30 O JOVEM [Junho2010]

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entrevista [8] Nuno Melo

“As pessoas vêem no CDS a oposição mais consistente e a melhor liderança” O eurodeputado do CDS-PP esteve à conversa com O Jovem, depois de ter estado presente na conferência organizada conjuntamente por JP e CDS da Maia, “Portugal: Presente e Futuro”. Nuno Melo abordou o estado actual do país e da Europa, e contou-nos tudo sobre a sua nova aventura europeia.

notícias [4]

especial [6]

opinião [12]

Figuras de grande relevo reunidas na Maia

A primeira edição d’O Jovem saiu há 25 anos

Textos de opinião de militantes da JP Maia

O CDS/PP Maia e a Juventude Popular da Maia realizaram em conjunto, no passado dia 5 de Junho, um conjunto de conferências com temas relacionados com o CDS-PP e a Juventude Popular.

Comemoram-se neste mês de Junho os 25 anos do jornal “O Jovem”. Nesta edição, encontrarás um “especial” sobre a história do jornal oficial da JP Maia e todo um conjunto de curiosidades sobre o tema.

Nesta edição, Manuel Oliveira, Carlos Pinto, Rita Magalhães e Silva e Nuno Silva, escrevem sobre diversos assuntos que dominam a agenda mediática por estes dias.


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primeira página

junho 2010 | o jovem

EDITORIAL

NESTA EDIÇÃO

Tiago Loureiro

primeira página

| Editor d’O Jovem

Editorial por Tiago Loureiro 1. É com incontido e indisfarçável orgulho que te dou as boas vindas a esta renovada edição d’O Jovem. Sempre com o intuito de melhorar e levar-te os melhores conteúdos de uma forma cada vez mais apelativa, aproveitamos a edição comemorativa do lançamento do primeiro número desta publicação – há 25 anos, no já distante verão de 1985 – para te apresentarmos uma imagem fresca e que marcará os próximos passos deste jornal na continuação desta já longa caminhada. Estes 25 anos de O Jovem são mais do que qualquer um de nós que nele coloca a sua marca. Durante estes 25, O Jovem viunos chegar, viu outros partir, e manteve-se intocável como símbolo perene do património de uma casa que tem o seu principal rosto nas constantes edições deste jornal. O Jovem não é, nunca foi, de ninguém em particular. É de todos os que nele escreveram, é de todos os que o leram. A todos, um especial obrigado. 2. A falta de senso nunca foi novidade quando se fala em socialismo. Exemplo disso, é o mecanismo anacrónico e perverso que o estado português mantém na sua posse em diversas empresas que decidiu privatizar. Golden Share, é já um conceito que cabe no léxico português com melhor justeza do que noutro qualquer. Um léxico socialista repleto de imoralidade, como aquela que retira a mais de 75% dos accionistas de uma empresa o direito de fazerem o que bem entenderem com o que é seu, como mandaria o bom senso. Um léxico em que privatizar é apenas igual a arrecadar dinheiro. Um léxico em que “interesse nacional” se confunde com “interesse dos boys”. E a Venezuela nunca esteve aqui tão perto… 3. Subida do IRS, cortes nas deduções em Educação e Saúde e aumentos generalizados no IVA, são apenas alguns dos golpes que o Governo decidiu dar nos bolsos dos portugueses, aos quais nem os reformados conseguiram fugir. Esta tendência cleptómana assume cada vez mais contornos de uma falta de respeito insuportável pelo contribuinte. As mãos colectoras do estado são cada vez mais, num polvo que de tão gordo chega a todo o lado. De notar o exemplo do fotógrafo Paulo Nozolino que devolveu um prémio – atribuído sem concurso – pelo qual lhe pediram, a fim de pagar uma taxa de imposto sobre o mesmo, o escrutínio exaustivo da sua vida fiscal, qual monstro desconfiado e esfomeado. Ele mandou-os à fava. E muito bem.

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ser jp na maia Notícias A Direita Democrática em Portugal

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especial 25 anos a fazer história

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entrevista Nuno Melo

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opinião Manuel Oliveira Carlos Pinto Rita Magalhães e Silva Nuno Silva

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NOVIDADES Juventude Popular da Maia com condições para a criação de núcleos A Comissão Política da Juventude Popular da Maia atinge, neste final de mandato, um dos principais objectivos a que se propôs no Verão de 2009, aquando da sua tomada de posse. Com o forte crescimento que se verificou em número de militantes desde o início do presente ano, mais de 150 novos filiados, a estrutura encontra-se agora em condições de reforçar a sua presença constante no terreno com a criação efectiva de núcleos territoriais. Para este objectivo, muito contribuiu a aposta da equipa no trabalho de terreno constituído não só pelas visitas a todas as freguesias do concelho e o regular contacto com os respectivos executivos de junta, mas também as constantes campanhas junto das escolas secundárias. Foram principalmente estas iniciativas, que decorreram ao longo de todo o mandato, que possibilitaram a reunião de um conjunto de condições para a criação efectiva de núcleos que representem estrategicamente pontos geográficos do concelho. (Comunicado de Imprensa, 28 de Junho de 2010)


