Brasil Presbiteriano SXC
O Jornal Brasil Presbiteriano é órgão oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Ano 51 nº 661 – Novembro de 2009
Plano Missionário Cooperativo: saiba de que forma a IPB tem investido na plantação de novas igrejas Páginas 10, 11 e 12
A posição da IPB sobre a lei das religiões Páginas 19 e 20
Angola e Moçambique recebem caravana missionária Páginas 16, 17 e 18
Brasil Presbiteriano
Novembro de 2009
EDITORIAL
Brasil Presbiteriano
A hora do sal
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ma concordata entre o Vaticano e o estado brasileiro em pleno século 21 é mais do que um anacronismo inadmissível. É também uma oportunidade imperdível que se apresenta à IPB de rechaçar uma tardia e impertinente tentativa da Igreja Católica Apostólica Romana de firmar sua exclusividade, reagindo à substancial perda de adeptos ocorrida nas últimas décadas em nosso país. É oportunidade também de negar o pragmatismo do evangelicalismo brasileiro que abraça o clientelismo mundano típico em nosso país. A IPB reage de modo coerente. Não nos interessa um quinhão igual ao que pretende abocanhar a ICAR.
Não nos alinharemos com os políticos e igrejas evangélicas que apóiam o acordo do Brasil com o Vaticano desde que tenham vantagens para os seus grupos. As palavras finais do documento assinado pelo Rev. Roberto Brasileiro Silva, Presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil encerra um texto e define uma posição que contempla a isonomia dos grupos religiosos ou ateus, mas igualmente a necessária separação entre igreja e estado: “Ante o exposto, em consonância com a Palavra de Deus, sua única regra de fé e prática, e com a sua doutrina, a IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL manifestase contra a aprovação do Congresso Nacional do refe-
Ano 51, nº 661 Novembro de 2009
rido Acordo Internacional ou de qualquer norma legal que privilegie determinada religião/denominação em detrimento de outras; não considerando a cidadania dos ateus e agnósticos também presentes no Brasil, consagrando ingerência de Estado Estrangeiro sobre o Estado Brasileiro e afrontando a separação entre o Estado e a Igreja, preservada em todas as Cartas Constitucionais da República Brasileira. A IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL reitera sua submissão e intercessão em favor das autoridades constituídas, mas não abre mão de seu ministério profético nesta geração a denunciar todo e qualquer desvio contrário ao Estado de Direito e à Lei de Deus.”
O texto do Rev. Milton Ribeiro e a íntegra do documento da IPB nas páginas 19 e 20 informarão o leitor, que deverá permanecer em oração pela nossa igreja e por nosso país neste contexto. Devemos manter nossa posição bíblica de sal da terra, num momento em que o avanço da corrupção parece impossível de ser contido no Brasil.
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Para isso, porém, o Senhor nos escolheu para si e nos colocou no mundo como igreja.
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Haveraldo Ferreira Vargas superintendente Cláudio Antônio Batista Marra editor Conselho Editorial: Alexandre Henrique Moraes Anízio Alves Borges Cláudio Marra (supervisão) Hermisten Maia Pereira da Costa Jader Borges Filho Misael Nascimento Valdeci da Silva Santos Edição e textos: Raquel Magalhães ES - 01149/JP E-mail: bp@ipb.org.br Diagramação: Aristides Neto Impressão Folhagráfica
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Brasil Presbiteriano
DOCUMENTOS DA HISTÓRIA DA IPB
Rev. Carvalho Braga fala sobre sua conversão Alderi de Souza Matos
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os primeiros tempos da obra evangélica no Brasil, a maior parte dos membros das igrejas passou por uma experiência da conversão religiosa, com frequência de caráter muito marcante. Oriundos de uma religiosidade formal e tradicional, seu contato com o evangelho os impactara fortemente, levando-os a uma profunda mudança de atitudes e convicções no âmbito espiritual. Não raro essa experiência era produzida pelo contato direto com as Escrituras. Foi o que aconteceu com o Rev. João Ribeiro de Carvalho Braga (18531934), um dos primeiros ministros da IPB, que nasceu em Portugal e veio ainda adolescente para o Brasil. Em 15 de março de 1927, quando estava com 74 anos e residia com o filho Erasmo Braga em Niterói, ele enviou uma carta ao Rev. Alexander Telford, agente da Sociedade Bíblica Britânica no Rio de Janeiro, contando a história da sua conversão, aos 17 anos, em 1870, mediante a leitura de uma velha Bíblia vendida como papel de embrulho. Disse ele: Tenho grande prazer em contar-lhe alguns pormenores da minha conversão, há cerca de 57 anos, aqui no Rio de Janeiro. Era eu caixeiro de uma venda no bairro de Catumbi. Desde menino que na minha pátria, em Portugal, ouvia falar nas Santas Escrituras como um livro vedado ao conhecimento do povo. Sendo eu profundamente impressionado por assuntos religiosos, desejava ardentemente conhecer tão precioso livro, mas julgava isso impossível. Muito
Arquivo
dado a leituras, sempre que me vinha às mãos uma história qualquer, entretinha-me bastante. Tive o ensejo de ser o único empregado na venda em Catumbi, e podia, sem ofender as vistas do meu patrão, gastar as horas vagas deliciando-me com as histórias da Princesa Magalona, com as Peles de Asno e com outros assuntos que ocupavam a atenção dos leitores populares daquele tempo. Um menino que fazia suas compras na venda em que eu era caixeiro vendia-me jornais e livros velhos para embrulho. Entre eles iam alguns que me despertavam interesse e que guardava para mim. De uma feita, entre vários livros destinados a servir de embrulho, notei um grosso volume, sem capa e partido ao meio. Depois de pesálos, despachei o pequeno vendedor; o tamanho do livro despertou-me grande curiosidade. Meti todos os outros debaixo do balcão e fui logo ver qual seria o assunto dele. Com grande alegria, li na primeira página: A Bíblia Sagrada, contendo o Velho e o Novo Testamento, traduzido em português, segundo a Vulgata Latina, pelo Padre Antônio Pereira de Figueiredo. Sei que era publicada pela Sociedade Bíblica de Londres, mas não sei em que data. Tinha achado o livro que tanto desejava conhecer. Seria esta Bíblia falsa ou verdadeira? Desta dúvida me tirou um velho vizinho, versado em conhecimentos bíblicos, a quem confiei o livro para dar-me parecer. No dia imediato veio dizer-me que a Bíblia era legítima porque continha
Rev. Carvalho Braga
a história de Judite, de Suzana e os livros dos Macabeus, que não se encontravam nas bíblias falsas. Já nessa época as bíblias publicadas em Londres pela Sociedade Bíblica não traziam estes livros apócrifos, o que deu azo aos padres católicos de apregoarem que tais bíblias eram falsas. Foi naquele velho volume atirado a um balcão de taverna para servir de embrulho que eu encontrei a salvação em Cristo; foi ele o enlevo da minha mocidade e que me levou a abandonar o comércio e a buscar noutro meio de vida a minha liberdade religiosa. Comecei a assistir aos cultos. Tive o privilégio de ouvir o Dr. Kalley e o Rev. Ricardo Holden, então agente da Sociedade Bíblica Britânica e homem de grande simpatia. Na escola dominical decorei os primeiros
capítulos do Evangelho de S. Mateus e as lições do Breve Catecismo. A 1º de maio de 1870, fiz a minha profissão de fé na Igreja Presbiteriana. Sonhei logo em ser pregador, mas tinha vergonha de o dizer a alguém, atento a minha condição humilde e ausência de recursos. Mas não tinha vergonha de o dizer em oração a Deus. Ele respondeu-me pela pessoa do Rev. A. L. Blackford, pastor da igreja, que me ofereceu o lugar de colportor, para vender bíblias e folhetos pela cidade. Entrei por esta porta no caminho do ministério e posso dizer que desde então nunca deixei de colaborar no serviço de evangelização. Fui pastor de várias igrejas no Estado de São Paulo, durante 38 anos, e nunca usei de outra tradução da Bíblia senão a de Figueiredo, cuja linguagem serve de modelo a quem deseja falar português. A tradução de Almeida era apenas objeto de curiosidade consultiva. Em todo o meu vastíssimo campo de trabalho, em São Paulo, onde assisti a centenas de conversões, não se conhecia outra tradução, mesmo para afastar a idéia errônea de bíblias falsas, por ter o nome de um padre romano. Até agora não me acostumei a usar a tradução brasileira, senão para conferência de textos. As imperfeições de sentido em Figueiredo são facilmente explicadas, e não consta que tenham feito mal a alguém.
