ESTUDO DA 1ª PARTE DE
EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS André Luiz / Psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira
Goiânia, 2017
ESTUDO DA 1ª PARTE DE “EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS” (André Luiz/ psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira) Copyright© 2017 by FEEGO 1ª edição Autoria: Telma Machado Coordenação editorial: Ivana Raisky Preparação de originais/revisão: Fátima Salvo Projeto gráfico/capa/diagramação: Juliano Fagundes Imagem da capa: sxc/hu Foto da autora: Acervo pessoal Direitos autorais gentilmente cedidos à Federação Espírita do Estado de Goiás. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP M298e
Maranhão, Lúcio. Evangelho de um médico: Lucas (O) – Goiânia/ GO: FEEGO 2017. 220 p. ISBN 978-85-60182-52-7 1.Evangelho 2. Medicina 3. Espiritismo I.Título CDD: 130 CDU: 2.184
DIREITOS RESERVADOS - É proibida a reprodução total ou parcial da obra, de qualquer forma ou por qualquer meio sem a autorização prévia e por escrito dos autores. A violação dos Direitos Autorais é crime estabelecido pelo Artigo 184 do Código Penal. Impresso no Brasil Printed in Brazil 2017 FEDERAÇÃO ESPÍRITA DO ESTADO DE GOIÁS – FEEGO Rua 1133 nº 40 - Setor Marista - Goiânia-GO CEP: 74.180-120 - Fone: (62) 3281-5114/3281-0200 www.feego.org.br
A AUTORA
Telma Maria Santos Machado é expositora espírita, coordenadora de Estudos Doutrinários da Federação Espírita do Estado de Sergipe (FEES), ex-presidente e atualmente Diretora de Eventos da Academia de Letras Espíritas do Estado de Sergipe (ALEESE). É também Delegada da ABRAME (Associação Brasileira dos Magistrados Espíritas) em Sergipe. Graduada em Ciências Biológicas e em Direito, é pós-graduada em Direito Processual Público e Mestra em Filosofia. Juíza Federal desde 1999 trabalha atualmente na 1ª Vara Federal de Sergipe e tem ocupado ao longo de sua carreira profissional diversos cargos de destaque na vida pública. É uma escritora consistente, com dezenas de artigos, entre jurídicos e não jurídicos, publicados em revistas, jornais e internet além de cinco livros, a saber: Além das flores; Árias e esperança; O que o olhar não delimita; Degraus da ascensão – poesias religiosas à luz da Doutrina Espírita; Palavras e querubins. O sexto livro, que a FEEGO tem a honra de publicar, é este minucioso Estudo da primeira parte do livro Evolução em Dois Mundos sobre a obra tão ricamente elaborada pelo espírito André Luiz com o concurso da mediunidade ímpar de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira. Até agora seu conteúdo era compreendido apenas por aqueles portadores de razoável conhecimento dos conceitos científicos ali exarados, em-
bora em harmonia com conceitos filosóficos e religiosos. A obra de Telma faz jus ao clássico da literatura espírita ao enriquecê-lo com comentários fundados na voz da ciência e de outros autores, tanto da área cientifica quanto doutrinária. Certamente contribuirá para lançar novas luzes sobre esta que é considerada uma das mais surpreendentes produções da Espiritualidade Maior sobre os caminhos evolutivos do mundo material e do espiritual.
