ARQUITETURA EFÊMERA: INSTALAÇÃO PARA UM ESPAÇO DE EVENTO EM TANGARÁ DA SERRA-MT

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JULIANA APARECIDA COELHO BATISTA

ARQUITETURA EFÊMERA: INSTALAÇÃO PARA UM ESPAÇO DE EVENTO EM TANGARÁ DA SERRA-MT.

BARRA DO BUGRES-MT 2021


UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO FACULDADE DE ARQUITETURA E ENGENHARIA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

JULIANA APARECIDA COELHO BATISTA

ARQUITETURA EFÊMERA: INSTALAÇÃO DE UM ESPAÇO DE EVENTO PARA TANGARÁ DA SERRA-MT. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo – UNEMAT, Campus Universitário de Barra do Bugres como requisito para a obtenção do título de Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Marcos Lázaro Guimarães.

BARRA DO BUGRES-MT 2021


UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO FACULDADE DE ARQUITETURA E ENGENHARIA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO FOLHA DE APROVAÇÃO

ARQUITETURA EFÊMERA: INSTALAÇÃO DE UM ESPAÇO DE EVENTO PARA TANGARÁ DA SERRA-MT.

JULIANA APARECIDA COELHO BATISTA

Monografia defendida e aprovada em __/__/____, pela banca examinadora: ___________________________________________________ Prof. Marcos Lázaro Guimarães Orientador ___________________________________________________ Prof. Juliana Demartini ___________________________________________________

BARRA DO BUGRES 2021


AGRADECIMENTOS Acima de tudo, agradeço a Erilza Ferreira Coelho, Valmir Batista, João Daniel Coelho Batista e Djonathan Freitas por serem meu alicerce. A Daniel Nunes Locatelli por me mostrar que a melhor pesquisa é aquela em que você se diverte no processo. Agradeço por todo companheirismo e inspiração. Desde o dia em que pisei na UNEMAT fui abençoada com ótimas amizades que hoje são como família para mim, sei que sem eles eu não seria quem sou e talvez nem estaria realizando essa etapa com a confiança e certeza de que nunca estive sozinha. Aos amigos que foram bem além de colegas de faculdade: Lygia Nara Castilho, Anna Vitória e Samuel Santos, Luciana Scabeni. Agradeço aos professores que sempre foram inspirações para mim e se mostraram dispostos a nos tornar os melhores profissionais. Em especial, ao meu orientador Marcos Lázaro Guimarães.


RESUMO O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma proposta de espaço de evento para Tangará da Serra - MT. Deste modo, a pesquisa aprofunda-se em conceitos de arquitetura efêmera, cenografia e arquitetura sensorial para o desenvolvimento da instalação, com o objetivo de ser flexível e que permita a interação social e seja uma experiência para o público, bem como transmitir os valores da região. Nesse sentido, o trabalho é baseado em aprofundamento teórico sobre os eventos e sua importância socialmente e em relação a arquitetura do entretenimento para a experiência do usuário no espaço, com a cenografia, arquitetura efêmera e a arquitetura sensorial. Ademais, o trabalho apresenta análises correlatas de trabalhos que são referências ao estudo, explorando as formas de projetos, assim como busca-se definir a caracterização do local com os fatores determinantes para a implantação da proposta. Portanto, tendo em vista que os eventos são relevantes para a comunidade pois atuam como atrações turísticas e experiências culturais, tanto para moradores quanto para os turistas, possibilitando vantagens econômicas, culturais e sociais, a proposta da instalação de um espaço de eventos visa contribuir transmitindo a identidade e cultura presente em Tangará da Serra - MT para o Brasil e o mundo. Palavras-chave: Eventos. Arquitetura Efêmera. Arquitetura Sensorial. Cenografia.


ABSTRACT The present work aims to present a proposal for an event space for Tangará da Serra MT. In this way, the research delves into concepts of ephemeral architecture, scenography and sensory architecture for the development of the installation, with the aim of being flexible and allowing social interaction and an experience for the public, as well as transmitting the values of region. In this sense, the work is based on theoretical deepening about the events and their social importance and in relation to the entertainment architecture for the user experience in space, with the scenography, ephemeral architecture and the sensorial architecture. In addition, the work presents correlated analyzes of works that are references to the study, exploring the forms of projects, as well as seeking to define the characterization of the place with the determining factors for the implementation of the proposal. Therefore, considering that the events are relevant to the community as they act as tourist attractions and cultural experiences, both for residents and tourists, enabling economic, cultural and social advantages, the proposal for the installation of an event space aims to contribute by transmitting the identity and culture present in Tangará da Serra - MT for Brazil and the world. Keywords: Events. Ephemeral Architecture. Sensory Architecture. Scenography.


LISTA DE FIGURAS Figura 1: Linha do Tempo – Cultura no Brasil .......................................................................... 17 Figura 2: Palco Espaço Favela. ..................................................................................................... 24 Figura 3: Palco Festival Villa Mix 2018, Goiania...................................................................... 25 Figura 4: Pavilhão na Floresta. ..................................................................................................... 27 Figura 5: Torre Eiffel, Paris. ........................................................................................................... 28 Figura 6: Pavilhão Sarbalé Ke ....................................................................................................... 28 Figura 7: Blur Pavillion ................................................................................................................... 29 Figura 8: Arquitetura efêmera e a amabilidade. ....................................................................... 30 Figura 9: Festival Burning Man ..................................................................................................... 32 Figura 10: Homem em chamas. .................................................................................................... 33 Figura 11: Black Rock City ............................................................................................................. 34 Figura 12: Temas Dos Acampamentos. ...................................................................................... 35 Figura 13: Instalações De Arte ..................................................................................................... 35 Figura 14: Pink Heart – Aulas de Yoga ...................................................................................... 36 Figura 15: Instalação Stone 27 .................................................................................................... 36 Figura 16: BRC Instalações. ........................................................................................................... 37 Figura 17: Localizações BRC. ........................................................................................................ 37 Figura 18: Ciclistas em Burning Man. ......................................................................................... 38 Figura 19: Embrace ......................................................................................................................... 38 Figura 20: Projeto Ocupação Conexidade. ................................................................................ 39 Figura 21: Estrutura. ....................................................................................................................... 40 Figura 22: Disposição da Instalação. .......................................................................................... 41 Figura 23: Disposição do Evento. ................................................................................................ 41 Figura 24: Sinalização. .................................................................................................................... 42 Figura 25: Barracas de Alimentação e Bares. ........................................................................... 42 Figura 26: Mesas e Bancos. .......................................................................................................... 43 Figura 27:Arena Trajetórias. .......................................................................................................... 43 Figura 28: Pista de Skate e Arquibancada. ............................................................................... 44 Figura 29: Palco menor. ................................................................................................................. 44 Figura 30: Palco principal. ............................................................................................................. 45 Figura 31: Cubo Transmedia. ........................................................................................................ 45 Figura 32: Housemix. ...................................................................................................................... 46 Figura 33: Estação dos Computadores ...................................................................................... 46


Figura 34: Balanços. ........................................................................................................................ 47 Figura 35: Localização Parque de Exposição. ........................................................................... 48 Figura 36: Exposerra. ...................................................................................................................... 49 Figura 37: Parque de Exposições Tangará da Serra – MT. .................................................... 49 Figura 38 : Estrutura Arquibancadas. ......................................................................................... 50 Figura 39: Estrutura Camarote. .................................................................................................... 50 Figura 40: Portal De Entrada ........................................................................................................ 51 Figura 41: Parque de Diversões ................................................................................................... 51 Figura 42: Localização Tangará da Serra - MT ......................................................................... 53 Figura 43: Estância Amazonas – Localização. .......................................................................... 54 Figura 44: Vias de Acesso à Estância Amazonas. .................................................................... 55 Figura 45: Área de estudo- Estância Amazonas. ..................................................................... 56 Figura 46: Terreno de implantação da proposta ..................................................................... 57 Figura 47: Topografia do Terreno................................................................................................ 57 Figura 48: Gráfico de Temperatura e Zona de Conforto de Tangará da Serra - MT ....... 58 Figura 49: Gráfico das Temperaturas de Tangará Da Serra - MT ......................................... 59 Figura 50: Gráfico de Chuva de Tangará da Serra – MT ........................................................ 60 Figura 51: Carta Psicométrica de Tangará da Serra – MT...................................................... 60 Figura 52: EPW Map, Lady Bug. ................................................................................................... 61 Figura 53: Interface Grasshopper................................................................................................. 61 Figura 54: Carta solar 22 de maio. ............................................................................................. 62 Figura 55: Carta solar 23 de maio. ............................................................................................. 62 Figura 56: Rosa dos Ventos de Tangará da Serra - MT ......................................................... 63 Figura 57: Plano de Massa ............................................................................................................ 67 Figura 58: Funcionograma............................................................................................................. 68 Figura 59: ILEK – Instituto de Estruturas Leves, Universidade de Stuttgart - Alemanha. .............................................................................................................................................................. 69 Figura 60: Bar do Futebol Clube Pinheiros. .............................................................................. 70 Figura 61: ZCB - Bambu Pavilhão. .............................................................................................. 71 Figura 62: Cúpula treliçada de bambu cobre anfiteatro na PUC-RJ .................................... 72 Figura 63: Planta de Situação ....................................................................................................... 73 Figura 64: Planta de Implantação ................................................................................................ 74 Figura 65: Setorização .................................................................................................................... 75 Figura 66: Localização de Portarias ............................................................................................ 76


Figura 67: Vista 1 - Portaria ......................................................................................................... 77 Figura 68: Isométrica de bilheteria e bilheteria ........................................................................ 77 Figura 69: Vista 2 - Portaria ......................................................................................................... 78 Figura 70: Layout - Parque de Diversões .................................................................................. 78 Figura 71: Vista 1 - Parque de Diversões.................................................................................. 79 Figura 72: Área de Convivência ................................................................................................... 80 Figura 73: Área de Convivência ................................................................................................... 80 Figura 74: Vista Banheiros ............................................................................................................ 81 Figura 75: Disposição dos Estandes ........................................................................................... 82 Figura 76: Peças para estandes ................................................................................................... 82 Figura 77: Tipologias 01 e 02. .................................................................................................... 83 Figura 78: Croqui - Ideia inicial. ................................................................................................... 83 Figura 79: Pilar Decorativo ............................................................................................................ 84 Figura 80: Praça de Alimentação ................................................................................................. 84 Figura 81:Vista 1 - Praça de Alimentação ................................................................................. 84 Figura 82: Praça de Alimentação e Barracas Gastronômicas ................................................ 85 Figura 83: Barraca Gastronômica ................................................................................................. 86 Figura 84: Planta de Palco ............................................................................................................ 86 Figura 85: Vista de Palco ............................................................................................................... 87


SUMÁRIO INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 12 1

CARACTERIZAÇÃO DO TEMA .......................................................................................... 15

1.1

Cultura do Entretenimento .......................................................................................... 15

1.2

Cultura do Entretenimento - BRASIL .......................................................................... 16

1.3

Eventos ........................................................................................................................... 18

1.4

Espaços de Eventos ...................................................................................................... 19

1.5

Tipos de Eventos ........................................................................................................... 20

1.6

Cenografia ...................................................................................................................... 21

1.7

Arquitetura Sensorial .................................................................................................... 25

1.8

Arquitetura Efêmera ...................................................................................................... 26

2

ANÁLISES CORRELATAS ................................................................................................... 32

2.1

Festival Burning Man .................................................................................................... 32

2.2

Ocupação Conexidade .................................................................................................. 39

2.3

Expossera ....................................................................................................................... 47

3

PROPOSTA ........................................................................................................................... 53

3.1

Localização ..................................................................................................................... 53

3.2

Fluxos viários ................................................................................................................. 54

3.3

Entorno ........................................................................................................................... 55

3.4

Terreno ............................................................................................................................ 56

3.5

Estudo de Conforto Ambiental.................................................................................... 58

3.6

Partido Arquitetônico ................................................................................................... 64

3.7

Conceito da Proposta ................................................................................................... 65

3.8

Programa e Pré-Dimensionamento ............................................................................ 65

3.9

Plano de Massa.............................................................................................................. 67

3.10

Materiais Construtivos .................................................................................................. 68

3.10.1 Membrana Tensionada ...................................................................................................... 68 3.10.2 Bambu ................................................................................................................................... 70 4

RESULTADOS DA PESQUISA............................................................................................ 72

4.1

PLANTA DE SITUAÇÃO, IMPLANTAÇÃO E SETORIZAÇÃO ..................................... 72

4.1.1

Planta de Situação ............................................................................................................ 72

4.1.2

Implantação ........................................................................................................................ 73

4.1.3

Setorização ......................................................................................................................... 74

4.2

PORTARIA ...................................................................................................................... 76

4.2

PARQUE.......................................................................................................................... 78


4.3

ÁREA DE CONVIVÊNCIA .............................................................................................. 79

4.4

BANHEIRO ..................................................................................................................... 80

4.5

ESTANDES ..................................................................................................................... 81

4.6

PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO E BARRACAS GASTRONÔMICAS ................................ 83

4.7

PALCO ............................................................................................................................ 86

5

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 88

6

REFERÊNCIAS......................................................................................................................89



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INTRODUÇÃO Os eventos municipais são meios de promover a interação entre a comunidade, valorizando a cultura local, ao mesmo tempo que proporciona lazer, entretenimento, bemestar e qualidade de vida para a população. Além disso, são importantes por servirem como atração turística colaborando na economia e nas relações sociais dos municípios. A arquitetura pode ser aplicada nos eventos através da cenografia, arte, iluminação, cultura, infraestrutura e efemeridade, de modo que, promova o desenvolvimento de festividades. Todavia, mesmo sendo uma disciplina/profissão abrangente, ainda é pouco explorada quanto ao nicho de instalações destinadas à promoção de eventos, portanto, a pesquisa busca trazer estudos de aplicabilidade desta vertente. Para a cidade Tangará da Serra - MT é indispensável a instalação de um espaço para eventos, que atenda ao cronograma anual de festas tradicionais. Com isso, o espaço poderá proporcionar uma nova operacionalização de festividade local, servindo como forma de reconquistar o espaço público, visando a interação da comunidade. Assim, este trabalho busca compreender de que forma a instalação de um espaço de evento pode contribuir para o município e sua comunidade. Pretende-se identificar como a arquitetura dessas instalações podem promover o lazer, a convivência social e novas experiências aos moradores. O trabalho tem como objetivo explorar a relevância dos espaços destinados a eventos para a sociedade, aprofundando-se sobre o histórico da cultura do entretenimento no Brasil e no mundo, entendendo a relevância do setor de eventos para sociedade. Adiante, será abordado sobre como a arquitetura colabora com os eventos por meio da cenografia, arquitetura efêmera e sensorial. Além disso, também é levantado sobre conceitos e definições que enquadrarão à temática. Por meio de análises correlatas foi possível coletar informações pertinentes que nortearam a elaboração da proposta, permitindo obter referências projetuais de espaços de eventos temporários. Com isso, foram desenvolvidos estudos preliminares, por meio de pesquisas e análises bibliográficas, e estudo de caso que contribuíram para o desenvolvimento da proposta, de acordo com as características da cidade de Tangará da Serra – MT. Após isso, desenvolveu-se a proposta definindo as características essenciais para a realização do projeto. Por fim, é apresentado o projeto que foi desenvolvido, demonstrado por


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projeto arquitetônico e ilustrações que permitem o entendimento das escolhas determinadas para o espaço.


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1 CARACTERIZAÇÃO DO TEMA Neste capítulo será abordado sobre contexto histórico da cultura do entretenimento no Brasil e no mundo, trazendo a importância das manifestações culturais para a população e as vantagens do investimento em festas culturais para o município. Adiante, aprofunda-se na definição dos eventos e qual a melhor forma de planejá-los, além de explorar no que diz respeito aos tipos de eventos, que revela as pré-definições necessárias para a realização de festas. 1.1 Cultura do Entretenimento O autor Hobsbawn (1984, p. 13) disserta que “as atividades sociáveis e rituais das sociedades de ajuda mútua eram encaradas ao mesmo tempo com hostilidade, classificadas como despesas desnecessárias, tais como: gastos com festas de aniversário, desfiles, fanfarras e adereços, eram proibidas por lei.” Com isso, entende-se que uma parte da sociedade não valorizava as festas e, por este fato, diversas culturas e tradições, infelizmente, se perderam no tempo. Então, é necessário que a sociedade esteja ligada a estas atividades sociais e respeitem a importância da história que serviu para tantas evoluções até os dias atuais. É sabido que sempre houve festas e rituais entre os povos, e foi por essa necessidade de se divertir e ter liberdade pessoal dos cidadãos que tornou a cultura do divertimento real. Petrin (2014) afirma que no final do século XIX inicia-se a Belle Époque, período que trouxe inovações tanto em tecnologia quanto em crescimento urbano, também foi onde surgiu a cultura do divertimento na qual representou um período de cultura cosmopolita na história da Europa. De acordo com Borges (2020) este período teve destaque na França e foi marcada pelo estilo de vida otimista e livre dos cidadãos, onde, a partir de fatores como obras de arte, cabarés e cinemas, desenvolveram a “cultura do divertimento”. Assim, a partir deste período a cultura e a arte passaram a ser mais valorizadas não só na Europa, mas no mundo todo. Portanto, é possível afirmar que a esta época foi relevante para que tivéssemos todo acesso à tecnologia, arte e cultura. A Belle Époque também teve representação em expressões de cultura urbana que visavam o divertimento, e eram incentivadas pelo desenvolvimento dos meios de transporte e comunicação. Nestes ambientes, era possível encontrar a fusão de elementos da cultura erudita com elementos de classes baixas. A indústria do divertimento foi possível graças à eletricidade e à diminuição das horas de trabalho, permitindo que os trabalhadores desfrutassem dela. (Petrin, 2014)


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As festas mostram-se úteis em questões sociais pois aproximam os cidadãos para que compartilhem suas tradições. Para Caponero, Leite e Perez (2011, p. 4) com o tempo as cerimônias festivas e rituais se tornaram essenciais por assegurar laços sociais que ameaçavam se desfazerem, sendo a festa uma força que mantém o tecido social. Martins (1993) citado por Caponero, Leite e Perez (2011) diz que “se a modernidade enquanto moda e momento é também a permanência do transitório e da incerteza, festas tradicionais conseguem sobreviver à globalização e manter a tradição e preservação de um povo e seus costumes”. Pode-se concluir, portanto, que as festas são importantes para toda a sociedade, logo devem ser reconhecidas e prestigiadas. Deste modo, é notório que no mundo todo se encontram diversas crenças, que classificam povos e representam seus costumes e até mesmo a sua forma de pensar e agir. Portanto, é possível dizer que as festas cooperam para que tradições de diversos países sejam reconhecidas e respeitadas. 1.2 Cultura do Entretenimento - BRASIL É importante entender o contexto histórico da cultura brasileira para visualizar como a atualidade. De acordo com Oliveira (2011, p. 17-18) os primeiros eventos realizados no Brasil foram o Baile de Carnaval no ano de 1840 e a Exposição nacional no Pavilhão de Feiras de Praia Vermelha, este promovido pelo governo federal com o objetivo de realizar um inventário da economia, da cultura e da história. Dessa forma, este fato torna a origem dos eventos no Brasil um elemento fundamental para o desenvolvimento do país. Diante da colonização brasileira e o seu amplo território, o país apresenta uma vasta diversidade cultural. Sendo assim, a população indígena, os colonizadores europeus e os escravos africanos, juntamente com os demais imigrantes que chegaram ao país ao longo do tempo, contribuíram para a diversidade do Brasil que se tornou muito rico com sua culinária, danças, religiões, entre outros (FRANCISCO, 2020). Com isso, o Brasil é marcado pela influência de outros países, entretanto, desenvolveu sua própria manifestação popular no decorrer dos anos, diante de suas crises e até mesmo comemorações. Assim, pode-se observar na linha do tempo (figura 01) que a cultura do Brasil é fruto de sua trajetória histórica, que resultou na mesclagem de suas tradições e costumes.


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Figura 1: Linha do Tempo – Cultura no Brasil

FONTE: Elaborado pela autora.

O período da Belle Époque se instalou de forma lenta no Brasil, todavia, foi de grande valia para o desenvolvimento cultural do país. Segundo Petrin (2014), a Belle Époque só ocorreu no Brasil em 1880 e seguiu até 1925 e seus reflexos foram percebidos no período em que ocorria o Movimento Modernista e a realização da Semana da Arte Moderna, além de grandes reformas urbanísticas no Rio de Janeiro e a fundação de Belo Horizonte, uma das primeiras cidades planejadas do Brasil. Assim, Borges (2020) também afirma que as evoluções técnico-científicas da Europa tiveram reflexos no Brasil, que passa a emergir na modernização e nas artes entre os anos de 1880 e 1925. Portanto, aos poucos o Brasil também recebia a cultura do divertimento e evoluía de diversas maneiras. No ano de 1988 o Brasil finalmente assegura a cultura do país na Constituição Federal, garantindo o acesso à cultura para todos os brasileiros. Com isso, Brasil ([2016]) consta que “O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.” Além disso, no parágrafo 1º o estado garante que “protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional” (BRASIL, 2017). Ademais, é de suma importância que o estado garanta o acesso à cultura para sua população, assumindo a relevância da identidade do seu povo para o Brasil. Portanto, a valorização da cultura


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brasileira citada na Constituição federal foi um passo relevante para o país, colaborando com a representação e o cuidado com suas tradições e costumes. No contexto atual, diante da tecnologia e informação facilitada, os eventos aproveitam de tais ferramentas para serem mais interativos aos consumidores que estão mais antenados e exigentes quanto à sua motivação. De acordo com Martin (2003) a internet e o avanço tecnológico contribuíram para o desenvolvimento de novas tipologias de eventos além de provocar o consumidor a ser mais valorizado, buscando por eventos de qualidade, criativos e com custo acessível. Deste modo, na atualidade é indispensável no planejamento de um evento a presença de profissionais qualificados para a sua concepção. 1.3 Eventos Para propor um evento é preciso definir sobre o que se trata e quais podem ser seus objetivos, para assim, melhor planejá-lo, uma vez que, os eventos podem obter diversas finalidades e para isso, precisa-se um planejamento de acordo com suas especificidades. Não existe consenso quanto a uma conceituação universal de evento. Ela é dificultada pela própria natureza intrínseca da atividade: seu dinamismo e sua abrangência. Eles estão presentes em toda a economia em todas as classes sociais, religiões, raças e credos. Por isso, dependendo da visão de quem o realiza e dele participa, o evento poderá ter uma definição diferenciada da outra, mesmo não sendo conflitante (MARTIN, 2003 p. 35).

Os eventos públicos podem oferecer benefícios tanto ao município e seus moradores, quanto para turistas. Para Tum, Norton e Wright (2007) apud Barbosa (2012), os festivais, eventos culturais e festas temáticas “são atividades que possuem uma representatividade muito grande para a comunidade, pois, além de promover o envolvimento dos residentes, proporcionam a oportunidade de receber visitantes, divulgar a localidade e impulsionar a economia local”, portanto, a realização destas festividades públicas colabora de diversas formas para a sociedade. É preciso entender qual a relação da arquitetura com os eventos e de que modo ela contribui para o planejamento destas realizações. A soma desses aspectos, como por exemplo som e iluminação, evidencia a sua intenção transformadora. Para Tschumi, citado por Fontes (2011) a arquitetura trata tanto dos próprios espaços quanto dos eventos que tomam lugar nesses espaços. A relação entre os ambientes destinados a eventos com a arquitetura e o urbanismo se dá por seus determinantes, envolvendo o planejamento de sua realização para fluxos eficientes e por seu âmbito em abrangência social.


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É da natureza do ser humano procurar por experiências, e por isso os eventos são tão consumidos por todo o mundo. Martin (2003) afirma que “o evento é uma promessa de entretenimento e lazer, uma expectativa de sucesso e uma certeza de vivências emotivas”. Desta maneira, o público que consome os eventos busca por experiências, emoções e novidades. 1.4 Espaços de Eventos Os eventos são por vezes o local a expressão corporal e libertação do estresse interior, pois servem como um escape para deixar de lado as preocupações cotidianas (Pereira, 2019). Assim sendo, percebe-se a relevância da análise de eventos como opção de lazer a combater o estresse com atividades prazerosas. Estudos na área da sociologia destacam a grande importância das atividades de lazer que, além de estimular a socialização e proporcionar prazer ao indivíduo, suprem as necessidades fisiológicas, de segurança, de status/estima, de autorrealização e necessidades sociais. RECKZIEGEL (2009, p.28)

O público que frequenta eventos no geral, busca por experiências diversificadas, com isso, conhecer o público ajuda a definir como tornar o ambiente atrativo. Segundo o SEBRAE NA (2019), para atender as necessidades do público e oferecer exatamente o que o cliente deseja é indispensável definir qual o perfil do consumidor. Deste modo, para garantir que um evento consiga atrair o público-alvo faz-se necessário investir em pesquisas sobre os clientes e a cultura da cidade. Portanto, a partir do estudo do público é possível criar ambientes que atendam às suas reais necessidades. O lazer é um conjunto de ocupações as quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou, ainda para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais. (DUMAZEDIER, 2000. p. 34)

Para desenvolver espaços destinados a lazer noturno é relevante estar atento à satisfação do público com o espaço. De acordo com Reckziegel (2009, p.27), os ambientes noturnos que oferecem diversão, lazer e prazer aos consumidores se destacam no mercado turístico e de entretenimento. Desta maneira, o lazer noturno tem função de recreação aos moradores da região e turistas, sendo indispensável um ambiente que permita sensações boas e de felicidade aos utilizadores. O lazer noturno também pode favorecer a economia de um município de modo significativo. Segundo o SEBRAE NA “o mercado brasileiro de eventos gerou, em 2013, R$209,2 bilhões em um total de 590 mil eventos realizados. É um segmento que


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arrecada R$48,7 bilhões em impostos, gera 7,5 milhões de empregos e representa 4,3% do PIB do Brasil.” Essa grande movimentação financeira mostra a importância do lazer noturno também para a economia. Então, os eventos têm grande relevância socioeconômica e permitem boas experiências sociais, o que o torna um setor imprescindível. 1.5 Tipos de Eventos Os eventos são realizados de diversas maneiras e para todo tipo de público, assim, para executar uma festa de acordo com a identidade do público-alvo é relevante definir a classificação em que o evento se encaixa. Definir a classificação do evento e seu público-alvo, é uma etapa essencial para o planejamento de qualquer festa. Martin (2003) afirma que é possível classificar os eventos de acordo com a forma de adesão. Podendo ser classificado como fechado, no qual um determinado grupo recebe um convite. Ou aberto, podendo conter dois tipos de adesão, sendo livre ou com a necessidade de compra de ingresso para o acesso. Com isso, sendo o evento a realização de uma atividade com uma meta específica, sua classificação pode direcionar estes objetivos para a concepção do projeto. Uma outra maneira de classificar os eventos é por seu porte, ou seja, pelo tamanho de seu público. Martin (2003) define os eventos pelo número de pessoas presentes, sendo classificadas da seguinte forma: •

até 100 pessoas: micro eventos;

101 a 500: pequenos eventos;

501 a 2500: médios eventos;

2501 a 5000: grande evento;

acima de 5001: macro eventos.

Esta definição é necessária para prever a abrangência do evento, que pode ser municipal, regional, nacional ou internacional, o que determina, por exemplo, o tamanho do local em que será realizado, além de sua estrutura para atender todo o público. Então, o planejamento precisa de estratégias para se ter uma ideia de qual o tamanho do público que irá frequentar a festividade. Também pode-se caracterizar um evento quanto à sua data de realização. De acordo com Coutinho (2010), os eventos podem ter: ▪

Data fixa - realizada anualmente no mesmo dia;

Móvel - data variável segundo os interesses de quem promove;


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Esporádica - realização temporária, ocasionados por fatos extraordinários.

Com essa definição pode-se definir sobre o que se trata o evento, se é semestral, anual ou bianual.

Com isso se torna possível prever o planejamento do evento

precisamente. O perfil dos participantes também pode caracterizar o tipo de evento. Para Coutinho (2010) os perfis dos participantes são divididos em: ▪

Geral - Deixa em aberto a clientela e é limitado apenas pela capacidade do local de realização;

Dirigido - Se trata de um grupo que possuem afinidades com determinados temas em comum;

Específico - Relacionado diretamente a eventos direcionados a um público com identidade de interesse por determinado assunto.

Outro fator que pode determinar as características dos eventos são os objetivos da realização e qual a sua finalidade com a realização do evento. Deste modo, Coutinho (2010) divide os objetivos em: ▪

Científico e cultural - educacional, artístico ou esportivo;

Comercial - comercialização de um ou mais produtos;

Social - beneficente, proporcionando congregação e integração.

Portanto, são diversas as características que definem um evento, e prever estas informações antes de projetar uma festividade é crucial para alcançar bons resultados e evitar transtornos durante a sua concepção e realização. 1.6 Cenografia A cenografia é a habilidade de transformar uma ideia em cenário, podendo ser considerados tanto como ambiente quanto estrutura e/ou instalação. Adiante, foi conhecida por ser trabalhada a muitos anos em teatros, desenvolvendo cenários para diversas apresentações, criando cenas, modificando ambientes, de modo que fosse possível a sensação de outra realidade. O potencial da cenografia para um espaço de evento está na forma em que permite os expectadores obterem diversas experiências. Fósforo (2015) afirma que a cenografia abrange muito mais que “desenho de cenário” que trabalham nos teatros, a cenografia pode ser definida como uma linguagem, onde, a partir de ferramentas visuais e sensoriais, somam fatores para a composição da idealização de uma narrativa. Deste modo, embora


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a cenografia seja de extrema relevância para os teatros, ainda assim pode ser aplicada em outros contextos. A cenografia se expandiu muito; hoje não está mais presente apenas no teatro, na tv e no cinema. Abriram-se outros mercados, e o cenógrafo é solicitado em diversas atividades, muitas delas novas, como a museografia, frequentemente nos museus e nas exposições, e as feira, que exigem muito a atuação desse profissional na criação de estandes. Lojas contratam o cenógrafo para produzir suas vitrines. Ele encontra trabalho na publicidade, nos lançamentos de produtos, na realização de eventos, no carnaval, nas festas, nas decorações temáticas de shoppings e bufês infantis, nos shows musicais, na arquitetura teatral, nos parques temáticos. (SERRONI, p. 28, 2013)

A cenografia não é exclusivamente utilizada em apresentações teatrais, sendo muito aplicada em diversos outros ambientes com a intenção de cativar pessoas. Segundo Tendere (2013) para criação de uma constituição visual de um ambiente, a arquitetura do entretenimento trabalha com formas, linhas, cores, volumes e luzes que atualmente vai muito além dos teatros, sendo trabalhados em apresentações, shows e demais ambientes que se envolve a experiência do usuário. Fósforo (2015, p.12) também afirma que “a cenografia se manifesta na relação entre: espaço, luz, arquitetura, contexto, lugar, superfície, forma etc.” Nesse sentido, para a composição de um ambiente com características que levam os espectadores a terem sensações, são aplicadas técnicas que demonstram uma simbologia em sua combinação. São muitas as técnicas que podem ser utilizadas para transmitir uma ideia cenográfica, entre ela temos as cores, que quando aplicadas ajudam a transmitir a sensações. As cores podem ser utilizadas como técnica em um projeto cenográfico que tem como intenção oferecer um ambiente sensorial a quem utiliza do espaço, isso porque, as cores nos permitem captar estímulos e informações do ambiente que alimentam o nosso sistema sensorial (FREZZARIN, 2016). Sendo assim, antes de projetar qualquer cenário se torna relevante definir qual a mensagem precisa transparecer, e diante disso escolher as cores que irão compor o espaço. A cor como elemento integrante da arquitetura não apenas estética, mas com importância psíquico-sensorial, permite com que sensações sejam passadas através do uso adequado e da escolha adequada, porém quando o assunto referir-se a composição de uma cena para retratar um sentimento, ou uma vontade, aspectos simbólicos, ficam subjetivamente interpretados através da escolha da paleta de cores utilizadas pelo diretor arte responsável e por isso deve ser escolhida com cuidado e precisão, levando em consideração todos os fatores influenciadores. (FOLLADOR, 2019)

Além do uso das cores, outra escolha que muda o ambiente e a sensação dos expectadores no ambiente é o som. De acordo com Frezzarin (2016) o som é outra maneira de estimular as sensações dos expectadores, pois a audição também é capaz de


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mexer com os sentidos sensoriais do ser humano, seja com efeitos sonoros, música ou até mesmo o silencio pode ser um componente cenográfico, afirma o autor. Ademais, o som é muito utilizado em teatros e filmes para transmitir sensações de suspense, drama, terror etc. Deste modo, nos ambientes os efeitos sonoros têm potencial para transmitir sensações diversas ao público. A iluminação também é uma característica determinante em qualquer espaço. De acordo com autor Frezzarin (2016) um dos principais elementos para compor um espaço cenográfico é a iluminação que consegue dar ênfase em detalhes importantes e tem uma ótima repercussão na percepção humana com seus efeitos luminotécnicos que definem cenicamente p tempo e espaço da ação. Com isso, trabalhando a iluminação e suas possibilidades de efeitos no espaço pode-se trazer uma sensação aos espectadores. De todas as relações existentes entre a cenografia e os demais componentes do espetáculo, uma é fundamental: a iluminação. Ao trabalhar a cenografia, deve-se pensar de que maneira ela vai interagir com a luz. Que possibilidades ela está criando para que a luz entre no espaço e o transforme? De que maneira ela pode enriquecer os signos montados pela espacialidade? (SERRONI, p. 28, 2013)

Para Fósforo (2015), a cenografia é muito importante para transmitir sensações por quem utiliza dos espaços e por isso, é essencial o uso destas técnicas em shows e festivais, para que o projeto apresente uma identidade ao evento, de modo que conecte naturalmente o artista, público e espetáculo. Sendo assim, para a concepção de eventos e festivais o projeto que seguir as técnicas aplicadas a cenografia proporcionará ao público experiencias e sensações. Assim, a aplicação da cenografia em eventos é primordial. Um belo exemplo de cenografia aplicada em eventos se trata do palco Espaço Favela (Figura 2) apresentado no Rock in Rio de 2019 traz uma identidade, buscando representar o público, trazendo a simplicidade das favelas brasileiras em cores vivas que trazem uma sensação de alegria, uma simbologia que diz muito sobre a realidade de uma grande parcela da população que resiste mesmo em meio a tantos desafios.


24 Figura 2: Palco Espaço Favela.

FONTE: Portal Rio de Gusta (2019; on-line) Um grande show depende de muitos detalhes além da apresentação. Para isso é necessário estar atento à qualidade do que será exibido e a estrutura do projeto, assim como a locação dos equipamentos e cenografia. A adequação da estrutura pode influenciar na experiência do público. Cada detalhe do evento é importante desde a montagem do cenário no palco até a cenografia alocada nos banheiros. Este tipo de cenografia deve interagir com o público e dessa forma as pessoas que vieram para ver os artistas se apresentando irão se sentir envolvidas pela atmosfera do evento. Ele envolve vários símbolos, normalmente baseados num roteiro predefinido para o show. Todo o cenário e a construção de sensações para o público estão envolvidos. Painéis, mobiliário, cores, identidade visual, iluminação, e qualquer outro elemento visual estarão envolvidos diretamente na cenografia. (FOLLADOR, 2019)

O palco Villa Mix 2019 (Figura 3) realizado em Goiânia apresentou uma grande estrutura com uma cenografia muito bem aplicada, utilizando-se de formas, cores, e efeitos de iluminação que juntamente com o som proporcionaram ao público momentos de lazer e muitas vibrações sensoriais.


25 Figura 3: Palco Festival Villa Mix 2018, Goiania.

FONTE: VillaMix (2018; on-line) < https://www.villamix.com.br/961/villa-mix-festival-goiania-baterecorde-do-guiness-e-recebe-mais-de-120-mil-pessoas/>

Com a cenografia aplicada em eventos e festivais é importante que o projeto atenda a todos os elementos, desde a estrutura até a aplicação de cores, iluminação, e a forma em que se distribuirá os espaços. Follador (2019) afirma que na concepção de eventos o uso da iluminação deve apresentar qualidade e criatividade, para cativar o público, além da disposição projetual bem elaborada, de modo que ofereça acessos e espaços ideais para a circulação do público em meio a festa. Deste modo, todas as características precisam estar em um contexto harmônico para se complementarem e alcançarem o melhor resultado possível: A experiência do público. 1.7 Arquitetura Sensorial De acordo com High Design (2020), a arquitetura sensorial está presente em qualquer ambiente que por meio de suas combinações de iluminação, temperatura, textura e cores de um espaço levam o ser humano a sentir-se como por exemplo acolhido, e entre outras sensações que muitas das vezes não conseguem ser exemplificada de forma verbalizadas. Essa arquitetura das sensações tem como função predominante influenciar e transformar a vida do homem. Nesse sentido, que o arquiteto Le Corbusier fala que a arquitetura é feita para emocionar, dessa forma, toda obra arquitetônica provoca sensações que são causadas variando de acordo com as referências culturais e históricas


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de cada meio e indivíduo que vivenciará a arquitetura, que consequentemente lhe trará significado, assim como a arte (HIGN DESIGN, 2020). De acordo com Juhani Pallasma (2011; on-line): “É evidente que uma arquitetura “que intensifique a vida” deva provocar todos os sentidos simultaneamente e fundir nossa imagem de indivíduos com nossa experiência do mundo. A tarefa mental essencial da arquitetura é acomodar e integrar. A tarefa mental essencial da arquitetura é acomodar e integrar. A arquitetura articula a experiência de se fazer parte do mundo e reforça nossa sensação de realidade e identidade pessoal; ela não nos faz habitar mundos de mera artificialidade e fantasia”.

A experimentação da arte, ocorre na troca entre as emoções pessoais e associações ao espaço que ainda empresta sua aura, de forma a incitar e emanciparas percepções e pensamentos. A existência de uma arquitetura não é se baseia em uma experimentação isolada de imagens capturadas pela retina ocular, e sim através de sua essência material, corpórea e espiritual de forma totalmente integrada. Oferece volumetrias e superfícies agradáveis e configuradas para o campo de visão dos olhos e dos demais sentimentos, e ainda incorpora e integra as estruturas físicas e mentais, possibilitando uma maior coerência e significado concreto para as experiências existenciais (PALLASMA, 2011). Segundo Coelho (2019), o projetar espaços arquitetônicos necessita sempre levar em consideração a ideia de integrar e acomodar, na finalidade de produzir significados para os espaços que estão sendo projetados, além da função de ser abrigo para

as

necessidades básicas e utilizações cotidianas do ser humano. Existe uma grande relação entre as emoções, pensamentos e sensações dos usuários de uma determinada construção, estando diretamente relacionados à produção dos espaços, assim como o espaço também contribui para que as pessoas criem suas percepções e sentimentos próprios. A concepção de uma arquitetura, no entanto, não influenciada apenas por aquele que usaram da mesma, visto que também é produzida por seres humanos que em detrimento disso, carrega sentimentos e experiências dos que projetam (COELHO, 2019). 1.8 Arquitetura Efêmera Arquitetura efêmera tem como conceito básico à ambientação de espaços temporários, existindo por um tempo determinado no espaço que será inserido. Para um profissional da arquitetura conceber esse tipo de projeto, precisa levar em consideração


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quem será o seu público-alvo, o tempo que a estrutura precisará ficar montada e a mensagem que se pretende transmitir (KNUVENER, 2017). Os pavilhões apresentados em diversas feiras todos os anos são resultados da arquitetura efêmera, exemplos importantes que atualmente contribuem para a evolução de pesquisas, como o Pavilhão na Floresta (Figura 4) um espaço a céu aberto projetado por nARCHITECTS para a realização de atividades culturais, utilizando do bambu como sistema construtivo com o objetivo de um futuro mais sustentável (ArchDaily Brasil, 2020). Figura 4: Pavilhão na Floresta.

FONTE: https://www.archdaily.com.br/br/940840/pavilhao-na-florestanarchitects?ad_source=search&ad_medium=search_result_all

Além disso, existem exemplos de exposições efêmeras que se tornaram permanentes pelo seu significado e relevância na sociedade, como por exemplo a Torre Eiffel em Paris (França) apresentada na figura 5. Essa obra metálica foi projetada pelo engenheiro francês Gustave Eiffel e construída entre 1887 e 1889, quando foi inaugurada, sendo a maior construção humana do mundo na época, com 324 metros de altura e peso superior a 10 mil toneladas. O título de estrutura mais alta do mundo só foi perdido 41 anos depois, quando foi inaugurado, em Nova York, o arranha-céu Chrysler Building. Mas o interessante dessa história é que este projeto monumental foi concebido para ser apenas o arco de entrada da Exposição Universal de 1889, uma espécie de Feira de Milão da época. Ou seja, foi construído para ser passageiro. Arquitetura efêmera para ser desmontada depois do evento, mas a obra, na época polêmica e com muitos detratores, que consumiu 7.300 toneladas de ferro, 1 milhão de rebites e 2,5 milhões de parafusos, conquistou a França transformando-se rapidamente no cartão postal da cidade e no monumento pago mais visitado do mundo. (Ester, 2013)


28 Figura 5: Torre Eiffel, Paris.

FONTE: http://www.youcanfind.com.br/postagem/design/garimpo/arquitetura-efmera-completa-126-anos1427806545

Um projeto efêmero pretende explorar as diversas formas de se pensar a arquitetura e o espaço. Paz (2008) divide a arquitetura efêmera por tópicos, sendo eles: configuração e objeto. O objeto é a parte dos elementos construtivos e a configuração, diz respeito a relação da instalação com o entorno. A relação entre os materiais, entorno e o público torna a arquitetura efêmera uma arquitetura envolvente e plural, a partir das experiências oferecidas. Deste modo, o Pavilhão Sarbalé Ke (figura 6) projetado pelo grupo de arquitetos Keré Architecture é um exemplo de instalação vibrante, desenvolvida para o Festival de Música e Artes Coachella Valley no ano de 2019 (Baldwin, 2019). Figura 6: Pavilhão Sarbalé Ke

FONTE: Iwan Baan (2019; on-line).


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Segundo Knuvener (2017), com o avanço da tecnologia de materiais, sistemas e entre outros instrumentos de criação e execução, além dos constantes estudos que são realizados sobre estruturas, principalmente as tensionadas, hoje possibilita-se o uso da arquitetura efêmera em grande escala, aplicando em eventos de diversos tipos e estilos, exposições, feiras e entre outras manifestações arquitetônicas de cunho temporário. De acordo com Fontes (2011), arquitetura efêmera consiste no campo arquitetônico que produzir intervenções de cunho temporário cuja intenção pode ser a de propiciar espaços que sejam potencialmente atraentes para um determinado público. Essas estruturas de característica temporária têm como princípio a triangulação entre lugar, intervenção e pessoas, a inter-relação desses três aspectos de influência tem como objetivo reduzir a distância pessoal cotidiana dos usuários. Diante disso, as intervenções temporárias, dentro desse sentido irão funcionar como instrumentos catalisadores de relações de intimidade e maior proximidade, tanto no que diz respeito ao próprio espaço ou na relação entre os indivíduos (FONTES, 2011). A proposta para o Blur Building (figura 7) de Diller & Scofidio em 2002, na Suíça, mostra que a arquitetura pode ser manifestada em intervenções que são causadas utilizando dos próprios recursos existentes no meio em que ele está inserido. Figura 7: Blur Pavillion

FONTE: <https://www.archdaily.com.br/br/796383/quando-gotas-criam-espacos-um-olhar-sobrearquitetura-liquida/57daa0d3e58ece3795000011-when-droplets-create-space-a-look-at-liquidarchitecture-photo?next_project=no>

A obra do Blur Building consiste em um pavilhão flutuante sobre água que se materializa ou desmaterializa em meio a uma grande nuvem que é formada pela pulverização da própria agua que é captada do lago em que a obra está flutuando. É por meio

dessa

intervenção

cuja

neblina

permanece

sobre

a

atmosfera,

que


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consequentemente acaba por causar mudanças de dimensão em função da umidade e dos ventos, propiciando uma experiência arquitetônica diferenciada acolhendo os visitantes que a “atravessam”. Segundo Fontes (2011), a arquitetura efêmera expressada por intervenções de cunho temporário tem a capacidade de deixar marcas permanentes, sejam elas de forma material ou imaterial, tendo como principal legado a manifestação da amabilidade presente nos espaços coletivos (Figura 8). Figura 8: Arquitetura efêmera e a amabilidade.

FONTE: Fontes (2011)

Existem diversas possibilidades para a aplicação da arquitetura efêmera. Segundo Cassou (2017) a arquitetura efêmera vai muito além de um projeto temporário, isso porque, esta arquitetura cria experiências através do seu conceito e história por trás dos aspectos construtivos. Portanto, segundo o autor a arquitetura efêmera pode ser aplicada em qualquer evento, independente do objetivo, como por exemplo em pavilhões, shows, festivais, exposições, stands promocionais, entre outros.


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2 ANÁLISES CORRELATAS Este capítulo apresentará os projetos que servirão de referência para a concepção da proposta, com o objetivo de adquirir as informações necessárias para a elaboração do espaço de evento. Assim, serão exploradas as características dos eventos, seus espaços, soluções espaciais e estruturas. Os projetos escolhidos são de níveis diferentes, sendo internacional, nacional e regional, cada um com suas particularidades que servirão de inspiração para o projeto. 2.1 Festival Burning Man A escolha desse festival para a análise se deu por sua efemeridade e por sua preocupação com o respeito ao local e com a natureza. O Burning man se trata de um festival realizado no Deserto da cidade Black Rock (que só existe durante o evento), nos Estados Unidos. O evento dura uma semana, começando na última segunda-feira de agosto e terminando na primeira segunda-feira de setembro. Figura 9: Festival Burning Man

FONTE: <https://beatforbeat.com.br/site/burning-man-tema-2020-multiverse/>


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Traduzido do inglês, Burning Man significa “Homem em chamas”, devido ao ritual ocorrido desde o primeiro evento (figura 10), em 1986, em que uma escultura em madeira com o formato de um homem é queimada. Figura 10: Homem em chamas.

FONTE: <https://edition.cnn.com/2019/08/28/us/burning-man-red-flagwarning-trnd/index.htm>

Para participar do festival é necessário, além de comprar o ingresso, se deslocar para o deserto levando itens necessários para sua permanecia lá durante o festival. Estes itens são todos os suprimentos para a sua estadia, desde higiene pessoal, até a sua comida, barraca, cobertores, máscara respiratória, óculos de proteção para tempestades de areia, bicicleta para se deslocar pelo evento (único meio de locomoção permitido), itens para a manutenção de bicicleta, água para tudo que precisar (higiene pessoal, lavar louça etc.). Toledo (2018) afirmam que o evento foi fundado por Larry Harvey, que escreveu como guia 10 princípios para quem participa do evento, de modo que, não fossem levados como obrigações ou leis, mas sim um resultado da cultura da comunidade que se iniciou de 1986 com 20 pessoas e hoje chega a receber 70 mil participantes. Portanto, os 10 princípios são: 1. Auto Expressão - Liberdade para ser você mesmo; 2. Autoconfiança - Você é responsável por você mesmo, mentalmente e fisicamente; 3. De-comoditização – Esqueça do dinheiro. Não tem nada para comprar; 4. Não deixar rastros – De pó ao pó deixe apenas pegadas; 5. Participação – Se envolver, o Burning Man é o que fazemos; 6. Inclusão Radical – Todos são bem-vindos; 7. Presentear - Oferecemos o nosso tempo e esforço livremente; 8. Cooperação – Juntos somos mais fortes; 9. Comunidade - Uma família de indivíduos, nós cuidamos uns dos outros; 10. Imediatismo - Faça o agora valer;


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Esses princípios mostram o quanto o evento tem seu foco na experiência do participante. Ao mesmo tempo que o indivíduo pode ser ele mesmo, explorando e confiando em seus recursos internos isso é oferecido como um presente aos outros, o que mostra também que se deve respeitar os direitos e a liberdade do próximo. O evento permite experiências participativas e não dá a possibilidade de consumo dentro do evento, além de não deixar rastros como respeito ao meio ambiente, favorece ao cooperativismo e a comunidade, que dá ao participante a certeza de que ele ajudou a criar Burning Man e faz parte disso. Figura 11: Black Rock City

FONTE: <https://www.festivall-app.com/pt/festivals/burning-man>

O evento é realizado apenas uma vez ao ano e cria-se a cidade temporária, onde o público é responsável pelo resultado e a organização apenas pelo essencial, uma cidade construída e desconstruída que não deixa vestígios. De acordo com Toledo (2018) a Cidade Black Rock City é organizada como um relógio e com vias implantadas de acordo com as horas de um relógio, nomeadas de A à L. Além disso, a cidade dispõe de diversos elementos que compõem todo o evento. São divididos na Black Rock City os temas dos acampamentos, que permite aos participantes escolherem em qual se encaixa mais (figura 12).


35 Figura 12: Temas Dos Acampamentos.

FONTE: Google Maps. Os acampamentos são separados de acordo com os interesses dos participantes, mas a principal característica é que todos contribuem de alguma forma. A ideia é estimular um processo de troca e de aprendizado, deixando para trás o “peso da sociedade”, em uma experiência que envolve desapego e coletividade. As tendas, barracas e caravanas, ao invés de estarem afastadas de onde o festival acontece, formam uma “cidade” e, assim, tornam-se elemento essencial dessa vivência. (Esquema Imóveis, 2019)

Diversas instalações de arte são expostas inspiradas no tema da festa, que todo ano se altera. Deste modo, são distribuídas em toda a cidade estruturas artísticas desenvolvidas por artistas e arquitetos e montadas pelos mesmos e por voluntários do evento (figura 13). Figura 13: Instalações De Arte

FONTE: Google Maps.


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As instalações fornecem serviços e experiências, podem ser espaços de diversos tipos, como por exemplo de Aulas de Yoga, apresentada figura 14, montada pelo Acampamento Pink Heart que fornece aulas e contemplação do local. Figura 14: Pink Heart – Aulas de Yoga

FONTE: <https://hacklife.co/2015/11/03/burning-man/>

Além disso, são disponibilizadas diversas instalações que permitem a integração do participante com o evento, como por exemplo a Stone 27, demonstrada na figura 15, desenvolvida por Benjamin Langholz com o engenheiro Amihay Gonen. A estrutura é formada por 27 pedras amarradas por cabos de aço de forma minimalista, formam um caminho que chega a 6 metros de altura. Os participantes do evento podem caminhar pelas pedras e criando um momento de elevação física e mental. (Langholz, 2019) Figura 15: Instalação Stone 27

FONTE: <https://stonetwentyseven.com/>


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São fornecidas pelo evento instalações de apoio como por exemplo: banheiros, aeroportos, e espaços com serviços de primeiros socorros, com suas localidades representadas na figura 16: Figura 16: BRC Instalações.

FONTE: Google Maps.

No geral, a cidade Black Rock City é muito bem estruturada durante a realização do evento, sendo extremamente organizada. Os participantes chegam ao evento e podem percorrer toda a cidade que sempre terá uma experiência diferente, seja pela paisagem, interação ou contemplação. Figura 17: Localizações BRC.

