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O Jornal Brasil Presbiteriano é órgão oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Julho de 2012
Reunião da Comissão Executiva do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil Tenho sempre dado a minha contribuição, expondo o meu pensamento quanto à trajetória da IPB nestes últimos anos, aproveitando a apresentação das decisões tomadas pelo Supremo Concílio e por sua Comissão Executiva. Há um tema que está latente e do qual uma comissão tem tratado para apresentar suas conclusões ao Supremo Concílio
de 2014. Recentemente, escrevi um artigo em resposta a uma entrevista preparada por uma revista evangélica, de circulação nacional, que tratava dessa matéria. Vai aqui minha contribuição. Em seguida encontram-se as decisões tomadas pela Comissão Executiva do SC–IPB de março deste ano de 2012.
Feminismo e a questão da ordenação de mulheres aos ofícios sagrados na Igreja de Cristo
A
questão da ordenação feminina é um dos assuntos que devem prender a atenção da Igreja Presbiteriana do Brasil neste futuro próximo. Propostas têm sido feitas para a ordenação feminina para todos os ofícios e o Supremo Concílio as tem rejeitado sistematicamente. No entanto, percebo que precisamos nos preparar para responder e dar a razão de nossa fé com base no ensino das Escrituras quanto a este tema nevrálgico que já fez sucumbir uma quantidade imensa de denominações mundo afora. Alguns entendem que Jesus, Paulo, e os escritores do Antigo e do Novo Testamentos estavam presos ao hábito cultural de seu tempo e que a ordenação exclusiva de homens vocacionados não passa de “simples questão de exercício de poder, matéria de cunho puramente cultural”. Ataques frontais se expressam em declarações tais
como: “aos espíritos mais atilados a relutância à ordenação de mulheres… não estaria bem escondida, pelo contrário, escancaradamente manifesta a indisfarçável cultura machista”. E que “o machismo entorpece a consciência, embota os sentimentos, degrada a razão”. Os ataques dos que defendem a ordenação feminina não deixa a Bíblia intocada, visto que, segundo esses “na Bíblia, reconhecidamente, confere-se ao homem, em detrimento da mulher, autoridade e mando inquestionáveis”. Alguns têm dito que “Jesus… aliciou apenas homens, como, aliás, era a norma do mundo contemporâneo”, para, logo a seguir, afirmar, que, na obra redentora de Cristo, “implanta-se um regime de paridade e equalização, abolidas as distinções prévias, homem e mulher a fazer jus ao mesmo ‘status’ em Cristo”. No entanto, a pergunta que não
pode calar é: se “aboliu”, por que “aliciou apenas homens”? Ele que quebrou tradições humanas, não quebraria essa? Para exegetas sérios, que ainda defendem a ordenação feminina para qualquer dos ofícios sagrados, é simplesmente impossível fazê-lo com a Bíblia aberta, visto que as Sagradas Escrituras se colocam contrariamente a tal postulação. Foi por isso que João Calvino, segundo esses, pelo seu biblicismo, não ultrapassou os limites, mantendo “a mulher relegada a posição inferior (...) porque o biblicismo capital dos Reformadores impedia-os de desenvolver uma exegese crítica de modo a discutir e contrariar o exclusivismo dos varões tão vividamente expresso por Paulo, a refletir o costume cultural de seu tempo. Logo, nada mais natural do que manter Calvino, cautelosa e prudentemente, o status quo, a mulher relegada a posição infe-
Rev. Ludgero Bonilha Morais - Secretário Executivo do SC.
rior, alijada de postos eclesiásticos, que só aos homens se reservavam. Era o espírito da época...” Os feministas “bíblicos” assumem posições em defesa da ordenação de mulheres, tomando como ponto de partida a necessidade de retraduzir as Escrituras, tornando os textos impeditivos à ordenação feminina mais palatáveis, porém, acabam mutilando o texto. Outros pensam que textos como o de Gálatas 3.28 é o ponto no qual todo o pensamento de Paulo deveria se firmar e todos os outros textos desse apóstolo deveriam ser descartados como meras expressões de preconceitos machistas. É Paulo