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JP MAIA PRESENTE NO CONSELHO MUNICIPAL DA JUVENTUDE

A Casa do Alto, em Pedrouços, acolheu o primeiro Conselho Municipal da Juventude que foi convocado para o passado dia 19 de Junho. A Juventude Popular da Maia esteve lá e registou com bom grado mais uma presença num órgão que considera fundamental para a participação cívica dos jovens e das associações em que estão inseridos. Na voz do Vereador da Juventude da Câmara Municipal da Maia, Hernâni Ribeiro, o pelouro apresentou uma análise de todas as actividades que tem

VISITAMOS A DIVISÃO DA MAIA DA PSP Inserida na temática da Segurança que a Juventude Popular da Maia pretende explorar nos próximos meses, a Divisão da Maia da Polícia de Segurança Pública (PSP) recebeu no passado dia 17 de Junho a visita de vários elementos da estrutura. Recebidos simpaticamente pela Subintendente Pereira e pelo Chefe Rodrigues, a JP Maia pode questionar e entender todos os dados e a realidade subjacente à Segurança no concelho. Compreendendo a importância desta Divisão para o combate e prevenção da criminalidade no concelho, a estrutura registou as dificuldades que ainda existem em termos de meios de combate

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vindo a desenvolver desde o início do mandato para de seguida ser submetido à votação dos conselheiros o novo Regulamento do Conselho Municipal da Juventude, um documento que, agora aprovado, permitirá em futuras reuniões uma maior participação e discussão de matérias a considerar pelo referido pelouro. A Juventude Popular da Maia votou favoravelmente e espera agora pela próxima reunião ordinária para submeter ideias concretas e realistas para o concelho. | Manuel Oliveira

como viaturas e materiais de protecção pessoal, assim como algumas dificuldades de alcance geográfico que os elementos da PSP ainda sentem na prevenção do crime. No entanto, não deixamos de enaltecer o esforço que estes profissionais têm feito para cumprir exemplarmente o programa Escola Segura com uma média de dois efectivos por escola promovendo assim um claro ambiente de segurança, aliás sentimento que a JP Maia já tinha constatado, aquando das suas visitas, junto dos alunos destes espaços. Ao mesmo tempo que a estrutura declarou extrema satisfação por este contacto de proximidade com aqueles que todos os dias trabalham para a segurança de todos nós, não esqueceu de deixar uma palavra de coragem e motivação a quem muitas vezes vê o seu trabalho prejudicado pela fraca execução da Justiça portuguesa e pelas brandas leis de | Manuel Oliveira combate à criminalidade.


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A DIREITA DEMOCRÁTICA DEMOCRÁTICA EM PORTUGAL Assim se apresentou o ciclo de conferências realizado no passado dia 5 de Junho. A iniciativa organizada com o carimbo do CDS-PP Maia e da Juventude Popular da Maia, no pequeno auditório do Fórum da Maia, proporcionou momentos de reflexão interna para uns mas também de conhecimento e esclarecimento para o público em geral que quis estar presente.


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Dia dedicado à formação política na cidade da Maia, com a presença de diversas figuras notáveis Numa iniciativa de nível poucas vezes visto, as estruturas do CDS e da JP do concelho da Maia proporcionaram um dia de formação para militantes e público em gera. Após painéis de interesse formativo indispensável para quem milita em ambas as organizações, tomando a perspectiva interna do CDS como ponto de partida, atingiu-se no último debate uma percepção sólida das questões estruturantes que constituem a actualidade política. Desde a análise da conjectura actual até à procura de soluções e princípios para estruturar um futuro sustentável e ambicioso, este conjunto de sessões potenciou mais um momento de crescimento político para todos, tal como é objectivada a agenda da JP Maia. Contando com um painel de oradores de primeira

qualidade, foi inicialmente abordada a Evolução Histórica e Política do CDS/PP, moderada pelo Dr. José Eduardo Azevedo, Presidente do CDS/PP – Maia e contando como orador com o Dr. José Ribeiro e Castro, Deputado e Ex-Presidente do CDS/PP. Sendo este um Militante histórico do CDS/PP, foi-nos possível extrair as principais notas dignas de registo na evolução política do CDS/PP, desde as suas origens. Numa intervenção totalmente esclarecedora, foi, entre outros episódios, perceber o rico, ainda que curto, percurso do Eng.º Adelino Amaro da Costa dentro do partido. Na segunda parte do ciclo de conferências, contou-se com a colaboração do Deputado e Presidente da Juventude Popular, Michael Seufert para debater a ideologia política assente em três vértices: o Liberalismo, o Conservadorismo e a Democracia-Cristã. Moderado pelo Presidente da Juventude Popular da Maia, Manuel Oliveira, esta reflexão teve como propósito dar a conhecer aos

mais jovens, mas não só, a identidade ideológica que rege o CDS/PP e a Juventude Popular. Focando cada um destes três eixos, e abordando os seus pontos de contacto e de conflito, esta intervenção marcou, claramente, os mais novos e muitos militantes da JP Maia que estiveram presentes, e que ouviam pela primeira vez, entusiasticamente, o Presidente da Juventude Popular. A encerrar o período da tarde, o Dr. João Almeida, Deputado e Secretário-geral do CDS/PP, complementou as ideias transmitidas pelos oradores citados, mediante a sua já vasta experiência política.

Presente e futuro de Portugal em debate

Os painéis da tarde estiveram a cargo dos deputados José Ribeiro e Castro e Michael Seufert.

