Brasil Presbiteriano O Jornal Brasil Presbiteriano é órgão oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Ano 50 nº 654 – Abril de 2009
Caroline Santana Pereira
Reunião da Comissão Executiva do Supremo Concílio da IPB contou com a participação de todos os Sínodos Páginas 10 e 11
Claudío Marra
CEP lança novo material didático de apoio para educadores cristãos Páginas 12 e 13
Bosque Sesquicentenário é entregue à IPB pelo Mackenzie Página 9
IP de Mossoró - Luz para o Sertão! Páginas 16 e 17
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Abril de 2009
EDITORIAL
A IPB que todos queremos
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mas das mais gratas memórias da minha infância presbiteriana é a lembrança de gente crente daqueles tempos saudosos. Famílias se reuniam nas noites de quarta-feira nas casas dos crentes. Naquele tempo isso não era chamado de pequenos grupos, grupos familiares, grupos de estudo, células ou discipulado. Era só um culto mesmo, com muita cantoria do bom e velho Salmos e Hinos. Um dos presentes pregava, havia muitas orações e, sobretudo, muita alegria. O motivo para tanto riso e felicidade não era mais nem menos que o “simples” fato de serem crentes em Jesus. Não havia entre os presbiterianos daquele tempo brados de Aleluia, de ô glória, ou outras expressões que o mimetismo nos fez depois incorporar ao nosso vocabulário eclesiástico. Mas ninguém cabia em si de tanta satisfação e mesmo depois da reunião todos continuavam celebrando, afinal, éramos crentes, éramos salvos! Os tempos mudaram e o nosso mimetismo não perde tempo. Hoje cantamos, pulamos e choramos nas chamadas “celebrações”, “louvor”, mas a mesma galera da aeróbica cúltica prefere mudar logo de assunto assim que o culto acaba. Outra paixão nos
diverte. Onde foi parar o nosso primeiro amor? Cadê aquela não mimetizada alegria por sermos salvos? E o enorme prazer de falar de Cristo? Voltarão os O fedor em da sujeira e excrementempos que os pastores tos no chão era inacreditável" corriam de campo em campo (pág.447). A filantropia e o trarecebendo por profissão de fé balho voluntário de caridade sempre muitos novos naquele crenforam respostas cristãs tes? contexto. Grupos se organizaO BPSociedades tem dado sempre espa-e ram. beneficentes orfanatos se multiplicaram. "O ço para noticiar os esforços de grupo Clapham um exemplo lideranças e defoi igrejas locais excepcional ... edo seupaís trabalho de norte a sul que refletia o papel chave desempecontinuam levando a sério a nhado pelas sociedades voluntáGrande Comissão, ou que volrias nas atividades filantrópicas taram a fazê-lo. É com emoção lembro doanos que em vi A que IPB me existe há 150 no oesteque do significa Rio Grande umsertão contexto um desafio perene área social, do Norte, no na último janeiroe muitas têm sido as respostas dos (matéria na pág.16). Vi uma presbiterianos à carência reinanparte do que se pode chamar te. Este jornal tem informado de verdadeira IPB, uma igreja a respeito dessas ações, como missionária dinâmica, fiel estímulo a queemais se faça nesse doutrinariamente e evangelisentido e para que se glorifique a zadora. luz É,onde antescom só Deus porViisso. por isso, havia trevas. Onde não gratidão a Deus queantes acompanhamosesperança, e noticiamos a respeito havia ou onde ela dasapoiava iniciativas presbiterianos se emdefalsidades, vi por ocasião da lamentável tragente sorrindo de felicidade gédia que se abateu sobre Santa por ser crente. Catarina e sobre outros estados Esse é um brasileiros (págs.trabalho 10 e 11).para É a toda a IPB. Primeiro porque, Jesus que estamos servindo (Mt adotando o sistema de parOutro (pág.17), destaque desta edição é cerias presbiteriaa matéria sobre o ensino do crianos de diferentes locais do cionismo no Mackenzie e a reapaís enviarão às regiões mais ção da mídia secular. Não comepobres os recursos necessáçamos nada que outras escolas rios. Segundo, porque, inflaevangélicas e confessionais já mados pelofazendo, primeiro não estejam mas oamor grito
“Tenho ... contra ti que abandonaste o teu primeiro amor” (Ap 2.4).
que retorna, as igrejas das cidades e dos grandes centros que ainda não o fizeram irão também em sua área retomar o cumprimento da Grande
Comissão. Não faz sentido termos cidades e regiões com centenas de milhares de habitantes, milhões até, com pouquíssimas igrejas presbiteria-
nas ou, o que é pior, sem ao menos uma IP, como ocorre em tantas delas. “Lembra-te ... arrependete e volta ...” (Ap 2.5).
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Órgão Oficial da
Ano 50, nº 654 – Abril de 2009 Rua Miguel Teles Junior, 394 – Cambuci, São Paulo – SP - CEP: 01540-040 www.ipb.org.br Conselho de Educação Cristã e Publicações: Mauro Meister – presidente André Luis Ramos - secretário Alexandre Henrique Moraes - tesoureiro
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Documentos da História da IPB
“Hinos evangélicos e cânticos sagrados” e que escolhesse o que servisse para uso nos cultos das igrejas Rev. John Boyle (1845- evangélicas. Desde esse tempo 1892) foi um dos mis- tenho empregado as horas que sionários mais operosos os misteres do ministério me e consagrados que trabalharam deixaram vagas, em coligir no Brasil. Após uma estada ini- hinos, não somente dos três cial em Recife, ele se transferiu volumes mencionados, mas em 1875 para Campinas e em também de toda a proveniência 1879 para Mogi-Mirim, evangelizando extensamente aquela região. Dois anos mais tarde, começou a visitar o Triângulo Mineiro e o sul de Goiás, vindo em 1887 a fixar residência na localidade de Bagagem (hoje Estrela do Sul, próxima a Uberlândia). Em 1889, lançou o valioso periódico O Evangelista.T Faleceu aos 47 anos, em 4 de outubro de 1892. Foi o fundador das Igrejas da Bagagem, Paracatu, Santa Luzia de Goiás e Araguari, organizadas menos de um ano após a sua morte. Em 1888, o Rev. Boyle publicou um dos primeiros hinários usados pelos presbiterianos brasileiros: Hinos Evangélicos e Cânticos Sagrados – “para uso dos que adoram a Deus em espírito e verdade”. O hinário foi impresso no Rio de Janeiro, na tipografia dos irmãos LaemRev. John Boyle mert. No Prefácio, o missionário declarou o seguinte: Em março de 1875 estive hos- ao meu dispor. pedado alguns dias em casa de No fim de treze anos ofereço um amigo e irmão em Cristo, às Igrejas Evangélicas o resulno Rio de Janeiro. Sabendo tado dos meus esforços, e se ele que eu me interessava no este livro for julgado digno de melhoramento da hinologia em ser adotado, terei grande satisportuguês, fez-me presente de fação nisto. Que existem nele três livros de poesia religiosa, muitos defeitos e imperfeições pedindo-me que os examinasse sou eu o primeiro a reconheAlderi Souza de Matos
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cer. Creio, porém, que todos o acharão melhor e mais apropriado para cultos do que os Cânticos Sagrados [1867], até agora usados. Dizer isto não é menosprezar os irmãos que publicaram aquele livro. Eles mesmos reconhecem no prefácio os seus defeitos, e mais que Arquivo
nenhum outro têm me animado e coadjuvado na preparação deste livro. A seguir, o Rev. Boyle apontou os melhoramentos que introduziu no hinário: grande aumento do número de hinos (475 hinos e 129 salmos em comparação com os 186 do
hinário anterior), o agrupamento dos hinos por assunto e as correções feitas em várias composições. No final do Prefácio, ele acrescentou: Mandei o manuscrito deste livro ao Rev. Sr. [James Theodore] Houston, pedindo-lhe que o criticasse, o que fez: examinou-o minuciosamente, linha por linha, palavra por palavra. Deu-me sua opinião sobre o arranjo dos assuntos, sobre hinos e versos que julgava deverem ser eliminados; criticou algumas modificações que fiz e recomendou outras melhores; recomendou também modificações que eu não tinha feito; e notou erros na versificação, na gramática, na doutrina. As suas recomendações e críticas foram de proveito incalculável. Peço, pois, a todos os meus irmãos que façam o que ele fez, e me escrevam francamente. Se o fizerem, o livro pode sair na segunda edição muito aperfeiçoado. Rogo também às pessoas que tiverem músicas prediletas ou especialmente apropriadas a quaisquer hinos fazerem o favor de mas mandar ou indicar o nome da música e do livro onde podem ser encontradas. Queira Deus aceitar e abençoar esta humilde obra do seu servo, feita no intuito de aperfeiçoar o seu louvor na terra. Bagagem, Minas, março de 1888. J. Boyle. O Rev. Alderi Souza de Matos é pastor presbiteriano e historiador oficial da IPB. asdm@mackenzie.com.br
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SXC
EDUCAÇÃO CRISTÃ
A aprendizagem Wilson do Amaral Filho
J
esus disse uma vez: “... pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7.20). Naquela ocasião, instruía os discípulos e se referia especificamente aos falsos profetas, que se apresentam disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. De acordo com o ensino de Jesus, o único modo de identificar os falsos profetas se dá pela observação de seu comportamento. O procedimento deles demonstra cedo ou tarde o que aprenderam na vida. Cientistas já gastaram muitos anos de pesquisa procurando explicar o que é aprendizagem e como ela se dá no ser humano. Perceberam que era necessário estudar o comportamento da pessoa para detectar os efeitos do conhecimento em sua forma de pensar, falar e agir. Chegaram a algumas conclusões importantes. 1) A aprendizagem é um processo. Ao colocarmos água em um copo, as primeiras gotas vão diretamente ao fundo e as que vêm em seguida se misturam com as anteriores, aumentando gradativamente o nível da água. Do mesmo modo se dá a aprendizagem. Nossa inteligência já vem estruturada para aprender, desde o berço, e o processo de aprendizagem nos envolve totalmente – intelecto, sentimentos, vontade, fé, corpo, hábitos, etc. – capacitandonos para novas situações de aprendizagem. Aquilo que
efetivamente aprendemos transforma a estrutura de nossa inteligência, amplia nossa visão de mundo, muda o nosso procedimento e nos prepara para aprender mais.
