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Brasil Presbiteriano O Jornal Brasil Presbiteriano é órgão oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Ano 55 nº 707 – Outubro de 2013
496 anos da Reforma Surgimento da Reforma Sobre premissas cristãs produziu o homem reformado e deu ensejo a formas democráticas, sociais, educacionais e econômicas. PÁGINA 5
Reforma e educação Educação Escolar Cristã significa o processo de penetração em todas as áreas do conhecimento, como preparo para o exercício de toda atividade legítima, sob a perspectiva de que Deus tem soberania sobre cada uma dessas áreas. PÁGINA 6
Acompanhe os acontecimentos na linha do tempo
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EDITORIAL
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Retorno às fontes
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s invasões bárbaras ocorridas em um Império Romano já implodido iniciaram uma época de isolamento e obscurantismo na civilização ocidental, situação agravada pelo surgimento e expansão do poder muçulmano no 7º século d.C. A Europa ficou isolada geográfica e culturalmente, tendo perdido contato com o pensamento grego que se desenvolvera em séculos anteriores. Poucos nomes se destacaram num longo período que Francesco Petrarca (1304– 1374) chamaria de Idade das Trevas (séc. 5º ao 10º). O final do primeiro milênio viu importante ressurgimento das letras e desenvolvimento dos estudos e pesquisas. Nomes como
Alberto Magno (11931280), Tomás de Aquino (1227-1274) e William de Ockham (1285-1350), além do próprio Petrarca, deixaram importante contribuição para o desenvolvimento intelectual, mas a violência da Peste Negra (séc. 14) suspendeu esse processo. O chamado “Renascimento” (final do séc. 14 ao 16) desenvolveu-se na Europa a partir – outra vez – da retomada da cultura clássica como referência para os estudos e pesquisas. Enquanto as inciativas anteriores foram interrompidas pela Peste Negra, agora a tomada de Constantinopla pelo turcos trouxe para a Europa muitos refugiados eruditos e
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suas invejáveis bibliotecas, enriquecidas com tesouros da antiga cultura grega. Era hora de voltar às fontes. Foi um retorno às fontes que empreendeu no mesmo período a Reforma Protestante. Agora, em contato com os textos em hebraico e em grego da Escritura, bem como os escritos dos Pais da Igreja, os Reformadores dispunham de perspectiva privilegiada para sacudir o peso do obscurantismo imposto à sociedade pela medieval Igreja Católica Romana. O que significa ser Reformado hoje? Em alguns grupos, mesmo presbiterianos, há poucos vestígios de Reforma, no pensamento e na prática. Esses grupos se assemelham
mais a comunidades neopentecostais, secularistas e pragmáticas. Em outros, os lemas da Reforma são repetidos à exaustão, quase como mantras. Os nomes dos principais reformadores têm de estar nos lábios dos pastores. Os escritos de Calvino têm de ser citados sempre. Tudo é conferido com a Confissão de Fé e com as Institutas. Muito bom. Somos confessionais e subscrevemos nossos padrões de fé. Quantos de nós, porém, empreendemos com o antigo vigor Reformado o retorno às fontes, à Escritura Sagrada? A passagem dos 496 anos da Reforma e a proximidade dos seus 500 anos devem nos fazer refletir a respeito.
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ARTIGO
Graça, Eleição e Fé Hermisten Maia Pereira da Costa
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ois dos postulados da Reforma Protestante no século 16 foram: “Somente a Graça” e “Somente a fé”. A fé é a boa obra do Espírito Santo em nós, pressupõe a nossa condição de pecadores, necessitados de salvação e, também, pressupõe a livre graça de Deus. O Catecismo Menor de Westminster (1647) na resposta à pergunta 86, assim define: “Fé em Jesus Cristo é uma graça salvadora, pela qual o recebemos e confiamos só nele para a salvação, como ele nos é oferecido no evangelho”.
1. Graça e fé em Jesus Cristo A fé salvadora é produto da graça de Deus que age por meio da sua Palavra registrada na Bíblia (At 3.16; At 14.27; 18.27; Rm 10.17; Ef 2.8; 6.23; Fp 1.29; Hb 12.2; Tg 1.18; 1Pe 1.23; 1Jo 5.1-5). A genuína fé, identificada como salvadora, não é uma crença qualquer, cujo teor seja indefinido, tendo como virtude apenas o fato de poder crer; uma espécie de fé na fé. Ao contrário disso, tem como conteúdo, a Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Ela também está convencida intelectualmente de sua veracidade e incontestabilidade (Hb 11.1). Além desse elemento intelectual, consiste em uma rendição incondicional ao seu Senhor, em quem descansa de forma amorosa e confiante. A fé
que não parte de um conhecimento verdadeiro e, por isso mesmo, não é vivencial, não é a verdadeira fé bíblica. A fé é persuadida pelo conhecimento que a possibilitou crer. Quando Paulo e Barnabé chegam à Igreja de Antioquia, dão um relato sumário de seu trabalho. Registra Lucas: “Ali chegados, reunida a igreja, relataram quantas coisas fizera Deus com eles e como abrira aos gentios a porta da fé” (At 14.27). Enfatizam o poder soberano e operante de Deus em seu ministério e, como Deus operou eficazmente chamando os seus pela fé. É por meio da Palavra que Deus nos gerou espiritualmente, tornandonos seus filhos. Deus providencia os meios para que os seus eleitos ouçam o evangelho e, ao mesmo tempo, os chama poderosamente, aplicando a Palavra aos seus corações. 2. Eleição pela graça e fé A eleição divina é-nos totalmente estranha até nos conscientizarmos dessa realidade pela fé. A fé é a causa instrumental de nossa salvação; todavia, a causa essencial é a nossa eleição. A fé e o arrependimento são resultado da eleição. A “eleição é mãe da fé” (João Calvino). A fé não é precondição da eleição, no entanto, ela evidencia e confirma como um selo a nossa eleição. Deus em sua misericórdia em tudo se antecipou a nós; a fé é dos eleitos de Deus (Tt 1.1). Ele não nos elegeu na eternidade porque um dia
teríamos fé; mas sim, para que tivéssemos fé: Sem a graça de Deus não haveria fé. A fé é essencial à salvação, como uma evidência da nossa eleição: só os que creem serão salvos; só creem os eleitos (1Ts 1.3,4; 2Ts 2.13; Tt 1.1). A fé não tem méritos salvadores. Ela é apenas o instrumento gracioso de Deus para a apropriação da salvação preparada pelo Trino Deus para o seu povo escolhido (Lc 8.12; At 16.31; 1Co 1.21; Ef 2.8; 2Ts 2.13). A minha fé se constitui em mão receptora, não criadora ou geradora de algum bem o qual venhamos a receber. 3. Graça que atua por meio da Palavra: conhecimento e fé Deus é quem abre o nosso coração e mente para que possamos entender salvadoramente a mensagem do evangelho. (Lc 24.30-32,45). O caminho para atingir a mente e o coração das pessoas é a exposição da Palavra. O Espírito que opera por meio dela não força as evidências, nem nos obriga a diminuir a nossa capacidade de pensar, antes, nos faz enxergar e crer nas evidências que estão ali diante de nós tão eloquentemente (At 3.16; 16.14; 18.27; Rm 4.16; 1Co 3.5; Fp 1.29). Lucas relata aspectos da rotina evangelística de Paulo: “Paulo, segundo o seu costume, foi procurá-los e, por três sábados, arrazoou com eles acerca das Escrituras, expondo (explicando, interpretando) e demonstrando ter
sido necessário que o Cristo padecesse e ressurgisse dentre os mortos; e este, dizia ele, é o Cristo, Jesus, que eu vos anuncio” (At 17.3). A fé salvadora exige conhecimento da Palavra de Deus. A fé é uma relação de confiança. Como acreditar em alguém que não conhecemos? A fé consiste no conhecimento do Pai e do Filho pelo testemunho do Espírito (Jo 17.3/Jo 15.26; 16.13-14). É impossível crer e nos relacionar pessoalmente com um Deus desconhecido. Somente conhecendo a Deus poderemos amá-lo, nos relacionando pessoalmente com ele, experimentando existencialmente deste privilégio, conhecendo as suas promessas, levando a sério a sua Palavra, tendo o discernimento claro de sua majestade e integridade. A razão estigmatizada pelo pecado, que se mostra tão eficaz nas coisas naturais, perde-se diante do mistério de Deus revelado em Cristo e, também diante da Revelação Geral na natureza. A graça, portanto, antecede à fé e ao conhecimento. A fé consiste na convicção de que a salvação está além de nossos recursos; no caso da fé salvadora, significa que depositamos nossa fé em Deus por intermédio de Cristo. CONSIDERAÇÕES FINAIS Biblicamente falando, a fé salvadora é uma fé Teológica e, ela é Cristocêntrica. A Teocentricidade da fé é Cristocêntrica. Crer no Pai é o
mesmo que crer no Filho (Jo 5.24; 12.44; 14.1; Mc 11.22; At 20.21; Rm 3.22, 26; 4.24; Gl 2.20; 1Pe 1.21; 1Jo 3.23). Sem Jesus Cristo o Pai continua inacessível a nós (Lc 10.22; Jo 8.12; 14.6; 1Tm 2.5; 6.16). Uma fé supostamente depositada no “Pai” sem a aceitação do Filho como Senhor e Salvador, não é a genuína fé bíblica: É impossível ter a Deus como Pai sem o Filho como irmão primogênito (Rm 8.29). O fundamento da fé é o Deus fiel: Aquele que a gerou e a sustenta (1Co 2.4,5; Hb 11.11; 1Pe 1.21). Sem a graça de Deus jamais creríamos na mensagem do evangelho, jamais poderíamos entendê-la de forma salvadora, portanto, de modo algum seríamos salvos. Por sua vez, esta Palavra uma vez ouvida, entendida e crida, produz frutos em seus receptores (Cl 1.3-6). Temos, portanto, que nos apegar à verdade ouvida para que não nos desviemos dela. O escritor de Hebreus após falar a respeito da superioridade de Cristo sobre todas as coisas, exorta-nos a dar atenção à sua Palavra, para que não nos desviemos, por negligência, em nossa rota de obediência a Ele: “... importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos” (Hb 2.1). O Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa integra a equipe de pastores da Primeira Igreja Presbiteriana de São Bernardo do Campo, SP.