A última sessão do dia ficou marcada pela ausência injustificada do Líder da Bancada Parlamentar do Partido Socialista, Francisco Assis. No entanto, o Presidente da Associação Comercial do Porto, Rui Moreira, trouxe-nos uma riqueza determinante ao

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debate mediante a exposição clara das suas ideias sobre o que constitui a sua percepção da dimensão estrutural que o País atravessa neste momento. O debate contou também com a participação do Dr. Nuno Melo, Eurodeputado e VicePresidente do CDS/PP. Trazendo a sua visão objectiva dos problemas políticos e estruturais que o País atravessa, expôs de seguida algumas das linhas de actuação, que segundo ele, ajudariam a reverter a situação conjuntural do País. Foi neste ambiente que ocorreu mais uma iniciativa da JP Maia. Talvez uma das iniciativas mais geradoras de valor intelectual que uma estrutura concelhia da Juventude Popular tenha promovido nos últimos tempos. Seguramente uma contínua e tremenda vontade em fazer mais e melhor em prol dos jovens, militantes da JP Maia ou não. Inquestionavelmente, ficou mais uma vez demonstrado o reconhecimento pela qualidade do trabalho desenvolvido pela JP Maia. | Carlos Pinto


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especial

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25 anos

a fazer história Foi há 25 anos que a primeira edição do jornal O Jovem viu a luz do dia, iniciando uma história ímpar de sucesso na Juventude Popular e tornando-se um marco de referência incontornável na vida das organizações políticas de juventude. Nesta edição comemorativa, não podíamos deixar passar em branco a comemoração das Bodas de Prata da publicação, relembrando um caminho que foi escrito a letras de Ouro.


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Uma marca de Prata, escrita a letras de Ouro “De jovens para jovens”. Foi este o mote que lançou, no longínquo mês de Junho de 1985, uma publicação que, segundo o primeiro editorial, surgia “pela inexistência de qualquer publicação juvenil no nosso Concelho”. Mal sabiam, certamente, os bravos que iniciavam aquela aventura, que O Jovem se tornaria em bem mais do que isso. Num editorial revestido de declaração de princípios daquele que viria a ser o marco mais visível da Juventude Popular da Maia, os fundadores d’O Jovem abriram o caminho que nos permitiu chegar a esta marca de Prata, escrevendo constantemente a história a tinta de Ouro. Apesar dos vários renascimentos, a marca do jornal O Jovem manteve-se indelevelmente agarrada a um tronco comum, uma linha orientadora, que marcaria o percurso do folheador das

páginas do jornal: a preocupação com o concelho da Maia, suas realidades e os problemas das suas gentes; as causas mais marcantes da Juventude Popular e as novidades do seu dia-a-dia; as reportagens de grande interesse público, sobre temas como a Eutanásia, a Liberdade de Expressão, a Regionalização ou, como grande tema dos inícios dos anos 1990, o Tratado de Maastricht; e a opinião acerca de diversos assuntos da actualidade nacional e internacional, escritas pela mão de militantes da casa, tendo o primeiro texto deste género sido assinado em 1985 pelo actual Vereador da Cultura da Câmara Municipal da Maia, Mário Nuno Neves. A marca d’O Jovem perde-se nas esquinas destes 25 anos e nas encruzilhadas das várias pessoas que nele colocaram a sua marca e, com isso, o ajudaram a crescer. A sua história não é feita de nomes isolados, mas de um conjunto de esforços e talentos, que deram a esta publicação a

qualidade suficiente resistir e se destacar.

para

Os rostos e os contributos que fizeram a história Naquele Verão de 1985, o nascimento do jornal O Jovem teve o condão de despertar consciências e abrir uma página na História. O ritmo da publicação não conseguiu ser consistente, acabando por ser interrompida pouco tempo após o seu o seu início. Mas o grande feito daquela edição, foi lançar a primeira pedra da construção d’O Jovem. Sem essa edição, esta reportagem não seria, certamente, uma realidade. Com um pouco mais de azar, esta publicação também não. Chegados aos inícios da década de 1990, sobre a coordenação do então Presidente da Comissão Política Concelhia, João Paulo Cardoso, O Jovem abriu mais uma página, retomando a publicação regular, ganhando então uma consistência

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nunca antes vista, abordando temas de elevado interesse, acompanhando alterações decisivas, com os grandes exemplos das mudanças na então CEE e no interior do CDS, então sob a liderança de Manuel Monteiro. Finalmente, após nova paragem, no final de 2007 O Jovem inicia um ciclo de 30 edições consecutivas e que promete não parar. Sob a coordenação de José Filipe Soares, O Jovem renasceu lenta mas sustentadamente, num reinício que cumpriu com as expectativas que gerou. Seguiram-se Nuno Silva e Tiago Loureiro à frente dos destinos da publicação. E seguiram-se momentos que cumpriram com uma evolução apenas possível com textos de qualidade, reportagens pertinentes e entrevistas exclusivas, provenientes de todos aqueles que contribuíram de alma e coração, com o fruto do seu esforço, para o sucesso destes 25 anos. | Tiago Loureiro


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entrevista

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AS PESSOAS VÊE VÊEM NO CDS A OPOSIÇÃO MAIS CONSIST CONSISTENTE E A MELHOR LIDERANÇA Ex-deputado à Assembleia da República e recentemente eleito deputado ao Parlamento Europeu pelo CDS-PP, partido de que é vicepresidente, Nuno Melo assume-se cada vez mais como uma figura incontornável da política portuguesa. Embora longe das luzes da ribalta da política nacional, o eurodeputado continua a assumir-se como uma das vozes mais respeitadas e admiradas no panorama político do nosso país. Aproveitando a sua passagem pela Maia, O Jovem esteve à conversa com aquele que promete marcar o futuro do partido e do país.


