O Jornal Brasil Presbiteriano é um órgão oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Ano 50 nº 643 – Maio de 2008
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Escolas Cristãs como sal desta terra
Páginas 10 e 11 Divulgação
Charles Mattos
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Casa de Apoio para pacientes com câncer
Comissão prepara festividades dos 150 anos da IPB
PROC: Plantação e revitalização de Igrejas no sul do país
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Brasil Presbiteriano
Maio de 2008
Editorial
A Igreja cumpre a sua missão A
participação destacada de presbiterianos no 7º Congresso Nacional de Educadores Cristãos, promovido pela Associação Internacional de Escolas Cristãs (ACSI Brasil) (pág. 10) é motivo de gratidão a Deus por parte de nossa igreja. O debate sobre o papel da igreja na área da educação já aqueceu nossas reuniões mais de uma vez, e isso desde o começo do presbiterianismo no Brasil. Por ocasião da quarta reunião do Sínodo do Brasil, ocorrida em São Paulo em 1897, um dos temas foi o que se tornou conhecido como “Moção Smith”, que condenava a idéia dos grandes colégios – o que incluía a universidade em São Paulo – como meio de propagação do evangelho. Com a assinatura de dezesseis outros missionários americanos e pastores brasileiros, e de vários presbíteros, “considerando a extensão dos campos e a necessidade de evangelização e a quantidade de dinheiro gasto em semelhantes instituições e o quase fracasso delas, seja em termos de propagação [do evangelho] ou em termos de preparação
do ministério evangélico; considerando as disputas e amarguras resultantes das referidas instituições,” John Rockwell Smith propunha que o Sínodo recomendasse às igrejas-mães do Norte e do Sul dos Estados Unidos que a ajuda financeira a ser concedida fosse direta, “incluindo a obra de educação e preparação de um ministério ... e em apoio a escolas paroquiais para os filhos dos crentes” (Lessa, Annaes da 1ª Egreja de São Paulo, pág. 529). Na verdade, os “grandes colégios” e todos os outros modos propostos de ação educacional complementavam-se mutuamente. A contribuição dos grandes colégios seria mais diluída e lenta. A preparação de um ministério pastoral e escolas paroquiais para os filhos dos crentes seriam ajuda mais imediata e, no entendimento do proponente e dos que o apoiaram, essa deveria ser a prioridade. Décadas mais tarde, temos a satisfação de ver que nossos antepassados não abandonaram a idéia de grandes escolas e que escolas “paroquiais” ou não enriquecem a contribuição presbiteriana à sociedade brasileira. Mas é gratificante constatar
que mais ainda pode ser feito e que os presbiterianos estão engajados na tarefa de providenciar os materiais curriculares que, em diversas disciplinas, serão adotados pelas nos-
sas e por outras escolas evangélicas e, querendo Deus, por escolas de todas as confissões, repetindo o que já aconteceu com a famosa Série Braga, do notável pastor e educador pres-
EXPEDIENTE
Assinaturas
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Órgão Oficial da
Ano 50, nº 643 – Maio de 2008
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Conselho de Educação Cristã e Publicações: Fernando Hamilton de Souza – presidente Mauro Meister - secretário Anízio Borges - tesoureiro Casa Editora Presbiteriana: Haveraldo Ferreira Vargas - superintendente Cláudio Antônio Batista Marra – editor
Conselho Editorial: Anízio Alves Borges, Cláudio Marra (supervisão) Hermisten Maia Pereira da Costa Jader Borges Filho Misael Nascimento Valdeci da Silva Santos
biteriano Rev. Erasmo Braga. A luta não será fácil, mas é boa, já começou e os presbiterianos estão envolvidos nela. Aliás, como temos estado nesses quase 150 anos.
Uma publicação do Conselho de Educação Cristã e Publicações
Edição e textos: Eliezer Pereira DRT 44877/SP E-mail: bp@cep.org.br Diagramação: Aristides Neto Impressão: Folhagráfica
Para qualquer assunto relacionado a assinaturas e distribuição do BP, entre em contato com a Casa Editora Presbiteriana. (11) 3207-7099/3207-7092 cep@cep.org.br Rua Miguel Teles Junior, 394 Cambuci CEP 01540-040 - São Paulo
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Consultório Bíblico
Ló II Odayr Olivetti
P
ergunta: “Como Ló pôde entregar suas filhas a pervertidos sexuais?” Resposta: A narrativa está em Gn 19. Consideremos: 1. É fácil condenar Ló pelo terrível ato que se viu forçado a praticar. Contudo, não deveria ser assim, pois, hoje em dia, além de outras formas de entrega de filhos e filhas ao pecado e a Satanás, esta é muitíssimo comum: mães e pais saem de casa para que suas filhas façam farra com os seus namorados, assim chamados. O que acontece, e muito, é prostituição desbragada intitulada com eufemismos que só servem para atrapalhar a linguagem. Por exemplo: Não se pode dizer que um moço e uma moça namoram sem que muita
gente diga que eles praticam o sexo. Esses dias disse a minha esposa, em função de notícias da TV, que a nossa sociedade acha-se tão contaminada por uma visão distorcida do mundo e do ser humano que, mesmo os que não praticam atos degenerados têm, em geral, mente depravada. Basta ver o que a maioria prefere ver na TV (se não fosse a maioria, a TV não mostraria tão repetida e ostensivamente). 2. Uma boa prática levada muito a sério na Antigüidade, e rara hoje em dia, era a prática da hospitalidade – não somente a amigos e parentes, mas também a estranhos, a desconhecidos. Por exemplo: Quando três homens desconhecidos chegaram à tenda de Abraão, depois do almoço, Abraão correu imediatamente a recebê-los, prostrou-se diante
deles, insistiu que se demorassem e mandou lhes preparar lauta refeição – e Abraão não sabia que eram o SENHOR (Iavé) e dois anjos. Para ele, eram três homens desconhecidos. A narrativa está registrada em Gênesis 18.1-8. 3. No caso de Ló, ele recebeu a visita de dois homens desconhecidos (não sabia que eram anjos, os dois anjos que tinham estado com Abraão. Em Hebreus 13.2 lemos: “Não negligencieis a hospitalidade, pois alguns, praticando-a, sem o saber hospedaram anjos”. 4. Coisa extraordinária! Os antigos consideravam-se responsáveis por seus hóspedes! Existem prioridades na vida que nos levam a sacrificar outros valores. Ocorrem impasses éticos. Exemplo: Se duas pessoas estão se afogando, e eu posso
salvar apenas uma, qual delas vou salvar? E qual vou deixar que morra? Uma opção elimina a outra. 5. É importante observar com atenção o clamor de Ló registrado em Gênesis 19.6-8. Os pervertidos exigiram de Ló que levasse para fora seus hóspedes, “para que abusemos deles”, disseram eles. “Saiu-lhes, então, Ló à porta, fechou-a após si e lhes disse: Rogo-vos, meus irmãos [concidadãos], que não façais mal; tenho duas filhas, virgens, eu vo-las trarei; tratai-as como vos parecer, porém nada façais a estes homens, porquanto se acham sob a proteção de meu teto”. “Porque se acham sob a proteção de meu teto.”
E dizer que Deus não agiu, ou que os anjos não agiram, é olvidar o que a narrativa informa, porque os anjos “feriram de cegueira” os libertinos, e eles ficaram na maior confusão. Mas, faz parte dos métodos de Deus, às vezes, agir na extremidade do homem. Quer dizer, quando tudo parece perdido. Assim como Deus impediu Abraão de imolar seu filho no último momento (Gn 22), assim também os anjos impediram o estupro quando os homens estavam prestes a invadir a casa (Gn 19.9). – A fé verdadeira é confiante, paciente e perseverante. É bem-aventurado quem a tem, pela graça de Deus! O Rev. Odayr Olivetti é pastor presbiteriano, ex-professor de Teologia Sistemática do Seminário Presbiteriano de Campinas, escritor e tradutor. E-mail: odayrolivetti@uol.com.br
Artigo
As formas de educação Wilson do Amaral Filho
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ão poucas as pessoas que podemos considerar autodidatas, isto é, que adquirem conhecimento por sua própria iniciativa e pesquisa. A expressiva maioria depende de outras que as encaminhem, a fim de que haja progresso em seu conhecimento. De modo geral, o processo educacional se dá formal e informalmente. Por processo formal poderíamos entender o ensino estruturado, sistêmico e institucionalizado. Por processo informal poderíamos considerar o ensino baseado na vida e na experiência pessoal de quem ensina. Há quem considere ainda uma terceira categoria de ensino chamada não formal, que se situaria
entre a educação formal e a informal. Nessa categoria intermediária se poderia considerar o ensino não sistêmico, mas suficientemente organizado, como uma atividade extraordinária, por exemplo, fora da sala de aula e do horário regular da Escola Dominical. Não importando a classificação escolhida, podemos nos perguntar como tudo isto se aplica ao ensino da Escola Dominical. Essa escola é uma estratégia de trabalho da igreja que se assemelha ao ensino formal. Nela há uma estrutura determinada, um programa a ser seguido e, embora não seja uma escola de graduação na quase totalidade das igrejas, é adotada pela igreja reformada para produzir conhecimento bíblico em seus alunos e professores.
De outro lado temos a educação informal. É muito conhecida a figura de Jesus como mestre, da qual derivamos nosso conceito de professor do evangelho. Além de dedicar tempo ao ensino das Escrituras nas sinagogas, a principal atividade de Jesus era instruir os discípulos na informalidade do cotidiano. Conjugava teoria e prática do evangelho nos fatos diários. Sabemos que, para que seja eficaz, a Escola Dominical depende de mestres que se esmerem no ensino (Rm 12.7), de um programa bem planejado que inclua materiais didáticos de boa qualidade para cada faixa etária, e de alunos dispostos a olharem a Bíblia como quem tem diante de si um tesouro a ser explorado, do começo ao fim da vida (2Tm 3.16,17).
Uma das áreas mais vulneráveis, entretanto, tem sido a pessoa daquele que ensina. Tal pessoa – que antes de lecionar já demonstrava convicções cristãs muito fortes – precisa de treinamento continuado, oração da igreja e consciência de que sua vida é uma forma viva de ensino, dentro e fora da sala de aula (Não está mestre. É mestre a qualquer hora). Pois bem. Do ponto de vista propedêutico1 da educação, devemos almejar mais resultados do que simplesmente a transmissão passiva de conhecimentos bíblicos aos alunos. Somando-se o estudo formal da Bíblia em sala de aula e o contato informal dos alunos com o professor fora da sala de aula, teremos sim, em todos, o aumento da capacidade de como
usar o conhecimento bíblico no cotidiano: além do saber, o saber-fazer, o saber-ser discípulos de Jesus. Retornando à educação não formal e concluindo, esta pode ser uma forma de aperfeiçoar o ensino formal e o informal, por meio de atividades não regulares como: visitas, pesquisas, brincadeiras, encenações teatrais. O importante é lembrar que o objetivo final da educação cristã não é a forma de ensino, mas a evangelização dos perdidos e a conformação dos salvos segundo à imagem de Cristo (Rm 8.29). 1 Que visa dar ao aluno a formação
geral e básica para que possa ingressar num curso superior (Houaiss). O Rev. Wilson do Amaral Filho é pastor presbiteriano. Professor de TS na Escola Superior de Teologia do Mackenzie.