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HISTÓRIA
Primórdios do presbiterianismo em São Paulo Alderi Souza de Matos
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uando a cidade de São Paulo foi fundada pelos jesuítas, em 1554, a Reforma Protestante estava em pleno curso na Europa. Em Genebra, a igreja reformada progredia sob a firme liderança do reformador João Calvino. No entanto, transcorreram quase três séculos para que o primeiro pregador protestante visitasse a pequena cidade do interior brasileiro. Foi ele o missionário metodista Daniel Parish Kidder, que esteve na capital paulista em 1839. Ele distribuiu exemplares da Escritura e manteve contatos com políticos e intelectuais. Alguns anos depois, em 1855, o pastor presbiteriano James Cooley Fletcher também passou rapidamente por São Paulo. Posteriormente, um terceiro obreiro visitou a cidade, Richard Corfield, agente da Sociedade Bíblica Britânica. Porém, o interesse pela evangelização permanente de São Paulo somente surgiu depois que o pioneiro Ashbel Green Simonton iniciou a missão presbiteriana no Brasil. Tendo se fixado no Rio de Janeiro em meados de 1859, ele fez sua primeira visita à capital bandeirante em dezembro de 1860. Pregou aos ingleses, ficou encantado com o clima e empolgou-se com a ideia de iniciar uma nova estação missionária. Seu colega e cunhado Alexander L. Blackford, que havia chegado ao Brasil em meados de 1860, propôs a transferência da sede da missão para São Paulo, com o que não concordava Simonton. Consultada a Junta de Nova York sobre o assunto, aprovou essa transferência. Em setembro de 1861, Blackford foi a
São Paulo com esse objetivo, mas não conseguiu encontrar uma casa para alugar. Resignou-se assim em permanecer por mais algum tempo na capital do império. Em fevereiro de 1862, o Rev. Francis Schneider, recém-chegado ao Brasil, também esteve por alguns dias em São Paulo e pregou uma vez em alemão. A seguir, fixou residência em Rio Claro, onde trabalhou entre seus conterrâneos germânicos. Finalmente, em outubro de 1863 o Rev. Blackford e sua esposa Elizabeth chegaram a São Paulo para iniciar o trabalho presbiteriano. Não foi gratuita essa insistência do missionário em se fixar na cidade. Além de sua importância histórica e cultural desde a época dos bandeirantes e de ter sido o palco da independência do Brasil, São Paulo sediou a partir de 1827 um dos poucos cursos superiores do país, a Academia de Direito do Largo de São Francisco. Ainda mais importante, a cultura do café, que havia entrado em decadência no Vale do Paraíba, estava gerando grande riqueza no interior paulista e a capital começava a se beneficiar desse fato. Na década de 1860 foi construída pelos ingleses a Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, voltada para a exportação desse produto. Nessa época a cidade começava a ter bons hotéis, teatros, livrarias e jornais. Sua população estava em torno de 25 mil habitantes. O Rev. Blackford teve a perspicácia de perceber a futura grandeza de São Paulo. O casal Blackford foi precedido por dois colportores vindos do Rio de Janeiro: Antônio Marinho da Silva, da Sociedade Bíblica Britânica, que esteve em São Paulo por um mês
em 1862, e Manoel Pereira da Cunha Bastos, da Sociedade Bíblica Americana, que chegou poucos dias antes que o missionário e se demorou por dois anos. Blackford também encontrou na cidade aquele que viria a ser o seu principal colaborador por alguns anos – William Dreaton Pitt. Esse crente congregacional inglês viera para o Brasil em 1855, a convite do Rev. Robert Kalley. Depois de residir por algum tempo no Rio de Janeiro, mudou-se para a capital paulista com a família em maio de 1863, dedicando-se ao comércio no local conhecido como “Quatro Cantos”, a esquina das ruas Direita e São Bento. O Rev. Blackford deixou valiosas informações sobre esse período em um documento de grande valor histórico: “Diário do trabalho missionário na cidade de São Paulo, Brasil, de 9 de outubro de 1863 a 25 de dezembro de 1868”. Tendo chegado à Pauliceia em 9 de outubro de 1863, o missionário deu início ao seu trabalho no dia 18 daquele mês, um domingo, celebrando um culto em inglês no salão de leitura da colônia britânica, na Rua da Constituição, atual Florêncio de Abreu. Falou sobre 1Timóteo 2.5 a um auditório de 14 pessoas. Esse culto no idioma materno foi mantido por um ano, sendo realizado em domicílios de ingleses e na casa do próprio pastor. No mesmo mês de sua chegada, Blackford foi a Rio Claro e conheceu o padre José Manoel da Conceição, futuro pastor presbiteriano. Em 29 de novembro de 1863 o missionário realizou o primeiro culto em português, na residência de Pitt, na Rua da Boa Vista. O texto utilizado nessa oca-
sião foi João 1.1-3. Mais tarde os cultos passaram a ser celebrados na Rua da Constituição, primeiro no novo domicílio de Pitt e depois na casa do próprio ministro. Em dezembro de 1864, as reuniões passaram a ocorrer na Rua Nova de São José, nº 1, hoje Líbero Badaró, perto do Largo de São Bento, para onde o Rev. Blackford havia transferido a sua residência. Havia cultos aos domingos de manhã e à noite, escola dominical e reuniões às quartas-feiras. Nessa época surgiu um novo e valioso colaborador, George Whitehill Chamberlain, que trabalhou em São Paulo como professor de inglês. Ele foi assistente do Rev. Blackford de novembro de 1864 a agosto de 1865. Dentro em breve seria ordenado e exerceria um longo e frutífero ministério em São Paulo. A primeira celebração da Ceia do Senhor se deu no dia 29 de maio de 1864 e a segunda em 8 de janeiro de 1865. A terceira comunhão se verificou em 5 de março de 1865, dia em que o Rev. Blackford teve a alegria de colher os primeiros frutos do seu trabalho. Estando presente o Rev. Simonton, que foi o pregador, foram recebidas seis pessoas por profissão de fé: Manoel Fernandes Lopes Braga, Miguel Gonçalves Torres, Antônio Bandeira Trajano, José Maria Barbosa da Silva, sua esposa Ana Luíza Barbosa da Silva e a enteada Olímpia Maria da Silva. Os jovens Miguel Torres e Antônio Trajano vieram a ser valorosos pastores. Essa data ficou consagrada como a da organização da Igreja Presbiteriana de São Paulo. Nos meses e anos seguintes outros importantes acon-
tecimentos se verificaram no endereço histórico da Rua de São José. Em 16 de dezembro de 1865 ali se organizou o Presbitério do Rio de Janeiro, com três pastores (Simonton, Blackford e Schneider) e três igrejas (Rio, São Paulo e Brotas). No dia seguinte, esse presbitério ordenou ao ministério o ex-sacerdote José Manoel da Conceição, considerado o primeiro pastor protestante brasileiro. Dois anos depois, em 9 de dezembro de 1867, ali faleceu o pioneiro Ashbel Simonton, vitimado pela febre amarela que havia contraído no Rio de Janeiro. Finalmente, esse antigo domicílio foi a primeira sede da Escola Americana, de 1871 a 1876. Hoje, transcorridos 150 anos desde a chegada do casal Blackford, o presbiterianismo tem uma vigorosa presença na cidade de São Paulo. São mais de 100 comunidades da Igreja Presbiteriana do Brasil, sem contar as de outras denominações presbiterianas. Além do trabalho evangelístico, as igrejas têm dado inestimável contribuição no âmbito assistencial e social. No campo da educação, destacam-se o Seminário Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição, o Centro Presbiteriano de PósGraduação Andrew Jumper e a Universidade Presbiteriana Mackenzie. É com alegria e gratidão a Deus que comemoramos o sesquicentenário do presbiterianismo na maior cidade do Brasil e uma das mais importantes do mundo. Nas palavras de Simonton: “Tomemos o passado como garantia de maiores coisas no futuro. Firmados nas promessas divinas resolvamos prosseguir avante, tranquilos e cheios de esperança”.
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ARTIGO
Reforma Protestante Wilson Santana
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Reforma Protestante ocorreu na Europa do século 16 e depois alcançou o mundo. Com os olhos na eternidade, possibilitou o surgimento de uma nova sociedade. Sobre premissas cristãs produziu o homem reformado e deu ensejo a formas democráticas, sociais, educacionais e econômicas e as nutriu. A Reforma apresenta-se como movimento espiritual de primeira grandeza, preparando homens e estabelecendo princípios, capaz de provocar uma convulsão no espírito humano e também o fortalecimento das virtudes que ligam os indivíduos e a sociedade ao Espírito Divino. Foi João Calvino quem, mais que qualquer outro, apresentou a visão dessa nova comunidade espiritual composta por homens, igrejas e princípios reformados. Genebra foi o grande canteiro de obras das construções calvinistas, que ali influíram no desenvolvimento de todos os aspectos da vida naquela Cidade–Estado. Genebra, como Zurique, tornou-se um importante centro financeiro. Como joalheiros e ourives não mais se dedicavam à produção adornos pessoais e como o uso correto do tempo era uma responsabilidade
solene, Genebra celebrizou-se pela fabricação de relógios diversos. A descrição acima ameniza um ofício praticado na Genebra daqueles dias, que era a fabricação em grande escala de objetos litúrgico-idólatras do catolicismo romano. O homem, a igreja e a cidade coexistiam e cooperavam para a glória de Deus. Tomando o trabalho de Calvino em Genebra como exemplo, verificase a intervenção de Deus naquele servo frágil e desconhecido e por meio dele. Calvino foi um homem absorvido pela graça. Seu coração repousava no altar do Senhor. Submisso à Palavra, encontrou o que era necessário para instituir uma comunidade de justiça. Sua submissão às Escrituras tornou-se elemento norteador e deu-lhe a capacidade para produzir textos profundos e duradouros. Suas ideias foram dinâmicas até seu último fôlego (faleceu a 27.05.1564). Suas principais obras, as Ordenações, as Institutas e seus Comentários Bíblicos foram revisadas diversas vezes. À medida que a reforma calvinista se alastrava pela Europa, Grã-Bretanha e América do Norte, uma revolução sem precedente se instaurava no seio de comunidades até ali fadadas ao fracasso. O
Ocidente, de antigas tradições e crenças equivocadas, mais uma vez foi abalado pela força do genuíno evangelho. Os benefícios religiosos, sociais, econômicos e políticos produzidos pela Reforma Protestante são incalculáveis. Nações inexpressivas e até então ignoradas, como foi o caso da Holanda, Escócia e Suíça, tornando-se protestantes, passaram a ditar o rumo da humanidade.
Os benefícios religiosos, sociais, econômicos e políticos produzidos pela Reforma Protestante são incalculáveis. Boanerges Ribeiro, em sermão pregado em 1995, referindo-se a esses povos incultos e improdutivos, dá-nos um exemplo dessa transformação radical que a Reforma produziu. Comenta: “Outro pensador social observou com muita agudeza que a Suíça, antes da Reforma, exportava o sangue de seus jovens. Os moços suíços não tinham onde ganhar a vida, então, iam alugar-se como mercenários em exércitos no
estrangeiro. Iam vender seu próprio sangue, era assim que podiam ganhar a vida. Depois da Reforma encontrou-se trabalho, meios de produzir riquezas no próprio país. País rústico, agreste, cheio de montanhas, mas descobriam-se todos os meios de produzir riquezas ali, porque surgiu uma outra compreensão do lugar da riqueza na vida das sociedades, e a compreensão que surgiu resultante do calvinismo, que nós seguimos, é esta: o soberano de tudo é Deus”. É evidente que não se pode estabelecer apenas uma relação de causa e efeito. Foram “fatores culturais ponderáveis que agiram para favorecer a opção protestante na Europa atormentada do século 16. Numa fórmula simples consideraríamos a superioridade da educação sobre a superstição, da Bíblia sobre o Index Librorum Prohibitorum, da leitura sobre o analfabetismo, da informação sobre a ideologia, do pensamento sobre o dogma, da ética sobre o erotismo, da responsabilidade sobre o espírito lúdico, do sacerdócio universal sobre um clero monopolizador do saber, e, de um modo geral, em termos estritos, de desenvolvimento econômico democrático, da sociedade lógica sobre a sociedade erótica” (MEIRA PENNA,
1991, p. 137). Segundo a compreensão reformada, de tudo o cristão terá de prestar contas a Deus. Esse administrador não tem direto de esbanjar recursos. Também, para o pensamento reformado tudo o que a riqueza produzir tem de ser reaplicado. Esse princípio devia ser seguido no Brasil, pois aqui estabeleceu-se uma sociedade que precisa de mais empregos, de mais alimento, de mais casas. Segundo Boanerges Ribeiro, esse capital precisa ser reaplicado, depressa, bem e com competência. Sendo isso colocado em prática, a sociedade toda enriquecerá e passa a ser beneficiada. A grande questão de fundo que não se pode ignorar é que “Deus é o Senhor desse capital e todos haverão de dar conta dele”. Essa teoria deveria estar no coração das nossas igrejas hoje. Estamos num país tão necessitado de uma teoria econômica que acuda suas desgraças, suas infelicidades, sua pobreza a sua carência geral de tudo. Alguém precisa oferecer um modelo. Não será possível reformar a economia do Brasil, sua política e educação, mas devemos oferecer um modelo, que será seguido com a graça e a bênção de Deus. O Rev. Wilson Santana Silva é pastor da Igreja Presbiteriana do Jardim Marilene em Diadema, SP.
