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SUMÁRIO
06| Leitura nossa de cada dia 08| O cenário poético feito na cidade 10| Tecnologia com mais definição traz novidade à população brasiliense 14| Projeto resgata a história da educação no DF 18| Caiu um pouquinho de tinta em BSB 20| Fio condutor de alta precisão 24| Consumo em busca da arte 28| Um remédio chamado esporte 30| Espécie de biblioteca móvel incentiva leitura dentro dos táxis de Brasília 32| Restaurante mistura mágica a comidas tradicionais da Alemanha 34| Cláudia Matarazzo: a expert em comportamento que ensina etiqueta sem frescura 38| Malandro exemplar
EXPEDIENTE Jornalistas: Ana Luiza Medeiros, Bianca Ramos, Cibele Moreira, Djenane Arraes, Ítalo Damasceno, Kirk Moreno, Priscilla Teles, Saulo de Castilho, Soloni Rampin, Tamara Martins e Vinícius Brandão. Tradução: Julia Grazinoli e Pedro Bueno. Fotografia: Carlos Eduardo Jr., Ítalo Amorim, Pâmela Kissianne. PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Amanda Viviele / Camilla Maia - Via 3A Comunicação www.3acomunicacao.com.br | 61 - 3546-9705 DESIGNER: Gueldon Brito. DIRETORA EXECUTIVA: Júlia Dalóia. 4
:: Revista Di Rolê :: NOV/DEZ 2014
SUMMARY
EDITORIAL
09| The poetic scenario made in the city 29| A medicine called sport
‘Era dia dos namorados e, nesta data, alguns shoppings costumam promover atrações musicais... Sabia que conhecia aquela voz doce, sonora. Era ele, Pedro Camargo Mariano, ou somente Pedro Mariano, como é conhecido. Dono da voz que canta e encanta. Por isso, como admiradora da trajetória profissional e da pessoa especial que ele é, serei sempre alguém que sente enorme satisfação em ouvir e apreciar as músicas de Pedro Mariano.’ Antônia Marúzia, fã e admiradora do cantor.
Neste embalo de carinho, a revista Di Rolê tem a honra de apresentar um dos maiores cantores e compositores do Brasil em sua última capa do ano de 2014. Pedro Mariano, filho de Elis Regina, tem características únicas de alguém com personalidade marcante e estilo próprio. Nesta edição, o leitor poderá conferir um pouco sobre o projeto do cantor com uma orquestra que passou por sete cidades, inclusive Brasília, e os planos de retomar a turnê em função do lançamento do DVD.
Impressão e Acabamento
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ESPAÇO DO LEITOR Se você leu a revista Di Rolê e tem opiniões e/ou sugestões, agora pode expressar-se. Envie sua sugestão ou comentário acerca dos assuntos abordados na presente edição para: revistadirole@gmail.com
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Considerada a maior expert em etiqueta do País, Cláudia Matarazzo é a estrela do bate papo realizado pela editoria Tribos nesta edição em que, carreira de sucesso e, claro, etiqueta, são os principais temas em foco. Já ouviu falar em Bibliotáxi? Esta é a última novidade de uma cooperativa de táxis em Brasília, que adotou a ideia de oferecer uma mini biblioteca em seus veículos, enquanto levam os clientes ao seu destino. E não é que o negócio está bombando?! Estas e outras notícias exclusivas você poderá conferir na última edição especial de final de ano da revista Di Rolê. Boa leitura!
Júlia Dalóia Diretora Executiva Revista Di Rolê
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Foto: divulgação
! Literatura
LEITURA nossa de cada dia Sebos estão sendo revitalizados para uma versão online e moderna Por Ana Luiza Medeiros 6 :: Revista Di Rolê :: NOV/DEZ 2014
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té o mais ávido dos leitores sente aquela pontada no coração ao ver o valor total de suas compras no caixa de sua livraria favorita. Para quem tem o hábito de levar dois ou três volumes ao mês, esse ritual se torna cada vez mais doloroso, afinal, esses poucos títulos são o suficiente para transformar dois dígitos em três, e o cartão de débito é muitas vezes substituído pelo de crédito. Diminuir o ritmo de suas leituras é sempre o último recurso a ser esgotado, pergunte a qualquer viciado em livraria, como nos reconhecemos no meio, carinhosamente. Muitos criaram entre os amigos círculos de leitura, repassando o mesmo exemplar de mão em mão até que todos o tenham lido, para que, só após o final do processo, seja feita a tal “vaquinha” para adquirir o próximo. Outros passaram a fazer uso dos e-books, os livros vendidos em formato digital, de acesso imediato após a compra e de valor muito reduzido, se comparados à versão impressa. Mas a solução que mais está chamando a atenção da comunidade consumidora de literatura em geral é o sebo. Velho conhecido dos maiores de trinta anos, os sebos caíram no esquecimento com a bolha digital, mas até o próprio foi transformado e repaginado para se adequar à nova geração de leitores, os acostumados com conteúdo gratuito online 24h, a um clique de distância. Os sebos online são um dos grandes responsáveis pela nova leva de leitores de baixo orçamento, sem apego ao fato de estar comprando material novo, e que agora começa a enxergar valor não apenas no conteúdo das páginas, mas também nas manchas de descoloração e assinaturas que o volume ganhou ao longo dos anos. Mas o apelo emocional não é o único. Os preços, indo muito além de um mero desconto, chegam a 95% sobre o preço de mercado em, muitas vezes, exemplares seminovos com garantia de satisfação. Um dos sites especializados com o maior acervo do Brasil, o estantevirtual.com.br, assegura a qualidade do livro, assim como a entrega dentro do prazo estipulado, com garantia de devolução do dinheiro em caso de extravio, ou caso o livreiro não cumpra com sua metade do acordo. Qualquer pessoa pode comprar ou vender seus livros nesse tipo de site, que coleciona números impressionantes como, por exemplo, uma média de 11.000 exemplares vendidos todos os dias e acesso a mais de 12 milhões de títulos em português para atender a todos os gostos. Com vendedores em todo o Brasil e mais de dois milhões de pessoas cadastradas no sistema, é fácil acreditar que qualquer livro, ou quase qualquer um, pode ser encontrado por meio do serviço de sebo online. E com a comodidade de comprar com apenas alguns cliques e receber no conforto do seu lar, é ainda mais compreensível como a cultura do sebo, agora online, pode não só voltar à moda, como dominar o negócio da
venda de livros, restringindo assim o volume de exemplares novos vendidos nas livrarias. Mais uma forma de contornar os gastos com a leitura nossa de cada dia, que está cada vez mais comum entre os internautas, é o serviço de trocas, disponibilizados e regulados por sites. Como exemplo, destacamos o skoob, uma comunidade literária online, mais conhecida entre a tribo. O site, além de disponibilizar uma página pessoal onde você pode dividir sua leitura atual, os volumes que já devorou, os seus preferidos, os que abandonou e etc, também oferece uma opção avançada de cadastro onde a comunidade pode interagir e trocar livros, criando assim uma espécie de corrente da leitura, utilizada pelos cadastrados, regulada pelo site. E para quem gostaria de arriscar na compra, venda ou troca de livros usados online, mas sem se cadastrar em um site específico, o bom e velho facebook está aí para facilitar a vida de quem quer fazer parte da comunidade. Basta procurar um grupo destinado a esse fim e entrar na brincadeira. Mas lembre-se que as regulamentações e garantias de entrega podem não ser tão seguras. Tenha cuidado ao enviar exemplares pelo correio baseado apenas na palavra do colega, e procure saber da sua reputação dentro do grupo antes de finalizar o acordo. Outra dica é tentar fazer trocas com pessoas da sua cidade, facilitando assim que a transação ocorra pessoalmente e em um local de grande circulação de pessoas, para garantir não só a entrega e recebimento dos dois livros, como principalmente a sua segurança. NOV/DEZ 2014 :: Revista Di Rolê ::
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Foto: Carlos Eduardo Jr.