Aquilo que efetivamente aprendemos transforma a estrutura de nossa inteligência, amplia nossa visão de mundo, muda o nosso procedimento e nos prepara para aprender mais
Quando falamos do aprendizado da fé é preciso recordar que nenhum ser humano crê por si mesmo em Jesus como seu Salvador pessoal e Senhor, sem que para isso o Espírito Santo o regenere e renove sua mente. Entretanto, a fé também está incluída no processo de aprendizagem. Ao comentar sobre a expressão “de fé em fé” (Rm 1.17), Calvino afirma que nossa fé progride e avança em conhecimento. Podemos exemplificar como a aprendizagem ocorre, refletindo na experiência de Paulo e sua forma de encarar a vida: “... aprendi a viver contente em toda e qualquer situação” (Fp 4.11b). O livro de Atos nos mostra como as experiências do apóstolo foram se acumulando e lhe
proporcionaram esse aprendizado. Do mesmo modo, cada situação nova é oportuna para nos fazer crescer em todos os sentidos. 2) A aprendizagem é o meio de nossa adaptação no mundo. Jean Piaget estudou o comportamento infantil e percebeu que as crianças exploravam o ambiente e tomavam parte dele, transformando-o e incorporandoo a si mesmas. Quanto mais estimuladas, mais assimilavam o conhecimento. Ao
mesmo tempo, observou que as crianças modificavam seu comportamento para se adequar à nova situação. A essa adaptabilidade ao novo, Piaget chamou de “assimilação” e “acomodação”. As crianças assimilavam o conhecimento e se adaptavam à nova situação para novas aprendizagens. Assim se dá a experiência de aprendizado das pessoas, em relação à vida de um modo geral e à fé. Como lembra Downs (ECC, 2001),
a criança pequena aprende que Jesus é o bebê nascido no natal. Mais tarde, essa mesma criança aprende que Jesus é o Filho de Deus que veio ao mundo para morrer pelos nossos pecados. Há um desenvolvimento da compreensão e uma interação com uma nova aprendizagem. A criança cresceu em maturidade e por isso tem condições de receber uma lição de significado mais profundo e mais complexo.
Brasil Presbiteriano Nossa inteligência já vem estruturada para aprender, desde o berço, e o processo de aprendizagem nos envolve totalmente Ao contrário do esperado, os cristãos coríntios foram acusados de estagnar na fé e não estar preparados para poder receber as doutrinas mais profundas do Evangelho, por causa de sua insistência em permanecer nos “ciúmes e contendas” (1Co 3.1-3). Por isso foram comparados a crianças que ainda precisam de leite. Não fomos salvos da nossa vã maneira de viver para ser como os coríntios, mas para nos envolvermos em novas experiências de aprendizagem, como os cristãos de Beréia (At 17.11). Voltando à fala de Jesus – “pelos frutos os conhecereis” – e considerando que a aprendizagem é um processo e o meio pelo qual nos adaptamos no mundo em que vivemos, devemos reconhecer a importância da aprendizagem cristã desde os primeiros dias de vida da infância à velhice. É preciso ensinar a criança (e o adulto) proporcionalmente à sua maturidade cognitiva, psicológica e espiritual, dando a ela a visão da oportunidade de aprender mais. O único modo de observarmos o crescimento se dá pela mudança de comportamento, com novas atitudes e capacidades demonstradas. Aqueles falsos profetas aprenderam a errar e a induzir outros ao erro. Até hoje esses tais devem ser
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reconhecidos por seus atos, sua falácia, sua malícia e evitados com toda a cautela. Para que os discípulos de Jesus saibam discernir os falsos profetas, precisam conhecer a Palavra de Deus e aprender o Evangelho de maneira progressiva, desde a tenra infância até o fim da vida. Downs (2001, p. 166) declara apropriadamente: “aprender a Palavra significa viver a Palavra. Somente o conhecimento que se transforma em ação é aceitável [...] Aprender a Palavra de Deus é mais do que dominar o seu conteúdo. Inclui isso, mas se move na direção de mudar atitudes e ações que são governadas pelos interesses da Escritura.”
É preciso ensinar a criança (e o adulto) proporcionalmente à sua maturidade cognitiva, psicológica e espiritual, dando a ela a visão da oportunidade de aprender mais Os cristãos verdadeiros também serão conhecidos pelos frutos que produzem. Assim, cumpre às igrejas, aos ministros e professores transformados e comprometidos com a aprendizagem, oferecer por toda parte um ensino transformador, a fim de que o Senhor Jesus seja corretamente apresentado ao mundo e pessoas sejam efetivamente alcançadas. O Rev. Wilson do Amaral Filho, pastor da 2ª IP de Jundiaí, é pedagogo, Mestre em Educação Cristã e professor de TS na EST do Mackenzie.
Jubileu de Ouro da Igreja Presbiteriana de Jacarezinho Paulo Sérgio Storck
Alto Caparaó A 2ª IP de Alto Caparaó, Minas Gerais, comemorou nos dias oito e nove de Março, 19 anos de bênçãos. Na oportunidade, juntamente com as cerca de 1000 pessoas que encheram o templo, também esteve presente o rev. Hernandes Dias Lopes, Pastor da 1ª IP de Vitória, Espírito Santo. A Igreja, que hoje é pastoreada pelo rev. Santiago Pereira de Souza, louva a Deus pela data!
Dia 21 de abril a IP de Jacarezinho, Rio de Janeiro, completa 50 anos. A igreja, que teve início em 1959, começou a ser sonhada em 1944, por meio do Ponto de Pregação no Largo do Jacaré, local próximo do atual endereço. Ao longo desses 50 anos, a IP de Jacarezinho, idealizada pela Igreja Presbiteriana de Riachuelo, cresceu e amadureceu chegando à data de sua organização com 80 membros comungantes. Logo nos primeiros anos de vida gerou muitos frutos, dentre eles cinco pontos de pregação e a organização de uma igreja no bairro de Benfica.
Ao longo dos anos passaram por lá 13 pastores, 11 seminaristas e cerca de 600 membros. Destaque para rev. Thiago Rocha, que foi o presidente da Comissão organizadora; o rev. Heldro Damazio, nosso primeiro pastor; e o Rev. Arinaldo Ribeiro Santos, que foi membro, diácono, presbítero, seminarista e pastor durante 20 anos. Destaque também para o atual pastor, rev. Hélio Gomes Paulo que tem realizado um grandioso e valoroso trabalho com este rebanho que Deus lhe confiou. A Deus toda honra e todo louvor! O presbítero Paulo Sergio Storck é vice-presidente do Conselho da Igreja Presbiteriana de Jacarezinho.
Participe!
A partir deste mês, o BP dedicará um espaço especial para a publicação dos aniversários das nossas igrejas. Pedimos aos leitores que participem enviando carta e/ou email para nós, nos informando de que forma comemoraram ou irão comemorar mais um ano de vida de suas respectivas igrejas!
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MISSÃO
O evangelizador Marcos Severo de Amorim
N
enhuma igreja deve fazer vista grossa aos servos de Deus que estão em nossas igrejas e são portadores do dom da evangelização, sem que os desperte e os prepare para o exercício do seu dom. O evangelizador é aquele que recebeu o dom para fazer discípulos e deve, urgentemente, estar servido na obra da evangelização. Um evangelizador é alguém especial na missão da igreja, pela tarefa a ele destinada, para sair e buscar os pecadores que estão aguardando quem lhes transmita as boas novas da salvação. Para o exercício da evangelização basta seguir o exemplo do maior de todos os evangelistas chamado de Jesus o Filho de Deus e Filho do Homem. O que é um evangelizador? Todos os eleitos que foram agraciados com o dom de evangelista devem exercitar a evangelização. Os que foram chamados para serem evangelizadores estão em nossas igrejas e alguns trabalham fazendo de uma forma ou de outra a evangelização. Outros devem ser despertados para evangelizar. Um evangelizador é alguém que recebeu a boa nova e foi transformado pela Palavra de Deus e o
seu desejo ardente é o de levar para as outras pessoas a mesma mensagem que o fez uma nova criatura. Certa vez viajando de avião, sentei ao lado de um casal de passageiros numa viagem de São Paulo para Fortaleza. Durante a viagem orei a Deus, para que, se fosse da sua vontade, alguém que estivesse ao meu lado quebrasse o gelo e começasse uma conversa. E eis que, no percurso entre Brasília e Fortaleza, o esposo iniciou uma conversa. Aproveitei a oportunidade para evangelizar e deixei um recado de Deus (um folheto). Posteriormente recebi a informação de que aquela pessoa passou a fazer parte de uma igreja evangélica no interior do Ceará.
Um evangelizador é o crente que tem a consciência do chamado de Deus para ser evangelista e se ocupa o tempo todo em evangelizar as pessoas
O evangelizador quando despertado para evangelizar deve ser treinado para a missão e certamente será
um bom evangelizador. O evangelizador pode ser uma pessoa simples da igreja que age na área da sua influência: na família, no trabalho ou em qualquer lugar. O evangelizador pode ser um membro da igreja de qualquer idade, um líder, um pastor ou alguém chamado para o campo missionário. Estes estão sempre evangelizando e não tem interrupção em trabalho. O dom de evangelizar mobiliza o evangelizador em toda a sua vida e o importante para ele é viver evangelizando. Na verdade um evangelizador é o crente que tem a consciência do chamado de Deus para ser evangelista e se ocupa o tempo todo em evangelizar as pessoas. Na igreja, nem todos
O evangelizador pode ser um membro da igreja de qualquer idade, um líder, um pastor ou alguém chamado para o campo missionário
foram chamados para exercer o dom de evangelista, mas creio que temos ali os evangelistas numa proporção bem menor e que estes sendo despertados e treinados irão fazer a diferença na igreja. Não quero dizer que os crentes de um modo geral não evangelizam. A missão de todos
crentes que estão na igreja dever ser de evangelizar de uma forma ou de outra. Os cristãos evangelizam com o seu testemunho, com os talentos, etc., mas fazer a obra de um evangelista é uma missão especifica para quem foi chamado e recebeu o preparo, ou se prepara para alcançar as pessoas o tempo todo. Eu tenho dito sempre que gostaria de poder trabalhar com 5 a 10% dos membros das nossas igrejas, que demonstram o desejo de ser um evangelista, ou que na verdade tenham dado provas que gostam de evangelizar. Um evangelizador, portanto, é um crente que assume o compromisso com Deus SXC
Brasil Presbiteriano para evangelizar em todo o tempo e a seu prazer e alegria é sempre ver as pessoas sendo alcançada pelas boas novas da salvação. Uma experiência muito especial está acontecendo com um irmão da igreja que faz parte do projeto Rumo ao Sertão . Ele resolveu dedicar um período da sua vida, para a evangelização e ultimamente mais de quarenta pessoas foram evangelizadas por ele e estão na igreja. Ele tem a idade entre 30 e 35 anos e lhe foi oferecido um bom emprego, no entanto ele recusou por ter assumido um compromisso com Deus de evangelizar as pessoas e não encontra tempo para se afastar da missão. Seria muito bom que todas as nossas igrejas descobrissem os evangelistas que estão dentro dos nossos templos, assistindo os cultos e reuniões. Se todos os que têm o chamado fossem despertados certamente eles fariam diferença na evangelização. E como fazer um evangelizador? Quem faz o evangelizador é o dom de Deus. Após o processo da salvação os crentes são agraciados com os dons e alguns recebem o dom de evangelista. O recém-convertido sempre manifesta no coração um dos dons agraciados por Deus e passam logo a mostrar serviço e entre os novos irmãos aparecem aqueles que receberam o dom de evangelista e como os demais que receberam dons eles passam a evangelizar e vivem evangelizando, no entanto, a maioria dos cristãos, que recebem o dom de
evangelizar, aos poucos vai deixando de evangelizar e como não existe um plano oficial de evangelização na igreja, eles vão perdendo o primeiro amor. Sobre a igreja, agência de Deus na terra, pesa a responsabilidade de preparar e equipar os cristãos para evangelizar os pecadores. Ela não deve em momento algum relaxar em sua missão. Não só para fazer evangelizadores, mas também para o exercício dos demais dons existentes.
Os cristãos evangelizam com o seu testemunho, com os talentos, etc., mas fazer a obra de um evangelista é uma missão específica para quem foi chamado e recebeu o preparo, ou se prepara para alcançar as pessoas o tempo todo
O projeto Recado de Deus1 da nossa igreja vem preparando evangelizadores para trabalhar em momentos diferentes: em visitas nos avanços missionários, visitas que são agendadas e em encontros com pecadores em circunstâncias como trabalho, escola, consultório, no ônibus, avião, etc. O evangelizador deve ser preparado para evangelizar em todos os momentos,
Abril de 2009 conhecer o necessário da Palavra de Deus, conhecimento aleatório sobre os questionamentos que ocorrem naturalmente (como seja saber as referencias bíblicas sobre o assunto que deve abordar no momento da evangelização), conhecer temas sobre seitas e outros assuntos, e usar o seu próprio testemunho para evangelizar. O evangelizador deve ser alguém como o Evangelizador Jesus, que manifestou um profundo amor e compaixão pelos pecadores. O Senhor evangelizou em todos os momentos, mas o que mais destacou a missão de evangelização de Jesus foi ele procurar as pessoas e falar para elas do plano da salvação. Para exercitar o ministério da evangelização Jesus estava sempre preparado em especial na oração. Lucas registra quantas vezes Jesus orou por sua missão de alcançar os pecadores. O chamado para evangelizar é de Deus e a igreja, por meio dos seus líderes prepara todos aqueles que manifestam o dom de Deus para ser evangelizador. Que as nossas igrejas, pastores e líderes despertem para encontrar em nossos templos aqueles que deseja ser um evangelizador. As igrejas estão cheia de servos de Deus com o dom para ser um evangelizador e na verdade não aparecem pastores e líderes, como também as igrejas são desprovidas de planos e de treinamentos para evangelizadores, que os despertem e estimulem a assumir a sua missão. Muitos desses
servos ficam zanzando dentro da igreja e vão ficando parados o tempo todo. Quem é o maior evangelizador? O Senhor Jesus oferece o melhor exemplo para quem deseja ser um evangelizador e aspira fazer outro evangelizador para alcançar os pecadores. Paulo aprendeu com o Senhor a ser um evangelizador: “Cristo enviou-me, não para batizar, mas para evangelizar; não em sabedoria de palavras, para que a cruz de Cristo se não faça vã” (1Co 1.17). Como evangelizador o Senhor cuidou de orientar os seus seguidores para a evangelização, ensinou o plano da salvação, visitou com eles as pessoas em suas cidades e residências, e praticou com eles o trabalho, quando realizou o avanço missionário da missão dos setenta.