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A Reforma do Século 16 e Educação O Efeito Libertador Solano Portela
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esde cedo, encontramos dificuldade em reconciliar os princípios cristãos com a aquisição progressiva de conhecimentos à qual nos dedicamos, depois de firmarmos nossos próprios horizontes e interesses. Desenvolvemos o pensamento de que as coisas espirituais, as questões da igreja, as determinações da Palavra dizem respeito ao nosso futuro espiritual. Enquanto isso, absorvemos conhecimentos diversos, seguimos uma carreira, educamos os nossos filhos e somos educados em um universo divorciado dos conceitos das Escrituras. Não é que duvidemos da veracidade da Bíblia – aceitamos até doutrinas que, muitas vezes, não entendemos plenamente, mas as recebemos tão somente pela fé. No entanto, não deixamos que essas convicções perturbem muito a nossa vida diária, nem as carreiras e profissões que escolhemos. Elas são segregadas às ocasiões que dedicamos à expressão de nossa religiosidade – cultos públicos e devoções privadas. Se analisarmos com honestidade a nossa postura de vida, vamos nos encontrar em uma situação de escravidão em muitos sentidos: Justamente por sermos cristãos e desejarmos estar no seio da “vontade de Deus” somos escravos de um complexo de culpa por nos dedicarmos à nossa profissão, quando o “trabalho do Senhor” clama por envolvimento. Somos, portanto: • escravos de uma visão que separa o secular do sagrado; o ganha-pão da adoração; a honestidade da vida e prática cristã da desonestidade e descaminho dos negócios. • escravos de uma visão curta que não enxerga a amplitude dos
princípios bíblicos – de um Deus que é todo o poderoso, criador e mantenedor do universo; que não nos deu, na Palavra, apenas um manual de Escola Dominical, mas uma compreensão de vida que deve permear toda a nossa existência. • escravos de uma postura eclesiástica que declara a existência de duas categorias de servos de Deus – os que estão envolvidos em seu trabalho e os que estão servindo ao mundo. • escravos de uma postura profissional que nos aliena no meio de pessoas perfeitamente integradas com o seu meio, enquanto nos debatemos com contradições metafísicas, em vez de agirmos na redenção da nossa área de atuação. No meio desse dilema, cabe relembrar a força libertadora que foi a Reforma do século 16. É exatamente a Fé Reformada, acusada por tantos de promover a escravidão doutrinária das pessoas, que nos liberta desse dilema. A Reforma reapresentou a pessoa de Deus em toda a sua soberania e majestade aos fiéis que estavam cegos pelo humanismo e obscurantismo reinante na igreja Católica. A Fé Reformada não tratou simplesmente, de realizar uma integração entre o secular e sagrado, mas de demonstrar a abrangência das raízes espirituais de cada atividade, tornando o todo do conhecimento e das atividades humanas algo abrigado e aprovado pela providência divina, subsistindo o próprio Deus como fonte de todo o verdadeiro conhecimento e sabedoria. É nesse contexto que se desenvolve o conceito da Educação Escolar Cristã, uma proposta de educação que se harmoniza em sua totalidade com a revelação especial de um Deus soberano que tem na humanidade a
coroa da criação e a quem delegou a absorção do conhecimento necessário para administrá-la. Educar, nesse sentido, não significa apenas transmitir conhecimentos relacionados a religiosidade ou adoração. Difere da apreensão de princípios bíblicos recebidos na Escola Dominical ou nos trabalhos eclesiásticos dos domingos. A esse tipo de instrução caberia o nome mais adequado de “educação religiosa”. Educação Escolar Cristã significa o processo de penetração em todas as áreas do conhecimento, como preparo para o exercício de toda atividade legítima, sob a perspectiva de que Deus tem soberania sobre cada uma dessas áreas. Nenhuma área do saber pode ser adequadamente compreendida quando estudada ou transmitida divorciada do conceito escriturístico de Deus. Essa herança da Reforma nos apresenta esse grande aspecto libertador: a libertação pela legitimidade de envolvimento com todas as áreas de conhecimento – Em Gênesis 1.28, temos o seguinte mandamento do Criador: “... Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitaia; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo o animal que rasteja pela terra”. Esse mandamento tem sido chamado de “mandato cultural”. A implicação é que tal sujeição e domínio envolvem e só se tornam possíveis mediante a aquisição de conhecimentos sobre a criação que deve ser subjugada pela humanidade para a glória de Deus. Ou seja, nossa aquisição de conhecimentos, o envolvimento em todas as profissões e áreas de esforço intelectual e físico constituem-se atividades legítimas, para preenchimento da prescrição divina. E esse é um conceito libertador. Profissionais cristãos não precisam achar que são “crentes de segunda categoria”. Devem ver-se
como portadores de um chamado específico, para atuar em seus campos de conhecimento e realizações trazendo glória ao Criador de tudo e de todos. Abraham Kuyper, em seu livro Calvinismo, apresenta a harmonia desse entendimento com a Fé Reformada. Ele diz: a. O amor à ciência... que objetiva uma visão unitária de conhecimento de todo o cosmo, é eficazmente assegurado pela nossa crença calvinista, na pré-ordenação de Deus. b. A crença nos decretos de Deus significa que a existência e o curso de todas as coisas, isto é, de todo o cosmo, em vez de ser uma frívola sequência do acaso, obedece à lei e à ordem. Existe uma firme vontade que executa os desígnios tanto na natureza, como na história. c. Somos forçados a confessar que existe estabilidade regendo todas as coisas... O universo, em vez de ser um amontoado aleatório de pedras, apresenta-se às nossas mentes como um monumental edifício erguido num estilo coerentemente austero. d. ...sem essa visão, não há interconexão, desenvolvimento, continuidade. Temos uma crônica, mas não história. A teologia da Reforma enfatizou a educação sob esse prisma e demonstrou o entrelaçamento da divindade com todos os aspectos da nossa existência. Ela libertou o intelecto humano – na essência e verdade dessa expressão. O homem se julga liberto “dos dogmas da religião”, mas prossegue se aprofundando na escravidão do pecado, embotando os seus sentidos. Ao longo da história, expoentes da teologia reformada têm enfatizado a importância da educação, desde o seu precursor, Agostinho, que escreveu
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BP LEGAL De Doctrina Christiana – um tratado sobre educação, sua importância e seus métodos – até os reformadores propriamente ditos. Martinho Lutero disse: “Não aconselho ninguém a enviar os seus filhos para essas escolas em que as Sagradas Escrituras não reinam. Qualquer um que não se ocupe incessantemente com a Palavra de Deus, certamente se tornará corrupto. Consequentemente, devemos estar sempre vigiando o que acontecerá com as pessoas que estão nas escolas superiores... Temo que essas instituições de educação superior sejam portas abertas para o inferno, se não ensinarem diligentemente as Sagradas Escrituras e as colocarem nas mentes dos jovens” (Ewald M. Plass, What Luther Says (St. Louis, Missouri: Concordia, 1959). João Calvino fundou em Genebra a “Academia Cristã” – uma instituição de ensino superior –, demonstrando, mais uma vez, a importância da Educação e o seu papel chave na libertação do homem da opressão do pecado e de seu intelecto. Abraham Kuyper, estadista e teólogo holandês do século 19, ao fundar a Universidade Livre de Amsterdã, baseou a sua palestra inaugural em Isaías 48.11 – “A minha glória não a dou a outrem”, indicando que quando nos omitimos na esfera educacional, deixando que sejam proclamadas as filosofias anti-Deus – características do adversário – sem qualquer contestação de nossa parte, enquanto passivamente assistimos aos seus avanços em todas as esferas e áreas do conhecimento, estamos fazendo o que Deus expressa não permitir: estamos deixando que a sua glória seja dada a outrem e que a escravidão à ignorância espiritual e intelectual seja perpetuada. Agradeçamos a Deus a libertação que a salvação nos proporciona – com base em sua graça e misericórdia. Abracemos a liberdade de entendimento que foi reavivada pela Reforma do século 16. Pratiquemos o verdadeiro conceito da Educação Escolar Cristã. O presbítero Solano Portela (solano@portela.com) é membro do Conselho Editorial da Cultura Cristã e Diretor Educacional do Mackenzie.
Cisma e propriedade Ricardo de Abreu Barbosa
O
assunto ora tratado não é nada agradável, mas não significa que devamos evitá-lo. Pelo contrário, devemos nos acautelar para que ninguém nos engane (Mt 24.14). Passo então a analisar o artigo 12, §2º do “Modelo de Estatutos para as Igrejas Locais”, publicado no Manual Presbiteriano, e que possui disposição análoga no artigo 13, §1º dos Estatutos da Igreja Presbiteriana do Brasil: “Artigo 12, §2º - No caso de cisma ou cisão, os bens da Igreja passarão a pertencer à parte fiel à Igreja Presbiteriana do Brasil; e, sendo total o cisma, reverterão os bens ao Presbitério a que estiver jurisdicionada”. A norma tem por objetivo a preservação do patrimônio constituído pela IPB que, ao adotar a forma de federação de igrejas locais, mantém vínculo de propriedade com todos os bens adquiridos em nome das igrejas e presbitérios a ela jurisdicionada. Ocorre que a eficácia do fim colimado pela Igreja Nacional se condiciona à sua congruência com os estatutos dos presbitérios e das igrejas locais, os quais, juntamente com a legislação civil pertinente, são analisados de modo sistemático pelos magistrados civis. Um exemplo das dificuldades de aplicação dessa norma pode ser encontrado numa decisão judicial proferida nos autos da apelação cível n 1.0105.00.0138781/001, pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em março de 2009, envolvendo o litígio entre um Presbitério e uma Igreja dissidente. As partes não são da
IPB, mas seguem a forma federativa e sistema de governo semelhante ao nosso. A igreja, em assembleia extraordinária de seus membros, decidiu cindir-se do Presbitério, alterando o seu nome e mantendo o patrimônio local sob a propriedade da “nova” igreja constituída. O presbitério ajuizou ação de reintegração de posse visando restabelecer o imóvel da igreja, com base em regra semelhante ao nosso art. 12, §2º, acima referido. O Tribunal, contudo, deu prevalência às disposições contidas nos Estatutos da igreja local, pelos quais elas “seriam autônomas na aquisição, administração e disposição de seu patrimônio e rendimento” e que, dentre suas atribuições, constava a de “administrar seu patrimônio e rendimento”. O Presbitério valeu-se da regra prevista em seus Estatutos - que determina a apropriação do patrimônio da igreja dissidente. Contudo, entenderam os juízes, com base nos próprios documentos apresentados pelas partes, que a igreja local não era dependente do Presbitério, o qual exerceria jurisdição apenas eclesiástica e doutrinária sobre as igrejas locais pelas que era responsável regionalmente. Desse modo, ambas as instituições teriam autonomia para administrar seus bens patrimoniais. Observou-se ainda que a igreja local teria recebido o imóvel de uma outra igreja (provavelmente, sua igreja “mãe”) e que o presbitério só teria sido constituído juridicamente posteriormente à doação. Portanto, pelo fato da igreja ter
antecedido o próprio presbitério e, por ter recebido, a posse e propriedade do bem, de uma terceira instituição (igreja “mãe”), sem nunca ter havido questionamento sobre a doação plena realizada, prevaleceu o entendimento favorável aos interesses da igreja local em detrimento do presbitério. Não resta dúvida, para nós presbiterianos, que o caso acima relatado fere os nossos princípios do governo, a natureza e estrutura federativa da igreja, bem como a afetação dos bens por ela constituído, os quais são vinculados aos fins estatuídos pelo artigo 2º de sua Constituição. Entretanto, em casos raros como esse, nosso regramento há de ser contraposto à ordem jurídica estatal. Por isso, recomendase muito cuidado com a elaboração e alteração dos Estatutos de Presbitérios e Igrejas locais para que se preveja, com clareza e precisão, as hipóteses de apropriação e perdimento de patrimônio em casos de cismas ou dissolução. Para tanto, é recomendável que os atos de transferências de imóveis, geralmente feitos por doação, ou mesmo por compra e venda com recursos da própria igreja local, sejam gravados com cláusulas de encargos ou de domínio resolúvel nas respectivas matrículas dos imóveis, para que os presbitérios, sínodos e, em última instância, a própria IPB, tenham a garantia da propriedade dos bens a eles conferidos para o cumprimento do seu mister. Pb. Ricardo de Abreu Barbosa é advogado, mestre e professor de Administração de Empresas da Universidade Presbiteriana Mackenzie e tesoureiro da 1ª Igreja Presbiteriana de São Bernardo do Campo.
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Linha do tempo da
Rev. Alderi Souza de Matos, historiador da IPB
1483 Martinho Lutero nasce em Eisleben, na Saxônia, leste da Alemanha. 1484 Ulrico Zuínglio nasce em Wildhaus, no cantão suíço de St. Gall. 1509 João Calvino nasce em Noyon, na Picardia, norte da França. Henrique VIII torna-se rei da Inglaterra aos 18 anos. 1512 Lutero torna-se doutor em teologia e no ano seguinte começa a lecionar sobre os Salmos na Universidade de Wittenberg. 1514 Provável ano do nascimento de John Knox, o reformador escocês. 1517 No dia 31 de outubro, Lutero publica as Noventa e Cinco Teses sobre as indulgências. Começa a Reforma Protestante. 1519 Lutero debate com o dominicano João Eck em Leipzig; defende João Hus e nega a autoridade suprema de papas e concílios. 1520 A bula papal Exsurge
Domine dá a Lutero 60 dias para retratar-se ou ser excomungado. Ele queima a bula e um exemplar da lei canônica. Escreve três textos fundamentais: À nobreza cristã da nação alemã, O cativeiro babilônico da igreja e A liberdade do cristão. A Reforma alastra-se na Alemanha e na Europa. 1521 Lutero é excomungado pela bula Decet romanum pontificem, de Leão X. Na Dieta de Worms, recusa-se a renegar seus escritos e é condenado como herético e proscrito. É sequestrado e ocultado no Castelo de Wartburg, onde começa a traduzir o Novo Testamento. 1523 Sob os auspícios do Conselho de Zurique, Zuínglio promove um debate público de 67 teses (Sessenta e sete artigos). Realiza um segundo debate público sobre as imagens e a missa. O movimento reformado difunde-se na Suíça alemã e no sul da Alemanha. 1523 Calvino vai para Paris a fim de estudar humanidades e teologia. Primeiros mártires
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protestantes nos Países Baixos. 1524 Lutero debate com Andreas Karlstadt sobre a Ceia do Senhor. Explode a Revolta dos Camponeses. 1525 Lutero casa-se com a ex-freira Catarina de Bora. Escreve O cativeiro da vontade, contra Erasmo de Roterdã. 1525 Debate público sobre o batismo infantil marca o início do movimento anabatista (Irmãos Suíços). Primeiro batismo de adultos ocorre em Zurique. Primeira igreja anabatista é fundada em Zollikon. 1526 Lutero escreve a Missa Alemã. Na Dieta de Spira, os príncipes recusam-se a aplicar o Edito de Worms. No ano seguinte, Lutero escreve “Castelo Forte”. Publicação do Novo Testamento de William Tyndale em Worms. 1528 Zuínglio aceita o convite de Berna para um debate público que resulta na eliminação da missa, das imagens
e dos altares naquela cidade. Calvino estuda direito em Orléans e Bourges. 1529 Dieta de Spira: intolerância contra os luteranos. Surge o nome “protestantes”. Lutero e Zuínglio se encontram no Colóquio de Marburgo, mas não alcançam acordo sobre a Ceia do Senhor. Lutero publica o Grande Catecismo e o Pequeno Catecismo. 1530 Sendo um proscrito, Lutero não comparece à Dieta de Augsburgo, realizada na tentativa de pôr fim à divisão religiosa do império. Filipe Melanchton apresenta a Confissão de Augsburgo. 1531 Zuínglio é morto em combate no dia 11 de outubro. É sucedido por Henrique Bullinger. Calvino regressa a Paris e reinicia estudos humanísticos. Publica comentário do tratado De clementia, de Sêneca. 1533 Calvino experimenta repentina conversão; foge para Angoulême no final do ano e começa a escrever as Institutas.