! Culture-se
O CENÁRIO POÉTICO FEITO NA CIDADE Brasília agrega uma vasta produção literária e atende diversas áreas da cidade
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rasília que já foi denominada como a capital de todas as tribos - por abrigar uma variedade de manifestações culturais - possui também uma forte influência poética. Entre as esquinas da cidade é fácil ver alguma expressão artística. São intervenções urbanas, saraus, entre outras formas de expressar por meio das palavras, um sentimento, acontecimento ou um momento vivido.
Por Cibele Moreira vo abrir as portas para um movimento que tem ganhado cada vez mais força.
Para a poetisa Julianna Motter, colaboradora do coletivo Ex-estranhos, a poesia só se realiza do outro. “A minha obra só vai ter sentido quando fizer parte da vida de alguém”, comenta Motter, que tem parte do seu acervo espalhado pelas ruas da capital federal. Para ela, essa troca tem que existir. “E eu acho que faltam, em qualquer cidade, esses espaços de suspiro, onde um poema pode proporcionar um sorriso a um passante, mudar o dia dele”, explica.
Misturando poesia, música e teatro, o Sarau Radical, realizado bimestralmente desde 2003 em São Sebastião, integra a literatura de protesto. “A arte não tem a obrigação de ter uma ligação direta com a política, é sim um ato de resistência, de descobrir a nossa palavra”, comenta Vinicius Borba, uma dos integrantes do Sarau Radical e do coletivo Radicais Livres S/A.
Além dos carimbos feitos por Julianna Motter, Brasília proporciona quase todos os dias da semana um espaço aberto para o falar poético. Os saraus presentes nas cidades satélites têm como principal objeti-
Segundo ele, a cena poética de Brasília está mais viva do que nunca. “Cada cidade promove
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ao menos um sarau por semestre. Planaltina, Guará, P Norte, Paranoá, Ceilândia, Samambaia e outros locais têm ambientes como esse”, afirma Borba. O itinerante Pipocando Poesia também faz parte desse cenário e passeia por diversos pontos do Distrito Federal com uma proposta interativa ao público. Criado por uma poetiza e palhaça, Manuela Castelo Branco procurou um jeito de divulgar o próprio trabalho, arrumou um carrinho e resolveu misturar poesia e pipoca. “Eu ficava envergonhada de vender. A ideia de trocar poesia por pipoca veio de repente”, comenta a artista. Entre outras formas de propagar o poder das palavras, há a Bienal do B que acontece anualmente desde 2011 e coloca em cena uma ampla gama de artistas locais. Na última edição, realizada em setembro deste ano, participaram do encontro 100 poetas da cidade. Na programação, os brasilienses puderam se deleitar com diversas atrações, inclusive com a participação de jovens talentos que demonstraram por meio da música e da poesia seus versos e rimas, declamados ao público presente. É bonito ver a ascensão deste cenário artístico-cultural de Brasília, em meio a tantos talentos escondidos por entre as quadras planejadas e os bairros afastados. Se depender dos coletivos, esse movimento só crescerá, para disseminar cada vez mais arte e cultura.
THE POETIC SCENARIO IN THE CITY Brasília holds a vast set of literary works and they are present in several areas of the city
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By Cibele Moreira Translated by Pedro Bueno
rasília – which was once considered as the capital of all groups because of its variety of cultural expression – is strongly influenced by poetry. On the corners of the city, artistic works can be easily seen. These are urban artistic expressions, soirées and many other ways of expressing feelings, events or moments through words.
For poet Julianna Motter, who collaborates on the collectif “Ex-estranhos”, poetry is only made for the others. “My works will only make sense when they become a part of someone’s life”, said Motter, who has part of her collection scattered around the streets of Brasília. For her, this exchange must exist. “And I think these breathtaking places, where a poem can make bystanders smile and change their day are missing”, explained Julianna Motter. Besides the stamps made by Julianna Motter, Brasília provides almost every week a place for poetry. The soirées of the cities around Brasília make room for a movement which has become very popular. Mixing poetry, music and drama, “Sarau Radical” (“Radical Soirée”), which takes place every two months since 2003 in São Sebastião, includes protest literature. “Art does not necessarily need to be directly linked to politics, but it is an act of finding ‘our words’ and resistance indeed”, said Vinícius Borbaa, one of the participants of “Sarau Radical” and “Radicais Livres S/A”. According to him, poetry in Brasília is present like never before. “Each city promotes at least one soirée every semester. Planaltina, Guará, P. Norte, Paranoá, Ceilândia, Samambaia, and others have places like this”, said Borba. The itinerant “Pipocando Poesia” is also part of this new movement and it goes to different parts of the capital bringing an interactive option to the public. Created by Manuela Castelo Branco, poet and clown, she promoted her works with a little popcorn cart and then mixed poetry and popcorn. “I was shy to sell it [popcorn]. The idea of exchanging popcorn for poetry came in all of a sudden”, said Mrs. Castelo Branco. Among other forms of spreading the power of words, “Bienal do B”, which takes place every year since 2011, brings a set of local artists. In its last edition in September of 2014, there were 100 poets from Brasília. The schedule of “Bienal do B” allowed Brasiliense people to enjoy several shows. In the afternoon, children wrote their verses and rhymes through poetry and music. NOV/DEZ 2014 :: Revista Di Rolê ::
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! Cinema
TECNOLOGIA COM MAIS DEFINIÇÃO TRAZ NOVIDADE
À POPULAÇÃO BRASILIENSE O shopping JK, na Ceilândia, tem a única sala de cinema com tecnologia 4k da cidade Por Vinícius Brandão
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Foto: Carlos Eduardo Jr.
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ão era incomum ir ao cinema e ver a imagem borrada, com manchas, riscos e outras impurezas na tela. Desde a chegada do cinema digital, esses problemas desapareceram. A imagem tornou-se bem definida, sem manchas ou problemas como películas derreterem por conta do calor da lâmpada do projetor. Não havia como avançar além disso... Era o que se pensava até a chegada da tecnologia 4K, que começou a ser utilizada em Brasília, em agosto de 2014. O shopping JK, inaugurado na região administrativa de Ceilândia, em novembro de 2013, possui um complexo de cinemas de marca praticamente desconhecida. O Cineflix estava se expandindo pelo país e precisava entrar no mercado do Centro-Oeste. O shopping JK foi então uma oportunidade para inseri-lo com um diferencial ao local. O gerente geral do cinema, Plínio Mota, aponta a importância de entrar em um mercado próximo a um complexo da rede Cinemark, no Taguatinga Shopping. Para garantir a vaga no JK shopping, os representantes do Cineflix tiveram que convencer o grupo Terral e Paulo Otávio a correrem o risco com uma marca desconhecida em seu edifício comercial. Para isso venderam a ideia de um cinema de qualidade, completamente digital e com a mais nova tecnologia do mercado, o 4K. Porém, a tecnologia não foi utilizada para as exibições até o mês de agosto, quando o número de filmes em 4K passaram a atender às demandas do público. Já foram exibidos Lucy, O Espetacular Homem-Aranha 2, Os Mercenários 3, Livrai-nos do Mal e Maze Runner – Correr ou Morrer na definição. De acordo com Mota, Paulo Otávio pretende abrir shoppings em Planaltina, Águas Claras e Lago Sul. O plano envolve colocar a rede Cineflix em todos eles. No Lago Sul deverão ser quatro salas premium, com imagem em 4K e som surround 7.1, com mais caixas de áudio ao redor do espectador. No shopping JK, das seis salas, apenas uma é 4K.
