39 | Março 2011

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A cidade de Viseu recebeu no fim-de-semana de 19 de Março o XXIV Congresso do CDS-PP. Em dias de temperatura alta, o Pavilhão Multiusos foi pequeno demais para os mais de mil congressistas, militantes, simpatizantes e convidados. Há muito, e pelas diversas reacções que se foram ouvindo, que não havia memória de um congresso tão concorrido e que suscitasse tanto interesse.

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A Comissão Política Concelhia da Juventude Popular da Maia faz um balanço da sua "Volta ao Concelho". A iniciativa que durou mais de um ano, pretendeu conhecer no terreno o concelho, sendo os seus frutos agora revelados.

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A sua opinião não deixa ninguém indiferente, quer pelo conteúdo, quer pela forma. Pedro Boucherie Mendes tal e qual o conhecemos: directo, acutilante, por vezes agressivo e sempre desalinhado com o politicamente correcto.

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Nesta edição trazemos a discussão sobre alguns temas que marcam o que se passa no mundo, como a situação na Líbia, no Afeganistão e no Médio Oriente, bem como a morte de Geraldine Ferraro.


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O maior record de Portugal é a míngua de talento seja para o que for. O maior talento de Portugal é a superação de recordes, sejam eles quais forem. Já tivemos a maior árvore de Natal da Europa, o maior logótipo humano do mundo, consta que temos o maior lançamento de aviões de papel em simultâneo, temos 20% do Parlamento entregue a forças de ideologia totalitária e o bigode mais conhecido do mundo mora à sombra do lusitano nariz do Chalana. Os mais curiosos, numa consulta ao site dos Recordes do Guiness, ficam a saber que Portugal tem, cito, “o sobreiro mais grande do mundo”. Não sei se tal facto constituirá mais um record merecedor do orgulho pátrio, mas no próximo dia 5 de Junho ocorrerá o quinto acto eleitoral em apenas dois anos. Uma boa parte dos recordes têm como característica a bizarria que representam. E é bizarro que um país onde a competência política é tão escassa seja eleitoralmente tão profícuo. E daí talvez não. A um povo que gosta como nenhum outro de “pão e circo”, uma boa campanha eleitoral funciona como um circo gigantesco que alimenta a fome de festa das gentes lusitanas. E não estou sequer a falar dos jantares (chamemos-lhes assim) de campanha em que o bom gosto do

jantares (chamemos-lhes assim) de campanha em que o bom gosto do lombo de porco assado em quantidades industriais se mistura com a sofisticação de líquidos a lembrar vagamente vinho e derivados, a 10 euros por cabeça. Falo da degustação popular da demagogia e do populismo que muitos oferecem acompanhados de canetas, bonés e autocolantes. Até 5 de Junho, o circo está na rua e o palhaço principal vai voltar a tentar entreter o público com os malabarismos e os truques conhecidos. A menos que a maturidade do povo tenha avançado uns passos largos para longe da infantilidade recorrente, corremos o sério risco de bater o record de povo mais parvo do mundo. Tão bizarro quanto triste.

É bizarro que um país onde a

competência política é tão escassa seja

eleitoralmente tão profícuo. E daí talvez não.


Por terras de

Lidador Este mês de Março, a Juventude Popular da Maia revelou publicamente as suas perspectivas e resultados daquilo que chamou “Volta ao Concelho”. Em tempos escrevi nesta coluna que o mais importante foi, de facto, conhecer a autenticidade do concelho, conhecer os seus hábitos e necessidades. Mais nada nos moveu, nem move. Acho por isso bastante piada aos vários comentários que me têm chegado – off the record, claro. Nestas coisas da política, principalmente para quem é “aprendiz” como nós, joga sempre a vantagem de quem é verdadeiramente honesto nos seus propósitos, senão vejamos: não é verdade que esta estrutura tenha tentado contactar os executivos de junta para espiar ou perceber de alguma forma qual a relação destes com o executivo camarário e, depois, fazer disso arma política. É um facto que uma das questões que colocamos aos responsáveis locais que se dignaram receber-nos foi a relação destes com a Câmara Municipal da Maia, mas sempre no que respeita o seu alcance institucional. Sublinho: sempre de alcance institucional e comprometimentos oficiais entre ambas as forças. Por muito que possa não ser claro a cérebros em baixo de forma, esta questão parece-nos legítima e não, não nos interesse o que passa na casa dos outros ao nível de facções, guerrilha e mexericos. Até porque isso, toda a gente já percebeu.