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Lições da História da Igreja
Liturgia: é mesmo necessária? Alderi Souza de Matos
A
Christian History
vez mais complexa e ritualística. Foram introduzidos no culto elementos estranhos à Escritura, como invocações e louvores a Maria e aos santos, o entendimento da Eucaristia como um sacrifício e a adoração dos seus elementos. Todavia, os reformadores protestantes, apesar de sua crítica das tradições religiosas sem fundamento bíblico, reconheceram a importância da liturgia. A tradição reformada foi particularmente enfática nesse sentido. Embora o culto zuingliano na cidade de Zurique fosse extremamente sóbrio (“quatro paredes lisas e um sermão”), Calvino teve uma preocupação diferente.
palavra “liturgia” provoca arrepios em muitos evangélicos. Lembra um culto rígido, engessado, excessivamente formal, carente de espontaneidade e espiritualidade. No entanto, originalmente o termo não possuía essa conotação negativa. Ele vem do grego leitourgia (pronuncia-se “leiturguia”) e de início significava qualquer serviço prestado à coletividade ou a uma pessoa. Na versão grega do Antigo Testamento (a Septuaginta) referia-se ao ministério dos sacerdotes ou aos atos de culto realizados por eles. No Novo Testamento o Calvino pregando em Genebra substantivo aparece seis vezes, o verbo três e dois termos cor- uma ordem de culto é encon- do salmista: “Entoai-lhe novo relatos outras seis vezes. Em trado na Primeira Apologia de cântico, tangei com arte e com geral se referem ao culto da Justino Mártir, em meados do júbilo” (Sl 33.3). A Didaquê, velha dispensação ou à assis- 2º século: “No dia denominado um manual eclesiástico do inítência material aos irmãos (Lc dia do sol há uma reunião de cio do 2º século, dá testemunho 1.23; Rm 15.27; 2 Co 9.12). todos aqueles que vivem tanto desse fato. Ao se referir à celeQuase metade das ocorrências nas cidades como no campo. bração da Ceia do Senhor, esse está na carta aos Hebreus, alu- Ali se dá a leitura das memórias documento menciona as mais dindo ao ministério de Cristo dos apóstolos ou das Escrituras antigas orações eucarísticas ou dos antigos sacerdotes dos profetas, até onde o tempo conhecidas, caracterizadas por judeus (Hb 8.6; 9.21; 10.11). permite. Terminada a leitura, o seu rico conteúdo bíblico. Diz Um uso mais especificamente presidente faz uso da palavra o texto: “No tocante à eucariscristão ocorre em At 13.2 e Fp para nos admoestar e nos exor- tia, dareis graças desta maneira 2.17. No Cristianismo antigo, tar à imitação e prática dessas – primeiramente sobre o cálice: passou a significar o serviço coisas admiráveis. Logo nos ‘Damos-te graças, Pai nosso, espiritual prestado a Deus, cuja levantamos e oramos juntos”. pela santa vinha de Davi, teu expressão mais nobre e elevada Em seguida, Justino descreve a servo, que nos deste a conhecer Catedral de Saint Pierre era o culto público. celebração da Ceia e o recolhi- por meio de Jesus, teu servo. A Na igreja apostólica, como mento de ofertas para pessoas ti seja a glória eternamente’”. Ele compôs para a Igreja de quase tudo o que se fazia carentes. A seguir, vinham as palavras a Genebra belíssimos “modelos naquele período inicial, o culto Algumas décadas após o perí- serem ditas sobre o pão partido de orações” para o culto domiera singelo e informal. O Novo odo apostólico, no final do 1º e, por último, a belíssima oração nical, para a celebração da Ceia Testamento quase nada diz século ou início do 2º, come- de ação de graças, que assim do Senhor e para as devoções sobre uma forma de culto, ou çaram a surgir formas de culto começava: “Damos-te graças, domésticas. Inspirados pelo seja, uma seqüência dos atos mais elaboradas. Era natural Pai nosso, por teu santo nome, exemplo de Genebra, os reforde adoração. Somente encon- que isso ocorresse, à medida que fizeste habitar em nossos mados elaboraram sugestivas tramos informações sobre os que a igreja crescia e se con- corações, e pelo conhecimento, liturgias na França, Escócia, elementos cúlticos: leitura do solidava. Uma das principais pela fé e pela imortalidade que Inglaterra, Holanda e Alemanha, texto sagrado, cânticos, ora- motivações para tal fato era de nos revelaste mediante Jesus, que foram utilizadas por muitas ções, pregação, celebração da natureza estética. Entre outras teu servo. A ti seja a glória eter- gerações de crentes (ver Charles Ceia e invocação da bênção. características, o culto ao Todo- namente”. W. Baird, As liturgias reformaUm dos testemunhos mais anti- Poderoso devia ser belo e harCom o passar dos séculos, a das, Socep). Geralmente essas gos e valiosos a respeito de monioso, conforme a exortação liturgia foi se tornando cada liturgias estavam associadas à
observância do calendário cristão e às leituras prescritas para todos os domingos do ano eclesiástico (o lecionário). Hoje, as ordens de culto praticadas em muitas igrejas presbiterianas são pobres e pouco criativas. Com freqüência, pessoas não-treinadas anunciam mecanicamente os atos do programa: “Agora vamos ler em... agora vamos cantar o hino... agora pedimos ao irmão tal para orar”. Poucos dirigentes de cultos estão conscientes da grande riqueza litúrgica legada pelo passado. Muitos pastores nem mesmo seguem os “princípios de liturgia” oficialmente aceitos pela denominação ou as Christian History
sugestões do Manual do Culto. É necessário que esse tema seja objeto de estudo, reflexão e debate, para que o culto público e a celebração dos sacramentos se tornem mais significativos e edificantes em nossas igrejas, refletindo as convicções bíblicas e teológicas da tradição reformada, e os bons exemplos da nossa história. O Rev. Alderi Souza de Matos é pastor presbiteriano e historiador oficial da IPB. E-mail: asdm@mackenzie. com.br
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Aniversários
Projeto Perequê-Mirim Missão urbana e ação social Abner Carneiro Divulgação
Crianças do projeto em Perequê-Mirim
Em março de 2005 foi promovido um curso de liderança na Igreja Presbiteriana de Caraguatatuba. Durante o encontro foram formados três grupos e foi lançado o seguinte desafio: "O que vocês sonham para esta cidade, quanto à atuação da Igreja nos próximos anos?" Um dos grupos formados era o de evangelização. O sonho de plantar uma obra visando atender crianças foi exposto neste grupo. O Pb Valter Gomes e esposa Romilda Gomes, Pb Roberto Domingues e esposa Gledys Domingues e Moacyr Pereira Lago e esposa Paulina Lago, membros fundadores do projeto, faziam parte deste grupo e tão logo foi lançado o ideal, iniciaram a missão. Moacyr cedeu sua residência, no bairro Perequê-mirim, onde funciona o projeto, as atividades tiveram início com 6 crianças, no primeiro mês, 26 e, no primeiro dia das crianças comemorado, tivemos 115 participantes. No final do primeiro ano, a igreja resolveu adotar aquela obra oficialmente transformando-a em um ponto de pregação. No início de 2006, sob a liderança do Rev. Abner Marcos Carneiro Rodrigues, pastor da Igreja, e Renata da Cunha Rodrigues, sua esposa, o projeto passou por reestruturação e novas acomodações e conforto foram oferecidos às crianças, além de nova metodologia e dinâmica na aplicação do ensino. Foi criada uma tenda, capaz de atender 25 adolescentes que se reúnem ali semanalmente. Também foi criado um espaço para atividades lúdicas e religiosas com crianças de 0-5 anos, sendo que algumas vêm acompanhadas dos pais. Contamos com uma média semanal que oscila entre 40 a 60 crianças, 15 a 25 adolescentes, além dos 15 adultos que formam a equipe de professores e auxiliares. O número referido tem causado grande impacto na igreja, já que lidamos com crianças e adolescentes vivendo em área de risco social e que, por ser assim, a motivação para esta constante presença se atribui tão somente ao mover de Deus. Nosso alvo é oferecer conhecimento religioso, formação cultural e social. Os 15 professores utilizam conhecimentos que receberam em treinamentos específicos, além
de técnicas recebidas em formação universitária. Além desses, contamos com a valiosa ajuda de pessoal leigo. No blog, www.projetojaragua.blogspot.com, criado para divulgar o projeto, publicamos nosso alvo médio e longo prazo. O alvo futuro é a plantação de uma nova igreja presbiteriana naquela localidade porque estamos certos da missão de "fazer alunos de todas as nações" (Mt 28:19) conforme a ordem de Jesus.
100 Anos Glorificando a Deus no Coração de Maceió Marcus Falcão Divulgação
IP Senador Camará em festa: 39 anos de vida Paulo Cesar Souza Divulgação
Conselho da IP Senador Camará
O mês de abril foi marcado por diversos eventos comemorativos, a começar pelos 29 anos de organização da UPA dada em 21 de abril de 1979. O culto foi realizado no dia 13 de abril, domingo, o pregador da noite o presbítero Daniel, secretario Sinodal de Upas´s do Sínodo Oeste Rio e membro da igreja Presbiteriana de Vila Jardim, Campo Grande. No final de semana seguinte, dia 20, domingo, foi a vez da UPH comemorar seus 40 anos de trabalho masculino, na ocasião quem trouxe a mensagem foi o Rev. Enivaldo Nunes, que foi membro da Igreja em Senador Camará e atualmente pastoreia a Igreja Presbiteriana do Centenário. Fechando as comemorações do mês de abril, nos dias 26 e 27 foi comemorado com muito louvor os 39 anos de organização da Igreja Presbiteriana em Senador Camará. Ao longo desses anos firmou bases evangelísticas e diversos bairros de nossa região, a saber: O trabalho ativo e dinâmico desenvolvido por esta igreja e a vital importância da mesma para a comunidade vizinha. Numa palavra de saudação à igreja o Rev. Hamiltom Pereira, pastor efetivo diz: “Existe um cântico evangélico que começa assim: Hoje é tempo de Louvar a Deus...Este cântico, além de bonito, é muito verdadeiro e bíblico. Para todos nós o que há de real é o hoje”. O ontem já passou; o amanhã é mistério. O hoje é o presente que Deus nos concede, para dele desfrutarmos. E a Bíblia nos diz que o louvor a Deus deve estar continuamente em nossos lábios.
