11 O JOVEM [Novembro2008]

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Nº 11 Ano XXIII - Editor. Juventude Popular da Maia - 25 de Novembro de 2008 - Distribuição Gratuíta

OBRIGADO

JOSÉ SOARES A despedida oficial de um dos melhores militantes que já serviram a Juventude Popular da Maia Pag. 4

Debate sobre Educação, Conselho Nacional, Textos de Opinião 10 medidas para a “Violência Doméstica”, Eric Rodrigues é o militante do ano da Juventude Popular! Pag. 4 e 5


Novembro de 2008

Fresquinhas e boas...

Greve dos Professores... Os professores e os alunos voltaram novamente para a rua para demonstrar a sua insatisfação para com o modelo de avaliação de professores e o Estatuto do Aluno, respectivamente. Ainda sem solução a vista, professores e alunos prometem voltar à rua nos próximos dias de modo a demonstrar mais uma vez o seu descontentamento para com o Primeiroministro e a Ministra da Educação.

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Editorial.

Neste mês de Novembro, a JP da Maia este presente no Conselho Nacional da Juventude Popular no Hotel Tivoli em Coimbra. Alem de ter sido um fim-desemana bastante produtivo a discutir os pontos da ordem de trabalhos, ficou marcado também por momentos importantes para militantes da JP. Desde logo, o prémio Ricardo Medeiros para melhor militante do ano ter sido entregue ao Presidente da CPC da Maia Eric Rodrigues, que o editor deste jornal muito admira, o qual é inteiramente merecido. Eric parabéns! Também é de dar os parabéns ao novo Secretário-geral da Juventude Popular João Ribeirinho e votos de bom trabalho. Ao antigo Secretário-geral, agora eleito Presidente da Comissão de Fiscalização e Disciplina, votos de bom trabalho nas novas funções. “Last but not least”, parabéns a nova concelhia do Porto da Juventude Popular pela sua eleição…contem comigo para o que precisem!

Postas Virtuais @ jpmaia.blogspot.com Eric Rodrigues eric@jpmaia.org

BPN Nacionalizado...

Audições ao Governador do Banco de Portugal... O Governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio foi convocado pelos deputados a ir ao Parlamento explicar como é que a regulação do Banco de Portugal não detectou os problemas no BPN mais cedo. Notícias têm vindo a público a dizer que o Governador do Banco de Portugal estaria a par das situações de fraude no banco desde Maio deste ano e não actuou. O presidente do CDS-PP Paulo Portas pediu, no Parlamento explicações ao Governador e também a sua demissão do cardo de Governador.

Nuno Moreira da Silva Coordenador do Gabinete de Estudos Juventude Popular da Maia

Estado Social Implantado

O governo anunciou este mês que o Banco Português de Negócios vai ser nacionalizado. O processo está a decorrer na Assembleia da República onde se espera que passe com, pelo menos, a maioria socialista a aprovar o diploma que nacionaliza do BPN. O presidente da holding que gere o BPN, Miguel Cadilhe antigo ministro das Finanças de Cavaco Silva, veio a público contestar a decisão do executivo de José Sócrates

o jovem

As últimas sondagens da Universidade Católica provocaram uma enorme onda de choque na direita portuguesa. Por muito que alguns possam tentar demonstrar o contrário através ou do silencio ou da mera desvalorização dos factos, o que é certo e inegável é que algo vai extremamente mal no centro-direita português. Confesso que fiquei indignado, não apenas pelo parco resultado da direita, mas principalmente pela cavalgada ascendente que a esquerda e principalmente a extremaesquerda têm vindo a assumir ano após ano. Se o futuro assim o confirmar, e segundo a dita sondagem, o conjunto dos votos do centrodireita português totaliza 37% das intenções de voto, ficando o Partido Socialista muito perto da maioria absoluta e uma extrema-esquerda com 18%. O que me assusta é não ter a noção dos limites que o Partido Socialista a si impõe para garantir poder, podendo até segundo uma lógica imediata assumir um projecto de governo com o Bloco de Esquerda para assim garantir a maioria parlamentar. É importante referir que não existe semelhante na Europa civilizada, onde florescem os governos de centro/centrodireita que têm conseguido (uns melhor que outros) impor um ritmo de crescimento económico e social bastante assinalável. Se acontecer o que as sondagens nos indicam, e eu espero que não, Portugal assume um cenário político somente visto na América Latina ou em países subdesenvolvidos. O que é um facto, é que o sistema partidário português é ainda um sistema pósrevolucionário e ainda não atingiu uma fórmula mágica para se demarcar dessa conotação que insiste em ser cultivada e mantida pela generalidade do povo português, que assiste impávido e sereno a uma autêntica e possivelmente irremediável instalação de uma colónia de esquerda em Portugal. Tal como em outros momentos da nossa história, o conformismo e afastamento foram sempre palavras de ordem no que diz respeito a alterações estruturais de governação, fruto talvez de uma eterna insatisfação da alma lusa. Quanto a isto, creio que a própria história consiga sustentar a minha afirmação.. (ver mais em www.jpmaia.blogspot.com)

