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Brasil Presbiteriano O Jornal Brasil Presbiteriano é órgão oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Ano 53 nº 689 – Abril de 2012

Comissão Executiva do Supremo Concílio CE realizada entre os dias 26 e 30 de março recebeu delegações de igrejas estrangeiras do Japão, Austrália, Índia, África do Sul, Estados Unidos, Paraguai e México, visando uma cooperação de trabalho

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Capelania Evangélica Hospitalar Em viagem ao Nepal, APMT visita iniciativas ministeriais e solidifica parcerias institucionais Página 12

é alvo de ataques por meio de mentiras, intenções questionáveis e egoístas. Página 15

Consultório Bíblico

Onde a Bíblia proíbe fazer jogos de azar? Página 19


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EDITORIAL

Ah, se não fosse o Senhor

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Rev. Alderi Souza de Matos, historiador da IPB, apresenta nesta edição um inspirador relato sobre a família Eller, “antiga e numerosa família presbiteriana” que “descende, em sua maior parte, do imigrante luterano alemão Heinrich Eller (1775-1840)”. Um neto e um bisneto de Heinrich Eller, respectivamente Henrique Eller e Francisco de Paula Eller, foram usados pelo Senhor para ativar a herança evangélica recebida e para levar o presbiterianismo para a região de Alto Jequitibá, no leste de Minas. Ocorreram nessa região, como em outras partes do país, vários episódios em

que a ação da providência divina foi palpável e em que a coragem e dedicação dos pioneiros presbiterianos estiveram à altura dos desafios. Certa vez, o Rev. Matatias Gomes dos Santos se preparava para, na manhã seguinte, sair e pregar em uma fazenda próxima ao Arraial do Caparaó quando foi avisado que deveria desistir da viagem porque haveria tocaia na Serra dos Tavares. Citando O Puritano de 10 de julho de 1940, o Rev. Júlio Andrade Ferreira nos conta esse episódio em sua História da Igreja Presbiteriana do Brasil, que a Cultura Cristã relançará em breve.

Desistir? Nem pensar. O Rev. Matatias e seu grupo partiram de madrugada, passaram pela Serra dos Tavares antes das quatro, mas, logo adiante, numa cerca e diante da porteira, um grupo armado lhes bloqueava a passagem. Matatias, previamente informado, dirigiu-se ao líder do bando chamando-o pelo nome, identificando sua família e sua fazenda, deixando-o constrangido, embaraçado, bem como aos outros que, confusos, deixaram o grupo passar. A volta foi bem planejada, mas ainda assim trouxe novas surpresas. A certa altura o grupo avistou vindo em sua direção um grupo bem grande. Não havia al-

ternativa, senão continuar, mas desta vez eram pessoas de bem, acompanhadas de alguns crentes, que haviam sido informados dos planos dos criminosos e saíram para dar proteção ao Rev. Matatias e seu grupo: “... homens de responsabilidade, católicos romanos amigos nossos e, então, toda a casta de gente, trabalhadores de fazendas, tropeiros, tocadores de burros e, no meio dessa tropa heterogênea, crentes evangélicos – todos bem montados e armados”. Esta é a história que muitos presbiterianos ajudaram a escrever na dependência do Senhor, que esteve ao seu lado sempre.

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FAMÍLIAS PRESBITERIANAS DO BRASIL

Família Eller Alderi Souza de Matos

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ssa antiga e numerosa família presbiteriana descende, em sua maior parte, do imigrante luterano alemão Heinrich Eller (1775-1840), que chegou a Nova Friburgo em 1824. Era casado com Anna Maria Margarethe e teve seis filhos. O primogênito Guilherme Eller (1806-1872), casado com Charlotte Klein, mudouse nos últimos anos de sua vida, em 1868, para Alto Jequitibá, município de Manhuaçu, no leste de Minas. Seu filho mais velho, Henrique Eller, nascido em 1831, insistiu em preservar a herança evangélica que estava sendo abandonada pela maioria dos colonos e começou a buscar um pastor para lhes dar assistência. Em 1897, ao visitar parentes na região de Nova Friburgo, seu filho Francisco de Paula Eller (1877-1973) conheceu o missionário presbiteriano local, Rev. John Merrill Kyle, e o convidou para ir a Jequitibá, o que ocorreu poucos meses depois. No final daquele ano, Henrique Eller construiu uma pequena casa de oração para sediar os cultos. Por iniciativa do Rev. Kyle, em 1901 chegou à localidade o licenciado Matatias Gomes dos Santos, primeiro obreiro presbiteriano a

Rev. Denoel Nicodemos Eller

residir no leste de Minas. No dia 9 de março de 1902, foi organizada a IP de Alto Jequitibá. Entre os primeiros oficiais estavam Manoel Jorge Eller (diácono) e Henrique Pedro Eller (presbítero). Francisco Eller (“Chico Eller”) foi casado em primeiras núpcias com Guilhermina Sathler e em segundas núpcias com Eufrásia Maria César. Residiu em muitos locais, nos quais contribuiu para o surgimento de diversas congregações e igrejas, tais como Tarumirim, Ipaúna, Tumiritinga e Conselheiro Pena. Foi presbítero das igrejas de Inhapim e Conselheiro Pena e passou seus últimos anos em Governador Valadares, tendo falecido aos 96 anos de idade. Muitos de seus filhos e netos foram presbíteros e diáconos. Eduardo José Eller (18661942), um de seus irmãos,

Rev. Eldman Francklin Eler e esposa Sonia Maria Igreja Presbiteriana de Alto Jequitibá

foi avô do Rev. Denoel Nicodemos Eller, o pastor mais conhecido dessa família, nascido em 1931. Após estudar no Seminário de Campinas, o Rev. Denoel foi ordenado em 1960. Inicialmente, pastoreou muitas igrejas no leste de Minas (Santa Margarida, Caputira, Ipanema, Pocrane, Vermelho Velho, Caratinga, Boa Vista, VaiVolta, Novo Horizonte, Itajutiba, Tarumirim e São Pedro do Havaí). Nos cinco anos seguintes, trabalhou em Barroso, São João Del Rei, Desterro de Entre Rios e Prados. Em 1970, assumiu o pastorado da 1ª IP de Belo Horizonte. Por fim, pastoreou por oito anos a IP Unida de São Paulo e foi o primeiro presidente do Presbitério Unido (1978), vindo a falecer no dia 8 de março de 1986. Seu nome foi dado ao Seminário Presbiteriano de Belo Horizonte, insta-

lado em setembro daquele ano, do qual foi um dos fundadores. Outro neto de Eduardo José Eller, e primo do Rev. Denoel, é o Rev. Eldman Francklin Eller, nascido em 1942 e ordenado em 1971. Inicialmente, pastoreou a IP de Casa Branca, cujo campo incluía São José do Rio Pardo, Mococa, Poços de Caldas, Bairro do Óleo e Santo Antônio do Jardim. A seguir, esteve à frente da 2ª Igreja de São João da Boa Vista (19881992) e então assumiu a capelania do Seminário de Campinas. Desde o ano 2000, é capelão da Universidade Presbiteriana Mackenzie, residindo atualmente em Campinas. Sua esposa, Sônia Maria Martho de Moura Eller, também pertence a uma tradicional família presbiteriana do sul de São Paulo. Outros pastores atuais da família são os Revs. Edvar

Gonzaga Eler (Mathias Lobato-MG), Eliobergues Eler Guimarães (Nova Venécia-ES), Erodice Afonso Eler Gonzaga (Governador ValadaresMG), Esdras Carlos Eller (Serra-ES), Fabrício Eler Batista (Ipatinga-MG), Joemar Adalberto Teixeira (Franca-SP), Manoel Henrique Eller (BetimMG), Max Wenzel Eler Louzada (Serra-ES), Sérgio Paulo Eler (Várzea Paulista-SP), Silton Eller de Mello (Ribeirão PretoSP) e Weslei Damaris Eller (Itapeva-SP). Há 115 anos a família Eller vem tendo uma presença frutífera e abençoada na Igreja Presbiteriana do Brasil, especialmente nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, e por isso somos gratos a Deus. O Rev. Alderi Souza de Matos é pastor presbiteriano e historiador oficial da IPB. asdm@mackenzie.com.br


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ARTIGO

A Ressurreição de Cristo e nossa eterna Redenção Hermisten Maia

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ressurreição de Cristo é o coroamento do seu ministério terreno. Ela é repleta de significado para o ministério de Cristo e, consequentemente para a vida da Igreja, que é o seu Corpo. Sem a ressurreição a obra de Cristo seria nula, a Igreja não existiria, não haveria salvação, estaríamos todos perdidos para sempre!. “Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos....” (1Co 15.20); essa é a fé da Igreja; é nossa certeza. A ressurreição de Cristo tem – como já se depreende – rico significado redentor. Isso é o que analisaremos agora. 1) A nossa regeneração: Pela regeneração Deus infunde em nós uma nova disposição que nos conduz, sob a influência do Espírito, em direção à vontade de Deus, em uma santa e prazerosa obediência. A ressurreição de Cristo é o fundamento de nossa regeneração (1Pe 1.3). Na ressurreição o Senhor adquiriu para nós uma nova vida que nos é comunicada em nosso novo nascimento. 2) A nossa justificação: A morte de Cristo foi para expiar os nossos pecados; e a ressurreição assegura de forma eterna e efetiva a nossa justificação (Rm 4.25; 8.33-34/1Co 15.17). A morte e a ressurreição se