IP Maceió, 100 anos de serviço ao Senhor
A Igreja Presbiteriana de Maceió comemorou seu primeiro centenário de organização nos dias 11, 12 e 13 de abril em seu templo no centro de Maceió. As comemorações do centenário foram marcadas pela presença de diversas autoridades alagoanas e eclesiásticas como o Desembargador Antônio Sapucaia, a Promotora de Justiça Marluce Falcão, o Vereador Paulo Corintho, o Presidente do Presbitério de Alagoas Rev. José Valter Caetano, o Presidente do Sínodo Alagoas/Sergipe Rev. Ronildo Farias, o Vice-Presidente do Supremo Concilio Rev. Cilas Cunha de Menezes, pastores membros do Presbitério de Alagoas e pela sociedade em geral que lotaram o templo nos seus três dias de festividades, abrindo as portas para mais um desafio: o de atravessar o tempo por mais um século com o intuito de glorificar a Deus e pregar o evangelho de Cristo na capital alagoana. Alem do pastor efetivo o Rev. Saulo Emanoel de Oliveira, o Rev. Reginaldo Pinho Borges, pastor da Igreja Presbiteriana da Boa Vista, Recife-PE e o Rev. Cilas Menezes, vice presidente do Supremo Concilio da Igreja Presbiteriana do Brasil, também de Recife, foram os preletores durante as festividades. Durante o evento, foram laureadas em homenagens às autoridades presentes e as famílias que fizeram parte da igreja ao longo da história dos cem anos. Pastor Presbiteriano recebe titulo de cidadão honorário de Maceió Durante as comemoração do centenário da Igreja Presbiteriana de Maceió, foi realizada no dia 11 de abril, uma audiência pública na Câmara Municipal de Maceió onde foram homenageados com o titulo de Cidadão Honorário o pastor efetivo da igreja o Rev. Saulo Emanoel de Oliveira e sua esposa a Promotora de Justiça Marluce Falcão de Oliveira, por propositura do vereador Paulo Corintho, pelos serviços prestados a sociedade alagoana e maceioense.
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Aconteceu Agora são 103 anos de exemplo! Ângelo Vieira da Silva
No último dia 6 de maio, a Igreja Presbiteriana de Baixo Guandu obteve mais uma dádiva de nosso Senhor: a comemoração dos 103 anos de nossa querida irmã Eunice Adelaide de Faria. A irmã Eunice é membro da Igreja Presbiteriana de Baixo Guandu desde 10/09/1962 conforme nossos registros. Hoje está impossibilitada de participar dos cultos, mas seus irmãos em Cristo procuram visitá-la. Sua lucidez é de admirar; a certeza do céu e a convicção em Cristo o são também. Divulgação
Dia Comunitário: Impactando através do evangelho Ademir da Silva
O Dia Comunitário, superou todas as expectativas, promovido pela Federação de Senhoras do Presbitério Rio de Janeiro com atendimento psicólogo, fisioterapeuta, assistente social, enfermeira, cabeleireiros, bazar, contadora de história infantil e farta distribuição de Bíblias e Novos Testamentos. O trabalho de Evangelismo no bairro da Biquinha teve a participação das Igrejas Presbiteriana do Bosque da Barra, Tijuca, Central de Vilar dos Teles, São Pedro da Aldeia, Federação de SAFs Rio e caravana com dezenas de automóveis de irmãos de diversas outras igrejas presbiterianas.
O bairro parou diante de tão grande movimentação. Casas foram visitadas, grande distribuição de folhetos, especialmente confeccionado para a ocasião. O trabalho contou ainda com a presença dos pastores Cezar Santos de Oliveira (IP do Bosque), Eurípedes da Conceição (IP Tijuca), Ivani dos Santos (IP São Pedro da Aldeia), Luiz Gonzaga de Azevedo (IP Casimiro de Abreu), Édson Cunha (1ª IP de Vilar dos Teles), Joselio Feitosa (IP Iguaba Grande) e Édson Aguiar de Souza Jr. (IP Flamboyant), Presidente do Presidente do Presbitério Cabo Frio. O encerramento na praça teve a palavra do Rev. Édison Aguiar. Deus seja louvado!
Dona Eunice, 103 anos de exemplo
A irmã Eunice esforçou ser exemplo na família, no trabalho e na igreja. Seus familiares ressaltam suas virtudes mais excelentes desde a exímia dona de casa, a boníssima mãe e talentosa cozinheira, a parteira dada, a presidente de Mocidade e SAF, a Professora, Superintendente e Secretaria de Escola Bíblica Dominical, a serva fiel do Senhor que nasceu na cidade de Alto Jequitibá e foi batizada pelo Rev. Henrique Louro de Carvalho. A irmã Eunice casou aos 19 anos de idade com Antônio Bibiano no dia 01/09/1924, cerimônia conduzida pelo Rev. Aníbal Nora. Da casa de Eunice e Antônio haveria de brotar rebentos, como de oliveira: 12 filhos do casal e 04 filhos adotivos. O Senhor abençoou nossa irmã e ela tem visto sua prosperidade, os filhos de teus filhos. Já são 42 netos, 65 bisnetos e 04 tataranetos.
o Social através da Açã Evangelização Fotos: Divulgação
Cabeleireiros em ação
Culto de encerramento do Dia Comunitário
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Aconteceu Você faz Diferença?
Inauguração do templo presbiteriano de Rio Grande da Serra Eduardo Batista Em 15 de março foi inaugurada uma Capela na região da estrada do Caracu, com o objetivo de evangelizar a comunidade local. A capela está situada no local sede da ONG APRISCO (Associação de Presbiterianos para a Inclusão Social Comunitária). Fundada em setembro do ano passado, a APRISCO tem como seu principal objetivo apoiar e desenvolver ações para defesa, elevação e manutenção da qualidade de vida do ser humano e do meio ambiente, através das atividades de educação profissional, especial e ambiental, aos moradores da região da Estrada do Caracu e vizinhança. Presidida pelo Sr. Edson de Carvalho, a APRISCO conta com uma diretoria cujos membros todos voluntários e dispostos a servir a
população carente, não medem esforços para estarem quase todos os fins de semana reunidos. Na inauguração esteve presente cerca de 200 pessoas que ouviram a pregação do reverendo Luciano Breder. A ONG já realizou seu primeiro curso “A Utilização da Biomassa da Banana Verde no Cardápio da Família Brasileira”, em 19 de abril. Além da evangelização, o objetivo da primeira oficina de culinária foi levar conhecimentos aos moradores da região, com ensinamentos de como utilizar a banana verde no preparo de vários tipos de pratos. Os trabalhos de evangelização da APRISCO estão ocorrendo desde a inauguração da capela, nas manhãs de domingo. A capela fica na estrada do Caracu, sem número em Rio Grande da Serra. Contato: (11) 4820 2275.
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O dia 7 de Junho será a data de realização de mais um evento do Projeto UMP São Paulo, projeto esse idealizado e realizado pela Mocidade Presbiteriana Paulista. Nesse ano o encontro acontecerá, como nos anos anteriores, no Auditório Rui Barbosa, na Universidade Presbiteriana Mackenzie, que fica na Rua Itambé, número 45, no bairro de Higienopólis, em São Paulo. O projeto UMP São Paulo terá inicio às 16:30 horas, com a abertura da 8ª Maratona Social, onde serão recebidos e cadastrados os alimentos arrecadados. No ano passado o Projeto arrecadou, aproximadamente, 4.8 toneladas de alimentos, além de 89 doadores de sangue. O término da Maratona será às 17:30 horas, pois às 18 horas começará o Culto de Celebração, nos últimos encontros o Projeto tem registrado uma média de 1200 jovens presentes. As mocidades de todo o Estado de São Paulo tem participado do Projeto e colaborado para que os números sejam tão expressivos. O tema desse ano é: Você faz Diferença? Essa é uma questão desafiadora para a Mocidade Presbiteriana Paulista, com certeza o dia 7 de Junho, poderá ajudar a responder essa pergunta. Participe e faça a diferença. Divulgação
Templo da IP de Rio Grande da Serra
Cartaz do Projeto UMP São Paulo
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Aconteceu
Igreja Presbiteriana Central de Itapeva fazendo a diferença através da Ação Social André Aramys de Oliveira
No dia 19 de abril, a Igreja Presbiteriana Central de Itapeva (IPCI), sob a coordenação do Rev.André Aramys de Oliveira, capelão da Associação dos Centros de Desenvolvimento da Criança, celebrou os 15 anos da Associação dos Centros de Desenvolvimento da Criança (ACDC). A celebração contou com a participação da missionária Rute Muniz de Carvalho Fonger (Church New Hope, Orlando/USA), do Rev. Hebert dos Santos Gonçalves e Rev. Weslei Damaris Eller, pastores da IPCI. A Associação dos Centros de Adolescentes voluntário do DMV Desenvolvimento da Criança foi constituída, por iniciativa do Rev. Elias Dantas Filho ditando que a mudança é possível. Quinze então pastor da Igreja Presbiteriana Central anos servindo ao Senhor com alegria. de Itapeva, e que há 15 anos, é reconhecida Quinze anos proclamando a mensagem em Itapeva e região. Desde julho de 1993, de salvação. Quinze anos aperfeiçoando a ACDC vem se dedicando exclusivamente corpo, mente e espírito. Quinze anos transa assistência ao menor carente e muitas formando vidas. Quinze anos conduzindo a vitórias foram alcançadas, e barreiras que criança a se tornar um cidadão responsável. pareciam intransponíveis foram superadas; Quinze anos conduzindo a criança a se tore pode-se regozijar com as crianças que nar um cristão de fé e obras. Quinze anos superaram suas deficiências. conduzindo a criança ao seu auto-sustento Em 2007 a Universidade Presbiteriana Mackenzie em parceria com a ACDC desenvolveu o Dia Mackenzie Voluntário, o projeto “Feitores do Bem”. Aproximadamente 500 voluntários para atender um público de 5000 pessoas. Quinze anos de realizações. Quinze anos despertando vocações. Quinze anos acre-
Apresentação do coral da ACDC no Dia Mackenzie Voluntário
e a compartilhar com o próximo em suas necessidades. Quinze anos conduzindo a criança a se tornar um membro responsável em sua família, igreja e comunidade. Quinze anos acreditando que devemos permanecer firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão. E não foi em vão! Graças a Deus! ACDC 15 anos investindo em vidas!