O Rev. Alderi Souza de Matos é pastor presbiteriano e historiador oficial da IPB. asdm@mackenzie.com.br
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EDUCAÇÃO CRISTÃ
Música e teologia: uma parceria para Wilson do Amaral Filho
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música e a teologia são dois elementos muito familiares aos cristãos. Por música se entenda a “combinação harmoniosa e expressiva de sons” (Houaiss, 2002), e por teologia se entenda o estudo de como “conhecer melhor o Deus da Escritura para desenvolver um relacionamento melhor com ele” (Lima, CEP, 2006). Desde os tempos mais remotos da história, o ser humano aprendeu a combinar sons (Gn 4.21) e buscar o conhecimento do Deus vivo (Gn 4.26). Alguns estudos sobre a música revelam o grau de seriedade com que ela deve ser tratada. Todos são sensíveis à música, mesmo que somente alguns tenham habilidades musicais. Ela atua em todo o corpo, despertando a emotividade, alterando o metabolismo, interferindo na receptividade sensório-motora, emancipando a imaginação e levando seu ouvinte ao relaxamento ou à excitação. De um lado, o ritmo e o som atingem a motricidade e a sensorialidade, e de outro a melodia atinge a afetividade. Mais do que o mero estímulo sensorial, a música reúne o conhecimento perceptivo e o conhecimento cognitivo. Quando sons são combinados, produzindo música, e a eles são acrescentados saberes de quaisquer naturezas, o ser humano se condiciona mais intensamente para
internalizar esses saberes. A ciência já afirma que é incontestável a influência da música no desenvolvimento da criança. Estudos mostram que ouvir música estimula mais intensamente o cérebro.
Todos são sensíveis à música, mesmo que somente alguns tenham habilidades musicais Enquanto a música provoca e possibilita a estimulação cerebral mais intensa, pode também estimular a absorção de informações, isto é, a aprendizagem. Enfim, a música transforma o ato de aprender em atitude de prazer, e o que é ouvido e cantado, repetidamente, passa a fazer parte do saber e da convicção da pessoa. Refletindo agora sobre a teologia, é preciso recordar, antes de prosseguir, que sua produção é obra humana. É interpretação humana da revelação que Deus faz de si mesmo na Escritura. Só terá coerência como teologia, se seu foco for a própria Escritura, onde Deus revela de si, interpretada sempre em submissão ao Espírito Santo. A Escritura “é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na
justiça,” (2Tm 3.16), lâmpada para os pés e luz para o caminho (Sl 119.105), “a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2Tm 3.17). Entretanto, basta um olhar muito rápido para a História da Igreja para se constatar que a teologia tem chegado a extremos, assumindo desde a forma empirista até a forma racionalista. Em verdade, a teologia tem sido construída para todos os gostos e a Escritura tem sido tratada como talismã, ensino ético, etc. A própria Escritura adverte que “haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina [...] cercar-se-ão de mestres [...] e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas.” (2Tm 4.3-4). É preciso fazer algo. Em seu artigo “Música na Igreja: qual o Propósito?”, o Rev. Paulo Severino menciona Lutero e sua percepção em utilizar a música como suporte para a proclamação do evangelho, sob a perspectiva dos ideais reformistas. O reformador utilizou “algumas melodias do repertório popular e de outras fontes, para doutrinar os fiéis. Segundo ele, o povo deveria aprender doutrinas bíblicas cantando melodias simples relacionadas ao seu dia-a-dia. Este procedimento foi extremamente importante para o sucesso da Reforma.” Lutero não fez nada de novo. O Antigo Testamen-
to está recheado de informações e manifestações musicais do povo de Deus. Miriã, Moisés, Débora e Baraque, Davi, Asafe, os filhos de Coré, entre outros, compuseram e cantaram músicas, que compreendiam desde os altos louvores a Deus até os mais tristes lamentos a respeito da miséria humana, e que refletiam a teologia do Antigo Testamento. Não se pode ignorar a possibilidade de muitas crianças israelitas terem sido educadas na Torá por meio da música do povo de Deus. O Novo Testamento também expressa a importância da música nas atividades do povo cristão. A exortação apostólica aos efésios (Ef 5.19) e aos colossenses (Cl
A teologia reformada tem a grande responsabilidade de manter-se perseverante na Escritura como sua única regra de fé e prática, seus Símbolos de Fé como sistema expositivo de doutrina e prática, e utilizar-se da música como sua aliada no ensino da teologia e doutrina
3.16), para que usassem a música como atividade cúltica e de edificação mútua, tinha respaldo na experiência do Antigo Testamento e do próprio Paulo, como se percebe quando esteve preso em Filipos (At 16.25). Certamente aqueles irmãos cantavam as verdades do evangelho. Aqui também não se pode ignorar a possibilidade de os demais prisioneiros terem sido impactados pela música, enquanto Paulo e Silas cantavam louvores a Deus. É sabido que a maior parte dos movimentos cristãos usa a música como forma de adesão e propagação de sua mensagem. A professora Jacqueline Dolghie (Revista Ciências da Religião, UPM,
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APMT
a educação cristã
Missionário da IPB socorre vítimas de terremoto
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U A própria Escritura adverte que “haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina [...] cercar-se-ão de mestres [...] e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas.” (2Tm 4.3-4). É preciso fazer algo.
Quando sons são combinados, produzindo música, e a eles são acrescentados saberes de quaisquer naturezas, o ser humano se condiciona mais intensamente para internalizar esses saberes 2005, nº 3) faz uma análise da música gospel na contemporaneidade e conclui que, além de eliminar as diferenças entre estilos
musicais, entretenimento e louvor, a música gospel é responsável pela educação cristã e fio condutor da teologia e doutrina que se quer propagar. Temas como: teologia da prosperidade, batalha espiritual, e outros, dominam o mercado musical, estão presentes nas liturgias e fazem parte do cotidiano das pessoas, inclusive de cristãos reformados, e constituem-se, talvez, em seu único arcabouço teológico. Sabedora dessas tendências, a teologia reformada tem a grande responsabilidade de manter-se perseverante na Escritura como sua única regra de fé e prática, seus Símbolos de Fé como sistema expositivo de dou-
trina e prática, e utilizar-se da música como sua aliada no ensino da teologia e doutrina. Precisa aprender a usar a música como ferramenta para a educação cristã do povo de Deus, estimulando a produção de hinos e cânticos espirituais que explicitem com mais clareza e precisão o ensino bíblico a respeito do evangelho de Jesus Cristo, “o qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo” (Cl 1.28). O Rev. Wilson do Amaral Filho é casado com a dona Ester e ensina Teologia Sistemática na EST do Mackenzie.
