doutores escritas em processos urgentes. São termos importantes, em jeito de alerta, mas que apesar da sua importância e pressa, e da ajuda icomensurável que trazem, não passam por este portão de chapa nua. Muito menos nas manhãs frágeis de agora, onde a remendada casa se inunda de uma palidez nebulosa. As cortinas filtram luz e cor, deixando repousar um resquício de vida sobre as superfícies.

O silêncio em suspensão não era menos que uma respiração gasta – uma tosse farta aliada a uma dolorosa espera. A frágil criatura do sexo masculino molhava os lençóis com um suor frio a ele desapercebido. Caleidoscópicas febres, dores lancinantes... as costelas colavam-se à pele do desgraçado com uma hóstia de músculo a entremear.

A mulher magra, já com o dia avançado, olhava-o do outro lado do escanzelado leito. Oxalá aquelas tossidelas não lhes acordassem o filho, hoje dispensado da escola por causa da terapia da fala. Que dormisse mais umas horas, pairando um pouco mais no imaginário de quem afugenta gatos e se equilibra em bueiros do quintal.

Um urro de dor. Outro! Num sobressalto acorda o dono da casa, numa culpa viva e alucinada. Acalma a respiração, dando por si por entre os trapos. Já raramente tinha sonhos, ou até pesadelos – o que é uma pena, porque até o pior dos pesadelos constitui um sonho.

“Tens fome?”, sussurrou ela, indo ter com ele, tocando-lhe na cara, tentando dar-lhe pelo brilho fraco dos olhos. Ele responde-lhe do escuro com um Não rasgado. “Mas tens de comer…”

“Dá ao moço.” Dá ao moço? Já o tinha feito, com a parte que a ela cabia. A ausência de apetite do seu homem trazia-lhe uma friúra inquietante. Esquelético, não retinha nada do pouco que comia. Amontoavam-se os maus presságios que ela procurava menosprezar, soltando da mente mil frases a eito.

“Hoje vou às estufas. Em antes deixo o moço na terapia. Ao vir pego, passo pelo talho e trago-vos um

pouquechinho de carne.”

“Quanto?”

“Vinte e cinco eiros.”

O homem não lhe captou o orgulho na voz. “A minha mãe não te dá mais?”

Ela soltou um suspiro. “Ainda hoje de manhãzinha me deu vinte cêntimos para pães.” Detestava pedir, e mais que isso, à sogra.

“E o Nico depois, como é?”

“A tua mãe vai buscá-lo ao doutor”. Pobre rapaz.

Mais umas horas de sono trariam palavras menos torpes àquela cabecinha oca. O mesmo para mais umas horas de pai, aquele doente que para ali caía.

Mal conviviam, não fossem os esforços dela, esforçando uma fronte lutadora, entrecortando as mágoas com os sorrisos, para desanuviarem... e aquele piquenique que fizeram no Anjo? Era quem visse a pele do companheiro. Que suplício, que fantasma de gente!

Suplicou-lhe, uma última vez, para que comesse qualquer coisa. Já por duas vezes perdera todas as composturas quando os apoios não apareciam. Sem eles... nem queria pensar. Tudo lhe caía em cima, e o pesado fardo ameaçava partir-lhe os ossos. Supõese que ela nunca arranje trabalho algum, ansiosa, inconstante, uma autêntica guerreira pela família. Trovejando tosse, o homem colidiu contra o silêncio.

“Vai-te embora! Deixa-me.”

Vai-te embora. Deixa-me. Tivesse tido ele a sua sorte, de recuperar da maldição das agulhas, substituindo os demónios com metadona no centro de apoio.

Tantos anos tão forte pedreiro, a quem não faltavam sorrisos e biscates, vê-se agora um naco de carne podre, a um passo daquele abismo onde se sobe.

Não se foi embora. Não o deixou.

Guilherme Mesquita guismesquita@gmail.com

ENTREVISTA DE Karina Silva FOTOGRAFIAS DE Pedro Santasmarinas

PEDRO SANTASMARINAS Desde pequeno que o gosto pelo desenho o acompanha, é um jovem realizador e o seu mais recente projeto é de animação que já se encontra no circuito de festivais de cinema!

Fomos conhecer o Pedro e o seu Zombies4Kids.