1533 Thomas Cranmer torna-se Arcebispo de Cantuária. Tribunal eclesiástico declara nulo o casamento de Henrique com Catarina de Aragão. Henrique é excomungado pelo papa Clemente VII. 1534 Lutero publica a Bíblia Alemã completa. Anabatistas vencem uma eleição local em Münster, Alemanha, e tentam implantar o reino de Deus à força. Ato de Supremacia reconhece Henrique VIII como “chefe supremo” da Igreja da Inglaterra. Inácio de Loiola funda a ordem jesuíta a fim de renovar a Igreja Católica. 1536 É publicada em Basileia a primeira edição da Instituição da Religião Cristã, de Calvino; o prefácio contém um apelo em favor da tolerância religiosa. O autor pretende fixar-se em Estrasburgo. Ao passar por Genebra, Guilherme Farel o convence a ficar na cidade, que havia abraçado a Reforma recentemente. 1536 João Knox se forma na Universidade de St. Andrews e é ordenado sacerdote. Menno
Simons rompe com Roma e torna-se o líder anabatista da Holanda. Início da dissolução dos mosteiros na Inglaterra. William Tyndale é executado na Bélgica. 1538 Calvino é expulso de Genebra, indo para Estrasburgo, onde passa três anos proveitosos. Casa-se com Idelette de Bure, publica nova edição das Institutas e escreve o Comentário da Carta aos Romanos. 1539 Lutero escreve Sobre os concílios e a igreja. Em 1539-40, Menno Simons publica Fundamento da doutrina cristã, obra básica da fé anabatista. 1540 A Sociedade de Jesus é formalmente reconhecida pelo papa Paulo III. 1541 Calvino retorna a Genebra e escreve as Ordenanças eclesiásticas. Lutero escreve Exortação à oração contra os turcos. 1542 Papa Paulo III cria a Congregação do Santo Ofício da Inquisição (Inquisição romana), que tem como
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Reforma Protestante um de seus alvos os protestantes. 1543 John Knox se converte ao protestantismo. 1545 Tem início o Concílio de Trento, que aprova dogmas contra as doutrinas protestantes e reformas práticas. 1545 Knox se torna companheiro de George Wishart, o introdutor da fé reformada na Escócia. No ano seguinte, Wishart é martirizado. O papa Paulo III apóia a guerra contra os protestantes alemães proposta pelo imperador Carlos V. 1546 Lutero morre no dia 18 de fevereiro em Eisleben. Sua esposa irá morrer em 1552. 1547 Henrique II sobe ao trono da França; é mais severo que o seu pai contra os huguenotes. É sucedido por Francisco II em 1559. 1547 John Knox foge para o Castelo de St. Andrews e prega seu primeiro sermão protestante. O castelo é tomado e Knox é aprisionado na França por
19 meses. Henrique VIII morre e Eduardo VI, filho de Jane Seymour, torna-se rei aos 9 anos. Seus tutores implantam a Reforma na Inglaterra. 1549 Knox começa a pastorear em Berwick, Inglaterra; torna-se afamado como pregador. Ato do Parlamento inglês ordena o uso do Livro de Oração Comum, de Cranmer. 1552 Cranmer revisa o Livro de Oração Comum e escreve os Quarenta e Dois Artigos, que prescrevem uma doutrina calvinista para a Igreja da Inglaterra. 1553 Miguel Serveto é queimado em Genebra por heresia quanto à trindade. Eduardo VI morre e Maria, a filha de Catarina de Aragão, torna-se rainha da Inglaterra. 1555 Paz de Augsburgo: a legalidade do luteranismo é assegurada pelo princípio “Cuius regio, eius religio”. Carlos V abdica em favor do seu filho Filipe II, que intensifica a repressão contra os reformados nos Países Baixos.
1555 Uma discussão sobre a liturgia força Knox a ir para Genebra, onde pastoreia uma igreja inglesa. No ano seguinte, Thomas Cranmer, o arcebispo de Cantuária, é executado na fogueira. 1557 Grupo de calvinistas chega à França Antártica, no Rio de Janeiro; no ano seguinte, escrevem a Confissão de Fé da Guanabara. 1558 Knox escreve o Primeiro toque da trombeta contra o monstruoso regimento de mulheres. Maria Tudor morre e é sucedida por sua meia-irmã Elizabete, filha de Ana Bolena.
com os huguenotes. Na Escócia, o Parlamento Reformador adota a Confissão Escocesa. Primeira assembléia geral da Igreja da Escócia. 1561 Guido de Brès escreve a Confissão Belga. 1563 Ato de Uniformidade na Inglaterra aprova os Trinta e Nove Artigos. É publicado o Livro dos mártires, de George Fox. Surgem os puritanos. É publicado na Alemanha o Catecismo de Heidelberg. 1564 João Calvino morre em Genebra no dia 27 de maio. É sucedido por Teodoro Beza. É publicada a Confissão de Fé Tridentina.
1559 Calvino torna-se cidadão de Genebra e inaugura a Academia. Publica a última edição das Institutas. Primeiro sínodo nacional da Igreja Reformada da França aprova a Confissão Galicana. Knox volta para a Escócia.
1566 Knox escreve a maior parte da História da reforma da religião na Escócia. No ano seguinte, Maria Stuart abdica em favor do seu filho Tiago VI, que será também o sucessor da rainha Elizabete na Inglaterra.
1560 Carlos IX torna-se rei da França, sendo regente sua mãe Catarina de Médicis, inicialmente tolerante
1569 Papa Pio V incita Catarina de Médicis ao extermínio completo dos hereges na França.
1571 Sínodo nacional holandês realizado em Emden adota a forma presbiteriana de governo eclesiástico. É adotada a Confissão Belga. Essa confissão e o Catecismo de Heidelberg tornam-se os padrões teológicos da igreja reformada holandesa. 1572 Massacre do Dia de São Bartolomeu (24 de agosto); almirante Gaspar de Coligny e milhares de reformados são mortos à traição. Knox morre em Edimburgo e é sepultado na catedral de St. Giles. Andrew Melville, outro ex-exilado em Genebra, torna-se o principal defensor da fé reformada na Escócia. 1575 Fundação da Universidade de Leiden, na Holanda, centro de estudo da teologia calvinista. 1589 O calvinista Henrique IV torna-se rei da França. 1598 Henrique IV promulga o Edito de Nantes, concedendo tolerância aos huguenotes. O edito seria revogado em 1685 por Luís XIV.
1610 Os seguidores de Tiago Armínio reúnem suas idéias na Remonstrância. 1618 O Sínodo de Dort, na Holanda, aprova os “cinco pontos do calvinismo” (Cânones de Dort), condenando a Remonstrância. A Guerra dos Trinta Anos envolve o Sacro Império Germânico, Dinamarca, Suécia, França e Espanha. 1620 Chegada dos puritanos ingleses ao Novo Mundo (América do Norte). 1636 A Igreja Reformada da Holanda organiza um presbitério em Pernambuco. 1643 Parlamento puritano em guerra contra o rei Carlos I convoca a Assembléia de Westminster. 1648 Parlamento inglês aprova a Confissão de Fé e os Catecismos de Westminster. A Guerra dos Trinta anos termina com a Paz de Westfália, que fixa as fronteiras políticas e religiosas da Europa.
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MÊS DE OUTUBRO N
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● Missionária Phebe Thomas é arrolada na IP de São Paulo; foi diretora do jardim da infância da Escola Americana, um dos primeiros do Brasil (1882).
● Sra. Maria Francisca Ribeiro, mãe do filólogo, escritor e jornalista Júlio Ribeiro, é arrolada na IP de São Paulo (1870).
● Eleição de Manoel José Rodrigues da Costa, segundo presbítero da IP de São Paulo (1880).
4 ● Falecimento do Rev. John Boyle, aos 47 anos, em Bagagem, atual Estrela do Sul-MG; pioneiro presbiteriano no Triângulo Mineiro (1892). ● Ordenação do Rev. Pascoal Luiz Pitta, pelo Presbitério Sul de Minas; segundo missionário da IPB em Portugal (1914).
11 ● Diário Oficial do Rio de Janeiro publica decreto do Império aprovando os artigos orgânicos da Sociedade Presbitério do Rio de Janeiro; estavam assinados pelos Revs. Blackford, Schneider, Chamberlain, Lenington e Dagama (1872).
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● Falecimento do Rev. Dr. Horace Selden Allyn no Hospital do Centenário, em Recife, aos 72 anos, sendo sepultado no Cemitério dos Ingleses (1931). ● Falecimento do Rev. Jorge Thompson Goulart, no Rio de Janeiro; professor do Seminário de Campinas (1967).
12 ● Falecimento da professora Mary Parker Dascomb, em Curitiba; diretora da Escola Americana (1917). ● Falecimento do Rev. Teodomiro Emerique, em Casa Branca-SP; dedicado pastor e professor (1959).
● Fundação do Hospital Evangélico do Rio de Janeiro, com grande participação dos presbiterianos (1887).
● Falecimento do Rev. Robert Dale Daffin Jr., valoroso missionário no Triângulo Mineiro e no interior de São Paulo (1960).
● Ordenação do Rev. Raimundo Bezerra Lima, pelo Presbitério de Pernambuco (1909). ● Organização da IP de Cuiabá, pelos Revs. Filipe Landes e Adam John Martin (1920).
14 ● Rev. George Edward Henderlite inicia o seu pastorado na IP da Paraíba (1894). ● Organização da IP de Juquiá, primeira filha da IP Unida de São Paulo, pelo Rev. Modesto Carvalhosa (1900). ● Organização da IP de Lavras (MG), pelo Presbitério Sul de Minas, organizado no ano anterior (1911). ● Rev. Franklin Floyd Graham chega a Cuiabá e dá início ao trabalho presbiteriano em Mato Grosso (1913).
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● Ordenação do Rev. Antônio de Carvalho Silva Gueiros, em Garanhuns, pelo Presbitério de Pernambuco; pastor por muitos anos da IP de Garanhuns (1908).
● Organização da IP de Cabo Verde (MG), que até então tinha sua sede na vila de São Bartolomeu, pelo Rev. Caetano Nogueira Júnior (1900).
● É organizada em São Paulo a IP Filadelfa, na Rua Rego Freitas, pelos Revs. Zacarias de Miranda, Francisco Lotufo e Pb. Eduardo Duarte (1899).
● Ex-padre José Manoel da Conceição é recebido por profissão de fé e batismo, na IP do Rio de Janeiro, pelo Rev. Alexander Blackford (1864).
● Falecimento do Rev. Donald Campbell McLaren; professor de teologia e presidente do Mackenzie College (1930).
● Instalação do Rev. João Ribeiro de Carvalho Braga no pastorado da IP de Botucatu (1885).
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N A HISTÓRIA DA IPB 6
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9 ● Rev. George Whitehill Chamberlain parte do Rio de Janeiro para iniciar seu pastorado em São Paulo (1869).
● Rev. Alexander Latimer Blackford e sua esposa Elizabeth chegam a São Paulo para iniciar o trabalho presbiteriano (1863).
● Depois de quinze anos no Rio de Janeiro, é publicado o primeiro número do jornal Imprensa Evangélica em São Paulo (1879).
● Falecimento do Rev. Matatias Gomes dos Santos, no Rio de Janeiro; pastor da IP Unida de São Paulo e da IP do Rio de Janeiro (1950).
● Falecimento do Rev. Laudelino de Oliveira Lima, no Rio de Janeiro; pastor no interior de São Paulo e no Rio de Janeiro (1939).
● Rev. DeLacey Wardlaw é instalado formalmente no pastorado da IP de Fortaleza, no Ceará (1892).
15 ● Rev. Modesto Carvalhosa inicia seu pastorado na IP de Curitiba (1888). ● Organização da IP de Areias, em Recife, pelos Revs. William C. Porter, Juventino Marinho e Presb. João Mendes (1893).
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● Ordenação do Rev. Benedito Ferraz de Campos, primeiro pastor ordenado pelo recém-criado Presbitério de São Paulo (1889).
● Falecimento do Rev. Alva Hardie, estimado missionário no interior de São Paulo e no Triângulo Mineiro (1955).
● Falecimento de D. Cecília Rodrigues de Siqueira, líder do trabalho feminino da IPB, em Alto Jequitibá (1968).
26 ● Organização da IP de Areado, no sul de Minas, pelo Rev. Miguel Torres (1881). ● Organização da IP de Fundão (em Piraí do Sul), a primeira do Paraná, pelo Rev. Robert Lenington (1884). ● Após série de conferências do Rev. Manoel Antônio de Menezes, inimigos lançam um foguete com três bombas no salão da IP de Ubatuba, atingindo algumas senhoras (1886).
18 ● Rev. Alexander Blackford prega pela primeira vez na cidade de São Paulo, iniciando o trabalho presbiteriano (1863).
● Falecimento do Rev. Roberto Frederico Lenington, no Hospital Samaritano, em São Paulo; missionário pioneiro no Paraná e Santa Catarina, professor do Seminário do Sul (1939).
● Rev. John Rockwell Smith casa-se com Carolina Porter, de uma família americana residente em Campinas, irmã do futuro pastor William Calvin Porter (1881). ● Organização da IP de Boa Vista do Jacaré (SP), pelo Rev. João Fernandes Dagama (1891).
27 ● Falecimento do Dr. Horace Manley Lane, primeiro presidente do Mackenzie College (1912).
28 ● William Calvin Porter chega a Recife para auxiliar seu cunhado, Rev. John Rockwell Smith, no trabalho de evangelização (1884).
29 ● O jovem Álvaro Reis é recebido por profissão de fé pelo Rev. John Boyle, em Mogi-Mirim (1882).
● Organização da IP de Cana Verde, no sul de Minas, pelo Rev. Eduardo Carlos Pereira, que se despedia do campo mineiro (1888).
● Organização da 2ª IP de São Paulo, pelos Revs. William Alfred Waddell, Frederick J. Perkins e Eduardo Carlos Pereira (1893).
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● Organização da IP de Campestre, no sul de Minas, pelo Rev. Bento Ferraz (1897).