É do conhecimento público que a Juventude Popular da Maia tem dedicado muita da sua energia a explorar temas como a reforma administrativa, o estado do Estado e a Gestão Autárquica naquilo que compreende as suas finanças, alcance executivo e, sobretudo, realismo. Há mais de um ano atrás, mais concretamente no mês de Dezembro de 2009, a estrutura entendeu que para se fazer política na Maia, ainda que estejamos a falar a este nível dum concelho pouco atractivo e motivante, é preciso uma coisa imprescindível e indiscutivelmente básica que, sem grande esforço de investigação, é perceptível que escapa à maioria dos grandes intervenientes políticos e líderes de opinião por estes lados. A Juventude Popular da Maia é humilde e reconheceu internamente que não queria fazer parte deste cenário tradicional. Só havia uma solução: sem ajudas de custo, refeições ou combustíveis pagos, motoristas ou outras regalias imprescindíveis à sobrevivência humana, embarcou numa verdadeira volta pelo concelho. Percorreu, parou, viu e sentiu as dezassete freguesias que desenham o

sobrevivência humana, embarcou numa verdadeira volta pelo concelho. Percorreu, parou, viu e sentiu as dezassete freguesias que desenham o mapa municipal. Um dos objectivos desta iniciativa prendia-se obrigatoriamente com o contacto com os responsáveis locais, os executivos de Junta. Era uma obrigatoriedade a estrutura conversar com quem todos os dias sente verdadeiramente as gentes da Maia, cruza as suas estradas e ouve os seus problemas. As reuniões teriam como único propósito esta passagem de testemunhos. Todos os dezassete executivos foram contactados – uns por email, carta registada e telefone, outros pessoalmente. Mais de um ano depois, e terminado o tempo para esta iniciativa, a JP Maia agradece publicamente as amáveis recepções dos responsáveis políticos de Vila Nova da Telha, Barca, Folgosa, Pedrouços, Milheirós e Silva Escura. A estrutura viu e sentiu as principais ameaças, potencialidades, fraquezas e oportunidades da Maia. Percebeu o papel estratégico que o concelho pode assumir na área metropolitana do Porto

oportunidades da Maia. Percebeu o papel estratégico que o concelho pode assumir na área metropolitana do Porto nas mais variadas vertentes. A Maia é, em alguns casos e poderá ser em muitos mais, muito mais que uma cidade dormitória que beneficia com o êxodo do concelho do Porto. Há boas oportunidades e contínua melhoria de qualidade vida. A JP Maia diz conhecer hoje melhor o concelho de um ponto de vista que permite discuti-lo com verdadeira responsabilidade e conhecimento sendo, neste momento, a estrutura política juvenil com melhores condições para abordar a questão da moda: concorda com a redução do número de freguesias no concelho da Maia? Sim, há um ano que a JP Maia defende essa posição. É preciso limpar, reorganizar e passar a pensar racionalmente optimizando recursos. A seu tempo, a JP Maia apresentará uma proposta séria para a reorganização política, administrativa e económica do concelho. imprescindíveis à sobrevivência humana, embarcamos numa verdadeira volta pelo concelho.



A coligação começou a bombardear a Líbia para impor uma zona aérea exclusiva e fê-lo bem. Demorou entendimento entre as partes, com os EUA a esperarem até ao último momento mas entrando na primeira fase da operação a liderar e a passar, responsavelmente a batuta da operação à NATO. Mas abre um grande precedente que é, se é imperativo moral defender as populações massacradas pelos regimes dos seus países, como é o caso da Líbia, espera-se um que os EUA liderem esse mesmo imperativo na Costa do Marfim, no Sudão, etc. A grande impulsionadora deste tipo de guerra positiva, guerra humanitária, é Samantha Power que hoje é possivelmente a maior dor de cabeça do establishment do Pentágono que, pela voz de Robert Gates, sempre mostrou reticências a um ataque à Líbia. Espera-se portanto, que este tipo de guerra humanitária seja

pela voz de Robert Gates, sempre mostrou reticências a um ataque à Líbia. Espera-se portanto, que este tipo de guerra humanitária seja plausível em países sem valor estratégico energético para o Ocidente.