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Infelizmente, como o público do shopping não gosta de filmes legendados, praticamente todas as sessões são dubladas. De acordo com Jonathas da Costa Oliveira, gerente de plantão do cinema, as reclamações com filmes legendados eram muitas. Atualmente, colocam uma sessão legendada ocasionalmente. Ainda assim recebem reclamações dessas sessões, porque o público demanda por filmes dublados. Após a entrevista, fomos convidados a assistir uma sessão com o 4K na sala 2, onde o filme era Livrai-nos do Mal. Foi possível notar uma melhoria considerável na imagem. O cinema digital atual passa a noção de que se vê uma imagem artificial. Com o 4K, a impressão é de que se olha por uma janela. Está mais próximo da sensação de uma imagem real. Saímos da sessão imaginando como deve ser assistir a um filme em 3D naquela definição. Entretanto, o filme era dublado. Como a mixagem de som perde muito da qualidade original com a reposição de vozes, o sistema de som surround 7.1 estava com variação de decibéis muito alta. Os sons baixos pareciam sussurros e os altos estouravam. Uma pena! Jonathas avisou que existem estudos para que a tecnologia 8K passe a ser usada no futuro. De acordo com ele, é o máximo de definição que o olho humano pode distinguir. Então, que o amanhã chegue logo. 12
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Foto: Carlos Eduardo Jr.
O projetor é mais avançado, com uma lente diferenciada para ser capaz de transmitir mais informações. A lâmpada requer o dobro da potência das lâmpadas de filmes em 3D. Os filmes em 4K podem ser tanto em 2D quanto em 3D, e o preço dessas sessões é o mesmo das outras salas.
NÓS CUIDAMOS DA COMUNICAÇÃO VISUAL DA SUA EMPRESA SOMOS MAIS QUE UM ESTÚDIO DE DESIGN. Somos o Estúdio Caleidoscópio e queremos mudar sua experiência com comunicação visual. Indenpendente do seu objetivo, nós defendemos que ele deve ser atingido com criatividade.
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Foto: arquivo Público
! Educação
Por Soloni Rampin
PROJETO
RESGATA A HISTÓRIA
DA EDUCAÇÃO NO DF A pesquisa já gerou livro, documentários e agora torna-se acessível em museu NOV/DEZ 2014 :: Revista Di Rolê ::
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Foto: Ítalo amorim
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ra uma vez uma cidade que nascia no meio do Brasil. Com ela, surgiam também novas formas de se prestar serviços básicos. Brasília não queria, por exemplo, pensar a educação do jeito que todo o resto do país sempre pensou. A Capital Federal queria fazer diferente e ser um exemplo para o resto do país, por isso, com a ajuda de Anísio Teixeira, fez com que seus jovens, ainda no final dos anos de 1950, vivenciassem uma experiência educacional integral e integradora. O ensino seria planejado desde as séries de pré-escola até a graduação. A ideia de um centro educacional em tempo integral, tão defendida hoje, já era um ideal naquela época. E o resgate, preservação e disseminação dessa história, que são o ideal do Museu da Educação do Distrito Federal hoje.
! Nova educação De acordo com Eva Waisros Pereira, pesquisadora e coordenadora do projeto “Educação Pública no Distrito Federal (1957-1964): Origens de um projeto inovador”, o ensino público em Brasília foi idealizado por Anísio Teixeira, então presidente do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP). “O Plano de Construções Escolares de Brasília pretendia corresponder à modernidade de Brasília. Era um projeto inovador”, conta a professora. Basicamente, o plano propunha que a escola não fosse apenas um 16
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local de disseminação do conhecimento teórico, mas também do prático e técnico, além de ser um ambiente de convívio social. Em cada quadra haveria um Jardim de Infância e uma Escola Classe, onde os alunos teriam aulas das matérias teóricas, como português e matemática e, a cada quatro quadras, haveria uma Escola Parque, para atender alunos de sete a 14 anos, com atividades artísticas, sociais, recreativas e de artes industriais – quase o ensino técnico de hoje. As Escolas Parques seriam complementares aos estudos das Escolas Classes e manteriam os jovens envolvidos com as atividades escolares durante todo o dia. Já o ensino médio era “pensado quase como uma universidade, com cursos integrados. A primeira escola deste tipo foi a Elefante Branco. Também em tempo integral, lá havia clubes de interesse, como os cursos de música. E, seguido a isso, vinha a universidade. A Universidade de Brasília já estava no plano de Teixeira. Ele, desde as décadas de 1920, 1930, já pensava em revolucionar a educação no Brasil”, explica Eva.
! Primeira escola Com a vinda de famílias de todos os cantos do Brasil para construir a nova capital, houve a necessidade de construir uma escola para as crianças que aqui estavam. Em outubro de 1957, inaugurou-se, na Candangolândia, o Grupo Escolar 1, o qual, mais tarde, receberia o nome de Júlia Kubitscheck – em homenagem à mãe de Juscelino – e cujo prédio, também idealizado por Oscar Niemeyer, se assemelhava ao do Catetinho, já apontando a relevância que a educação teria no Distrito Federal. Para lecionar, primeiro, foram selecionadas professoras entre as esposas e filhas de quem já aqui estava, depois “foi realizado um concurso nacional rigorosíssimo para os professores virem para cá. Os selecionados eram jovens e considerou-se a vontade de mudar, de se envolver em um novo projeto de educação”, lembra a pesquisadora. Apesar de seguir os preceitos de Anísio Teixeira, a escola só funcionou até 1969. Sua desativação foi o fim definitivo de um projeto utópico que deixou sementes, mas não teve força frente ao governo militar. Na década de 1980, a escola, que até anos antes havia sido ocupada por moradores sem teto, foi totalmente destruída em um incêndio.
! O Museu Com a finalidade de resgatar a história recente da educação no Distrito Federal, o grupo de pesquisa coordenado por Eva idealizou e conseguiu recursos da UnB, do Governo do Distrito Federal e da Lei Rouanet para reconstruir a escola Júlia Kubitscheck, próximo ao espaço
original e, assim, montar o Museu da Educação do Distrito Federal (MUDE) que pretende contar a história do plano educacional inovador nascido com Brasília. “Colhemos depoimentos de professores e ex-alunos, primeiro em áudio, depois em vídeo. Também recebemos fotos e materiais guardados por essas pessoas. Além disso, pretendemos que o Museu seja vivo, com exposições multimídias para resgatar a história desses pioneiros e fazer com que eles se reconheçam ao entrar no Museu”, diz a professora. O MUDE tem o projeto de conteúdo arquitetônico e museológico integrados, para que não apenas as mostras contem o passado, mas também o prédio em que ele será instalado. Após o período eleitoral, começam as licitações para sua construção. “O plano de Anísio Teixeira deixou sementes. A ideia de educação integral é atualíssima. Mas é um novo contexto e ninguém volta ao passado. O que se faz é reconstruir, utilizar a experiência anterior para entender o presente e construir o futuro. Se você não tem passado, não tem chão”, finaliza Eva. A finalidade do MUDE é contar essa história e ser um exemplo para todos e para sempre. Conheça mais! Livro: Nas asas de Brasília - Memórias de uma utopia educativa. Eva Waisros Pereira [et. al]. Brasília: Universidade de Brasília. 2011. Documentários: Utopia da Educação – Brasília 1956-1964 e Museu da Educação. NOV/DEZ 2014 :: Revista Di Rolê ::
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! Arte Urbana