O Termóme tr o Quente Prémio Ricardo Medeiros O presidente da Comissão Política Concelhia da JP Maia, Eric Rodrigues, venceu no passado dia 8 de Novembro o galardão máximo entre militantes da Juventude Popular. Parabéns!

Tomada de Posse da JP Porto Foi uma festa animada, pautada com discursos de enorme qualidade. De destacar mais uma vez os grandes momentos de convívio entre os militantes da Juventude Popular.

25 de Novembro A Juventude Popular da Maia irá realizar uma campanha de rua comemorativa do 25 de Novembro de 1975. Não percas!

Frio Ministério da Educação A Ministra da Educação mais uma vez dá provas da sua inflexibilidade, pondo cada vez mais em causa a credibilidade do sistema de ensino por ela idealizado.

Greve dos alunos Inaceitável a posição dos alunos em partir para a greve e principalmente para posturas pouco dignas que em nada favorecem a sua imagem.

Voto de pesar A Juventude Popular da Maia lamenta profundamente o falecimento do Presidente da Junta de Freguesia de Águas Santas, Manuel Correia. Á família enlutada enviamos o nosso voto de pesar.

A não perder! 25 de Novembro de 2008 Campanha informativa sobre o 25 de Novembro na Escola Secundária da Maia. Horário. 16.00h 1 a 22 de Dezembro de 2008 Campanha de recolha de brinquedos e roupas para instituição de caridade. Local. Concelho da Maia mais novidades em

www.jpmaia.org


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Primeiro Plano

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o jovem

Educação em debate Juventude Popular da Maia debateu o futuro da Educação em Portugal... Culminando um mês de iniciativas

.relacionadas com a Educação, das quais se destaca a campanha de rua sobre o ChequeEnsino, a Juventude Popular da Maia promoveu a realização de um debate alusivo ao tema, que decorreu sob o mote dado pela pergunta “que futuro para a Educação em Portugal?”. Realizado no Fórum da Maia, a iniciativa contou com a presença dos deputados Diogo Feyo (CDS-PP) e Alcídia Lopes (PS).

Neste debate a JP Maia teve também oportunidade de apresentar as suas 10 medidas para melhorar a Educação em Portugal, desenvolvidas no âmbito da atenção dispensada pela concelhia a este tema.

Como seria de prever, foram propostas aos ouvintes duas formas distintas de encarar a educação, quer em termos estruturais – o actual sistema de escola pública, sua viabilidade e vivacidade esteve sobre a mesa – quer em termos mais actuais – não ficaram alheias à discussão referências a algumas das marcas deste executivo socialista como o programa Novas Oportunidades ou o Magalhães… O público presente, que contou, entre outros, com as presenças do presidente da Juventude Popular, Pedro Moutinho, e do presidente da Câmara Municipal da Maia, Bragança Fernandes, esteva particularmente activo na fase de perguntas aos oradores, dando um contributo imprescindível e de inegável enriquecimento à iniciativa.

JP reúne Conselho Nacional em Coimbra Aprovado o Plano de Actividades, Orçamento e atribuído o prémio Ricardo Medeiros ao militante do ano Nos dias 8 e 9 de Novembro decorreu em Coimbra mais um Conselho Nacional da Juventude Popular, o segundo de 2009, depois do Conselho Nacional da Guarda, realizado em Abril passado. Para lá das considerações e práticas habituais neste tipo de evento, foi dado a conhecer aos conselheiros nacionais o Manual do Ambiente da JP, fruto do trabalho de uma equipa liderada pelo Patrique Alves. Outro dos momentos altos e mais interessantes do fim-de-semana foi a visita à Universidade de Coimbra, em particular à sua Biblioteca Joanina. A Juventude Popular mostrou também, em Coimbra, que sabe receber. José Soeiro, deputado do Bloco de Esquerda, teve a

oportunidade de deixar os seus pontos de vista sobre a crise económica, tendo tipo o brilhante contraditório do “nosso” Micha, num debate esclarecedor e animado. A participação da JP Maia foi um dos destaques, tendo a concelhia maiata apresentado em Coimbra as suas ideias desenvolvidas ao longo dos últimos tempos no campo da Educação e sobre o tema da Violência Doméstica. No entanto, o maior destaque maiato no Conselho Nacional foi o presidente da sua Comissão Política, Eric Rodrigues, vencedor do prémio Ricardo Medeiros, que distingue o melhor militante do ano da Juventude Popular.

10 MEDIDAS - “VIOLÊNCIA DOMÉSTICA” JP Maia reage aos dados apresentados pela UMAR e desenvolve um conjunto de 10 medidas de prevenção! A Juventude Popular da Maia reagiu aos dados apresentados pela UMAR sobre o crescimento de casos de Violência Doméstica em Portugal com o lançamento de um comunicado oficial onde estão inseridas um conjunto de 10 medidas para por termo ao crescimento de casos de Violência Doméstica. Desde 2007 que a Juventude Popular da Maia é uma das forças políticas que mais tem interagido junto da população para sensibilizar e informar sobre as soluções disponíveis para solucionar eventuais casos de abuso. Intervimos junto das camadas mais jovens, incidindo mais particularmente nas escolas do concelho procurando implantar

uma cultura cívica activa no que diz respeito à denúncia e à consciencialização global para um problema que existe e que infelizmente tem vindo a aumentar drasticamente nos últimos anos. Sinteticamente as medidas são: Investir na Informação, protecção à vítima, responsabilização do agressor, formação dos profissionais, correcta avaliação da situação, partilha de informação positiva, definição de comportamentos, promoção da igualdade e protecção das crianças. Para aprofundar cada uma das medidas podem consultar o documento no site oficial da Juventude Popular da Maia em www.jpmaia.org.


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o jovem

coluna livre Até breve... Depois de catorze anos de lutas e batalhas políticas pela bandeira da JP chegou a hora de vos deixar. Despeço-me de vocês com um até breve. Um até breve que no fundo significa que também vocês irão saber o que é sentir que temos que abandonar uma casa que nos acolhe com tanto carinho como a JP. Claro que quando estamos na JP nunca pensamos nas palavras que teremos que dizer quando os 30 transformam-se em 31. Quando olho para trás e vejo tudo o que passei sinto a tranquilidade suficiente para vos dizer que valeu a pena. Desde o dia em que o nosso amigo Ricardo Campos me desafiou a ser diferente, me desafiou a olhar mais longe, em me assumir como um JP (na altura ainda JC).

José Filipe Soares Presidente da Mesa da Assembleia da Juventude Popular da Maia josesoares@jpmaia.org

Despeço-me de todos vós… Vemo-nos daqui a uns anos no CDS, mas sempre com a mesma vontade de mudar Portugal.... A todos vós, JP Maia, limito-me a dizer-vos que sigam em frente, que levem os vossos sonhos em frente, que lutem, que reflictam, mas acima de tudo, nunca deixem que vos roubem o espírito de iniciativa que sempre nos caracterizou e que faz da JP um caso único no país. Um abraço especial ao Eric, por tudo o que ele hoje representa na JP, quer na Maia, quer em qualquer lugar. Para ti, meu caro, auguro os melhores dias dentro da JP, para ti o céu não é o limite pois consegues sempre mais e mais, merecida a distinção que recebeste (Prémio Ricardo Medeiros – Militante do Ano).

