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Amigos do Zippy: programa adotado pela escola com foco na saúde emocional
UM MUNDO MAIS SAUDÁVEL
O
espaço da escola reúne condições únicas para a aquisição de práticas saudáveis, e ações adequadas podem ultrapassar os limites das questões presentes no currículo das disciplinas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), não apenas a ausência de doenças significa estar saudável, mas também o completo bem-estar físico, mental e social. Com o objetivo de complementar o que se aprende em casa e promover a saúde nesse amplo espectro, há diversas estratégias sendo adotadas pelas escolas particulares em Fortaleza. Seja na prática esportiva, nas orientações nutricionais ou campanhas para a atenção das saúdes bucal e visual, as escolas estão assumido um papel cada vez maior no acompanhamento das condi-
ções de vida e saúde de seus estudantes. O monitoramento e divulgações do calendário vacinal é também uma prática de muitas escolas. A maior parte delas demonstra acreditar, em seus projetos pedagógicos, que o fortalecimento de vínculos com a família e todos os membros da comunidade escolar pode acontecer por meio da saúde. De acordo com Regiana Nepomuceno, 48, supervisora de um colégio que compõe uma rede de instituições educacionais em Fortaleza, a saúde emocional é um aspecto que deve ser priorizado na educação escolar. “Ela reflete em outras questões. As nossas escolas possuem projetos diferenciados de reformulação do cardápio nas cantinas, incentivo à prática esportiva e hábitos de escovação. Mas percebemos – e as pesquisas compro-
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A escola pode ser o ambiente ideal para a construção de hábitos que interferem na manutenção da saúde física e mental
Regiana Nepomuceno: Projetos diferenciados proporcionam saúde nas escolas
vam – que o contexto de violência e medo que vivemos demanda uma atenção cada vez maior à garantia da saúde emocional das crianças”, explica Regiana, que é mestre em Educação pela Universidade Federal do Ceará.
Educação emocional também é saude Uma iniciativa adotada pelo colégio, que no próximo ano completa 80 anos em Fortaleza, é o programa de educação emocional Amigos do Zippy. Desenvolvido por um grupo multidisciplinar de especialistas, coordenado por uma entidade com sede em Londres, Inglaterra, o programa ampara-se em histórias com personagens que enfrentam problemas cotidianos que podem se assemelhar aos dos estudantes. Atualmente o programa vem sendo aplicado em escolas de 25 países, como Lituânia, Inglaterra, Índia, Brasil, Noruega, Islândia, China, Estados Unidos, Canadá e Argentina. “Essas atividades visam fornecer ferra-
mentas para que as crianças sejam capazes de lidar com diversos tipos de problemas e superá-los. De forma que consigam responder sozinhos: diante do sofrimento, o que posso fazer para me sentir melhor? Nós enquanto escola não temos como interferir na família diretamente, mas podemos propor e fornecer instrumentos para que as crianças possam lidar com as mais diversas situações. Desenvolver o autocontrole, perceber e controlar a raiva ou entender as perdas”, observa a professora. Regiana Nepomuceno alerta que o não querer praticar esportes, a indisposição para tomar banho ou pentear os cabelos podem ser reflexos de uma saúde emocional fragilizada. E os professores devem, não só estar atentos a esses sintomas, como também aptos para auxiliar as crianças a lidar com essas percepções. A supervisora apontou como boa sugestão de leitura para os professores interessados no assunto, a obra Uma questão de caráter (ed. Intrínseca), do jornalista e escritor Paul Tough. Segundo ela, questões provocativas em relação à saúde emocional são apontadas nesse livro.