completam num ato salvador (Rm 5.9-10). A morte de Cristo só teria valor remidor se ele ressuscitasse – como de fato ressuscitou – visto que a sua morte sem ressurreição indicaria apenas a sua condenação. Como poderia um condenado justificar alguém? A ressurreição de Cristo é sinal da nossa justificação; nela temos a declaração de nossa absolvição (Rm 4.25). A Confissão de Westminster (1647), discorrendo sobre a justificação, fala sobre o que chamo de fases da mesma: “Deus, desde toda a eternidade, decretou justificar todos os eleitos; e Cristo, no cumprimento do tempo, morreu pelos pecados deles e ressuscitou para a justificação deles; contudo, eles não são justificados até que o Espírito Santo, no tempo próprio e de fato, comunica-lhes Cristo” (XI.4). 3) O perdão de nossos pecados: Este ponto é decorrente do anterior, visto que a justificação consiste em Deus perdoar os nossos pecados considerando e aceitando-nos como justos pelos méritos de Cristo (Cf. Confissão de Westminster, XI.1). Sem a ressurreição, não haveria perdão; por isso, Paulo diz que: “Se Cristo não ressuscitou (...) ainda permaneceis nos vossos pecados” (1Co 15.17). A ressurreição assinala que há perdão para todos os que

pela graça creem em Cristo. 4) O sentido da nossa fé: A ressurreição de Cristo dá sentido à nossa fé. Se Cristo não tivesse ressuscitado, a nossa fé, por mais intensa que fosse, estaria fundamentada numa mentira. Neste caso, a fé teria apenas valor como fé; seria fé na fé, não no fato histórico da ressurreição. Todavia, conforme nos ensinam as Escrituras, o Senhor ressuscitou, sendo este fato o cerne da nossa fé (1Co 15.14,17,20; Rm 10.9,10). A fé bíblica adquire significado a partir de seu alvo. A fé por si só não se autoreferenda. VIDA, PROCLAMAÇÃO E ESPERANÇA A ressurreição de Cristo dá sentido à pregação fiel da Igreja (1Co 15.14). A pregação da Igreja não se baseia em fábulas e mitos inventados (2Tm 4.3,4), mas sim, naquilo que Deus disse e realizou, conforme registrado nas Escrituras. Na evangelização a Igreja declara a sua fé na ressurreição de Cristo, anunciando a remissão de pecados para todos os que crerem no Senhor que morreu e ressuscitou. E mais: foi após a ressurreição que o Senhor Jesus ordenou a Grande Comissão. A ressurreição atesta e sustenta a missão da Igreja.

A ressurreição de Cristo é associada por Paulo à nossa responsabilidade de viver diariamente na presença do Cristo vivo, frutificando para Deus. O nosso velho homem morreu com Cristo e, por meio da sua ressurreição surgiu um novo homem que se consagra inteiramente ao seu Senhor. Assim, a santificação encontra a sua real possibilidade na ressurreição de Cristo, sendo este fato um estímulo constante a vivermos dignamente para Deus (Rm 6.4-14; 7.4). O fato de morrermos e ressuscitarmos com Cristo traz, portanto, como implicação fundamental a responsabilidade de vivermos a ética do reino nesta vida. A nossa ressurreição com Cristo implica valores novos, celestiais, os quais devem ser sempre considerados em nossos pensamentos, decisões e atitudes (Cl 3.1-4; Rm 6.11-14). Após argumentar acerca da veracidade da morte e ressurreição de Cristo, Paulo exorta: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis, e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (1Co 15.58). A ressurreição de Cristo é o fundamento da esperança futura da nossa ressurreição (1Co 15.19). Biblicamente nós não podemos separar a ressurreição de Cristo da nossa; ou aceitamos as

duas ou as negamos; não podemos dissociá-las. Parece que era esse o problema de alguns membros da Igreja de Corinto. Pelo que Paulo escreve, deixa entender que alguns irmãos aceitavam a ressurreição de Cristo; porém, negavam a ressurreição dos crentes. Paulo argumenta que negar a ressurreição futura dos crentes, equivale a negar a historicidade da ressurreição de Cristo (1Co 15.12-19). O fato é que a ressurreição de Cristo dá sentido à nossa esperança; a história da ressurreição de Cristo é o fundamento e prenúncio da nossa ressurreição futura (Rm 6.5; 8.11; 1Co 6.14; 15.20; 2Co 4.14). Cristo é as primícias daqueles que virão posteriormente por meio dele; em Cristo temos o penhor do Espírito, a garantia da nossa ressurreição. Esta é a nossa esperança; e, para ela fomos regenerados pela ressurreição de Jesus Cristo (Cf. 1Pe 1.3). O corpo de Cristo ressurreto é o modelo do corpo glorioso que teremos na eternidade (Cf. Fp 3.21; 1Jo 3.2; 1Co 15.42-44, 50-56). Assim como o Senhor, ressuscitaremos com o mesmo corpo que temos, porém, glorificado, adequado à eternidade com o nosso Senhor. Aleluia! O Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa integra a equipe de pastores da IP São Bernardo do Campo, SP.


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EDITORIA

Casa Editora Presbiteriana Há 64 anos reformando a igreja no Brasil por meio da literatura

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omo acontece anualmente, irmãos e irmãs de várias igrejas da Grande São Paulo (Cidade Dutra, Diadema, Santo André e outras) e mesmo do interior (Caçapava) visitaram a sede da Cultura Cristã no mês de março para comemorar com a Editora a passagem de mais um aniversário. Vários outros crentes enviaram cartas, e-mails, ou telefonaram, parabenizando nossa editora pela data. A Casa Editora Presbi-

teriana (Editora Cultura Cristã é o nome fantasia) é a editora oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil. Organizada a 25 de feve-

reiro de 1948 com o nome de Casa Publicadora, a CEP publica as revistas das sociedades internas da denominação, bem como

Um dos grupos visitantes, a Federação de SAFs de Santo André

um currículo completo para a Escola Dominical e uma linha bem diversificada de livros cristãos. Damos graças a Deus

pelo bom trabalho que a nossa editora tem realizado nesses anos. A IPB tem sido muito abençoada pelo Senhor.

Os funcionários da CEP após o culto de gratidão

ARTIGO

Planejamento T

em gente que pensa e defende que planejar é falta de fé e que tudo deve ser feito no impulso. Esse versículo retrata uma fala de Jesus de Nazaré ensinando algo a este respeito. É evidente que devemos ter fé e crer em ir além, mas isso não justifica, por exemplo, comprar um carro com uma prestação 200 reais a mais do que o salário, dizendo que por fé vai poder pagar. Vai ter de arrumar mais um emprego ou vai atrasar o pagamento, como tantos têm feito.

Planejamento é algo que precisa estar presente na vida prática de todas as pessoas. É preciso olhar mais a frente e prepararse para o futuro, sem com isso ficar angustiado com o dia de amanhã, pois basta a cada dia seu mal. É uma questão de equilíbrio e de ter controle sobre seus gastos. Há fases de minha vida em que é mais difícil acumular ou guardar algum valor, mas sempre me preocupo em poupar. Eu sempre recomendo guardar pelo menos 10% do que

se ganha, mas sei que nem sempre é fácil fazer as contas. Fato: eu faço as contas, você deve fazer as contas.

“... qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir” (Lc 14.28).

Aprendi com este versículo que não apenas uma torre de tijolos deve ter seus cálculos previamente feitos, mas também outras edificações. Seja num relacionamento, num ministério, num discipulado, até para escrever um livro, é indispensável sempre estar disposto e preparado, mas é igualmente indispensável calcular primeiro como vai terminar. Às vezes, sem perceber, assumo mais compromissos e tarefas do que deveria e com isso me

sobrecarrego. É uma falha. Deus fez os seus cálculos quando criou o homem e como ser Onisciente, sabia do prejuízo emocional que o homem daria, pecando e se afastando dele. Ainda assim, teve como pagar a dívida, por cara que fosse, e aceitou o projeto. Planejar é preciso. “Pai, ensina-me a preparar minha caminhada em teus caminhos sabendo por onde passar e também a não desequilibrar fé com planejamento, sem um sufocar o outro.”


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PARCERIA

CE-SC/IPB recebe De  Visando uma parceria no trabalho missionário no exterior, delegações de igrejas estrangeiras marcaram presença na Comissão Executiva do Supremo Concílio, visitaram o Seminário JMC e a Editora Cultura Cristã Emma Castro

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Comissão Executiva do Supremo Concílio da IPB convocada para se reunir nos dias 26 a 30 de março de 2012, recebeu delegações de igrejas estrangeiras de vários países, visando uma cooperação de trabalho. Estiveram presentes delegações de Igrejas Presbiterianas instituídas no Japão, Austrália, Índia, África do Sul, Estados Unidos, Paraguai e México. Todas as delegações tiveram a oportunidade de se dirigir ao plenário

Delegação da IP Paraguai

para compartilhar sobre a obra de Deus em seus respectivos países. Grande destaque obtiveram as representações dos países que requerem a presença de nossos missionários como Índia, Japão e Austrália. O Rev. Hiralal Solanki, da Igreja Reformada da Índia explicou as necessidade da igreja, nos dizendo: “A igreja na Índia é pequena, recebemos a Palavra de Deus através de esforços independentes de missionários americanos, há muito tempo atrás. Porém, os mesmos, tiveram que

Delegados da Índia, Japão e Austrália visitando a ECC

deixar o pais. Sem a presença dos missionários estrangeiros, nós cristãos nos juntamos sob o lema ‘vamos molhar os pés;

Deus vai abrir as águas’”, concluiu o Rev. Solanki pedindo à igreja Brasileira que ore pala Índia e que mais missionários sejam enviados para lá. Diante disso, o Rev. Roberto Brasileiro dedicou um tempo de oração a favor daquele país, rogando a Deus que os missionários enviados para lá, também, possam “molhar os pés”. Para o Rev. Dr. Takanori Kobayashi, Secretário de Relações InterEclesiásticas do Japão (PCJ), o momento foi oportuno para agradecer à igreja Brasileira pelas orações e o apoio que seu país, tem recebido desde que fora atingido pelos terremotos e pelo Tsunami. “Estamos plantando uma nova igre-

ja no mesmo lugar onde aconteceu o desastre natural. Nossas igrejas são pequenas. As maiores contam com 30 membros, o que para vocês é muito pequena, mas para nós é motivo de grande alegria ver a frequência destas 30 pessoas na igreja”, destacou o Rev. Kobayashi. Um momento muito especial no plenário foi a apresentação da delegação da Igreja Presbiteriana no Paraguai (IPP), filha da IPB. O Presidente, Rev. Eulógio Giménez López manifestou sua gratidão por tudo o que a IPB já realizou no Paraguai e o que ainda está realizando para a continuidade daquela obra. O Rev. Buenaventura Gimenez López entre-


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legações Estrangeiras sionários da região. A Westminster Presbiterian Church of Australia iniciou seus trabalhos em 1970 e “é uma igreja bem próxima da IPB em sua declaração de fé e em seu sistema de governo”, conforme relatou o Presb. Donald. Atualmente a denominação conta com oito igrejas. O contato com essa igreja aconteceu a partir do trabalho missionário realizado pelo Rev. Júlio Marcelo Ferreira dos Santos, que atua no país desde 1997, e do convite da APMT, feito através do seu Executivo, Rev. Marcos Agripino, para participarem da reunião da Comissão Executiva do Supremo Concílio da IPB desse ano. O Rev. Simon ressaltou

a pluralidade cultural de algumas igrejas, já que o país recebe muitos imigrantes e conta com uma comunidade de brasileiros cada vez maior. Para o Rev. Ageu Magalhães, diretor do Seminário, a visita foi muito importante para que os seminaristas conheçam como é a igreja na Austrália e, também, para que conheçam outra cultura, outros desafios e percebam que como seminaristas, futuros pastores, eles não precisam ficar limitados apenas aos campos dentro do Brasil.

Rev. Gildasio dos Reis, Rev. Marcos Agripino, Rev. Simon Van Bruchem, Rev. Júlio Marcelo Ferreira dos Santos, Rev. Ageu Magalhaes, Presb. Donald Frederic Harmen de Vries e o Rev. Daniel Santos

Emma Castro é missionária e faz parte da equipe de comunicação da APMT

IP do México, a maior delegação de visitantes

gou ao Rev. Roberto Brasileiro o Estatuto da IPP. O Rev. Roberto Brasileiro destacou sua alegria de ver a independência da IPP e lembrou dos primeiros dias do Rev. Eulógio Giménez López e Buenaventura Gimenez López no Instituto Bíblico Eduardo Lane – (IBEL) por onde os dois pastores paraguaios passaram para aprender o português, antes de seguirem para o Seminário Presbiteriano do Sul em Campinas, SP.

feita pelo Rev. Simon Van Bruchem e pelo Presb. Donald Frederic Harmen de Vries, representantes da Westminster Presbiterian

Church of Australia. O objetivo da visita foi dar um panorama geral sobre o continente australiano e mostrar os desafios mis-

Visita ao Seminário JMC No dia 20 de março a visita até o Seminário Rev. José Manuel da Conceição (JMC), em São Paulo, foi

Conhecendo a Editora Cultura Cristã A delegação convidada pela APMT teve a oportunidade de conhecer as instalações da Editora Cultura Cristã (ECC). O Editor, Rev. Cláudio Marra, apresentou a livraria, o depósito da editora e o escritório de trabalho, além de dedicar tempo para explicar aos visitantes o trabalho que é feito na editora. “Foi muito bom conhecer o trabalho da ECC e apresentar aos nossos visitantes” disse o missionário da APMT Rev. Julio Marcelo que atua na Austrália e que acompanha a delegação.


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CAPACITAÇÃO

Congressos Regionais de Educação Cristã

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oi realizado em Santo André no dia 25 de fevereiro passado o 1º Congresso Regional de Educação Cristã. A iniciativa foi da Igreja Presbiteriana Maranata, pastoreada pelo Rev. Altamiro de Almeida. Uma dinâmica equipe liderada pelo presbítero Ronaldo Brito, superintendente da ED, organizou o evento, que contou com a participação da equipe da CEP.

crianças” (Profa. Márcia Barbutti); “Como preparar aplicações” (Rev. Eduardo Assis); “O professor discipulador” (Rev. Cláudio Marra) e “Como otimizar o uso de multimídia” (Rev. Daniel Santos). O alcance do evento foi significativo. Das 150 pessoas presentes, a maioria era de igrejas do Presbitério de Santo André, mas havia também participantes da Zona Oeste (Jaraguá) e

No BRASIL E NO MUNDO Sarah Ribeiro

Cientistas revelam que jejuar faz bem à saúde A prática de jejuar, além de trazer benefícios espirituais, como maior comunhão com Deus, também pode trazer benefícios à saúde. De acordo com Mark Mattson, professor de neurociências na John Hopkins University School em Baltimore, do ponto de vista psicológico o melhor sistema é o jejum completo por um dia ou dois por semana e comer tudo o que quiser nos outros cinco dias. Contudo, de acordo com Mattson a simples redução do consumo diário para 500 calorias, ou seja, alguns vegetais e chá duas vezes por semana seria o bastante para sentir os benefícios, aumentando o crescimento de neurônios no cérebro o que age como proteção contra

doenças como Alzheimer e Parkinson. Cientistas basearam suas conclusões em estudo com ratos de laboratório. Quando alguns ratos receberam o mínimo de calorias em dias alternados, eles viveram quase duas vezes mais do que os que se alimentaram normalmente. Além disso, o jejum também beneficia pessoas que sofrem com asma ou diabete. Outro resultado positivo do jejum foi a apresentação do desenvolvimento de novas células cerebrais que mostram mais resistência ao estresse. A equipe de pesquisadores pretende agora estudar o impacto do jejum no cérebro usando ressonância magnética e outras técnicas. Fonte: The Christian Post

Exposição reúne documentos e objetos bíblicos raros

Treinamento de professores para a Escola Dominical em Santo André

A programação constou de várias oficinas práticas ministradas pelo grupo: “A preparação do currículo e o plano de aula para crianças” (Profa. Márcia Barbutti) “A aula para jovens e adolescentes” (Prof. Alexandre Almeida) “Objetivos do ensino” (Rev. Cláudio Marra); “Como preparar aulas para adultos” (Profa. Sandra Marra); “Dinamismo e excelência nas aulas para

da Zona Sul da Capital (Jabaquara), além de irmãos da Assembleia de Deus local. Os frutos para a Maranata foram significativos. Para a CEP, foi mais uma oportunidade de manter contato com as igrejas locais, como tem sido feito regularmente pela mencionada equipe de treinamento em todo o país, a convite de igrejas, presbitérios ou sínodos.

Cerca de 152 objetos relacionados ao texto que compõe a Bíblia estão reunidos na exposição “Verbum Domini”, que reúne no Vaticano a Green Collection, maior coleção particular do mundo de textos bíblicos e documentos raros, além de objetos emprestados por colecionadores particulares católicos, ortodoxos, muçulmanos, judeus e ateus. A mostra inclui reproduções das cavernas de Qumran (onde foram encontrados os “Rolos do Mar Morto”), o scriptorium de um monastério, uma réplica da primeira prensa de Gutemberg e também um sítio arqueológico de uma cidade romana. Segundo Scott Carroll, curador da exposição, os destaques da coleção incluem quatro mil torás judaicas, raros manuscritos com iluminuras, folhetos antigos, Bíblias que pertenceram a Martinho Lutero e a maior coleção Ocidental de tabuinhas cuneiformes, uma forma primitiva de escrita. “Algumas pessoas, quando pensam na

Bíblia, pensam em um livro que produz divisões. Mas, na verdade ela é como uma base que pode unificar judeus, católicos, ortodoxos e protestantes em um terreno comum”, disse Carroll. “Parece-me que ter uma exposição que celebra esses elementos que eles têm em comum, ao invés do que os dividem, seria extremamente positivo.” O objetivo é oferecer aos visitantes uma compreensão maior da história do livro mais lido do mundo. É possível admirar o Codex Climaci Rescriptus, um dos mais antigos manuscritos contendo longos textos na língua materna de Jesus, o aramaico palestino. Há também uma laje de pedra, com cerca de três metros, descoberta na Jordânia, que contém 87 linhas de texto em hebraico datada do primeiro século. A coleção está atualmente no Vaticano e ainda este ano será levada para outros lugares do mundo para ser exposta em diferentes museus da Bíblia. Fonte: Gospel Prime


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CELEBRAÇÃO

240 aniversário da Federação de UPHs de São Bernardo do Campo Edson Garcia de Deus

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o dia 17 de março de 2012, na 1ª IP de São Bernardo do Campo, os irmãos exaltaram a Deus por sua misericórdia e o louvaram pelas incontáveis bênçãos derramadas sobre essa federação. No culto participou o conjunto Unidos por Cristo, louvando a Deus com hinos edificantes. Pregou a Palavra o Secretário Presbiterial, Rev. Ademir Ribeiro, encorajando e exortando a sociedade masculina, enfatizando três pontos característicos que devem assinalar e evidenciar o trabalho do Senhor: a alegria, o amor e a prioridade, que devem fazer parte dos trabalhos nas sociedades locais resultando em pontos positivos para o trabalho federativo, sinodal e nacional. Após o culto de celebra-

ção pelos 24 anos os presentes se reuniram no salão social para uma breve confraternização. HISTÓRICO A Federação de UPHs do Presbitério de São Bernardo do Campo foi organizada no dia 26 de março de 1988, com o nome de Federação Planalto Paulista. O primeiro presidente foi Jovino Antunes Gonçalves Neto (1988), seguido por Cláudio Socolovithe (1989); Joel B. Albuquerque (1990); Geremias P. da Rocha (1991); José Madureira Souza (1992) e Antônio Martins (1993). Em 1995, a Federação recebeu nova denominação, Federação de São Bernardo do Campo, e seu primeiro presidente foi Hélio Trindade, seguido por Cosme Costa Nogueira (1996 a 2004); Domingos Oliveira Santos (2005);

Ricardo Alves de Souza (2006 e 2007); Daniel Heleno de Gouveia (2008 e 2009) e Elivan Nogueira de Queiroz, desde 2010. São 13 UPHs federadas, contando com a representatividade de 145 sócios em suas sociedades locais: 1ª IP de São Bernardo do Campo, com 23 membros; IV IP de São Bernardo do Campo, com 22; IP de Vila Paulicéia, com 14; IP do Parque Estoril, com 7; IP Terra Nova, com 6; IP de Diadema, com 14; IP de Eldorado, com 9; Congregação do Jardim Vera Cruz, com 12, Congregação Parque Seleta, com 5; Congregação do Serraria, com 4; Congregação Jardim Alvarenga, com 10; IP Jardim Marilene, com 5 e IP Jardim Ipê com 7 sócios. Edson Garcia é Presbítero da IP de Eldorado e Tesoureiro da Federação de UPHs do Presbitério de São Bernardo do Campo.

Presidente da Federação Presb. Elivan Nogueira de Queiroz e representantes da UPHs

“Conta as muitas bênçãos...”

90 anos de evangelização Marcos Alexandre de Faria Moreira

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IP de Manhumirim foi organizada em 26 de março de 1922, registrando um fato relevante na história da evangelização no município. No Brasil, esta época foi efervescente com a eminente modernização da literatura brasileira e consolidação dos movimentos nativistas; com a criação nos dias 25, 26 e 2 de março de 1922 – pouco mais de um mês, depois

então não evidenciada, ou seja, aberta à novas perspectivas, com isso a oposição ao evangelho diminuiu e concomitantemente “com a vinda do sr. Alfredo J. F. Breder e tendo este edificado um prédio que cedeu para o funcionamento de um colégio, a IP de Alto Jequitibá resolveu aproveitar o salão da escola para a organização de uma congregação, uma vez que dentro do povoamento, e nos arredores, já encontravam-se várias famílias crentes.”

“Senhor, Tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração.” (Salmo 90. 1)

da realização da Semana de Arte Moderna – quando aconteceu o congresso da fundação do Partido Comunista Brasileiro, ainda sob o impacto da Revolução Russa ocorrida em 1917. Neste contexto, e após anos de luta contra os opositores na evangelização do município, os presbiterianos conseguiram organizar sua primeira igreja. E o que favoreceu essa conquista em tempos difíceis foi a chegada da estrada de ferro, que elevou a população local à condição de civilidade até

A igreja faz parte da história e da vida social na cidade, pois de certa forma, atinge todas as classes na sociedade, construindo parte da história deste município. Com seu início em 1922, época em que enfrentou muitos obstáculos e grande oposição, mas consolidouse, instituiu-se e se faz presente completando 90 anos com a graça de Deus que ó o motivo desta existência. Marcos Alexandre de Faria Moreira é Sec. de Comunicação da IP de Manhumirim


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EM PAUTA

ABIEE protocola manifesto em favor das liberdades de Documento intitulado “Carta de Brasília” foi finalizado nesta quarta-feira, dia 15/02, durante encontro na Câmara dos Deputados

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Associação Brasileira de Instituições Educacionais Evangélicas (ABIEE), reiterou no dia 15 de fevereiro, em Brasília, o seu empenho em favor das liberdades de pensamento, consciência, expressão e crença. Com a participação de membros da entidade, de organizações não-governamentais, representantes de instituições educacionais católicas e evangélicas e de integrantes da sociedade civil, a ABIEE discutiu em encontro na Câmara dos Deputados, a prevalência da Constituição Federal e a preocupação em relação a questões que ferem os valores individuais e a liberdade cristã. O resultado gerou a conclusão da “Carta de Brasília”, manifesto encaminhado ao presidente do Superior de Tribunal de Justiça (STJ), ministro Ari Pargendler. O manifesto foi protocolado no STJ pela ABIEE, onde representantes da entidade estiveram em audiência com o ministro Marco Buzzi. “O Superior Tribunal de Justiça é o guardião de questões infraconstitucionais, da estrutura legal. Por isso o encaminhamento do nosso documento. A “Carta de Brasília” é uma manifestação legítima que observa a importância das garantias constitucionais”, observou o presidente da ABIEE, Carlos Hassel Mendes. Duas horas antes, após a reunião no Plenário 08 da Câmara dos Deputados, o presidente da ABIEE, o primeiro vice-presidente

da entidade Rev. Dídimo de Freitas, capelão do Colégio Presbiteriano Mackenzie Tamboré (SP), e membros da associação brasileira que integram o Grupo de Trabalho responsável por redigir a “Carta de Brasília” tiveram outro importante encontro. Eles se reuniram com o presidente da Frente Parlamentar Evangélica e coordenador da bancada evangélica no Congresso deputado federal João Campos (PSDB-GO), um dos articuladores para a realização na Câmara Federal da reunião de trabalho para a conclusão do manifesto. A “Carta de Brasília” é um alerta da ABIEE para o PLC 122/2006 (nº 5.003/2001) que tramita na Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal e tem como relatora a senadora Marta Suplicy. O projeto de lei originário da Câmara dos Deputados criminaliza a “homofobia” no País e prevê cadeia de até cinco anos para quem criticar publicamente a homossexualidade, seja qual for a razão. “Expressar-se é um direito de todos e o artigo 5º da Constituição não pode ser descartado. É preciso lembrar que Deus está no preâmbulo de nossa Constituição”, observou o Rev. Dídimo de Freitas, “A conceituação cristã é fundamental, mas o mais importante para todos nós que estamos aqui hoje é a defesa da Constituição”, concluiu Lourenço Stelio Rega, diretor da Faculdade Teológica Batista de São Paulo.

Íntegra do manifesto: Carta de Brasília Manifesto em favor das liberdades de pensamento, consciência, expressão e crença Não concordo com uma só palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte o vosso direito de dizê-lo! [Voltaire] Tendo em vista o crescimento das alternativas e opções das escolhas humanas no campo individual e coletivo e que a sua consequente complexidade pode gerar conflitos e ameaças ao pleno exercício da cidadania, Entendemos que: • vivendo numa sociedade multicultural e plural em que a liberdade é um dos principais pilares de sustentação, a convivência só é possível se houver a concretização da liberdade de consciência e de expressão; • a liberdade de consciência tem a ver com o que cada indivíduo crê interiormente, enquanto que a liberdade de expressão é a manifestação externa dessas crenças; • o Artigo 5º da Constituição, em seu caput, afirma que

todos são iguais perante a lei, sem distinção de quaisquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e a propriedade; • nesse mesmo artigo, ao tratar dos direitos e garantias fundamentais, a mesma Constituição afirma que (IV) é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; e que (VI) é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias; • a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seu Artigo 20, Inciso III assegura a possibilidade do caráter confessional da educação: Art. 20. As instituições privadas de ensino se enquadrarão nas seguintes categorias: (...) III – confessionais, assim entendidas as que são instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas que atendem a orientação confessional e ideologia específicas e ao disposto no


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pensamento, consciência, expressão e crença no STJ inciso anterior; • a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 expressa em seu Artigo 18 que todo homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião ... e no Artigo 19 que toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras; • se todos são iguais, todos, sem distinção, podem expressar privada e publicamente suas ideias, pensamentos e crenças, declarando o que acreditam e os motivos pelos quais acreditam de determinada forma e não de outra, desde que os direitos dos outros sejam respeitados; • não deve haver discriminação contra qualquer pessoa e suas escolhas individuais; o próprio texto do projeto original do PLC 122/2006 (nº 5.003/2001) que no momento tramita no Senado Federal salienta que a orientação sexual é direito personalíssimo, atributo inerente

e inegável à pessoa humana (...) Trata-se de respeitar as diferenças e assegurar a todos o direito de cidadania (...) Nossa principal função como parlamentares é assegurar direitos, independente de • nossas escolhas ou valores pessoais. Temos que discutir e assegurar direitos humanos sem hierarquizá-los. [grifo nosso] Neste sentido, declaramos que: • na democracia a liberdade que se expressa por intermédio dos valores individuais e mesmo de segmentos da sociedade não pode privilegiar o direito de liberdade de consciência e de expressão de uns em detrimento ao direito de outros; • não é possível concordar com qualquer lei que maximize direitos a um determinado grupo de cidadãos e, ao mesmo tempo, minimize, atrofie e faleça direitos e princípios já determinados principalmente pela Carta Magna da Nação e pela Declaração Universal de Direitos Humanos.

Sendo assim, nossa posição de fortalecer a natureza confessional para a construção da cidadania, da paz e da solidariedade. MANIFESTAMOS

nossa posição contrária a qualquer forma de violência e discriminação contra o ser humano, afirmando, por um lado, o respeito devido a todas as pessoas – independentemente de seus posicionamentos orientados de acordo com seus valores e às suas escolhas – e, por outro, afirmando o direito da livre consciência e expressão de cada pessoa; MANIFESTAMOS

nossa posição contrária a qualquer forma de manifestação que incite à discriminação ao promover a censura da consciência e da expressão, promovendo a violência defendendo a liberdade para uns e suprimindo a liberdade para outros, desprezando o que é conhecido no Direito como “princípio do contraditório e da ampla defesa” [audiatur et altera pars – “ouça-se também a outra parte”] que é a liberdade de análise e posicionamento contrário às expressões ou maniMANIFESTAMOS

festações de outras pessoas em qualquer área da vida; os representantes do povo no Poder Legislativo que se posicionem a favor da ampla liberdade de consciência e expressão de todos, sem distinção e discriminação, rejeitando qualquer dispositivo que promova a censura e amordace a liberdade e o direito individual de consciência e livre expressão; e, CONCLAMAMOS as demais instâncias da República, cidadãos e líderes de instituições jurídicas e sociais, que se unam em defender o respeito a pessoa e a garantia dos direitos individuais, preservando a liberdade de consciência e de expressão de cada um e de todos, sem o privilegiamento de qualquer segmento de nossa sociedade em detrimento da democracia de todos. CONCLAMAMOS

Associação Brasileira de Instituições Educacionais Evangélicas Dr. Carlos Hassel Mendes, Presidente


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MISSÕES

Pastoreio e parceria Em viagem ao Nepal, APMT visita iniciativas ministeriais e solidifica parcerias institucionais Saulo Xavier

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Rev. Obedes Ferreira da Cunha Júnior e Rev. Marcos Agripino de Mesquita, respectivamente, os atuais presidente e executivo da Agência Presbiteriana de Missões Transculturais – APMT, visitaram o Nepal, mais especificamente a cidade de Surkhet, onde atua a missionária Celinda Castro, para solidificar parcerias institucionais da APMT e conhecer de perto as iniciativas ministeriais desenvolvidas no país. A seguir, confira mais detalhes sobre esse campo transcultural. Necessidades do Topo do Mundo

Em uma região bastante conhecida pela cadeia montanhosa do Himalaia, que hospeda o Monte Everest – mais alto do mundo – o Nepal continua sendo uma nação que padece por não conhecer o evangelho de Cristo. Segundo informações publicadas pelo “Projeto Josué (Joshua Project)”, no Nepal, há aproximadamente 30,5 milhões de habitantes, sendo que, desses, há em torno de 375 etnias, dentre as quais, aproximadamente 350 continuam não-alcançadas pelo evangelho, ou seja, sem cristãos

e sem obreiros entre elas. Além do perfil nãoalcançado, o Nepal, segundo publicação do Index Mundi, é uma nação que ocupa a 144ª posição no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), possui um índice de mortalidade infantil de aproximadamente 45 mortes a cada 1.000 nascidos vivos, dispõe de um índice de alfabetização de cerca de 48,6% da população total, sendo que apenas 34,9% das mulheres sabem ler. Além disso, o Nepal é um país em que aproximadamente 4.700 pessoas morrem anualmente por causa do vírus HIV. Porém, é uma nação com mais de 11.000 km de área irrigada e com expectativa real de 4,6% de crescimento econômico ao ano, mesmo sem fortes investimentos estrangeiros diretos. Por outro lado, segundo a classificação de países por perseguição divulgada em 2012 pela Missão Portas Abertas, por exemplo, ao contrário da Coreia do Norte, Afeganistão, Arábia Saudita, Somália e Irã, que aparecem nas primeiras posições, o Nepal, nem sequer aparece na lista das 50 nações mais resistentes ao evangelho atualmente. Isso nos leva ao possível entendimento de que, realmente, no

A INF disponibiliza 36 leitos voltados ao com severos traumas motores provocados por lesões na coluna vertebral, entre outros tratamentos.

Nepal, há liberdade religiosa, revelada pela presença de algumas denominações cristãs no país, dentre elas a Igreja Presbiteriana. Para o Rev. Agripino, o Nepal não é apenas um desafio não-alcançado, mas também, um desafio para os já alcançados, visto que a Igreja Nepalesa tem estado frágil em termos de formação teológica, doutrinária e, ainda, de capacitação e revitalização de suas lideranças e carente de materiais teológicos disponíveis em sua própria língua. Ciente desse grande desafio, a APMT, desde 2011, tem estado presente no Nepal a partir do trabalho de Celinda Castro, uma Terapeuta Ocupacional que tem servido ao Senhor

através de sua profissão, compartilhando o evangelho e cuidando da saúde de nepaleses da região de Surkhet, distrito da região meio-oeste (ou Madhya Pashchimanchal), na zona de Bheri, no Nepal. Nessa área em que há, dentre outros destaques, uma cooperativa de mulheres quebradeiras de pedras – conforme ilustra a figura 04 – a organização não governamental cristã nepalesa INF Nepal conta com um hospital que é modelo de atendimento em saúde para toda a região. Nessa unidade, a INF disponibiliza 36 leitos voltados ao atendimento de pessoas com hanseníase e outras com severos traumas motores provocados por lesões

na coluna vertebral. Além disso, também há uma clínica de reabilitação, com uma unidade ortopédica que provê cuidados intensivos em nível de fisioterapia e terapia ocupacional, para pessoas que perderam um dos membros, ou têm alguma má formação, etc. Somadas a essas iniciativas intensivas de cuidado, a INF Nepal também tem realizado ações de promoção da saúde a partir da área de Saúde Comunitária e Desenvolvimento, a partir da qual busca estimular o desenvolvimento comunitário local, e ainda, somar forças aos serviços locais de saúde. O trabalho de Celinda de Castro, segundo o Rev.


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MISSÕES

“Projeto Obadias” não é sonho, é realidade

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Rev. Obedes Jr., Presidente da APMT, Narayan P. Rai, Programme Manager INF, Surkhet – Nepal e o Rev. Marcos Agripino, Executivo da APMT

Agripino, tem sido muito bem recebido pela comunidade local, a ponto de, ainda segundo ele, ela ser tratada como verdadeira amiga do povo nepalês, e não como uma estrangeira visitante apenas servindo na área de saúde. Ela tem utilizado sua formação profissional no campo para servir o povo nepalês.

“A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eisme aqui, envia-me a mim.” (Is. 6.8)

Em meio às várias necessidades que ecoam pelo mundo atualmente, a APMT tem estado sensível à Igreja no Nepal e, ao enviar Celinda, tem participado da evangelização e transformação social do País. Atualmente, as maio-

res necessidades da Igreja Nepalesa são mais voltadas às áreas de: formação teológica, revitalização e capacitação intensiva de lideranças, discipulado, bem como, capelania hospitalar, serviços básicos e intensivos de saúde (enfermagem, odontologia, medicina, terapia ocupacional, fisioterapia, próteses). Há campo ainda para educadores, administradores de empresas, especialistas em secretariado, entre outros. Então, se você tem vontade de ofertar sua formação profissional para missões, sendo instrumento de Deus na obra de transformação social e evangelização integral de povos ainda carentes do evangelho, entre em contato com a APMT e informe-se sobre os requisitos necessários para fazer parte dessa equipe que tem levado a Verdade do Senhor até os confins da Terra. http://www.apmt.org.br Saulo Xavier é jornalista, candidato da APMT e voluntário da equipe de comunicação.

er missionário requer boa dose de sonho, disposição, coragem e acima de tudo a visão de Deus para com o povo que se deseja alcançar. O casal José Dílson e Marli partiu para o continente africano com as malas cheias de sonhos e o coração alegre por poderem levar a salvação eterna em Cristo Jesus. Já se passaram 21 anos dessa partida, em que deixaram o Brasil. O ministério do casal foi muito marcado pelo tempo em que estiveram em Guiné Bissau. Foram treze anos de muitas experiências, muitos livramentos e acima de tudo, muitas vitórias. Desde 2005, o pastor e missionário Rev. José Dílson, sua esposa Marli e os filhos Jônatas, Deborah e Júnior, estão desenvolvendo seu ministério no Senegal. Logo na chegada, o coração deles ficou quebrantado ao ver tantas crianças nas ruas, mendigando, sem direito à educação, saúde, lazer e muito mais. “O número oficial declarado pelo governo é em torno de cem mil, mas sites e organizações afirmam que esse número é muito maior, chegando a quatrocentas mil crianças vivendo nas ruas do Senegal. Essas crianças são Talibês (discípulos do alcorão) e meninos de rua que fugiram de suas casas e dos maus tratos dos líderes religiosos. São meninos provenientes de aldeias pobres do interior do país e de países vizinhos, como Guiné Bissau, Mali, Gâmbia, Guiné Conacry, entre outros, de famílias grandes, com cinco a dez filhos e sem condições financeiras para sustentá-los”, explica José Dílson. Buscando a direção de Deus em oração, os missionários entenderam o direcionamento para a criação de um orfanato. Assim nasceu o “Projeto Obadias”. “De uma forma milagrosa Deus proveu o dinheiro para adquirirmos uma propriedade, que foi doada à APMTS (Agência Presbiteriana de Missões Transculturais do Senegal) para desenvolvimento desse projeto”, conta a missionária Marli. A

propriedade adquirida tem 4,8 hectares, onde serão construídas várias casas para o abrigo de grande parte desses meninos e meninas. A primeira etapa do projeto, que é a construção da primeira casa, foi concluída. “Com a ajuda de Deus, da APMT/ IPB, igrejas, de amigos e parceiros, construímos essa primeira casa, para acolhimento desses meninos, mas temos o alvo de construir dez casas para retirarmos das ruas 500 meninos e reinseri-los na sociedade. Naturalmente, à medida que alguns forem saindo da casa, outros estarão ingressando”, ressalta o missionário e líder do Projeto. Foram seis anos de muito trabalho, muitas lutas, dificuldades, falta de recursos e muitas vezes o desânimo quis tomar conta, mas o Senhor derramou sua graça e o projeto continuou avançando. Para os missionários, seus parceiros e todas as pessoas envolvidas no projeto, o dia 25 de fevereiro ficará marcado, pois os quatro primeiros meninos que viviam no Projeto em Dakar mudaram-se para o Projeto Obadias em Mbour, Senegal, na propriedade da APMTS. Ao Senhor seja a glória e a honra! O Projeto está apenas começando e mais sete crianças estão esperando uma vaga. Os missionários José Dílson e Marli têm desenvolvido também outros projetos naquele país como a Escola ABC que hoje conta com 190 alunos, um projeto de reciclagem e cursos profissionalizantes para adultos, além de plantar uma igreja. Se você deseja conhecer mais sobre o trabalho e se envolver no projeto entre em contato conosco: APMT Agência Presbiteriana de Missões Transculturais Rua Miguel Teles Jr 394 01540-040 Cambuci São Paulo – SP apmt@apmt.org.br (11) 3207-2139 / 3341-833