m dos missionários da Agência Presbiteriana de Missões Transculturais, André Aureliano, foi um dos médicos brasileiros que prestou socorro às vítimas do terremoto que atingiu a ilha de Sumatra, na Indonésia, na Ásia, no dia dois de outubro. Por causa da situação de grande calamidade da região, a equipe da qual o médico fez parte, só conseguiu chegar à ilha dez dias depois do terremoto. “Uma catástrofe é composta de muitas fases e em cada uma delas diferentes ações são requeridas. Chegamos à Indonésia nos últimos momentos da primeira fase e quando começamos nosso atendimento identificamos rapidamente a nossa função naquele contexto. Numa realidade em que a população tem acesso restrito a serviços de saúde, as pessoas precisavam não apenas de atendimento médico tradicional, precisavam também de ombros e ouvidos dispostos
a oferecer consolo”, revelou o missionário. Numa breve avaliação dos tipos de queixas dos pacientes, Aureliano diz que as que mais chamavam atenção eram as referentes ao trauma psicológico decorrente daquele terrível evento. “Todos, de alguma maneira, foram afetados pelo terremoto: alguns morreram, outros perderam parentes e conhecidos, outros perderam casa, carro, negócio e todo o seu referencial de vida de uma hora para outra. O que eles precisavam era de alguém que lhes desse atenção, alguém com quem pudessem compartilhar um pouco sobre aquele sofrimento. E essa foi a nossa chance de testemunhar do Amor que temos em nós, da nossa Esperança e da Força que sabemos não vir de nós mesmos, mas de um Bondoso e Misericordioso Pai que nunca nos desampara”, contou ele. Fotos: Divulgação
O missionário André Aureliano chegou à Sumatra, na Indonésia, 10 dias após o terremoto
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EDUCAÇÃO
Instituto Presbiteriano Gammon, Fernando Luís A. de Freitas
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Instituto Presbiteriano Gammon, uma autarquia da Igreja Presbiteriana do Brasil, sediado em Lavras/MG, comemorou seu 140º aniversário durante o mês de agosto, tendo como tema de suas festividades a seguinte afirmativa: “Desde o início uma escola do futuro”. Foram várias atividades que marcaram as comemorações, sendo o ponto alto os dias 22 e 23. No dia 22 foi servido um almoço comunitário com grande participação de seus funcionários e famílias, bem como de seu corpo docente e discente. É neste evento que há sempre uma acentuada participação de seus ex-alunos advindos de várias partes do Brasil e inclusive do exterior. Na ocasião tivemos uma série de atividades recreativas. Na noite do dia 22 aconteceu o tradicional encontro do ex-estudante, denominado Noite da Saudade, realizado em um dos clubes sociais de Lavras, como uma atividade da Associação Gammonense. Sob o lema “A gente sai do Gammon, mas o Gammon não sai da gente”, os exestudantes realizaram seu encontro festivo e fraternal relembrando acontecimentos dos tempos de interna-
to provocando divertidas gargalhadas nos presentes, fazendo-os saudosamente regressar na história. Na ocasião foram homenageados vários ex e atuais professores e outras personalidades que marcaram a história do Instituto. Dia 23 foi servido um festivo Café Comunitário com grande participação das três igrejas presbiterianas locais, e de outras de cidades vizinhas, que suspenderam suas escolas dominicais para que todos os seus membros comparecessem ao evento dominical no Instituto. Logo após o Café Comunitário houve a realização do Culto em Ações de Graça no auditório Lane Morton. Além das igrejas e seus pastores, participaram também vários membros da Assembléia do Gammon, da Comissão Executiva do Presbitério Alto Rio Grande (PARG) e do Sínodo Oeste de Minas (SOM). Os momentos de louvor foram dirigidos pelo Coral da 1a Igreja Presbiteriana de Lavras e pelo Conjunto “Vida e Voz” da mesma igreja. O pregador, Rev. Juarez Marcondes Filho, pastor da Igreja Presbiteriana de Curitiba e Presidente do Conselho de Curadores do Instituto Presbiteriano Mackenzie, trouxe uma inspirativa meditação
Culto
sobre o tema “Uma Escola por Excelência”, baseado no texto bíblico de Mateus 6:1-12. Na ocasião celebrou-se também com gratidão os 150 anos da chegada de Ashbel Green Simonton ao Brasil. Outros eventos também marcaram as celebrações do aniversário do Gammon: práticas esportivas variadas, com competições internas e externas, noite do Sarau, Passeio Ciclístico e a tradicional Corrida Rústica “Audley Gammon”. As celebrações tiveram seu encerramento com a belíssima apresentação noturna de coreografias da Ginástica Geral do Instituto, composta por cerca de mil estudantes
da série inicial ao ensino superior. A festa foi abrilhantada pela banda do 8o Batalhão da Polícia Militar, sediado em Lavras, fanfarra do Gammon e por um pelotão do Tiro de Guerra especialmente destacado para a guarda de honra do pavilhão nacional. A
Café comunitário
apresentação da Ginástica Geral serviu de abertura para o Campeonato Brasileiro e Torneio Nacional de Ginástica Aeróbica Esportiva, nas categorias Infantil, juvenil e adulta, que este ano foi realizado nas dependências do Instituto.
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desde o início uma escola do futuro Fotos: Divulgação
Membros da Assembleia do Gammon
O Instituto Presbiteriano Gammon nasceu de um sonho que se tornou realidade por meio da visão e dedicação de missionários presbiterianos procedentes dos EUA. Fundado em 1869, na cidade de Campinas, São Paulo, apenas 10 anos após a
Corrida rústica
chegada de Simonton ao Brasil, o Gammon foi a primeira escola evangélica do Brasil. O surto de febre amarela que atingiu o país no final do século 19, principalmente em Campinas, quando milhares de pessoas perderam a vida, levou o denominado Colégio
Internacional a transferirse definitivamente para Lavras em 1893, por meio do esforço abnegado de pessoas como Eduardo Lane, George Morton, Samuel Rhea Gammon, Carlota Kemper, dentre tantos outros que marcaram a abençoada trajetória
Ginastica geral
Rev. Juarez Marcondes Filho - Pregador
do educandário que contribuiu para o enriquecimento da educação de Lavras e região. O Instituto Presbiteriano
Gammom, por meio de sua direção, expressa o profundo agradecimento a Deus de toda a família gammonense pelo aniversário desta escola, que é um marco na educação local, nacional e na Igreja Presbiteriana do Brasil. O desejo é que o Instituto continue sendo Gammonensemente “uma escola do futuro”, rumo ao seu sesquicentenário, sempre dedicado à “Glória de Deus e ao Progresso Humano”. O rev. Fernando Luís Andrade de Freitas é capelão do Instituto Presbiteriano Gammon
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ANIVERSÁRIO
SAF em Revista completa 54 anos Sandra Silvério
A
história da SAF em Revista, publicação oficial do trabalho feminino da IPB, começou em março de 1955, quando a então secretária geral, Maria Auxiliadora Bittencourt Werner (conhecida como Nady Werner) publicou o primeiro boletim informativo da Secretaria Geral do Trabalho Feminino Esse boletim continha notícias, estudos para reuniões, informações e sugestões de trabalho, e o segundo boletim saiu em junho do mesmo ano. Em outubro de 1955, por ocasião de seu aniversário, D. Nady resolveu presentear as mulheres colocando a publicação em forma de revista. Surgia assim o informativo número três, tendo com o nome de SAF em Revista. Esse nome foi dado por um jovem chamado Aylton Rodrigues, amigo de seu filho Celso Werner, que ajudou a divulgar a revista por várias igrejas. Até 1960, com muito esforço e enfrentando várias dificuldades, a SAF em Revista foi editada e distribuída por D. Nady. Em 1961, a Casa Editora Presbiteriana (CEP) passou a
cuidar da publicação e distribuição. Assim como o trabalho feminino, a publicação também foi crescendo. Até o número 36 a revista tinha 20 páginas, a partir do 37 passou a 24 páginas, do 44 ao 47, 28 páginas, e o 48 começou com 32 páginas. Em 1991 o formato da revista mudou, e em 1995 ela passou a ter dois cadernos: o principal, com assuntos gerais, e um caderno especial, específico do trabalho feminino, com orientações às secretárias de atividades e sugestões de programas. A edição comemorativa dos seus 50 anos foi impressa totalmente em cores.
Atualmente a SAF em Revista possui 72 páginas e sua publicação é semestral
Atualmente a SAF em Revista possui 72 páginas e sua publicação é semestral. Até o ano de 2008 só o caderno principal era colorido, mas a primeira revista de 2009 já foi impressa totalmente em cores.