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entrevista

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Tenho tentado trazer o meu mandato muito mais "para Portugal", no sentido de dar visibilidade nacional ao que vou fazendo, e nisso, alterando lógicas de tempos passado, onde noutros partidos se ouvia falar dos deputados eleitos, apenas no momento da contagem dos votos e no balanço da imprensa, cinco anos depois. Cumpriu um ano do seu mandato como Deputado Europeu. Como avalia esta experiência? Muito positivamente. A candidatura pelo CDS, encabeçando a lista para o Parlamento Europeu, foi uma decisão ponderada, apesar de todo o risco da conjuntura desse tempo. E para já tenho podido experimentar um mandato no centro decisório da União Europeia, junto de personalidades políticas de referência dos diferentes países e trabalhando questões fundamentais para Portugal, muito mais até do que para o CDS. Também tenho tentado trazer o meu mandato

muito mais "para Portugal", no sentido de dar visibilidade nacional ao que vou fazendo, e nisso, alterando lógicas de tempos passados, onde noutros partidos se ouvia falar dos Deputados eleitos, basicamente em dois momentos: no da contagem dos votos e no balanço da imprensa anos depois. A sua opinião sobre o funcionamento das instituições europeias e da importância da UE no quadro político mundial alterou-se? Na verdade tenho-me limitado a confirmar a opinião que tinha,

desde logo no que toca ao dinamismo do processo europeu, e à tentativa de ganho de influência nos diferentes níveis institucionais, particularmente no Parlamento Europeu. Por coincidência, assisti no meu primeiro ano de mandato à entrada em vigor do Tratado de Lisboa e ao nascimento de dois novos cargos Presidente do Conselho e Alta Representante para os Negócios Estrangeiros – ocupados pelo belga Van Rompuy e pela britânica Catherine Ashton, respectivamente.


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entrevista

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Sou profundamente europeísta, mas não sou federalista. Acredito numa Europa que junte esforços, que potencie mercados, troque informações, harmonize legislações, permita a livre circulação de capitais, pessoas e bens, e que queira ser um bloco forte de influência à escala mundial, mas esse processo de construção não pode invalidar a dimensão soberana dos Estados. Como vê o futuro da União Europeia depois de ultrapassada a presente crise financeira e económica? Acha que ele está ameaçado? O futuro da União Europeia depende em larga medida do sucesso do combate à crise económica, e da salvaguarda da zona euro, ameaçada pelo descontrole das contas públicas de alguns países, particularmente na Grécia, Espanha e Portugal. Ainda assim, percebe-se que este sucesso, mais do que do nível de decisão europeu, depende particularmente da capacidade dos governos dos respectivos países. E se facto é que a crise se acentua nos países com governos socialistas, também não é de crer que quem governou funcionando como crise em cima da crise, seja capaz propriamente de a superar. Significativamente, a Comissão Europeia pretende sancionar no futuro próximo, retirando fundos comunitários, os países que não reduzam o défice e a dívida pública de acordo com o esperado. Por isso, com José Sócrates à frente dos destinos do país, temos todas as razões para ficarmos muito preocupados.

Como responde às pretensões de todos aqueles que partilham do sonho de uma EU federal? É sabido que sou profundamente europeísta, mas não sou federalista. Acredito numa Europa que junte esforços, que potencie mercados, troque informações, harmonize legislações, permita a livre circulação de capitais, pessoas e bens, e que queira ser um bloco forte de influência à escala mundial, mas considero que esse processo de construção não pode invalidar a

dimensão soberana dos Estados, que teriam tanto mais a perder com isso, quanto mais frágeis e dependentes as suas economias. De resto, as diferentes realidades históricas dos 27, demonstram como a par do interesse Europeu, há pólos de interesse nacionais, que muitas vezes se lhe sobrepõem. Portugal tem uma visão atlântica e uma presença nos países de influência lusófona, em África e no Brasil, que nenhum hipotético governo da União, seria capaz de interpretar e salvaguardar. E não deixa de ser curioso que muitos dos que defendem mais federalismo, deslocando para o centro da Europa níveis próprios de decisão, sejam os mesmos que defendem mais regionalização, sob pretexto da necessidade de aproximar os centros de decisão dos cidadãos. Paradoxos da política. Como vê a possibilidade da Turquia vir a integrar o leque de países que constituem a União Europeia? Há várias razões que me levam levantar muitas reservas à adesão da Turquia à União Europeia. Em primeiro lugar, geograficamente, a Turquia não é Europa, ou só o é numa parte residual. Depois, estrategicamente, num mundo globalizado, ameaçado pelo terrorismo que encontra fermento naquela região, não se percebe a vantagem de uma futura União Europeia com

fronteiras directas com o Curdistão Iraquiano, de difícil controle, e a partir daí, pela livre circulação de pessoas após a entrada, constituindo sério risco para a segurança interna. Acresce que a Turquia só é um Estado laico, porque tem um exército que impõe essa laicidade. E na Turquia, ainda se registam muitas violações dos direitos de minorias étnicas e religiosas, a par da discutível existência de igualdade de género. E por último, é sabido que para que um país possa aderir à União Europeia, tem de cumprir os chamados critérios de Copenhaga, que impõem respeito absoluto pelos direitos do homem e a capacidade de adequar as instituições internas, ás exigências administrativas da União. Parece óbvio que neste momento, a Turquia não cumpre os requisitos dos critérios de Copenhaga. Tudo isto, não invalida que se deva reconhecer à Turquia o enorme mérito de um esforço para evoluir no sentido do cumprimento de valores de referência importantes das sociedades ocidentais e um papel inestimável no seio da NATO, à qual pertence de pleno direito. E por isso, entendo dever defender-se um estatuto especialíssimo da Turquia, no relacionamento com a União Europeia, que lhe assegure vantagens e compense a proximidade e esforço das últimas décadas, apesar de tudo, diferente da adesão plena.

A Turquia deve ter um relacionamento com a UE, que lhe assegure vantagens e compense a proximidade e esforço das últimas décadas, apesar de tudo, diferente da adesão plena.


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Nos últimos anos destacou-se não só como uma figura de referência do CDS, mas essencialmente como uma figura incontornável da política portuguesa. Gostaríamos de lhe pedir algo que pode fazer como ninguém: uma breve análise do seu percurso político e um perfil de quem é, afinal, o Nuno Melo. A pergunta encerra uma avaliação muito lisonjeira, que naturalmente me honra e agradeço. Mas, na verdade, limito-me a ser um quadro do CDS, com referências ideológicas e doutrinárias claríssimas, que tento expressar nas acções políticas, dando a cara em diferentes contendas eleitorais. Ao longo desta “aventura” europeia, como tem acompanhado a política nacional? Tem vontade de regressar? Tenho acompanhado a política nacional em tempo real. E noto a adrenalina e a intensidade no debate político, reforçadas pelos maus resultados, de um péssimo governo, que em cenário de crise, nos reforça cada vez mais no fim da tabela. Mas na verdade, nesta fase da minha vida, sinto-me muito mais motivado pelo mandato Europeu, onde tudo é novidade, depois de em Portugal já ter desempenhado muitas funções, desde presidente da Assembleia Municipal de Famalicão, na sequencia das eleições autárquicas, presidente e coordenador de comissões parlamentares, presidente do Grupo Parlamentar do CDS, Vice-Presidente da Assembleia da República... A Europa foi um projecto ponderado. E este novo ciclo motiva-me muito. O CDS registou nas últimas rondas eleitorais resultados históricos. Que diagnóstico faz do presente do partido e que expectativas podemos esperar para o futuro? É sabido que fui a votos pelo CDS nas eleições europeias, com sondagens de 2 %. Foi apenas há um ano e ainda recordo muitos daqueles que diziam que desapareceríamos. Acreditei sempre num bom resultado. E no dia da contagem dos votos, na primeira declaração desde o Largo do Caldas, afirmei que se tratava apenas de um início e que depois das Regionais dos Açores e das Eleições Europeias, o CDS mostraria que estava cá para reforçar e crescer, desde logo na sua representação parlamentar. Assim foi, e um Grupo Parlamentar de 12, aumentou para 21 deputados. Entretanto, as pessoas têm percebido

no CDS a oposição mais consistente e a melhor das lideranças dos partidos. Acredito sinceramente que poderemos manter o actual nível de representação e mandatos, e até reforçá-los, em futuras eleições. Muitos consideram-no um futuro líder do CDS-PP. Já alguma vez ponderou essa possibilidade? Sinceramente, não. Em primeiro lugar, porque o CDS não podia estar melhor entregue. O CDS tem a enorme vantagem de ter o Dr. Paulo Portas como Presidente e, nele, um factor de unidade interna, grande capacidade de trabalho, empenho e resultados. Que assim possa continuar a ser por muitos e bons anos. Depois, porque como já disse, e repito, mais que não seja para sossegar alguns espíritos mais preocupados e intranquilos, o meu projecto de vida nos próximos anos, passa mesmo pelo Parlamento Europeu. Ajudando o CDS onde posso ser mais útil e me sinto muito motivado. Um dos 21 deputados à Assembleia da República pelo CDS foi o presidente da Juventude Popular, Michael Seufert. Como classifica o seu trabalho em representação do CDS e, particularmente, da juventude portuguesa? Todo o Grupo Parlamentar tem sido um exemplo de trabalho esforçado. O Michael Seufert não é excepção e tem sido um óptimo deputado, imagem também da renovação que se faz no CDS e do reconhecimento que se tem na JP enquanto estrutura autónoma. O Nuno Melo é conhecido por ser um grande amigo da Juventude Popular, mesmo que por lá nunca tenha passado. A amizade parece ser recíproca. A que se deve esta forte ligação? A ligação é muito natural, desde logo porque tenho em muitos dirigentes e militantes da JP, bons amigos. Depois, porque percebo em imensos dos actuais quadros da JP, exemplos de tremenda qualidade, fundamentais também a um CDS que se renova e tem futuro. Por último, não esqueço que em muitos momentos difíceis, desde logo nas últimas eleições europeias, quando tantos não acreditavam, e ás vezes, em muitas deslocações não via quase ninguém, a JP esteve sempre lá, nunca negando o seu esforço. Limito-me a ter gratidão e reconhecimento sinceros.