Fotos: Divulgação
Cerimônia religiosa do Casamento Comunitário
infantil com a ica no parque át pr la au o ojeto tend Crianças do pr h Meire Professora Rut
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Evento
Quatrocentos educadores cristãos estiveram em São Paulo debatendo a importância da Educação Cristã
A Igreja no mundo Fotos: Divulgação
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ense em uma reunião de 400 professores e professoras cristãos de todos os níveis de educação, vindos de dezoito diferentes estados brasileiros, reunidos durante dois dias para o aprendizado, aprofundamento, debates, oração e apoio mútuo. Foi isso o que aconteceu nos dias 1º e 2 de maio nas dependências do Instituto Presbiteriano Mackenzie, em São Paulo, no 7º Congresso Nacional de Educadores Cristãos, promovido pela Associação Internacional de Escolas Cristãs (ACSI Brasil). A sétima edição do evento contou com quatro palestrantes internacionais e outros 31 brasileiros que apresentaram cinco plenárias e 35 oficinas, sobre os mais variados temas, como O professor e seus alunos frente às influências tecnológicas, sociais e éticas (Augustus Plenário da ACSI Brasil: 400 educadores reunidos Nicodemus Gomes Lopes – Mackenzie), Escolas Cristãs tivamente bíblicos, mediante Presbiterianas, ou a recém criacomo sal desta terra: podero- o desenvolvimento e fortaleci- da CONEP, Comissão Nacional sos recursos de ciência e tecno- mento de instituições de ensino de Educação Presbiteriana. Sua logia da educação para cum- e educadores. função é somar para que o prir nossa missão (Fernando C. grande projeto da Educação Capovilla – USP), Formação Propósitos Cristã escolar possa crescer intelectual de uma mente difemais rapidamente no Brasil. A rente (Stuart Salazar – ACSI A ACSI conta com 64 esco- visão da ACSI é que os alunos Guatemala) e Fatores que afe- las associadas no Brasil, aten- das escolas associadas alcantam o desempenho do aluno: dendo mais de 23 mil alunos cem sabedoria e conhecimento a escola que funciona (David e mais de 1500 professores. inseridos em uma cosmovisão Wilcox – ACSI EUA). Entre Destas, treze escolas são pres- bíblica, demonstrando estes outros, um dos grandes dife- biterianas e muitos dos líderes valores em sua vida pelo carárenciais dos temas tratados no da associação, que é interdeno- ter, liderança, serviço e vida congresso é a ênfase na cosmo- minacional, são membros da devocional. visão aplicada em cada área. Igreja Presbiteriana do Brasil. No mundo, a ACSI atende A ACSI tem por missão pro- A associação não concor- a mais de 5000 escolas e seu mover a educação acadêmica re com as associações deno- público supera um milhão de de excelência, que influencie a minacionais, como a ANEP, alunos, em mais de cem paísociedade com valores distin- Associação Nacional de Escolas ses. Os programas da ACSI
foram já publicados vários títulos de apoio à filosofia da educação cristã, como a Série Fundamentos da Educação Cristã (Fundamentos Bíblicos e Filosóficos, Psicológicos e Pedagógicos), em três volumes, a Enciclopédia das Verdades Bíblicas, aplicando os conceitos da Palavra de Deus às várias áreas do conhecimento (estudos sociais, economia, línguas, artes, ciências, etc.), assim como livros de apoio à disciplina, gestão em sala de aula e integração bíblica. Neste congresso, duas publicações mereceram destaque: o primeiro volume de nove programados da série Caráter, Primeiros Passos, um material de ensino religioso que procura
envolver os pais no processo de ensino de valores cristãos sólidos aos alunos e os dois primeiros volumes da série Ciências, Projeto Inteligente. Esta série procura ensinar ciências a partir do 2º ano do Ensino Fundamental com uma proposta inteiramente nova e cristã para o ensino da disciplina. Um dos fundamentos pedagógicos da série é que a disciplina é aprendida pelos alunos a partir do método científico experimental, segundo o qual o aluno é ensinado, usando-se sua própria curiosidade, a elaborar hipóteses e testá-las. A série deve alcançar todo o ensino fundamental e está sendo produzida no Brasil em parceria com o Sistema Mackenzie de
Materiais de divulgação estavam disponíveis para os presentes
Ensino. O material está sendo traduzido e adaptado, sendo feita a equivalência de conteúdos para a realidade brasileira por especialistas na área pedagógica e de ciências, contando com a colaboração de vários professores. Nos EUA e Canadá estão prontos os livros para o primeiro ao quinto ano do
Ensino Fundamental que atualmente atendem a 260 escolas e aproximadamente 6500 alunos. Algumas escolas bilíngües na América Latina já os adotam. Desde o seu lançamento nos EUA os livros quase dobraram as suas vendas e a projeção é que mais de quinhentas escolas os adotem até o ano de 2009.
Contatos: Associação Internacional de Escolas Cristãs R. Cássio de Campos Nogueira, 393, São Paulo, SP 04829-310 T: 55.11.5925.2602 C: 55-11-8383-6374 www.acsi.com.br acsi@acsi.com.br
Conhecendo melhor a ACSI Com Informações do site www.acsi.com.br
são variados e concentram-se em três grandes áreas: aperfeiçoamento escolar, desenvolvimento profissional e recursos para o desenvolvimento dos alunos das escolas associadas. O congresso, obviamente, concentrou-se nas duas primeiras áreas e serviu como campo de preparação para atrair as escolas associadas para ampliarem os seus serviços aos alunos com eventos acadêmicos e esportivos como concurso de redação, conhecimentos gerais, conhecimentos bíblicos, artes e outros. Os professores das escolas associadas bem sabem do valor destes congressos. Algumas
escolas, como o Instituto Presbiteriano de Educação (IPE), de Goiânia, viajaram quase mil quilômetros durante toda a noite para participarem das programações no dia seguinte, com 25 de seus professores. O frio e a chuva não desanimaram os educadores bem acomodados no recémreinaugurado auditório Ruy Barbosa, do Mackenzie. Servindo por meio de publicações Um dos modos como a ACSI serve aos educadores cristãos ao redor do mundo é por meio de suas publicações. No Brasil,
A Associação Internacional de Escolas Cristãs (ACSI) é uma organização internacional de escolas cristãs sem fins lucrativos, com seu escritório central em Colorado Springs, nos Estados Unidos. Foi formada em 1978, como resultado da união de várias associações de escolas cristãs nos Estados Unidos e Canadá. Conta com mais de cinco mil escolas associadas, em mais de 115 países, tendo mais de um milhão de alunos. Existem 16 escritórios regionais ao redor do mundo, sempre respeitando a identidade cultural de cada nação. A filosofia educacional da ACSI, fundamentada na Palavra de Deus, promove uma educação cristocêntrica, orientada para desenvolver uma cosmovisão bíblica por meio de cada educador, cada matéria acadêmica e cada parte do programa escolar. Cremos que uma educação com essa cos-
movisão bíblica é a chave para o futuro do Brasil, pois temos o assim chamado mandato cultural, que foi a ordem de Deus ao homem para dominar a criação (Gn 1.27-28). Obedecer a este mandato significa pesquisar, estudar, entender e assim dominar a criação. Cristo está exaltado e tem autoridade sobre todo o cosmos. Sua redenção e seu domínio têm um aspecto cósmico: abrangem a criação inteira, não somente a humanidade. A redenção inclui a redenção não somente da alma, mas da mente, do corpo – e tem profundas implicações sociais, econômicas, políticas, intelectuais. A fundação da Academia de Genebra por Calvino partiu desta perspectiva. A Grande Comissão, “fazei discípulos de todas as nações”. O discipulado envolve o desenvolvimento espiritual, intelectual, a formação de uma mentalidade cristã, o desenvolvimento das aptidões naturais. Tudo isto deve ser feito desde cedo, com as crianças, a
começar da escola. Assim, a Educação Cristã faz parte da comissão para discipularmos todas as nações. Finalizando, o homem foi criado à imagem e à semelhança de Deus. Todo conhecimento dele é religioso (Rm 1). Portanto, a educação realizada na academia secular também é religiosa, muito embora não seja cristã. Por isso, é necessário educar a partir da perspectiva religiosa correta, ou seja, o cristianismo. ACSI - Brasil é dirigida por uma diretoria executiva: Mauro F. Meister M.Ed. Diretor Executivo Marta F. Dias da Silva Vice Diretora Executiva Telma Rocha Lima Baldacci Diretor Financeiro Linda Thompson de Sousa Secretária Executiva
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Brasil Presbiteriano
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Missões Nacionais
Presbitério do Oeste Catarinense: compromisso com plantação de Igrejas
Plantação de Igrejas no Sul Gustavo Bacha Siqueira
O
Estado de Santa Catarina é conhecido nacionalmente pelas suas belezas naturais, excelente qualidade de vida, cidades em estilo europeu, clima agradável e também pelo grande orgulho de seus colonizadores em manter viva a cultura européia. O que pouca gente sabe é que existem diferenças culturais imensas num estado tão pequeno, para as dimensões do nosso país. O Litoral, com sua colonização portuguesa nos séculos 16 e 17, se estabeleceu com clareza e naturalidade. Expandindo e cultivando a cultura Açoriana nas cidades litorâneas. O Oeste foi colonizado somente no fim do séc. 19, e em sua grande maioria no início do séc. 20. Alemães, Italianos e Poloneses, grande parte católicos, se formaram em pequenas colônias rurais desbravando as antigas terras que pertenciam a Baronesa de Limeira, hoje conhecida como Oeste de Santa Catarina. Essa colonização tardia aconteceu quando os colonizadores chegaram ao Oeste vindos do Rio Grande do Sul, trazendo consigo o tradicionalismo gaúcho. Pelas dificuldades de acesso a região (guerras e revoluções no Rio Grande do Sul) e também devido à infra-estrutura precária, estradas e meios de transporte, pode-se dizer que aqueles que se estabeleceram no Oeste o fizeram com muita gana e determinação. O que vem a nossa mente quando falamos do Sul são imagens positivas como terra de oportunidades, prosperidade financeira, crescimento industrial muito significativo, imenso potencial turístico, o que é verdade, contudo, não
Ocupação Presbiteriana no Oeste Catarinense
podemos jamais, associar essas qualidades ao êxito da evangelização. O Oeste de Santa Catarina e o Rio Grande do Sul são as duas regiões menos evangelizadas do país e merecem a nossa atenção. Enfrentamos muitas barreiras no Oeste de Santa Catarina, a grande dificuldade cultural é uma delas. Quando olhamos a história da região percebemos que frase do tipo “Quem quiser ir para o Sul, tem que estar ciente que fará missões transculturais”, faz sentido, tamanha a diferença cultural do restante do país. Outra Barreira é a distância entre as igrejas. Para se ter uma idéia, podemos andar até 450Km para reunir o Presbitério, isso equivale a distância entre Rio de Janeiro e São Paulo. O que gera um fator de maior dificuldade no processo de plantação de Igrejas na região são as características colonizadoras que permanecem vivas no povo do Oeste de Santa Catarina, isso se evidencia nos fatos, dos 142 municípios do Oeste temos apenas 5 igrejas presbiterianas estabelecidas, 2 congregações e 3 igrejas em processo de plantação. Mas essas barreiras não nos têm abalado, têm sim nos desafiado a rompê-las e a expandir-
mos o Reino de Deus no Oeste de Santa Catarina. O nosso Presbitério se reuniu e definimos quatro frentes de trabalho para mudar essa realidade, são elas: 1) Revitalização de Igrejas. - Almejamos desenvolver e viver os antigos valores de forma atualizada respondendo aos desafios de nossa geração. 2) Plantação de Novas Igrejas - Aspiramos Novas Igrejas para responder aos desafios do Nosso Tempo. 3) Capacitação de Pastores - Desejamos líderes respondendo aos questionamentos da fé de forma relevante, através do investimento na capacitação pastoral. 4) Resgate da Visão Missionária das Igrejas locais - Desejamos q Diante da realidade do Presbiterianismo no Oeste de Santa Catarina, o PROC (Presbitério do Oeste Catarinense), desenvolveu um plano de ação onde desejamos nos próximos 10 anos, plantar 10 novas igrejas e Revitalizarmos as igrejas já existentes no Presbitério. As cidades estratégicas para a plantação de novas igrejas foram definidas levando em conta as sub-regiões onde o governo do Estado tem sedes
administrativas. Agimos assim, porque entendemos que são as localidades onde existe um maior potencial de crescimento, são as cidades mais populosas do estado em maior desenvolvimento. Um fator interessante que não nos causa estranheza é que 90% das novas igrejas surgirão em cidades com menos de 50.000 habitantes, que são as maiores do Oeste. Desde 2004, o PROC tem se dedicado na revitalização, fazendo seminários, e encontros com essa finalidade e já podemos ver os resultados. Igrejas iniciando novos projetos de plantação, conselhos preocupados com a relevância da igreja na sociedade e um maior investimento na
de plantação, através de seus órgãos missionários, PMC e JMN. Esperamos em breve ter boas notícias sobre futuras parcerias em nossa caminhada. As parcerias são hoje a nossa maior necessidade, uma vez que as igrejas locais não possuem recursos financeiros para plantar novas igrejas. Nossos desafios são imensos, nossas necessidades também. Para que nosso sonho seja alcançado, contamos incondicionalmente com a Graça do nosso Deus e com o auxílio de todos aqueles que entendem que o Sul do Brasil, precisa de novas igrejas. Como você pode nos ajudar. Orando, colocando os nossos projetos nas mãos de Deus. Divulgação
Em pé esquerda para a direita: Cláudio, Flávia, Débora, Genésio, Lúcia, Presb. Luciano e Fátima. Agachados: Rev. Gustavo Bacha, Diác. Rafael e Carmelindo.