CAIU UM POUQUINHO DE TINTA EM BSB Desenhos em paredes e muros tomam conta da capital, que apresenta grandes artistas como no trecho Rio-SP
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rafite, do italiano graffiti, são inscrições feitas em paredes ou em superfícies que normalmente não são previstas para essa finalidade. É a arte urbana que vem ganhando o mundo e que grita para que todos ouçam suas ideias. Representada por grandes nomes como Basquiat, Os Gêmeos, Banksy, Aryz e Trans, os desenhos além de colorir também contribuem para a conscientização de questões sociais. Brasília, mesmo sendo uma cidade nova, conta com talentosos representantes que já levam o graffiti brasiliense para outras cidades e expandiram a expressão para linhas de roupas e objetos. Yong, de 28 anos, desde pequeno viu o pai desenhar e a “turma do bairro” a viver na onda da pichação. Com 19 anos começou a colocar em prática o seu hobbie favorito e não parou mais. Hoje, além de grafiteiro, o artista se encontrou profissionalmente como designer e ilustrador, o que se for parar para pensar está superinterligado. Yong conta que “dos desenhos em paredes para as camisetas, adesivos e papéis de parede, foi uma transição natural”. “Quando você faz graffiti tem acesso a lugares que normalmente não passaria, você tem olhos para detalhes da cidade como um beco, um viaduto, uma escadaria. Assim você aprende a valorizar mais sua cidade. Brasília é minha inspiração,
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Por Priscilla Teles minha casa!”, diz o artista. Com alguns projetos no forno, Yong se divide entre Brasília, Bogotá e uma exposição em Buenos Aires, como ele mesmo diz, “sempre estou planejando algo”. A brasiliense Brixx, 27 anos, ganhou as ruas de São Paulo com seus desenhos lúdicos e geométricos. “Em SP descobri a favela como um dos meus lugares preferidos. A recepção é sempre calorosa e as pessoas se sentem felizes com a interação que existe no cotidiano delas, é um grande prazer”, afirma. A mulher com jeito de menina começou a colocar em prática a paixão pelo desenho aos 23 anos, quando no dia de seu aniversário presenteou-se com tintas das mais diversas cores. “Sou introvertida e
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senti a necessidade de poder me comunicar melhor com as pessoas. Como ferramenta pra quebrar essa timidez, decidi pintar na rua por ser a maior exposição que eu poderia me submeter”, lembra a desenhista. Por ser mulher passou por situações onde grafiteiros “davam desculpas para não dividir um muro”, mas foram minoria, conta. Sócia da marca 'Passarinho Colorido', juntamente com sua irmã, Dani Furtado, viu sua arte ultrapassar os muros para coleções de bolsas, roupas e outros mimos. A cada três meses a artista volta à Brasília para pintar, um hábito que não pretende mudar. Da pichação à street art, foi assim que Rdoze, de 24 anos, trilhou seu caminho. Com incentivo do grafiteiro Pará, caiu nas graças da pintura de rua, mas a dificuldade financeira lhe forçou a ficar três anos afastado. De volta à atividade passou a se concentrar em sua cidade, Recanto das Emas, porém sempre marca presença em encontros de outros estados para renovar
as inspirações. Com a necessidade de retorno financeiro para continuar com a produção surgiu a 'Síndrome Criativa', marca de camisas, posters e telas que, em breve, ganhará uma loja itinerante e outra virtual. “As pessoas sentem a necessidade de levar a obra para casa, gostamos de ver o resultado e como as elas valorizam essa parte do trabalho”. Sobre o interesse do Governo pela arte desenvolvida no grupo, Rdoze explica que existem vários editais que incentivam projetos na área de artes visuais, com o foco no graffiti, mas o maior problema que artistas podem enfrentar é não ter um apoio de pessoas voltadas para a função, já que se torna difícil conciliar a produção cultural com a produção artística. “Uma realidade triste é que por conta da cena ser tão limitada para conseguir recurso e sobreviver de sua arte, o artista acaba tendo que se envolver em produção cultural, o que é muito desgastante”, desabafa o artista.
! O graffiti social Além do comercial, alguns artistas do grafitti participam de projetos sociais. É o caso do Rdoze, que dedica-se à Casa Cultural Síndrome Criativa, cujo objetivo é difundir a arte na região administrativa do Recanto das Emas com sarau mensal, oficinas, cinema e debates gratuitos. A Casa é aberta para o desenvolvimento de projetos sociais e para tornar o relacionamento das pessoas mais agradável por meio da arte. Viva a arte! Conheça mais sobre o trabalho dos artistas entrevistados: Yong: facebook.com/yongattack Brixx: facebook.com/brixx.furtado / www.passarinhocolorido.blogspot.com.br Rdoze: facebook.com/rdoze Confira a programação da Casa Cultural: facebook.com/SindromeCriativa NOV/DEZ 2014 :: Revista Di Rolê ::
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! Capa
FIO CONDUTOR DE ALTA
PRECISÃO Em projeto à frente de uma orquestra, Pedro Mariano mostra talento na transformação do erudito e do fino da MPB em música acessível para todos os ouvidos
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Por Djenane Arraes
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oi-se o tempo em que para apresentar Pedro Mariano era preciso colocar o nome dos pais à frente. Sim, ele sempre será o filho de Elis Regina com o músico e arranjador César Camargo Mariano, mas Pedro, quase 20 anos após o lançamento do primeiro trabalho, desfruta de uma carreira sólida e com identidade própria. São nove discos desde 1997, sendo que o mais recente, Pedro Mariano e Orquestra, é um perfeito exemplo da complexidade e também da acessibilidade o trabalho desde que hoje é um dos cantores mais interessantes da música brasileira. Lançado neste ano pela Nau – selo próprio de Pedro Mariano –, com distribuição da Lab 344, Pedro Mariano e Orquestra apresenta 16 faixas entre canções que já faziam parte do repertório, outras extraídas da discoteca particular do cantor e mais duas inéditas. “Eu tinha, num primeiro momento, uma lista das canções do meu repertório e outra de músicas de cabeceira: do meu repertório particular que eu não canto para ninguém”, disse Pedro. “Pensava em tirar alguma dessa lista e pontualmente colocar num disco e em outro para incrementar repertórios de projetos especiais. E esse é um projeto especial. Algumas já estavam na minha lista e outras foram aparecendo conforme procurava uma e encontrava outra. Todas valorizam a canção e a interpretação. Eu peguei músicas que conseguisse tirar força e intensidade”. Há também duas canções inéditas. A primeira é “Sem Você Não Vou”, de Jair Oliveira (o Jairzinho para a galera que cresceu com o Balão Mágico). Essa foi um pedido de Pedro para Jair através de um telefonema. A segunda inédita, “Um Pouco Mais Perto”, de Ana Carolina, Chiara Civello e Edu Krieger, teve uma história mais casual. Pedro fez uma participação no show de Chiara em que também estava Ana Carolina. “A gente ficou no camarim batendo altos papos. Eu contei para ela [Ana Carolina] sobre o meu projeto e no quanto achava que as composições dela eram próximas a linha de raciocínio que queria para esse disco: letras fortes, melodias intensas. Queria músicas para se jogar dentro, que são exorcizastes. As de Ana Carolina tem essa característica de lavar a alma. Daí, brinquei com ela: disse que tinha algumas músicas dela que gostava muito, mas se ela tivesse alguma perdida por aí...” Ana Carolina tinha mesmo uma na manga. Duas semanas depois, Pedro recebeu um e-mail da cantora e compositora com a seguinte mensagem: “vê se é esse aí o caminho.”