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Como surgiu o gosto pelo com este género de terror. O Zomaudiovisual e nomeada- bies4Kids reúne em 40 zombies desenhados à mão referencias a estes filmes mente pela animação?

Desde pequeno que gosto muito de desenhar. E desse gosto frenético, acabei por fazer o secundário na Escola Artística de Soares dos Reis. Foi ai que descobri as potencialidades do audiovisual e o poder infinito de contar historias através do cinema.

Desde os meus treze anos que me lembro de brincar com a câmara de filmar, sempre tive vontade e interesse em experimentar muitas coisas, nomeadamente descobrir o stopmotion a brincar com legos.

Filmar e desenhar são duas coisas que desde pequeno me dão muito prazer fazer, acho que conciliar as duas coisas era inevitável, mais cedo ou mais tarde teria que acontecer.

Em que consiste o teu projeto atual, curta metragem de animação “ZOMBIES 4 KIDS”?

O Zombies4Kids, é oficialmente o meu primeiro projecto de animação. Mais do que “um guia de sobrevivência” é um guia de identificação para as crianças saberem distinguir e agir perante diferentes tipos de zombies, e não só...

Aos 16 anos, quando descobri o universo dos zombies, fiquei obcecado e tentei ver tudo quanto conseguia relacionado

que me vinham a fascinar desde então.

Qual foi a motivação principal para a criação desta curta metragem?

O Zombies4Kids é um vídeo musical e todo o processo funcionou nesse sentido, isto é, a música zombies4kids já existia, escrita e composta pelo José Pedro Lopes, co-produtor deste projecto.

Quando ouvi pela primeira vez a música, suscitou-me ilustrá-la, seguindo à risca a própria letra. Através da animação, limitei-me a dar-lhe “vida”.

Quanto tempo demorou a criação de todo o projeto?

As minhas melhores ideias surgem repentinamente, nos locais mais inesperados, e a minha tendência é registar essa ideia ou tentar executá-la, caso possível.

No caso do Zombies4Kids, tive a sorte de estar em frente ao computador com algum tempo disponível e enquanto ouvia a música vezes sem conta, comecei a desenhar.

Entre eu animar, o Emanuel Grácio fazer o som e a Teresa Marinho, os grafismos, foram cerca de cinco meses até o projecto estar completo.

À Recentemente o “ZOMBIES 4 KIDS” esteve em exibição no IndieLisboa International Film Festival, como foi a experiência?

O IndieLisboa International Film Festival é um grande festival a nível nacional, foi uma enorme alegria e um prazer poder ter lá o Zombies4Kids. A experiência foi muito positiva, o filme passou na secção IndieJúnior, o que permitiu um contacto próximo com o público mais jovem, e que incluiu no fim uma sessão de Q&A. Ter podido estrear a nível nacional o Zombies4Kids no IndieLisboa foi muito gratificante, e tê-lo feito rodeado de crianças foi fantástico. Vê-las a delirar (literalmente) com o filme fez-me delirar também!

Como realizador desta “curtíssima” até onde gostarias que esta chegasse?

Neste momento andamos a fazer um circuito de festivais, a curta tem sido muito bem aceite e tem viajado muito.

Já existe uma data prevista para o lançamento online, e tenho andado a ponderar sobre hipótese de expandir este projecto com novos segmentos como Aliens4Kids, Witches4Kids, etc... mas como não está nada confirmado, não quero adiantar mais.

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ONVERSA

Portugal é um país de boa receptividade para os criadores de animação?

Tendo sido este o meu primeiro projecto em animação, só agora é que começo a estar “por dentro” dos festivais do género. Como referi anteriormente, no caso do Zombies4Kids a recepção tem sido bastante boa, tanto a nível nacional como internacional.

Este é “Um guia de sobrevivência para crianças que enfrentam mortos-vivos”, como tem sido a receptividade do público nomeadamente os mais pequenos?

No IndieLisboa, soube por amigos que havia quem cantasse a música do filme, “it is a zombie! It is a zombie!”, pelos corredores.

Depois da sessão, no Q&A o público mais jovem conseguiu deixar-me boquiaberto pelo interesse que demonstraram. Quando lhes perguntei, “Gostam de Zombies?”, o auditório em peso gritou “WALKING DEAD!” Fiquei bastante impressionado com o conhecimento que crianças com 10/12 anos têm acerca do género de terror no cinema...dito isto, a conversa terminou a falar do Evil Dead e do The Conjuring.