realização de encontros relevantes, como Projeto Timóteo, este ano realizaremos o seu 8º Encontro no Oeste, Seminários de Plantação e Revitalização de Igrejas, com os Rev. Ricardo Agreste e Rev. Eduardo Rosa Pedreira (Badu). Graças a Deus, a IPB olha hoje para o Sul do Brasil como nunca olhou anteriormente. A Igreja Nacional é a nossa principal parceira nesse processo
Contribuindo, se você tem o desejo de ser um parceiro na plantação de novas igrejas e Deus tem abençoado as suas finanças, engaje-se nesse projeto, contribua. Indo, se você é Pastor da IPB, entre em contato conosco, vamos estreitar os nossos laços. Contamos com você. O Rev. Gustavo Bacha Siqueira, é presidente do Presbitério do Oeste Catarinense
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Missões Transculturais
Notícias do campo: A Igreja na Espanha Família Mendonça
“F
ala a Arão e a seus filhos, dizendo: Assim abençoareis os filhos de Israel e dir-lheseis: O SENHOR te abençoe e te guarde; o SENHOR faça resplandecer o rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o SENHOR sobre ti levante o rosto e te dê a paz. Assim, porão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei” (Nm 6: 23-27). Conseguimos alugar um novo local para nossa igreja aqui em Don Benito, Espanha. Estamos aumentando quatro vezes o tamanho de nossas instalações, no entanto teremos algumas obras que realizar para que tenhamos a licença de uso.
Estamos motivando os irmãos da igreja para que juntos e com muito esforço alcancemos esse propósito. Realizamos mais um “Concerto Gospel”. É o projeto de cantar nas praças, a princípio em nossa cidade e depois nas cidades da região. Tocamos e cantamos durante quase uma hora. Uma significativa quantidade de pessoas esteve assistindo e depois várias pessoas conversaram conosco. Distribuímos folhetos e outras literaturas para as pessoas que estavam na praça e nas casas do bairro. Temos investido na comunhão de nossos irmãos, tivemos um dia de campo com a igreja, onde comemos juntos, passeamos e desfrutamos. Foram preciosas horas.
Divulgação
Igreja Presbiteriana da Espanha Reunimos os líderes da nossa igreja na Espanha. A reunião foi em Sevilla. Já somos cinco igrejas. Além de Huelva, Don Benito e Sevilla, agora também recebemos Torrelodones e Getafe, ambas na província de Madri. Esse crescimento nos anima a continuar caminhando sabendo que temos mais igrejas, ainda que pequenas, para o mútuo apoio. Considerando a dificuldade da obra na Espanha, esse apoio é importantíssimo. Tivemos mais uma reunião do conselho de igrejas. Apresentamos uma proposta de mudança dos objetivos do encontro das igrejas que são realizados em setembro e agora visitaremos cidades onde há
Concerto Gospel na Plaza de Extremadura
mais necessidade de evangelização. Antes os encontros visavam prioritariamente a comunhão. Nossos jovens participaram de mais um encontro de jovens evangélicos na cidade de Mérida e também de mais um ensaio do coro que engloba todas as igrejas de nossa região.
Oração Pedimos que os irmãos e igrejas orem por Cath, missionária que está lutando contra um câncer. Queremos incluir outra missionária da mesma cidade, mãe de três filhos e que também está na mesma luta. Seu nome é Paula, esposa do pastor Timóteo.
Ide e pregai o evangelho Marcos Agripino
A
Agência Presbiteriana de Missões Transculturais (APMT) tem como propósito ser uma agência missionária que se posiciona estrategicamente, proclamando o evangelho de Cristo, pautada na mais pura fidelidade à Escritura Sagrada, visando à expansão do reino de Deus e a organização de igrejas genuinamente cristãs, de Fé Reformada Presbiteriana, respeitando as peculiaridades culturais de cada povo ou etnia. O nosso trabalho está pautado dentro de alguns valores essenciais: 1- Compromisso irrevogável e inegociável com os valores das Sagradas Escrituras. 2Conversão de vidas entre povos não alcançados. 3- Dependência do Senhor. 4- Postura de servos. 5- Propagação da Fé Reformada.
6- Resgate da dignidade humana através de atos humanitários e projetos sociais. Atualmente, a APMT está em 25 países e já alcançou a marca de mais de uma centena de missionários. Para alcançarmos os objetivos dentro de cada país, estabelecemos algumas estratégias como ação social, aconselhamento familiar, capelania hospitalar, desenvolvimento de liderança autóctone, discipulado, ensino teológico, plantação de igrejas, pré-escola e ensino fundamental, tradução da Bíblia e cursos profissionalizantes As ações que mais têm se destacado dentre os ministérios da APMT são: Evangelismo: Temos desenvolvido um trabalho muito efetivo entre os refugiados, os universitários, através do esporte, através de rádio e TV, em esco-
las, em hospitais, em presídios e em universidades. Plantação de igrejas: Já temos igrejas organizadas na Bolívia, três Igrejas; na Espanha, outras três; em Guiné Bissau, uma; na Itália, duas; no Paraguai, são sete Igrejas; em Portugal, duas; na Romênia, Senegal e Timor leste, uma igreja em cada um desses países. Totalizando 21 Igrejas organizadas. Na área de ação social podemos citar alguns de nossos investimentos: Ambulatórios na África e no Brasil; Projeto Amadeus na Romênia; Projeto meninos de rua no Senegal; Projeto de apoio aos imigrantes e Projeto de apoio aos idosos. Na área de educação, nossos missionários também tem realizado um trabalho de muito destaque. A implantação de préescolas e, também, ensino fundamental, fazem parte de nossas
estratégias de evangelização. Nessa área podemos citar a Escola Paraguai / Brasil, em San Lorenzo; a Escola Presbiteriana Ebenezer, em Asunción; o Centro Educacional Presbiteriano, em Concepción, e a Alfabetização de adultos e reforço escolar, em Santa Rita, todos esses trabalhos realizados no Paraguai. Alcançando os povos indígenas Alcançar os povos indígenas é um desafio que a Agência tem enfrentado e conseguido bons resultados na evangelização desses povos, trabalhamos na área de alfabetização bilíngüe (língua mãe e português), com assistência à saúde, na plantação de igrejas autóctones, na produção de cartilhas e com a tradução da Bíblia, além do aproveitamento do solo e desenvolvimento agrícola.
Durante esses anos de proclamação do evangelho entre todos os povos, nossos missionários estiveram, ou ainda estão, presentes em alguns blocos étnico-religiosos. Entre os povos alcançados estão: os animistas, os árabes, os beduínos, os budistas, os ciganos, os hindus, povos Indígenas, muçulmanos e ateus. Como se pode constatar, a APMT não tem medido esforços para levar a bom termo o seu propósito. Contamos com o apoio de todas as igrejas presbiterianas locais, que são de fundamental importância para alcançarmos êxito em nosso trabalho. Além disso, louvamos a Deus por sua fidelidade e bondade que têm sido fartamente derramadas sobre nós. O Rev. Marcos Agripino, pastor presbiteriano, é o executivo da APMT
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150 anos IPB
Comissão Especial continua nos preparativos para as comemorações
Igreja Presbiteriana: 150 anos evangelizando o Brasil S
eguem os preparativos para as comemorações das festividades dos 150 da Igreja Presbiteriana do Brasil. A comissão especial nomeada para cuidar desses preparativos continua com o seu trabalho, realizando reuniões e os preparativos para esse grande momento na vida da Igreja. No último dia 05 de maio nas dependências da Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro a comissão esteve reunida novamente, para dar seguimento aos seus trabalhos. Os cultos que iniciarão a série de comemorações serão em agosto de 2008 na região Norte. Em Roraima, no dia 23, e no Amazonas, no dia 24. Na região Nordeste, em João Pessoa – PB, no dia 20 de setembro. A programação dos cultos foi decidida na última reunião da Comissão Executiva do Supremo Concílio, ficou aprovado o seguinte calendário: Agosto de 2008, em Roraima e Amazonas; Setembro de 2008, na Paraíba e no Rio Grande do Norte; Outubro de 2008, no Mato Grosso do Sul e Mato Grosso; Novembro de 2008, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina; Dezembro de 2008, em Goiás e Tocantins; Janeiro de 2009, no Piauí e Maranhão; Fevereiro de 2009, Amapá e Pará; Março de 2009, em Rondônia e Acre; Abril de 2009, em Alagoas, Pernambuco e Fernando de Noronha; Maio de 2009, no
Espírito Santo e em Minas Gerais; Junho de 2009, no Paraná e Ceará; Julho de 2009, Bahia e Sergipe; Agosto de 2009, em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Percebe-se claramente uma manifestação de entusiasmo e grande envolvimento com
promocional que lembrem a data como chaveiros, canetas, adesivos, além de uma Bíblia comemorativa e um livro sobre os últimos 50 anos da IPB. Será divulgado também o Boletim dos 150 anos, que será enviado, via correio, aos presidentes Charles Mattos
Comissão dos 150 anos IPB reunida no Rio de Janeiro
relação à data comemorativa, de Norte a Sul do país. Vários sínodos já estão promovendo reuniões concentradas nos 150 anos da nossa Igreja. Será produzido material
de sínodos, para informação dos respectivos Presbitérios sobre as atividades e calendário das comemorações do Sesquicentenário da IPB. Diante da importância da
data, será produzido um curta-metragem sobre a vida de Simonton e um documentário sobre a IPB, todo o cronograma para produção e realização desses projetos foi
apresentado, aprovado e os trabalhos já começaram. A previsão de finalização, tanto do curta-metragem como do documentário, é para Março de 2009.
