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O Brasil é líder mundial e referência quando o assunto é destinação ambientalmente correta de embalagens vazias de defensivos agrícolas. Hoje, cerca de 94% das embalagens plásticas primárias (as que entram em contato direto com o produto) comercializadas no país seguem para reciclagem ou incineração controlada. Mas nem sempre foi assim. Em 1999, de acordo com pesquisa realizada pela Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), 50% das embalagens vazias de defensivos agrícolas no Brasil eram doadas ou vendidas sem qualquer controle. Da outra metade, 25% tinha como destino a queima a céu aberto, 10% ficava ao relento e 15% era simplesmente abandonada no campo. Essa radical mudança de cenário se relacionou, sobretudo, à implantação de um programa pioneiro de logística reversa, denominado Sistema Campo Limpo, gerenciado pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV), entidade associativa e sem fins lucrativos criada para atender às prerrogativas da Lei Federal 9.974. Promulgada em junho de 2000, a lei definiu as questões ligadas à destinação de embalagens vazias de defensivos agrícolas, a partir de responsabilidades compartilhadas entre todos os agentes envolvidos: fabricantes, agricultores, canais de distribuição e poder público. 2 -3



inpEV Desde que os defensivos agrícolas passaram a ser utilizados em larga escala no país, por volta de 1960, um conjunto de leis buscou regulamentar sua aplicação, sem, no entanto, dispor sobre a destinação das embalagens pós-consumo. Entre as década de 1980 e 1990 acirrou-se o debate sobre os problemas representados pela destinação inadequada dessas embalagens: problemas ambientais – porque restos do produto podem contaminar o solo e lençóis freáticos – e também problemas de saúde, uma vez que reutilizar as embalagens ou as reciclar sem critério pode prejudicar a pessoas e animais. Em 1992 a Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef) liderou a criação de um grupo de estudos voltado a entender o fluxo das embalagens vazias de defensivos agrícolas, definindo as bases de um projeto de destinação adequada, de abrangência nacional. Dois anos depois tinha início o projeto piloto de estação de recebimento dessas embalagens em Guariba (SP), viabilizado a partir de um convênio com a Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo (Aeasp), a Cooperativa dos Plantadores de Cana de Guariba (Coplana) e uma empresa recicladora. A partir daí, várias outras instituições aderiram à iniciativa: Associação das Empresas Nacionais de Defensivos Agrícolas, Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola, Organização das Cooperativas Brasileiras e Associação Nacional dos Distribuidores de Insumo Agrícolas e Veterinários. E os bons resultados obtidos fizeram com que o projeto piloto servisse de parâmetro para a normatização do processo de destinação de embalagens de defensivos agrícolas pós-consumo, sistematizados na lei 9.974/2000. A legislação atribuiu aos usuários de defensivos agrícolas a responsabilidade de devolver as embalagens vazias aos canais de distribuição. Os comerciantes, por sua vez, teriam de encaminhá-las aos fabricantes, que não só deveriam responder pela destinação adequada – reciclagem ou incineração – como também por ações de educação ambiental e conscientização, com apoio do poder público. Para que essa cadeia funcionasse de forma integrada, no entanto, era preciso centralizar seu gerenciamento. A resposta foi a criação do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV), fundado oficialmente em 14 de dezembro de 2001. Entidade sem fins lucrativos que representa os fabricantes de defensivos agrícolas, o inpEV entrou em funcionamento em março de 2002, atuando na estruturação, gerenciamento e disseminação de informações relativas ao programa de logística reversa embalagens vazias daqueles produtos, denominado Sistema Campo Limpo. De 2002 a 2013, o inpEV garantiu que o Brasil se consagrasse como líder absoluto na destinação de embalagens vazias de defensivos agrícolas. O Sistema Campo Limpo já retirou do ambiente mais de 280 mil toneladas de embalagens de defensivos agrícolas pós-consumo, com quantidades crescentes ano após ano. Por isso, o Sistema é reconhecido como um dos mais eficientes programas de logística reversa de resíduos sólidos do mundo. 4-5