FONTE: Google Maps.

A cidade apresenta uma única entrada, na qual a organização recebe os participantes e guia para as vagas disponíveis. Não são permitidos automóveis, então


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quando o participante chega e para o carro, este não pode mais se locomover pela cidade, sendo permitido apenas a locomoção por bicicletas (figura 18) ou a pé. Figura 18: Ciclistas em Burning Man.

FONTE: John Halcyon Styn, 2016. <https://pinkheartcamp.wordpress.com/#jp-carousel-370>

O conceito efêmero é um muito bem aplicado no evento, a partir do desapego tanto com materiais quanto com evento em si, deixando livre para a criação de coisas novas. Toda a cenografia criada, de obras de arte grandiosas planejadas e desenvolvidas durante todo o ano e são queimadas no final do evento. Estruturas como “Embrace” (figura 19) é um exemplo de instalação grandiosa desenvolvida de acordo com a temática do evento e que também foi devidamente queimada ao final do evento. Figura 19: Embrace

FONTE: < https://hacklife.co/2015/11/03/burning-man/>

Por fim, todas estas instalações artísticas, os princípios, as oficinas, música, e principalmente os participantes, formam a Black Rock City, que recebe todos os anos cerca de 70.000 participantes para a experiência de viver o evento Burning Man.


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2.2 Ocupação Conexidade A escolha do projeto ocupação conexidade teve como motivação a sua capacidade como intervenção espacial, utilizando de uma estrutura modular que se encaixava no local implantado, permitindo uma interação do público com a estrutura estabelecida em um espaço público de uso cotidiano da população, que passou a ser apropriado de forma diferente durante o evento, com aplicação do projeto efêmero, sendo outra maneira de experienciar o espaço. Além disso, a estrutura do evento possibilitava uma flexibilidade aos ambientes que foram posicionados de modo que o todos pudessem interagir diretamente com a instalação. De acordo com o Estúdio Chão (2020), arquitetos responsáveis pelo evento, que em 2018 ocupou uma área de 20.500m² na Praça XV do Rio de Janeiro, com manifestações culturais durante um final de semana com shows, atividades culturais e educativas. A ocupação Conexidade foi aberta ao público e gratuita, recebendo uma estimativa de 36.000 pessoas no evento, sendo mais de 395 artistas, além da imprensa, esportistas e empreendedores. Figura 20: Projeto Ocupação Conexidade.

FONTE: <http://estudiochao.com/Ocupacao-Conexidade> Com o objetivo de abrigar a grande diversidade e simultaneidade de ações, e ao mesmo tempo operar em diálogo com a situação urbana privilegiada, concebemos a arquitetura do evento como uma cidadela efêmera sobreposta à praça, seus fluxos e seus marcos – Paço Imperial, Chafariz do Mestre Valentin, estação das Barcas, Bulevar Olímpico. Uma nova camada de usos e fluxos que, durante dois dias, reapresentasse a praça, abrindo novos caminhos e


40 perspectivas, potencializando ocupações pré-existentes – como o Coletivo XV de skate – e revelando novas relações possíveis em uma escala de proximidade mais humana. (Estúdio Chão, 2020)

O evento apresentou diversos shows, palestras, oficinas, apresentações de skate e de rua, o que era convidativo ao público, principalmente por se identificarem com o local e culturalmente. Portanto, a efemeridade do evento deu a oportunidade dos moradores do Rio de Janeiro vivenciassem a praça de outra forma Figura 21: Estrutura.

FONTE: <http://estudiochao.com/Ocupacao-Conexidade>

A estrutura foi a mesma em todos os ambientes do evento, sendo ela tubular (similares à andaimes) com vedações leves, fechamentos em lonas ortofônicas e telas agrícolas (Estúdio Chão, 2020).


41 Figura 22: Disposição da Instalação.

FONTE: <http://estudiochao.com/Ocupacao-Conexidade>

Os ambientes do evento foram dispostos de maneira estratégica para atender o público da melhor forma. Assim todos os ambientes ficaram posicionados em volta da praça facilitando a circulação do público e toda a visão do evento. Figura 23: Disposição do Evento.

FONTE: <http://estudiochao.com/Ocupacao-Conexidade>

A sinalização utiliza de uma estrutura metálica integrada à mobiliários como bancos, e o anúncio, com cores vivas que chamam a atenção, possuindo as legendas dos ambientes indicadas com flechas para guiar o participante aos espaços (Figura 24).


42 Figura 24: Sinalização.

FONTE: <http://estudiochao.com/Ocupacao-Conexidade>

As barracas de alimentação (Figura 25) e bares foram disponibilizadas aos empreendedores, sendo uma oportunidade de venderem comidas típicas, uma exposição gastronômica que abrange toda a comida brasileira. A estrutura metálica com lona tensionada nas cores e laranja amarelo, seguindo a mesma ideia do resto evento, são dispostas do mesmo tamanho para todos (2m x 2m) com espaço para os vendedores levarem seus equipamentos e/ou caixas, além de serem ambientes cobertos protegendo dos raios solares e possíveis chuvas. Figura 25: Barracas de Alimentação e Bares.

FONTE: <http://estudiochao.com/Ocupacao-Conexidade>

Próximo as barracas de alimentação foram implantadas equipamentos para que público pudesse consumir os alimentos confortavelmente. Diante disso, a mesas e bancos


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(figura 26) apresentam a mesma estrutura metálica com cobertura em lona tensionada apresentadas nas barracas, além dos bancos e mesas em madeira. Figura 26: Mesas e Bancos.

FONTE: <http://estudiochao.com/Ocupacao-Conexidade>

As arenas formavam uma estrutura alta e fechada, com acesso facilitado onde, no interior de seu ambiente apresentavam-se palestrantes e até mesmo a realização de algumas oficinas. Estas apresentações são feitas pelos artistas da cidade e abordam diversos assuntos como arte, política, entre outros (figura 27). Figura 27:Arena Trajetórias.

FONTE: <http://estudiochao.com/Ocupacao-Conexidade>

Além das atividades, culinária e música, também foi disponibilizado um ambiente dedicado ao esporte, sendo este uma pista de skate onde foram realizadas competições.


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Com isso, juntamente com a pista de skake foi instalado uma arquibancada para o que o público pudesse assistir e torcer pelos skatistas (figura 28). Figura 28: Pista de Skate e Arquibancada.

FONTE: <http://estudiochao.com/Ocupacao-Conexidade>

Para a realização dos shows foram instalados dois palcos, sendo um menor e outro maior, na qual apresentaram-se diversos artistas entre as 97 horas de evento. No palco principal (figura 30) era dedicado aos shows principais e o menor (figura 29) para apresentações populares, contudo, ambos apresentavam um grande público, que tinha como opção escolher qual show desejava assistir. Figura 29: Palco menor.

FONTE: <http://estudiochao.com/Ocupacao-Conexidade>

Ambos os palcos eram de estrutura metálica com lona ortofônica e formavam cubos, entretanto, o palco maior foi complementado com lâmpadas tubulares em sua estrutura que o destacava no período noturno.


45 Figura 30: Palco principal.

FONTE: <https://vidacarioca.net/conexidade-evento/>

A artes digitais puderam ser encontradas no Cubo Transmedia e na Estação dos Computadores que apresentam experiências imersivas distintas. O cubo Transmedia (figura 31) se trata de uma estrutura metálica com 4 telões que podem ser observados de qualquer lado do cubo, com uma iluminação trabalhada que se altera e muda a percepção da perspectiva, o que propõe uma experiência aos que contemplam. Figura 31: Cubo Transmedia.

FONTE: <http://estudiochao.com/Ocupacao-Conexidade>

A Housemix se trata do espaço técnico, destinado ao comando de som e iluminação. A estrutura segue sendo de andaimes e fechamentos em lonas impressas.


46 Figura 32: Housemix.

FONTE: <http://estudiochao.com/Ocupacao-Conexidade>

A Estação dos Computadores (figura 33) foi um espaço em que todo o público tinha a possibilidade de interagir digitalmente com o evento. Figura 33: Estação dos Computadores

FONTE: <http://estudiochao.com/Ocupacao-Conexidade>

Os mobiliários dispostos no evento proporcionavam a permanência do público ao mesmo tempo que interagiam com os equipamentos. Ainda seguindo a estrutura apresentada no evento, os mobiliários dialogavam com seu entorno e possibilitava várias propostas de equipamentos, que eram eles: balanços, redes e assentos de lona ortofônica.


47 Figura 34: Balanços.

FONTE: <http://studiochao.com/Ocupacao-Conexidade>

Além dos ambientes expostos, havia um espaço destinado aos bastidores no qual, por meio de uma entrevista com Coutinho, arquiteto do escritório Estúdio Chão (Responsável pela instalação do evento) que não foi feito registro fotográficos, entretanto, o mesmo também seguia o conceito efêmero, sendo uma estrutura alugada em módulos de containers, com alambrado metálico. 2.3 Expossera A análise deste evento é importante pois acontece no município de Tangará da Serra – MT, onde será aplicado a proposta. Deste modo, é relevante para este trabalho contribuindo com a observação em um contexto local sobre a abrangência das festas e a cultura passada pela tradição local que representa a identidade da população tangaraense.


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A Exposerra é uma feira de exposição agropecuária, comercial e industrial que acontece no município de Tangará da Serra – MT no Parque de Exposições, todos os anos desde 1980, organizada pelo Sindicato Rural de Tangará da Serra – MT. Figura 35: Localização Parque de Exposição.

FONTE: Google Earth (2020).

O autor Roberto (2019) afirma que o evento recebe mais de 150 mil pessoas por ano, o que movimenta mais de R$50 milhões, gerando um grande impacto financeiro positivo a economia local do município e região. Essa movimentação financeira favorece a vários setores do comércio local e regional, como hotelarias, lojas de roupas, cabelereiros, lojas de calçados, restaurantes, entre outros. Além disso, para a realização do evento é fornecido pelo menos 3 mil empregos terceirizados para mão de obra da montagem/desmontagem do evento. “Nós precisamos reforçar que Exposerra é importante sim para a população tangaraense. O evento realmente é uma ‘injeção na veia’ da economia local, pois abrange de forma muito ampla todas as cadeias comerciais. O comércio sentiu a não realização da festa no ano passado. Isso serviu para todos nós, como uma missão em não fugir da nossa responsabilidade com a sociedade, então nós paramos de focar em problemas e começamos a focar na solução, que é lutar para manter essa tradição viva”, declarou Reck Junior, Presidente do Sindicato Rural (ROBERTO, 2019; on-line).


49 Figura 36: Exposerra.

FONTE: Tangará em Foco (2020; on-line)

Deste modo o evento também conhecido como “Festa do Peão” apresenta a cultura sertaneja do estado, representando o agronegócio que é ponto forte do Mato Grosso, com entretenimentos como: Competição de Rodeios, cavalgadas, leilões, shows, bingo de prémios, parque de diversões, entre outros. Além disso, no evento são montadas barracas onde são comercializadas diversas culinárias, além da disposição de vários estandes de divulgação do comércio local. Figura 37: Parque de Exposições Tangará da Serra – MT.

FONTE: Google Earth, editado pela autora (2020).


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O Parque de Exposição, onde é realizado o evento dispõe de uma arena desativada que foi construída em concreto armado no ano de 1980, para a realização dos rodeios, entretanto, diante do crescimento do público se tornou necessário optar por outra arena, que conseguisse atender à mais pessoas para contemplarem o evento. A arena atual é uma arquibancada (figura 40) montada todos os anos em estrutura metálica, que é instalada em frente ao palco dos shows, tendo capacidade para 8.500 pessoas sentadas. Figura 38 : Estrutura Arquibancadas.

FONTE: <http://www.gazetafmtangara.com.br/noticias/estrutura-da-festa-entra-na-reta-final/4615>

Além disso, o camarote (figura 41), também montado em estrutura metálica e cobertura, com capacidade de 800 pessoas, sendo 80 camarotes para 10 pessoas cada, oferendo conforto, uma vista privilegiada e serviço de garçons. Figura 39: Estrutura Camarote.

FONTE: <http://www.gazetafmtangara.com.br/noticias/estrutura-da-festa-entra-na-reta-final/4615>

Os acessos ao evento são dados por todos os lados, divididos entre o estacionamento interno, destinado aos patrocinadores, expositores e associados, e o


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estacionamento da Associação dos Policiais Militares de Tangará da Serra que cobra um valor para os participantes estacionarem (carro e moto). Além disso, há um estacionamento preferencial para PCD e Idosos ao lado da bilheteria. O Acesso Principal é sinalizado na frente, através de um Portal (figura 42) que recebe todos os participantes, com a venda e conferência de ingressos. Figura 40: Portal De Entrada

FONTE: Google Earth (2020)

Expositores e estandes são distribuídos pelo Parque de Exposição, além da ampla praça de alimentação, com várias comidas típicas e muitas outras opções onde os participantes podem circular e escolher o que quer conhecer. O Parque também dispões de 3 sanitários espalhados pelo parque, normalmente administrados por universitários que arrecadam dinheiro enquanto mantém o espaço limpo. Ademais, também é oferecido ao público um parque de diversões para o divertimento das crianças e jovens (figura 43). Figura 41: Parque de Diversões

FONTE: <http://diariodaserra.com.br/Noticia/Detalhes/MTgxMDgy>

A análise possibilitou entender como o evento é importante para o município de Tangará da Serra - MT. Deste modo, é relevante o estudo desta festividade para que propicie a percepção em um contexto local.