Brasil Presbiteriano Livro
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Livro tratará sobre a história das Igrejas Centenárias do Brasil
Histórias dentro da História R
esgatar a história de igrejas pioneiras desaparecidas; focalizar as que foram transformadas em congregações; outras igrejas organizadas entre 1910 e 1930, mas que haviam sido fundadas há muitos anos e, portanto, têm mais de cem anos; retomar o conceito bíblico de IGREJA e, ao mesmo tempo, estabelecer diferenças entre fundação e organização. Eis alguns objetivos da pesquisa desenvolvida pelo professor Caleb Soares a partir de igrejas que tem cem ou mais anos ou que completarão o primeiro centenário de organização nas proximidades de 12 de agosto 2009. Autor de quatro obras históricas, como Januário Antônio dos Pés
Divulgação
Formosos (Livro do Ano de 1996 pela ABEC), Banks ainda Hoje, Os Bandeirantes da Reforma e A Antioquia do Vale, Soares pretende transformar a pesquisa em texto na forma de livro para ser publicado e lançado nas comemorações do sesquicentenário do presbiterianismo no Brasil. Propostas do livro Através de repasse bibliográfico da história do protestantismo no Brasil especialmente primórdios e desenvolvimento da Igreja Presbiteriana, Soares pretende trazer à tona histórias ainda inéditas ou pelo menos desconhecidas da grande maioria dos crentes brasileiros. “Não, porém, sem comwww.catedralpresbiteriana.org.br
Fachada de Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro
provação após pesquisa documental, testemunhal robusta e bibliográfica, Não se trata de imaginário ou folclore, contagem de ’causos’, nada disso”, acentua o autor. E acrescenta: “A intenção, no entanto, apesar de aspectos científicos e acadêmicos, é fazer desfilar ante os olhos do leitor a história numa linguagem e estilo a tornarem a leitura agradável e, ao mesmo tempo, pedagógica”. Falando ao Brasil Presbiteriano, Soares acrescenta dois aspectos julgados por ele relevantes: uma tentativa de hermenêutica histórica, na verdade proposta de interpretação dos fatos históricos e de fenômenos culturais, sociológicos, econômicos e outros que possam ter interferido em vários aspectos da História e das histórias investigadas. O outro aspecto, o mais importante, conforme Soares é a linha editorial do livro, ou seja, crítica, opinativa para, por exemplo, concluir sobre o que se aprende com toda essa história de 150 anos da IPB a fazer ou a deixar de fazer. “A Igreja Presbiteriana do Brasil, assim como a Igreja Presbiteriana Independente do Brasil, têm condições plenas de desenvolvimento como denominação e, mais ainda, de implantar os valores do Reino de Deus em todos os setores da vida brasileira”, conclui Caleb Soares. Igrejas Presbiterianas Segundo Soares, será quase impossível concluir toda a pesquisa e esgotar as fontes, ainda mais nesse tempo que resta até agosto de 2009. Considerando que estão sendo investigadas cerca de 85 igrejas presbiterianas centenárias, mais algumas cujas histórias vão ser consideradas a partir da fundação; mais cerca de vinte presbiterianas indepen-
Caleb Soares divulgando o trabalho do livro
dentes do Brasil, que antes do Sínodo de 1903 eram da IPB, serão por volta de 120 igrejas contempladas, espalhadas em dezesseis estados do Brasil. Foi enviado a partir de dezembro último para todas essas igrejas questionário para ser respondido e encaminhado ao autor, com fotos históricas. Muitas ainda não responderam. Caso não tenham recebido o questionário, escrevam ou telefonem
conforme endereços a seguir, pois a fase de coleta deverá terminar no final deste primeiro semestre de 2008. O material deve ser enviado por SEDEX em nome do autor para Avenida Presidente Wilson, 26, apartamento 419, Praia do Gonzaga. CEP 11065-200 Santos SP. Telefones: (13) 32849645 / 33213761 e 97114488. calebsoares@uol.com.br e ipcsantos@uol.com.br
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Artigo
Os essenciais da nossa fé Ronaldo Lidório
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estes primeiros meses de 2008 tenho pensado sobre os essenciais da nossa fé. Estou convicto que os periféricos da vida podem facilmente nos desviar de praticarmos um Cristianismo bíblico e simples, fazendo com que nossa atenção, energias, dons e relacionamentos se desgastem nas notas de rodapé de uma religiosidade quase vazia. Há diversos essenciais na vida cristã. Um deles é o amor. Preocupo-me quando apregoamos uma verdadeira espiritualidade, mas não amamos. Quando a Igreja não consegue chorar com os que choram ou quando nossos relacionamentos vão se tornando cada vez menos sinceros e mais utilitários. Preocupo-me quando o mundo age com mais graça e misericórdia com o caído do que o povo de Deus, que deveria ajudá-lo a se erguer. Preocupo-me quando a Igreja passa a definir sua experiência de fé a partir de seus ajuntamentos solenes e não dos seus relacionamentos diários. Ao escrever a primeira carta aos Coríntios o apóstolo Paulo reserva os capítulos 12 e 14 para expor sobre os dons espirituais, pois era um assunto de interesse e necessidade. Entre os dois capítulos sobre os dons espirituais o apóstolo enxerta um dos textos mais definidores da nossa fé, 1º Coríntios 13, que nos apresenta a centralidade do amor na vivência cristã. Mostra-nos, assim, a possibilidade de sermos uma Igreja com aparência, forma e discurso espiritual, mas de fato carnal. Com a presença de dons espirituais, mas sem o essencial da nossa fé. A mensagem nesses capítulos é clara: o amor é superior aos
dons. Sempre temo reler os três primeiros versículos desse capítulo, pois confrontam minha vida ao afirmar que podemos ter dons espirituais, tamanha fé ou praticar toda sorte de ações sociais, porém, sem amor, nada haverá que, ao fim, possa ser aproveitado. Nem sermões ou liturgias bem preparados. Nem ações missionárias ou grandes projetos sociais para ajudar o pobre e necessitado. O amor, aqui exposto, não é apenas superior aos dons, mas um marcador de nossa identidade cristã. Somos dele quando buscamos amar. Isto significa que minha vida em Cristo não pode ser definida puramente pelos dogmas que entendo e aceito, por um lado, nem mesmo pelas expe-
"O amor prova a espiritualidade. Somos naturalmente seres construtores de máscaras e tais máscaras tendem a esconder aquilo que é nitidamente carnal e vergonhoso." riências de espiritualidade que vivencio, por outro. Sem amor serão vazios de significado. Minha vida em Cristo é definida pela presença do amor que não apenas é essencial como também é automanifesto. Para nosso temor e tremor o Espírito descreve neste capítulo que o amor é perceptível, deixa marcas. Ele é prático, notável e visível. Ele é paciente, esperando pela hora oportuna para o outro. É benigno, fazendo com que a dor do vizinho seja também a nossa. Não arde em ciúmes, portanto
evita comparações e se nega a criticar o próximo. Torna-se, assim, impossível amar sem esta autoevidência, sem que as marcas do amor sejam vistas pelos que passam pela mesma estrada que nós. Precisamos amar o próximo o mínimo para não criticá-lo. Este próximo, o outro, diferente de nós, é nossa base de testes, o cenário onde devemos aprender a praticar o ato mais sublime que vem do Pai. O amor prova a espiritualidade. Somos naturalmente seres construtores de máscaras e tais máscaras tendem a esconder aquilo que é nitidamente carnal e vergonhoso. Assim, usando máscaras bem elaboradas, podemos falar sobre fé sem de fato crer; pregar contra o pecado sem intimamente repudiá-lo; expor sobre o amor e na manhã seguinte prejudicar o irmão. Um mecanismo que claramente prova nossa espiritualidade é este: atos de amor. O oposto do amor também é evidente. Gera incrível tolerância com nossas próprias limitações e fraquezas e tornase gravemente intolerante com o próximo. Desta forma, se alguém conversa com formalidade, é antipático, mas se nós o fazemos somos respeitosos. Se alguém brada ao pregar, está sendo artificial. Se nós bradamos é sinal de espiritualidade. Se alguém não faz, é preguiçoso, mas se nós não fazemos somos ocupados. Se alguém contrai uma dívida é irresponsável e desequilibrado. Se nós nos endividamos é porque recebemos pouco. Se alguém discorda é soberbo, mas se nós discordamos somos criteriosos. Se alguém critica, ele o faz por estar tomado de inveja ou ciúmes. Se nós criticamos estamos sendo zelosos.