A SAF em Revista conta com assinantes de outras denominações e até com assinantes não evangélicas, servindo como meio de evangelização
Capa da primeira edição da revista com dois cadernos (1º trimestre de 1995)
Cabe à Secretária de Comunicação e Marketing da Confederação Nacional de SAFs, Sandra Silvério Gaio, a organização do material a ser publicado na revista, que após passar pela supervisão da Secretária Geral do Trabalho Feminino, é encaminhado à editora. A SAF em Revista conta com assinantes de outras denominações e até com assinantes não evangéli-
cas, servindo como meio de evangelização. A equipe costuma receber solicitações de artigos já publicados que marcaram a vida das leitoras, como, por exemplo, “Mulheres de Chapéu Violeta”, publicado no quarto trimestre de 1993, “Como Organizar uma Biblioteca”, publicado no terceiro trimestre de 2004, e também “Filhos Adultos no Lar”, publi-
cado nos terceiro e quatro trimestres de 2007. Hoje, passados 54 anos, o ideal projetado por D. Nady alcança cada vez mais mulheres, auxiliando-as no serviço cristão e secular e servindo como instrumento de evangelização. A tiragem da revista é de 40 mil cópias e 38 mil assinantes (dados da CEP). Sandra Silvério é Secretária de Comunicação da CNSAFs
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COMEMORAÇÃO
IP de Boa Vista do Jacaré completa 118 anos L
ocalizada no bairro sas pessoas, que hoje atuam do Gomes, no alto da nas mais diversas regiões e serra de São Pedro, a Igreja áreas de atividades do Brasil Presbiteriana de Boa Vista e até no exterior. do Jacaré, comemorou em Como tem feito há mais de outubro 118 anos de funuma década, a Igreja Presbidação. No culto comemoteriana do bairro dos Gomes rativo, pregou o Rev. Adelcelebra mais um aniversácio Sperber Santana; no dia rio da mesma maneira que 25, pregou o Rev. Osvandi começou sua história: fiel à Pedroso. De acordo com o Palavra de Deus e em buspastor responsável pela coca constante de uma maior munidade, o Rev. Samuel santidade, naquilo que crê, Gomes de Oliveira Sobrinaquilo que faz e naquilo nho, a Igreja atua visando que proclama. Durante os o homem de forma integral, cultos de gratidão, houve a ou seja, no seu lado espirituparticipação dos conjuntos al, social e também na área Jóias de Cristo, Kerigma, educacional. Coral Ebenézer e Louvores A IP de Boa Vista do Jacaré tem cerca de 120 membros “Visamos a formação de do Coração. cidadãos preparados para “Nossa visão é de sermos tos e desafios da comunitrabalho com as crianças e os desafios da vida presenum instrumento de Deus. dade, que hoje integra ceradolescentes”. te e do porvir, valorizando Preparados para anunciar o ca de 120 pessoas, Samuel Além disso, a igreja está os conceitos éticos e morais, evangelho da salvação, que Sobrinho comentou sobre a empenhada em organizar que são a base na estrutura transforma e restaura o homanutenção e o crescimenuma sala histórica da Igredas famílias cristãs”, disse mem para convivência em to da igreja recém-plantaja Presbiteriana. “Será um Samuel, ao enfatizar que a uma sociedade mais digda no bairro Patrimônio. lugar para evidenciar fisientidade religiosa tem a honna e igualitária”, afirmou o “Apesar das dificuldades, camente a nossa evolução ra de ter participado da forreverendo. temos alcançado êxito no histórica e religiosa duranmação educacional de diverQuanto aos futuros projeAnuncio_SESQ_RODAPE_19_5:selo_tarja_Slogan_A4.qxp 3/30/09 12:12 PM Page 1
Divulgação
te mais de um século”. O pastor também pediu a colaboração das pessoas que fizeram parte desta história, doando fotos, utensílios e outras informações que serão identificadas e expostas para visita ao público nas dependências da Igreja.
Igreja Presbiteriana RPC 090330 / AM
150 anos evangelizando o Brasil No Brasil há muitas igrejas cristãs. Mas poucas têm um século e meio de história. A IPB tem. São cento e cinquenta anos educando, promovendo ações sociais, transformando vidas com a palavra de Deus. Igreja Presbiteriana. 150 anos evangelizando o Brasil.
www.ipb.org.br/sesq
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ESPECIAL
Conheça o Plano Missioná Raquel Magalhães
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plantação de novas igrejas faz parte das prioridades da IPB, bem como a gestão estratégica desses novos projetos. E para que essas duas áreas trabalhem em sintonia é que existe o Plano Missionário Cooperativo, o PMC.
Uma das finalidades do PMC é estabelecer parcerias para plantação de novas igrejas no Brasil
O Plano Missionário Cooperativo (PMC) é um fundo administrado por uma Comissão Permanente da IPB, composta por cinco membros efetivos, sendo três pastores e dois presbíteros em exercício,
eleitos pelo SC/IPB ou por sua CE com mandato de quatro e dois anos, nos termos do Regimento Interno que rege suas ações. Ele foi criado pela Comissão Executiva do Supremo Concilio em 1996 (CE-96-165). O objetivo inicial era a organização de trezentas novas igrejas até o início do novo milênio. “Foi uma mudança estratégica importante na vida missionária da IPB, pois trouxe o conceito de parcerias entre as igrejas locais e a denominação não apenas para construção de templos e imóveis, mas para garantir sustentabilidade a projetos de plantio de novas igrejas que existiam e não se organizavam efetivamente por falta de recursos e estratégias corretas”, explica o atual executivo do PMC, reverendo Jedeías de Almeida Duarte. Uma das finalidades do PMC é estabelecer parcerias para plantação de novas igrejas no Brasil, priorizando as regiões com menor densidade de membresia da IPB. De acordo com o reverendo Jedeías tais regiões se caracterizam por serem áreas com baixa densidade presbiteriana, ou seja, regiões que, apesar de populosas percentualmente, possuem um pequeno número de presbiterianos. Na cidade de São Paulo,
por exemplo, existe 1 presbiteriano para cada grupo de 1.500 paulistanos; em Belo Horizonte há 1 presbiteriano para cada grupo de 133; no Rio Grande do Sul a média é de 1 presbiteriano para cada 16.000 gaúchos. Governador Valadares (MG) e Cachoeiro do Itapemirim (ES) são as cidades com maior densidade presbiteriana no Brasil. Dentro deste cenário, as grandes cidades e, principalmente, as regiões metropolitanas e o Rio Grande do Sul, constituem os objetivos principais do PMC. “Neste sentido, o PMC é um braço da IPB para os grandes centros e para as regiões já densamente ocupadas por presbitérios, mas em que a população presbiteriana seja densamente baixa”, reforça Jedeías. O executivo enfatiza que o PMC é um órgão de parcerias. “Sem as propostas de parceria da igreja local e, em casos especiais de presbitérios, por meio de um plano bem elaborado, onde existam plantadores treinados para o plantio de novas igrejas, não é possível iniciarmos novos projetos”, afirma ele. Atualmente, o PMC tem 146 projetos ativos em todas as regiões do Brasil. “Temos vários projetos em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte,
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Rev. Jedeías de Almeida Duarte, atual executivo do PMC
Florianópolis, Espírito Santo (apenas quatro municípios no ES não contam com a presença da IPB) , Minas Gerais (40% dos Presbiterianos residem em MG e este é o maior estado presbiteriano, contudo, mais de 40% dos municípios não têm igrejas presbiterianas), Paraná, João Pessoa, Porto Alegre, bem como todo o Rio Grande do Sul”, destaca. PMC e Igrejas não dizimistas Com base em seu Regimento Interno o PMC não firma contratos com igrejas que não sejam dizimistas fiéis ao Supremo Concílio. Segundo o