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PLANTANDO A PALAVRA

Com Cristo no Cerrado Alexandre Pevidor

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projeto Com Cristo no Cerrado nasceu no coração de homens empenhados no Reino, como o produtor rural e homem de Deus Alberto Schlatter, o Dr. Walter Jorge (agrônomo) e o Rev. Saulo de Melo que trabalharam na implantação da Igreja em Chapadão do Sul a partir de meados da década de 90, além de outros homens que estão diretamente ligados ao agronegócio. O propósito primordial é a disseminação da mensagem do evangelho de Cristo através da distribuição de Bíblias. O público alvo deste projeto são empresários, profissionais e colaboradores ligados ao agronegócio no Cerrado brasileiro. O projeto Com Cristo no Cerrado existe para ajudar a suprir o distanciamento entre essas pessoas e sua fé sem, todavia, agredir qualquer confissão de fé. Desta forma, uma Bíblia foi elaborada e produzida pelo projeto, juntamente com a Sociedade Bíblica do Brasil, para atender, de forma objetiva e personalizada todas as pessoas distantes do evangelho, com a Palavra de Deus. Essas Bíblias são distribuídas gratuitamente em visitas técnicas, dias de campo, encontros profissionais, etc. Trata-se, em suma, de um projeto missionário; toda-

via, um projeto voltado para pessoas que produzem grãos, fibras, carne e leite, dentre outros produtos, baseados no Cerrado. Este projeto é desenvolvido por profissionais evangélicos que estão diariamente em campo com esses homens e mulheres. Essa estratégia de evangelizar com a Bíblia, empresários e profissionais do campo, vem ao encontro da necessidade de se ter abertura de relacionamentos nas empresas,

nas fazendas, no agronegócio em geral. Todavia, como pastor, missionário ou evangélico com propósito de evangelizar essas pessoas do campo, dificilmente alguém teria abertura. Como profissionais temos acesso a diversos setores do agronegócio no Cerrado; dessa forma, usamos essa abertura e o respeito que nossa profissão nos promove, para levarmos a palavra da salvação através da distribuição da Bíblia Sagrada

Com Cristo no Cerrado. O Cerrado brasileiro é um vasto campo missionário. Para se ter ideia, somente em uma fazenda em que é dada assistência, são 1.500 funcionários, sem considerar suas famílias, o que passaria de dez mil pessoas em contato direto conosco. Então, como profissionais do agronegócio, temos livre acesso a esses campos, e com sua confiança conquistada, fica mais fácil falar com amor de Deus a cada

um deles, sejam empresários, colaboradores e outros profissionais não evangélicos. Esta é nossa vasta SEARA.

Depoimentos: “Que lindo presente, prometo que vou ler todos os dias. Este trabalho é maravilhoso” Sr Lindomar Alves (Secretário de Meio Ambiente de Rondonópolis)

“Parabéns pela iniciativa, muitos produtores e profissionais do campo precisam mesmo de um grande presente desse. Vamos ler e deixar exposta em cima de minha mesa”. Sr Silvestre Arruda (Diretor da SEMA Regional Sul)

Rev. Alexandre Pevidor é pastor da IPB e analista e perito ambiental.


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MINISTÉRIO E PERSEGUIÇÃO

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Capelania Evangélica Hospitalar: Avanço Missionário mais um alvo da crescente cristofobia cinas de treinamento para Rita Moreno Fernandes

Thomas Tronco

O

s três primeiros séculos da era cristã foram marcados por incontáveis morticínios de cristãos, principalmente nas arenas romanas, mortos por animais ferozes, por fogo e por instrumentos de tortura. No quarto século, as perseguições cessaram, mas não o ódio ao cristianismo. Sempre que surge oportunidade, o mundo aponta suas armas para a igreja, para as Escrituras e para tudo que esteja ligado ao Deus-homem que morreu na cruz para remissão de pecados. A “bola da vez” é a Associação de Capelania Evangélica Hospitalar (ACEH). Esse ministério teve início em 1983 e é presidido pela capelã Eleny Vassão de Paula Aitken, atuando em mais de 130 hospitais espalhados por vários Estados brasileiros e até fora do Brasil, treze países ao todo. Os hospitais que contam com esse ministério são mais bem conceituados por terem a visão do cuidado integral ao paciente, seus familiares e profissionais da saúde. Diante dos leitos, o trabalho desses capelães é dar ouvidos, confortar

e encorajar, ajudando o enfermo a lutar pela vida com esperança em Deus e na medicina. Também é oferecido aconselhamento espiritual e apoio emocional, tanto ao paciente e seus familiares, como aos profissionais da saúde (www.capelania.com). Resumindo, é um trabalho que envolve atividade missionária, misericórdia genuína e amor incondicional. Apesar disso, essa associação tem recebido ataques que nada mais são que uma demonstração cristofóbica e inconstitucional do pior tipo. Por meio de mentiras e de intenções bastante questionáveis e egoístas, os nobres e desprendidos capelães têm sido difamados e afrontados, não porque ataquem as escolhas dos pacientes, mas por amá-los, evidenciando que tipo de amor Cristo ensinou aos seus discípulos. Cristo nos advertiu de tal perseguição e ódio por parte do mundo e, mesmo assim, nos ordenou amar. Essa atividade amorosa, com prejuízo próprio, é uma tradição cristã. O historiador Eusébio de Cesareia (263-340) conta de uma praga avassala-

dora que ocorreu em Alexandria, cuja virulência e propagação é descrita como “acima de toda a esperança”, a qual acometeu mais pagãos que cristãos. Estes, porém, dedicaram-se s ajudar os necessitados com riscos para a sua própria vida. Desse modo, como crentes em Cristo, nossa tarefa é continuar a amar quem nos odeia (Mt 5.44; Lc 6.35) e brilhar ao mundo a luz de Cristo (Mt 5.16). No tocante à capelania evangélica, nossa tarefa é continuar amando aqueles que sofrem sem esperança e clamar a Deus que abençoe nossos nobres irmãos capelães e defenda a Associação de Capelania Evangélica Hospitalar. Esses irmãos se afadigam e são difamados na posição de representantes da igreja de Cristo. Nada mais justo e próprio que sejamos seu suporte e fonte de consolo e encorajamento. Afinal, somos um só corpo, um corpo que luta junto, sofre junto e junto chegará ao céu para habitar para sempre ao lado do nosso supremo Capelão. O pastor Thomas Tronco é membro da Associação de Capelania Evangélica Hospitalar

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om grande alegria e entusiasmo a Confederação Sinodal de SAFs Sul-Fluminense realizou o 1º Avanço Missionário de 2012. O trabalho aconteceu no dia 10 de março, no Distrito de Ipiabas, município de Barra do Piraí, com caravanas das três federações: Volta Redonda, Sul-Fluminense (abrangência Barra Mansa a Itatiaia) e Barra do Piraí (abrangência Barra do Piraí a Paraíba do Sul), que formam a Sinodal. Logo pela manhã participaram de um culto e ouviram a mensagem do Senhor apresentada pelo Rev. Dilécio S. Oliveira. Em seguida aconteceu o treinamento evangelístico sob a direção da missionária Selma Heringer e do Rev. Edmilson Fernandes, Secretário Sinodal do Trabalho Feminino. A professora Gislaine Nogueira, Presidente da Federação Sul, esteve à frente das ofi-

o trabalho. As participantes também tiveram oficina de artesanato, extensivo à comunidade para a geração de renda, com as professoras Catia Cordeiro e Cecília Monteiro. Parte do trabalho funcionou na Congregação e outra parte no espaço cultural de Ipiabas. Após o almoço foi realizada evangelização pelas ruas do bairro com folhetos, literatura cristã e entrega de cestas básicas doadas pelas irmãs presentes e pela Junta Diaconal da 1ª IP de Volta Redonda. A programação foi finalizando com um “impacto evangelístico” na praça principal da cidade. O Projeto Ana aconteceu de forma diferenciada: os presbíteros e diáconos presentes assumiram as orações em favor dos filhos. Toda honra e toda glória pertence ao Senhor, pois é ele que opera em nós tanto o querer como o realizar. Rita Moreno Fernandes é Presidente da Confederação Sinodal