Nutrição e saúde na escola A promoção da alimentação saudável no ambiente escolar é um dos eixos que demonstra a coparticipação e corresponsabilidade existente entre família e escola no desenvolvimento físico e emocional, principalmente, nas perspectivas de qualidade de vida e bem-estar. A nutricionista Alice Bastos afirma que “a infância é uma fase determinante na saúde de um indivíduo e a alimentação tem um papel fundamental na prevenção de doenças e na garantia de um desenvolvimento adequado”. É também no momento do lanche que se partilham diversos valores como solidariedade, coleguismo, respeito. Na escola de Ariel Dantas, 8, que cursa o 3º ano em Fortaleza, existe o programa intitulado “Lanche Coletivo”. O garoto conta com muita alegria as experiências vividas entre os colegas nessa refeição. Composto por um cardápio de quatro semanas, que é entregue aos pais e estudantes,
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Ariel Dantas entende que a presença de frutas no lanche é fundamental para a saúde
Ideias nutritivas Experiências de ensino bem-sucedidas na Itália De 2008 para cá, o Istituto Superiore di Sanità, principal centro de pesquisa, monitoramento e assessoria técnico-científica no campo da saúde pública, na Itália, vem desenvolvendo programas e publicações com foco na saúde nas escolas e famílias italianas. Dentre os mais importantes trabalhos destaca-se a aplicação do manual “La promozione della salute nelle scuole: obiettivi di insegnamento e competenze comuni” (traduzido livremente como “A promoção da saúde nas escolas: objetivos e conhecimentos pedagógicos”), destinado a profissionais de saúde e escola, que apresenta os objetivos e competências de diversos programas presentes na Itália. Habilidades para a vida, a promoção da saúde mental, gestão de estresse, comportamento na adolescência, educação para a mídia e bullying são alguns dos temas abordados no texto que forma a primeira parte dos materiais produzidos no âmbito do Projeto Scuola e Salute. Antes desse trabalho desenvolvi-
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o programa atende com alimentos adequados para demandas, como o peso adequado, a manutenção da imunidade, disposição para brincadeira, sono e apetite equilibrados. Para a mãe de Ariel, a administradora Alexsandra Dantas, 35, o “Lanche Coletivo” é uma boa alternativa para os pais. Ela explica que em vez de levar de casa, ou comprar o alimento na cantina, a criança pode servir-se daquilo que a escola disponibiliza. Além da comodidade, a segurança alimentar é outro ponto positivo desse tipo de iniciativa. A desvantagem observada pela mãe, que é vegetariana, está na falta de uma opção de cardápio que se adeque a essa orientação alimentar. Para a nutricionista Alice Bastos, “quando essa opção é por filosofia de vida, o papel do profissional nutricionista é respeitar essa escolha, mas sem deixar de apresentar aos pais o papel da proteína animal no desenvolvimento infantil e ofertando as substituições adequadas para que não haja prejuízos no desenvolvimento, trabalhando principalmente a adoção de hábitos saudáveis, com o consumo de frutas, hortaliças, legumes, leguminosas, cereais integrais, gorduras saudáveis e lançar mão se necessário de suplementos alimentares para cobrir a ausência de alguns nutrientes essenciais.
INFORME PUBLICITÁRIO chamaram a atenção da estudante que disse perceber nesse aspecto, a função social das instituições para além do ensino-aprendizagem. “A Mensa fica aberta mesmo aos sábados e é uma referência como um espaço de alimentação saudável. Em vez de ir a um restaurante comum, você pode alimentar-se em um ambiente universitário, e isso é muito interessante”, opina.
Quanto mais e mais cedo, melhor Foto: Gabriel Gonçalves A nutricionista Alice Bastos acredita que a alimentação é um dos fatores mais importantes para a saúde da criança
A nutricionista Alice Bastos, pós-graduanda em Nutrição Pediátrica-IPGS e especialista em nutrição materno-infantil, tira dúvidas sobre o papel da escola e da família na construção de um paladar saudável. Qual o papel da escola na saúde alimentar das crianças? Ela tem um papel importante no processo de educação nutricional, já que a alimentação na escola tem como objetivos: • Auxiliar na ampliação do repertório de alimentos saudáveis consumidos pela criança através do contato e exposição diária;
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do pelo instituto, a presença de métodos e intervenções nas escolas podia ser considerada antiga. Mas em períodos seguintes, programas mais informativos e participativos foram sendo percebidos pelos especialistas, especialmente em regiões, como Lazio, onde se situa a capital do país, Roma. Nutrição, exercício, sexualidade, álcool, substâncias psicotrópicas, fumo, outras dependências, acidentes de trânsito e a mobilidade sustentável constituem o conteúdo dos documentos mais atuais. Eles fornecem, para cada área, a definição de problemas, identificação de fatores de risco e medidas de proteção. O método de aprendizagem holística, proposto pelo governo italiano, aplica-se na educação de mente, corpo e emoções, tendo como base os seguintes integrantes da comunidade escolar: • Os profissionais de saúde envolvidos no mundo da educação e, em particular, operadores dos Departamentos de Prevenção de organizações de saúde; • Os professores que, graças à ligação direta e contínua com os alunos, podem colaborar de forma eficaz para promover a estreita ligação entre educação e saúde; • Os estudantes não somente no aprendizado como também na disseminação das possibilidades positivas de escolha em termos de comportamento para a saúde; • Os pais na formação, manutenção ou modificação de comportamentos de saúde. Para Mariana Rosa, 24, advogada, que estudou em uma instituição pública de ensino na Itália no último semestre, na região da Úmbria, o cuidado com a saúde reflete-se na ampla oferta de atividades físicas e no aspecto nutricional, que é muito evidente. “Além da existência de espaços esportivos muito bem equipados, gosto de lembrar que passei quase três meses usufruindo de uma dieta diversa e balanceada a custo muito baixo. Mesmo as massas, que são pratos típicos do país, são de baixa caloria e todos os funcionários dos refeitórios prestam um serviço de esclarecimento, zelando pelas informações nutricionais.” O baixo custo e a abertura para o público em geral dos refeitórios, chamados de Mensa,
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Quais os principais problemas que podemos observar nas cantinas escolares? Na teoria, imaginamos que a escola tem dentre seus inúmeros papéis o de auxiliar no aprendizado nutricional. Porém, na prática, atualmente ainda nos deparamos com muitas dificuldades tanto nas escolas públicas quanto privadas. Infelizmente a oferta de alimentos saudáveis ainda é pouco significante. O fato de algumas escolas excluírem de suas cantinas refrigerantes e frituras não resolve. Tudo ainda está distante do que realmente é necessário para um lanche saudável. Nas cantinas são ofertados salgados (apenas não são fritos, mas mesmo no forno levam grande quantidade de gordura e muitas vezes embutidos nos ingredientes), sucos concentrados de açúcar, pizza, sanduíches com embutidos, alimentos açucarados, gordurosos e calóricos e sempre opções de industrializados. As opções mais saudáveis com frutas e alimentos mais nutritivos, nem sempre estão presentes. Até podemos encontrá-las nos cardápios oferecidos pela escola, mas na maioria das vezes acompanhadas de calda, cereais açucarados e sorvetes, em alguns casos. Existem iniciativas interessantes na alimentação em algumas escolas? Sim, algumas escolas que oferecem o serviço de lanche coletivo procuram inserir frutas, vegetais, grãos integrais e alimentos funcionais em seu cardápio. Além de atividades de edu-
cação nutricional na sala de aula e a padronização de um dia fixo para a presença de frutas no lanche. Qual o lanche ideal para crianças? Existe uma diferença entre as faixas etárias? De acordo com o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) a presença de frutas é fundamental para as necessidades nutricionais diárias de crianças e adolescentes. É possível também agregar outros alimentos saudáveis, o que varia de acordo com preferências e necessidades individuais, dentre eles, cereais integrais, oleaginosas e derivados lácteos saudáveis. A maior dificuldade encontrada atualmente é a presença de açúcar e alimentos açucarados nos lanches para crianças de creches e berçários, de acordo com o Ministério da Saúde (2013) – açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas devem ser evitados nos primeiros anos de vida. A consultoria de nutricionistas para as escolas é uma realidade ou uma raridade? Existem leis e resoluções que determinam a presença do nutricionista na escola. Mas o que vemos é uma realidade mais complexa. Em muitos casos de escolas particulares, por exemplo, há apenas um profissional em nutrição para várias sedes da mesma instituição com muitos alunos, e ainda contratado com uma carga horária inferior à proposta na legislação. Como os hábitos adotados na infância refletem na vida adulta? A alimentação da criança, desde o nascimento e nos primeiros anos de vida, tem repercussões ao longo de toda a vida. É considerada um dos fatores mais importantes para a saúde da criança. Nessa fase, além de suprir as necessidades nutricionais, a alimentação é também uma das principais formas de contato com o mundo externo. A fase pré-escolar é um período decisivo na formação de hábitos alimentares, que tendem a continuar na vida adulta, por isso a importância de estimular o consumo de uma alimentação variada e equilibrada.
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• Possibilitar a participação de um convívio social durante as refeições, onde o papel do coletivo pode agir como um estímulo para a aceitação de novos alimentos (convívio além do familiar); • Propor ações e projetos de educação alimentar e nutricional que podem se expandir para fora da sala de aula também; • Favorecer a adoção de hábitos alimentares saudáveis, afinal o processo de educação nutricional deve começar em casa por meio de bons exemplos repassados pelos pais e continuar agregado a todo aprendizado adquirido na escola.