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ário Cooperativo reverendo Jedeías, até 2002, a IPB tinha 40% das igrejas locais fieis na entrega de seus dízimos, e que hoje este número excede os 65%. “É uma grande resposta da denominação ao trabalho que tem sido desenvolvido pela administração da IPB em todas as regiões”, reforça o executivo. O tesoureiro da IPB, Renato Piragibe, reforça a informação afirmando que as parcerias do PMC têm sido fundamentais e que elas fazem parte de um plano para aumentar o número de igrejas dizimistas. “A igreja em parceria com o PMC é uma igreja dizimista e com isso ela pode conscientizar as outras igrejas que compõem seu presbitério e sínodo. A parceria é mais uma frente de atuação na conscientização das igrejas, junto com o fundo de empréstimo da JPEF e as ações diretivas da Tesouraria e presidência da IPB”, destaca Piragibe. Desde a criação, em 2002, do Comitê Gestor do Fundo Missionário Cooperativo, a IPB mantém uma filosofia de missões. A denominação, hoje, investe 52% de sua receita no trabalho de evangelização e missões. Para o gerenciamento desse percentual o SC criou um comitê composto de representantes da CNE, APMT, JMN e PMC
e ainda do Tesoureiro da IPB e de membros da Junta Patrimonial Econômica-Financeira (JPEF). “Assim, além de aprovação de projetos, ocorre a auditoria deles por meio da JPEF e a condução exata de valores e percentuais a serem utilizados pela própria JPEF e pelo Tesoureiro da IPB, um sistema de pesos e contrapesos que têm feito a estrutura missionária caminhar crescendo com transparência, excelência e relevância para a denominação”, atesta Jedeías. Projetos para 2010 O PMC já tem um protocolo para 2010 com propostas para parcerias que superam os pedidos dos anos anteriores. Documentos oficiais da Igreja (relatórios para a CE e para o SC) apontam que entre 1998 a 2002, dos projetos recebidos pelo PMC, 22 foram organizados em igrejas. De 2002 a 2006, dos projetos recebidos, 13 tornaram-se igrejas. “Entre 2006 e 2010 é provável a organização de 46 novas igrejas”, planeja Jedeías. Desde quando foi criado pela IPB, o PMC consolidou a sustentabilidade e a organização de 81 novas igrejas, tendo ainda 146 projetos em execução a serem organizados nos próximos 5 anos. >>
A IPB investe 52% de sua receita no trabalho de evangelização e missões
Incentivo à mobilização 1 - Cada Sínodo pode, com o auxilio do PMC, estabelecer as metas para as grandes cidades e para as regiões metropolitanas de sua jurisdição. “É claro que, na maioria das grandes capitais, temos mais de um sínodo. Assim o conceito de parceria se torna mais amplo iniciando na parceria conciliar, depois em parcerias estratégicas e por fim as parcerias financeiras”, esclarece o executivo da PMC. 2 - Os próprios concílios elegem as suas prioridades para um determinado período (curto, médio e longos prazos) e buscam efetivamente cumprir as normas da IPB para o plantio de novas igrejas, desde a constituição do grupo básico, recrutamento e capacitação do plantador, prestação de relatórios e adequações estratégicas sugeridas pela IPB por meio do PMC que busca visualizar o crescimento da nova igreja e o trabalho do plantador que arduamente deve se desdobrar em favor deste propósito.
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Quais os parâmetros que deverão ser seguidos para a apresentação de um projeto para o PMC? Nos site da IPB, link Missões e aba do PMC temos um modelo de projeto que pode ser copiado, também no site (Banco de dados do PMC – ainda em desenvolvimento) temos diversas informações (WWW.pmc-ipb.com)
Quem pode ser um plantador de igreja? Serão habilitados como plantadores de Igrejas aqueles que apresentarem os seguintes requisitos básicos: a) Declaração do Conselho ou do Presbitério que é vocacionado para plantação de igrejas; b) Ter motivação para plantar igreja; c) Ser comprometido com a evangelização; d) Ser membro de uma igreja local da Igreja Presbiteriana do Brasil; e) Ter formação de Seminário, de Instituto Bíblico, curso intensivo dado pelo seu Presbitério, do CEIBEL ou pelo seu Pastor – em casos muito excepcionais; f) Ser encaminhado pelo Conselho ou Presbitério; g) Ter feito o CTM (Centro de Treinamento Missiológico), que declarará que o obreiro é apto para ser um plantador de igreja. A próxima edição do CTM acontecerá no mês de dezembro de 2009, no IBEL (Instituto Bíblico Eduardo Lane) em Patrocínio. As inscrições este ano serão feitas prioritariamente pelas agencias missionárias de 10 de outubro a 10 de novembro. Após 10 de novembro estarão abertas a todos que desejarem se qualificar como plantadores de Igrejas, até o limite das vagas estabelecidas pelo IBEL. Informações no site da IPB, no link do PMC (www.ipb.org.br).
Mais informações: Rev. Jedeias de Almeida Duarte Executivo do PMC e Professor de Teologia Pastoral do Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper. Contatos: pmc@ipb.org.br Em janeiro, saiba mais sobre o projeto da Junta de Missões Nacionais, outro braço da IPB para a plantação de igrejas.
O PMC consolidou a sustentabilidade e a organização de 81 novas igrejas, tendo ainda 146 projetos em execução a serem organizados nos próximos 5 anos
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13 500 Anos de nascim ento de João Calvino O Presbitério de Cu iabá realizou nos dia s 25 e 26 de setembro even to em comemoração aos 500 anos de nascimento de João Calvino. Na ocasião, falou aos irmãos o rev. Heber Carlos de Campos Júnior. O evento foi uma iniciativa do pre sidente do Presbitério de Cu iabá, Rev. Nelson Go nçalves de Abreu Jr., e da Comi ssão Executiva, e co ntou com a participação de mais de 150 pessoas.
Ii Congresso Adolescentes para Cristo
a 150 em Uberlândi
0 anos timo dia 25, os 15 memorou, no úl adaco is, xim ra ro Ge ap , as de in a participação m Uberlândia, em M co , se eo pal ot ici Ap un Câmara M onteceu na osa, em nome da da IPB. A festa ac nr ho da o çã or en ad m eg a pr as. Um no Zago. O mente, 2 mil pesso e vereador Adria ro . te es bí ar es pr lad lo Va pe rnador da cidade foi feita da 10ª IP de Gove ulo José da Silva, Sa v. Re o i fo ite no
Fotos: Divulgação
Foi realizado pela Igreja Presbiteriana da Encruzilhada (Recife-PE), entre os dias 15 a 17 de outubro, o I Congresso Adolescentes para Cristo. O evento contou com mais de cento e trinta adolescentes de diferentes igrejas presbiterianas da Região Metropolitana do Grande Recife e outras igrejas evangélicas. Cânticos, palestras pelo casal Rev. Romildo e Renata Albuquerque, oficinas (Missões, Teatro, Louvor, Professores de Crianças), a participação da Banda Sal da Terra, com cânticos em ritmo nordestino, Ministério Metanóia, Ministério Expressão e muitos momentos de descontração!
Dupla comemo ração
No último dia 27 de setembro a IP de Blumenau re graças pelos 50 alizou culto de aç anos de organiza ão de ção da igreja e da SAF local. Os os 64 anos de or irmãos, na ocasião ganização , tiveram a grat mensagem e mús a satisfação de icas entoadas pe ouvir a lo Rev. Gladir Ca de Florianópolis, bral, pastor da IP bem como a parti Tr indade cip aç esposa Lucy Mar ão do Pb. Alexan y de Souza Costa dre Costa Leão e Leão, membros da sua IP de Joinville.