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3 PROPOSTA 3.1 Localização Tangará da Serra – MT é um município localizado na região Centro-Oeste do país. De acordo com IBGE (2019) sua população é estimada em 103.750 habitantes. Segundo o perfil socioeconômico de Tangará da Serra – MT, o município é referência em Mato Grosso por receber mensalmente inúmeros consumidores e turistas, sendo o maior centro de lazer da região sudoeste mato-grossense. Além de moradores e visitantes, a cidade conta com três universidades e dispõe de um público potencial para a utilização de espaços de lazer e eventos. Em suma, Tangará da Serra – MT realiza diversos eventos ao longo do ano, sua agenda cultural propõe shows, festas, desfiles, competições, exposições, cavalgadas, bailes, feiras, dentre outros. Figura 42: Localização Tangará da Serra - MT

FONTE: Edição da autora.

A Estância Amazonas atualmente funciona como ponto turístico do município por suas riquezas naturais. Sua área é naturalmente privilegiada e recebe moradores e turistas todos os anos. Além disso, o local também funciona esporadicamente como espaço de eventos, para realizações de casamentos, aniversários, cavalgadas etc. O terreno tem potencial para a realização da festividade por representar a cidade de Tangará da Serra - MT com suas belezas naturais, acesso facilitado e pouca área construída.


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Figura 43: Estância Amazonas – Localização.

FONTE: Edição da autora.

A área do projeto fica a 18,8 km do município de Tangará da Serra – MT. Deste modo, foram realizadas análises no local para definir as escolhas da proposta. Então, foram definido o terreno com a área de aproximadamente 500 m² para comportar a festa com seus espaços como estacionamentos, acessos, estandes de exposições comerciais, parque, shows, entre outros. 3.2 Fluxos viários O acesso à Estância Amazonas, saindo do município de Tangará da Serra – MT ocorre pela rodovia MT–480 e uma pequena estrada de chão, que dão acesso ao terreno. O fluxo de veículos na Rodovia é mínimo e se encontra bem sinalizada no decorrer do caminho, quanto o acesso à Estância Amazonas.


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Figura 44: Vias de Acesso à Estância Amazonas.

FONTE: Edição da autora (sem escala).

3.3 Entorno A Estância Amazonas compreende uma extensa área verde e é contemplada pelo Rio Sepotuba. Deste modo, os cuidados quanto a área natural é essencial para a preservação dela. Assim, no Art. 22 da Lei Complementar nº 120/2007 do plano diretor de Tangará da Serra – MT constitui diretrizes para o cuidado do patrimônio natural do território municipal que incentiva a preservação das áreas florestadas e rios. I – Preservação dos espaços de relevante potencial paisagístico, tendo em vista a sua importância para a qualidade de vida da população e o seu potencial para o desenvolvimento de atividades voltadas para o lazer e o turismo; II – Preservação das áreas florestadas nas encostas, ao longo dos cursos d’água e de linhas de drenagem natural e dos remanescentes de cerrados e florestas, de acordo com o previsto nas legislações ambientais vigentes. (LEI COMPLEMENTAR Nº 120/2007, DE 11 DE MAIO DE 2007. Art. 22)

Além disso, o Art. 165 (LEI COMPLEMENTAR Nº 120/2007, DE 11 DE MAIO DE 2007) cita o Estudo de Impacto de vizinhança (EIV) que protege a qualidade de vida da população quando ao entorno de construções. Com a proposta se tratando de um espaço de evento, deve-se contemplar os aspectos desta lei para garantir o conforto de todos os moradores residentes em seu entorno. Portanto, para entender melhor sobre área de


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estudo foi realizado a análise do local, com levantamento fotográfico para facilitar o entendimento (figura 47). Figura 45: Área de estudo- Estância Amazonas.

FONTE: Edição da autora (sem escala).

A Estância Amazonas é cercada de vegetação que pode ser considerada uma barreira acústica de acordo com o entorno. No terreno é disposto alguns quiosques e uma construção que atualmente funciona como uma lanchonete para os que frequentam o local. A guarita faz o controle da entrada de veículos, onde é cobrado um valor específico para passar o dia no local, sendo este um terreno privado que é preservado pela família moradora do espaço. 3.4 Terreno O terreno escolhido para a implantação da proposta do espaço de eventos, fica localizado na cidade de Tangará da Serra – MT. O local atualmente é conhecido como ponto turístico do munícipio por ser uma área privilegiada naturalmente, banhada pelo Rio Sepotuba e com ampla área verde. A metragem do terreno resulta em 180.363m² (Figura 48), uma grande área com o potencial para os grandes espaços necessários para abrigar estacionamentos, palcos, estandes, praça de alimentação etc.


57 Figura 46: Terreno de implantação da proposta

Fonte: GOOGLE Earth (modificada pela autora)

A topografia do terreno (Figura 49) foi definida após a análise in loco e dados fornecidos pelo proprietário do terreno que permitiram o estudo desenvolvido com a ajuda dos softwares: Sketchup, Geolocalização e Google Earth. Com isso, o terreno apresenta um desnível de 15 metros, pouco percebido diante da extensão do local. Figura 47: Topografia do Terreno

FONTE: Elaborado pela autora (2021)


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O formato do terreno para implantação foi definido a partir da área permitida de aplicação da proposta, considerando que o terreno se encontra próximo de uma área de APP (Área de Preservação Permanente) que deve ser respeitada. 3.5 Estudo de Conforto Ambiental Para a realização de um projeto torna-se necessário analisar as condições de conforto do local em estudo para que seja possível se adequar o à condição do ambiente de modo que, os utilizadores do espaço sintam-se confortáveis. Nesse contexto, considerando que o projeto se trata de um ambiente temporário, é possível se aprofundar em dados específicos, principalmente com a definição das datas em que se realizará o evento. Deste modo, o mês de maio foi escolhido para completar o calendário cultural de Tangará da Serra – MT, por ser o mês em que é realizado a cavalgada todos os anos. Assim, para melhores respostas a respeito do conforto térmico do local aplica-se uma análise no gráfico de temperaturas e zona de conforto aplicado a cidade de Tangará da Serra – MT (figura 48). Segundo a ASHRAE 55 (2013) apud PROJETEEE (2020), conforto térmico é um estado de espírito que reflete a satisfação com o ambiente térmico que envolve a pessoa. Se o balanço de todas as trocas de calor a que está submetido o corpo for nulo e a temperatura da pele e o suor estiverem dentro de certos limites, pode-se dizer que o homem sente conforto térmico. Em geral define-se a temperatura de conforto com a que provoca uma sensação térmica neutra. Figura 48: Gráfico de Temperatura e Zona de Conforto de Tangará da Serra - MT

FONTE: <http://projeteee.mma.gov.br/dados-climaticos/?cidade=MT++Tangar%C3%A1+da+Serra&id_cidade=bra_mt_tangara.da.serra.866820_inmet>

Sendo a zona de conforto (ºC) entre as temperaturas 22.04 ºC e 29,04 ºC , observase os dados referentes ao mês de maio que apresenta a temperatura média mensal de 24,97 ºC, na qual é um resultado positivo, contudo, com a máxima podendo chegar a


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30,66 ºC torna-se indispensável a aplicação de estratégias bioclimáticas que proporcionem ventilação natural, sombreamento e resfriamento evaporativo. A temperatura de bulbo úmido é a temperatura mais baixa que pode ser alcançada apenas pela evaporação da água. É a temperatura que se sente quando a pele está molhada e está exposta a movimentação de ar. Ao contrário da temperatura de bulbo seco, que é a temperatura indicada por um termômetro comum, a temperatura de bulbo úmido é uma indicação da quantidade de umidade no ar. Quanto menor a umidade relativa do ar, maior o resfriamento. Conhecer como se comporta a temperatura é o primeiro passo para um projeto bioclimático, pois ela vai determinar o tipo de envoltória, o tamanho das aberturas, os tipos de proteção, etc. (PROJETEEE, 2020) Figura 49: Gráfico das Temperaturas de Tangará Da Serra - MT

FONTE: <http://projeteee.mma.gov.br/dados-climaticos/?cidade=MT++Tangar%C3%A1+da+Serra&id_cidade=bra_mt_tangara.da.serra.866820_inmet>

Além disso, outro fator determinante para a proposta é a possibilidade de chuvas durante as datas do evento. Analisando o Gráfico de Chuva de Tangará da Serra – MT (figura 50) respectivamente no mês de maio, percebe-se que se trata de um dos meses com menor possibilidade de chuvas. Estas respostas são relevantes para a liberdade projetual com de estruturas abertas durante o evento, já favorecendo a ventilação natural.


60 Figura 50: Gráfico de Chuva de Tangará da Serra – MT

FONTE: <http://projeteee.mma.gov.br/dados-climaticos/?cidade=MT++Tangar%C3%A1+da+Serra&id_cidade=bra_mt_tangara.da.serra.866820_inmet>

Com a Carta Psicométrica de Tangará da Serra – MT (figura 51) percebe-se a ampla aplicação de ventilação natural de acordo com a temperatura apresentada no mês de maio que chega à temperatura máxima de 31 ºC no município. Figura 51: Carta Psicométrica de Tangará da Serra – MT.

FONTE: <https://drajmarsh.bitbucket.io/psychro-chart2d.html>

Ademais, também foi aplicada a carta solar de acordo com dias em que ocorrerá o evento, sendo os dias 22 e 23 de maio. Para isto, foram realizadas 3 cartas solares para adquirir informações a respeito da temperatura da cidade, para assim, adquirir melhores resultados. Para este fim, foi inserido no desenvolvimento da simulação um arquivo EPW disponibilizado pelo software LadyBug (figura 52) onde é disponibilizado arquivos


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climáticos de várias cidades do mundo inteiro. Assim, este levantamento consistiu em simulações computacionais utilizando-se do LadyBug, plugin do software Rhinoceros com Grasshopper. Figura 52: EPW Map, Lady Bug.

FONTE: <https://www.ladybug.tools/epwmap/>

Assim, com as informações fornecidas pelo LadyBug foi possível fazer uma análise mais aproximada, ainda que por simulação computacional. Com isso, foi desenvolvido um volume ilustrativo no Rhinoceros e distribuídas as informações pertinentes para a simulação na interface do Grasshopper (figura 53). Figura 53: Interface Grasshopper.

FONTE: Acervo Pessoal.

Os resultados apresentam as temperaturas de 6 horas diferentes do dia, para entender o como pode estar cada dia do evento e qual a melhor forma de posicionar as soluções do projeto para o conforto dos colaboradores e participantes e do evento. No dia 22 de maio apresenta sua menor temperatura às 07:00 horas da manhã, com 20,40 ºC e maior temperatura às 17:00 da tarde, apresentado 31,40 ºC (figura 54).


62 Figura 54: Carta solar 22 de maio.

FONTE: Acervo Pessoal.

No dia 23 de maio (figura 55) apresenta a temperatura mínima de 20,40 ºC às 07:00 da manhã e a sua temperatura máxima chega à 31,40 ºC. Figura 55: Carta solar 23 de maio.

FONTE: Acervo Pessoal.

Os resultados obtidos mostram que a maior incidência solar durante os dias ocorre no período vespertino em ambos os dias estudados. Deste modo, a proposta apresentará soluções bioclimáticas nas fachadas referentes as fachadas presentes ao lado oeste (O) e noroeste (NO) do terreno. Além disso, foi aplicado a Rosa dos Ventos (figura 56) na cidade de Tangará da Serra - MT para melhores resultados e dispor da melhor forma os ambientes no terreno.


63 O gráfico da rosa dos ventos mostra as estatísticas sobre o vento, reunidas ao longo do tempo. Essas medições incluem velocidade do vento, direção e frequência. Estas informações são importantes medidores para estudar e prever as condições do vento em sua área (PROJETEEE, 2020).

Os resultados apresentam os ventos predominantes estão à Nordeste chegando à 2-4 m/s. Figura 56: Rosa dos Ventos de Tangará da Serra - MT

FONTE: <http://projeteee.mma.gov.br/dados-climaticos/?cidade=MT++Tangar%C3%A1+da+Serra&id_cidade=bra_mt_tangara.da.serra.866820_inmet>

Com isso será proposto o posicionamento dos sons de acordo a predominância dos ventos. Ademais, a presença da vegetação já serve como barreira acústica no terreno.