E foi a partir desse dia que comecei a amar esta casa como amo a minha. Sinto bem entre os demais, sempre fiz o meu melhor pela instituição que represento e sempre ajudei os que vieram comigo a sonhar como eu sonhei! Momentos de imensa alegria, euforia, momentos de reflexão, de formação como homem, como alguém que sonha em mudar o estado das coisas, momentos de tensão, de desilusão, logo substituídos pela imensa vontade de trabalhar em prol de um sonho, em prol de um país! Que melhores palavras para definir o que senti, que melhores sentimentos para vos dizer o que vivi enquanto JP.

José Filipe Soares

Currículo Político Vogal da Comissão Política Concelhia da JP Maia Vice-Presidente da Comissão Política Concelhia da JP Maia Presidente da Comissão Política Concelhia da JP Maia Presidente da Mesa da Assembleia JP Maia Vogal da Comissão Política Distrital do Porto Secretário da Mesa do Congresso Nacional

Obrigado, José Filipe Soares...

Eric Rodrigues Presidente da Juventude Popular da Maia eric@jpmaia.org

juventude partidária, e principalmente na JP Maia por motivos que de seguida irei desenvolver… A Juventude Popular da Maia é talvez um caso único no espectro político local e arrisco dizer, a nível nacional (na estrutura da Juventude Popular). É um caso único pela sua Lembro-me muito bem do momento em que história e pela sua capacidade de ultrapassar tomei a decisão de me envolver directamente dificuldades que a maioria das outras com uma juventude partidária, e tomei a decisão estruturas juvenis nunca terão de ultrapassar. Meu caro, José Filipe Soares, escrevo este texto para ti. Não só na qualidade de Presidente da Juventude Popular da Maia, mas inevitavelmente na qualidade de teu amigo pessoal, amizade essa que certamente ultrapassará os limites formais do companheirismo partidário.

de optar pela Juventude Popular de livre consciência e com um enquadramento ideológico já bastante consolidado e amadurecido. Esperei perto de 2 anos para receber aquele telefone, sim, aquele telefonema em que tu, Zé, me convidaste a participar activamente com a Juventude Popular. Lembrome também, dos telefonemas a horas pouco respeitáveis, em que eu, ainda muito jovem, altamente motivado e galvanizado procurava um pouco da tua experiência para me guiar no meu processo de formação. Não foram poucas as vezes que discordamos, e com toda a certeza no futuro voltaremos a discordar, o que é perfeitamente saudável e promovível numa estrutura partidária, mas foram muitas mais em que concordamos e juntos caminhamos para a construção de um projecto que já hoje começa a dar os seus primeiros frutos. O papel daqueles que, ou pela idade, ou meramente por experiência acumulada desempenham dentro da estrutura é de todo fundamental para a construção e a renovação de gerações que é essencial e inevitável numa

Confiamos unicamente na nossa ambição, na nossa dedicação e espírito de sacrifício, não tendo as comodidades e as facilidades que muitos assumem como dados adquiridos. Temos uma história extraordinária, pautada de grandes líderes e de enormes feitos, de militantes que através do seu trabalho garantiram a sua eternidade dentro da estrutura sem nada pedirem em troca, fazendo-o única e exclusivamente pela sua cidade, pelos seus jovens e pelo fim mais honroso e nobre, Portugal. Todo este sentimento e orgulho que é ser da Juventude Centrista da Maia é transmitido dos mais velhos para os mais novos, de geração em geração, de militante em militante, e foi esse o maior valor que me foi transmitido por ti, meu caro amigo José Soares. Faço todos os dias o meu melhor para transmitir esse orgulho a todos aqueles que por ímpeto pessoal entregam parte das suas vidas