O evento contou com mais de cento e trinta adolescentes de diferentes igrejas presbiterianas da Região Metropolitana do Grande Recife
SAF da IP de Blumen
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Honra ao mérito O Rev. Erasmo Preste s de Souza é ministro jubilado, mas, como tantos outros, conti nua exercendo seu ministério, especialm no setor da cultura ente crisã. Em virtude do reconhecimento de trabalhos, já recebeu seus , em solenidade pú blica, o honroso título Cidadão Piracicaban de o. Também obteve da Sociedade Brasile Heráldica e Medalhí ira de stica, o grau de come ndador, Cruz do Mé Cívico e Cultural, co rito ncedido pelo Ministér io da Educação e Cu do Governo Federal ltura , como reconhecimen to público dos relev serviços que desenvo antes lveu em favor da co munidade brasileira qualidade de memb . E na ro da Academia Pir acicabana de Letras, passa ele a ser ocup agora ante da Cadeira No 1. Ao Rev. Erasmo, nosso s parabéns.
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(MS) e Porto Lindo i a b m a m A a da CAS solicita aju às igrejas do
ita IPB (CAS) solic s de Ação Social da s que os irmão de de ho da el ul ns fic di Co as O em rtes rv fo se as ob às chuv Sul que entando, devido Caiuá e casas Mato Grosso do fr en o tã es o issão rto Lind dígenas da M Amambaí e Po idagião. Igrejas In re a entre as necess D m s. ra da gi gi in in at te que at de en o m vi ria s foram se s. Para o en as e alimento dos missionário lh em te s á iu va Ca no Missão mpra de com a base da des estão a co ar em contato tr en r vo fa s, oferta . Dourados (MS) Contato: bol.com.br escritoriomec@ .br om l.c mcaiua@uo 7 19 -4 21 (67) 34
NOTAS DE FALECIMENTO * Faleceu, em abril, o presbítero Fabrício da Silva Cabral. Nascido em Jataí (GO), no dia 29 de outubro de 1978, o presbítero Fabrício era filho do Sr. Lauro de Assis Cabral e Sirlene Cardoso da Silva Cabral. Serviu ao Senhor com diligência no Sínodo Sudoeste de Goiás, onde foi presidente da Confederação Sinodal de Mocidade, presidente da Federação de Jovens do Presbitério Alto do Araguaia, Conselheiro do Instituto Samuel Graham, onde também exerceu o ofício de capelão e secretário do seu conselho.
Fotos: arquivo de família
Chamado por Deus Gessé Chagas (17.12.31– 26.10.09) foi ordenado em 1964 pelo Presbitério do Triângulo Mineiro, cedido à Missão Oeste do Brasil e designado para os campos missionários de Monte Carmelo e Estrela do Sul. Pastoreou várias outras igrejas ao longo de sua carreira, foi o primeiro presidente do Presbitério do Alto Paranaíba (PAPB) e do Sínodo de Brasília (SBS). Foi jubilado em 23 de março de 2002, após 39 anos de ministério. Além das atividades ministeriais e conciliares o Rev. Gessé exerceu o magistério em escolas públicas e no Instituto Bíblico Eduardo Lane (IBEL). Chagas foi chamado à presença do Senhor no dia 26 de outubro de 2009 com 77 anos completos. Deixa viúva a professora Odete Mendes Chagas, as filhas Júnia Chagas (professora e missionária, casada com Ricardo) e Telma Chagas (professora, casada com Mardoqueu). O avô Gessé foi honrado pelo Senhor com dois netos, Jonathas e Abner. Seu longo e abençoado ministério justifica o seu nome: Gessé; variante de Jessé, nome abreviado que em hebraico significa: “homem do Senhor”. O Rev. Gessé Chagas foi essa vida totalmente dedicada a Deus, foi sempre o “homem do Senhor”. Rev. Jairo Costa - SE/PAPB
* Na madrugada do dia 22 de agosto, às 3 horas e 30 minutos, foi chamada à eterna presença do Senhor, a irmã Edir Sampaio Lopes. Nascida em Nova Venécia, Espírito Santo, no dia 16 de junho de 1939, foi extremosa serva de Cristo, atuando ao lado de seu marido o Rev. Luiz Lopes, sempre auxiliandoo no pastorado juntamente com seus filhos. Atuaram nas seguintes igrejas: 1ª de Itaperuna, São José do Calçado e 2ª de Bom Jesus do Itabapoana. Deixou o esposo, companheiro há quase 42 anos, três filhos, dois genros, uma nora, três netos e a família da fé.
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Consultório Bíblico “Deus ainda se comunica por meio de sonhos?” Odayr Olivetti
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também condena os falsos profetas que falam baseados em seus sonhos e não em sonhos dados por Deus (Ver, por exemplo, Jr 23.2628). Em Daniel 2 e 4 há o registro de sonhos de Nabucodonosor com mensagem profética, Foram interpretados por Daniel, pelo poder de Deus, e a mensagem profética se cumpriu. À luz do que acima foi dito, os sonhos que temos, em geral, devem ser entendidos como puros sonhos, sem maior significação. Caso queiramos ver alguma significação reveladora nos sonhos, precisamos ter muito cuidado. 1 - Verificar se o sonho interfere nas verdades bíblicas, caso em que deve ser repudiado como erro humano ou satânico; 2 - Em hipótese alguma devemos aceitar orientação doutrinária por meio dos sonhos; 3 - Às vezes, o sonho, seja qual for sua origem, serve para alertar-nos sobre a necessidade de reconhecimento de algum SXC
m termos de pode não pode, é evidente que o onipotente Deus pode fazê-lo. Mas há riscos de interpretação errônea dos sonhos. Especialistas no assunto como, por exemplo, Carl Jung, nos alertam sobre os perigos de interpretação dos sonhos. Tanto ele como Freud, com ênfases e em aspectos diferentes, consideram os sonhos como expressões de realidades terrenas, ou do ser interior de quem sonha, ou circundantes (cf. Ec 5.3). Jung conta, por exemplo, que um homem que fazia todos os dias o mesmo caminho da roça para a cidade, uma noite sonhou que em certa moita, ao lado do caminho, havia um ninho de avestruz com ovos. Passando por ali, encontrou de fato o ninho e os ovos. Nos tempos bíblicos, o sonho foi um dos meios de comunicação de Deus aos homens, principalmente aos profetas. Mas o próprio Deus considera o sonho um modo não superior de comunicação (Nm 12.6-8), e
Os sonhos que temos, em geral, devem ser entendidos como puros sonhos, sem maior significação. Caso queiramos ver alguma significação reveladora nos sonhos, precisamos ter muito cuidado
pecado específico ou do pecado de um geral afastamento nosso de Deus, da sua Palavra e do seu povo. Sonhos como esses, ainda que sejam meros reflexos subjetivos, são bons. Devemos seguir o alerta. É fundamental lembrar que, depois da ascensão de Cristo e do fechamento do Cânon (Hb 1; Ap 22.18,19), toda e qualquer orientação deve vir, ou da Escritura Sagrada, ou de meios que a confirmem. Os recursos da milagrosa providência divina são riquíssimos, e devemos estar atentos a eles, mas sempre julgando tudo pela Palavra de Deus. Acredito que é pertinente encerrar esta resposta transcrevendo Isaías 8.19-22 e Salmos 119.105; 36.9 (NVI): “Quando disserem a vocês: ‘Procurem um médium ou alguém que consulte os espíritos e murmure encantamentos, pois todos recorrem aos seus deuses e aos mortos em favor dos vivos’, respondam: ‘À lei e aos mandamentos!’ Se eles não falarem conforme esta palavra, vocês jamais verão a luz. Aflitos e famintos vaguearão pela terra; quando estiverem famintos, ficarão irados e, olhando para cima, amaldiçoarão o seu rei e o seu Deus. Depois olharão para a terra, e só verão aflição, trevas e temível escuridão, e serão atirados em densas trevas.” – Feliz quem pode dizer com os salmistas: “A tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho” e “Graças à tua luz, vemos a luz”.