Parece que, depois de Tunísia, Egipto e Líbia, a próxima dor de cabeça será no Bahrain e no Iémen. Com as coisas a azedar, os confrontos a serem maiores, mais fortes e mais violentos, e portanto com mais vitimas, parece que os dois pequenos Estados da península arábica (mas o Bahrain é uma ilha à margem da península). Os objectivos parecem ser os mesmos em ambas as frentes: queda de governo e nova constituição ou uma mudança profunda da actual. Depois de, no terceiro pais em chamas pelas manifestações ter dado em ataques aéreos de uma coligação que conta com o Catar e os EAU, vamos esperar

terceiro país em chamas pelas manifestações ter dado em ataques aéreos de uma coligação que conta com o Catar e os EAU, vamos esperar para ver como vai ser o futuro destes pequenos estados.

14 mortos e 20 feridos foi o resultado do ataque à Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão. O ataque mais mortífero desde a invasão do país há quase 10 anos na sequência do 11/09. Se o ataque só por si é um grave revés nas relações das forças ocidentais sob bandeira da NATO no Afeganistão, a causa do ataque é repudiável da mesma forma. Terry Jones, um pastor radical norte-americano no estado da Florida orquestrou um julgamento aos muçulmanos na sua igreja e depois de os considerar culpados, organizou uma queima do Corão, livro sagrado islâmico. Não tendo sido parado pelas autoridades norte-


depois de os os considerar culpados, organizou uma queima do Corão, livro sagrado islâmico. Não tendo sido parado pelas autoridades norteamericanas, que respeitam a liberdade de expressão, as acções do pastor norte-americano são causa/efeito na morte de 14 pessoas do outro lado do mundo. Exacerbar o extremismo islâmico no Afeganistão é contra producente com aquilo que a coligação quer fazer no Afeganistão e portanto, não é desejável ver uma multidão a porta do um campo de assistência da ONU gritar “Morte aos EUA, morte a Israel”. Nunca pondo em causa a culpabilidade dos membros do motim que atacou o pessoal do campo de assistência, a condenação não pode só ficar por terras afegãs, mas também por americanas.

Faleceu

Geraldine

Ferraro.

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Faleceu Geraldine Ferraro. A primeira ítalo-americana e primeira mulher presente num “ticket” para a presidência dos E.U.A. por um dos dois grandes partidos, Geraldine Ferraro foi candidata a Vice-Presidente sob Walter Mondale nas presidenciais de 1984 contra Reagan/Bush. Perdeu, mas a sua marca ficou cimentada na história, como a primeira democrata conservadora com projecção nacional em muitos anos nos EUA. Novaiorquina, autora, congressista, candidata a senadora e a vicepresidente, empresária, embaixadora dos E.U.A. na Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas, advogada, Procuradora. Esta senhora de ferro, sucumbiu a um Mieloma múltiplo a 26 de Março. Tinha 75 anos. Aqui fica a minha homenagem.


Pedro Boucherie Mendes nasceu há 40 anos, em Angola, é director de conteúdos dos canais temáticos da SIC e mais conhecido do público pelas participações em vários programas televisivos. Atento à realidade e actualidade políticas, é chamado muitas vezes a dar a sua opinião acerca desses assuntos. A sua opinião não deixa ninguém indiferente, quer pelo conteúdo, quer pela forma. Nesta entrevista, Pedro Boucherie Mendes tal e qual o conhecemos: directo, acutilante, por vezes agressivo e sempre desalinhado com o politicamente correcto.



Nunca lhe passou pela cabeça iniciar qualquer coisa parecida com uma carreira política? Não, nunca. Mas se fosse um decisor político qual seria a sua primeira medida? Introduzir uma disciplina de introdução à política no ensino básico. Em breve vamos ter eleições antecipadas. Expectativas? Poucas. Julgo que o nosso sistema eleitoral e o nosso sistema político são incompatíveis com a actualidade. A nossa Constituição é desajustada à mudança de que precisaríamos. Essa mudança não vai acontecer. Portugal continuará a ser apenas uma hipótese daquilo que poderia ser. Mas, na verdade, é que o queremos. Preferimos que nada mude muito. Tem (ou teve) referências na política? Em Portugal? Ninguém. Lá fora? Talvez Margaret Thatcher. Em recente entrevista ao Sol disse que lhe custa acreditar que vivemos em crise. Acha que os portugueses exageram nos queixumes como, aparentemente, acha que exageram no consumo?