● Falecimento do Rev. Zacarias de Miranda, aos 75 anos, em São Paulo; pastor em Brotas, Sorocaba e Campinas, um dos fundadores da IP Unida de São Paulo (1926).
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As 95 teses de Martinho Lutero1 1. Ao dizer: “Arrependei-vos”,2 etc. (Mt 4.17), o nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo quis que toda a vida dos fiéis fosse de arrependimento. 2. Essa penitência não pode ser entendida como penitência sacramental (isto é, da confissão e satisfação celebrada pelo ministério dos sacerdotes). 3. No entanto, ela não se refere apenas a uma penitência interior; penitência interior seria nula se não produzisse externamente todo tipo de mortificação da carne. 4. Consequentemente, a pena perdura enquanto persiste o ódio de si mesmo (isto é a verdadeira penitência interior), ou seja, até a entrada do reino dos céus. 5. O papa não quer nem pode dispensar de quaisquer penas senão daquelas que impôs por decisão própria ou dos cânones. 6. O papa não tem o poder de perdoar culpa a não ser declarando ou confirmando que ela foi perdoada por Deus; ou, certamente, perdoados os casos que lhe são reservados.3 Se ele deixasse de observar essas limitações, a culpa permaneceria.
tudo e já estão mortos para as leis canônicas, tendo, por direito, isenção das mesmas.
remissão às almas não pelo poder das chaves (que ele não tem), mas por meio de intercessão.
14. Saúde ou amor imperfeito no moribundo necessariamente traz consigo grande temor, e tanto mais quanto menor for o amor.
27. Pregam doutrina humana os que dizem que, tão logo tilintar a moeda lançada na caixa, a alma sairá voando (do purgatório para o céu).
15. Este temor e horror por si sós já bastam (para não falar de outras coisas) para produzir a pena do purgatório, uma vez que estão próximos do horror do desespero.5
28. Certo é que, ao tilintar a moeda na caixa, pode aumentar o lucro e a cobiça; a intercessão da Igreja, porém, depende apenas da vontade de Deus.
16. Inferno, purgatório e céu parecem diferir da mesma forma que o desespero, o semidesespero e a segurança.
29. E quem é que sabe se todas as almas no purgatório querem ser resgatadas, como na história contada a respeito de São Severino e São Pascoal?
17. Parece desnecessário, para as almas no purgatório, que o horror diminua na medida em que cresce o amor. 18. Parece não ter sido provado, nem por meio de argumentos racionais nem da Escritura, que elas se encontrem fora do estado de mérito ou de crescimento no amor. 19. Também parece não ter sido provado que as almas no purgatório estejam certas de sua bem-aventurança, ao menos não todas, mesmo que nós, de nossa parte, tenhamos plena certeza disso.
30. Ninguém tem certeza da veracidade de sua contrição, muito menos de haver conseguido plena remissão. 31. Tão raro como quem é penitente de verdade é quem adquire autenticamente as indulgências, ou seja, é raríssimo. 32. Serão condenados eternamente, juntamente com seus mestres, aqueles que se julgam seguros de sua salvação por meio de carta de indulgência.
20. Portanto, por remissão plena de todas as penas, o papa não entende sim plesmente todas, mas somente aquelas que ele mesmo impôs.
33. Deve-se ter muita cautela com aqueles que dizem serem as indulgências do papa aquela inestimável dádiva de Deus pela qual a pessoa é reconciliada com ele.
21. Erram, portanto, os pregadores de indulgências que afirmam que a pessoa é absolvida de toda pena e salva pelas indulgências do papa.
34. Pois aquelas graças das indulgências se referem somente às penas de satisfação sacramental, determinadas por seres humanos.
22. Com efeito, ele não dispensa as almas no purgatório de uma única pena que, segundo os cânones, elas deveriam ter pago nesta vida.
35. Os que ensinam que a contrição não é necessária para obter redenção ou indulgência, estão pregando doutrinas incompatíveis com o cristão.
10. Agem mal e sem conhecimento de causa aqueles sacerdotes que reservam aos moribundos penitências canônicas para o purgatório.
23. Se é que se pode dar algum perdão de todas as penas a alguém, ele, certamente, só é dado aos mais perfeitos, isto é, pouquíssimos.6
11. Essa disputa de transformar a pena canônica em pena do purgatório parece ter sido semeada enquanto os bispos certamente dormiam.
24. Por isso, a maior parte do povo está sendo necessariamente ludibriada por essa magnífica e indistinta promessa de absolvição da pena.
36. Qualquer cristão que está verdadeiramente contrito tem remissão plena tanto da pena como da culpa, que são suas dívidas, mesmo sem uma carta de indulgência.
12. Antigamente se impunham as penas canônicas não depois, mas antes da absolvição, como verificação da verdadeira contrição.
25. O mesmo poder que o papa tem sobre o purgatório de modo geral, qualquer bispo e cura tem em sua diocese e paróquia em particular.
13. Pela morte, os moribundos pagam
26. O papa faz muito bem ao dar
7. Deus não perdoa a culpa de qualquer pessoa sem, ao mesmo tempo, zzzsujeitá-la, em tudo humilhada, ao sacerdote, seu vigário. 8. Os cânones penitenciais são impostos apenas aos vivos; segundo os mesmos cânones, nada deve ser imposto aos moribundos. 9. Por isso, o Espírito Santo nos beneficia por meio do papa quando este, em seus decretos, sempre exclui a circunstância da morte e da necessidade.4
37. Qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, participa de todos os benefícios de Cristo e da Igreja, que são dons de Deus, mesmo sem carta de indulgência. 38. Contudo, o perdão distribuído pelo papa não deve ser desprezado, pois – como disse – é uma declaração da remissão divina.
39. Até mesmo para os mais doutos teólogos é dificílimo exaltar simultaneamente perante o povo a liberalidade de indulgências e a verdadeira contrição. 40. A verdadeira contrição procura e ama as penas, ao passo que a abundância das indulgências as afrouxa e faz odiá-las, ou pelo menos dá ocasião para tanto. 41. Deve-se pregar com muita cautela sobre as indulgências apostólicas, para que o povo não as julgue erroneamente como preferíveis às demais boas obras do amor. 42. Deve-se ensinar aos cristãos que não é pensamento do papa que a compra de indulgências possa, de alguma forma, ser comparada com as obras de misericórdia.7 43. Deve-se ensinar aos cristãos que, dando ao pobre ou emprestando ao necessitado, procedem melhor do que se comprassem indulgências. 44. Ocorre que por meio da obra de amor cresce o amor e a pessoa se torna melhor, ao passo que com as indulgências ela não se torna melhor, mas apenas mais livre da pena. 45. Deve-se ensinar aos cristãos que quem vê um carente e o negligencia para gastar com indulgências obtém para si não as indulgências do papa, mas a ira de Deus. 46. Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem bens em abundância, devem conservar o que é necessário para sua casa e de forma alguma desperdiçar dinheiro com indulgência. 47. Deve-se ensinar aos cristãos que a compra de indulgências é livre e não constitui obrigação. 48. Deve ensinar-se aos cristãos que, ao conceder perdões, o papa tem mais desejo (assim como tem mais necessidade) de oração devota em seu favor do que do dinheiro que se está pronto a pagar. 49. Deve-se ensinar aos cristãos que as indulgências do papa são úteis se não depositam sua confiança nelas, porém, extremamente prejudiciais se perdem o temor de Deus por causa delas. 50. Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa soubesse das exigências descabidas dos pregadores de indul-
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gências, preferiria reduzir a cinzas a Basílica de S. Pedro a edificá-la com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas. 51. Deve-se ensinar aos cristãos que o papa estaria disposto – como é seu dever – a dar do seu dinheiro àqueles muitos de quem alguns pregadores de indulgências extorquem ardilosamente o dinheiro, mesmo que para isto fosse necessário venx 52. Vã é a confiança na salvação por meio de cartas de indulgências, mesmo que o comissário ou até mesmo o próprio papa desse sua alma como garantia pelas mesmas. 53. São inimigos de Cristo e do papa aqueles que, por causa da pregação de indulgências, fazem calar por inteiro a Palavra de Deus nas demais igrejas. 54. Ofende-se a Palavra de Deus quando, em um mesmo sermão, se dedica tanto ou mais tempo às indulgências do que a ela. 55. A atitude do papa necessariamente é: se as indulgências (que são o menos importante) são celebradas com um toque de sino, uma procissão e uma cerimônia, o evangelho (que é o mais importante) deve ser anunciado com uma centena de sinos, procissões e cerimônias. 56. Os tesouros da Igreja, a partir dos quais o papa concede as indulgências, não são suficientemente mencionados nem conhecidos entre o povo de Cristo. 57. É evidente que eles, certamente, não são de natureza temporal, visto que muitos pregadores não os distribuem tão facilmente, mas apenas os ajuntam. 58. Eles tampouco são os méritos de Cristo e dos santos, pois estes sempre operam, sem o papa, a graça do ser humano interior e a cruz, a morte e o inferno do ser humano exterior.
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o santíssimo evangelho da glória e da graça de Deus. 63. Mas esse tesouro é certamente o mais odiado, pois faz com que os primeiros sejam os últimos. 64. Em contrapartida, o tesouro das indulgências é certamente o mais benquisto, pois faz dos últimos os primeiros. 65. Portanto, os tesouros do evangelho são as redes com que outrora se pescavam homens possuidores de riquezas. 66. Os tesouros das indulgências, por sua vez, são as redes com que hoje se pesca a riqueza dos homens. 67. As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como as maiores graças realmente podem ser entendidas como tais, na medida em que dão boa renda. 68. Entretanto, na verdade, elas são as graças mais ínfimas em comparação com a graça de Deus e a piedade da cruz. 69. Os bispos e curas têm a obrigação de admitir com toda a reverência os comissários de indulgências apostólicas. 70. Têm, porém, a obrigação ainda maior de observar com os dois olhos e atentar com ambos os ouvidos para que esses comissários não preguem os seus próprios sonhos em lugar do que lhes foi incumbidos pelo papa. 71. Seja excomungado e amaldiçoado quem falar contra a verdade das indulgências apostólicas. 72. Seja bendito, porém, quem ficar alerta contra a devassidão e licenciosidade das palavras de um pregador de indulgências. 73. Assim como o papa, com razão, fulmina aqueles que, de qualquer forma, procuram defraudar o comércio de indulgências,
59. São Lourenço disse que os pobres da Igreja são os tesouros da mesma, empregando, no entanto, a palavra como era usada em sua época.
74. muito mais deseja fulminar aqueles que, a pretexto das indulgências, procuram fraudar a santa caridade e verdade.
60. É sem temeridade que dizemos que as chaves da Igreja, que foram proporcionadas pelo mérito de Cristo, constituem esses tesouros.
75. A opinião de que as indulgências papais são tão eficazes a ponto de poderem absolver um homem mesmo que tivesse violentado a mãe de Deus, caso isso fosse possível, é loucura.
61. Pois está claro que, para a remissão das penas e dos casos especiais, o poder do papa por si só é suficiente. 62. O verdadeiro tesouro da Igreja é
76. Afirmamos, pelo contrário, que as indulgências papais não podem anular sequer o menor dos pecados venais no que se refere à sua culpa.
77. A afirmação de que nem mesmo São Pedro, caso fosse o papa atualmente, poderia conceder maiores graças é blasfêmia contra São Pedro e o papa. 78. Dizemos contra isto que qualquer papa, mesmo São Pedro, tem maiores graças que essas, a saber, o evangelho, as virtudes, as graças da administração (ou da cura), etc., como está escrito em 1 Coríntios 12. 79. É blasfêmia dizer que a cruz com as armas do papa, erguida como bandeira, eqüivale à cruz de Cristo. 80. Terão que prestar contas os bispos, curas e teólogos que permitem que semelhantes sermões sejam difundidos entre o povo. 81. Essa licenciosa pregação de indulgências faz com que não seja fácil nem para os homens doutos defender a dignidade do papa contra calúnias ou questões, sem dúvida argutas, dos leigos. 82. Por exemplo: Por que o papa não esvazia o purgatório por causa do santíssimo amor e da extrema necessidade das almas – o que seria a mais justa de todas as causas –, se redime um número infinito de almas por causa do mortal dinheiro para a construção da basílica – que é uma causa tão insignificante? 83. Do mesmo modo: Por que se mantêm os funerais e os aniversários dos falecidos e por que ele não restitui ou permite que se recebam de volta as doações efetuadas em favor deles, visto que já não é justo orar pelos redimidos? 84. Do mesmo modo: Que nova piedade de Deus e do papa é essa que, por causa do dinheiro, permite ao ímpio e inimigo redimir uma alma piedosa e amiga de Deus, mas não a redime por causa da necessidade da mesma alma piedosa e dileta por amor gratuito? 85. Do mesmo modo: Por que os cânones penitenciais – de fato e por desuso já há muito revogados e mortos – ainda assim são redimidos com dinheiro, pela concessão de indulgências, como se ainda estivessem em pleno vigor? 86. Do mesmo modo: Por que o papa, cuja fortuna hoje é maior do que a dos mais ricos, não constrói com seu próprio dinheiro ao menos uma basílica de São Pedro, em vez de fazê-lo com o dinheiro dos pobres fiéis? 87. Do mesmo modo: O que é que o
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papa perdoa e concede àqueles que, pela contrição perfeita, têm direito à plena remissão e participação? 88. Do mesmo modo: Que benefício maior se poderia proporcionar à Igreja do que se o papa, assim como agora o faz uma vez, da mesma forma concedesse essas remissões e participações cem vezes ao dia a qualquer dos fiéis? 89. Já que, com as indulgências, o papa procura mais a salvação das almas do que o dinheiro, por que suspende as cartas e indulgências, outrora já concedidas, se são igualmente eficazes? 90. Reprimir esses argumentos muito perspicazes dos leigos somente pela força, sem refutá-los apresentando razões, significa expor a Igreja e o papa à zombaria dos inimigos e fazer os cristãos infelizes. 91. Se, portanto, as indulgências fossem pregadas em conformidade com o espírito e a opinião do papa, todas essas objeções poderiam ser facilmente respondidas e nem mesmo teriam surgido.8 92. Portanto, fora com todos esses profetas que dizem ao povo de Cristo “Paz, paz!” sem que haja paz! 93. Que prosperem todos os profetas que dizem ao povo de Cristo “Cruz! Cruz!” sem que haja cruz! 94. Devem-se exortar os cristãos a que se esforcem por seguir a Cristo, seu cabeça, através das penas, da morte e do inferno. 95. E que confiem entrar no céu passando por muitas tribulações, e não por meio da confiança da paz. Wittenberg, 31 de outubro de 1517
1 Adaptado de http://www.espacoacademico.com.br/034/34tc_lutero.htm 2 Para Lutero, “penitência”. 3 Lutero não rejeitava ainda o papado, com se verá em outras teses. 4 Ver nota 2. 5 A doutrina reformada, posteriormente desenvolvida, haveria de rejeitar como antibíblica a doutrina do purgatório. 6 Mesmo o benefício da dúvida, aqui encontrado, não seria admitido posteriormente. 7 Lutero ainda tinha nessa época a ilusão de poder poupar o papado. 8 De novo, a tentativa de preservar o papa.