O Rev. Odayr Olivetti é pastor presbiteriano, ex-professor de Teologia Sistemática do Seminário Presbiteriano de Campinas, escritor e tradutor. - odayrolivetti@uol.com.br
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PARCERIA
Viagem Missionária a Angola e Raquel Magalhães
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o último mês de setembro, uma caravana organizada pela Agência Presbiteriana de Missões Transculturais (APMT), que é o órgão da IPB que coordena as
de setembro e dois de outubro. Entre as diversas atividades que foram realizadas, destaque para a troca de experiência entre a liderança da SAF e as mulheres de Angola e Moçambique. De acordo com relatório enviado
encontro com as líderes do trabalho feminino nacional, onde estiveram presentes cerca de 100 pessoas, incluindo muitos homens, para troca de experiências. Também atuamos como preletoras no Retiro da SAF, na
O CECEP, que é uma Comissão permanente da Igreja Presbiteriana do Brasil, que dentre suas atribuições, tem como maior expoente de seu trabalho a Editora Cultura Cristã (ECC), também denominada Casa Edito-
mercado consumidor da CEP, e consequentemente o aumento do volume de vendas. Missionária, para que através do trabalho da APMT, a CEP também possa auxiliar o trabalho missionário”, explicou o vice-presidente do CE-
Fotos: Divulgação
IP de Moçambique
atividades entre a igreja do Brasil e a Igreja Presbiteriana de Angola (IPA), levou representantes da Confederação Nacional de SAF´s (CNSAF´s) e do Conselho de Educação Cristã e Publicações (CECEP) para o país africano. O grupo permaneceu por lá entre os dias 18
Mulheres da CNSAF´s e mulheres de Angola e Moçambique:
ao BP pela presidente da CNSAF´s, Anita Heloísa Chagas, a oportunidade foi singular. “Pudemos conhecer a realidade daquelas mulheres e compartilhar com elas um pouco do trabalho feminino que realizamos aqui no Brasil. Estivemos no South África and Brazil Women Fellowship,
IP do Farol, com participação efetiva de 187 mulheres representando doze igrejas (SAF’s). Compartilhamos sobre os projetos desenvolvidos pela CNSAF’s da IPB neste quadriênio, muitos dos quais poderão ser adequados e utilizados pelas irmãs africanas”, disse Anita.
ra Presbiteriana (CEP), também esteve presente na viagem missionária. O desafio proposto para o conselho era o de conhecer melhor as Igrejas Presbiterianas de Angola e Moçambique, com propósito de desenvolver uma parceria comercial e missionária. “Comercial, por poder ampliar o
CEP, presbítero Clodoaldo Furlan. Em Luanda (Angola) e Maputo (Moçambique), o vice-presidente da CECEP informou que foram feitas várias visitas à livrarias e instituições religiosas. “O objetivo foi o de iniciarmos um relacionamento de parceria da CEP nestes países”, informou Furlan.
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Moçambique Carência de literatura apropriada A Igreja Presbiteriana de Angola (IPA) tem 25 anos de existência, e aproximadamente 18 mil membros. A Constituição
troca de experiências
da IPA é uma adaptação da CI-IPB, pois foi baseado nela. “Os presbiterianos angolanos têm muito apreço pela IPB. Participamos de um culto em comemoração dos 25 anos da Confederação Sinodal de Jovens, pois sua estrutura de lideranças é praticamente a mesma da IPB”, destacou Furlan.
Uma das grandes deficiências apontadas Rev. Antonio Bento, Presidente do Sínodo Geral da IPA, é a dificuldade de formar pastores e ausência de literatura reformada. “Há carência de literatura de revistas de escolas dominicais, livros, bíblias e comentários bíblicos”, informou ele. Um grande anseio da IPA é a confecção de um hinário presbiteriano que possa ter, além das letras em português, as músicas também em kimbundu e mais dois dialetos muito falados nas diferentes regiões de Angola. Outro grande desafio é a composição da biblioteca do Seminário. Através do trabalho do Rev. Agripino pela APMT, a construção de um seminário é uma realidade para os nossos irmãos. “Simbolicamente, entregamos ao Rev. Antonio Bento, um exemplar das Institutas de João Calvino, mais cinco obras da CEP, como contribuição ao iníacio da tão sonhada e esperada biblioteca do futuro seminário. A IPA possui apenas 73 pastores e carece muito do investimento missionário que está sendo feito. Parabéns a APMT, ao Rev. Agripino, aos que têm ofertado
As diferenças culturais e sociais não impediram que angolanos e moçambicanos se identificassem com a IPB
e participado desse importante projeto da IPB junto a IPA”, comentou o presbítero Furlan. A Igreja Presbiteriana de
Moçambique (IPM) tem mais de 120 anos de existência, aproximadamente 40.000 membros, e é um grande marco histórico
naquele país. O atual Presidente de Moçambique, Armando Guebuza é membro da Igreja Pres>>
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PARCERIA biteriana do Khovo (IP Central de Maputo). O herói da independência de Moçambique, Eduardo Chivambo Mondlane, tem em seu histórico, o fato de ter sido educado em escola presbiteriana. A IPM também não dispõe de seminário próprio e anela por poder formar mais pastores, possui muitas propriedades, mas não conseguiu consumar este objetivo. “Esta igreja está em processo de conhecimento e aproximação por parte da IPB. Nossa expectativa junto a esta igreja é poder, através de nossa literatura reformada e o trabalho que poderá ser desenvolvido via APMT,
influenciar e abençoar grandemente os presbiterianos moçambicanos”, falou Furlan. Fizeram parte da caravana, as seguintes pessoas: CNSAF’s - Presidente Anita Eloísa Chagas, Vice-Presidente Norte Teresinha de Moraes Santana, Vice-Presidente Sul Niracy Henriques Bueno, Vice-Presidente CentroOeste Edicélia Tomaz Carneiro e a Tesoureira Maria da Paz Magalhães Sousa; APMT – Rev. Marcos Agripino, Rev Breno Prudente de Oliveira Júnior; Editora Cultura Cristã (Casa Editora Presbiteriana) - Pb Clodoaldo W. Furlan
Fotos: Divulgação
O Vice-presidente do CEP presbítero Clodoaldo Furlan, e líderes presbiterianos locais, Sibane e Tovela.
Mais sobre o trabalho da IPB em Angola • Uma das grandes carências de Angola é a capacitação dos pastores. Os que exercem a função não fizeram seminário. São, em sua grande maioria, pessoas amadurecidas na fé, mas que carecem de um ebasamento teológico e teórico para complemetar o serviço pastoral. Sabendo disso e no intuito de contribuir para o crescimento da Igreja Presbiteriana na África, a IPB estabeleceu uma parceria com os angolanos. Por meio de módulos de capacitação, pastores brasileiros têm se deslocado até a região para ministrar aulas para os pastores de lá. As aulas começaram este ano e, neste primeiro módulo, participaram 18 pastores e 22 presbíteros. Durante o mês de outubro, esteve ministrando aos angolanos, o Rev. Mauro Meister.
Um dos objetivos da viagem, foi estabelecer parcerias entre as livrarias de lá e a Casa Editora Presbiteriana
• Em agosto, a IPB entregou aos angolanos um cheque no valor de USD 54 mil – fruto de uma oferta espontânea de um irmão que não quer ser identificado. O dinheiro será usado para dar início a contrução de um seminário em Angola.