que lhe custa acreditar que vivemos em crise. Acha que os portugueses exageram nos queixumes como, aparentemente, acha que exageram no consumo? Julgo que nos habituámos, desde cedo e desde sempre, a ter uma dimensão privada de riqueza e uma dimensão pública. Em público, repetimos o que ouvimos dizer sobre não ter o suficiente. Em privado, não abdicamos de mariscadas ao Domingo e de oferecer carros aos filhos. Nos países do Norte da Europa, eles tipicamente não têm empregada, não costumam comer fora, nem têm o hábito de oferecer carros aos filhos. Nós estamos tão habituados a isso que não nos passa pela cabeça que a vida possa ser diferente. Confessou-se anti-esquerda e, consequentemente, “um gajo de direita”. Assim sendo, no nosso sistema partidário, consegue reverse no PSD ou no CDS? O problema do CDS é que tem de conquistar votos para continuar a existir. Os nossos “media” são geneticamente de esquerda. Acham que ser de direita é ser lavrador, fadista ou fascista. Não ocorre aos nossos “media” que alguém possa ser uma pessoa normal e de direita.

que ser de direita é ser lavrador, fadista ou fascista. Não ocorre aos nossos “media” que alguém possa ser uma pessoa normal e de direita. Assumiu-se também como libertário. Como tal, consegue sentir-se bem a viver num país como Portugal? Sim. Sem problema. Não faço mal a ninguém. O seu vasto conhecimento musical é conhecido. Se tivesse de escolher uma música para José Sócrates, Passos Coelho, Paulo Portas e Francisco Louçã para descrever cada um deles, qual seria? Respondo de outra forma: só José Sócrates e Paulo Portas são bons políticos. O problema de José Sócrates é que está convencido de que pode mudar a sociedade em dois ou três anos. O problema de Paulo Portas é que quer estar no centro de decisão. Ora não se pode ter tudo. Para mudar Portugal, os políticos têm de acreditar que vai demorar imenso tempo e que perderão as eleições seguintes se fizerem o que está certo. Faço-lhe então a pergunta de outra forma: se os líderes dos principais partidos concorressem a um


Faço-lhe então a pergunta de outra forma: se os líderes dos principais partidos concorressem a um programa de talento avaliado por si, quem teria mais hipóteses de ganhar? Passos, Portas, Louçã, Sócrates ou Jerónimo? Qual talento? É fácil e, portanto, ligeiro colocar a questão nestes termos. Os leitores podem achar graça. Mas eu não acho graça a gozar com os políticos. A política é uma actividade nobre. Fruto da sua actividade profissional lida com faixas etárias jovens. Como vê os jovens portugueses e as suas perspectivas de futuro? São jovens exactamente iguais aos outros. Acham que sabem tudo. Não sabem que não ter certezas sobre nada é uma coisa boa. Dia 12 de Março milhares protestaram por todo o país. É uma Geração à Rasca ou uma geração que não arrisca? É gente que acha que tem de fazer qualquer coisa. E isso é bom. É fácil trabalhar em Portugal? Facílimo. Basta ser organizado. Um conselho para os jovens que lêem O Jovem? Não se julguem especiais. Não são. Com isso em mente, tentem tornar-se especiais.

Um país: Holanda Uma cidade: Los Angeles Um livro: The Fountainhead, de Ayn Rand Um filme: Nenhum Uma música: Qualquer uma dos Radiohead Uma bebida: Cerveja Uma qualidade: Cozinho bem Um defeito: Não tenho paciência para conversas da treta. E isso é um defeito maior do que se julga.


A cidade de Viseu recebeu no fim-desemana de 19 de Março o XXIV Congresso do CDS-PP. Em dias de temperatura alta, o Pavilhão Multiusos foi pequeno demais para os mais de mil congressistas, militantes, simpatizantes e convidados. Há muito, e pelas diversas reacções que se foram ouvindo, que não havia memória de um congresso tão concorrido e que suscitasse tanto interesse. Na condução dos trabalhos, José Manuel Rodrigues, deputado eleito pelo círculo da Madeira, pautou-se sempre por uma assertividade e respeito inquestionáveis. Pairava no ar uma boa disposição e uma vontade enorme de participar em todos os pontos que a ordem de trabalhos ia desfilando.

Com a apresentação das Propostas de Orientação Política Económica e Social (POPES) o debate foi ganhando cada vez mais importância e a exposição de ideias ganhou muito com as intervenções de, por exemplo, Assunção Cristas, Filipe Lobo d’Ávila, Teresa Caeiro, Mariana Ribeiro Ferreiro, Nuno Melo e do próprio presidente do partido, Paulo Portas. Num total de dezanove POPES, duas destacaram-se no universo jovem: a da Juventude Popular, apresentada pelo seu presidente Michael Seufert e a de Adolfo Mesquita Nunes, ex-JP e neste congresso eleito para a Comissão Executiva do CDS. A POPES da Juventude Popular reafirmou uma confiança no valor do mérito e no potencial dos jovens portugueses, reafirmou que os problemas destes são transversais e não devem ser

confiança no valor do mérito e no potencial dos jovens portugueses, reafirmou que os problemas destes são transversais e não devem ser olhados nem avaliados de uma forma olhados nem avaliados de uma forma estanque. A mensagem da Juventude Popular foi, mais uma vez, firme: é com o futuro das próximas gerações que estamos a jogar, saibamos respeitá-lo. “Se o Socialismo fosse bom, esta geração estava à rasca?” foi o título da POPES defendida por Adolfo Mesquita Nunes que, mais do que o título sugestivo, colocou em questão as verdadeiras políticas preconizadas pelos sucessivos governos socialistas e apresentou de uma forma objectiva vinte propostas,

questão as verdadeiras políticas preconizadas pelos sucessivos governos socialistas e apresentou de uma forma objectiva vinte propostas, entre elas: sistema fiscal mais simplificado e menos pesado, limites constitucionais ao endividamento, liberdade de escolha no planeamento da reforma, liberalização do mercado de arrendamento, reforço da autonomia das escolas a nível curricular e concorrencial, introdução do cheque-ensino, eliminação de todos os traços de desincentivo à procura activa de emprego no que respeita o próprio Subsídio de Desemprego e o Rendimento Social de Inserção. A mensagem de que a “geração à rasca” precisa de passar


algumas divergências: se o CDS for Governo, a presidência do partido será separada da presidência da comissão executiva. Paulo Portas argumentou que só desta forma o CDS poderia dar o seu contributo para a não promoção de um clientelismo e aparelhismo sempre que um partido é poder. Entre os argumentos contrários, o mais audível foi o da preocupação que a criação de mais este cargo coloque o partido com “duas lideranças” e crie uma confusão ao nível da identidade interna.

respeita o próprio Subsídio de Desemprego e o Rendimento Social de Inserção. A mensagem de que a “geração à rasca” precisa de passar rapidamente a uma “geração que arrisca” foi bastante acarinhada pelos congressistas.

A segunda parte mais quente da reunião magna do CDS passou obrigatoriamente pelas Propostas de Alteração de Estatutos (PAE). Num modelo já utilizado em congressos anteriores, as PAE foram durante a tarde discutidas num espaço próprio, fora da sala principal, que permitiu que o período de discussão das

Juventude Popular e a de Paulo Portas. A dos jovens de direita proponha aquilo que a estrutura já tinha colocado à consideração no congresso anterior: devolver ao congresso a eleição do Presidente do partido. Com mais de 180 votos favoráveis, a PAE da Juventude Popular acabou com a eleição directa e ressuscitou um modelo de congresso a que todos estavam habituados, um congresso mais activo e aguerrido. A PAE de Paulo Portas, apesar de aprovada, criou, mesmo entre figuras mais centrais do partido, algumas divergências: se o CDS for Governo, a presidência do partido será separada da presidência da comissão executiva. Paulo Portas

Para a história deste Congresso ficam ainda as intervenções bastante aplaudidas de José Ribeiro e Castro, ex-líder do CDS, de Nuno Melo, Eurodeputado do CDS/PPE, e o discurso de encerramento de Paulo Portas que, com vários recados aos partidos de esquerda e ao bloco central, traçou uma linha clara para o partido: crescer, apresentando propostas úteis, em cenários realistas e com uma equipa com valores e vontade em ajudar Portugal. Não havia memória de um Congresso em que o CDS se apresenta-se tão mobilizado, motivado e unido. A velha ideia de que o partido vive à custa de um homem só, morreu de vez em Viseu, saltando para o público a clara imagem de um partido de militantes activos e quadros fortes, que garantem qualidade na busca das melhores ideias para o país. Gravada ficará a frase mais aclamada: Esperança em Portugal!