APRESENTAÇÃO
Por séculos, a ciência e a religião trilharam caminhos opostos na conceituação da origem do universo, da formação da Terra, do surgimento do homem e da sua relação com a espiritualidade. Essa, ora incensada, ora repudiada, esteve sempre no centro dos movimentos evolutivos, mas sempre apartada da ciência. A situação começou a mudar quando no século XIX Kardec debruçouse a estudar as relações entre esses dois mundos. De lá para cá muito foram os que trouxeram contribuições ao tema. No Brasil, o grande marco foi o ano de 1944 quando veio a lume sob a mediunidade de Chico Xavier a extraordinária obra do espírito André Luiz sobre a vida no mundo espiritual, marcada por Nosso Lar. Seguiram-se todas as demais obras, sobejamente conhecidas do público, a revelar conceitos e interações até então inimagináveis entre o mundo material e o espiritual. Dentre essas a mais intrincada é, sem dúvida, Evolução em Dois Mundos, para qual Chico contou com o concurso de Waldo Vieira na psicografia. Vale a pena conhecer a história da elaboração dessa obra “a quatro mãos”, se assim podemos nos expressar. Como para tudo há o tempo certo, supomos que esse livro tão eivado de termos e conceitos científicos quanto de filosofia e religião, foi escrito não para as gerações do século XX, mas para as desse século XXI Era preciso um cenário adequado, instrumentos de compreensão eficientes, evolução do próprio cérebro humano. Pois, bem. O desenvolvimento intelectual avança célere, a ciência começa a comprovar conceitos espíritas muitas vezes sem sequer conhecer o Espiritismo. As palavras do Mestre Jesus vão tomando seu sentido real, mostrando-se necessárias e vinculadas a todos os ramos do conhecimento planetário.
Por outro lado, nunca se questionou os valores morais e éticos como agora, nunca se ansiou tanto por uma resposta plausível para a razão da existência do Homem, seu papel no Universo, seu destino. É aqui que entra Evolução em Dois Mundos, a demonstrar a natureza transcendente do mundo material e sua subordinação ao mundo espiritual como fator de progresso, de libertação e a tão sonhada felicidade duradoura. A densidade da obra com seus termos científicos faz com que muitos não a compreendam e esse justamente é o objetivo de Telma Machado - torná-los assimiláveis, mostrar a grandiosidade das relações entre os vários reinos da natureza, a evolução do ser espiritual encarnado ou não, a excelência das leis divinas. Assim é que surge esse estudo da primeira parte do livro, com seus vinte capítulos, ao qual certamente seguirá, esperamos que em breve, o estudo da segunda parte. Para elaborá-lo, a autora utilizou todo o cabedal de conhecimento e experiência amealhado ao longo dos anos, com o intuito de servir aos estudiosos do tema, para que esses, ao compreender a obra, possam multiplicá-la em suas casas e grupos de estudo. Essa também a intenção da FEEGO ao publicar o presente livro. Que esse possa ser um instrumento útil aos companheiros da Seara Espírita. FEEGO Editora
INTRODUÇÃO
Em 1958 a Federação Espírita Brasileira trouxe a lume a obra Evolução em Dois Mundos, ditada por André Luis e psicografada por Francisco Cândido Xavier (1ª parte) e Waldo Vieira (2ª parte) com abordagem científica e espiritual sobre a evolução nos planos biológico e espiritual dos seres vivos. A ideia de escrever sobre esta magnífica obra surgiu após três anos à frente da Coordenadoria de Estudo Doutrinários da Federação Espírita do Estado de Sergipe, ao constatar a real e imensa dificuldade dos estudantes no que toca ao entendimento das profundas lições repassadas pelo admirável autor. Insta acentuar, entretanto, que os conhecimentos multidisciplinares esplendidamente trazidos por André Luiz não são suficientemente compreendidos por quem não domina os diversos ramos das ciências terrestres, o que inclui quase todos nós. De antemão, para que não se criem falsas expectativas, a autora que lhes escreve, como tantos outros, também não possui, evidentemente, os conhecimentos necessários para apreender e compreender, na integralidade, a grandeza da contribuição que a Espiritualidade Superior concedeu por meio das lições repassadas pelo Espírito André Luiz, não obstante as graduações em Ciências Biológicas, Direito e Mestrado em Filosofia. Daí se verificar, nas referências deste livro, o cabedal de pesquisas realizadas em livros, artigos e outros escritos buscados na Internet, ao longo de cinco anos. O encorajamento para escrever este denso e trabalhoso livro é tentar facilitar o entendimento do leitor, assim como o meu, acerca do conhecimento desta Doutrina reveladora, esclarecedora e consoladora, aproveitando-me dos dez anos em que, na condição de professora de Biologia, ensinei nas diversas séries do segundo grau. Na ocasião percebi que ensinar com zelo é a melhor forma de aprender e fixar o próprio conhecimento.