Como evangelizador o Senhor cuidou de orientar os seus seguidores para a evangelização, ensinou o plano da salvação, visitou com eles as pessoas em suas cidades e residências e praticou com eles o trabalho
voltou da preparação no deserto Jesus assumiu o seu ministério terreno e tratou logo de anunciar o plano da salvação “dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho” (Mc. 1.15). Na medida em que anunciava o plano da salvação, ele ia chamando os seus primeiros seguidores e passava para eles o objetivo de ser um evangelizador. Os evangelizadores que foram treinados por Jesus aprenderam o serviço, por tudo que eles iam ouvindo e vendo por ocasião do treinamento que era dado por Jesus em todo o ministério terreno. Os evangelizadores deram provas de que aprenderam, pois uns foram para um lugar, outros para outros, todos evangelizando por onde passavam. Dois deles enfrentaram as autoridades de Jerusalém e passaram o certificado de aprovação de que estavam aptos e quando foram presos diante das autoridades, não negaram a missão de evangelizador. Qualquer servo de Deus, que tenha no coração o desejo de ser um evangelizador, não pode deixar de ter um envolvimento e relacionamento com o Senhor Jesus. Ele é o maior de todos os evangelizadores, pois foi enviado pelo Pai da Eternidade, para evangelizar e salvar o homem pecador e sendo um Evangelizador fez evangelizadores que assumiram a mesma missão. 1 Projeto de evangelização do sertão nordestino. Ver matéria na página 14.
Antes de mandar alguém para evangelizar, ele mesmo deu o exemplo. Logo que
O rev. Marcos Severo Amorim é pastor presbiteriano e idealizador do projeto Rumo ao Sertão.
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IDE POR TODO MUNDO
Brasil Presbiteriano Família evangeliza na estrada que liga o Rio de Janeiro ao sertão
Missão na Estrada e no Sertão Misael Ferreira de Oliveira
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inal de dezembro e inicio de janeiro, para muitos, é tempo de festa! Mas, para o Rev. Misael Ferreira de Oliveira e família é tempo de mais! É tempo de evangelizar! Todo ano no mês de janeiro, após a reunião ordinária do Presbitério, o pastor aproveita as férias e, juntamente com sua família, parte do Estado do Rio de Janeiro com destino ao Sertão Nordeste, levando uma “carrada” de esperança para serem distribuídas em três mil quilômetros de estrada e em diversas partes mais carentes do sertão nordestino. “São Bíblias, porções, mochilas, material escolar, roupas, alimentos, recolhidos durante todo ano”, conta ele. De acordo com Misael, o que não é distribuído na estrada é deixado em campos missionários e congregações carentes do Piauí e Ceará. “São momentos de emoções e satisfação inenarráveis”, garante o pastor. Esse trabalho conta com a parceria e cooperação de irmãos voluntários e principalmente da 1ª Igreja Presbiteriana de Nilópolis. Para a próxima viagem, Misael avisa que estão arrecadando Bíblias. “A demanda é grande diante das solicitações que nos são feitas”, esclarece. Para contribuir para o trabalho missionário, seja financeiramente ou doando Bílbias, escreva para Rua Francisco Dias Raposo, 86 – centro – Paracambi – RJ. CEP: 26600-000. O Rev. Misael Ferreira de Oliveira é pastor efetivo da Igreja Presbiteriana em Paracambi e Conrado, no estado do Rio de Janeiro.
Fotos: Divulga ção
Com a ajuda de alunos do Mackenzie, oficiais da IPB plantaram 150 mudas de árvores de lei
Brasil Presbiteriano HOMENAGEM
Abril de 2009
Instituto Presbiteriano Mackenzie presenteia igreja com 150 árvores
Bosque Sesquicentenário é entregue à IPB Raquel Magalhães
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m bosque com 150 árvores de lei foi entregue à IPB pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie, em homenagem aos 150 anos que a igreja completa este ano. A cerimônia de entrega do presente foi realizada no último dia 24 de março, na área destinada para a iniciativa, no campus de Tamboré, em Alphaville. Na ocasião, participaram praticamente todos os presidentes de Sínodos, bem como alguns dos diretores do Mackenzie, como Solano Portela, diretor administrativo, que foi quem realizou a cerimônia de abertura, na companhia do rev. Roberto Brasileiro, presidente do Supremo Concílio da IPB. Em cada uma das árvores, plantadas pela Comissão Executiva e alunos do colégio, há uma placa
que homenageia sínodos e pessoas importantes da história da IPB. As mudas foram plantadas ao som do hino "Benção Inefável", tocado pela orquestra do projeto "Criar e Tocar", da Associação Evangélica Beneficente, apoiada pelo Mackenzie. A cada muda que era fixada ao solo, balões de gás (biodegradáveis) nas cores verde e vermelho eram soltos no céu, promovendo um bonito momento de celebração. A iniciativa, de acordo com Marcos Serjo, chefe de gabinete da Presidência, além de homenagear a IPB pelo seu sesquicentenário, também objetiva dar sequência às ações socioambientais do Mackenzie, que buscam promover a qualidade de vida para todos numa sociedade sustentável, nos termos do mandato de Deus, criador e sustentador da vida.
Com a ajuda de alunos do Mackenzie, oficiais da IPB plantaram 150 mudas de árvores de lei
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Brasil Presbiteriano
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COMISSÃO EXECUTIVA
Comissão Executiva se reúne em São Paulo Fotos: Caroline Santana Pereira
Culto de abertura da CE/2009 Raquel Magalhães
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oi realizada, entre os dias 23 e 28 de março, a reunião da Comissão Executiva do Supremo Concílio da IPB. Participam do encontro o presidente do Supremo Concílio, rev. Roberto Brasileiro; o vicepresidente, rev. Cilas da Cunha Menezes; o tesoureiro, presb. Renato Piragibe; o secretário executivo, rev. Ludgero Bonilha Moraes; todos os presidentes dos sínodos da IPB, os secretários Gerais e de Causas, os presidentes das juntas e comissões, e os representantes junto às autarquias da denominação. Durante uma semana, este grupo esteve reunido nas dependências do Instituto
Presbiteriano Mackenzie, em São Paulo, discutindo assunto de interesse da vida organizacional da igreja, tais como aprovação de novos projetos, prestações de contas das autarquias, verificação de relatórios, entre outros. Para o presidente do Supremo Concílio, rev. Roberto Brasileiro, esta edição da CE transcorreu de forma tranqüila. “Foram dias abençoados esses da CE. Contamos com a participação de todos os sínodos e mantivemos o espírito democrático e o respeito cristão em todas as reuniões que realizamos esses dias”, garantiu ele que afirmou, ainda, que foram tomadas várias decisões importantes durante esta última CE.
“Todas as decisões que tomamos - e que os irmãos terão acesso nos próximos dias – respondem aos anseios da igreja e refletem o espíri-
to de paz da IPB”, adianta Brasileiro. Uma das decisões aprovadas pela CE foi a nomeação do presbítero Alexandre
Henrique Morais de Almeida, sínodo Leste de Minas como novo secretário geral da União da Mocidade Presbiteriana (UMP).