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LIÇÕES DE SAÚDE
Textos: Janayde Gonçalves e Clarissa Carvalho /Arte e Diagramação: Julio Rodrigues (Conteúdo publicitário produzido pela Editora Abril/Coordenado pelas áreas de projetos especiais do Núcleo VEJA e de marketing publicitário, sob encomenda do marketing regional de CE/PI/MA)
A inclusão de tópicos de saúde e bem-estar na vida escolar contribui para a melhora da qualidade de vida no Estado
A
promoção de hábitos que proporcionem qualidade de vida deve começar bem cedo na vida das crianças. E o ensino vem ganhando importância nesse papel. Cássia Dias, 27, psicóloga de uma escola privada em Teresina, explica que a promoção de ações de saúde nos primeiros anos da vida escolar se dá nas atividades cotidianas. “A ideia é trabalhar essas questões dentro da rotina das crianças”. A instituição, que atende alunos na faixa etária de dois a seis anos de idade, cria um ambiente em que esses hábitos sejam fomentados. Desde o maternal I, os alunos passam a adotar ações de higiene pessoal que são também trabalhadas nos conteúdos em sala: lavar as mãos antes do lanche, escovar os dentes no “escovódromo” depois. A proposta de estimular hábitos saudáveis é estendida também à família. O Projeto de Orientação aos Pais (POP) reúne as principais demandas levadas ao Serviço de Orientação Educacional. Os temas são trabalhados em encontros de duas horas de duração, com exposição oral da psicóloga da escola, discussão, vivência e leitura de textos. “A gente traz um pouco da teoria do desenvolvimento para tratar cada tema e também faz atividades em grupo. Muitas vezes os pais não sabem como lidar com questões como masturbação infantil ou imposição de limites, e no POP nós não só informamos como incentivamos que eles troquem experiências com outros pais”. O programa “Alimentação Saudável = Qualidade de Vida”, em funcionamento na escola, trabalha com alunos e pais a necessidade de se alimentar de forma adequada e prazerosa. A cantina não vende refrigerantes nem frituras e os pais são orientados sobre como preparar a lancheira dos filhos. “Também dentro da rotina das crianças trabalhamos a questão do manuseio
dos alimentos e da importância de comer bem”, afirma Cássia. Na rede pública, o Programa Saúde na Escola (PSE), desenvolvido pelo Ministério da Educação em todos os Estados do Brasil, realiza ações nas áreas de saúde e educação. Com uma perspectiva preventiva, o programa busca garantir o desenvolvimento saudável dos alunos da rede pública. As ações são desenvolvidas tanto no espaço das escolas quanto fora delas, com a parceria de equipes do Programa Saúde da Família, do Ministério da Saúde. No Piauí, as ações do programa consideram os variados aspectos que compõem a saúde global dos alunos e as principais questões a serem enfrentadas, divididos em eixos temáticos. No eixo “segurança alimentar”, por exemplo, nutricionistas planejam a merenda escolar, preparando cardápios e avaliando a aceitação dos mesmos junto aos alunos. Além disso, realizam oficinas com merendeiras e mães do Conselho Escolar. Em 2013, professores e coordenadores do Instituto de Educação Antonino Freire participaram de uma oficina de customização de camisetas, dentro do eixo “Cultura de Paz e Direitos Humanos”. Durante dois dias, aprenderam a trabalhar a temática em camisetas, com frases e imagens. A partir de então, passaram a ser multiplicadores com seus alunos em sala de aula. Evaneuda Rodrigues, 38, técnica da Secretaria Estadual de Educação, enfatiza a importância das ações de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, especialmente Aids, e de prevenção ao uso de drogas. Essas ações são voltadas para alunos do Ensino Fundamental maior (8° e 9° anos) e do Ensino Médio. As ações de prevenção de DST/AIDS acontecem principalmente em dezembro, devido ao Dia Mundial de Combate à AIDS. Junto com equipes da Secretaria Estadual de Saúde, são realizadas palestras e distribuição de preservativos. A prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack e outras drogas é trabalhada em ações ao longo de todo o ano letivo, com atividades como concurso de frases e cartazes, caminhadas e palestras. A Educação, entendida de forma mais ampla que o simples repasse de conteúdos, tem se adaptado para cumprir o papel de ajudar a formar cidadãos mais preparados para o cuidado de si e do mundo.