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ORIENTAÇÃO

Crianças têm direitos? José Roberto Coelho

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ssa pergunta seria tola se não fosse a atual realidade da sociedade brasileira. Infelizmente, o que constatamos no dia a dia e através dos meios de comunicação é uma sociedade mergulhada numa cruel insensibilidade com respeito às crianças e seus legítimos direitos. É muito fácil constatar a violência (psicológica, física, verbal e/ou sexual) contra as crianças, a discriminação, o abandono, o trabalho forçado, etc. Junta-se a isso a sombria realidade de uma saúde pública deficiente, de uma educação que não consegue atingir todas as camadas da sociedade, de uma estrutura habitacional

insuficiente e miserável, de uma segurança precária e de uma política corrupta e vexatória. De fato, necessitamos perguntar: Crianças têm direitos? Apesar do que foi apresentado acima, toda criança tem direitos. Foi na Assembléia Geral das Nações Unidas, no dia 20 de novembro de 1959, que representantes de vários países aprovaram a Declaração dos Direitos da Criança. Ela foi adaptada da Declaração Universal dos Direitos Humanos, só que voltada para a infância. A Declaração dos Direitos da Criança tem dez artigos que devem ser respeitados para que as crianças vivam dignamente, desfrutando de cuidado, atenção e cari-

nho. Quando leio esta Declaração logo me vem à mente aquilo que o Senhor nos revela na sua Palavra, onde encontramos valiosos ensinamentos sobre as crianças. No Antigo Testamento, por exemplo, encontramos um texto em que fica claro o grande amor e o valor da criança no contexto familiar: “Herança do SENHOR são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão. Como flechas na mão do guerreiro, assim os filhos da mocidade” (Sl 127. 3-4). No Novo Testamento encontramos Jesus dizendo aos seus discípulos que eles deveriam ser como as crianças. O contexto é o da disputa para ver quem seria o maior

entre eles. Jesus, então, os exorta dizendo: “Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus” (Mt 18.3). Outro texto importante sobre as crianças é aquele que mostra os discípulos tentando impedir que as crianças fossem tocadas por Jesus. Ele, porém chamou-as, dizendo: “Deixai vir a mim os pequeninos e não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus. Quem não receber o reino de Deus como uma criança de maneira alguma entrará nele” (Lc 18.16-17). Diante disso, nós cristãos temos o dever de proteger e valorizar as crianças, mesmo que tudo ao nosso

redor nos incentive ao descaso e à insensibilidade. O desafio então é observar e cumprir aquilo que Deus estabeleceu na sua Palavra, como também, as normas e leis estabelecidas civilmente como a Declaração dos Direitos da Criança. Pense: o que pode ser feito para que as crianças tenham seus direitos assegurados na família, na igreja, e na escola? Agora reflita, aja e leve outros a se envolverem também. E lembre-se do que disse Jesus: “E quem receber uma criança, tal como esta, em meu nome, a mim me recebe” (Mt 18.5). O Rev. José Roberto Coelho é Secretário Geral do Trabalho Infantil da IPB

ANIVERSÁRIO

Jubileu de ouro da UPH da IP de Centenário, SP Aristeu Alves

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UPH da IP do Centenário Alto de Vila Maria, em São Paulo, comemora o seu jubileu de ouro neste ano de 2012. A data de organização da sociedade, que na época se chamava Obreiros de Cristo, é 28 de janeiro de 1962. Na ocasião a primeira

diretoria foi eleita, sendo Azor Mendes o primeiro secretário responsável por redigir a ata de organização da sociedade. Azor ainda é membro da UPH trabalhando ativamente nas atividades durante esses cinquenta anos. Os demais membros da primeira diretoria formada já foram chamados para junto de Cristo.

Dentre várias programações especiais, o culto oficial em comemoração ao jubileu acontecerá em 23 de junho de 2012, tendo como pregador convidado, o Rev. Jorge Canelhas. Será um dia de louvor e gratidão a Deus que ao longo dos anos tem abençoado a sociedade. Aristeu Alves é diácono e tesoureiro da UPH da IP do Centenário

Diretoria atual da sociedade


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ANIVERSÁRIO

IP de Vila Mariana: 70 anos de bênçãos Gustavo Bacha

A

IP de Vila Mariana completará 70 anos de organização no mês de maio. Sua trajetória é de trabalho, dedicação, lutas e vitórias pela graça de Deus. Teve seu início como congregação da IP Unida de São Paulo e funcionava na Rua França Pinto em uma carvoaria, onde enfrentava a intransigência de alguns, inclusive incentivando meninos a atirarem pedras enquanto o povo estava reunido em culto. As atividades foram se intensificando e o grupo aumentando. Mudouse para o imóvel situado no atual endereço (Rua Vergueiro 2407) na Vila Mariana, melhor localização com possibilidade de maior desenvolvimento e visibilidade. Era a estrada que ligava São Paulo à cidade de Santos. Como aconteceu em muitas outras igrejas, em 1941 (ainda na condição de congregação) foi organizada a SAF, sociedade pujante e vigorosa até hoje em seu trabalho de assistência com oficina de costura para confecção de enxovais e roupas para bebês e mães carentes. Além da oficina, há o celeiro com distribuição de roupas, agasalhos, calçados e cestas básicas a carentes, chegando a distribuir cerca de oito mil peças de roupa e calçados e mais de nove mil

quilos de alimento por ano. A IP de Vila Mariana foi organizada no dia 31 de maio 1942, sendo a comissão composta pelos Revs. Miguel Rizzo Júnior, Amantino Adorno Vassão e presbs. Warwick Kerr e José de Oliveira. O pregador no culto de organização é o Rev. Rizzo que prega o sermão “Horas Decisivas” (Jo 1.39). O primeiro pastor é designado pelo presbitério: Rev. Jorge Goulart. A IPVM inicia sua carreira de vitórias e crescimento, para a glória e honra do Senhor. Cresceu e se desenvolveu, sendo, hoje, uma das maiores igrejas locais da IPB e, a maior em número de membros na cidade de São Paulo, contando atualmente com 1255 membros comungantes e 217 membros não comungantes em seus róis. Sua visão de expansão e missão sempre foi forte. Gerou oito filhas ao longo destes 70 anos, sendo as mais novas Moema (fevereiro de 2010) e Ipiranga (março de 2011). Auxilia a manutenção de campos missionários estrangeiros (APMT) no Paraguai e Peru. Nos campos nacionais atua em Pernambuco (Caetés, Capoeiras, Queimada da Jurema, Lagoa do Ouro), no Rio Grande do Norte (Patu, Itaú, Severiano Melo), no Ceará (Jaguaribe), no Amazonas (Lago do Carará), no Mato Grosso do

Sul (Aldeia Porto Lindo), em Sergipe (parceria com a Nossa Missão), em Minas Gerais (Serra do Salitre). Mantém as congregações em Itapeva de Minas (MG) e Suarão (litoral sul de São Paulo). Suas sociedades internas são ativas com UCP, UPA, UMP, SAF, além dos grupos fortes da Geração de Ouro (Terceira Idade) e GEA (solteiros maduros, viúvos e descasados). Sua EBD é muito bem estruturada contando com cerca

de 500 alunos matriculados em seus cursos. Possui um acampamento no município de Tietê, tendo a propriedade dez alqueires com estrutura de excepcional qualidade para atendimento a acampamentos retiros, etc. São realizadas duas temporadas por ano (janeiro e julho) reunindo, em cada uma delas, ao longo de três semanas cerca de 280 crianças e adolescentes sob a supervisão de 45 monitores. Uma das marcas fortes e

Igreja Presbiteriana de Vila Mariana.

70 anos fazendo diferença.

Maio 2012 Participe da nossa programação especial de aniversário. Data Dia

Horário Preletor

05/05

SÁBADO

19:30h

REV. JUAREZ MARCONDES

06/05

DOMINGO

09:15h

REV. JUAREZ MARCONDES

06/05

DOMINGO

19:00h

REV. JUAREZ MARCONDES

14/05

SEGUNDA

20:00h

REV. JEREMIAS PEREIRA

15/05

TERÇA

20:00h

REV. HERNANDES DIAS LOPES

16/05

QUARTA

20:00h

REV. RICARDO AGRESTE

17/05

QUINTA

20:00h

REV. AUGUSTUS NICODEMUS

18/05

SEXTA

20:00h

REV. GEORGE CANÊLHAS

19/05

SÁBADO

19:30h

REV. ROBERTO BRASILEIRO

20/05

DOMINGO

09:15h

REV. ROBERTO BRASILEIRO

20/05

DOMINGO

19:00h

REV. ROBERTO BRASILEIRO

26/05

SÁBADO

19:30h

REV. MESSIAS ANACLETO

27/05

DOMINGO

09:15h

REV. MESSIAS ANACLETO

27/05

DOMINGO

19:00h

REV. MESSIAS ANACLETO

Informações:

WWW.IPVM.ORG.BR/IPVM70ANOS

distintivas da IPVM é sua vocação musical. Sempre esteve muito atenta para esta área do serviço sagrado e contou com excelentes corais. Atualmente são 04: o coro IPVM (misto), o Maranata (masculino), o Cantares (feminino) e o IPVM Kids (infantil), além do madrigal José Ramos (da SAF). Está com uma orquestra formada com violinistas, trompete, flautas, trombone, saxofone, piano e órgão. Seu conselho é formado por dezoito presbíteros e a Junta Diaconal é integrada por trinta diáconos. Conta, atualmente, com seis pastores (sendo o pastor titular o Rev. Paulo Delage e dois jubilados: Revs. Pércio Gomes de Deus e Eudes Coelho) e dois evangelistas, além de um casal de missionários que trabalha com as crianças e adolescentes. A graça do Senhor tem sido abundante sobre a vida da IPVM ao longo destes setenta anos. Reconhecemos esta verdade e damos graças ao Senhor. Sua localização fácil e privilegiada (60 metros da estação Ana Rosa do metrô) é um incentivo aos que chegam em São Paulo e procurm uma Igreja ativa, vibrante e de fácil acesso. Somos uma Igreja viva, servindo ao Deus vivo. O Rev. Gustavo Bacha faz parte da equipe pastoral da IP de Vila Mariana.


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Boa Leitura Depressão – A tenebrosa noite da alma (Edward T. Welch)

Uma lista de tarefas não atende às perguntas sobre propósito, esperança, nem responde às perguntas fundamentais sobre a existência e a fé que inevitavelmente surgem com a depressão. As perguntas do tipo “por quê?” dizem a respeito de Deus. Se as ignorarmos a fim de focalizar as perguntas do tipo “como”, talvez até encontremos um atalho para um alívio mental temporário, mas o coração continuará faminto de respostas. Procure descobrir neste livro uma parceria entre “por quê” e “como”. O livro contém 208 páginas e custa R$ 39,00. Em busca de algo maior (Paul Tripp)

O autor descreve: “Neste livro, a discussão sobre viver no reino não terá lugar no corredor do seminário. Vou levá-lo para a rua onde o pneu encontra a estrada da vida cotidiana. Eu quero ajudá-lo a considerar o chamado de Cristo no nível da rua. E a minha esperança é que, à medida que fazemos isso juntos, primeiro você se sinta desconfortável, mas logo em seguida seja encorajado, animado e motivado, com esperança.”