SISTEMA CAMPO LIMPO Sistema Campo Limpo é a denominação do programa de logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas no Brasil. Abrange todas as regiões do país, tendo como base o conceito de responsabilidades compartilhadas entre agricultores, indústria, canais de distribuição e poder público. O Sistema é gerenciado pelo inpEV, instituição que representa as indústrias fabricantes e/ou registrantes de defensivos agrícolas e que têm o dever, estabelecido por lei, de promover a correta destinação das embalagens vazias desses produtos. Participam do programa mais de 90 empresas associadas ao inpEV, que respondem por 85% dos custos do sistema, sendo que cada uma destina recursos de forma proporcional ao perfil e volume de embalagens colocadas no mercado. Desde 2002, o aporte da indústria no Sistema já ultrapassou R$ 700 milhões. Por meio do inpEV foi organizada uma rede composta por mais de 400 unidades de recebimento de embalagens vazias, em 25 estados brasileiros e no Distrito Federal, gerenciadas por cerca de 260 associações de revendedores, algumas cogerenciadas pelo inpEV. Os produtores rurais adquirem os defensivos agrícolas em aproximadamente cinco mil distribuidores e cooperativas e se responsabilizam pela lavagem e inutilização das embalagens pós-consumo para, então, enviá-las às unidades de recebimento. De lá, as embalagens seguem para seu destino final, que pode ser a incineração (8%) ou a reciclagem (92%). Os poderes públicos, nas esferas municipal, estadual e federal, respondem pela fiscalização do Sistema e pela orientação e licenciamento das unidades de recebimento, além do apoio às ações educativas.

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In fab dús ric tria an s tes

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FUNDAMENTOS CAMPO

C dis ana trib is d uiç e ão

r de co Po úbli P

Lei:

determina o compartilhamento de responsabilidades

Integração:

todos os elos da cadeia desde o início do Sistema


S DO SISTEMA O LIMPO

Gestão de processos e informação:

sistemas de informação que orientam a tomada de decisão com foco na eficiência, produtividade, redução de custo e captura de valor

Educação e conscientização:

investimentos contínuos com foco nos agricultores e nas futuras gerações 8-9


RESPONSABILIDADES COMPARTILHADAS A Lei nº 9.974/2000 exige que cada um dos agentes atuantes na produção agrícola do Brasil cumpra um papel específico no processo de recolhimento e destinação final das embalagens vazias de defensivos agrícolas. A responsabilidade compartilhada entre a indústria, os canais de distribuição, os agricultores e os poderes públicos é considerada o principal fator de sucesso do Sistema Campo Limpo. Entenda o papel de cada elo dessa cadeia integrada:

Agricultor

Lavar

Armazenar

Devolver

Comprovar

Lavar as embalagens e inutilizar

Armazenar temporariamente na propriedade

Devolver no local indicado na nota fiscal

Guardar o comprovante de devolução por um ano

Indústria fabricante (representada pelo inpEV)

Retirar

Destinar

Retirar as embalagens vazias devolvidas nas unidades de recebimento

Dar a correta destinação final às embalagens (reciclagem ou incineração)

Educar e Conscientizar Educar e conscientizar agricultores


Canais de distribuição/cooperativas

Indicar Ao vender o produto, indicar o local de devolução na nota fiscal de venda

Receber Dispor e gerenciar local de recebimento

Comprovar Emitir comprovante de devolução para agricultores

Educar e Conscientizar Educar e conscientizar agricultores

Poder Público

Fiscalizar

Licenciar

Fiscalizar o cumprimento das responsabilidades compartilhadas

Licenciar as unidades de recebimento

Educar e Conscientizar Educar e conscientizar agricultores

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SISTEMA CAMPO LIMPO

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Gerenciado pelo inpEV, o Sistema Campo Limpo é referência mundial na logística reversa das embalagens vazias de defensivos agrícolas. Presente em todas as regiões do país, o Sistema tem como base o compartilhamento de responsabilidades entre agricultores, indústria, canais de distribuição e poder público.

Produto pronto para a comercialização

De 2002 a 2013 mais de 280 mil toneladas de embalagens vazias foram corretamente descartadas.