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3.6 Partido Arquitetônico A instalação do espaço de eventos visa ampliar as vertentes culturais no município de Tangará da Serra – MT, de modo que, propicie experiências boas aos usuários. Para isso, busca-se dar atenção ao que se refere a infraestrutura necessária, arquitetura efêmera e cenografia, promovendo um espaço adequado para a realização de eventos. A experiência de um evento tradicional e cultural pode ser tão marcante quanto parques ou galerias de exposições de arte. Ademais, estudos comprovam a importância de eventos e feiras para os municípios, pois movimenta o capital e valoriza os recursos culturais e turísticos. De acordo com Barbosa (2012) o turismo de eventos é a atividade turística que mais cresce mundialmente por ser uma alternativa lucrativa para alavancar a economia e proporcionar o desenvolvimento regional de determinadas localidades, além de dar visibilidade ao município. Sendo assim, a proposta segue algumas diretrizes para oferecer um ambiente de eventos interativo, com espaços de convivência para crianças e adultos percorrerem e permanecerem. O projeto tem como objetivo respeitar a natureza presente e aproveitar deste potencial natural para criar ambientes ainda mais convidativos aliados à materiais renováveis e tecnologia proporcionando espaços multifuncionais. Além disso, o município de Tangará da Serra – MT tem economia principal a agropecuária e o agronegócio, deste modo, o histórico da cidade apresenta uma forte influência da cultura sertaneja e suas tradições. Dentre as várias tradições dentro da cultura sertaneja há a cavalgada, que é um patrimônio histórico-cultural que reúne natureza, pessoas, ecologia, esporte e religião. A cavalgada promove um passeio, onde crianças, adultos e idosos podem participar, sendo conduzidas não apenas por cavalos, mas também por veículos motorizados. Além disso, esses passeios são divididos por comitivas, formadas por familiares e amigos, que ao fim da cavalgada se reúnem para a comemoração final da cavalgada. Estes eventos costumam ter a duração de um fim de semana promovendo competições entre as comitivas além de músicas, danças, e comidas típicas. Em Tangará da Serra – MT o evento está presente no calendário cultural do município reunindo a população tangaraense todos os anos no mês de maio com duração de 2 à 3 dias. Diante disso, a proposta tem como partido proporcionar uma estrutura para o evento da cavalgada, de modo que reflita a identidade da cultura sertaneja e proporcione o


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alcance de pessoas de outras cidades e estados para contemplar as tradições presentes em Tangará da Serra – MT. 3.7 Conceito da Proposta O espaço deve proporcionar a reunião da população tangaraense e compartilhar cultura através da música e da dança, além de expor os comércios da região a fim de, alavancar a economia do município e valorizar o mercado local. Para isto, serão dispostos espaços de estar e lazer, de modo que, sejam integrados, com acessibilidade entre os ambientes. A socialização e recreação são elementos essenciais que deverão ser impulsionados pela estrutura do evento, aplicando a tecnologia unida com o potencial da natureza. 3.8 Programa e Pré-Dimensionamento O programa de necessidades foi dividido basicamente em três setores, sendo o setor administrativo, destinado à organização do evento, o setor de serviço para serviços essenciais, e o setor social, que contempla toda a integração do evento com o público. O acesso principal se trata do maior fluxo, sendo todo o público do evento envolvendo os estacionamentos e portais de entrada. O acesso de serviço é destinado ao setor de serviço e ao setor administrativo, sendo para os colaboradores da festa e serviços essenciais. Na tabela 1 é apresentado o setor de acessos, na qual se encontram as portarias e estacionamentos, para o público e para quem prestará serviços ao evento. A

portaria

dos estacionamentos será destinada a conferência na entrada ao evento, sendo uma direcionada ao estacionamento de serviços para a realização do credenciamento de colaboradores e na portaria destinado público será realizada a conferência de ingressos para o acesso ao evento. Tabela 1: Quadro de Áreas

SETOR DE ACESSOS AMBIENTE ÁREA Portaria do Estacionamento 1.679m² Estacionamento do Público 20.000m² Estacionamento Premium

27.000m²

FONTE: elaborado pela autora.

CAPACIDADE -520carros -300 motos - 105 carros -30 motos


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Para os serviços essenciais apresentado na tabela 3, para serviços de emergência como o departamento de polícia, ambulatório e departamento de bombeiro, além do espaço para gerador, backstage, palco, estandes comerciais, barracas de alimentação e os banheiros e bebedouros, destinados tanto para o público quanto para colaboradores do evento. Tabela 2: Setor de Serviços

AMBIENTE Ambulatório Dep. Polícia Dep. Bombeiro WC Fem. + PNE WC Masc. + PNE Fraldário Bebedouro Gerador

SETOR SERVIÇOS ÁREA 20m² 20m² 20m² 20m² 20m² 10m² 10m² 25m²

QUANTIDADE 3 3 3 6 6 6 6 1

FONTE: Elaborado pela autora.

Na tabela 4 representa o setor social, compreende a maior área do evento, pois está associada ao encontro de pessoas na área livre. Deste modo, neste setor encontrase o espaço de convivência, parque de diversões, praça de alimentação e espaço de acampamento. Tabela 3: Setor Social

SETOR SOCIAL AMBIENTE ÁREA Show 8.977m² Estandes Comerciais 13.800m² Parque de diversões 5.700m² Espaço de Convivência 8.910 m² Espaço de Acampamento 9.982m²

QUANTIDADE 1 44 estandes -

FONTE: Elaborado pela autora.

O pré-dimensionamento traz a oportunidade de prever quanto espaço será necessário para a implantação do evento, o que direciona quais a melhor locação para cada setor. Todas as dimensões resultaram em uma área ocupada de m². Além disso, os espaços consideram que serão implantados adequando-se aos espaços de emergência e tudo que rege a norma técnica de corpo de bombeiros para proteção contra incêndio e pânico destinada a eventos temporários. (Norma Técnica do Corpo de Bombeiros nº 06/2019 – Eventos Temporários).


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3.9 Plano de Massa O plano de massa corresponde ao quadro de áreas e sua distribuição em relação a proporção é demonstrada por volumes representativos, de acordo com o espaço necessário para abrigar os ambientes. Os espaços foram distribuídos de modo e obtivesse uma harmonia entre eles, utilizando de dimensões que possibilite o maior conforto e segurança. Figura 57: Plano de Massa

FONTE: Edição da autora (sem escala).

Este estudo buscou implantar os ambientes do programa de necessidades de modo que se integrassem e permitissem a melhor circulação pelo espaço de eventos, levando em consideração os levantamentos dos condicionantes projetuais.


68 Figura 58: Funcionograma

FONTE: Elaborado pela autora (2021).

3.10 Materiais Construtivos Os materiais construtivos foram selecionados com o objetivo de serem recicláveis e/ou ecológicos, por se tratar de uma instalação efêmera, preocupa-se com o transporte e com o que será feito desses materiais após a realização do evento. Assim, a escolha da membrana tensionada se deu pela facilidade quanto a transporte e sua flexibilidade para projetos. O segundo material selecionado se trata do bambu, material vernacular que permite vários volumes por sua capacidade estrutural, além da possibilidade de ser trabalhado juntamente com a membrana tensionada. 3.10.1 Membrana Tensionada As estruturas tensionadas são muito utilizadas na construção civil por suas vantagens quanto a economia, além de serem maleáveis nas aplicações são facilmente transportadas. Nesse sentido, Pereira (2018, on-line) afirma que:


69 Tensoestrutura é o termo usualmente empregado às estruturas que utilizam membranas trabalhando junto a cabos de aço na construção de coberturas, cujas principais características detêm-se na trabalhabilidade dos esforços de tração, pré-fabricação, grandes vãos e maleabilidade formal. Este tipo estrutural permite menor quantidade material, graças à utilização de lonas com espessuras delgadas, que quando esticadas por meio da utilização de cabos de aço, criam superfícies capazes de vencer os esforços dominantes – tração, que pela leveza e espessura, não trabalham os esforços de flexão e compressão.

Os primeiros estudos a respeito da tensoestrutura foram do arquiteto e engenheiro alemão Frei Otto, onde, inspirando-se na natureza, seguia uma lógica de superfície mínima. De acordo com Pereira (2018), Frei Otto explorava modelos físicos em escala reduzida, gerando empiricamente uma série de superfícies por meio materiais como correntes, cabos tracionados e membranas elásticas. Sendo assim, Frei Otto desenvolveu diversos projetos, como por exemplo o ILEK - Instituto de Estruturas Leves (figura 59), um estudo experimental que está localizado até hoje na Universidade de Stuttgart – Alemanha, desenvolvido como protótipo para o Pavilhão da Expo 67 de Milão. Em várias frentes Otto foi muito além de seu tempo, vislumbrando novos meios de usar o mínimo de material e energia para criar espaço, abordando a sustentabilidade muito antes do termo ser empregado na arquitetura. Seu interesse em expandir os limites da disciplina é evidente em sua fascinação pela experimentação quando fala que precisamos compreender os "processos físicos, biológicos e técnicos que dão origem aos objetos." (PEREIRA, 2018, on-line)

Figura 59: ILEK – Instituto de Estruturas Leves, Universidade de Stuttgart - Alemanha.

FONTE: Acervo da autora.

A partir de uma análise feita in loco ao ILEK, foi possível observar que a aplicação da estrutura com superfície mínima atinge geometrias orgânicas e ousadas. Ademais, a


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superfície mínima pode ser aplicada com diversos materiais, além de propor construções e instalações com materiais reduzidos, favorecendo a sustentabilidade e o baixo custo da obra. No Brasil temos alguns exemplos de aplicações da lógica superfície mínima, um deles é o Bar do Futebol Clube Pinheiros, realizado pelo escritório Bacco Arquitetos Associados 2010 (figura 60) em São Paulo no ano de 2010. A cobertura leve tencionada com uma membrana têxtil para proteção solar, é sustentada por estacas de madeira, peças metálicas e cabos de aço. Figura 60: Bar do Futebol Clube Pinheiros.

FONTE: Ana Mello (2010; on-line).

Para Vinicius Arcaro (Apud Arcolini e Barrada, 2019) “A cobertura tensionada também é útil para construções permanentes, indo desde cobertura para piscinas até aeroportos e estádios de futebol”. Assim, são diversas as aplicações da estrutura tensionada, tanto em construções efêmeras, sendo rápido de montar e desmontar, quanto em construções físicas, possibilitando uma variedade de formas e designs (Paulo Maier apud Arcolini e Barrada, 2019). 3.10.2 Bambu O autor Rodrigues (2020) afirma que o bambu é um material resistente e versátil ainda que na sua forma natural, além de ser leve quando comparado a outros materiais construtivos como a madeira bruta. De acordo Neil Thomas (2017, apud SOUZA, 2017), se projetássemos um material de construção ideal, ele se pareceria com o bambu, além de ser a estrutura de construção natural mais sustentável no planeta. Diante das características físicas e mecânicas do bambu, apresenta-se como um material com grande potencial para o mercado da construção civil sendo natural, resistente e renovável (RODRIGUES, 2020).


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Uma referência em construção em bambu é o ZCB - Escola de Arquitetura da Universidade Chinesa de Hong Kong (figura 61) desenvolvido em 2015. A estrutura tem aproximadamente 350m² e foi construída com bambus amarrados com arame de metal e com tecido tensionado em volta da estrutura (ZCB - BAMBOO PAVILION, 2016).

Figura 61: ZCB - Bambu Pavilhão.

FONTE: Michael LAW, Ramon Van Der Heijden, Kevin Ng (2016; on-line).

No Brasil, ainda que o bambu tenha grande potencial na construção civil é pouco explorado, contudo pode-se encontrar algumas aplicações. Um dos belos exemplos a se apresentar se trata da a Cúpula do Anfiteatro Prof. Junito Brandão na PUC – Rio projetada pelo arquiteto Carlos Pingarrilho (FIGURA 62).


72 Figura 62: Cúpula treliçada de bambu cobre anfiteatro na PUC-RJ

FONTE: Juan Dias (2020) A cúpula emprega uma estrutura espacial híbrida, formada por uma estrutura autoportante em bambus tratados, arcos de flexão ativos e cascas treliçadas pantográficas sobrepostas, permitindo a circulação do ar e a iluminação natural do ambiente. As cascas treliçadas são submetidas a um processo de deformação elástica durante a montagem, gerando formas resistentes e naturalmente acústicas, aplicando superfícies côncavas que mantêm e distribuem o som no espaço. A cobertura emprega lonas acrílicas tensionadas, protegendo da chuva e do sol do clima tropical (SOUZA, 2017).

4 RESULTADOS DA PESQUISA No capítulo final do presente trabalho, obtêm-se o resultado de todo o estudo concretizado em um projeto arquitetônico desenvolvido a partir dos softwares Revit, Sketchup e Rhinoceros/Grashopper. Desta forma, apresenta-se também um memorial descritivo e justificativo englobando as decisões utilizadas para o projeto. 4.1 PLANTA DE SITUAÇÃO, IMPLANTAÇÃO E SETORIZAÇÃO 4.1.1 Planta de Situação A Estância Amazônia foi o local escolhido para a implantação do projeto, devido ao espaço que já é conhecido por grande parte dos moradores de Tangará da Serra - MT e apresentar grande potencial para a realização de eventos, diante de suas riquezas naturais e localização próxima ao município. O terreno é banhado pelo Rio Sepotuba e possui grande área de APP (Área de Preservação Permanente. O espaço possui a distância de 4km da Rodovia MT-480 que dá acesso ao município de Tangará da Serra – MT (19km) e a cidade de Campo Novo do Parecis (162km).