! Fio condutor Na entrevista exclusiva à revista Di Rolê!, brinquei com Pedro Mariano a respeito das minhas impressões sobre o projeto com
a orquestra. O disco conseguia navegar entre o mundo do jazz e das big bands, mas com o delicioso pop de um Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band – o clássico dos Beatles eternizado também por conseguir agregar de forma quase perfeita a eletricidade do rock com arranjos de orquestra. Foi a melhor definição que consegui expressar para definir a complexa sonoridade que conseguia descer tão bem aos ouvidos. São impressões que foram ao encontro dos objetivos do cantor ao pensar no projeto. “Isso era muito importante. Você tem que tirar proveito da orquestra para fazer algo que seja tão complexo quanto inteligível. Isso pode ser fácil de fazer quando se coloca no papel todos os choques harmônicos possíveis que a teoria musical permite. Mas não era essa a ideia”, explicou Pedro Mariano. “A música não pode ser distorcida. Ela não pode receber um arranjo que o cara que está sentado na plateia não identifique, ou que ele só faça lá no meio da música. Esse sujeito vai pensar que tem uma coisa errada. Por que essa música não está descendo? Ele vai se sentir preterido dentro daquele contexto. Então eu fiz questão de valorizar as coisas que as pessoas já conhecem, mas também criar uma identidade nova”. Para isso, Pedro contou com a ajuda de um grupo de velhos amigos: pessoas que conhecem e trabalho junto com ele NOV/DEZ 2014 :: Revista Di Rolê ::
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há anos. A direção musical do disco ficou a cargo de Otávio de Moraes, que também teve a função de criar uma linha coesa para as sugestões de arranjos feitas por músicos como Marcelo Elias e Conrado Goys, que fazem parte da banda. “Dizia para eles: me surpreendam. Eu quero que vocês me apresentem um arranjo que eu diga ‘meu deus do céu, o que vocês fizeram aqui?’ Eu quero ser surpreendido positivamente o tempo todo. Como sei da capacidade deles, isso casou muito bem. O Otávio trabalhou o tempo todo no sentido de criar uma linha coesa entre eles. São canetas completamente diferentes, com características muito claras e distintas. Como eu sou o fio condutor e é a minha história que vou contar, coube a mim e ao Otávio achar a química entre as canções, os arranjos e a orquestra”.h
O show deste projeto passou por sete cidades, inclusive em Brasília, mas há planos de retomar a turnê em função do lançamento do DVD. Para isso, Pedro Mariano conta com um esquema engenhoso. Como não é possível transportar toda uma orquestra de cidade em cidade, a produção é montada em cima de uma base enxuta. Além de Pedro e a banda, viajam com a equipe o maestro, que é o próprio Otávio de Moares, mais o primeiro trompete e o primeiro violino. O resto da orquestra é contratado no local. Pedro explicou que o processo, assim como foi feito em Brasília, é realizado por meio de arregimentadores, que montam o time de instrumentistas solicitado, repassam as partituras e organizam a estrutura. Ensaio? Somente um é necessário com a presença do maestro e da orquestra. “É o ensaio que chamamos de primeira leitura. Eles lêem, entendem como é o arranjo e, no dia seguinte, show. Tudo sem o menor problema. O músico erudito está acostumado com essa dinâmica. Isso é muito comum de acontecer e é um grande facilitador. Isso também traz um intercâmbio muito legal: conhecemos grandes músicos nesses sete shows e provavelmente será dessa forma que vamos operacionalizar a futura turnê”, disse.
! Sou o que sou Pedro Mariano é artista que não se acomoda. O projeto 22 :: Revista Di Rolê :: NOV/DEZ 2014
rial novo e procurar gente nova, provavelmente o meu show só vai ter mais do mesmo. É ação e reação. Aquele que espera isso de mim vai se frustrar e não vai continuar ao meu lado. Em compensação, aquele que quer ouvir coisa nova, sabe que no Pedro Mariano ele pode buscar isso”. Que venham então sempre as boas novidades. Fotos: divulgação
com orquestra é só um dos inúmeros especiais que ele elaborou e produziu. Em nove discos lançados, cantou canções que foram sucessos na voz de Elis Regina, mas tudo com o jeito dele. Na função de intérprete, procura não apenas investir em canções consagradas, como também dar voz a gente nova. Jair de Oliveira, Max de Castro e Wilson Simoninha – todos filhos de grandes artistas e que formaram parcerias importantes com Elis Regina –, são presenças habituais no repertório. Mas Pedro também abre frente e lança canções até então inéditas de vários outros compositores. Já fez disco ao vivo, um projeto em parceira com o pai em Piano e Voz, e ainda organizou uma espécie de tributo de vozes masculinas à mãe em Elis Por Eles. Isso sem falar nas inúmeras participações em projetos como a trilha da Ilha Rá-Tim-Bum. É uma carreira rica e expressiva que já lhe rendeu, inclusive, indicações ao Grammy Latino. Na contramão de um cenário cultural cada vez mais empobrecido nas grandes mídias de comunicação, Pedro está na turma daqueles que resistem e sobrevivem fazendo arte sem conceições. “A minha proposta de trabalho passa pela verdade. Eu não sou um artista inventado. Eu sou o que sou. O que você ouve nos meus discos é a mais absoluta verdade daquilo que me proponho a fazer. Em função disso, você vai encontrar pessoas dispostas a ouvir esse trabalho”, disparou Pedro, que faz fortes críticas ao monopólio cultural em função do consumo. Mas afirma que há espaços e eles estão aí para serem preenchidos. Se a televisão e as rádios são meios cada vez mais estrangulados, Pedro acredita que a democratização da internet revelou uma efervescência cultural muito rica que faz o trabalho do artista crescer. Outro segredo de Pedro Mariano para continuar a se manter da música com sucesso? Continue fazendo coisas interessantes. “A relação que você cria com o seu público é o que você vai ter de volta. Se eu começar a fazer releituras dos meus sucessos e a renegar o meu ideal artístico, que é sempre lançar mate-
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! Exposição
Foto: Ítalo amorim
CONSUMO
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EM BUSCA DA ARTE O que tem levado shoppings centers fazerem cada vez mais exposições de arte em seus espaços?
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- Vamos ao shopping ver a exposição do Hélio oiticica?
convite acima não causa mais estranheza a ninguém. Há tempos os “templos do consumo” deixaram de ser apenas locais de compras e se apresentam também como focos de cultura com o objetivo, além do comercial, de ser também uma opção de contato com a arte. Os shoppings centers, com a tendência de mudar o clima de frios centros comerciais para ganhar cada vez mais uma cara de ambiente acolhedor e real opção de lazer, decidiram abrir espaços entre suas lojas e praças de alimentação para as - cada vez mais frequentes – exposições de fotografias, pinturas, esculturas e até mesmo instalações. Se no início a proposta começou como alternativa na organização do espaço, hoje tem ganho cada vez mais destaque e conquistado o interesse de pessoas que frequentemente vão ao shopping apenas para apreciar as obras. Para o artista, suas peças estarem em corredores abarrotados, em meio a gente carregando sacolas ao mesmo tempo que toma sundae de ovomaltine, lhes confere um resultado diferente das salas pouco populares de uma galeria. Elas terão um alcance consideravelmente maior e com um público mais diversificado, afinal, nos espaços próprios, elas só serão vistas pelas pessoas que foram até lá com tal intenção, enquanto que, em um shopping, o artista perde o controle sobre sua audiência e tem a oportunidade de ser conhecido tanto pela criança que foi apenas para brincar no play, quanto pelo idoso que só queria tomar um café. Talvez, por conta do clima desses lugares e do espírito dos seus frequentadores, vários artistas veem com desconfiança
Por Ítalo Damasceno levarem seus trabalhos até lá, pois há grande possibilidade de falta de interesse ou simplesmente de incompreensão. Entretanto, que ninguém se iluda com a abnegação que estes espaços são cedidos aos artistas. Interesses simbióticos mantêm esta relação entre os expositores e os shoppings. No caso do Brasília Shopping, todo ano há a escolha de um “conceito artístico”, com forte peso do setor de marketing nesta decisão, que estará presente nas suas campanhas ao longo do período (dia das mães, dos pais, namorados, das crianças) e que culmina com uma exposição maior do artista ou obra que serviu de inspiração. Por exemplo, neste ano, o escolhido foi o PARANGOLÉ, obra que para ser vista é necessário vesti-la, de Hélio Oiticica. Também conta como critério uma preferência aos artistas locais, casando com a definição de um “shopping monumento”, que integraria o rol dos pontos arquitetônicos da capital. NOV/DEZ 2014 :: Revista Di Rolê ::
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Em consonância às opiniões de Renato, Maíra Garcia, gerente de marketing do Brasília Shopping, explica que, para poder expor lá, há um “filtro de acordo com as premissas e interesses do shopping como tipo de público, tema, disponibilidade” e, se for um projeto que já vem do artista, ainda há a análise dos custos e se o espaço oferecido pode abrigar as obras. Dentro destes critérios, estariam
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abertos para receberem materiais dos mais variados tipos, necessitando apenas enviá-los para a análise do marketing e as datas desejadas. O encontro do centro de comércio com o que há de mais etéreo no ser humano é uma coisa engraçada de se ver. Usar a arte para atrair consumidores, que muitas vezes são os alvos das flechas mais afiadas atiradas pelo artista, pode ser uma faca de dois gumes onde ambos poderão sair "cortados". No entanto, estes dois vetores - o financeiro e a arte - só atingem seus objetivos arriscando o mais alto que podem para conquistar o mesmo prêmio: o desejo humano. É por isso que esta parceria ainda vai render muito.
Foto: Ítalo amorim
“Uma exposição no shopping quebra a rotina da obra e da pessoa que por lá passa”, resumiu Renato Acha, artista, jornalista e curador. Renato diz que apesar de tudo partir do marketing do lugar que cede o espaço, é uma oportunidade rentável, inclusive financeiramente, ao artista e de tornar seu trabalho conhecido, de modo que podem surgir oportunidades para novos negócios, além da possibilidade de patrocínio para os artistas fazerem suas mostras naquele local. Apesar disso, o artista ressalta as limitações, sobretudo de montagem, dessas exposições, pois geralmente as praças de eventos ou de exposições não possuem paredes, o que demanda um enorme trabalho para adaptar o ambiente para uma adequada apresentação das obras, e a quase impossibilidade de uma iluminação acurada, pondo em risco o sucesso e a beleza do material. Por isso, a espécie de arte que mais tem chance de sucesso e possui apelo para público é a fotografia.
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Foto: Virgínia saad
! Esporte
Em Brasília, a Vela Adaptada tem se revelado um esporte de estímulo ao recomeço de atletas lesionados
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Por Saulo de Castilho
ofrer um acidente e ficar em uma cadeira de rodas com algumas limitações pode ser encarado como um obstáculo e motivo de tristeza para muitas pessoas. Essa não é a visão de quem descobriu a oportunidade de um recomeço e uma melhor qualidade de vida com o apoio do esporte.
Brasília conta com o Núcleo de Vela Adaptada que é voltado para pessoas com deficiência, onde são oferecidas aulas teóricas e práticas (gratuitas), além de contar com a ajuda de diversos voluntários para manter o projeto. Tudo começou em 2009 com a Federação Brasiliense de Vela Adaptada (FBVA), vinculada à Confederação Brasileira de Vela Adaptada (CBVA) e filiada ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que efetivou em 2012 uma parceria com o Clube Cota Mil, em Brasília. Para Bruno Pohl, coordenador técnico da FBVA e responsável pelo Projeto, em 2013 um passo importante foi dado para este movimento. "A Agência Australiana para Desenvolvimento Internacional doou oito barcos por intermédio da Embaixada Australiana, o que nos deixou com dez barcos adaptados e possibilitou atender mais alunos. É uma atividade que ajuda no controle motor e equilíbrio dos praticantes", define. Atualmente, as aulas acontecem no período da manhã e atendem a vinte e dois alunos. Os planos são ampliar o número de vagas para
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trinta até o fim do ano, com aulas no período da tarde e uma turma exclusiva para mulheres. A Rede Sarah de Hospitais para Reabilitação tem participação no projeto com a indicação de atividades para os pacientes que se recuperam de lesões medulares decorrentes de acidentes automobilísticos e com armas brancas (objetos perfurantes), Foto: saulo de Castilho
UM REMÉDIO CHAMADO ESPORTE
além de oferecer tratamentos com psicólogo e fisioterapeuta. O local realiza um estudo de caso em que é feita uma análise da lesão e o trabalho de exercícios que deverão ser desenvolvidos para cada caso. No mês de setembro aconteceu o Campeonato Brasiliense de Vela Adaptada e os vencedores das categorias masculina e feminina receberam como incentivo duas bolsas -atleta. Os vencedores foram Ana Paula Marques e Fabrício Amorim. "Depois de praticar natação, canoagem e tiro com arco, eu me sinto feliz com a vela e gosto de competir. Me ajuda a esquecer os problemas, não fico de cabeça cheia quando estou velejando" afirma Ana Paula Marques. A atleta ainda deixa um recado de estímulo para quem sofreu algum acidente ou lesão. "O esporte ajuda muito, serve como uma segunda chance, não devemos desistir, mesmo com a lesão. Precisamos seguir em frente...". Mais informações sobre a Vela adaptada:
Quando: De terça à sábado Horário: Pela manhã Onde: Clube Cota Mil - Setor de Clubes Sul (Trecho 2) Contato: 3225-4489
A MEDICINE CALLED SPORT In Brasília, Vela Adaptada (“Adapted Sail”) has been an encouragement to a new beginning for disabled athletes
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By Saulo de Castilho Translated by Pedro Bueno
aving an accident and depending on a wheel chair with limited moves can be seen as an obstacle and a reason for being sad by some. This is not the opinion of those who discovered a way to begin again and found quality of life in sports.
Brasília counts on the Núcleo de Vela Adaptada (“Adapted Sail Center”), which is special for disabled people, where theoretical and practical (and free) classes are offered, besides the support of several volunteers to keep the project running. Everything started in 2009 with the Federação Brasiliense de Vela Adaptada (FBVA) (“Brasiliense Adapted Sail Federation”) connected to Confederação Brasileira de Vela Adaptada (CBVA) (“Brazilian Adapted Sail Confederation”) which is also a branch of Comitê Paralímpico Brasileiro (“Brazilian Paralympic Committee”) and became a partner of Cota Mil Club in 2012 in Brasília. For Bruno Phol, technical coordinator of FBVA and one of the responsible for the project, a very important step was taken in 2013. “The Australian Agency for the International Development donated 8 boats with the assistance of the Australian Embassy, which gave us a total of 10 adapted boats and enabled us to have more participants. It is an activity which helps the development of coordination and balance of those who join it.” Nowadays, the classes take place in the morning and 22 participants attend it. There are plans to increase the number of participants to 30 until the end of the year, with classes in the afternoon and a special group for women. The Rede Sarah de Hospitais para Reabilitação (“Sarah Rehabilitation Hospitals”) have participated in the project by indicating activities for the patients who recover from spinal cord injuries caused by accidents involving automobiles and sharp objects. Besides that, they offer appointments with the psychologist and physiotherapist. This hospital studies each lesion and develops exercises that should be done for each case. In September, there was the Campeonato Brasiliense de Vela Adaptada (“Brasiliense Adapted Sail Championship”) and the winners of the men’s and women’s categories were awarded a “scholarship” for athletes. The winners were Ana Paula Marques and Fabrício Amorim. “After swimming, canoeing and practicing archery, I feel happy when I sail and I like to compete. It helps me forget problems because I do not feel stressed out when I am sailing”, says Ana Paula Marques. The athlete still leaves an encouraging comment for those who had an accident or lesion. “Sports help much and serve as a second chance, so we should not give up, even though we were injured. We need to go on…”
Atleta de Vela Adaptada, Ana Paula Marques
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Fotos: Pâmela Kissianne
! Literatura
ESPÉCIE DE BIBLIOTECA MÓVEL INCENTIVA LEITURA DENTRO DOS TÁXIS DE BRASÍLIA O Bibliotáxi é uma novidade que disponibiliza livros nos automóveis e torna o trajeto mais proveitoso aos passageiros Por Kirk Moreno 30 :: Revista Di Rolê :: NOV/DEZ 2014
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Bibliotáxi tem deixado o tempo gasto no trânsito mais produtivo. A ideia é bastante simples. De três a quatro livros são deixados em uma sacola no banco de trás dos veículos. O passageiro gostando, pode levar para casa. A devolução pode ser feita em outro táxi cadastrado no serviço.
cliente chorar após ler uma parte da obra “A Distância Entre Nós” - que aborda o mundo familiar -, da indiana Thrity Umrigar.
Apesar de existir desde 2013, o projeto ainda surpreende alguns passageiros. A publicitária Gabriela Prado, 25 anos, já tinha ouvido comentários sobre o serviço, mas ainda não tinha utilizado. “Aqui em Brasília faço pouco uso de táxi e, talvez por isso, ainda não tinha encontrado o Bibliotáxi. Viajo com frequência para outras cidades e também não tinha visto. Acho a ideia muito bacana. É um bom passatempo na hora do trânsito. Eu já tenho até alguns livros para doação”, disse a jovem.
No Brasil, o projeto está presente em 100 cidades e começou com uma doação de mais de 80 mil livros de uma livraria. Entre os principais títulos que podem ser encontrados nos táxis, está o best seller “A culpa é da estrelas“, de John Green. Para a continuidade do projeto é importante que os passageiros devolvam as obras ou façam doações. “Para grandes doações, como de livrarias e editoras, pode-se entrar em contato com a Easy Táxi, que fará a distribuição dos livros. Já doações pequenas podem ser feitas direto para o taxista”, ressalta Camila Ferreira, representante da Easy táxi.
O projeto não se restringe só aos clientes. O motorista Diego Santana Melo, 33 anos, há cinco meses implantou o Bibliotáxi. Ele já leu clássicos como “O Príncipe”, de Nicolau Maquiavel, e atualmente deixa guardado no porta-luvas o título “O Retorno do Jovem Príncipe”, do autor argentino A.G Roemmers. “Eu já tinha costume de ler. A maioria dos taxistas que não tem isso no carro é porque não tem esse costume e acha o serviço desnecessário”, justifica Diego, que já viu uma
Quem quiser doar um número maior de livros deve entrar em contato pelo email contato@ easytaxi.com.br. Vale qualquer título, desde que não seja didático ou técnico e esteja em boas condições. Doe livros!
A iniciativa é inspirada na ideia de um jornalista que implantou este serviço nos transportes da Vila Madalena, em São Paulo. Apresentada pelo próprio inventor, a ideia foi abraçada pela Easy Táxi, empresa que desenvolveu o aplicativo de chamada de táxi, presente em cerca de 1.700 veículos cadastrados nesse tipo de transporte em Brasília. Deste número, 60% deles funcionam com o serviço de distribuição de livros. Até o fim do ano a meta é que este percentual aumente para 70%.
Diego Santana Melo
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! Quero Comer
RESTAURANTE MISTURA MÁGICA A COMIDAS
TRADICIONAIS DA ALEMANHA Estabelecimento da cidade inova e oferece serviços diferenciados aos consumidores brasilienses
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bistrô abriu há poucos minutos. Todos estão prontos para atender os vindouros clientes. Um deles já está sentado em sua mesa favorita com um prato e uma bebida. A música que toca no ambiente muda de um rock clássico do Led Zeppelin para uma música da trilha dos jogos da franquia Donkey Kong Country. Se o som parece eclético, basta perceber que o cliente Luís Bogado está envolto em uma partida de Magic com um dos sócios-fundadores da loja, Felipe Amilton. Junto com Plínio Gomes e Pedro Oliveira, Felipe abriu o Korugar Bistrô, um restaurante focado na culinária alemã. Eventualmente, devido a vivência com os clientes, o jogo de cartas Magic virou costume do lugar. Os três donos são praticantes do jogo de fan32 :: Revista Di Rolê :: NOV/DEZ 2014
Por Vinícius Brandão tasia e acabaram criando uma amizade com alguns clientes cativos com quem jogam sempre que tem a disponibilidade enquanto trabalham. Luís mesmo admite que um dos diferenciais do local é o atendimento. De acordo com ele, um dos três donos está sempre presente e pronto para atender os clientes. “Acho que o único lugar do qual sou cliente fiel e estou sempre junto é esse bistrô. Com a minha namorada vou em lugares di-
Felipe é formado em gastronomia pelo Iesb e montou o cardápio baseado na cozinha alemã, pela qual tem muita paixão. Uma parte está separada apenas para os pratos com linguiça. Os destaques são o Currywurst (linguiça frita e salteada com molho vermelho de curry e batata frita) e o Trindade (com três variações de linguiças acompanhadas de batata cozida e mostarda escura). Ainda há opções de petiscos de croquete e pratos especiais como o Kassler (bisteca suína defumada com risoto de limão e purê de maçã ou de batata).
No quesito bebidas, o especialista é o Plínio, que utiliza sua experiência como barman para criar coquetéis. Os mais populares, surpreendentemente, são os sem álcool. Um se chama Metroid (referência ao jogo clássico da Nintendo) e o outro Skywalker (uma versão sem álcool do tradicional Mojito que homenageia o protagonista de Star Wars). As referências da cultura popular não se resumem às bebidas. O nome Korugar parece alemão, mas é o nome do planeta do personagem Sinestro, um dos vilões do herói Lanterna Verde. O interesse dos donos para o futuro é manter a qualidade do atendimento que eles tanto prezam. A carta de cervejas segue o padrão de um deck de Magic, no qual o jogador pode remover e substituir figuras a seu bel prazer. A diferença é que trocam figuras de cervejas, com suas características particulares, como preço e nacionalidade. Assim, eles controlam como o cardápio da bebida é apresentado e garantem que aquelas presentes no menu tenham, de fato, em estoque. O preço médio da comida varia entre R$ 25 e R$ 40, um valor acessível, considerando a qualidade dos pratos apresentados. Os valores das cervejas já são um pouco mais 'salgados', levando em consideração o preço cobrado por algumas marcas importadas. Um ponto de encontro entre a cultura popular e a alta culinária. Pra alemão nenhum botar defeito. Se o cliente gosta de Magic, a satisfação é garantida. Mais informações: Korugar Bistrô Endereço: 203 Norte, bloco C, loja 59 Contato: 3326-6243 contatokorugar.wix.com/korugarbistro Fotos: Pâmela Kissianne
ferentes. Aqui estou sempre me reunindo com meus amigos”. Ele diz ter conhecido o Korugar porque um grupo de amigos encontrou o lugar por acaso, enquanto andavam pela rua. O nível do atendimento, o valor da comida e sua qualidade foram motivos para virar clientes fiéis.
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! Tribos
omo jornalista, Cláudia Matarazzo foi reconhecida com vários prêmios de distintos veículos de comunicação. Como apresentadora e cantora ela encantou, mas foi como especialista em comportamento e etiqueta que ela consagrou-se. Autora de 16 livros sobre comportamento, etiqueta, moda e afins, ela hoje atua como consultora e blogueira, podendo ostentar o título de maior expert em etiqueta do país.
Foto: Mario ameni
Cláu Esbanjando educação e simpatia, que lhe são peculiares, ela respondeu as perguntas abaixo.
d.r: Você é jornalista por formação, mas já foi apresentadora de tV, cantora e chefe do cerimonial do governo de são Paulo por mais de 6 anos. atualmente você atua como consultora, escritora, palestrante e blogueira, mas todas estas suas atividades estão diretamente ligadas à escolha que você fez. Em qual momento da sua vida e porque você optou por especializar-se em comportamento e etiqueta?
Mata Cláudia Matarazzo a expert em comportamento que ensina etiqueta sem frescura Ao vir a Brasília para ministrar uma palestra sobre o novo conceito de luxo, ela concedeu-nos uma entrevista onde falou sobre vários aspectos da etiqueta, mas sem perder a sua marca registrada: elegância com naturalidade
Por Bianca Ramos
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C.M: Foi por acaso. Apresentava programas de variedades e cultura, e com isso acabava sempre comentando fatos do dia sob a ótica do comportamento. Em 1992 a Editora Melhoramentos me convidou para escrever um "Guia de Boas Maneiras", e como sempre fui mais informal, sugeri que fosse algo como “Etiqueta sem Frescura". Em 1993, quando foi publicado, chegou a vender oito edições em quatro meses.