Como realizador e criador de ficção qual é o teu grande objetivo profissional a médio ao longo prazo?

O grande objectivo a curto, médio e longo prazo é continuar com a capacidade de contar histórias, idilicamente cada vez maiores. A boa recepção que tenho tido do público em geral com os diversos projetos que tenho desenvolvido, e para além disso, a satisfação que tenho ao fazê-los, faz-me querer continuar.

Não sei que oportunidades se seguem, mas espero poder continuar a fazer aquilo que gosto, e com isso adicionar algo de novo a quem vê o meu trabalho.

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Já tens novo projeto que queiras partilhar?

De momento, estou a terminar uma nova curta-metragem de ficção “Se o Dia Chegar”, que conta com a participação dos atores Adriana Sá e Filipe Vargas, e é até à data a minha curta mais longa. Estamos a fazer tudo para terminar o filme até à primeira quinzena de Junho.

O filme acompanha episódios da relação entre pai e filha, num cenário dramático, onde ambos têm que lutar pela própria vida.

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rónica

UM DIA SOMOS VELHOS Foi quando lhe vi os olhos em lágrimas que pude sentir o que outrora só imaginei. Vi nela o que temia em mim e nos meus dias. A força que não tinha se, em vez de ser dela a dor, fosse antes a minha.

As palavras cresciam-me como saliva e vinha daí o meu calor.

- Ele ia trabalhar para fora. Esgotaram-se as hipóteses, algum dia tem que ganhar dinheiro.

Reconheci-lhe um imenso corpo inabitado, uma mistura entre agora e até nunca mais. Deixei que o tempo passasse entre nós, deixei que o silêncio formasse opinião.

Egoísta, decifrei amiúde o medo de ser-lhe, num futuro já visitado, o mesmo tipo de dor. De ter que ser eu ali, um verso abandonado por uma poesia que não se findou e que tinha tanto para se continuar. E apesar do fim não se consumar pela distância, apenas, o universo jovem alargava-se a uma tristeza que não podia ser descrita. O país ia-se divorciando de nós.

Somos com dinheiro até que um dia somos velhos.

Despedimo-nos da nossa casa, amigos, família, namorados. Despedimo-nos da vida para poder ter vida e no fim somos... um imenso vazio tanto pelo que conhecemos como pelo que deixamos morrer, a seu tempo.

Existi, hoje, para me ir perguntando sobre que texturas se traçam nos caminhos não percorridos, e que lugares me esperam amanhã, que pessoas me esperam, quando tudo que construo se desarma pela necessidade de viver. Se Viver é a maior grandeza, para quê?

E depressa, “Num mundo onde nada é impensável, tudo é verdade. Até uma mentira”1. Até outro lugar onde se promete o que aqui não houve, ou que se teve sem se reconhecer.

Recordo o pouco que li, o pouco que me liam ao crescer. Lembro-me de como nos contos não havia

dinheiro e unicamente a insinuação. Via que ao esticar, o meu corpo trazia muito para além de consciência, a verdade. E que apesar da inclinação para ignorância, raro era aquele que vivia a par com a mentira.

Escolher crescer é crer que quem me mente é também quem me diz a verdade. É crer que o que sinto é inferior ao que penso, é crer que para viver é preciso estar só.

Noto o riso a compensar o medo. A desilusão que disfarça por saber o que a espera. E cedo demais nos habituamos a perder no universo dos dias o que ao pouco conquistamos. A perder dos dias o que os sustenta – essa alguma coisa, ou alguém.

Abdico da vida por mais vida até ao dia em que não há pelo que viver. E tudo para poder dizer que vivi e que nunca me soube tão pouco.

Um dia, não muito longe, voltaremos a encontrar na natureza tudo o que a precede, a importância inevitável de ser livre, de germinar e crescer, como erva.

Até lá fica-nos apenas uma sombra de Homens onde “Viver é o que há de mais raro no mundo. A maior parte das pessoas existem e é tudo.”2 1 2

Citação retirada do filme Charlotte Gray Citação retirada do livro Aforismos de Oscar Wilde

Ana Pichel http://indiewood.tv/videos/6/205/showreel-2013#.U4uOrZRdUWl

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