73 Figura 63: Planta de Situação

FONTE: Elaborado pela autora (2021).

4.1.2 Implantação A implantação ocupa a área de 206.738,89m². No terreno proposto há apenas uma via que dá acesso ao evento, começando pelos estacionamentos, que foram divididos para os consumidores, colaboradores e patrocinadores. O estacionamento para colaboradores e patrocinadores foi definido como Prêmium e ocupa a área de 17.703m² com 105 vagas para carros e 30 vagas para motos. O estacionamento ao público ocupa a área de 206.738,89m² e dispões de 520 vagas para carros, (sendo 60 vagas preferenciais, próximos a portaria) e 100 vagas para motos.


74 Figura 64: Planta de Implantação

FONTE: Elaborado pela autora (2021).

O posicionamento dos espaços foi determinado para que o público pudesse circular pelo evento e contemplasse todos os ambientes. Os acessos aos espaços se dão pela portaria principal e portaria premium, além da entrada de serviço e do camping. O acesso principal direciona o público primeiramente aos estandes comerciais, que é ligado por caminhos que são direcionados ao parque de diversões, palco, barracas gastronômicas, praça de alimentação e área de convivência. O camping é oferecido ao público que participa da cavalgada com comitivas registradas e tem acesso pela lateral da portaria principal, o espaço é restrito e tem acesso ao evento livremente. 4.1.3 Setorização O evento é dividido em 3 setores: social (público que participa do evento), serviço (acessada apenas por colaboradores) e administrativo (destinada a organização do evento) demonstrados na Figura 65. Ademais, os espaços foram dispostos de modo que permitissem a circulação do público, com ambientes que se conectam entre si. A definição do posicionamento dos ambientes foi determinada para atender da melhor forma possível aos acessos, principalmente no de serviço, que exige uma entrada rápida e privativa para toda a organização do evento, como por exemplo a emergência.


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Figura 65: Setorização

FONTE: Elaborado pela autora (2021).

Sendo assim, o evento ponde ser acessado por 4 entradas. Além das 2 portarias, projetada para pedestres e posicionadas próximas aos estacionamentos também pode acessar o terreno pela via de serviço, separada para ser destinada aos colaboradores, para a chegada de carga e descarga de todo o evento, além do acesso ao camarim, onde permite a chegada de cantores e bandas em uma via individualizada. Adiante, outro acesso disponibilizado é o que leva à área de camping, destinada ao público inscrito em comitivas, que participa do ritual da cavalgada (Percurso da cidade até o evento, em animais como bois e cavalos), realizada no fim de tarde antecedendo ao evento.


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4.2 PORTARIA A Portaria proposta tem o objetivo de trazer o conceito rústico logo na entrada do evento, com elementos que lembram a cultura sertaneja, para que o evento em si seja representado já no primeiro olhar de quem chega para contemplar a festa. As portarias estão em dois espaços com a mesma cenografia, sendo 1 na entrada principal e 1 na entrada do estacionamento premium, que é um estacionamento destinado aos colaboradores e patrocinadores do evento. Figura 66: Localização de Portarias

FONTE: Elaborado pela Autora (2021).

Deste modo, nas bilheterias são destinadas a compra/venda de ingressos, a aposta foi em salas em forma de celeiros, sendo espaços que possuem 1 caixa e uma cadeira para a realização deste serviço. São dispostas 4 bilheterias na portaria 1 e 4 bilheterias na portaria 2.


77 Figura 67: Vista 1 - Portaria

FONTE: Elaborado pela Autora (2021).

O material escolhido se trata de uma estrutura em paredes modulares em PVC que permite estruturas cenográficas com fácil recorte e aplicação de pinturas e texturas. Figura 68: Isométrica de bilheteria e bilheteria

FONTE: Elaborado pela Autora (2021).

Além disso, a aposta em estruturas de TOTEM permite volumetrias diferenciadas, o que possibilita a proposta de símbolos como a ferradura e o chapéu.


78 Figura 69: Vista 2 - Portaria

FONTE: Elaborado pela Autora (2021).

A Ferradura trata-se de uma estrutura em alumínio pré-moldada com chapas em PS (Poliestireno) pintadas com tinta spray lembrando uma textura enferrujada. O chapéu se trata da lona tensionada juntamente com alumínio definindo suas curvaturas.

4.2 PARQUE O parque de diversões foi desenvolvido para o público de todas as idades, trazendo um conceito lúdico somado ao rústico. Assim, sua forma é circular para que do centro do parque se tenha a visão de todos os brinquedos. Figura 70: Layout - Parque de Diversões


79 FONTE: Elaborado pela Autora (2021).

A entrada para o espaço é trabalhada em cores vivas, em listras que convidam para adentrar o ambiente. Deste modo, foram dispostos mobiliários como lixeiros e bancos para o público na entrada do parque, que além de serem úteis também cumprem a função estética. Figura 71: Vista 1 - Parque de Diversões

FONTE: Elaborado pela Autora (2021).

A aposta foi em elementos cenográficos que trazem as características das grandes fazendas do Mato Grosso e letreiro com o nome do evento com a intenção de serem espaços para o registro de fotos das pessoas que frequentam a festa. 4.3 ÁREA DE CONVIVÊNCIA A Área de Convivência é implantada na parte da praia na Estância Amazonas. A intervenção pretendia não modificar o local, sendo dispostos alguns mobiliários que pudessem permitir o contato do consumidor com a natureza.


80 Figura 72: Área de Convivência

FONTE: Elaborado pela Autora (2021).

Os mobiliários são em materiais que podem ser facilmente reaproveitados, como o bambu, pallets e tecido. Estes, foram pensados para serem confortáveis e convidativos, sendo posicionados de forma aleatória para o indivíduo escolher qual lhe agrada mais.

Figura 73: Área de Convivência

FONTE: Elaborado pela Autora (2021).

4.4 BANHEIRO Os banheiros foram instalados com estruturas similares a de containers. A instalação foi implantada em postos estratégicos do evento, para atender todo o público. A irrigação e sistema de esgoto são ligadas aos sistemas já fornecidos no local.


81 Figura 74: Vista Banheiros

FONTE: Elaborado pela Autora (2021).

Além disso, o piso se trata de um revestimento que imita madeira aplicado ao piso convencional utilizado no restante do evento, sendo pallet e placas de compensados. O elemento em destaque se trata das portas de acesso ao banheiro que traz o conceito sertanejo. 4.5 ESTANDES Os Estandes Expositivos são espaços destinados aos comerciantes locais que desejam expor seus produtos e/ou apresentar sua marca. A disposição dos estandes é em posicionamentos estratégicos para direcionar os consumidores a visitarem todos os estandes, circulando pelo percurso definido. São disponibilizados 44 espaços para serem alugados.


82 Figura 75: Disposição dos Estandes

FONTE: Elaborado pela Autora (2021).

Deste modo, cada Estande pode apresentar uma identidade de acordo com as particularidades dos comércios. Sendo assim, foram desenvolvidas 3 peças em versões geométricas diferentes, com o intuito de seguir a mesma padronização dos estandes, ao mesmo tempo que permitem diversas criações distintas a partir das mesmas peças. Figura 76: Peças para estandes

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Para isso, foram disponibilizados dois exemplos de tipologias que demonstram dois exemplos de como pode chegar a resultados diferentes ainda que aplicando materiais similares.


83 Figura 77: Tipologias 01 e 02.

FONTE: Elaborado pela Autora (2021).

Os espaços de estandes comerciais são primordiais para o evento pois permitem o contato da população com os comerciantes, que têm a possibilidade de apresentar seus produtos de forma descontraída. 4.6 PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO E BARRACAS GASTRONÔMICAS A praça de alimentação foi projetada para atender ao público, de modo que o ambiente fornecesse conforto ao indivíduo enquanto degusta os alimentos oferecidos pelas barracas de alimentação, que estão montadas próximo à praça. Figura 78: Croqui - Ideia inicial.

FONTE: Elaborado pela Autora (2021).

Os pilares decorativos são montados com os materiais .... para obter um formato diferenciado foram apostando no posicionamento das cordas de modo que se cruzassem e formassem uma estrutura que lembre o caule de arvores. A corda tem como intenção lembrar as cordas utilizadas em cavalos para as cavalgadas, além de ser bem usada para ambientes rústicos, a corda é inserida em um volume orgânico que mistura a ideia da cultura sertaneja com a natureza.


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Figura 79: Pilar Decorativo

FONTE: Elaborado pela Autora (2021).

A cobertura é montada de forma modular, no material totem, estruturado por alumínio e acrílico, que permite um pavilhão leve e sema necessidade de pilares com investimento em fundações ou similares. Deste modo, os pilares de sustentação são de alumínio e foram posicionados em volta de toda a estrutura. Figura 80: Praça de Alimentação

FONTE: Elaborado pela Autora (2021).

O piso é montado de modo que possa ser facilmente desmontado posteriormente, sendo formado como um “sanduíche” com os materiais: pallet, placas de compensado e um carpete emborrachado. Figura 81:Vista 1 - Praça de Alimentação


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FONTE: Elaborado pela Autora (2021).

As Barracas Gastronômicas foram dispostas em 3 entradas, estas estão propositalmente direcionadas para a Praça de alimentação, com o objetivo de direcionar o consumidor até o espaço. Figura 82: Praça de Alimentação e Barracas Gastronômicas

FONTE: Elaborado pela Autora (2021).

As barracas foram elaboradas em uma estrutura Padrão em bambu, com cobertura em policarbonato. As amarrações dos bambus são feitas com cordas, um sistema construtivo fixado em blocos de concreto. Todas as barracas dispõem de 27m² com bancada para atendimento ao cliente.


86 Figura 83: Barraca Gastronômica

FONTE: Elaborado pela Autora (2021).

Sendo assim, todas as barracas obtêm deste espaço de forma coletiva, com um ambiente garantido para os clientes se sentarem, evitando estruturas e gastos maiores para o empreendedor e unindo o público em um só local, o que diz muito sobre a cavalgada, na qual as pessoas se encontram para misturarem suas culturas, apresentando diversos pratos. Além disso, a praça tem um apelo estético, tendo uma forma orgânica e “falsos pilares” que complementam a instalação de modo decorativo. 4.7 PALCO O palco disposto com estruturas pré-moldadas próprias para este tipo de instalação. A forma foi determinada de modo que seja possível o posicionamento do som e da iluminação de forma completa. Figura 84: Planta de Palco

FONTE: Elaborado pela Autora (2021).


87 Figura 85: Vista de Palco

FONTE: Elaborado pela Autora (2021).

O design do palco é definido com cubos a partir de estruturas metálicas, telões e letreiro iluminado. A sugestão é que o show seja trabalhado com iluminação projetada para o destaque dos elementos, ou até mesmo a iluminação e efeitos em fumaça, que normalmente são equipamentos terceirizados que complementam o espetáculo.


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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho atingiu seu objetivo, no qual, foi desenvolvido um estudo sobre um espaço de evento cultural no município de Tangará da Serra – MT, com um espaço que proporciona a inserção do público em um espaço privilegiado da cidade, com uma natureza que merece ser contemplada, além dos espaços destinados a valorização do comércio o local e a possibilidade da apresentação da cultura sertaneja presente no município. A partir dos estudos bibliográficos foi possível entender qual a relevância da cultura do divertimento para a relação do homem com a sociedade. Assim, a arquitetura contribui com a cenografia como instrumento para a representação de uma cultura apoiada a efemeridade e as questões sensoriais, que se complementam, a fim de, proporcionar uma experiência ao indivíduo. As etapas do trabalho serviram para alcançar todo compilado de informações para o desenvolvimento de um espaço de evento cultural no município de Tangará da Serra – MT. Além disso, as características levantadas da cidade contribuíram na definição da temática do evento, e os estudos preliminares que auxiliaram na elaboração da proposta, para que através do seu potencial turístico e cultural pudesse representar a identidade dos seus moradores e atrair turistas. Por meio das análises correlatas foi possível identificar na prática a efemeridade, e como a identidade de um determinado grupo pode ser representada através da arquitetura, utilizando de um espaço de eventos para promover a conexão entre os moradores da cidade e valorizando a sua identidade local. Portanto, por meio de todo o embasamento teórico e análises, foi proposto um projeto arquitetônico de um espaço efêmero para eventos sertanejo da cidade de Tangará da Serra – MT, com a finalidade de promover a conexão entre os moradores da cidade, além de valorizar sua identidade local. Por fim, desenvolveu-se um projeto de espaço de evento que atende ao município contemplando características da cultura dos moradores do município que podem ser representados pelas características aplicadas nas escolhas do projeto.


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