Reciclagem

Ecoplástica Triex Entre os artefatos fabricados a partir da resina plástica reciclada proveniente do Sistema Campo Limpo, está a Ecoplástica Triex. Produzida pela Campo Limpo Reciclagem e Transformação de Plásticos, esta é a primeira embalagem reciclada para defensivos agrícolas com certificação UN para transporte marítimo e terrestre

Dez recicladores parceiros do Sistema transformam as embalagens (plásticas, metálicas, papelão e tampas) em 17 diferentes artefatos

6-b

Incineração As embalagens não laváveis (cerca de 5% do total) e aquelas que não foram corretamente lavadas pelos agricultores são encaminhadas aos incineradores parceiros do Sistema

am

R

6-a

ag

v rec


3

2

Tríplice lavagem Comercialização As revendas e cooperativas indicam, na Nota Fiscal, o local onde as embalagens vazias devem ser devolvidas pelos agricultores

No momento do preparo da calda para aplicação na lavoura, o agricultor faz a tríplice lavagem ou lavagem sob pressão e armazena temporariamente a embalagem vazia em local adequado em sua propriedade

4 Devolução As embalagens vazias são devolvidas pelo agricultor na unidade de recebimento do Sistema indicada na Nota Fiscal

6

Destinação mbientalmente correta

Representados pelo inpEV, os fabricantes de defensivos grícolas são responsáveis pelo transporte das embalagens vazias entre as unidades de cebimento e seu destino final:

Processamento das embalagens

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Nessa etapa as embalagens vazias de defensivos agrícolas são preparadas pelos funcionários das unidades de recebimento pra seguirem para o destino final (reciclagem ou incineração). Atualmente, mais de 400 unidades, entre centrais e postos, estão espalhadas pelo Brasil

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DESTINAÇÃO AO REDOR DO MUNDO

Em 2011 o Brasil já liderava o ranking de destinação ambientalmente correta de embalagens vazias de defensivos agrícolas, em relação à quantidade colocada no mercado.

73%

33%

94%

FONTES: FRANÇA (ADIVALOR), CANADÁ, ESPANHA E POLÔNIA (CROPLIFE), ALEMANHA(PAMIRA), JAPÃO (JCPA), AUSTRÁLIA (AGSAFE) E ESTADOS UNIDOS(ACRC). OS DADOS DO JAPÃO E CANADÁ SÃO DE 2009


77% 70% 67%

68%

50%

50%

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INDICADORES DO SISTEMA

CAMPO LIMPO

O volume de embalagens vazias de defensivos agrĂ­colas corretamente destinadas entre desde 2002 e 2013 jĂĄ ultrapassou 280 mil toneladas.

3.768

7.855 2003

2002

13.933 2004

17.881 2005

19.634 2006


21.129

24.415

28.771

31.266

34.202

37.379

40.404 2013

42 MIL 2014 Previs達o

2012

2011

2010

2009

2008

2007

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Ecoeficiência do

SISTEMA CAMPO LIMPO (2002 a 2013) fonte: Fundação Espaço Eco

Energia

Efluentes

Recursos Naturais

Desde 2002, a economia de energia realizada pelo Sistema Campo Limpo seria o equivalente para abastecer 157 mil casas durante um ano

O consumo de água evitado foi de 42,3 bilhões de litros, o equivalente a 42 milhões de caixas de água com mil litros cada

Se o Sistema Campo Limpo não existisse, a extração de recursos naturais teria sido 3,8 vezes maior


Resíduos sólidos

Emissões

Extração de petróleo

A existência do Sistema evitou a geração de 867 mil toneladas de resíduos sólidos. Isso equivale a cerca de 6 anos de resíduos gerados por uma cidade de 500 mil habitantes

A quantidade de CO2eq. (gás carbônico equivalente) não emitida totalizou 394 mil toneladas. Esse volume corresponde a 2 milhões de árvores que deixariam de ser cortadas

O funcionamento do Sistema também evitou a extração de 905 mil barris de petróleo

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Tel: 55 (11) 3069-4400


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