As reuniões aconteceram no Instituto Presbiteriano Mackenzie, em São paulo
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RESENHA
Pioneiros presbiterianos do Brasil Waldyr Carvalho Luz
M
anhã de 12 de agosto de 1959, no Rio de Janeiro. Apanho um bonde (era esse ainda o meio de transporte popular na grande urbe!) e, no banco à minha frente, um senhor lê um jornal da cidade, em cuja primeira página se estampa a notícia do centenário do presbiterianismo no Brasil, a fotografia de Simonton a destacar-se. Indago em minha mente: haveria o insigne pioneiro imaginado que, um século após sua chegada ao Brasil, estaria sua efígie estampada na primeira página de um jornal secular, e festejado, com pompa, o movimento religioso a que dera início? O fato é que o presbiterianismo no Brasil, embora não de crescimento espetacular, medrou de forma impressiva, nesta terra generosa, em uma epopéia, a um tempo, heróica e invulgar, como o registraram o historiador pernambucano Vicente Themudo Lessa, meu professor de latim eclesiástico, no Curso Conceição, em Jandira (SP), e o mineiro Júlio Andrade Ferreira, colega no magistério do Seminário de Campinas, aquele nos Anais da Primeira Igreja Presbiteriana de São Paulo, este em sua História da Igreja Presbiteriana do Brasil, em 2 volumes, obras clássicas. Agora, completa a trilogia das obras históricas de vulto o nosso ilustre historiador oficial da IPB, Rev. Dr. Alderi Souza de Matos, catarinense, de quem tive o privilégio de
ser professor no Seminário de Campinas, que deu publicidade, em 2004, ao seu alentado compêndio (592 páginas) intitulado OS PIONEIROS PRESBITERIANOS DO BRASIL (1859-1900), um estudo biográfico-histórico dos vultos que marcaram a trajetória da fé presbiteriana em nossa pátria nesse período, com desmedida consagração e empenho apostólico. A obra do Rev. Alderi, rica em informações assaz pertinentes e de sugestiva bibliografia, é indispensável a todo presbiteriano que deseja ser bem informado a respeito das nossas origens históricas. Abrange a obra quatro divisões principais, seguidas de suplementos e apêndices de significativa importância. A primeira divisão focaliza os missionários da Igreja Presbiteriana do Norte dos Estados Unidos (PCUSA), um rol de 34 obreiros, dos quais os primeiros foram: Ashbel Green Simonton, o pioneiro de todos, chegado ao Rio de Janeiro em 12 de agosto de 1859, seguido, pouco depois, de seu cunhado, Alexander Latimer Blackford, casado com Elizabeth Simonton, irmã do pioneiro, seguindose em breve tempo, o alemão Francis Joseph Christopher Schneider (os outros três eram americanos) e George Whitehill Chamberlain, talvez o mais prolífico desses quatro, missionário de extenso ministério e enorme influência. A segunda divisão enfoca os missionários da Igreja Presbiteriana do Sul dos Estados Unidos (PCUS), uma cifra de 36 nomes, encabeçada pelos missionários
Edward Lane e George Nash Morton, vindos ao Brasil dez anos mais tarde, em 1869, que se instalaram em Campinas e se dedicaram, especialmente, à obra educacional, tendo fundado nessa cidade o renomado Colégio
figuras, destacando-se, inicialmente, os portugueses Modesto Perestrello Barros de Carvalhosa, Antônio Bandeira Trajano, Miguel Gonçalves Torres e o paulista Antônio Pedro de Cerqueira Leite, além do paulistano
Internacional, ao depois, em razão da febre amarela, transferido para Lavras, Estado de Minas, sendo hoje o renomado Instituto Gammon. Morton deixou Campinas e instalou outro colégio na capital paulista. A terceira divisão trata de obreiros lusos e brasileiros, que, ao lado dos missionários americanos, se dedicaram à obra da nascente Igreja. São enumeradas 35
José Manoel da Conceição, o ex-padre de Brotas (SP), primeiro ministro presbiteriano nacional, o insigne bandeirante de nossos rincões. A quarta parte trata, a um tempo, dos educadores que tanto serviram à Igreja e à Pátria. Enumeram-se 15 destacadas personagens, além de 24 chamados leigos, pessoas que muito contribuíram para o avanço do presbiterianis-
mo no país. Destaque-se que os missionários deram muita ênfase à obra educacional, estabelecendo escolas em quase todas as sedes e igrejas. A contribuição presbiteriana à educação nacional foi, e tem sido, profundamente relevante. Dessas escolas nascentes algumas medraram até nossos dias, assinalando-se entre outras, a Escola Americana, que veio a converter-se na renomada Universidade Mackenzie, o Instituto Gammon, de Lavras (MG), o Colégio 15 de Novembro, de Garanhuns, Pernambuco, o Colégio Agnes Erskine, do Recife, o Instituto Cristão de Castro, Paraná, onde, em 1934, conheci o Evangelho e senti o chamado ministerial. Seguem-se suplementos e apêndices, valiosos e informativos, que tratam de imagens dos primeiros concílios, vasta bibliografia, rol de missionários da Igreja do Norte e seus cônjuges, idem da Igreja do Sul, pastores brasileiros e esposas, relação dos concílios superiores da IPB e seus moderadores, relação das primeiras igrejas presbiterianas no Brasil, uma cronologia básica, índices remissivos e mapas. Como se vê, é uma obra de vulto, de grande valia, que muito honra o autor e enobrece os presbiterianos ciosos da história desta abençoada e dadivosa Igreja, de que temos justo orgulho santo. Praza ao Senhor que o Dr. Alderi muito haja ainda de contribuir para nossa obra histórica. O rev. Waldyr Carvalho Luz é ministro jubilado da IPB
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LANÇAMENTO
O material estará disponível a partir do terceiro trimestre
Editora Cultura Cristã lança novo currículo Raquel Magalhães
A
Editora Cultura Cristã (Casa Editora Presbiteriana – CEP) lança para o terceiro trimestre deste ano (2009) novo material didático
de apoio para educadores cristãos, para alunos de 2 a 17 anos. Trata-se de material, cuidadosamente pesquisado e planejado com o objetivo de oferecer opções de qualidade e, principalmente, com con-
Dois a três anos – O Kit antes conhecido como Infantil agora se chama Primeiros Passos. O material é composto por uma revista do professor (56 páginas, 20,07 x 27,4 cm) com planos de aula, sugestões pedagógicas e apoio devocional; Kit visual colorido (24 ilustrações, 44 x 31 cm). Com ilustrações em tamanho apropriado a cada faixa etária; Kit de atividades para os alunos (15 ilustrações em preto e branco e uma em cores, 31 x 22 cm).
teúdo adequado. De acordo com Cláudio Marra, Editor da Cultura Cristã e responsável pelo desenvolvimento do currículo, a reestruturação do material didático vinha ocorrendo regularmente
ao longo dos últimos quinze anos, mas a reforma foi desta vez mais profunda. “Nosso material já era considerado de altíssimo nível, sendo adotado até por outras denominações, mas era necessário imple-
Quatro a seis anos – A nova revista chamase Firmando os Passos (antiga Aprender) . Vem com revista do professor, Kit visual colorido e Kit de atividades.
mentar algumas mudanças solicitadas pelos usuários e fazer algumas atualizações”, esclarece. A nova linha, agora, fica dividida da seguinte forma:
Sete a oito anos – A revista Descobertas agora se chama MQV (Mais que Vencedores). O material é composto pela revista do professor, a revista do aluno, o Kit visual colorido. Nove a onze anos – Os alunos desta idade terão a oportunidade de aprender mais sobre a Palavra por meio do material MQV Júnior (antiga Aventuras). Esse material é composto pelos mesmos itens da MQV.
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novo material é fruto de um levantamento das necessidades dos professores e dos alunos. “Enviamos um questionário para professores de todo país. Também pedimos sugestões para o conteúdo do currículo em um dos sites mais visitados sobre Escola Dominical (www.escoladominical.net) no qual tivemos excelentes participações. Em seguida, tabulamos as respostas recebidas e montamos uma matriz curricular com fundamentação bíblica e aprimoramos os recursos para atender as necessidades de professores e alunos”, explica Márcia Barbutti Barreto, editora assistente da Cultura Cristã e coordenadora do novo projeto. Em entrevista, ela nos conta mais a cerca do novo material.
Doze a dezessete anos – A revista Adolescentes agora se chama Território Teen. Além de um programa inteiramente replanejado e de sugestões de planos de aula bem práticas e dinâmicas, outra diferença é o tamanho da revista do aluno, agora com 48 páginas e formato de bolso.
Abril de 2009 Brasil Presbiteriano: Quais foram as principais mudanças no atual currículo? Nós redefinimos as faixas etárias. Para o público infanto-juvenil criamos dois blocos para crianças alfabetizadas e nãoalfabetizadas. Para as crianças não alfabetizadas temos duas revistas. Primeiros Passos traz estudos sobre a criação, a igreja, a Bíblia e a vida de Jesus. Firmando os Passos traz estudos sobre a vida de personagens bíblicos do Antigo e Novo Testamentos, sobre a Igreja e a Bíblia. Para essas duas revistas, o aluno terá um bloco com 13 atividades de fixação (os chamados trabalhos manuais) e ainda bilhetes para os pais e lembretes coloridos dos versículos para memorização. Esses bilhetes e versículos serão colados em um caderno que será providenciado pela professora ou superintendência. Desse modo, termos uma excelente ferramenta de comunicação entre professores, pais e alunos, além da oportunidade da família acompanhar e revisar o estudo durante a semana. Para as já alfabetizados, temos a série Mais que Vencedores (MQV), apresentada em duas versões: MQV Kids, que trará estudos sobre personagens do Antigo e Novo Testamento, seguindo uma ordem cronológica, além de estudos sobre vida cristã e parábolas de Jesus; e a MQV Júnior, com estudos sobre personagens bíblicos, bases da fé cristã e vida devocional, com ênfase na prática diária. As revistas, tanto do professor quanto
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do aluno, vem em novo conteúdo, diminuiu o tamaformato (20,07 x 27,4 cm) nho (formato de bolso). e com mais páginas. Nossa proposta são textos que levam o a reflexão e BP: Que outras mudan- ação, além do tópico “Pra ças os professores encon- vc” que traz dicas de sites, trarão? artigos, Cds e livros que Todas as revistas dos pro- ajudam os adolescentes a se fessores foram ampliadas aprofundar mais no assunto. com novos tópicos, com devocional para o profes- BP: Qual a expectativa sor e dicas para aprofundar do grupo em relação à o assunto, além de suges- receptividade dos profestões para dinamizar as aulas sores e alunos da Escola (controles de freqüência e Dominical? projeto do trimestre). Além Cremos que receberão disso, oferecemos um ótimo muito bem um novo curríauxílio que é o Kit visual. culo que não é fechado ou As revistas para os alunos inflexível. Os professores de 2 a 11 anos virão com podem e devem fazer seus 24 ilustrações coloridas (31 próprios planos e adaptax 44 cm) para contar as ções, sem, contudo, deixar histórias. São cenas bíbli- de lado nossas sugestões cas, personagens para fazer e orientações. Nosso objefantoche de palito, de tubo tivo é acompanhar esse de papelão ou sacola, além processo sendo sensíveis de maquetes e móbiles. às mudanças necessárias e também desenvolvendo BP: E para os adolescen- outros materiais que estão tes? O que muda? em nossos planos, como A revista Território Teen CDs com músicas para uso foi pensada para a turma em sala de aula e datas de 12 a 17 anos. A revis- comemorativas, um site ta do professor continua para fornecer recursos didáno mesmo formato (16 x ticos e também para o pro23 cm), mas foi ampliada fessor interagir com autores com tópicos que ajudarão de lições, com os editores o professor no preparo de e outros educadores que uma aula mais dinâmi- poderão compartilhar seus ca e atraente. Já a revista projetos e idéias no depardo aluno, além de outras tamento infanto-juvenil e alterações importantes no adolescente. Mais informações: Para que esse projeto tenha êxito é essencial a participação dos professores. Contamos com a oração e também sugestões que podem ser enviadas pelo e-mail: cep@cep.org.br. Escreva no espaço destinado ao assunto da mensagem: “Novo currículo Cultura Cristã – Edição”. Ou envie sua carta para Currículo Cultura Cristã Rua Miguel Teles Júnior, 394 01540-040 Cambuci – SP
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PARCERIAS E PLANTAÇÃO DE IGREJAS
A IPB dinâmica e fiel que todos queremos
O Projeto Rumo ao Sertaão E
sse projeto nasceu da oração do rev. Marcos Severo de Amorim, na década de 80, com a finalidade de resgatar o compromisso da Igreja com os irmãos menos assistidos e cumprindo a ordem de Jesus: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc. 16.15). O Sertão é um grande desafio, com lugares distantes e desprovidos dos serviços essenciais. Como todo o interior das regiões do Brasil o Sertão é lugar de grandes dificuldades para a penetração do evangelho. Os índices de evangélicos são os menores do país, ficando entre 1 e 3%. Na realidade esses lugares não conquistam atração e interesse da igreja, que tem se concentrado em lugares maiores, com mais facilidades. Com o alvo de em 5 anos em cada ponto iniciado ter (1) um rebanho, (2) um líder local treinado e (3) um templo pronto e inaugurado, o Projeto Rumo ao Sertão mantém hoje 51 pontos em 43 cidades (duas no Ceará e as outras no Rio Grande do Norte), mas esses números continuam crescendo. Sobre a estratégia O trabalho é coordenado pela JMP – Junta Missionária Potiguar, composta de sete membros indicados pelo Conselho da Igreja de Mossoró. São dados os seguintes passos: (1) Escolha das cidades, (2) Acerto da parceria, (3) Preparo de
missionários, (4) Escolha de missionários, (5) Aluguel de prédios para salão de cultos, (6) Aluguel de casas pastorais, (7) Realização de avanço missionário ou programa evangelístico, (8) Reunião de liderança mensal. Resultados do projeto até 2008
Desde o início há catorze anos, criou-se a JMP – Junta Missionária Potiguar; foram implantados 51 trabalhos em 43 cidades; foram arrolados mais de 2000 membros comungantes e não comungantes; foram organizadas 5 igrejas (mais 6 estão em processo de organização); formou-se um presbitério; fundou-se o IBR – Instituto Bíblico do RN; líderes foram treinados; 27 templos foram construídos (mais 10 estão em construção, devendo 6 ser inaugurados este ano); 3 projetos sociais estão em funcionamento. Tudo isso lá no Oeste do Rio Grande do Norte, coisa maravilhosa que pouca gente ficou sabendo. Ação social Para atender o povo carente o projeto recebe ajuda em material e ofertas de irmãos. São distribuídas cestas básicas, roupas novas e usadas, é fornecida ajuda para a construção der casas, são providenciados enxovais para gestantes, vestidos de noivas, ajuda para medicamentos, além de Bíblias e hinários.
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Fotos: Divulgação
Palavra do presidente da Junta de Missões Nacionais / Igreja Presbiteriana do Brasil
Parcerias: União perfeita para o crescimento da igreja "Dou graças ao meu Deus por tudo que recordo de vós, fazendo sempre, com alegria, súplicas por todos vós, em todas as minhas orações, pela vossa cooperação no evangelho, desde o primeiro dia até agora. Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós, há de completála até ao dia de Cristo Jesus". Fp.1:3-6 O evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo, depois de nos salvar, também nos molda a vivermos em comunhão uns com os outros, em em força conjunta lutarmos pela propagação do reino de Deus em povos não alcançados. Treinamentos especiais O Projeto programa treinamentos especiais para manter os missionários atualizados. Um curso anual é oferecido a todos (na verdade, a participação é compulsória); são realizados seminários sobre temas teológicos, encontros de casais e outros. O(s) segredo(s) O que a IPB está fazendo no Oeste do estado do Rio Grande do Norte, bem como em outras regiões do país, deve inspirar a todos. E como esse sucesso se tornou possível? Em uma viagem missionária para conhecer o Projeto o editor da Cultura Cristã, Cláudio Marra, acompanhou Marcos Amorim e seu pique alucinante (em um Uno Mille igualmente alucinante!) visitando 13 cidades em 5 dias, pregando e ministrando a Ceia do Senhor, e observou os
elementos dessa conquista. Há líderes crentes e tementes a Deus, que dispuseram o coração para só servir o Senhor e cumprir a missão deixada por Jesus para nós. São presbiterianos que dobram seus joelhos em oração por saber que Deus é o Soberano Senhor da salvação e da igreja, como o é de todas as coisas. E são irmãos que também se dispõe a sair e anunciar o evangelho lá fora, onde os perdidos estão. Seu temor de Deus está associado à
sua visão da obra e sua disposição para servir. A região é pobre, então as parcerias são indispensáveis. Igrejas e pessoas de outras partes do país, com mais recursos, são desafiadas a participar financeiramente, e o que se vê é abençoador, porque, além de viabilizar a obra no Sertão, motiva igrejas de outros cantos a organizarem também suas Juntas Missionárias e dinamizarem sua participação na plantação de igrejas no Brasil.
É assim que a JMN/IPB, em parcerias com Igrejas, presbitérios e sínodos, vem alcançando inúmeras cidades para a glória de Deus. Reconhecemos a abnegação de nossos parceiros que mesmo com poucos recursos tem se esforçado para contribuir da melhor forma para plantação de novas igrejas. A experiência tem sido maravilhosa, ver o povo presbiteriano em sua maioria, com a visão focada no projeto mais nobre do cristianismo que é a plantação de novas igrejas. Isso nos faz crer que estamos no caminho certo e Deus tem abençoado sua igreja, que vem crescendo a cada dia. Se você ainda não é parceiro neste ministério, junte-se a nós, em oração, contribuindo, ou sendo um agente de divulgação da junta de missões nacionais em sua igreja, creio que você também tem um chamado, o Senhor quer te usar, seja uma bênção, seja um parceiro nosso! Cordialmente, na paz de Cristo! Rev. José Batista Da Hora Presidente da JMN/IPB
Rumo ao sertão, minha gente!
E-mails: ricol@elo.com.br / jmnipb@terra.com.br
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CONSULTÓRIO BÍBLICO
Deus Uno Odayr Olivetti
“Cristo não é único? Soube que dizem que Apolônio de Tiana foi superior a Cristo”
B
asta lembrar que Cristo é o Verbo eterno que se fez carne para ver que ele é incomparável. Podemos encontrar ajuda relativa em filósofos, psicólogos etc., mas a ajuda fundamental, só em Cristo. Ele é o único caminho, a verdade e a vida (Jo 14.6). É sempre válida a exclamação dos discípulos, “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna” (Jo 6.68). O capítulo dois de Hebreus descreve Cristo como superior aos anjos. Mas há na história da humanidade, os que se apresentam como iguais ou superiores a ele. Grave fato é também que há pessoas que atribuem divindade a outras, e superioridade em relação a Cristo. É o caso de Apolônio de Tiana. Vejamos: Apolônio de Tiana foi um filósofo grego, seguidor de Pitágoras. Nasceu pouco antes da era cristã e morreu em 97 d.C. Estudou em Tarso. Dizia que tinha uma missão divina. Reunindo alguns discípulos viajou extensamente pelo Oriente. Na Índia sofreu influência dos ensinamentos orientais.
