Marcador - 4.ª Edição

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MARÇO.2019 NÚMERO 4

Periódico de Opinião Mensal da JSD Distrital de Bragança

NESTA EDIÇÃO

Por: JSD Distrital de Bragança

Conhecer, para refletir e depois agir -

A 4.ª edição do Marcador traz-nos a opinião do Dr. Hernâni

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Dias, Presidente da Câmara Municipal de Bragança, que nos fala de como o setor gastronómico pode ser motor de

Setor Gastronómico como Motor de Desenvolvimento Regional - p3

desenvolvimento regional. Nesta edição vamos também ficar a saber mais sobre Lóbi/lobismo/Lobbying no "Toma Nota".

Agarra o teu Marcador e Marca o Futuro!

Toma Nota: Lóbi/Lobismo/Lobbying- p5

PRÓXIMOS EVENTOS

03 março - Vila Flor

Reunião CPD Alargada 13 março - Freixo de Espada à Cinta e Vimioso Secundário para todos, reuniões e contacto com população


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"... combater o populismo com realismo, a demagogia com seriedade e a politiquice com Política." Numa altura em que as “fakes news”, o populismo e a demagogia dominam o espaço público, a melhor forma de os combater é com informação credível, assente em conhecimento e experiência, permitindo combater o populismo com realismo, a demagogia com seriedade e a politiquice com Política.

Conhecer, para refletir e depois agir Por: Paulo Afonso Presidente da JSD Distrital de Bragança “Conhecer, para refletir e depois agir”. Este, tem sido um dos princípios norteadores da atividade política desta distrital. Foi com base nessa premissa que reunímos com várias associações e instituições do distrito, que convidámos especialistas das mais diversas áreas, que auscultámos as inúmeras preocupações das pessoas, refletimos sobre as mesmas e apresentámos respostas e soluções. Com base nesse princípio, criamos o Marcador, para que possamos partilhar o conhecimento e, em conjunto, refletir e construir opiniões e soluções sólidas. É com esse intuito que, agora, criamos uma nova rubrica, o “Toma Nota”. Queremos dar-te informação sucinta sobre os mais variados temas para que possas, por ti, conhecer, refletir e agir.

Toma Nota: Agarra o teu Marcador e Marca o Futuro!


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" (...) o turismo gastronómico encerra um forte potencial para melhorar a gestão dos destinos, para promover as culturas e contribuir para que outros setores como a agricultura e o fabrico de outros alimentos se desenvolvam."

Setor Gastronómico como Motor de Desenvolvimento Regional Por: Hernâni Dias Presidente da Câmara Municipal de Bragança Em Portugal, os territórios do interior caracterizam-se, genericamente, por serem frágeis e deprimidos do ponto de vista económico. Sem políticas centrais estruturantes que permitam inverter esta tendência, temos vindo a assistir a uma regressão demográfica e ao envelhecimento, muito progressivo, da população. Trás-os-Montes, em geral, e Bragança, em particular, têm sentido, naturalmente, alguma dificuldade em contornar este que se tornará, a curto prazo, num dos graves flagelos a afetar toda a zona raiana do nosso país com as consequências a fazerem-se sentir, também, nos grandes centros urbanos. Numa tentativa de mitigar o problema, o Município de Bragança, enquanto principal responsável pela governação local, olhou para o concelho e tentou perceber qual o potencial endógeno existente que, se bem trabalhado, poderá contribuir para se fazer diferenciar, positivamente, dos demais territórios e, a partir daí, retirar alguma vantagem.

A gastronomia, como vertente turística, foi, sem dúvida, um setor que percebemos poder alicerçar uma parte significativa da economia local e, se devidamente promovido e potenciado, gerar atratividade e assim conseguir captar interesse de turistas e mercados paralelos. Sendo Bragança, assumidamente, uma terra com um património gastronómico ímpar e de paladares únicos, começamos por inventariar esse património culminando, em 2017, com o lançamento da Carta Gastronómica (Vencedora do galardão Silver Award - Graphis Design Annual 2019) onde se dá um importante contributo para a preservação da cultura, memória e identidade da comida Bragançana. Prosseguimos com a valorização dos certames gastronómicos. Os nossos pratos de fumeiro são icónicos e reconhecidos como de grande qualidade e excelência, confecionados com carnes certificadas da região. Desta forma, temos vindo a impulsionar e a consolidar as semanas gastronómicas e os festivais, apresentando como exemplos mais flagrantes o Festival do Butelo e das Casulas e as semanas gastronómicas à base de pratos de caça e castanha. Ultimamente, fruto do relevante investimento municipal na sua promoção e divulgação, temos assistido a um forte crescimento do segmento do mercado do fumeiro, com novas unidades de transformação de carnes a nascerem um pouco por todo o concelho, algumas criadas por jovens empreendedores


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que saíram da sua zona de conforto e acreditaram que poderiam criar o seu próprio posto de trabalho e alavancar o seu negócio, contribuindo, desta forma, para a dinamização do tecido económico local. Este é, ainda, um setor com grande margem de crescimento, pela constante procura dos produtos e porque não são conhecidos excedentes na sua produção. Estimamos que o setor gere um movimeto financeiro (direto e indireto) de vários milhões de euros, o que revela bem a importância de um produto endógeno e a sua capacidade em impulsionar outros setores e fileiras. Nesse sentido, concluímos que o turismo gastronómico encerra um forte potencial para melhorar a gestão dos destinos, para promover as culturas e contribuir para que outros setores como a agricultura e o fabrico de outros alimentos se desenvolvam. Todos nós temos a perceção de que o turista de hoje é exigente e gosta de vivenciar o único e o diferente, com degustação de produtos ou experiências marcantes. O nosso Butelo com Casulas tem essa capacidade! Sendo um produto ímpar, muito caraterístico, de elevada qualidade, aliado ao paladar único e intenso, reúne todos os fatores para se tornar um produto cultural cuja motivação turística, pode ser comparada com a visita a um museu ou um concerto musical. Os números têm vindo a confirmar que a aposta neste tipo de eventos e produtos gastronómicos tem um forte impacto económico em toda a região, com as várias unidades de restauração e hotelaria a esgotarem a sua capacidade, aquando da sua realização. De acordo com dados lançados pelo INE, (relativos ao ano de 2016), Bragança aparece, pelo segundo ano consecutivo, com taxas de crescimento turístico acima da média nacional e da região Norte. Entre janeiro e dezembro de 2016, Bragança registou um aumento de dormidas de 19,63% face ao período homólogo, contrastando com um crescimento de 14,11% na região Norte e de 11,40% em Portugal. No triénio 2014-2016, o aumento no número de dormidas no Concelho de Bragança foi de 45,09%. Já o número de hóspedes teve, igualmente, em 2016, uma evolução positiva, com um crescimento de 14,17% face ao período homólogo, representando 48,12% da NUT III Terras de Trás-os-Montes e 1,46% da Região Norte reforçando a liderança regional.

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Recentemente, ainda, na senda desta estratégia, a persistência de dois jovens brigantinos que, com inteligência, souberam preservar a qualidade e identidade dos produtos e aliar a forma de confeção à modernidade e ao requinte deram ainda mais visibilidade a esta área. Aquilo que era uma promessa transformou-se numa certeza, redundando para um restaurante Bragançano, num dos prémios mais cobiçados ao nível da gastronomia mundial – Uma estrela Michelin. De tudo isto, podemos concluir que a união entre a gastronomia e o turismo se apresentam como uma plataforma de revitalização das culturas, de valorização do conhecimento intercultural e de um excelente negócio para que os pequenos territórios possam inverter certas tendências, criando postos de trabalho e reforçando a sua economia local.


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