Até hoje é o carro chefe de todos os títulos Sem Frescura. Descobri que o assunto é vastíssimo e não parei mais.
contingente de profissionais era muito mal preparado socialmente e pisava na bola por bobagens. Foi quando houve a retomada das noções de etiqueta - agora adaptada para as novas tecnologias e também usada como poderosa ferramenta profissional.
d.r: Conceitos como bom gosto, educação comportamental e elegância, quer seja ao se portar ou vestir, estão diretamente ligados a questões sócio-econômicas e culturais?
d.r: Você é um verdadeiro sucesso editorial ao somar 16 livros publicados que abordam temas como: comportamento no trabalho, etiqueta dos relacionamentos amorosos, dos negócios, na política, etiqueta descomplicada para o dia a dia, entre tantos outros. a que você atribui o grande sucesso e reconhecimento conquistado ao abordar estes temas?
C.M: De forma alguma! A delicadeza nasce com as pessoas, mas ela pode ser cultivada e aprendida mesmo por quem não nasceu ligado nisso e depois percebeu que era importante. A cortesia e a gentileza ajudam muitíssimo vida afora e são essenciais até mesmo para o crescimento profissional.
C.M: Gosto muito do que faço e acho que isso ajuda a estar sempre descobrindo novas formas de chegar às pessoas. Viajo por todo o Brasil - e é todo mesmo, já fui a Caicó, Seridó, Mossoró, Petrolina, Macapá e Porto Velho - e adoro! Tenho amigos que fui cultivando nesses 20 anos que são muito fiéis, e essa rede é preciosa.
udia d.r: antigamente, muitos encaravam etiqueta de forma negativa ou até quase preconceituosa, ao associá-la erroneamente à regras e manuais. Com o passar do tempo os conceitos mudaram e as pessoas entenderam que etiqueta é um conceito mais do que necessário para convivermos de forma civilizada e em sociedade. de que forma você acredita que aconteceu esta conscientização?
d.r: Porque você decidiu criar um blog? Fale um pouco sobre o sem Frescura. C.M: O blog é um pedido antigo de leitores de todo o Brasil e é uma forma democrática de disseminar tudo que falo, sem falar que estou achando divertido! Ele tem sete seções e é o primeiro que é acessível a cegos, deficientes visuais - são mais de seis milhões no Brasil - que podem ler inclusive as fotos que postamos, pois temos o cuidado de descrevê-las uma a uma.
arazzo C.M: Na década de 1960 houve um rompimento dessas regras com a revolução dos costumes e os hippies. Em 80 houve uma valorização exagerada das especializações nos estudos e nos anos 90, com as novas tecnologias, as pessoas perderam a prática de conviver umas com as outras. Nesse momento as empresas começaram a perceber que o seu
d.r: Estamos vivendo a era da tecnologia, do acesso cada vez mais facilitado às informações e do frisson causado pelas redes sociais. Você acredita que a etiqueta que vemos surgir hoje para atender as necessidades dos dias atuais pode ser considerada uma etiqueta moderna ou ela continua sendo o que sempre foi? C.M: Em algumas coisas ela se modifica, como sites em que entramos na lista de presentes de noivos e damos vouchers, sessões de massagem, passeios de lua de mel, etc. Outras não mudam como o fato de que é horrendo pedir dinheiro como presente de casamento... Isso é só um exemplo.
d.r: Em 2013 você assumiu um programa diário em uma rádio onde dá dicas e responde dúvidas de ouvintes sobre comportamento, beleza, regras de etiqueta, moda, etc. Você acredita que a facilidade de acesso aos meios de comunicação e, consequentemente, a democratização da informação, possibilitou um avanço no conceito de etiqueta? C.M: Acredito piamente e trabalho muito pra isso. Amo rádio!
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Foto: Mario ameni
d.r: Você já organizou recepções para chefes de estado, entre eles o presidente dos Estados unidos, george W Bush, para sua santidade, o Papa Bento XVi e para príncipes. Qual foi a situação mais delicada com a qual você já se deparou ao exercer o seu trabalho?
e beijar efusivamente seus convidados e, às vezes, assusta. Os britânicos (povo intocável) se assustam e os japoneses por sua vez, seguem a mesma linha, ou melhor, são mais contidos ainda, mas passados dois dias na Bahia, já estão beijando como nós. Quando estamos comprometidos com eventos sociais mantemos a regra básica do bom comportamento. d.r: Quais são as gafes mais recorrentes que você costuma perceber, mas que podem ser facilmente contornadas ou corrigidas com um pouco mais de atenção, consciência e informação? C.M: Trocar ou esquecer o nome, perguntar se a mulher está grávida, esse tipo de coisa é comum. Inferir parentesco ao interlocutor (“É sua filha?”; “É seu filho?”), na maioria das vezes, afirmam ser sobrinha(o), mas na verdade são namorados.
Cláudia C.M: Foram tantas que escrevi o livro "Gafes no Palácio", onde relato boa parte delas, mas a recepção ao Papa Bento XVI foi a mais difícil pela grandiosidade do evento. Foram sete dias em São Paulo somando tudo - e tivemos que acompanhar e dar suporte. d.r: Podemos afirmar que atualmente existe um novo conceito de luxo? dê exemplos. C.M: Sim. Ter tempo é sem dúvida um luxo que dinheiro não paga e está cada vez mais difícil, mas também existe um novo mercado do luxo que traz muita novidade por aí.
d.r: aproveitando que estamos entrevistando uma expert em comportamento, gostaríamos de pedir três dicas sobre comportamento ou etiqueta que você mais costuma dar às pessoas.
Matarazzo d.r: Etiqueta sempre será um tema atual?
C.M: Sempre! Se você quer viver bem e não apenas sobreviver e também se quiser ser lembrado e querido é preciso aprender a incorporar esses conceitos.
d.r: se pedissem a você para classificar o brasileiro você diria que somos bons conhecedores e praticantes, de uma forma geral, da etiqueta comportamental ou acredita que ainda precisamos evoluir muito para sermos considerados polidos?
C.M: Cada povo tem a sua forma de expressão, uns mais contidos outros mais afoitos, mas o único problema que considero é a extrema liberdade de expressão. O brasileiro considera normal abraçar
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C.M: Costumo dizer que elegância passa por discrição - nunca é demais. Também aconselho as pessoas que se preservem mais e postem menos. Não é que não seja para postar, apenas é preciso filtrar o que se fala e posta. Finalmente, acho que precisamos aprender a pisar no freio. Ter menos pressa e mais foco. Além de viver melhor, a gente transita com muito mais elegância pela vida.
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NOV/DEZ 2014 :: Revista Di RolĂŞ ::
PARQUE DA CIDADE DONA SARAH KUBITSCHEK
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Pintura: Bruno Vekemans
! Palavras ao Vento
Por Tamara Martins
MALANDRO
EXEMPLAR 38 :: Revista Di Rolê :: NOV/DEZ 2014
(Não) Há razão para se preocupar. A melodia segue desde que o malandro seja exemplar. Observa, sente o samba. Dança, mas nada satisfaz. “Deveria ter lustrado os sapatos”, pensa o coitado. Pendura a conta, balanceia, quase cai. O sorriso no rosto... O chapéu desgastado... Quase não lhe servem mais. Em sua bossa desajeitada elegante e despropositada, sofre a dor pelos cantos, Vielas escuras, madrugadas gente estranha. Quer achar o que não se pode procurar. Mal sabe ele... Ninguém o alertara. Mas os arcos são sombras distantes, fotografias que não voltam mais. Piscou, num instante, e não tinha mais nada. Sem vida, nem navalha pra afiar. Limpa a poeira da pose, quebra o copo, é expulso do bar. Já era, O malandro exemplar.
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PIROGRAFIA: A ESCRITA FEITA DE FOGO. Conheça meu trabalho: www.facebook.com/pages/Flávio-Araújo-Pirografia-em-madeira 40
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