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A posição da IPB sobre a Lei das Religiões Milton Ribeiro
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o Brasil, desde o Decreto nº 119-A, de 7 de janeiro de 1890 vigora o regime jurídico de separação entre o Estado e as religiões. A ementa daquele Decreto é clara: “proíbe a intervenção da autoridade federal e dos Estados federados em matéria religiosa, consagra a plena liberdade de cultos, extingue o padroado e estabelece outras providências”. É nesse sentido que o texto de acordo com a Santa Sé, apresentado pelo Executivo brasileiro ao Congresso Nacional em 13 de março de 2009[i], e assinado no Vaticano em 13 de novembro de 2008, é inconstitucional e confronta a tradição republicana do Brasil, rompendo com os princípios mais básicos da cidadania, da justiça, da liberdade e da igualdade. Isto porque a proposta de acordo, se aprovada, e mesmo antes de qualquer análise ponto a ponto do texto em questão, viola a Constituição em seu Art. 19, alterando o regime jurídico estabelecido pela Constituição Federal de 1988,
mudando o regime de separação, ali consagrado no Art. 19, em conexão com o Art. 5º, para o regime de união. Ou seja, altera o que nem mesmo uma Proposta de Emenda Constitucional poderia fazer, ainda que respeitados os trâmites próprios, por se tratar de matéria relativa a cláusula pétrea da Constituição brasileira, qual seja, direitos e garantias individuais, em particular relativos à liberdade de consciência, de crença e de culto como insculpido no Art. 5º da Constituição Federal. Ou seja, a proposta de acordo ou concordata, perseguida pela Santa Sé e assinada pelo Executivo brasileiro em novembro de 2008, no Vaticano, coloca de forma dramática o tema da prioridade da Constituição brasileira sobre as relações exteriores. Historicamente, o Brasil republicano tem a tradição de separação entre Estado e religiões. Na Primeira República, o grau de separação adotado era aquele no qual o Estado e as religiões ignoramse mutuamente, sem se hostilizar, embora
no início da República houvesse certa tensão entre a Igreja Católica e o Estado, enquanto as demais denominações e religiões sentiam-se livres, pela primeira vez desde 1500. Com Getúlio Vargas começa o grau atenuado do regime jurídico de separação. A característica da separação atenuada é que há exceções, exatamente aquelas que permitem a “colaboração de interesse público”, mencionada no Art. 19; mas por se referir a dispositivo constitucional ligado a cláusula pétrea, qualquer exceção ao princípio da separação entre o Estado e as religiões deve estar inscrita na Constituição. Se não estiver inscrita na Constituição, não pode ser agregada, pois, como se sabe, toda exceção tem que ser interpretada restritivamente e não expansivamente. Assim nossa IPB coloca-se em posição contrária a esse acordo e a essa lei como segue-se na declaração do nosso presidente do Supremo Concilio. O Rev. Milton Ribeiro é o Presidente do Conselho Deliberativo da LPC, seu Diretor Executivo interino e e relator da Comissão Especial da CE/IPB que analisou o Projeto de Lei 160/2009 “Lei das Religiões
Leia, abaixo, o documento oficial da IPB referente a esse assunto A IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL, representada pelo Presidente do seu Supremo Concílio, diante do momento atual, em que forças organizadas da sociedade manifestam sua preocupação pela aprovação do texto do Acordo que vem labutar contra a laicidade do Estado Brasileiro e cercear a liberdade religiosa através de manifesta preferência e concessão à Igreja Católica Apostólica Romana de privilégios por parte do Estado Brasileiro, em face dos termos do Acordo entre a República Federativa do Brasil e a Santa Sé, firmado no dia 13 de novembro de 2008, vem a público, considerando que: I. - O Vaticano, embora um Estado Soberano e Pessoa Jurídica de Direito Público Internacional, é a sede politica e administrativa da religião Católica Apostólica Romana e, portanto, um Estado Teocrático. Todo acordo entre Ele e o Brasil que contemple matéria envolvendo assuntos referentes à dimensão da fé e não a assuntos temporais agride o princípio da separação entre Estado e Igreja, que é uma conquista obtida pela >>
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LEGISLAÇÃO
nação brasileira e se constitui na base da nossa República; II. - Para Igreja Católica Apostólica Romana, as demais religiões e seus ritos próprios são apenas “elementos de religiosidade” preparatórios ao cristianismo verdadeiro, do qual ela é exclusiva detentora: “Com efeito, algumas orações e ritos das outras religiões podem assumir um papel de preparação ao Evangelho, enquanto ocasiões ou pedagogias que estimulam os corações dos homens a se abrirem à ação de Deus. Não se lhes pode, porém atribuir à origem divina nem a eficácia salvífica ex opere operato, própria dos sacramentos cristãos. LARAÇÃO “DOMINUS IESUS” SOBRE A UNICIDADE E A UNIVERSALIDADE SALVÍFICA DE JESUS CRISTO E DA IGREJA);
Igreja Católica Apostólica Romana. O ACORDO, portanto, é INCONSTITUCIONAL e não pode prosperar num Estado Democrático de Direito, pois fere a cláusula pétrea da Constituição da República no caput do Artigo 5º, ou seja, o princípio Constitucional da ISONOMIA; V. - Que o referido Acordo Internacional nos artigos 7º, 10º e, principalmente, 14º, impõe DEVERES ao Estado Brasileiro para com a Igreja Católica Apostólica Romana nos planejamentos urbanos a serem estabelecidos no respectivo PLANO DIRETOR, que deverá ter espaços destinados a fins religiosos de ação da Igreja Católica Apostólica Romana, contemplando a referida Igreja com destinação de patrimônio imobiliário;
III. - A identidade jurídica peculiar do Vaticano, a apresentar-se ora como Estado, ora como Religião, facilita a tentativa de ingerência e pode confundir administradores sobre os limites das concessões, quando tratam de assuntos que transcendem aqueles meramente administrativos e temporais. E, por ser o Vaticano um Estado, não pode impor ao Estado Brasileiro a aceitação de sua religião e da Igreja que representa para a obtenção de privilégios e vantagens diferenciadas;
VI. - O termo católico após a expressão “ensino religioso”, contido no Acordo, afronta a previsão do § 1º do artigo 210 da Constituição da República, que preceitua: “O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental”. O Acordo com a Santa Sé consignou no § 1º do artigo 11 que: “O ensino religioso, católico e de outras confissões religiosas, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental...”. Trata-se de evidente discriminação religiosa;
IV. - É inegável que tal Acordo é flagrantemente inconstitucional, pois fere a Constituição da República, que destaca em seu artigo 19: “É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-las, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; (..); III – criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si”. Ora, o Estado do Vaticano é o REPRESENTANTE da
VII. – a aprovação pelo Congresso Nacional do referido Acordo, conferiu privilégios históricos à Igreja Católica Apostólica Romana em nosso País reconhecendo-os como direitos, constituindo norma legal, uma vez que acordos internacionais, conforme a Constituição de 1988, têm força de lei para todos os fins. Aquilo que a história legou, a cultura vem transformando e o Direito não pode aceitar por consolidar dissídio na sociedade brasileira, que tem convivido de forma tolerante com o legado, mas não o admitirá como imposição contrária ao direito à
liberdade de consciência, de crença e de culto, amparado pela Carta Magna e pelo Direito Internacional; VIII. - De igual forma, o Projeto de Lei n.º 5.598/2009 e o PLS 160/2009 denominado “Lei Geral das Religiões”, já aprovado pela Câmara Federal e pelo Senado, mero espelho do Acordo, incorre nos mesmos equívocos de inconstitucionalidade e desprezo à laicidade do Estado Brasileiro, estendendo as pretensões da Igreja Católica Apostólica Romana a todos os demais credos religiosos. O nivelamento no tratamento pelo Estado às religiões não pode ser amparado por fundamentos manifestamente inconstitucionais que agridem a soberania do Brasil e retrocede-nos ao indesejável modelo do “padroado” no Império. Ante o exposto, em consonância com a Palavra de Deus, sua única regra de fé e prática, e com a sua doutrina, a IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL manifesta-se contra a aprovação do Congresso Nacional do referido Acordo Internacional ou de qualquer norma legal que privilegie determinada religião/denominação em detrimento de outras; não considerando a cidadania dos ateus e agnósticos também presentes no Brasil, consagrando ingerência de Estado Estrangeiro sobre o Estado Brasileiro e afrontando a separação entre o Estado e a Igreja, preservada em todas as Cartas Constitucionais da República Brasileira. A IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL reitera sua submissão e intercessão em favor das autoridades constituídas, mas não abre mão de seu ministério profético nesta geração a denunciar todo e qualquer desvio contrário ao Estado de Direito e à Lei de Deus. Brasília – DF, outubro de 2009. Rev. Roberto Brasileiro Silva Presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil