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O Jornal Brasil Presbiteriano é um órgão oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Ano 50 nº 647 – Setembro de 2008

Fotos: Divulgação

Além da cura Quem são e o que fazem os capelães nos hospitais Páginas 10 e 11

Casa do Aconchego já está de portas abertas

Festa em Limeira reúne centenas de presbiterianos

Venturosa recebe sua primeira IP

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Brasil Presbiteriano

Setembro de 2008

Editorial

A base de tudo A

comemoração do Dia da Escola Dominical nos remete à iniciativa histórica de Robert Raikes. Ela nasceu do seu desejo de alcançar as crianças pobres que vadiavam aos domingos pelas ruas de Gloucester, na Inglaterra. Tentativas anteriores já haviam sido empreendidas por outros, mas sem o mesmo sucesso. Conforme contou a John Wesley, Hannah Ball iniciara um trabalho com crianças em High Wycombe, em 1769. As reuniões ocorriam aos domingos e segundas. Em julho de 1780, a primeira Escola Dominical reuniu-se no único dia em que as crianças não trabalhavam. No princípio, apenas a Bíblia era usada como texto, mas o próprio Raikes providenciou outros materiais e, muito cedo, bons resultados eram observados no crescente número de crianças alcançadas e na positiva diferença que a escola fez para eles e para o país. A abordagem de Raikes se apoiava na integração das necessidades espirituais e sociais. Com a ênfase da Escola Dominical no ensino da Bíblia, após

os estudos as crianças eram encaminhadas às igrejas para aprender o catecismo. Tal distinção e o fato de a Escola Dominical haver começado como uma organização de leigos resultaram que nos primeiros anos de seu desenvolvimento a Escola Dominical não contou com o apoio das denominações. Porém, após algum tempo, as igrejas adotaram o movimento, deramlhe orientação doutrinária e passaram a alcançar crianças e adultos de diferentes níveis sociais, e não apenas crianças carentes. Na verdade, novas necessidades foram contempladas pelas igrejas nessa nova fase. Trazida para o Novo Mundo inicialmente por dedicados grupos cristãos, a Escola Dominical foi largamente promovida por seguidores de John Wesley. Nos Estados Unidos, sua ênfase educacional foi expandida para preencher o vácuo educacional existente antes do estabelecimento da educação pública. Segundo Richard Osmer, uma escola que “oferecia tanto a educação geral quanto a cristã” e a escola paroquial que se desenvolveu a partir daí

foram uma terceira forma de Educação Cristã que serviu a comunidade antes de a escola particular tornar-se uma realidade (Osmer, Richard Robert. The Teaching Ministry of Congregations. Louisville, KY: Westminster John Knox Press, 2005, pág.80). Com o desenvolvimento da escola particular, porém, a Escola Dominical tornou-se uma agência da igreja para o ensino de seus membros, embora suas primitivas raízes não eclesiásticas pudessem ainda ser traçadas na preocupação evangelística demonstrada por muitos de seus líderes. A história da Primeira Igreja Presbiteriana de Princeton, mencionada por Osmer no livro citado, apresenta uma pequena parte da transição do antigo modelo para o novo naquela congregação – isto é, da instrução baseada no catecismo para a Escola Dominical – e fornece uma idéia do que ocorreu na América do Norte naquela época. O modelo antigo — “comum à maioria das igrejas presbiterianas naquele tempo” —, foi estabelecido em Princeton pelo Rev. Samuel Snowden em 1795.

Segundo Osmer, os arquivos da igreja informam que aquele modelo consistia em “um sistema de instrução privada e de visitação às famílias, com a catequese sendo conduzida nas casas, nas diferentes áreas da congregação, acompanhada de preleção em cada lugar, conforme exigisse a ocasião”. Osmer informa que “esse modelo de Educação Cristã resultou da Reforma do século 16 e foi trazido para as colônias americanas pelos puritanos e outros imigrantes da Europa”: 1) o batismo de crianças, que incluía a promessa feita pelos pais de instruir seus filhos no lar; (2) instrução das crianças no Breve Catecismo de Westminster pelos pais e pastor ou presbíteros, por ocasião da visitação aos lares; e (3) classes especiais de catecismo para jovens que atingiam a idade do discernimento, culminando em seu exame anterior à sua admissão à Ceia do Senhor. Esse sistema foi mais tarde melhor e mais completamente organizado, mas no século 19 foi estabelecida a Escola Dominical, “uma segunda forma de Educação Cristã”.

EXPE­DIEN­TE

Assinaturas

Brasil PRES­BI­TE­RIA­NO

Órgão Oficial da

Ano 50, nº 647 – Setembro de 2008

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Conselho Editorial: Anízio Alves Borges, Cláudio Marra (supervisão) Hermisten Maia Pereira da Costa Jader Borges Filho Misael Nascimento Valdeci da Silva Santos

Uma Associação de Escolas do Sabbath foi formada em Princeton em 1815, e, por volta de 1818, uma Escola Dominical já fora afiliada à Primeira Igreja. Outras igrejas locais e outras denominações levaram mais ou menos tempo para aceitar a inovação. Desde Wesley, no século anterior, os metodistas já a haviam adotado com entusiasmo; os batistas os acompanharam pouco depois e os presbiterianos, agora sob influência do movimento reavivalista, adotaram também o novo modelo. Inovação. Isso mesmo. Com essa fama chegou a Escola Dominical aos nossos arraiais. Foi recebida com relutância por muitos e mesmo rejeitada por outros. Ao celebrarmos o Dia da Escola Dominical, portanto, o que faremos melhor não será defendê-la como elemento inseparável da cultura e da história presbiteriana, o que por séculos ela não foi, mas avaliá-la e aprimorá-la para que ela cumpra seu papel para a edificação da igreja, a evangelização dos ainda não alcançados e, sobretudo, para a glória de Deus.

Uma publicação do Conselho de Educação Cristã e Publicações

Edição e textos: Raquel Magalhães ES - 01149/JP E-mail: bp@cep.org.br  Diagramação: Aristides Neto Impressão: Folhagráfica

Para qualquer assunto relacionado a assinaturas e distribuição do BP, entre em contato com a Casa Editora Presbiteriana. (11) 3207-7099/3207-7092 cep@cep.org.br Rua Miguel Teles Junior, 394 Cambuci CEP 01540-040 - São Paulo


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Documentos da História da IPB

IV. Os Companheiros de Simonton Alderi Souza de Matos

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ev. Alexander L. Blackford Dois meses após a organização da Igreja do Rio de Janeiro (12.01.1862), o Rev. Simonton seguiu para os Estados Unidos, lá permanecendo por um ano e quatro meses. Foi substituído pelo colega e cunhado Alexander Latimer Blackford, que havia chegado ao Brasil em julho de 1860. Em janeiro de 1862, Blackford enviou ao periódico The Foreign Missionary, o interessante relato de uma viagem à Província de Minas Gerais (Juiz de Fora, Barbacena e São João Del Rei). No final, ele afirmou: “No momento, a conveniência de qualquer esforço especial, localizado ou permanente nesta região não parece óbvia. Existem numerosos outros locais que, parece-me, deveriam ser ocupados antes. A distribuição da Bíblia, onde pode ser feita, parece-me desejável como trabalho inicial. Por vezes eu havia quase duvidado dessa medida, mas os fatos parecem favorecê-la como regra. Quando o trabalho missionário começar a mostrar frutos aqui, creio que seu desenvolvimento será rápido... Onde quer que a palavra escrita é difundida, o Espírito de Deus pode torná-la o poder de Deus e a sabedoria de Deus para a salvação. É o poder do Espírito Santo que agora é necessário para mover e preparar os corações dos homens e selar sua verdade para a salvação. À medida que aumentar nossa familiaridade com o país, confio que se multiplicarão tanto os meios como as oportunidades de exercer influência”.

Rev. Francis J. C. Schneider Em março de 1862, Francis Schneider, um novo missionário que havia chegado no final do ano anterior, escreveu da cidade de Limeira (SP) ao mesmo periódico, relatando sua viagem desde o Rio de Janeiro, passando por Santos, São Paulo e Campinas. Ele ficou impressionado com certas características dos nacionais: “Indolência, falta de energia e aversão a qualquer tipo de esforço é a carac-

ele. Do Dia do Senhor, nada sabem, exceto como um dia para beber, ir à cidade para trocar ou vender cavalos e visitar a taverna. Eles acreditam que seus filhos devem ser batizados, mas não têm nenhuma idéia certa do que é o batismo, crendo que não faz diferença quem os batiza, se um sacerdote católico ou um ministro protestante. Muitos estão ansiosos em participar da Ceia do Senhor e alguns me pediram para ministrála, mas parece-me que con-

Rev. Robert R. Kalley. Pires declarou: “Ali pela primeira vez eu participei da ceia no Brasil, e considerei um especial e rico privilégio sentar à mesa do Senhor sob a ministração daquele servo de Deus que foi o primeiro a atacar o Portugal romano, que pode com propriedade ser chamado o Apóstolo da Madeira, que foi o primeiro a se estabelecer no Brasil e que é o pai em Cristo dos cristãos portugueses, que têm para com ele uma dívida que nunca poderão pagar”.

Fotos: Divulgação

terística principal de quase todos os brasileiros”. Sobre a religião oficial, afirmou: “A religião romana perdeu quase toda a influência sobre o povo e, se não fosse pelo fato de que o batismo ministrado por um sacerdote é necessário para progredir seja na vida civil ou militar, creio que até isso seria rapidamente negligenciado por muitos”. Schneider também ficou decepcionado com os imigrantes alemães que encontrou no interior da província: “[Eles] sabem alguma coisa de religião, mas consiste quase inteiramente de idéias muito rudimentares. Eles sabem que existe um Deus, mas nada sabem dos nossos deveres para com

sideram a mera participação como se fosse um ato mediante o qual seus pecados serão perdoados e será adquirido o direito ao céu”. Rev. Emanuel N. Pires Em agosto de 1866 chegou ao Brasil um missionário de origem portuguesa, Emanuel Pires. Algum tempo depois, ele enviou a The Foreign Missionary um relato sob o título “Meu primeiro domingo de comunhão no Brasil”. No dia 2 de setembro, depois de participar de um culto dirigido por Simonton, “todo na língua portuguesa, que ele fala fluentemente”, ele assistiu a um segundo culto na Igreja Evangélica Fluminense, do