O estudo se aterá aos capítulos 1 a 20 da obra original , tendo em vista serem os mais complexos do ponto de vista científico. A segunda parte desta obra consiste em perguntas que não apresentam idêntica complexidade, embora não se descarte um próximo livro para cuidar de tais capítulos, se assim intuir a Espiritualidade. De logo pontuo que, mediante pesquisas realizadas, procurarei tão somente fixar e facilitar o entendimento de algumas lições primorosas repassadas no livro que ora será estudado, sem qualquer equivocada pretensão de esgotar o assunto, inclusive porque a ciência é dinâmica. Em tempo, explicito que o vocábulo “algumas”, acima destacado, não o foi por acaso: é que muitas alegações feitas por André Luiz ainda requerem a evolução das ciências terrenas, o desenvolvimento de novas tecnologias a fim de serem comprovadas dentro dos parâmetros dogmáticos exigidos pela academia e, por tais razões poderão fugir a uma reflexão mais aprofundada. Outrossim, ao executar este complexo, porém gratificante trabalho, utilizei, em certa medida, algumas repetições como recurso psicopedagógico que visa a facilitar a memorização das ideias contidas nos textos objeto de estudo, os quais apresentam visível dificuldade de retenção. Essas repetições oportunas são eficazes para fixar a memorização dos eixos fundamentais do livro a que se reporta esta obra. Para maior clareza do conteúdo, a apresentação gráfica dos textos de André Luiz será diferenciada dos comentários da autora e citações de outras obras. Quanto a essas é necessário esclarecer que, em sua maioria, a escrita é anterior à vigência do acordo que visou a padronizar a ortografia da língua portuguesa. Peço o amparo da Espiritualidade Superior, rogo a todos a ela creditar o que de útil esta obra apresentar, e à autora, o que fugir de tal conceito. Ao trabalho e que tenhamos Jesus como nosso eterno Modelo e Guia.
SUMÁRIO
CAPÍTULO I - O FLUIDO CÓSMICO
13
CAPÍTULO II - SOBRE O “CORPO ESPIRITUAL”
23
CAPÍTULO III - SOBRE A EVOLUÇÃO E CORPO ESPIRITUAL
63
CAPÍTULO IV SOBRE O AUTOMATISMO E CORPO ESPIRITUAL 119 CAPÍTULO V - CÉLULAS E CORPO ESPIRITUAL
139
CAPÍTULO VI - SOBRE EVOLUÇÃO E SEXO
155
CAPÍTULO VII - EVOLUÇÃO E HEREDITARIEDADE
181
CAPÍTULO VIII - EVOLUÇÃO E METABOLISMO
219
CAPÍTULO IX - EVOLUÇÃO E CÉREBRO
271
CAPÍTULO X - PALAVRA E RESPONSABILIDADE
309
CAPÍTULO XI - EXISTÊNCIA DA ALMA
325
CAPÍTULO XII - SOBRE A ALMA E A DESENCARNAÇÃO
341
CAPÍTULO XIII – SOBRE A ALMA E FLUÍDOS
359
CAPÍTULO XIV - SIMBIOSE ESPIRITUAL
381
CAPÍTULO XV - VAMPIRISMO ESPIRITUAL
413
CAPÍTULO XVI - MECANISMOS DA MENTE
443
CAPÍTULO XVII - MEDIUNIDADE E CORPO ESPIRITUAL
459
CAPÍTULO XVIII - SEXO E CORPO ESPIRITUAL
481
CAPÍTULO XIX - ALMA E REENCARNAÇÃO
501
CAPÍTULO XX - CORPO ESPIRITUAL E RELIGIÕES
521
REFERÊNCIAS
555
CAPÍTULO
I O FLUIDO CÓSMICO
Telma Machado
Antes de iniciarmos o estudo desse capitulo esclarecemos que apenas aqui os itens serão vistos conjuntamente, por conta de sua pouca complexidade. Alguns temas neles inseridos serão detalhados ao longo dos demais capítulos do livro. PLASMA DIVINO — O fluido cósmico é o plasma divino, hausto do Criador ou força nervosa do Todo-Sábio. Nesse elemento primordial, vibram e vivem constelações e sóis, mundos e seres, como peixes no oceano. CO-CRIAÇÃO EM PLANO MAIOR — Nessa substância original, ao influxo do próprio Senhor Supremo, operam as Inteligências Divinas a Ele agregadas, em processo de comunhão indestrutível, os grandes Devas da teologia hindu ou os Arcanjos da interpretação de variados templos religiosos, extraindo desse hálito espiritual os celeiros da energia com que constroem os sistemas da Imensidade, em serviço de Co-criação em plano maior, de conformidade com os desígnios do Todo-Misericordioso, que faz deles agentes orientadores da Criação Excelsa. Essas Inteligências Gloriosas tomam o plasma divino e convertem-no em habitações cósmicas, de múltiplas expressões, radiantes ou obscuras, gaseificadas ou sólidas, obedecendo a leis predeterminadas, quais moradias que perduram por milênios e milênios, mas que se desgastam e se transformam, por fim, de vez que o Espírito Criado pode formar ou co-criar, mas só Deus é o Criador de Toda a Eternidade. IMPÉRIOS ESTELARES — Devido à atuação desses Arquitetos Maiores, surgem nas galáxias as organizações estelares como vastos continentes do Universo em evolução e as nebulosas intragaláticas como imensos domínios do Universo, encerrando a evolução em estado potencial, todas gravitando ao redor de pontos atrativos, com admirável uniformidade coordenadora. É aí, no seio dessas formações assombrosas, que se estruturam, inter-relacionados, a matéria, o espaço e o tempo, a se renovarem constantes, oferecendo campos gigantescos ao progresso do Espírito. Cada galáxia quanto cada constelação guarda no cerne a força centrífuga própria, controlando a força gravítica, com determinado teor energético, apropriado a certos fins. A Engenharia Celeste equilibra rotação e massa, harmonizando energia e movimento, e mantêm-se, desse modo, na vastidão sideral,
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magnificentes florestas de estrelas, cada qual transportando consigo os planetas constituídos e em formação, que se lhes vinculam magneticamente ao fulcro central, como os eletrões se conjugam ao núcleo atômico, em trajetos perfeitamente ordenados na órbita que se lhes assinala de início. NOSSA GALÁXIA — Para idearmos, de algum modo, a grandeza inconcebível da Criação, comparemos a nossa galáxia a grande cidade, perdida entre incontáveis grandes cidades de um país cuja extensão não conseguimos prever. Tomando o Sol e os mundos nossos vizinhos como apartamentos de nosso edifício, reconheceremos que em derredor repontam outros edifícios em todas as direções. Assestando1 instrumentos de longo alcance da nossa sala de estudo, perceberemos que nossa casa não é a mais humilde, mas que inúmeras outras lhe superam as expressões de magnitude e beleza. Aprendemos que, além de nossa edificação, salientam-se palácios e arranha-céus como Betelgeuze, no distrito de Órion, Canópus, na região do Navio, Arctúrus, no conjunto do Boieiro, Antares, no centro do Escorpião, e outras muitas residências senhoriais, imponentes e belas, exibindo uma glória perante a qual todos os nossos valores se apagariam. Por processos ópticos, verificamos que a nossa cidade apresenta uma forma espiralada e que a onda de rádio, avançando com a velocidade da luz, gasta mil séculos terrenos para percorrer-lhe o diâmetro. Nela supreenderemos milhões de lares, nas mais diversas dimensões e feitios, instituídos de há muito, recém-organizados, envelhecidos ou em vias de instalação, nos quais a vida e a experiência enxameiam vitoriosas. FORÇAS ATÔMICAS — Toda essa riqueza de plasmagem, nas linhas da Criação, ergue-se à base de corpúsculos sob irradiações da mente, corpúsculos e irradiações que, no estado atual dos nossos conhecimentos, embora estejamos fora do plano físico, não podemos definir em sua multiplicidade e configuração, porquanto a morte apenas dilata as nossas concepções e nos aclara a introspecção, iluminando-nos o senso moral, sem resolver, de maneira absoluta, os problemas que o Universo nos propõe a cada passo, com os seus espetáculos de grandeza. Sob a orientação das Inteligências Superiores, congregam-se os 1
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átomos em colmeias imensas, e, sob a pressão, espiritualmente dirigida, de ondas eletromagnéticas, são controladamente reduzidas as áreas espaciais intra-atômicas, sem perda de movimento, para que se transformem na massa nuclear adensada, de que se esculpem os planetas, em cujo seio as mônadas celestes encontrarão adequado berço ao desenvolvimento. Semelhantes mundos servem à finalidade a que se destinam, por longas eras consagradas à evolução do Espírito, até que, pela sobrepressão sistemática, sofram o colapso atômico pelo qual se transmutam em astros cadaverizados. Essas esferas mortas, contudo, volvem a novas diretrizes dos Agentes Divinos, que dispõem sobre a desintegração dos materiais de superfície, dando ensejo a que os elementos comprimidos se libertem através de explosão ordenada, surgindo novo acervo corpuscular para a reconstrução das moradias celestes, nas quais a obra de Deus se estende e perpetua, em sua glória criativa. LUZ E CALOR — Os mundos ou campos de desenvolvimento da alma, com as suas diversas faixas de matéria em variada expressão vibratória, ao influxo ainda dos Tutores Espirituais, são acalentados por irradiações luminosas e caloríficas, sem nos referirmos às forças de outra espécie que são arrojadas do Espaço Cósmico sobre a Terra e o homem, garantindo-lhes a estabilidade e a existência. Temos, assim, a luz e o calor, que teoricamente classificamos entre as irradiações nascidas dos átomos supridos de energia. São estes que, excitados na íntima estrutura, despedem as ondas eletromagnéticas. Todavia, não obstante tatearmos com relativa segurança as realidades da matéria, definindo a natureza corpuscular do calor e da luz, e embora saibamos que outras oscilações eletromagnéticas se associam, insuspeitadas por nós, na vastidão universal, aquém do infravermelho e além do ultravioleta, completamente fora da zona de nossas percepções, confessamos com humildade que não sabemos ainda, principalmente no que se refere à elaboração da luz, qual seja a força que provoca a agitação inteligente dos átomos, compelindoos a produzir irradiações capazes de lançar ondas no Universo com a velocidade de 300.000 quilômetros por segundo, preferindo reconhecer, em toda a parte, com a obrigação de estudarmos e progredirmos sempre, o hálito divino do Criador. CO-CRIAÇÃO EM PLANO MENOR — Em análogo alicerce, as Inteligências humanas que ombreiam conosco utilizam 17
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o mesmo fluído cósmico, em permanente circulação no Universo, para a Co-criação em plano menor, assimilando os corpúsculos da matéria com a energia espiritual que lhes é própria, formando assim o veículo fisiopsicossomático em que se exprimem ou cunhando as civilizações que abrangem no mundo a humanidade Encarnada e a Humanidade Desencarnada. Dentro das mesmas bases, plasmam também os lugares entenebrecidos pela purgação infernal, gerados pelas mentes desequilibradas ou criminosas nos círculos inferiores e abismais, e que valem por aglutinações de duração breve, no microcosmo em que estagiam, sob o mesmo princípio de comando mental com que as Inteligências Maiores modelam as edificações macrocósmicas, que desafiam a passagem dos milênios. Cabe-nos assinalar, desse modo, que, na essência, toda a matéria é energia tornada visível e que toda a energia, originariamente, é força divina de que nos apropriamos para interpor os nossos propósitos aos propósitos da Criação, cujas leis nos conservam e prestigiam o bem praticado, constrangendo-nos a transformar o mal de nossa autoria no bem que devemos realizar, porque o Bem de Todos é o seu Eterno Princípio. Compete-nos, pois, anotar que o fluído cósmico ou plasma divino é a força em que todos vivemos, nos ângulos variados da Natureza, motivo pelo qual já se afirmou, e com toda a razão, que “em Deus nos movemos e existimos”. (2) Uberaba, 15/1/58. (2) Paulo de Tarso, em Atos, capítulo 17º, versículo 28. — (Nota do Autor espiritual)