e da sua juventude à JP Maia. Hoje, por muita tristeza que isso me cause, passas a fazer parte desse nosso vastíssimo património. Farás certamente parte daquele restrito leque de militantes que alcançam a já referida “eternidade” dentro da nossa sede. Daqui a muitos anos, o teu nome será lembrado, e como hoje fazemos com aqueles que marcaram a nossa história, rejubilarão com as histórias, com os textos, com as fotografias e com todo o património que nos deixas. É essa orfandade positiva que marca gerações na Juventude Popular da Maia. Seja por aqueles que nos deixam de livre consciência ou aqueles que como tu, nos deixam por uma imposição estatutária de limite de idade. Quero-te agradecer, José Filipe Soares, por tudo o que nos deste, por tudo o que ainda nos querias dar. Quero-te agradecer por me teres ensinado o que significa a Juventude Popular da Maia e o enorme orgulho e responsabilidade que é ser presidente da estrutura. Quero-te agradecer por todos os sorrisos, por todas as gargalhadas, por todas os abraços por todos os momentos que juntos vivemos… Quero-te agradecer por teres sido diferente, e por teres implantado em mim a ambição de também o ser.


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o jovem

coluna livre Pague um, leve dois...

Tiago Loureiro Militante da Juventude Popular da Maia tiagoloureiro@jpmaia.org

Valores, Dostoiévski e a Liberdade O poder é, regra geral, um instrumento que leva os que o detêm a cair na tentação do abuso. A imposição de valores sempre foi um deles. Determinados valores, apesar de este ser genuinamente um conceito carregado de uma ampla subjectividade, vão sendo sucessivamente impostos na defesa de um suposto bem comum. Ao mesmo tempo, uma boa maioria deles vai colocando um outro em causa: o da Liberdade. Curioso é que a Liberdade é, provavelmente, o único valor que, ainda que imposto, não colocaria reservas ao seu incumprimento. Por absurdo, podemos afirmar que quem não quisesse ser livre teria a… liberdade para não o ser. A Liberdade é, de facto, o grande valor da vida humana, a condição indispensável para o ser humano ser gente. A propósito da liberdade enquanto condição natural do Homem, escreveu Dostoiévski, no seu Cadernos do Subterrâneo, que “se um dia de facto se descobrisse uma fórmula para todos os nossos desejos e caprichos – (…) isto é uma fórmula matemática exacta - então, muito provavelmente, o homem deixaria imediatamente de sentir desejo”. Da mesma forma, quando alguém julga ter descoberto essa fórmula, e no fundo apenas terá desencadeado uma série de considerações éticomorais baseadas nos seus próprios valores, a imposição cai-nos em cima e leva-nos o desejo – ou a “liberdade de desejo e de escolha”, como

como explica Dostoiévski. Mergulhar na previsibilidade de um mundo carregado de caminhos pré-definidos planeados por outros, e de portas que não podemos sequer arriscar abrir porque alguém nos tirou a chave, é perder esse “desejo”. E é, no fundo, não viver. É ser “transformado numa peça de um órgão ou algo do género”, como continua Dostoiévski, em favor de um qualquer conjunto de valores entendidos em cabeça alheia serem os certos. Cada vez tenho menos dúvidas de que vivemos embalados num mundo onde a possibilidade do “desejo” está menos presente do que devia; onde a vida vai sendo tirada aos bocadinhos a cada pequena obrigação que nos diz pouco ou nada.

Democracia e Liberdade Lembro-me que no meu primeiro texto de opinião no jornal “O Jovem”, que se chamava “25 de Abril, sempre!”, demonstrando pelo acontecimento o meu profundo respeito, uma vez que me “renova o espírito democrático e liberal”, considerei o 25 de Abril de 1974 um processo que, “na sua génese e após dores de parto extremamente fortes, acabou mesmo por se cumprir em Novembro de 1975”. A propósito desta data, não pretendo repetir aqui a história que temos contado vezes sem conta àqueles a quem o sistema, próprio de um país desenhado com a mão esquerda, tem dificultado a percepção de factos com uma importância

Sobre o caso BPN

aparentemente decisiva na nossa história recente. Não só a história do 25 de Novembro não é ainda muito clara, nem eu tenho dificuldade em viver com as pazes razoavelmente feitas com a História. Neste momento, em que celebramos a passagem dos 33 anos sobre aquele que terá sido um dia decisivo para a democracia e a liberdade em Portugal, o dia que confirmou Abril, vale a pena rectificar as minhas considerações de então, tendo esses conceitos no centro da análise. Democracia e Liberdade. Agora sim, vale a pena perguntar, olhando para o país que temos, em que a democracia funciona mal e a liberdade é posta em causa a cada esquina, se Abril (ou Novembro, se preferirem) alguma vez se cumpriu...