“A responsabilidade de pertencer ao arco da governabilidade. Temos de estar disponíveis para fazer parte da solução.”

Vice-Presidente da CM Porto

“ Eurodeputado do CDS-PP

“Encabeçar a mudança política em Portugal para acabar de vez com o socialismo.” Presidente da Juventude Popular

“Construir uma alternativa ao poder socialista que está visivelmente esgotado. Fazer parte de uma nova maioria de Governo que dê outro rumo e sentido ao país." Deputado do CDS-PP

“Crescer para governar Portugal” Deputado do CDS-PP

Membro da Comissão Executiva do CDS-PP


“Convencer os portugueses que temos um projecto diferente e pessoas capazes de o executar. Que somos o único partido com uma solução credível para superar o estado decadente em que Portugal se encontra.”

“Devolver a esperança aos portugueses com soluções para os seus problemas e atingir a maturidade enquanto partido para, mais do que contribuir para uma alternativa, ser a própria alternativa.” Deputado do CDS-PP

Presidente do CDS-PP Maia

Ex-Presidente e Deputado do CDS-PP

“Conseguir que as pessoas interiorizem a nossa mensagem para que na altura de aplicar as medidas as pessoas as percebam.”

“Ajudar Portugal a crescer, ajudar a reduzir a dívida e não esquecer os excluídos sociais. O CDS tem de ajudar o país a ter um rumo, uma alternativa.”

“Temos de nos manter coesos e apresentar ideias para mostrar que somos um partido aberto a todos aqueles que queiram ajudar a mudar Portugal e continuar sempre a crescer!”

Presidente do CDS-PP Porto

Líder Parlamentar do CDS-PP

Deputado do CDS-PP



Já o tenho repetido várias vezes: o tempo da brincadeira, do desperdício, do facilitismo e do comodismo acabou. Se há, de facto, um novo paradigma na sociedade portuguesa é este. Os portugueses aprenderam, com este tempo de turbulência, a pensar duas vezes antes de assumir um compromisso, a calcular de uma forma mais racional o risco e a exigirem, isso sim, uma grande dose de respeito nas palavras e nos actos dos vários intervenientes da sociedade. Sinto que hoje os portugueses privilegiam imenso o sentido de seriedade e coerência de tudo aquilo que gravita e influencia as suas vidas. Obviamente, os partidos políticos não fogem à regra. Na última ronda eleitoral para a Assembleia da República, as ruas de todo o país ficaram inundadas com milhares de outdoors para todos os gostos e tamanhos. Uns com gente feia, outros com mensagens “mais-do-mesmo”, ainda outros que, apenas com um breve olhar, se percebia estarem lá com o único propósito de marcar presença. O sentimento de que os partidos políticos se lembram do eleitorado apenas e só quando dele vão precisar, é cada vez mais sentido pelas pessoas. Pior, ele é cada vez mais percebido na lógica daquilo que o povo brasileiro correctamente aplida de “sem vergonha”. Se por um lado é muito bonito dizermos que vivemos numa época da informação e do conhecimento, esta tem um reverso da medalha. O facto, por si só, de hoje estarmos capacitados de gerações mais instruídas e, claro, umas mais do que outras, conseguirem desenvolver um sentido crítico mínimo que lhes facilite uma tomada de decisão, é péssimo para uma forma de estar na política muito à portuguesa. Tradicionalmente os mestres politiqueiros deste canteiro da Europa sabem que lhes basta recorrer a três premissas para comprar o voto cego da Maria e do Joaquim: não aumentar impostos, prometer postos de trabalho (emprego, vá) e jurar fidelidade ao Estado Social – seja este o que for. Não sei se quem detém a possibilidade para Governar já reparou, ou se é preciso alertar aqueles que cresceram com este método brilhante de enganar os outros, mas isto acabou. Hoje, não bastam promessas bacocas ou projectos megalómanos que inspiram à identidade de um povo, ou a algo que ele nunca foi mas sempre sonhou em ser. Não basta organizar um comício