Quando voltou, foi recebido com grandes honras. Foi patrocinado por imperadores romanos. Percorreu a Europa. Depois, acusado de conspirar contra Nero,
170-250 d.C.) encheu seu relato de ficção. Note-se o que ele dizia de si mesmo: Dizia que tinha uma missão divina e que tinha visão profética. Simplesmente
analistas da história afirmam que os antigos livros de história são caracterizados por muita fantasia. Esse juízo confirma o que citei acima: que a obra Vida
quando o ídolo é incompleto, a imaginação e as manhas dos inimigos da verdade completam a imagem e transformam um filósofo obeso num deus, que hoje grande parte da SXC humanidade adora (Buda) e transformam um inovador zeloso (Maomé) em maior profeta que Cristo. Não é de admirar que os fanáticos da falsidade digam de Apolônio de Tiana muito mais do que ele era e do que ele tinha a pretensão de ser! Encanta-me o hino que proclama: “Nada é comparável a ti, meu Senhor! A quadra final de um poema que compus há várias décadas, intitulado “Preito ao Incomparável”, diz: Meu Salvador Jesus, formoso Rei, incomparável és! Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão Tuas virtudes por mim. (João 14:6) Fulguram mais que os foi para Éfeso, onde fun- isso. O que há de positivo de Apolônio de Tiana, de céus e mais que os anjos. dou uma escola, e ali mor- é que se empenhou em ter Philostratus, contém muita Aceita o preito que reu. Note-se o que outros uma vida superior. fantasia. Aliás, o simples ora te prestei. diziam dele: Atribuíam Certamente Blount e fato de ele ser sofista já a ele muitos milagres. O Voltaire foram na onda de desperta desconfiança! escritor inglês Blount e Philostratus, autor de algu- O mundo sempre preO Rev. Odayr Olivetti é pastor Voltaire disseram que ele mas biografias e sofista. feriu outros a Cristo. Até presbiteriano, ex-professor de Teologia foi superior a Cristo. Seu Tenho lido em diversas os judeus preferiram um Sistemática do Seminário Presbiteriano de Campinas, escritor e tradutor. biógrafo Philostratus (c. fontes que os modernos criminoso! E, além disso, odayrolivetti@uol.com.br
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Igreja investe em ministério para atender quem se sente só
Apoio e amizade que fazem a diferença Raquel Magalhães
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um mundo onde amizades sinceras estão cada vez mais raras, projetos como o Ombro Amigo, desenvolvido
de um modo geral. “Temos pessoas separadas, divorciadas, viúvas, gente que sofre de solidão, depressão... E nosso ministério vem com a proposta de trabalhar com essas pessoas de forma afe-
ça e, principalmente fé em Deus. Criado em 2008, o projeto faz parte do ministério Semar, cujo objetivo é a edificação cristã, treinamento
Fotos: Divulgação
e capacitação de pessoas para o evangelismo pessoal, capelania prional e hospitalar. Além do Ombro Amigo, o Semar também realiza atividades específicas com a
terceira idade, bem como mantém um grupo de escoteiros. Além de Ilma, fazem parte da liderança dos projetos Mirian Vieira e Júlio Antônio Moreira Gomes.
PROGRAME-SE
Semana de Antropologia Cultural e Fenomenologia da Religião
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O trabalho é realizado em espaços alternativos como estratégia para que pessoas que nunca frequentaram uma igreja possam se sentir mais a vontande
em aí a Semana de Antropologia Cultural e Fenomenologia da Religião do CFM - Centro de Formação Missiológica da APMT - Agência Presbiteriana de Missões Transculturais! O módulo terá início na segundafeira dia 3 de agosto às 9h30m na IP de Vila Mariana, Rua Vergueiro, 2407 - São Paulo, e terminará na sextafeira dia 7 de agosto. As disciplinas são Antropologia Cultural e Fenomenologia da Religião e as aulas serão ministradas pelo Rev. Ronaldo Lidório e Rev. Cácio Silva. Os interessados deverão realizar um investimento de R$ 150,00.
Para inscrever-se, envie-nos a ficha de inscrição anexa para o e-mail: rh@apmt. org.br, ou ligue na APMT: (11)32072139. A hospedagem e a alimentação em São Paulo correrão por conta do aluno. Sugestões de hotéis nas proximidades e outras informações através do e-mail: rh@apmt.org.br Informações para depósito: B. Brasil. Ag. 056-6 - C/C 305302-4 (enviar comprovante via fax (11) 3207-2139 ou correio, Rua Miguel Telles Júnior, 394, Cambuci, 01540-040, São Paulo/ SP). Para transferência on line: CNPJ 04.138.895/0001-86
mala direta tesouraria:Layout 1 2/20/09 12:38 PM Page 1
radioipb@ipb.org.br
tiva, evangelística e psicológica”, explica Ilma. O trabalho é realizado sem vínculo com a igreja. “Isso faz parte da estratégia planejada pela equipe para ‘quebrar o gelo’ dos visitantes. Criamos um ambiente descontraído e, ao final, fazemos o convite para que esses visitantes apareçam em nossa igreja”, esclarece Ilma. Durante a reunião, são ministradas ao grupo palestras e dinâmicas com intuito de levar carinho, esperan-
Rádio IPB. Música, mensagens e informação. • 32k Mono • 64k Stereo • 128k Hi-Fi Stereo
RPC/AM 0902
Congregação Presbiteriana do Jardim América em Pouso Alegre, Minas Gerais, tem importância singular. Ele consiste, justamente, no que resume seu título: ofertar o ombro a quem está carente de atenção, de abraço ou de alguém para lhe ouvir. De acordo com uma das líderes do projeto, Ilma Maria da Silva Sant'Anna, a ideia de criar o Ombro Amigo surgiu por causa da realidade encontrada, atualmente, nas igrejas e na sociedade
O melhor da música evangélica contemporânea, sem esquecer as tradicionais. Comentários pastorais e informações da IPB. Você ligado na IPB, 24 horas.