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MISSÕES
Timor-Leste, uma porta aberta Emma Castro
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uma jovem nação que obteve a sua independência depois de uma luta contra a Indonésia que durou 24 anos. Durante os 450 anos antes, Timor foi colônia de Portugal, daí a ligação com esta nação e a ligação com os países lusófonos, como o Brasil. Sua população atual é de 1,1 milhão de habitantes. Depois da independência, é notável o rápido aumento populacional, pois se encontra entre as nações com os mais altos índices de natalidade do mundo. Milhares de timorenses morreram durante a luta pela libertação. No dia 30 de agosto de 1999 houve um referendo e 78% da população votou pela independência. A partir daí a Indonésia saiu do território, e a ONU assumiu a liderança do país. Governou por dois anos e entregou o poder para os timorenses no dia 20 de maio de 2002. A religião predominante é o catolicismo romano. Cerca de 95% da população se diz católica, mas a maioria tem práticas animistas, semelhantes aos índios brasileiros. Os protestantes são cerca de 4%, mas há também muitos cristãos nominais. O número de comprometidos com o Senhor Jesus é ainda menor. As outras religiões somadas alcançam apenas 1% da população.
Atualmente a situação sócio-política está controlada, o que tem gerado grandes investimentos, especialmente na construção. No território de 14.874 Km² encontram-se 23 línguas maternas, faladas nos 13 distritos do país. O Português e o Tétum são as línguas oficiais. No entanto a população que cresceu no tempo do domínio da Indonésia fala o indonésio. Devido às atividades da ONU, nos primeiros anos da independência e mais a pressão da Austrália, muitos timorenses falam inglês. O português foi reintroduzido pouco a pouco e hoje é usado em todo sistema escolar em Timor, desde o primeiro contato com a escola até a universidade se usa a língua portuguesa, como língua de ensino. No entanto, a maioria da população ainda não fala português. Tem havido um grande esforço do governo e de países como Portugal e Brasil, para que a população possa falar português. APMT no Timor Leste No ano 2003 a APMT enviou uma família missionária para a capital do país, Díli, a família do Rev. Celso Dias, com o “Projeto Sol Nascente”. O projeto contemplou oferecer durante a semana cursos de português na garagem da casa dos missionários. “Entrega-
mos certificados para mais de uma centena de estudantes e pudemos ensinar português para várias centenas de alunos”, contou o Rev. Celso. Por mais de nove anos o missionário manteve um programa radial de uma hora, todos os domingos. O programa tinha um conteúdo eminentemente evangelístico e alcançou muitos lares. Porém a plantação da Igreja Evangélica Presbiteriana de Díli foi o maior foco do ministério. “A igreja em Díli tem caminhado bem, inclusive estamos construindo o templo. Primeiro levantamos o muro cercando terreno e agora já começamos a construção do templo, o que nos alegra muito”, explicou o missionário. Para esta construção, o terreno foi adquirido com uma oferta enviada pela APMT e completada pela Igreja Presbiteriana da Austrália. Um membro
de igreja que trabalha no governo conseguiu os recursos construir o muro. Esta igreja começou a se reunir em um grupo pequeno de estudo bíblico, desde fevereiro de 2009, nas dependências de uma universidade. O Rev. Celso expressou: “Deus abençoou e o grupo foi crescendo e se consolidando. Depois fomos expulsos, devido à pressão indireta da igreja católica, por isso passamos a nos reunir debaixo de uma tenda. A Leiliane, minha esposa, durante todo o tempo ensinou a Bíblia para as crianças da igreja”. A nova igreja tem crescido e dado muitos frutos. Hoje se reúne um grupo de 80 e 100 pessoas, contando com as crianças, jovens e adultos. Além das atividades aos domingos, há reuniões nos lares durante a semana, para estudos bíblicos e oração. Uma das maiores alegrias
do missionário é ver que dois pastores nacionais com uma boa formação teológica estão liderando a igreja. O pastor Carlos Marçal é formado na Indonésia e também tradutor da Bíblia para língua Tétum. “Nós enviamos ao Brasil o jovem Krisensio de Oliveira, timorense, para seu preparo teológico no Seminário. Ele estudou no Seminário Teológico Presbiteriano Rev. Denoel Nicodemus Eler, de Belo Horizonte, MG e retornou para Díli, foi ordenado pastor e assumiu o meu lugar como pastor da igreja porque eu estou redirecionando meu projeto e ministério”, explicou o missionário Rev. Celso Dias que continuará como missionário da APMT, mas em outro projeto. Muito trabalho ainda precisa ser realizado neste país, um deles é o desafio da tradução da Bíblia para as línguas faladas na região. O Rev. Jessé Fogaça e família, depois de vários anos de estudo e preparo missionário para atuar na tradução da Bíblia, seguiram para Timor-Leste no dia 7 de agosto passado. Entre em contato com os missionários para saber mais sobre seus projetos. Rev. Celso Dias celsodiasalves@yahoo. com.br Rev. Jessé Fogaça jessefogaca@apmt.org.br
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DEDICAÇÃO NA OBRA
Contribuindo para um serviço melhor Emma Castro
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Escola de Enfermagem ABC Myrthes Silva, comemora 40 anos de fundação, servindo a Deus e à sociedade, em São Bernardo do Campo, SP. Nos dias 20 a 23 de maio passado foi celebrada a XXXVII Semana da Enfermagem. No culto de gratidão a Deus pelo aniversário da escola o Rev. Donizete Rodrigues Ladeia, pastor da 1ª IP em São Bernardo, SP, pregou, comparando os alunos formados na escola a flechas lançadas à sociedade para servir com a sua profissão. A escola já formou 16.412 alunos, entre eles missionários que hoje estão servindo em diferentes lugares do mundo, em tribos indígenas, com os ribeirinhos na Amazônia, em países africanos e na Índia, onde além de levar o evangelho também servem à comunidade com a sua profissão. Atualmente a escola tem 603 alunos cursando as diferentes propostas de formação que são oferecidos. De acordo com a proprietária da escola, Dona Myrthes Silva, muitos alunos são favorecidos com bolsas de estudo, inclusive alguns indígenas e estrangeiros. Já passaram pelas salas de aula quatro indígenas, quatro paraguaias e duas angolanas que já retornaram para seus paí-
D. Myrthes Silva, diretora e proprietária da escola
ses. Atualmente mais duas angolanas são alunas do curso de Técnico de Enfermagem. Muitos deles já foram favorecidos inclusive com hospedagem. “Na cidade, todos sabem que a escola é confessional, é evangélica. Temos a disciplina Bioética que tem os seus fundamentos nos princípios cristãos. Nessa disciplina enfatizamos a necessidade do cuidado espiritual do paciente. Usamos o material da Eleny Vassão, capelã titular da IPB”, contou a diretora. Na formatura todos os alunos recebem o Novo Testamento branco com o símbolo da enfermagem que é uma lâmpada, doado pelos Gideões. Dona Myrthes, diretora e proprietária da escola, sempre foi muito envolvida nos trabalhos da SAF. Assumiu vários cargos na diretoria da CNSAF, sendo presiden-
te no período 1994 a 1998. “Na minha gestão como presidente da CNSAF visitamos todos os campos missionários da JMN – Junta de Missões Nacionais, e da antiga JME – Junta de Missões Estrangeiros, que hoje é a APMT – Agência Presbiteriana de Missões Transculturais. Nas nossas viagens vimos que os campos tinham o trabalho de SAF, mas não eram registradas. Durante nossas visitas também fazíamos treinamentos para a organização e o desenvolvimento do trabalho feminino e a evangelização. Sempre levamos doações para todos os campos visitados”, recordou a ex-presidente. Nos finais de semana, o prédio da escola de enfermagem é emprestado para pessoas que desenvolvem projetos de recuperação de viciados, cursos bíblicos,
cursos de capelania hospitalar, e discipulado. Dona Myrthes se entusiasma: “Me emociona ver quatro salas de aula com essas pessoas estudando a Palavra para evangelizar outros”. “A enfermagem é uma das profissões mais nobres, pois é a enfermeira que está com o paciente no acender e no apagar das luzes. Na hora de nascer e na hora de morrer, sempre há uma enfermeira junto. Por isso é bom que a enfermeira fale do amor de Deus e da salvação através de Jesus.
Os demais profissionais fazem a sua função, entram e saem, mas a enfermagem está sempre perto do paciente” acrescentou. Quem estiver se preparando para servir como missionária em algum campo e deseja se preparar na área da enfermagem, pode entrar em contato com a escola e solicitar uma bolsa de estudo. Visite o site, conheça melhor a proposta da escola e entre em contato: www.enfermagemabc. com.br
Bodas de Prata
O Rev. Elmir Batista Pereira e sua esposa Sandra Ross Pereira completaram dia 09 de julho 25 anos de um abençoado casamento. A essa alegria foram adicionados calorosos abraços de suas filhas amadas e de toda Igreja Presbiteriana de Santa Rita do Sapucaí/MG. Ao presbítero Décio coube o privilégio de agradecer a Deus essas bênçãos, com palavras de afeto que muito emocionaram o casal. Eloah Franco Azevedo Nascimento
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FALECIMENTOS Ary Barbosa Martins Alderi Souza de Matos
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o dia 30 de junho de 2013, faleceu em Limeira (SP), aos 89 anos, esse conhecido ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil. Há um bom tempo ele vinha padecendo de uma enfermidade no sistema digestivo. Nos seus últimos dias, disse à filha com quem residia que estava indo de casa para o hospital e do hospital “para o céu”. Cerca de vinte pastores estiveram presentes no culto de gratidão por sua vida, tendo falado brevemente os Revs. Jonas Zulske, Nilton Tomazini, Wadislau Martins Gomes, Heber Carlos de Campos Júnior e outros. O Rev. Ary pertencia a uma das mais antigas famílias presbiterianas do Brasil. Seu bisavô materno, o fazendeiro Jerônimo Martins Coelho (1830-1907), era mineiro de Borda da Mata. Ele e a esposa Martiniana foram recebidos por profissão de fé pelo Rev. João Fernandes Dagama e estiveram entre os fundadores da IP de Três Saltos, em Torrinha (SP). O avô paterno, Isidoro Manoel Martins (1851-1903), natural de Sorocaba, foi ovelha do Rev. Antônio Pedro de Cerqueira Leite. Indo para a capital, ele e a esposa Olímpia se tornaram membros da IP de São Paulo, da qual Isidoro foi diácono e presbítero. Construiu o internato masculino da Escola Americana e o edifício do Seminário Presbiteriano, na Rua Maranhão. Entre seus descendentes estão o Rev. Moisés Martins Aguiar (primo de Ary) e os Revs. Otávio Nogueira Martins e Wadislau Martins Gomes (sobrinhos). Ary Barbosa Martins nasceu no dia 01.06.1924, em Santa Cruz do Rio Pardo (SP), sendo seus pais o presbítero Cornélio Martins e D. Alice Barbosa Martins. Era o décimo terceiro de quinze irmãos. Foi batizado na infância por seu cunhado Rev. Sátilas do Amaral Camargo, casado em 1927 com sua irmã Edite. Sátilas pastoreou por muitos anos a 1ª IPI de Curitiba. Ary fez os cursos primário (1932-35), secundário (1937-41) e de magistério (1942-43) na escola de aplicação anexa à Escola Normal Dr. Francisco Tomás de Carvalho, em Casa Branca. Foi recebido por profissão de fé na igreja presbiteriana dessa cidade, em janeiro de 1944, pelo Rev. Teodomiro Emerique. A seguir, deu continuidade aos estudos no Colégio Anglo-Latino, em São Paulo (1945-47). Também estudou na União Cultural Brasil-Estados Unidos e na Aliança Francesa, na capital paulista. Nessa época, foi professor de matemática no Senai. Em 1948, ingressou no Seminário Presbiteriano do Sul, em Campinas, formando-se no final de 1951. Era exímio taquígrafo, o que lhe foi de grande utilidade nos estudos. Teve como mestres
os Revs. Filipe Landes, Guilherme Kerr, Herculano de Gouvêa Júnior, Jorge Goulart, Júlio Andrade Ferreira e Waldyr Carvalho Luz. Foi licenciado pelo Presbitério de São Paulo em 20.01.1952, na IP de São Miguel Paulista, e ordenado no dia 01.02.1953, pelo mesmo concílio, na IP do Brás. Em 13.02.1954, na cidade de Campos dos Goitacazes (RJ), casou-se com Dulce de Ribeiro Barcellos, nascida em 27.09.1926, em Campos, cujo pai era engenheiro e fazendeiro. O casal teve três filhas: Cláudia de Barcellos Martins (12.12.1954), nascida em Campos; Marta de Barcellos Martins (28.06.1958), nascida no Rio de Janeiro, e Alzira Margaret de Barcellos Martins (09.03.1963), nascida em Campinas. O Rev. Ary pastoreou as seguintes igrejas: IP de São Miguel Paulista e IP de Ermelino Matarazzo (janeiro de 1952 a setembro de 1959); IP do Jardim Guanabara, em Campinas (setembro de 1959 a janeiro de 1964); IP de Limeira (janeiro de 1964 a janeiro de 1995). Foi membro dos Presbitérios de São Paulo, Campinas e Limeira, tendo sido presidente dos dois últimos e do Sínodo de Campinas. Organizou as igrejas do Jardim Santana e do Jardim São Paulo, em Limeira, e a IP de Cordeirópolis. Foi jubilado mediante resolução da CE/SC em 15.03.1995, sendo o culto de jubilação realizado na IP de Limeira no dia 05.02.1996, na abertura da reunião do Presbitério de Limeira. Sua valorosa companheira, D. Dulce de Barcellos Martins, faleceu aos 83 anos no dia 13.02.2009. Dotada de um temperamento ao mesmo tempo forte e sensível, foi grande incentivadora do trabalho pastoral do marido, acompanhando-o nas visitas, praticando a hospitalidade e servindo como líder das senhoras, organista e incansável evangelista. Era professora e mais tarde se formou em Letras pela Faculdade Metodista de Piracicaba. O falecido pastor deixa três filhas e duas netas. Cláudia é ortodontista. Marta é tecnóloga em construção civil e professora de inglês. É casada com o presbítero Daniel Razzo e tem duas filhas, Beatrice e Carolyne, que estudam nos Estados Unidos. A caçula Alzira Margaret (Meg) é formada em Letras. As duas primeiras frequentam a IP Aliança, em Limeira, pastoreada pelo Rev. Heber Júnior. Marta descreve o pai como um homem íntegro, temente a Deus, servidor da igreja, solidário com os sofredores e dotado de grande firmeza diante das provações que enfrentou na vida pessoal e ministerial. Suas contribuições à coletividade foram reconhecidas mediante o título de Cidadão Limeirense. Dentro em breve será lançado um valioso livro de sermões de sua autoria, intitulado “Respigando em meu celeiro”.