para Governar já reparou, ou se é preciso alertar aqueles que cresceram com este método brilhante de enganar os outros, mas isto acabou. Hoje, não bastam promessas bacocas ou projectos megalómanos que inspiram à identidade de um povo, ou a algo que ele nunca foi mas sempre sonhou em ser. Não basta organizar um comício ou um jantar com muitas mesas, bandeiras e música dos Vangelis para que as televisões mostrem lá para casa que aqueles tipos têm muito apoio e se tanta gente os segue é porque devem ser os donos da razão. Os portugueses estão mais atentos e esclarecidos, mais conscientes e reaccionários. Temos tido, nos últimos meses, provas mais do que suficientes de que a sociedade civil está cansada de ser tratada como inútil e exige respostas sérias a compromissos que nunca são cumpridos. Acima de tudo, os portugueses exigem hoje um diálogo verdadeiro e realista. É lamentável que o maior partido da oposição já tenha pedido uma maioria absoluta quando no parlamento acaba de se abster ao descongelamento das pensões mínimas. É patético ver aquele que será recordado nos próximos anos como o pior chefe de Governo desde a Revolução, e o maior ilusionista de todos, questionar com toda a convicção como é que os outros puderam colocar o país na situação de eleições antecipadas, como se isso fosse o nosso grande prejuízo. As duas forças políticas que são responsáveis pelas duas falências económicas e financeiras portuguesas nos últimos vinte e cinco anos, continuam a encarnar em si o acto de Pilatos a cada ronda eleitoral: sempre que os portugueses são chamados a escolher, a culpa nunca é deles. E, em boa verdade, não é. A culpa é daqueles que votam sempre nestes inúteis e incompetentes, neste tsunami de conveniências e interesses. Um acto de sadomasoquismo que estou cada vez mais certo que irá terminar. Até porque hoje, já não basta mentir bem.


Poderemos olhar para as cidades pelo prisma que as coloca como testemunha principal da Cultura e História do Homem. De facto, estes dois vectores são referências essenciais na abordagem dinâmica das cidades, na forma como sofrem mutações, tanto de forma espontânea como de forma organizada. As cidades são testemunhos. Testemunhos de um passado metamorfósico do espaço e ambiente urbano, comprometido na sua essência por determinados sectores sociais e jogos de interesse. Esta transformação poderá ser uma ameaça não só aos padrões de qualidade de vida urbana mas também à subjectividade que o termo “qualidade” representa. Pretende-se um caminho ambicioso de sustentabilidade para as nossas cidades. Para tal, ganha relevo se hoje a necessidade de estímulo ao interesse colectivo, à participação activa em matéria de urbanismo, principalmente à escala local. Porque cada um de nós concentra em si um ideal de apropriação do espaço, bem como necessidades de serviços e equipamentos que entende contribuírem para o reforço da identidade com esse espaço. A transformação atrás referida leva-nos a uma ideia de ciclos que atravessam as cidades. Deste modo, esta dinâmica pode levar à dedução de que os problemas de hoje vivenciados nas cidades não são necessariamente mais complexos em amplitude e/ou gravidade do que outros detidos pelo passado. Apenas são diferentes. Cabe-nos o desafio de os enfrentar. Incumbe-nos, a nós jovens, a responsabilidade de contribuir para a s sociedade de hoje deixar um marco de excelência na transformação das suas cidades. É necessário entender que há nesta matéria um contributo significativo a passar aos jovens, no sentido de estimular a percepção para estas questões. Nesse sentido, identificam-se quatro eixos

problemas de hoje vivenciados nas cidades não são necessariamente mais complexos em amplitude e/ou gravidade do que outros detidos pelo passado. Apenas são diferentes. Cabe-nos o desafio de os enfrentar. Incumbe-nos, a nós jovens, a responsabilidade de contribuir para a s sociedade de hoje deixar um marco de excelência na transformação das suas cidades. É necessário entender que há nesta matéria um contributo significativo a passar aos jovens, no sentido de estimular a percepção para estas questões. Nesse sentido, identificam-se quatro eixos considerados nucleares para uma melhor qualidade de vida urbana: ‘A Cidade socialmente coesa’, ‘O espaço de competitividade’, ‘O verde como motor de recreatividade’ e ‘Os desafios aos resíduos urbanos’. Obviamente, não se pretende com isto responder à multiplicidade de questões que estas temáticas apresentam, imediata ou mediatamente. Não ambiciona, mesmo, ir além de um exercício de reflexão na tentativa de despoletar uma maior percepção e encorajamento à participação e discussão pública. Tudo para que a sustentabilidade consiga se sobrepor a todo o tipo de interesses. Tudo para um futuro melhor.



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