Entretenimento e reflexão Filmes para curtir e pensar

Amistad

O livro contém 208 páginas e custa R$ 37,00. Doze homens comuns (John MacArthur, Jr.)

Nenhum deles foi um erudito ou teólogo. Até mesmo Jesus comentou que eram lentos para aprender (Lc 24.25). Um deles havia sido zelote – um agitador – outro, um odiado coletor de impostos – praticamente um traidor. Os outros podem ter sido pescadores ou artesãos. Gente comum. No entanto, Deus os capacitou. Doze homens comuns – pessoas como você e eu – tornaramse instrumentos para que a mensagem de Cristo fosse levada até os confins da terra. O livro contém 192 páginas e custa R$ 33,00.

Sobre esses e outros títulos acesse www.editoraculturacrista.com.br ou www.facebook.com/editoraculturacrista ou ligue 0800-0141963

Abril de 2012

Produzido e dirigido por Steven Spielberg, Amistad recebeu quatro indicações para o Oscar nas categorias de Melhor Música, Melhor Indumentária, Melhor Cinematografia e Melhor Ator Coadjuvante (Anthony Hopkins). Baseado numa história real, o filme conta a história de um grupo de escravos africanos que se rebela e se apodera do controle do navio, La Amistad, que os transporta, tentando retornar à sua terra de origem. Uma boa pergunta para o cristão: quem luta pela justiça e pela liberdade... dos outros? A escalada

Dois alpinistas radicais precisam forjar uma amizade complicada com o objetivo de escalar o pico dos seus sonhos. O extravagante Derrick gosta de escalar sozinho. Um resgate audacioso abriu as portas para a maior escalada de sua vida, mas seu sonho inclui um parceiro não muito desejado. Cauteloso, Michael não se arrisca, não se apressa para ser o primeiro e raramente leva a vida até o seu limite. O filme é intenso, bonito, com momentos bem humorados. Em meio à aventura, uma lição de vida cristã.

oportunidade de vingança que ninguém poderia imaginar, mas a mensagem mais forte desse excelente filme é a de que o sangue de Jesus cura e purifica, o corpo e o coração. Cartas para Deus

Ben Hur

Em Jerusalém no início do século primeito vive Judah Ben-Hur (Charlton Heston), um rico mercador judeu. Mas, com o retorno de Messala (Stephen Boyd), um amigo da juventude que agora é o comandante das legiões romanas na cidade, um desentendimento devido a visões políticas divergentes faz com que Messala condene BenHur a viver como escravo em uma galera romana, mesmo sabendo da inocência do examigo. Ben-Hur terá uma

Cartas para Deus: a esperança é contagiosa. De um dos produtores de Prova de Fogo e Desafiando os Gigantes. Tyler Doherty é um extraordinário menino de 8 anos, armado com grande fé e coragem enquanto encara sua batalha diária contra o câncer. Cercado por uma família amada e por sua comunidade, as orações de Tyler tomam a forma de cartas, que ele escreve e envia diariamente para seu amigo: Deus. Estas cartas vão parar nas mãos do carteiro Brady, que está passando por dilemas e buscando sentido para sua vida. A princípio, Brady não sabe o que fazer, mas por fim, sua decisão torna-se uma evidência do poder da bravura e graça de Tyler. Inspirado por uma história real, Cartas para Deus traz uma mensagem de esperança, fé e coragem que pode ser relacionada às lutas pessoais de cada um de nós.


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Consultório Bíblico

Onde a Bíblia proíbe fazer jogos de azar? Odayr Olivetti

Q

uanto eu saiba, em lugar nenhum, expli- preguiçoso, considera os seus caminhos [dela] citamente. Os sorteios de que fala a e sê sábio. Não tendo ela chefe, nem oficial, Bíblia eram feitos para decidir questões e nem comandante, no estio prepara o seu pão, impasses – para orientar as pessoas ou o povo na sega, ajunta o seu mantimento. Ó preguiçoem situações difíceis. Em Provérbios 18.18 so, até quando ficarás deitado?...”. Ver também lemos: “Pelo lançar da sorte, cessam os plei- Provérbios 10.26; 13.4; 19.15, 24 e Eclesiastes tos, e se decide a causa entre os poderosos”. 10.18, entre outras passagens. (3) Com exorMesmo nesses casos, o povo de Deus reco- tações duras da Palavra de Deus, como estas nhecia que quem decide a sorte é Deus. É o que vemos em Atos “Aquele que furtava, não furte mais; antes, 1.23-27: na escolha de trabalhe, fazendo com as próprias mãos um diácono, foi pedio que é bom, para que tenha com que da a bênção de Deus acudir ao necessitado” (Ef 4.28) antes de ser lançada a sorte. Vemos também esta verdade claramente apresentada em Provérbios 16.33, que pontifica: “A sorte se lança no regaço, mas do SENHOR procede toda decisão”. [No caso das vestes de Jesus, foi lançada sorte, mas por pagãos que participaram da crucificação do Senhor Jesus: Mateus 27.35.] Indiretamente, a Bíblia condena os “jogos de azar”: (1) Determinando que o homem trabalhe seis dias na semana e descanse um. No Decálogo, o mandamento mais extenso e detalhado é o quarto, sobre o santo repouso semanal, depois de seis dias de trabalho: Êxodo 20.8-11. (2) Condenando o preguiçoso. O livro de Provérbios contém muitas exortações e advertências sobre a preguiça. Exemplos: Provérbio 6.6-11: “Vai ter com a formiga, ó

do apóstolo Paulo, inspirado: “Aquele que furtava, não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado” (Ef 4.28) e: “Se alguém não quer trabalhar, também não coma” (2Tessalonicenses 3.10) – supondo-se, é claro, que a pessoa tem condições de saúde que lhe permitam trabalhar. (4) Exemplo divino –

Disse Jesus: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também”. Na bela descrição das experiências diárias da vida no salmo 104, o versículo 23 começa dizendo: “Sai o homem para o seu trabalho...”. A Bíblia desestimula, ou, melhor dizendo, condena todo tipo de ganho fácil – juros extorsivos, por exemplo. Isso para não entrar nos meandros e sinuosidades das artimanhas dos homens que, na indústria, no comércio, na política, e até em segmentos da religião, usam mil e um recursos para encontrar maneiras de ganhar mais do que devem pelo que fazem, e até pelo que fingem que fazem. Quanto ao trabalho na seara do Mestre, tanto no exercício honesto da profissão como nos diferentes ministério e serviços da igreja, é alentadora a palavra bíblica de afirmação da segura vitória que Deus nos dá por meio do Senhor Jesus Cristo, com a qual encerro esta resposta (1Co 15.58): “...meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão.”

O reverendo Odayr Olivetti é pastor presbiteriano, ex-professor de Teologia Sistemática do Seminário Presbiteriano de Campinas, escritor e tradutor. - odayrolivetti@uol.com.br


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20 TERCEIRA IDADE

Construindo a Rede Presbiteriana de Apoio ao Idoso

E

sse foi o tema da palestra central do workshop realizado na IP de Patrocínio, pastoreada pelo Rev. Cleverson Gilvan, com a coordenação da fisioterapeuta Ana Rabelo. No município há cinco igrejas presbiterianas. Participaram do evento irmãos das Igrejas Presbiterianas de Patrocínio, Getsêmani, Esmeril, Estrela do Sul, Patos de Minas, Coromandel, Morada Nova, Central de Vazante e Uberlândia. Dos participantes, 43% tinham entre 20 e 39 anos, 29% entre 40 e 60 anos, 27% entre 60 e 69 e 1% com mais de 80 anos. Esteve presente no workshop o Rev. Demerval Alves (Secretário Sinodal da Terceira Idade do Sínodo Triângulo Mineiro), o Rev. Antônio Marques (Secretário Presbiterial da Terceira Idade do Presbitério Leste do Alto Paranaíba) e o Rev. Cleverson Gilvan (Secretário Presbiterial da Terceira Idade do Presbitério Alto Paranaíba). Os trabalhos do Workshop tiveram início às 19h30min do dia 24 de fevereiro com o Rev. Pinho Borges, Secretário Geral da Terceira Idade falando sobre o tema “Construindo a Rede Presbiteriana de Apoio à Pessoa Idosa”.

No dia 25, os trabalhos começaram às 9h da manhã com a oficina “A Bíblia e o Envelhecimento” dirigida pelo Rev. Pinho Borges. Uma dinâmica foi realizada pela psicóloga Sandra, com o tema “Construindo um mundo feliz”. No período da tarde aconteceram as oficinas “Relacionamento entre Jovens e Idosos”, “Musicalidade na Terceira Idade” e foram distribuídos exemplares do Estatuto do Idoso, Cartilha REPAPI e CD-Legislação. No dia 26, o workshop foi encerrado com a oficina “Envelhecimento: diga não aos mitos e preconceitos”, ministrada em classe única no horário da Escola Dominical. No momento final o Secretário Sinodal, Rev. Demerval, falou sobre o evento. “A Secretaria Geral do Trabalho da Terceira Idade foi a criação mais perfeita da IPB no século 20, pois veio fechar uma grande lacuna no desenvolvimento da igreja local, já que os idosos precisam de algo além de ficarem sentados nos bancos.” A passagem do Secretário Geral por Patrocínio terminou no domingo à noite com pregação no culto vespertino da IP do Bairro Constantino, pastoreada pelo Rev. Roberto Brasileiro.

Workshop aconteceu na IP de Patrocínio nos dias 24, 25 e 26 de fevereiro

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