Dr. Waldyr Carvalho Luz
E
Alderi Souza de Matos
ste ilustre ministro, professor e intelectual presbiteriano faleceu no dia 28 de agosto de 2013, aos 96 anos, no Centro Médico de Campinas, onde estava internado. Seu sepultamento foi realizado na manhã seguinte, no Cemitério Flamboyant, sendo a cerimônia dirigida pelo Rev. Fernando Teixeira Arantes, pastor da IP do Jardim Guanabara. Também fizeram uso da palavra os Revs. Bezaliel Fausto Botelho, Adão Carlos Nascimento, Silas de Campos, Natanael Leitão, Alderi Matos e Sebastião Boeira Júnior, que destacaram alguns aspectos relevantes de uma vida extraordinária e serviçal. Waldyr Luz nasceu no dia 18 de março de 1917 em Curitibanos, pequena cidade do oeste catarinense, sendo o filho primogênito de Mathurino Luz e Adelaide Carvalho, um casal católico. Mediante contatos com os missionários presbiterianos Harry Preston Midkiff e Lathan Wright, os pais ficaram sabendo do Instituto Cristão de Castro, no Paraná, para onde enviaram o inteligente menino a fim de concluir os estudos secundários. Nessa notável instituição, ele se converteu a Cristo em agosto de 1934, e um mês depois sentiu o chamado para o ministério. Em fevereiro de 1935 ingressou no Curso Universitário José Manoel da Conceição, em Jandira (SP), outra escola de grande valor. Foi recebido por profissão de fé e batismo em 7 de agosto de 1938, na Igreja Presbiteriana Unida de São Paulo, pelo Rev. Miguel Rizzo Júnior, famoso pregador da época. A seguir, estudou por três anos no Seminário Presbiteriano do Sul, em Campinas, formando-se em 13 de novembro de 1942. Foi ordenado pelo Presbitério Norte do Paraná no dia 23 de janeiro de 1944, em Piraí do Sul. Nesse ano e em parte de 1945, realizou trabalho missionário em Mato Grosso e Goiás, a serviço da Missão Brasil Central, sua mantenedora, partindo em seguida para os Estados Unidos. Obteve os graus de mestrado e doutorado em teologia no Seminário Teológico de Princeton (1945-1948), em Nova Jersey. Em 1949, passou a lecionar no Seminário de Campinas, onde também seria deão e bibliotecário por muitos anos. Em 30 de novembro de 1949, casou-se com a jovem Amélia Stephan, nascida em 1º de junho de 1924, no Líbano. Sua família havia emigrado para o Brasil, indo residir em Cuiabá. Mais tarde, Amélia lecionou na Escola de Línguas, em Campinas, onde os missionários estrangeiros aprendiam o idioma português. Dr. Waldyr foi professor de línguas originais e exegese por 25 anos, tendo como colegas, entre outros, os Revs. Guilherme Kerr, Jorge Goulart, Herculano de Gouvêa Júnior, Filipe Landes, Júlio Andrade Ferreira, Américo Ribeiro, Wilson Castro Ferreira e Odayr Olivetti. Em 30 de maio de 1972, seu título de Doutor em Teologia foi convalidado
como Ph.D. (Doutor em Filosofia). Por causa das tensões eclesiásticas da época, deixou o seminário no início de 1975, passando a lecionar latim e grego no curso de Letras da Universidade Estadual de Campinas, até se aposentar em 1987. Também exerceu a docência no Instituto Bíblico Palavra de Vida, em Atibaia. A seguir, voltou a lecionar por alguns anos no Seminário do Sul. Foi jubilado em 1989. Escreveu amplamente nos jornais da igreja, como O Puritano e Brasil Presbiteriano. Traduziu para o português as Institutas de Calvino, sendo os dois primeiros volumes lançado no dia 31 de outubro de 1985 (os outros dois o foram em 1989). Seu Manual de Grego, em três volumes, foi publicado em 19 de abril de 1991. Escreveu ainda uma valiosa autobiografia, Nem General nem Fazendeiro, Ministro do Evangelho (1994), e John Knox: O Patriarca do Presbiterianismo (1999). Em 25 de outubro de 1991, a Universidade Mackenzie lhe conferiu o título de “Professor Emérito”, embora ele nunca tenha lecionado na instituição. Esse título era outorgado anualmente a um educador de destaque. Em 7 de outubro de 1992, a direção do Seminário de Campinas concedeu-lhe o Diploma de Honra ao Mérito, a mais alta distinção da casa, e em 1996 ele recebeu o título de Cidadão Campineiro. Em 1998, o Seminário de Princeton comemorou o cinquentenário de seu doutoramento em teologia, tendo ele sido o primeiro latino-americano a conquistar esse grau acadêmico. Dr. Waldyr sempre se destacou por sua grande inteligência e cultura, sendo conhecedor de mais de dez idiomas antigos e modernos, além de dominar muitas outras áreas do conhecimento. Estudioso, articulado e metódico, deu valiosas contribuições à educação teológica no âmbito da IPB, tendo ajudado a preparar um grande número de pastores. Era adepto da teologia reformada clássica e sempre defendeu de maneira enfática as suas convicções. Por muitos anos, foi um forte simpatizante do ministério feminino. Nas relações pessoais, era extremamente simpático e cordial, sendo também lembrado pelas pequenas pausas que fazia ao tecer comentários perspicazes e bemhumorados sobre grande variedade de temas. O casal Luz teve dois filhos: Waddell (16.10.1951) e Lýsis (04.06.1955). Waddell formou-se em Economia pela Unicamp e está aposentado. Frequenta a IP do Jardim Guanabara. É casado com Rosana Helena Aparecida Rochetti e tem dois filhos: Tatiane, com 19 anos, e Gustavo, com 15. Lýsis formouse em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas e trabalha no setor de moda. Foi casada com Joaquim Azambuja, já falecido. Aos 89 anos, Dona Amélia mantémse firme em sua fé, guardando no coração as gratas recordações de uma longa vida ao lado do digno e brilhante esposo.
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Dia das Crianças terá comemoração no MuBi D. Alzira Helena Valim Ferreira
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Alderi Souza de Matos
as últimas horas do dia 10 de setembro de 2013, após breve enfermidade, faleceu em Campinas essa valorosa mulher presbiteriana, aos 96 anos de idade. Alzira nasceu na Fazenda Graminha, em São João da Boa Vista (SP), em 4 de março de 1917. Era a filha primogênita de Antenor Diogo Valim e Albertina Helena Valim, e teve cinco irmãos (Geraldo, João, José, Oliveiros e Roldão) e quatro irmãs (Helena, Zulmira, Nati e Azená). Quando o pai enviuvou, “Ilinha”, como era conhecida dos íntimos, assumiu a direção da casa e cuidou das duas irmãs menores. A família recebeu a salutar influência da Igreja Presbiteriana de São João da Boa Vista e seus pastores. No dia 26 de janeiro de 1938, aos vinte anos, Alzira se casou com o Rev. Júlio Andrade Ferreira, natural da mesma região, que havia sido ordenado há um ano. Por nove anos, eles residiram na cidade de Franca, onde Júlio iniciou o seu ministério. Em 1947, transferiramse para Campinas, onde haveriam de permanecer o restante de suas vidas. Júlio, que em 1942 havia sido nomeado historiador da IPB, em 1946 foi eleito pelo Supremo Concílio para a cátedra de teologia sistemática do Seminário Presbiteriano do Sul. A essa altura, já haviam nascido os filhos Éder (06.05.1939) e Elson (25.03.1945). Eliane nasceu em 12.12.1947. Alzira diplomou-se no curso normal do Instituto de Educação Torquato Caleiro, em Franca, e em canto orfeônico no Conservatório Maestro Julião, em Campinas. Fez cursos de educação cristã nos Seminários Presbiterianos de Princeton e Pittsburgh, nos Estados Unidos, e obteve certificado de proficiência em inglês, da Universidade de Michigan. Foi professora primária, regente do orfeão do Senai, professora de geografia e história do Brasil na Escola de Português e Orientação (para missionários recém-chegados) e professora de inglês no Centro Cultural BrasilEstados Unidos. Foi ainda relações públicas do Centro Áudio Visual Evangélico (Cave), tendo sido redatora do jornal dessa entidade, e membro do conselho consultivo do jornal Louvor Perene. Na compa-
nhia do esposo e de familiares, fez empolgantes viagens aos Estados Unidos, Peru, Equador, Europa e Israel. Sua atuação na igreja presbiteriana foi intensa, no âmbito local, presbiterial, sinodal e nacional. Em 1933, participou pela primeira vez de uma federação de SAFs e em 1954, de um congresso nacional de senhoras. Foi colaboradora da SAF em Revista, onde manteve uma página sobre a terceira idade, e redigiu o histórico do centenário do trabalho feminino, em 1984. Foi uma das organizadoras do acervo histórico da SAF, hospedado no museu que leva o nome do esposo. Produziu o currículo do Departamento do Berço, publicado pela Casa Editora Presbiteriana. Junto com o Rev. Júlio, levou para Campinas o “Encontro de Casais com Cristo”. Na Igreja do Jardim Guanabara, criou o Ministério da Melhor Idade, realizando encontros bimensais, num total de 111. Por último, era secretária de espiritualidade da SAF de sua igreja, dirigindo as devocionais nas reuniões plenárias e departamentais, bem como nas reuniões de oração. Perdeu o esposo, Rev. Júlio Andrade Ferreira, no dia 11.10.2001 e o filho mais velho, o engenheiro e presbítero Éder Valim Ferreira, em 25.01.2011. Deixa a nora Lourdes Teresa Franco Ferreira (viúva de Éder); os filhos Elson Valim Ferreira, casado com Sylvia Martins Ferreira, e Eliane Valim Ferreira de Souza, casada com Adilson Oliveira de Souza; os netos Gabriela, Manuela e Frederico (filhos de Elson) e as bisnetas Izabela, Maria e Clara. O sepultamento de Dona Alzira foi realizado no dia 11 de setembro, às 16 horas, no Cemitério Flamboyant, em Campinas. A tocante cerimônia de despedida foi oficiada pelo Rev. Fernando Teixeira Arantes, pastor da IP do Jardim Guanabara. Também participaram os Revs. Silas de Campos, Adão Carlos Nascimento e Alderi Matos, bem como um coral que entoou belíssimos hinos sobre a esperança cristã. Estiveram presentes muitos familiares, amigos e irmãos em Cristo, que se uniram para agradecer a Deus por essa vida tão generosa, frutífera e inesquecível.