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O ESPELHO DESTA EQUIPA Manuel Oliveira

| Presidente da Juventude Popular da Maia

Fazemos desta ferramenta a fiel depositária das nossas Este ano ficará marcado especialmente para a Juventude posições, das nossas aventuras políticas. Foi essencial na Popular da Maia por aquele em que festejamos os vinte e cinco campanha pela liberdade que deve ser a de todos, a da anos da primeira edição d’ O Jovem, o nosso jornal oficial. expressão. Foi preponderante para rematar assuntos tão Embora tenha passado por um moroso período de interregno, o divergentes e quentes como a divisão jornal voltou em força há mais de dois anos, administrativa do país e a morte com uma periodicidade mensal e gratuita, a O Jovem viveu as alegrias e medicamente assistida. Foi repórter das mais espelhar o que de melhor se faz a nível chorou a derrota. variadas e úteis visitas que fizemos. Desde a político juvenil no concelho da Maia. Testemunhou o dia D, e o entrega de brinquedos a uma IPSS, passando Para a Juventude Popular da Maia, é um dia seguinte. Esse em que por toda a Volta ao Concelho e ao contacto orgulho deter o jornal em circulação mais já estávamos a construir o com os responsáveis políticos locais. E mais um antigo da estrutura macro. Muitos quando presente para moldar o sem número de coisas. Tantas que, modéstia à chegam pela primeira vez subestimam a futuro enquanto muitos parte, por vezes até perdemos a conta. importância e o poder deste meio de Incrivelmente, ou não, foi o diário de campanha comunicação da estrutura. Muitos não o continuam a alimentar a autárquica mais fiel e isento que esta casa viu. chegam a entender, outros ficam lamentação. Foram acompanhados todos os detalhes, todos amarrados desde logo à sua característica os candidatos, todos os momentos. O Jovem viveu as alegrias e de singularidade. O Jovem é um trabalho moroso mas muito chorou a derrota. Testemunhou o dia D, e o dia seguinte. Esse em querido entre nós. A responsabilidade da sua divulgação que já estávamos a construir o presente para moldar o futuro mensal está plenamente interiorizada, assim como o incentivo enquanto muitos continuam a alimentar aquele muito tradicional a todos os nossos que gostem de escrever e expressar-se sobre espírito português, a lamentação. algo. As opiniões ficam à responsabilidade de quem as defende, as críticas ficam à consideração de quem fielmente nos segue. E O Jovem é assim, vive e recusa-se a baixar os braços. Até porque vive da estrutura, e a estrutura vive também para ele. O lugar d’ O são muitos os leitores. Assim como já foram muitos os Jovem no universo JP confunde-se com o da própria estrutura, são entrevistados. Desde Nuno Melo a José Ribeiro e Castro, produtos que já se vendem por natureza, que todos querem e passando por Michael Seufert e Pedro Moutinho. Momentos desejam, mas muito poucos o conseguem. Porque nesta casa as únicos, relatados na primeira pessoa, de medição do estado coisas são realmente assim, não caem da estratosfera nem são interno da Juventude Popular e do País. produto do esforço de outros. São como O Jovem. Dão trabalho, O Jovem é acima de tudo a melhor testemunha de quem passa custam muitas horas e muita dedicação. Mas O Jovem é e por esta casa e deixa a sua marca, boa ou má, útil ou fútil. continuará a ser como nós. Crítico e testemunho, irreverente e único. Um espelho.

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O ESTADO DA (DES)EDUCAÇÃO (DES)EDUCAÇÃO Carlos Pinto