Se alguém repete um sermão, está sendo desleixado, mas se nós o fazemos Deus quer falar novamente ao seu povo. Se alguém erra, era de se esperar vindo dele. Se nós erramos, errar é humano. Se alguém cai, suas atitudes carnais já
"Para amarmos devemos pedir que ele nos ajude. O salmista no salmo 119.2 afirma que andará nos caminhos do Senhor quando ele dilatar o seu coração. Precisamos de corações dilatados, abertos, prontos para amar." indicavam isto. Se nós caímos, o inimigo preparou-nos uma armadilha. Se alguém brinca, está sendo mundano. Se nós brincamos somos informais. Se alguém ofende no falar é descontrolado. Se nós o fazemos somos sinceros. Sim, o amor testa a espiritualidade. Do versículo 9 em diante vemos que o amor é um aprendizado. Eu era menino e agora sou homem, via de forma obscura agora vejo claramente. Ou seja, amar é um processo, uma caminhada. Nós não nascemos amando. Para amarmos devemos pedir que ele nos ajude. O salmista no salmo 119.2 afirma que andará nos caminhos do Senhor quando ele dilatar o seu coração. Precisamos de corações dilatados, abertos, prontos para amar. Peçamos ao Pai, pensando nos cenários diários de nossas vidas, dizendo: ensina-me a amar. Para amar precisarmos também nos desapegar daquilo que é incompatível com o
amor. John Edwards, em seu livro Afeto Religioso, nos fala sobre a incompatibilidade do amor com as palavras de agressão. Devemos nos desapegar daquilo que pretere o amor em nossa vida. Jamais amaremos enquanto nossa agenda diária estiver repleta de competitividade, ciúmes, falso zelo, comparações desnecessárias, soberba e agressões. Lutero, citado por Mahaney em seu livro Glory do Glory, nos disse que “esta vida, portanto, não é justiça, mas crescimento em justiça. Não é saúde, mas cura. Não é ser, mas se tornar. Não é descansar, mas exercitar. Ainda não somos o que seremos, mas estamos crescendo nesta direção. O processo ainda não está terminado, mas vai prosseguindo. Não é o final, mas é a estrada. Todas as coisas ainda não brilham em glória, mas todas as coisas vão sendo purificadas”. Após pregar sobre os essenciais da nossa fé na Igreja Konkomba de Gana em 1999, lembro-me que um dos crentes me procurou após o culto perguntando: por onde devo começar? Fui para casa pensando nessa pergunta. No outro dia o procurei e rapidamente o encontrei embaixo de uma árvore rodeado por amigos em alegre conversa. Sentei-me ao seu lado e sussurrei no seu ouvido: comece procurando aquele com o qual você foi intolerante, e não amou como Cristo. Após um minuto pensativo ele se levantou e saiu caminhando com passos curtos e lentos. Santa caminhada. Nada fácil, mas alegra o coração daquele que é Amor. O rev. Ronaldo Lidório é missionário das missões AMEM e APMT e atualmente trabalha no Amazonas
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Resenha
Precisamos de soluções Marcelo Smeets
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roblemas sempre precisam de solução. Muitos casamentos têm problemas surgindo constantemente, mas sem soluções adequadas para resolvê-los. As dificuldades podem surgir de coisas aparentemente menores, como o marido que bebia um pouco de vez em quando no início do casamento, mas que podem se tornam grandes problemas, como o marido se tornar um alcoólatra, acabando com qualquer paz que possa haver no lar. Gary Chapman escreveu Soluções do amor (Editora Cultura Cristã) para tratar de problemas como esses, para encontrar soluções que pensamos muitas vezes não existir. O autor é um conhecido conferencista e autor de livros sobre casamento, devido a sua larga experiência como conselheiro matrimonial. Ele é casado há mais de trinta anos e é pai de dois filhos. Um currículo que o possibilita abordar problemas no casamento e suas respectivas soluções com certa tranqüilidade. Com freqüência há situações extremamente difíceis nos lares. Recentemente o mundo todo ficou chocado com a notícia do austríaco Josef Fritzl ter manteve a própria filha em cárcere privado por 24 anos, abusando sexualmente dela e chegando a ter filhos com ela. Esse caso soa como exceção, mas há casos semelhantes a esse. O autor narra o caso de uma mulher que descobriu que suas duas filhas, uma de 18 e outra de 16, eram molestadas pelo marido e pai das meninas. Esses casos, infelizmente, não são tão raros assim. Como o autor diz no capítulo 1: “Muitas vezes a esperança é esmagada pela magnitude dos problemas”.
A proposta do autor é encontrar soluções para lares que vivem dificuldades constantemente. Como lidar com um cônjuge infiel, alcoólatra, controlador, irresponsável, ou verbal, sexual ou fisicamente abusivo? Gary Chapman defende que é possível encontrar soluções com base no amor, para que casamentos sejam preservados e os casais
"Uma das bases do livro é demonstrar, logo de início, quão pernicioso é o divórcio para o casal e para os possíveis filhos, apesar de nossa sociedade considerá-lo algo tão comum quanto parar em um fast-food." vivam bem com seus cônjuges e consigo mesmos. Uma das bases do livro é demonstrar, logo de início, quão pernicioso é o divórcio para o casal e para os possíveis filhos, apesar de nossa sociedade considerá-lo algo tão comum quanto parar em um fast-food. Chapman diz que seria uma alternativa muito simples dizer para pessoas com problemas sérios no casamento para simplesmente se divorciarem de seus cônjuges. Mas a pessoa a quem prometemos, diante de Deus, ficar unidos até que a morte nos separe não pode ser abandonada assim tão facilmente. São apresentadas as cicatrizes que existem nos relacionamentos em que o divórcio acontece. Saindo de um casamento, as pessoas esperam melhorar a qualidade de vida delas e de seus filhos, mas em geral não é isso que acontece: “A vida é quase sempre mais árdua e complicada do
que esperavam”. Devemos viver na realidade, mas os mitos nos cercam. O chamado “senso comum” permeia nosso dia-a-dia e acabamos crendo em afirmações do tipo: “as pessoas não mudam”; “algumas situações não têm esperança de saída”. Idéias como essas não passam de mitos. Quanto ao primeiro mito citado, realidade é que não podemos mudar os outros, mas podemos influenciálos. Para responder ao segundo mito que destacamos aqui (o autor cita quatro), o autor separa todo um capítulo intitulado “O poder do amor”. “O amor é a arma mais poderosa para o bem que existe no mundo” é a resposta do autor para o mito de que para algumas situações não há esperança. Nos casamentos, o problema é que muitas pessoas focalizam na falta de receber amor em vez de ver a necessidade de dar amor. O amor é antes ação em vez de apenas emoção. Podemos amar nosso cônjuge ainda que não estejamos sentindo emoções calorosas por ele. Agir em amor significa usar a linguagem do amor para expressá-lo. O autor destaca as cinco linguagens básicas do amor: 1.palavras de afirmação; 2.tempo de qualidade; 3.receber presentes; 4.atos de serviço; e 5.toque físico. Para amar também precisamos compreender o ser interior de nosso cônjuge, entendendo suas necessidades. São as necessidades que motivam o comportamento humano. O autor não apresenta uma lista exaustiva de necessidades interiores psicológicas e espirituais, mas afirma que todos ser humano precisa de amor, liberdade, de significado, de recreação e de paz com Deus. Os cinco primeiros capítulos apresentam os princípios de viver na realidade, compreen-
der a motivação e reconhecer que as características das personalidades poderão nos ajudar a lidar mais efetivamente com nosso cônjuge. Os capítulos 6 a 15 aplicam esses princípios em casamentos com diversos tipos de problemas. São apresentados cônjuges de tipos variados, um em cada capítulo: o irresponsável, o viciado em trabalho, o controlador, o não comunicativo, o verbalmente abusivo, o fisicamente abusivo, o sexualmente abusivo ou abusado, o infiel, o alcoólatra ou usuário de drogas, e o deprimido. Cada
"Deus não quer casamentos desfeitos. O que Deus uniu o homem não pode separar. Dificuldades sempre existirão. Soluções podem ser difíceis de encontrar, mas este é um livro que apresenta várias" um deles aborda casos verídicos com nomes trocados para preservação das pessoas. Isso concede muita praticidade na aplicação dos princípios. Para cada um dos casos, solu-
ções do amor são encontradas dentro dos princípios éticos cristãos. As características de cada caso são trabalhadas e “os impossíveis” do homem são desmascarados. Lares com problemas aparentemente insolúveis são restaurados pela graça do amor concedido por Deus. O livro não faz referência a textos bíblicos específicos, portanto não espere encontrar textos bíblicos esmiuçados. A proposta é apresentar várias situações, entre as quais você pode se encontrar, ou saiba de alguém que se encaixe e precise de ajuda, e auxiliar a encontrar uma solução calcada na ética e na moral cristãos. É um livro que requer uma leitura atenta e com as necessárias ponderações em cada ponto. Uma leitura superficial dele não irá ajudá-lo. Use-o como ferramenta para melhorar seu relacionamento e para auxiliar outras pessoas nesse caminho. Deus não quer casamentos desfeitos. O que Deus uniu o homem não pode separar. Dificuldades sempre existirão. Soluções podem ser difíceis de encontrar, mas este é um livro que apresenta várias delas e nos dá esperança, em Deus, de ter casamentos transformados. Marcelo Smeets é presbítero da IP de Santo André, SP, e editor-assistente da CEP
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Artigo
O que é uma igreja confessional? Valdeci da Silva Santos
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onfessionalidade é um termo bastante debatido nos círculos acadêmicos e religiosos, mas nem sempre compreendido no calor da discussão. Afinal, o que significa ser confessional? O termo implica lealdade e compromisso para com uma confissão de fé, ou seja, um documento que representa aquilo em que determinado grupo acredita e pelo qual se orienta. Assim, uma igreja confessional é aquela que possui uma confissão de fé como um sistema expositivo oficial de sua doutrina e prática. A Igreja Presbiteriana do Brasil é uma denominação confessional e adota a Confissão de Fé de Westminster e os Catecismos Maior e Breve como expressão de sua doutrina (Art. 1 - CI/IPB). Para alguns, a ênfase confessional é sinônimo de atraso doutrinário ou saudosismo de um período jurássico, pois somente as “igreja históricas” a mantêm. Esta perspectiva negativa quanto à confessionalidade parece ignorar, porém, que, em certo sentido, o Cristianismo sempre foi confessional. Jesus disse aos seus discípulos: “todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus; mas aquele que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus” (Mt 10.32-33). O apóstolo Paulo ainda escreveu que “... com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação” (Rm 10.10). Observa-se que este compromisso confessional não é algo a ser praticado
apenas diante de Deus, mas também dos homens e é exigido de todo cristão. No início da igreja cristã a
“todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus; mas aquele que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus” (Mt 10.32-33). confissão exigida parecia ser simples, pois se exigia apenas que alguém confessasse a Jesus como Senhor (Rm 10.9). A confissão parecia até mesmo uma condição para o batismo cristão, como aconteceu com o eunuco etíope (At 8.37). Com o passar do tempo, porém, foi exigido que os cristãos confessassem algo mais acerca de Jesus, ou seja, sua encarnação (1Jo 4.2). Por volta do final do período neotestamentário parece que já havia um compêndio doutrinário que os cristãos deveriam abraçar e defender, o qual recebe a designação de “a fé entregue aos santos” (Jd 4) ou simplesmente a “doutrina” (2Jo 1.910). O fato é que havia referência confessional suficiente para identificar alguém como um discípulo de Cristo. O surgimento e a natureza das Confissões Com o crescimento do Cristianismo e o surgimento de variadas versões da fé cristã, ao longo dos anos, a igreja percebeu a necessidade de
sustentar e enfatizar algumas doutrinas básicas que a distinguiam dos “falsos crentes”. Com isto surgiram os credos, que traziam as respostas bíblicas aos desafios heréticos de seus contextos. O Credo dos Apóstolos, por exemplo, foi um documento muito útil no combate ao gnosticismo, pois dentre outras coisas ele enfatiza que Jesus veio em carne, nasceu da virgem Maria e padeceu sob Pôncio Pilatos. A era dos credos passou e deu lugar às declarações de fé e confissões, ou seja, documentos mais extensos, sistemáticos e minuciosos em relação a algumas doutrinas, mas contendo os mesmos elementos de um credo, ou seja, a declaração daquilo em que se crê. O protestantismo produziu várias confissões com o objetivo de deixar claro suas convicções cristãs e suas diferenças em relação ao Catolicismo Romano. Uma das últimas confissões produzidas e, em vários sentidos mais elaborada do que outras, foi a Confissão de Fé de Westminster (16431646), adotada como sistema expositivo de fé pela Igreja Presbiteriana do Brasil. Uma confissão não é a Palavra de Deus aos homens, mas uma síntese da reflexão humana sobre a Palavra de Deus, ou seja, a declaração humana sobre Deus e sua revelação. A Bíblia não é um tratado doutrinário nem um catecismo, mas a revelação escrita de Deus que precisa ser interpretada. A confissão é uma interpretação da revelação divina que revela a identidade teológica daqueles que a adotam e uma resposta doutrinária àqueles que a criticam. Pode-se dizer que confissões são declarações de fé adota-
das por uma igreja, baseadas nas Escrituras, em resposta às necessidades da igreja. Como declarações de fé as confissões expressam, por escrito, as verdades importantes do Cristianismo. Algumas são mais abrangentes, outras mais específicas, mas todas caracterizadas por profundidade nas matérias de fé. Também as confissões são documentos adotados por uma igreja, ou um segmento da igreja universal. Esta adoção depende da linha doutrinária oficial daqueles que a produzem. As confissões procuram ser fundamentadas nas Escrituras. Isto não significa que elas possuem a mesma autoridade que as Escrituras, mas o que elas declaram deve ter o respaldo bíblico. Por último, as confis-
"Uma confissão não é aPalavra de Deus aos homens, mas uma síntese da reflexãohumana sobre a Palavra de Deus, ou seja, a declaração humana sobre Deus e sua revelação." sões respondem às necessidades da igreja e estas respostas tornam-se um referencial tanto para a edificação quanto para o testemunho da igreja, ou seja, tanto para as suas necessidades internas quanto para as externas. Qual é a importância de ser uma igreja confessional? Em um contexto pluralista e sedento por novidades como o do Cristianismo atual a manutenção de uma postura confessional parece ser algo ultrapassado. Contudo,
há muitos benefícios anexados à postura eclesiástica de se manter uma confissão como sistema expositivo de doutrinas. Dentre esses podem ser ressaltados três: Em primeiro lugar, a confessionalidade pode ser um instrumento útil na manutenção da unidade cristã. As Escrituras ensinam que os cristãos devem se esforçar “diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz” (Ef 4.3) e que o verdadeiro crescimento ocorre no processo de seguir a verdade em amor (Ef 4.15). Neste sentido, uma declaração de fé em conjunto auxilia os discípulos de Cristo a manter o compromisso de unidade na verdade, exigido pela Palavra de Deus. A confissão de fé é parte do elemento aglutinador que mantém os cristãos unidos como um só corpo. Há que se lembrar que indiferença doutrinária gera uma unidade amorfa. A verdadeira unidade é sempre estabelecida “na verdade”. A confessionalidade auxilia a igreja a expressar a unidade que ultrapassa os limites geográficos e denominacionais, pois as denominações que mantêm uma confissão em comum geralmente gozam de um relacionamento de proximidade. Além do mais, ao confessar sua fé, uma denominação une-se ao testemunho daqueles que defenderam a mesma fé ao longo da história da igreja cristã. Outro benefício da confessionalidade, intimamente conectado com o primeiro, é sua conveniência em expressar a identidade de um determinado grupo. Neste sentido, uma confissão de fé funciona como os “documentos de
Brasil Presbiteriano identificação” de alguns cristãos, pois ela ajuda a explicar a origem e o propósito de uma comunidade. Esta identidade histórica e doutrinária é fundamental para o testemunho cristão no mundo contemporâneo. Os documentos doutrinários ou confessionais de uma denominação ajudam a explicar e delimitar as principais diretrizes teológicas que a caracterizam. Além do mais, uma confissão pode ser um excelente instrumento para a instrução dos membros de uma denominação, bem como um referencial para afastá-los das heresias que ameaçam a igreja de Cristo. Desde o Novo Testamento há aqueles que rondam a igreja
"Nenhuma confissão possui a última palavra em assuntos de fé; a Palavra de Deus a possui! Todavia, a confissão de uma igreja representa, depois da Bíblia, o ponto de partida para a reflexão e orientação comunitária em matérias de fé."
pregando um “outro evangelho” (Gl 1.6-9), bem como os falsos mestres capazes de introduzir “heresias destruidoras” na mesma. O compromisso confessional ajuda a distinguir esses homens cujos ensinos são divisionistas e nocivos à saúde da igreja. Isto não significa que os documentos confessionais sejam perfeitos ou infalíveis. Nenhuma confissão possui a última palavra em assuntos de fé; a Palavra de Deus a possui! Todavia, a confissão de uma igreja representa, depois da Bíblia, o ponto de partida para a reflexão e orientação comunitária em matérias de fé. Em terceiro lugar, a confessionalidade providencia um testemunho honesto da igreja para o mundo ao redor. Segundo as Escrituras, a igreja cristã é uma “coluna e baluarte da verdade” (1Tm 3.15), pois cada discípulo de Cristo deve manter e proclamar a fé uma vez entregue aos santos. Neste sentido, a confessionalidade desempenha um papel essencial nesse processo de testemunho cristão, pois ela oferece uma síntese tão clara e objetiva daquilo em que a igreja crê que até aqueles que discordam de suas convicções
Maio de 2008 "Certamente há vários outros benefícios na manutenção da confessionalidade de uma igreja. Muitos, porém, acreditam que declarações doutrinárias são documentos perigosos, pois na concepção destes, doutrinas dividem a igreja." não podem acusá-la de desonestidade. Esse parece ter sido um dos principais objetivos na confecção de cada documento confessional, ou seja, declarar ao mundo sem Cristo aquilo que determinado grupo cristão cria à luz da Palavra de Deus. Desta forma, aqueles que muitas vezes se opõem ao conceito de confessionalidade no meio cristão acabam por prejudicar a essência do testemunho da igreja. Certamente há vários outros benefícios na manutenção da confessionalidade de uma igreja. Muitos, porém, acreditam que declarações doutrinárias são documentos perigosos, pois na concepção destes, doutrinas dividem a
igreja. No intuito de se manter a paz na igreja, argumentam que as confissões doutrinárias deveriam ser marginalizadas. Todavia, há que se lembrar que se as confissões possuem a Palavra de Deus por fundamento da reflexão doutrinária nela exposta, rejeitá-las resultaria em menosprezo aos princípios bíblicos. Implicações da confessionalidade Diferente do que alguns poderiam imaginar, uma confissão de fé não coloca um ponto final na liberdade de consciência do cristão e nem tão pouco diminui sua liberdade de exame da Palavra de Deus (uma herança do pensamento reformado). Ao contrário, ela apenas serve como uma expressão da fé possuída por um determinado grupo, uma exposição do sistema de doutrina que caracteriza aqueles que a adotam. Neste sentido, qualquer pessoa que em sã consciência não consiga manter os princípios doutrinários daquilo que sua igreja confessa sempre possui a liberdade para expressar suas dúvidas, reivindicar mudanças e até mesmo encontrar outro grupo que melhor expresse suas convicções doutrinárias.
Por último, qualquer membro de uma igreja confessional deveria conhecer e estudar a confissão adotada por sua denominação. Há um ditado que afirma ser a ignorância uma bênção, mas quando se trata de assuntos doutrinários, a ignorância pode ser desastrosa, pois ela pode se tornar um veículo para ensinamentos antibíblicos na igreja. O conhecimento adequado dos documentos confessionais adotados por uma denominação possibilita aos seus membros o seu uso apropriado. Sugestões de Leitura CAMPOS, Héber C. A relevância dos credos e confissões. Revista Fides Reformata II.2, p. 97-114. LOPES, Augustus N. Confessionalidade: Lato ou strito senso. Disponível em: www.ipb.org.br/artigos/download/confessionalidade.doc MATOS, Alderi S. Série “As confissões reformadas”. Brasil Presbiteriano (Fev. 2006-Nov.2007). SIMÕES, Ulisses H. A subscrição confessional. Belo Horizonte: Efrata, 2002.
O Rev. Valdeci da Silva Santos (Ph.D.) é pastor presbiteriano e Coordenador do DMin RTS/CPAJ.
Convocação de Assembléia do Instituto Cristão de Castro Por ordem do presidente desta Associação fica convocada Assembléia Geral Extraordinária para o dia 16/05/2008 sexta-feira, às 14,00 horas no Salão Nobre do Instituto Cristão em Castro, Paraná.
Pauta da Assembléia: 1- Apreciação dos novos estatutos.
5- Eleição de nova Diretoria.
2- Correções (se houver) e aprovação para registro.
6- Palavra livre.
3- Atualização das quotas; documentos das mesmas.
7- Encerramento.
4- Propostas para criação de receitas para administração.
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Ação Social
Igreja Presbiteriana inaugura Casa de Apoio Caroline Santana Pereira
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Segunda IP de Barretos (SP) inaugurou, no dia 16 de fevereiro, a Casa de Apoio Presbiteriana, um lar que pretende atender os irmãos que se deslocam até o município paulista para se submeter a tratamento no Hospital do Câncer. O objetivo é oferecer assistência física e apoio espiritual aos pacientes e seus familiares. O hospital da cidade, da
Fundação Pio 12, é o maior da América Latina em tratamento de câncer, procurado por pessoas do país inteiro. Por isso, em 2007 nasceu no coração de algumas pessoas da Segunda IP de Barretos o sonho de criar uma casa para receber pessoas a quem viver tornou-se um desafio. O rev. Silvio de Oliveira Novo, pastor da igreja, conta que o projeto surgiu quando os membros fizeram contato com alguns visitantes em um culto, que eram pacientes Fotos: Divulgação
Fachada da Casa de Apoio
Membros da 2ª IP de Barretos no dia da inauguração
Acomodações da casa: capacidade para receber 18 pessoas.
do hospital e seus familia- mexer em curativos, tudo da Segunda IP de Barretos. res. Conversando com eles, isso é feito diariamente no “Estamos à disposição dos os irmãos descobriram que hospital. O hospital ofere- amados irmãos da IPB e preeram membros da IPB, vin- ce todos esses serviços ao tendemos ser bênção na vida dos de Rondônia, Goiás, paciente. daqueles que nos procuraTocantins e outros Estados. A Casa de Apoio é um rem”, finaliza o rev. Silvio. Esse tempo de convivência projeto da Associação Contatos com a Casa de foi o suficiente para que a Presbiteriana de Ação Social Apoio pelos telefones (17) igreja começasse a pensar e de Barretos, uma associação 3323-4766 e 3323-9093, ou refletir sobre aquelas histó- sem fins lucrativos, dirigida pelo e-mail familianovo@ rias de vida. “A participação e sustentada pelos membros terra.com.br. desses irmãos conosco feznos ficar comovidos pelas lutas e dificuldades que passavam: a solidão, a grande distância de seus familiares e as dificuldades financeiras, além do tratamento médico que inclui cirurgias e sessões de radioterapia e quimioterapia”, completa o pastor. Com capacidade para receber até 18 pessoas, sendo 2 por suíte, a Casa de Apoio Presbiteriana conta com os serviços prestados por profissionais voluntários: médicos, enfermeiros, farmacêuticos e até advogados, todos membros da Igreja. Porém não é permitido medicar, Pacientes atendidos pela Casa de Apoio