Rede Presbiteriana de Comunicação
www.ipb.org.br/radio
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COMO TUDO COMEÇOU
O presbiterianismo em Pernambuco Alderi Souza de Matos
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primeira presença evangélica significativa em Pernambuco ocorreu no século 17, com a invasão dos holandeses (1630-1654). Cerca de duzentos anos mais tarde, entre 1837 e 1855, o pastor metodista Daniel P. Kidder e o presbiteriano James C. Fletcher visitaram a região com o propósito de distribuir as Escrituras. A partir de 1864, os congregacionais do Rio de Janeiro enviaram a Recife os colportores Antônio Marinho da Silva e Manoel José da Silva Viana, este último agente da Sociedade Bíblica Britânica. Em 1873, o Rev. Robert Kalley organizou a Igreja Evangélica Pernambucana, que algum tempo depois passou a ser pastoreada pelo Rev. James Fanstone. O pioneiro presbiteriano em Pernambuco foi o Rev. John Rockwell Smith, que desembarcou na capital da província em 15 de janeiro de 1873. Vieram ajudá-lo o Rev. John Boyle, que ficou por pouco tempo, indo para o sul, e o Rev. William Le Conte, que também teve curta permanência, por motivo de saúde. A congregação presbiteriana do Recife foi fundada pelos Revs. Smith e Boyle em 10 de agosto de 1873, sendo a igreja organizada cinco anos mais tarde, em 11 de agosto de 1878. Nessa ocasião, o Rev. Smith teve a assistên-
cia do Rev. Alexander L. Blackford, que trabalhava para a Sociedade Bíblica Americana. Smith fez viagens evangelísticas a Alagoas, Paraíba, Ceará e Maranhão, sofrendo em alguns lugares violentas perseguições. Cercouse de um grupo de auxiliares leigos que pregaram em muitos locais. Preparou diversos moços para o ministério, a começar de Belmiro de Araújo César, José Primênio da Silva e João Batista de Lima, que foram ordenados em 1887. Posteriormente também preparou os candidatos Juventino Marinho, William Calvin Porter (cunhado de Smith) e Manoel Alfredo Guimarães. Em 1879, Smith se envolveu na famosa polêmica em torno do Neófito, um panfleto antiprotestante ao qual deu resposta clara e concisa. No mesmo ano, começou a pregar na cidade de Goiana, cuja igreja organizou em 1880. Outro nome ligado ao início dessa igreja foi o do colportor João Mendes Pereira Guerra. Outros auxiliares que chegaram nos anos 80 foram Ballard F. Thompson, DeLacey Wardlaw e em especial o Dr. George William Butler, que, após uma estada no Maranhão, trabalhou novamente em Recife, indo em seguida para Garanhuns e Canhotinho. Ficou conhecido como “o médico amado de Pernambuco”. Outros pastores pionei-
ros nesse estado foram, além dos já mencionados, Martinho de Oliveira, George Henderlite, Antônio Almeida, Jerônimo Gueiros, William M. Thompson, Cícero Barbosa, Benjamim Marinho, Antônio de Carvalho Silva Gueiros, Natanael Cortez, Cícero Siqueira, Persiano Alves e muitos outros. As primeiras igrejas foram, depois das de Recife e Goiana, as de Areias (1893), Canhotinho (1900), Garanhuns (1900), Gileá (1903) e Palmares (1903). O Presbitério de Pernambuco foi organizado em 1888 e o do Sul de Pernambuco em 1927. O pioneiro presbiteriano em Pernambuco foi o Rev. John Rockwell Smith
O presbiterianismo no Acre e em Rondônia 1950, o reconheE mcimento das necessidades especiais da região amazônica levou à criação da Missão Presbiteriana da Amazônia, idealizada pelo Rev. Antônio Teixeira Gueiros, seu primeiro presidente. No final da década, essa missão atuava no Pará (Estrada de Ferro Bragantina e Rio Xingu), Amapá, Acre e Rondônia, com três pastores e seis obreiros leigos. Os primeiros missionários na Transamazônica
foram os Revs. Guilherme Gomes da Silva, sediado em Itaituba, no Pará, e William H. Jennings, da Missão da Igreja do Sul dos Estados Unidos, em Porto Velho e Vila Rondônia (Ji-Paraná). Outros pontos considerados chaves eram Rio Branco (AC), Humaitá (AM) e Guajará-Mirim (RO). Em 1972, após visitar o Acre, o Rev. José Costa, presidente da Junta de Missões Nacionais, convenceu-se de que o trabalho devia iniciar-
se ali imediatamente. Não encontrando um missionário que pudesse partir logo, em fevereiro de 1973 ele mesmo deixou a cidade de Maringá, no Paraná, e se mudou com a família para Rio Branco. O presbítero Abílio da Silva Coelho, presidente da Junta Econômica, Patrimonial e Financeira, viajava extensamente pela região amazônica, adquirindo terrenos para os templos. Em 1974, ele assumiu a presidência da JMN.
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Rev. Belmiro César e família
Anuncio_SESQ_RODAPE_19_5:selo_tarja_Slogan_A4.qxp 3/30/09 12:12 PM Page 1 Rev. George William Butler Rev. Jerônimo Gueiros
No início de 1975 havia três campos no Território de Rondônia: Porto Velho, onde trabalhava o Rev. Sedecias Magno do Ouro; o ponto de pregação de Guajará-Mirim e a Igreja de Iata, sob os cuidados do Rev. Ismael Ferreira Bastos; e Vila Rondônia e Cacoal, onde trabalhava o Rev. William Jennings. A congregação de Rio Branco, no Acre, onde havia trabalhado o Rev. José Costa, passou a ter a colaboração do Rev. Ozeas Maciel Pereira e da missionária Sônia Maria Toledo Pisa. Em 1976, o Rev. Murilo Crispim da Silva trabalhava em Cacoal, Riozinho, Pimenta Bueno, Espigão do Oeste e Vilhena. Em Rio Branco estava o veterano Rev. Josué Sales, com 73 anos. O Rev. Ozeas Maciel Pereira substituiu o Rev. Sedecias em Porto Velho e depois foi para Pimenta Bueno, sendo substituído pelo Rev. Davi Correia. O Rev. Luciano Breder de Almeida Neto, acompanhado da esposa Dorcas, foi trabalhar em Vilhena, dando assistência também a Colorado, Junina e Aripuanã. Em Guajará-
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Mirim trabalhou o Rev. Ismael Ferreira Bastos. Rio Branco passou a contar com o evangelista Benigno José da Costa, enquanto que em todo o interior do Acre atuava o Rev. Roberto H. Camenish, da Missão Presbiteriana no Brasil. As primeiras igrejas organizadas em Rondônia foram, pela ordem cronológica, Vilhena (20.12.1976), Cacoal (16.11.1977), Ji-Paraná (04.12.1977), Pimenta Bueno (18.12.1977), Porto Velho (18.12.1977), G u a j a r á - M i r i m (06.11.1979), Ariquemes (16.12.1979), Colorado do Oeste (13.07.1980) e Jaru (17.09.1983). No Estado do Acre, as igrejas pioneiras foram as de Cruzeiro do Sul (23.10.1983) e Rio Branco (08.09.1985). Os presbitérios dos dois estados são os seguintes: Porto Velho (1979), Sul de Rondônia (1987), Vale do Rio Machado (1991), Central de Rondônia (1996) e Acre (1994). Estão filiados ao Sínodo Noroeste do Brasil. O Rev. Alderi Souza de Matos é pastor presbiteriano e historiador oficial da IPB. asdm@mackenzie.com.br
Igreja Presbiteriana RPC 090330 / AM
150 anos evangelizando o Brasil No Brasil há muitas igrejas cristãs. Mas poucas têm um século e meio de história. A IPB tem. São cento e cinquenta anos educando, promovendo ações sociais, transformando vidas com a palavra de Deus. Igreja Presbiteriana. 150 anos evangelizando o Brasil.
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Brasil Presbiteriano
Abril de 2009
ESPECIAL
Músicas celebram os 150 anos da IPB Page 1 9 10:39 AM a cd 3/11/0
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á está quase pronto o CD “150 anos” da IPB. Sob a direção do Rev. Charles Melo, o trabalho inclui as três músicas escolhidas e preparadas para marcarem a comemoração dos 150 anos da igreja, este ano. A primeira é “Bênção Inefável”, de autoria de Celso Luiz de Oliveira e Wilson do Amaral. A música, criada especialmente para o sesquicentenário da igreja, ganhou arranjo especial, produzido pelo maestro Edielson Aureliano, da IP de Jardim da Glória, São Paulo, e foi gravado com orquestra utilizando instrumentos acústicos. Na sequência, vem “Deus fez, Deus faz”, de Valdecir Guedes, da IP de Alto Alegre em Cascavel - PR. Para fechar, o hino 282, do Hinário Novo Cântico, “A Grande Comissão”. O CD
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CHHM /IPB
A capa do CD foi desenvolvida pelo publicitário Artur Mendes
inclui também kits de ensaio para as quatro vozes do coro misto. Os vocais desse CD especial foram selecionados com base em suas respectivas experiências musicais. Alguns dos cantores que fizeram parte deste trabalho são ex-integrantes do grupo Emme, Escola de Ministério de Música e Evangelismo, um ministério da Organização Palavra da Vida. De acordo com Rev. Charles, a previsão é que o Cd seja lançado em maio. Na ocasião, serão distribuídas cópias para as igrejas e outras para serem comercializadas. O preço para revenda ainda não foi definido, mas será acessível. “Os irmãos podem ficar tranqüilos, pois nossa intenção é que todos possam adquirir uma cópia deste trabalho que foi feito com muito carinho”, garante o Rev. Charles.
CONHEÇA MAIS
Exposição relembra 500 anos de Calvino J
oão Calvino nasceu em Noyon, França, no dia 10 de julho de 1509. Teólogo cristão, foi um dos grandes influenciadores da Reforma Protestante e da criação da Igreja Presbiteriana no mundo. Sua importância histórica é destacada ao longo dos anos e respeitada por estudiosos, inclusive por pessoas que não professam a fé protestante.
No ano em que ele completaria 500 anos, a IPB o homenageia por meio da exposição “Calvino – 500 anos”, que acontece até julho deste ano, no Museu Presbiteriano Rev. Júlio Andrade Ferreira, em Campinas. De acordo com Flávia Cardia, curadora do museu, os visitantes que por lá passarem, poderão ver documen-
tos que remontam um pouco da história de Calvino. “Há fotos de 1907, Institutas, livros e cartas referentes a ele”, entusiasma-se Flávia. Os interessados em conhecer a exposição devem ligar para agendar visita. Os telefones de contato são (19) 3241-3539 e/ou (31) 84958994. Quem preferir, pode enviar email para campinasmuseu@terra.com.br.