| Vice-Presidente da Juventude Popular da Maia

flutuações da conjuntura económica. Consideremos a proporção A geração dos jovens que entram hoje no mercado de trabalho de jovens obrigados a aceitar ofertas com pior qualificação, rotula-se como a “geração do desemprego e dos quinhentos”. A repercutindo-se ainda com prejuízos no vencimento sem que o afirmação foi proferida por estes dias e vem de um militante esperassem à luz do grau académico que obtiveram! Não resulta histórico de um partido do denominado “centrão”. Retiro de cena a isto do sufoco financeiro das empresas infligido hoje pela carga relevância da sua autoria. Importa que não deixa de ser realidade e, fiscal inaceitável que se abate sobre estas? Claro pois que num à porta de se trocar o saco da farinha para fazer novo pão, efeito causa-consequência, estas acabam depois por ser convinha repensar estruturalmente no modo de o fazer. necessariamente forçadas a pressionar o elo mais fraco do ciclo! Justificam-se demasiados problemas sociais com a crise Ao ver um cenário tão desfasado do ideal, ao económica internacional, com a globalização percepcionar interesses e posições e a forma de circulação do mercado de E se fossem reequacionados confortáveis em cargos universitários que capitais. Porventura, este seria o argumento os financiamentos às não convêm mexer, valendo estes mais do para justificar a precariedade conclusiva Universidades, conferindoconferindo que o próprio interesse pela qualidade na acima identificada. Mas, como diria Robert lhes uma gestão financeira educação; apenas posso concordar com a Reich, Ministro do Trabalho na era da Dr.ª. Maria João Mendonça: De facto, “o Administração Clinton, a globalização é totalmente autónoma, primeiro e principal desafio dos jovens de totalmente consistente com mais e melhores orientando--a para a orientando hoje é saberem escolher os pais” pois o empregos, salários e empregos decentes. Mas articulação às necessidades Estado fez descarrilar a meritocracia algures e então se o problema fosse interno e situado do mercado de trabalho? e, com ela, também ficou a possibilidade de mais a montante, na dificuldade em que se ascensão na vida. E se foram comemorados tornou a inserção profissional dos jovens? este mês os 25 anos de adesão à CEE, eu cá não encontro grandes É preciso rever a orientação profissional e valorizar todas as saídas motivos de festejos pois, também no capítulo da educação, mais profissionais. De facto, alguns cursos atravessam hoje um parece que aderimos há 10 anos. Que o comprovem os recentes profundo declínio nas saídas que proporcionam. Este facto não se estudos sobre a pobreza (com impactos indirectos claros no nível explica tanto pelo excesso de oferta de graduados mas sim, pelo educacional dos jovens) do Gabinete de Estatísticas da União desajustamento com as necessidades do tecido empresarial. Europeia… Assim, é todo o sistema de orientação que deve ser revisto, nomeadamente no que toca ao acesso às Universidades. Desde há alguns anos, as nossas instituições negam-se a prática de uma selecção ajustada à entrada para as faculdades em detrimento de uma produção em massa de estudantes. No entanto, esta desarticulação entre os jovens diplomados pelo ensino superior e as necessidades do mercado de trabalho é cada vez mais evidente. Traduz-se, pois, por um aumento do desemprego desse estrato da sociedade, além de uma perda significativa de qualidade nessa oferta qualificada. E se fossem reequacionados os financiamentos às Universidades, conferindo-lhes uma gestão financeira totalmente autónoma, orientando-a para a articulação às necessidades do mercado de trabalho? Haverá coragem, mas acima de tudo, vontade política para tal? Mas não seria a atitude socialmente mais sensata a encarar? Também é de reflectir sobre o facto de que o sector empresarial tem vindo a necessitar tanto de postos menos qualificados como de qualificação superior. Assim, num país em que se lançou uma corrida fácil ao canudo, urge revalorizar certas saídas profissionais e a imagem de certos empregos vistos de cima, abdicando de um bom bocado da vaidade portuguesa em mostrar o canudo! A inserção profissional dos jovens é lenta e caótica… Com empregos cada vez mais temporários e sofrendo ainda mais as


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opinião

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ABUSO DO CONCEITO DE UTILIZARUTILIZAR-PAGADOR Rita Magalhães e Silva

| Militante da Juventude Popular da Maia

vez, as empresas que requerem estes serviços poderão não estar Ultimamente muito se tem falado nas Scuts, principalmente com o dispostas a dar esse valor e, de algum modo, diminuirão os pedidos anúncio do Governo de que estas serão devidamente cobradas a deste serviço. A maior parte das empresas, sem serem partir de Julho. Tenho-me perguntado se esta cobrança será justa. transportadoras, dispõem de veículos para uso dos trabalhadores, Scut define-se como uma estrada “Sem Custo para o Utilizador”. suportando todos os custos. Com a vigência das portagens nas Mas parece-me que a iniciativa legislativa vai na posição contrária. Scuts, muitos deles terão que ser suportados pelos trabalhadores Supostamente o dinheiro dos impostos cobrados aos contribuintes ou então a empresa terá que diminuir aos trabalhadores. Não terá como função o custo de construção, manutenção, exploração contando com as pessoas que trabalham e financiamento dessas mesmas estradas, sendo, fora da sua área de residência e que todos posteriormente entregues a um consórcio N algumas localidades não os dias passam nessas mesmas estradas. privado que cobrará ao Estado uma dada tarifa existem vias alternativas e Se fizermos bem as contas, o rendimento por cada veículo que nela circule. Neste sentido, onde as há, são vias que não mensal continua a ser exactamente o fará sentido o pagamento de portagens nas têm condições nem para mesmo, mas a despesa será muito maior. Scuts? Fomos nós que pagámos para que estas Ainda diz o Governo que poderá existir fossem construídas, fomos nós que suportámos suportar a circulação de isenção para os moradores e empresas os custos que o processo moroso causou e agora grandes veículos, nem para locais. Mas nada está previsto em relação pedem-nos para pagar a sua utilização? Mais, suportar o possível a este assunto. Note-se, ainda, que para as podermos utilizar temos que ter custos congestionamento nalgumas localidades não existem vias iniciais, nomeadamente na colocação do chip na alternativas e onde as há, são vias que matrícula. Embora o Governo afirme que o chip não têm condições nem para suportar a circulação de grandes será isento durante os primeiros meses, esqueceu-se de dizer que é veículos, nem para suportar o possível congestionamento. necessário entregar uma caução que não será devolvida, mas Fazendo um ponto da situação, todos os custos que as Scuts descontada em viagens. Pergunto-me: e quem não utilizar tão importam foram pagos pelos portugueses, por isso não será injusto cedo uma Scut ou não tenha necessidade disso? Porque para quem exigir o pagamento pela utilização de algo que já pagámos? Se não sabe, a colocação do chip é obrigatória para todos os veículos, formos a ver, vamos pagar duas vezes pelo mesmo bem. E ainda importando uma coima que tem como limite máximo 3000 euros. vem o Governo e ex-governantes do país dizer que, em altura de Deixando de alguma forma os pormenores técnicos e pensando crise, é preciso sacrifícios. Ainda mais sacrifícios? O povo nas consequências para a economia portuguesa. Se o Governo português sente-se defraudado e, de algum modo, roubado. Sente pensa que a cobrança das tarifas consubstanciará um aumento na que o Governo está a ir ao seu bolso tirar tudo aquilo que tem. receita pública e, por consequência, uma diminuição do défice e Há cada vez mais pessoas pobres em Portugal e ninguém se equilíbrio das contas públicas, está muito enganado. Só agravará, preocupa com medidas sociais nesse sentido. Só pensam em infra-estruturas megalómanas que em nada servirão as necessidades actuais. Muito pelo contrário, cada vez mais a nossa situação se assemelha à Grécia e, tendo em conta que a crise é de tal forma grave que levou a medidas radicais tais como a ainda mais, a situação actual, acabando por se tornar num ciclo venda das ilhas desabitadas, vicioso. As empresas transportadoras cobrarão um valor superior pergunto-me: o que é que nós pelo serviço de transporte, uma vez que o custo será maior. Por sua temos para vender? temos para vender?