Nuno Moreira da Silva Coordenador do Gabinete de Estudos da Juventude Popular da Maia nunosilva@jpmaia.org

Tenho-me retraído de escrever alguma coisa sobre o caso BPN, até porque não queria ser mais um a "bater no ceguinho" mas, à luz dos acontecimentos da última semana, vejo-me tentado a escrever, como um bom pecador, cedi à tentação e vou redigir umas palavras à conta deste já tão famoso caso e em especial, de Manuel Dias Loureiro. Facto: Dias Loureiro participou pelo Grupo BPN na compra de empresas que foram ocultadas das autoridades. Facto: Oliveira e Costa e Dias Loureiro foram os gestores que se deslocaram a Porto Rico para comprar 75% da NewTecnologies em Dezembro de 2001 e no mês seguinte 25% na Biometrics Imagineerin . Facto: Isto são factos e contra não há argumentos. Mas o facto de isto ter acontecido ou o facto de Dias Loureiro ter estado presente neste negócios e noutros que não enumero aqui, não faz dele automaticamente culpado. Vai uma grande distancia entre rumores e peças jornalísticas (mesmo que contenham facto que não são sequer negados, e uma acusação do Ministério Público. E uma distancia ainda maior entre a acusação e o veredicto de culpado. Daí não perceber o porquê de exigirem (leia-se Francisco Louçã) um pedido de demissão de Dias Loureiro de

Conselheiro de Estado ou mesmo que o Presidente da República demita este conselheiro. Portugal já viu muita gente ser acusada e afinal estar inocente. Não vamos entrar por esse caminho novamente por favor. No entanto, Pedro Passos Coelho não deixa de ter razão quando diz que este caso é um embaraço para o Presidente da República. Já Francisco Louçã (o salvador da moral e bons costumes portugueses) acusou, julgou e sentenciou Dias Loureiro. É de ter em conta que António Marta também bons motivos para desmentir o ex Ministro social democrata já que ainda não se percebeu muito bem até onde o Banco de Portugal meteu água nesta história toda. Facto: Dias Loureiro prontificasse a prestar testemunho no Parlamento. Facto: A maioria socialista não quer. Desde já sou favorável a que este testemunho tenha lugar na PGR e no Parlamento, porque nos estamos a esquecer de uma coisa, este é um caso de polícia mas também é e sê-lo-á sempre um caso POLÍTICO. É de notar que estamos a falar de um Conselheiro de Estado e de um grupo cujo Banco será nacionalizado pelo nosso dinheiro. Mais uma vez frisando, isto será sempre um caso POLÍTICO. No entanto

parece que o PS voltou atrás e vai aprovar a Comissão de inquérito parlamentar proposta pelo CDS e que já contava com o apoio de todos os partidos exceptuando o PS. Por último, e isto não é muito normal em mim nos tempos que corrente caro leitor, tenho de reconhecer que Paulo Portas está a ter um papel inteligentíssimo neste processo todo. Realmente o CDS está a fazer uma oposição válida no caso BPN e a gestão de soundbytes de Paulo Portas tem sido fenomenal. Ele tem conseguido bater nos pontos e pessoas certas sem fazer grande espectáculo (ao contrário dos Louçãs desta vida). Tenho de reconhecer que não via Paulo Portas em tão boa forma à muito tempo.


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O jornal “O Jovem” e todo o seu conteúdo são da propriedade exclusiva da Juventude Popular da Maia. Não serão permitidas qualquer tipo de cópia ou uso de material que não tenha sido aprovado pelo Gabinete de Estudos da Juventude Popular da Maia. Se desejares contribuir no jornal podes enviar os teus textos e as tuas notícias para imprensa@jpmaia.org até dia 13 de cada mês. O jornal “O Jovem” tem periodicidade mensal e sai no dia 15 de cada mês. Poderão sair edições especiais no caso de existir um acontecimento que o justifique.

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A Juventude Popular da Maia existe para lutar pelos direitos dos jovens maiatos. É essa a nossa maior ambição e o nosso maior objectivo.

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