COMENTÁRIOS André inicia o primeiro item2, conceituando “Fluido Cósmico” como “Plasma divino, hausto do criador ou força nervosa do Todo-Sábio” e obviamente assim o faz porque nenhuma obra da criação existiria sem que Deus manipulasse as energias uniEsclareço, para evitar repetições ao longo da obra, que todas as citações referentes ao livro Evolução em Dois Mundos foram retiradas da 25ª ed., de 2007. 2
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versais para criá-la, tal como nos esclarece a resposta à primeira questão de “O Livro dos Espíritos”: “Deus é Inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas” 3. Diz também que nesse “elemento primordial, vibram e vivem constelações e sóis, mundos e seres, como peixes no oceano”. Quanto a este aspecto parece não restar nenhuma dúvida desta infinitude de mundos, mesmo porque, a ciência tem anunciado descobertas de Planetas fora do nosso sistema solar. Tais descobertas atestam a imensurável sabedoria e perfeição de Deus; e uma delas foi noticiada por inúmeras mídias na última semana de setembro de 2010. Em notícia encartada em “oglobo.globo.com/ciência”, de 29/09/2010, lê-se: “Descoberto planeta parecido com a Terra que seria capaz de abrigar vida”. Trata-se do planeta Gliese 581g que, segundo informações da imprensa, é o sexto do seu sistema solar, e dista 190 trilhões de quilômetros da Terra. Nos artigos foi dito que o citado astro situa-se em “zona habitável de seu sol” , apresenta temperatura equilibrada - nem muito quente, nem muito fria - e possível ocorrência de água no estado líquido, o que propiciaria a existência de desenvolvimento e evolução da vida. A reportagem mencionada ainda adverte sobre a impossibilidade de visitação ao Gliese 581g, por um inconveniente: levaríamos 20 anos, viajando à velocidade da luz (aproximadamente 300.000 Km por segundo), o que consumiria milhares de anos para lá chegar com as atuais aeronaves. Mais recentemente (2015), a NASA anunciou a descoberta do Planeta Kepler 452b “um planeta com características semelhantes às da Terra: tem tamanho parecido e está em uma ‘zona habitável’ (área em torno de uma estrela em que água líquida pode se acumular na superfície de um planeta em órbita) perto de KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução Evandro Noleto Bezerra. Rio de Janeiro: FEB, 2006. 3
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uma estrela como o Sol”4, sendo que a referida Agência espacial considera esse Planeta de ‘primo maior e mais velho’ da Terra, segundo noticia o respectivo site: “Podemos pensar no Kepler-452b como um primo maior e mais velho da Terra – uma oportunidade para entender e refletir sobre o ambiente em evolução da Terra”, afirmou Jon Jenkins, líder do grupo análise de dados do Kepler, que comandou a descoberta do planeta. “É inspirador considerar que este planeta já passou seis bilhões de anos na ‘zona habitável’ de sua estrela – mais tempo que a Terra. É uma oportunidade substancial para a vida se desenvolver, há todos os ingredientes necessários e condições para haver vida nesse planeta.” Com seis bilhões de anos, a estrela Kepler-452 é 1,5 bilhão de anos mais velha do que o Sol. O Kepler-452b tem diâmetro 60% maior do o que da Terra. Sua massa e sua composição ainda não são conhecidas. Estudos preliminares sugerem que deva ser um planeta rochoso como a Terra. O ano (tempo para o planeta completar a órbita em torno de sua estrela) nesse primo de nosso planeta dura 385 dias. O planeta está 5% mais longe de sua estrela do que a Terra do Sol5.