o jovem | junho 2010

opinião

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SERVIÇO SERVIÇO DE ACÇÃO EXTERNA Nuno Silva

| Vice-Presidente da Juventude Popular da Maia

senhor!”. A Comissão disse “Muito bem, Conselho! Vamos já Para esta histórica edição do jornal O Jovem, decidi escrever sobre começar”. Mas aí vem o malvado do Parlamento Europeu dizer um marco de grande importância, se positivo veremos, mas sem “Mas esperem, e nós? Não somos nós, os membros eleitos desta dúvida de grande importância. União e somos nós que não vamos ter qualquer tipo de jurisdição O acordo politico para a criação de um Serviço Europeu de Acção sobre um Corpo Diplomático Europeu?” Externa está na sua ultima fase de preparação, tendo o Conselho Para esta União e para esta classe politica, nomeadamente no Europeu, a Comissão e o Parlamento acordado quase tudo para a Conselho via governos e Representações Permanentes, e para a criação da rede diplomática que servirá de apoio a Lady Ashton Comissão Europeia, a parte democrática conta quando lhes como Alta Representante da União para os Negócios Estrangeiros. dá jeito. É realmente chato para esta classe Esquecendo o facto da falta de qualificações para politica dominante na União que os os cargos que desempenha, certo é que está a “To ponder the future of membros de Parlamento não levantem fazer o trabalho que antes do Tratado de Lisboa democracy, we must first muito cabelo. Já tínhamos o exemplo estava a cargo de três pessoas, o que parece ser have a clear idea of the gritante da aprovação do Tratado de de todo impossível, e, assim sendo, as Lisboa na Irlanda à segunda. À segunda presidências rotativas continuam a dar muito present and the past” não aconteceria como na França e na jeito a Lady Ashton. Holanda, diz não, repete-se! Mas para perceber o Serviço de Acção Externa Larry Diamond, Hoover O problema é que desta vez, o Parlamento é preciso compreender que estamos, de facto, a Institution, Stanford University bateu mesmo o pé (e muita gente lá fê-lo a conferir à União um serviço de corpo contra gosto, estou certo) e o acordo foi diplomático. Embora perceba que esse feito em Madrid que prevê que o Parlamento tenha um papel serviço é importante para servir de rede ao serviço do Alto decisivo de controlo dos aspectos políticos e orçamentais do Representante para os Negócios Estrangeiros, muitas dúvidas se Serviço de Acção Externa. Para breve a passagem pelo levantam quanto ao método escolhido por esta classe política para Parlamento, onde está virtualmente aprovado e pelo Concelho que encontrar acordo, como também tem muito que se dizer da forma ratificará aquilo que já esta acordado. como as representações diplomáticas dos Estados Membros se vão Barroso, Zapatero, Ashton, Miguel Angel Moratinos e Von Rompuy relacionar com o corpo diplomático europeu. devem estar contentes, mas não tanto como desejavam. Parece-me, desde logo, importante começar por focar a validade democrática que leva a criação do Serviço de Acção Externa. Não tenhamos dúvidas, principalmente para a faixa etária mais jovem, esta plataforma representará uma mais-valia enorme no que toca a mobilidade, tanto académica como em termos de emprego com uma rede que facilita a informação e a interdependência dos Estados Membros em termos de emprego. No entanto, com todos os benefícios que o Serviço de Acção Externa possa trazer, foi, aliás como quase tudo nesta Europa, criada à margem da população. Não houve, intencionalmente, uma discussão seria nos Estados Membros sobre este assunto, nem sequer houve uma real informação sobre o que se estava a preparar à cerca de um ano. Sempre dizendo que o Tratado de Lisboa não é constitucional, a União cada vez mais toma a forma de um Estado e um chavão usado pela Direita Eurocéptica no Parlamento Europeu justifica-se aqui. Está-se a criar uma espécie de Euro Nacionalismo. Que esta classe política sabe tratar bem os seus, e o que é seu, sabemos à muito. Mas a partir do momento em que a União começa a perder o valor democrático que pautou a sua formação e a sua vida até 1992, começa-mos a ter que ver as coisas de maneira diferente. Reparemos que, a ideia de criar na União um Serviço de Acção Externa, foi desde logo aceite na generalidade. A real questão que pautou muitos dos trabalhos das Instituições Europeias, esses hinos à burocracia, foi a questão do poder sobre o Serviço de Acção Externa. Os governos juntaram-se no Conselho e disseram “Sim,



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