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TÓPICOS POLÍTICOS

Mobilidade

A Mobilidade é um tema central no distrito de Setúbal, na maioria das vezes, pelas piores razões. A proximidade dos concelhos do norte do distrito à capital não lhes atribui nenhum estatuto especial no acesso a bons meios de transporte, antes pelo contrário. A mobilidade entre concelhos do distrito é deficitária e insuficiente. Sendo, por vezes, mais fácil ir de transportes, duas vezes por dia, a Lisboa, para se chegar a outro concelho do distrito, do que encontrar um meio de transporte que nos leve do ponto A ao ponto B, dentro do Arco Ribeirinho Sul As dificuldades sentidas nos movimentos pendulares a que os jovens estão, na sua maioria, obrigados, são uma barreira gigante ao sucesso académico e profissional, bem como um contributo crasso para a diminuição da sua qualidade de vida.

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A Soflusa e a Transtejo têm vindo a prestar um serviço público cada vez mais débil. Para além das travessias suprimidas e dos atrasos constantes, contamos com falta de investimento, com o envelhecimento da frota, e com as promessas vazias do Governo, e o consequente excesso de passageiros acumulados nas zonas de espera são uma verdadeira fronteira que deixam do lado de cá aqueles que precisam de atravessar o rio todos os dias para trabalhar e estudar. Um estudante ou trabalhador do Barreiro ou do Montijo, que estude ou trabalhe em Almada, é obrigado a atravessar o Tejo duas vezes por dia, porque não tem ligações eficazes entre o concelho onde mora e o concelho onde trabalha ou estuda.

Contamos apenas com a Fertagus, o único meio de transporte coletivo que cumpre com as suas obrigações no que diz respeito ao cumprimento de horários e de condições das infraestruturas. Trata-se de uma gestão privada e eficiente, logo não temos quaisquer problemas em defendê-la, sem amarras ideológicas. Contudo, desde que o Passe Navegante deu entrada na vida das pessoas, o seu baixo valor mensal tornou muito mais aliciante o uso deste meio de transporte, o que contribuiu para o excesso de passageiros que torna toda a experiência da viagem um pouco claustrofóbica, dado o pouco espaço para a quantidade de passageiros.

A esta falta de resposta na rede de transportes coletivos contribui para um aumento na circulação de automóveis, nomeadamente no trajeto LisboaPenínsula de Setúbal e vice-versa Para além do trânsito caótico nas principais artérias das cidades e nos acessos à capital, estamos no caminho oposto para tornarmos as nossas cidades mais sustentáveis e verdes. Temos quase como certo que uma boa rede de transportes, que nos permita fazer casa-trabalho/trabalho-casa e casa-escola/escola-casa, é o primeiro passo para deixarmos os nossos carros em casa e retirar, igualmente, esse esforço financeiro em combustível e portagens do bolso dos habitantes do distrito de Setúbal

Neste sentido, e sem prejuízo de aprofundarmos o tema através do Gabinete de Estudos, e da restante Comissão Política Distrital, deixamos, desde já, algumas propostas:

A construção da tão prometida ponte rodoviária entre o Barreiro e o Seixal. Uma ponte que permita encurtar a distância entre os concelhos para viagens de carro, mas também para os autocarros que eventualmente venham a conectar as duas cidades. Uma ponte que englobe, igualmente, nas faixas laterais, a passagem a pé e de bicicleta para que se alarguem as possibilidades para os praticantes de desporto, para os jovens e para as famílias que pretendam passear nos seus concelhos;

Dependendo da vinda do Aeroporto para o Montijo, será necessário aprofundar o debate sobre as infraestruturas de ligação ao futuro aeroporto. E uma dessas acessibilidades será a ponte Barreiro-Montijo que encurtará o trajeto entre as duas cidades e, em conjunto com a ponte Barreiro-Seixal, tornará a mobilidade de Almada a Alcochete, passando por todos os concelhos no meio destes, mais coesa, fácil e atrativa para quem queira vir para cá morar, mas também para empresas que se possam fixar nos nossos territórios;

Durante o mandato, cabe-nos, igualmente, discutir e estudar a importância e o impacto que teria o badalado alargamento do Metro de superfície aos restantes concelhos, previsto na segunda e terceira fase do projeto, que se encontra suspenso. Há anos que se fala nesta possibilidade, com a previsão numa última fase de ligar Almada (sair de Corroios) e ir até ao Barreiro;

Propomo-nos, igualmente, a estudar e a debater a fase seguinte para a Fertagus, que seria ligar Setúbal (concelho) a Oriente (Lisboa), dada a quantidade de pessoas que trabalham/estudam para lá de Roma-Areeiro e que têm a obrigação de trocar de meio de transporte, bem como o acesso a transportes de longo-curso no Oriente e o acesso ao Aeroporto de Lisboa;

Numa visão de cidades mais sustentáveis e verdes, julgamos ser possível a construção de mais ciclovias para permitir aos jovens, e menos jovens, transportarem-se através de bicicletas ou trotinetes e deixarem os seus carros em casa. As vantagens destes meios de transporte são inúmeras, permite a prática de exercício físico, a poupança do planeta com menos emissões de gases poluidores, e ainda poupa a carteira dos cidadãos.

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