O Evangelista João, no capítulo 14, escreveu a afirmação categórica que Jesus fez há quase dois mil anos: “há muitas moradas na Casa do Meu Pai”. E a Terra é apenas uma das inúmeras habitações que a Misericórdia Divina colocou à nossa disposição para possibilitar desenvolvimento de todas as nossas potencialidades de seres fadados à perfeição relativa. Embora não se preocupe em minudenciar os fluidos e ação dos mesmos, assunto relevante para a Doutrina, especialmente no que se refere ao estudo das técnicas de aplicação de passes, as poucas palavras de André sobre o assunto (eis que ele fala com mais detalhes no capítulo 13) são tão reveladoras que já possibilitam atentar para a grandeza dessa matéria quintessenciada (ainda <http://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/07/nasa-descobre-planeta-em-zona-habitavel-kepler-452b-e-um-primo-da-terra.html>. Acesso em 23 de jul. 2015. 4
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Id.
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não mensurável suficientemente pelos padrões da nossa Química terrena), manipulada pelas Inteligências Gloriosas, que a convertem em habitações cósmicas de múltiplas expressões. Para facilitar a compreensão, vejamos o conceito de fluido encontrado no livro A Gênese, atentando-se para suas vertentes material e espiritual: O fluido cósmico universal é a matéria elementar primitiva, cujas modificações e transformações constituem a inumerável variedade dos corpos da Natureza. Como princípio elementar do Universo, ele assume dois estados distintos: o de eterização ou imponderabilidade, que se pode considerar o primitivo estado normal, e o de materialização ou de ponderabilidade, que é, de certa maneira, consecutivo àquele. O ponto intermédio é o da transformação do fluido em matéria tangível. Mas, ainda aí, não há transição brusca. Cada um desses dois estados dá lugar, naturalmente, a fenômenos especiais: ao segundo pertencem os do mundo visível e ao primeiro os do mundo invisível. Uns, os chamados fenômenos materiais, são da alçada da Ciência propriamente dita, os outros, qualificados de fenômenos espirituais ou psíquicos, porque se ligam de modo especial à existência dos Espíritos, cabem nas atribuições do Espiritismo. Como, porém, a vida espiritual e a vida corporal se acham incessantemente em contacto, os fenômenos das duas categorias muitas vezes se produzem simultaneamente. No estado de encarnação, o homem somente pode perceber os fenômenos psíquicos que se prendem à vida corpórea; os do domínio espiritual escapam aos sentidos materiais e só podem ser percebidos no estado de Espírito.6
No capítulo XIV, item 5, de A Gênese, ainda se lê que os fluidos são o veículo do pensamento, o que deve levar à reflexão de quão importante é a ação que a vontade exerce no direcionamento dos nossos pensamentos, “carteira de identidade” do nosso Espírito: KARDEC, Allan. A Gênese. Tradução Guilon Ribeiro. 36ª ed. Rio de Janeiro: FEB, p. 273/274. 6
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Os fluidos espirituais, que constituem um dos estados do fluido cósmico universal, são, a bem dizer, a atmosfera dos seres espirituais; o elemento donde eles tiram os materiais sobre que operam; o meio onde ocorrem os fenômenos especiais, perceptíveis à visão e à audição do Espírito, mas que escapam aos sentidos carnais, impressionáveis somente à matéria tangível; o meio onde se forma a luz peculiar ao mundo espiritual, diferente, pela causa e pelos efeitos da luz ordinária; finalmente, o veículo do pensamento, como o ar o é do som. Não é rigorosamente exata a qualificação de fluidos espirituais, pois que, em definitiva, eles são sempre matéria mais ou menos quintessenciada.
E a questão 23 de O Consolador (Emmanuel, psicografado por Chico Xavier) reafirma que os fluidos são inerentes a cada mundo: 23 – Existe uma lei de equilíbrio e uma lei de fluídos? – As grandes leis gerais do equilíbrio têm a sua sede sagrada em Deus, fonte perene de toda vida; E, em falando da lei de fluídos, cada orbe a possui de conformidade com a sua organização planetária7.
Tem-se, portanto, que o nosso merecimento nos conduzirá para a morada apropriada à nossa evolução espiritual e que é a partir dos fluidos desta morada que o nosso perispírito será moldado. Quanto mais evoluídos formos, melhores fluidos do próprio planeta em que reencarnamos serão utilizados nesta formação.
EMMANUEL. O Consolador. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. Rio de Janeiro: FEB, 2008. 7
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