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Dia das Crianças ganhará uma comemoração especial no Museu da Bíblia (MuBi), localizado em Barueri, na Grande São Paulo. Promovido em parceria com a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), o evento terá como tema “Conectado com a Bíblia”, visando apresentar a crianças e adolescentes, com idades entre 3 a 12 anos, maneiras para se conectar com a Bíblia Sagrada nos dias de hoje. A atividade será realizada em 12 de outubro, das 10h às 12h. “Nosso objetivo é levar para esse público a mensagem bíblica de um jeito leve e atraente. Para isto, foram preparadas diversas atividades como brincadeiras educativas e interativas, narração de histórias bíblicas, além de uma encenação musical, com foco no tema”, adianta o diretor do MuBi, Erní Seibert. Para participar, é preciso confirmar presença pelos telefones (11) 41686225/4168-5849, ramais 20 e 29, ou ainda pelo e-mail museu@sbb.org.br. As vagas são limitadas.
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RESENHA
Não ao evangelho fast food Marcelo Smeets
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que é necessário para que uma pessoa se torne membro de uma igreja evangélica? Em alguns casos será necessário cursar uma classe de catecúmenos por alguns meses, em outros bastará que a pessoa atenda a um apelo feito pelo pregador da noite e vá à frente para que posteriormente tenha uma breve conversa com um líder da igreja e seja batizado no domingo seguinte. Tirando os extremos, vemos que mesmo em igrejas consideradas históricas o tempo de duração de uma classe de catecúmenos se torna cada vez menor. Parece haver pressa para que a pessoa seja batizada e se torne membro. Tendo uma pessoa passado pelo processo de batismo e profissão de fé, e demonstrando ter dons, possivelmente logo receberá um convite para se tornar professor de escola dominical ou para fazer parte do grupo de louvor ou até mesmo dirigilo. Mas que instrução e conhecimento bíblico essa pessoa recebeu? Estaria apto a ensinar quem ainda não aprendeu muitos dos princípios básicos da fé cristã? Cristãos de modo geral e principalmente líderes, professores de escola dominical e dirigentes
de louvor precisam estar muito bem alicerçados na Palavra de Deus. Firmados no evangelho – edificando crentes à moda antiga é o titulo do livro de J. I. Packer e Gary A. Parret, publicado pela editora Cultura Cristã, e busca reconduzir o povo de Deus à boa e antiga “velha história”, com “pausa e paciência” (como diz o hino “A velha história”, nº 227 do hinário Novo Cântico). Pois, também como afirma o hino, devemos querer “penetrar à altura do mistério” de que Deus nos pode amar. Segundo os autores, é preciso que retornemos à boa e bíblica prática da catequese, que é “o ministério de fornecer uma fundamentação nos rudimentos do cristianismo para novos fiéis”. A catequese floresceu entre os séculos 2º e 5º na igreja da antiguidade e teve sua prática crescendo e diminuindo ao longo dos séculos. O que informa o primeiro capítulo do livro, que trata de fazer uma introdução à catequese. O segundo capítulo da obra de Packer a Parret deixa claro que catequizar os novos convertidos, que é o ministério rigoroso de firmar e desenvolver o crente na fé cristã, não é somente algo praticado na história da igreja, mas é essencial e principalmente bíblico. Instruir quanto à
Palavra de Deus adequadamente é uma ordenança de Deus presente desde o Antigo Testamento, como é possível ver nos capítulos 6 a 11 de Deuteronômio. Também logo no Salmo 1º vemos que é bem-aventurado o que tem seu prazer na Lei do Senhor e medita nela dia e noite. A palavra catequizar aparece muitas vezes, no Novo Testamento, traduzida por “ensino” ou “instrução”. São apresentados pelos autores vários exemplos de palavras relacionadas à catequese no Novo Testamento para demonstrar seu caráter bíblico. Como a prática da catequese, com seus altos e baixos, aconteceu na história da igreja é assunto do capítulo 3. Considerações muito úteis são feitas no capítulo seguinte, no qual o leitor poderá encontrar fontes e ferramentas para o ministério catequético, que são apresentados dentro de um sistema de fácil memorização e que estruturam o capítulo e conduzem o leitor para “A suma importância do evangelho”, tema do capítulo 5. O evangelho de Jesus Cristo tem de ser a peça central de sua proclamação e, portanto, de sua doutrina, a ser ensinada e transmitida com fidelidade entre seus membros. Sim, o evangelho de Jesus é o foco, mas a igreja também demonstra
que tem testemunhado de Cristo de três maneiras diferentes, em seu ministério de ensino, que são os três grandes resumos da fé – o Credo Apostólico, os Dez Mandamentos e o Pai-Nosso, como se vê no capítulo 6. O ensino básico aos novos cristãos deve ter crescimento e aprofundamento, pois é preciso prosseguir na fé do evangelho, tema do capítulo seguinte. Os crentes não podem imaginar que se “diplomaram” no conhecimento do evangelho. Esse conhecimento deve ser buscado por nós com constância, para que sejamos edificados e aperfeiçoados em Cristo. O capítulo 8 busca auxiliar a definir o que é essencial e o que é secundário ou terciário com relação à doutrina para que se possam definir posições. Nos capítulos finais (9 e 10) encontramos a motivação para passar a agir como igreja que pratica a
catequese e maneiras práticas de colocar isso em funcionamento. A obra conta com dois apêndices. O primeiro traz vários exemplos de hinos catequéticos encontrados na Bíblia e que pode ser muito útil para a prática da catequese. O segundo apresenta recursos para estudos adicionais, mas infelizmente com fontes somente em inglês. O evangelho não é algo que deva ser absorvido como uma refeição barata. Como a obra de Packer e Parret deixa claro, temos de degustar o evangelho como se fosse uma agradável refeição, que levou tempo para ser preparada, com ingredientes muito bem escolhidos, com dedicação, e que nos fortalece, nutre, e nos permite partilhar em comunhão, com grande alegria. Marcelo Smeets é presbítero da 1ª IP de Santo André, SP.
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Consultório Bíblico “Se a Bíblia é nossa regra de fé e prática [e é], por que precisamos da Confissão de Fé?” Odayr Olivetti
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uscando a iluminação do Espírito, inicio lembrando algumas pressuposições que julgo válidas: 1ª. Muitos há que não leem a Bíblia; 2ª. Muitos há que leem a Bíblia como livro meramente humano, ou com olhos do homem natural; 3ª. Muitas vezes são lançados argumentos contra a autoridade especial da Bíblia. Em face disso, embora subalterna em relação à Bíblia, a Confissão de Fé Presbiteriana (de Westminster) é necessária: I. No interesse da pesquisa. Os eruditos, os pastores e todos os interessados em obter maior conhecimento bíblico-doutrinário, pressupondo que estudam a Bíblia, encontram na Confissão de Fé proposições que definem e sumariam ensinamentos da Bíblia. Por exemplo, na pesquisa sobre a doutrina da Trindade Santa e Bendita, ajuda estudar a Confissão de Fé e confrontar o seu ensino com o das Escrituras Sagradas do Antigo e do Novo Testamento (cf. a ordem dos termos em At 17.11: “receberam a Palavra” [ouviram]; examinaram “as Escrituras...). II. No interesse da catequese. O uso das definições e declarações confessionais facilita o trabalho do catequista: aprende o que a Confissão de Fé ensina, e fundamenta esse ensino com a Bíblia. Acresce que o uso da Confissão de Fé pode evitar que o catequista menos avisado ensine erro, e não a verdade. III. No interesse da evangelização bíblica e teologicamente correta. Ao se preparar para a evangelização, o evangelista, leigo ou não, pode e deve fundamentar-se na Bíblia, servindo-se da Confissão de Fé para entender a natureza, a base, a finalidade e as limitações dessa importante obra. Ao selecionar passagens
Aquele que “observar e ensinar” os Seus mandamentos, “será considerado grande no reino dos céus”.
evangelísticas, é preciso que, por exemplo, o evangelista esteja alicerçado na evangelização teocêntrica, e não antropocêntrica. A apreensão de textos da Confissão de Fé pertinentes ajuda tanto os ministros como os leigos. IV. No interesse da apologética. Na defesa da fé, seja em conversas informais, seja em escritos, seja na pregação formal, é utilíssima a fundamentação que a Confissão de Fé propicia. Conclusão: 1. A Confissão de Fé é imperfeita; a Escritura é infalível em seu conteúdo substancial e em seu propósito: “... assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei” (Is 55.11). Portanto, a Confissão de Fé não se iguala à Bíblia. Daí, a Confissão de
Fé não substitui a Bíblia. 2. Palavra final: Tanto no estudo direto da Bíblia como no seu estudo indireto, por meio da Confissão de Fé, é indispensável que o interessado busque, humilde e confiantemente, a unção e a iluminação do Espírito Santo, o real e verdadeiro Autor das Escrituras Sagradas do Antigo e do Novo Testamento. Não demos ocasião para que Cristo nos diga: “Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus” (Mt 22.29). Cuidemos para que o nosso bendito Senhor e Salvador Jesus Cristo possa aplicar a cada um de nós o que Ele disse em Mateus 5.19, no Sermão do Monte: Aquele que “observar e ensinar” os Seus mandamentos, “será considerado grande no reino dos céus”. Glória seja dada ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo!
O Rev. Odayr Olivetti foi pastor presbiteriano, ex-professor de Teologia Sistemática do Seminário Presbiteriano de Campinas, escritor e tradutor. Contribui durante diversos anos com as edições do Brasil Presbiteriano, sendo este, acima, o último texto escrito pelo nobre pastor. Faleceu no mês passado, conforme transcrito na homenagem prestada na edição de setembro.
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Boa Leitura Harmonia das confissões reformadas- Joel Beeke Sinclair Ferguson
importância prática para a vida dos cristãos. O livro contém 432 páginas e custa R$52,80.
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Entretenimento e reflexão Filmes para curtir e pensar
Jornada pela Liberdade
Pela primeira vez, sete importantes confissões produzidas nos séculos 16 e 17 foram harmonizadas em um único volume: Confissão Belga, Catecismo de Heidelberg, Cânones de Dort, Segunda Confissão Helvética, Confissão de Fé de Westminster, Catecismo Maior e Breve Catecismo. Além das Confissões de Fé organizadas em colunas paralelas sob as categorias tradicionais da Teologia Sistemática, o leitor também encontrará uma introdução histórica às Confissões e as respectivas condições sob as quais foram elaboradas. O livro contém 242 páginas e custa R$58,00. O que é teologia reformada- R. C. Sproul Você já ouviu falar sobre Teologia Reformada, mas não está certo quanto ao que isso seja. Algumas referências a ela são positivas, outras negativas. Parece ser algo importante e você gos-
taria de saber mais sobre isso. Mas o que você quer é uma explicação compreensível e completa, não uma simplista. Este não é um livro texto, mas uma introdução acessível às crenças que influenciaram imensamente a igreja evangélica. Neste livro inspirador, R. C. Sproul conduzirá você pelos fundamentos da doutrina reformada e explicará como a fé reformada é centrada em Deus, tem por base a Palavra de Deus e é comprometida com a fé em Cristo. Sproul exporá os cinco pontos da Teologia Reformada e tornará claro para você a realidade da maravilhosa graça de Deus. O livro contém 192 páginas e custa R$39,00.
Justificação pela fé somente- Organizado por Don Kistler A fé bíblica só pode existir na presença da verdade bíblica. Não temos apenas de acolher essas verdades, mas também fazer oposição a qualquer erro que diminua a glória da doutrina da salvação conforme revela¬da na Bíblia. Fazer uma coisa sem a outra é não fazer nenhuma das duas. O livro contém 144 páginas e custa R$16,00.
O ser de Deus e os seus atributos- Heber Carlos de Campos Um esforço para mostrar o que pode ser assimilável do ser divino com base na revelação que ele faz de si mesmo. A ênfase está na análise do ser divino como ele se revela em seus atributos essenciais, numa tentativa de demonstrar a sua
Sobre esses e outros títulos acesse www.editoraculturacrista.com.br ou www.facebook.com/editoraculturacrista ou ligue 0800-0141963
A vida de William Wilberforce (Ioan Gruffudd) é a história de como a perseverança e a fé de um homem mudaram o mundo. Líder do movimento abolicionista britânico, o filme mostra a luta épica para criar a uma lei com o objetivo de acabar com o tráfico negreiro. Durante esta jornada, Wilberforce encontra oposição intensa dos que acreditavam que a escravidão estava diretamente ligada à estabilidade do império britânico. Em seus amigos, incluindo John Newton (Albert Finney), um ex-capitão de navio negreiro que compôs o famoso hino Amazing Grace, encontrou suporte para continuar lutando pela causa.
tos que levaram à Reforma Protestante. O padre do século XVI, que liderou uma revolução na Igreja Cristã. A tensão acelera quando Lutero pendurou suas 95 teses na porta da igreja local em Wittenberg, desafiando assim as licenças de indulgência que muitos dos grandes nomes da igreja, estavam vendendo para a construção da Basílica São Pedro, no Vaticano. Lutero foi levado a Conferência Imperial de Worms. Depois
na presença do imperador Carlos V na Dieta de Worms, Lutero é acusado de heresia, excomungado e punido, tanto pelo imperador como pelo papa Leão X. Ameaçado de morte, e vivendo como um bandido traduziu o Novo Testamento Martinho Lutero do latim para o alemão, para que todos tivessem acesso História dos esforços de a Bíblia. Sua batalha espiriMartinho Lutero de reformar tual se torna sangrenta e a Igreja Católica, sua exco- os agricultores começam a munhão, e os acontecimen- queimar igrejas.