Um apelo insistente Onze anos mais tarde, em 1877, o Rev. Blackford publicou um livreto intitulado “Esboço da Missão no Brasil”, relatando à igreja norte-americana o trabalho feito até então. Nos parágrafos finais, ele declarou: “Uma porta efetiva está aberta para o evangelho no Brasil. Esse país deve ser evangelizado dentro dos próximos dez anos. Ele pode ser, e o será, se a Igreja se levantar e cumprir o seu dever. O Senhor foi adiante e preparou maravilhosamente o

caminho. Não há tempo para enumerar os lugares importantes a serem ocupados ou para falar dos numerosos e urgentes apelos para ir e pregar, enviados muitas vezes de lugares distantes em que uma Bíblia, um livro, um folheto ou uma Imprensa Evangélica falou da Palavra ou do trabalho, mas onde nenhum pregador vivo jamais foi e onde – ai de nós! – não temos nenhum para enviar. Numa população assim pronta e ansiosamente esperando pelo Evangelho, há um ministro evangélico para cada 500.000 almas, ao passo que nos Estados Unidos há um para cerca de 750. Este país tem muito grandes e importantes relações comerciais com o Brasil. O Mestre favoreceu grandemente a Igreja Presbiteriana destes Estados Unidos, dandolhe até agora o privilégio quase exclusivo de pregar o evangelho àquele interessante povo. Como ela responderá a esse chamado providencial? Irmãos, suas orações, seus filhos e filhas, e seu ouro e prata são necessários para esse trabalho. Existem 16 igrejas organizadas ligadas à nossa Missão, com uma membresia conjunta de 668 pessoas, e 4 igrejas ligadas à Missão da Igreja do Sul”. O Rev. Alderi Souza de Matos é pastor presbiteriano e historiador oficial da IPB. E-mail: asdm@mackenzie. com.br


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Liberdade

Como tirar proveito dessa importante ferramenta da mente humana

A preparação docente e o uso da imaginação Wilson do Amaral Filho

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uitas pessoas vieram a conhecer o escritor C. S Lewis, a partir de uma aventura de sua autoria, “As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa”, veiculada mundialmente pelo cinema. Já nos círculos cristãos, Lewis é apreciado há bastante tempo por outro lado seu, o de vigoroso defensor da fé cristã, pelo qual ganhou o título de “apóstolo dos céticos”, porque se diz que até mesmo aqueles que discordam dele o respeitam. Como filósofo cristão, Lewis teria sucesso suficiente para dedicar-se completamente à Filosofia, à Literatura Medieval e à Apologética. Entretanto, observa-se em sua biografia que ao lado de verdadeiros tesouros de argumentação a favor do Cristianismo, encontram-se fábulas infantis que alçam vôos até às figuras mitológicas, aos animais que falam, e ao bem – representado pelo leão Aslam – que vence o mal. Há muitos exemplos, como o dele, de pessoas que ao mesmo tempo dedicam-se arduamente à tarefa de entender, refletir, escrever e ensinar o que é complexo, mas que igualmente se dedicam à prosa, à poesia, à música e a outras

artes, e para isso usam sua imaginação. O dicionário Aurélio define imaginação como sendo: “1. Faculdade que tem o espírito de representar imagens; fantasia. 2. Faculdade de evocar imagens de objetos que já foram percebi-

A literatura bíblica mostra os dois lados da imaginação. Negativamente, os povos se guiam por ela e se consideram autônomos em relação a Deus, criando para si deuses de acordo com sua imaginação (Is 44.9-20). Positivamente, está presente tanto na obra

personagens bíblicos em situações que podem ter explorado sua imaginação. Imagine rápido: Como reagiu a imaginação de Adão ao dar nomes aos animais? Como terá sido a “visão da arca” para Noé, à medida que Deus a descrevia? Como terá sido a ‘visão do Fotos: Divulgação

o salmista evoca a história de Arão, o primeiro sumo sacerdote de Israel, sobre quem o óleo da unção foi derramado, espalhando-se por sobre a cabeça, chegando à barba e depois às vestes sacerdotais; ao mesmo tempo o salmista conduz os leitores a um passeio pelo monte Hermom, a fim de que assistam, mentalmente, o degelo do cume gelado e imaginem a irrigação abençoadora das terras adjacentes e do fluir do rio Jordão até o sul de Israel. Percebese que as lições deste salmo são facilitadas pelo uso da imaginação. Há muitas proposições imaginativas mais em vários livros bíblicos, extraídas do cotidiano e expressas nas Escrituras na forma de figuras de linguagem. O Senhor Jesus, o mestre por excelência, utilizou-as, referindose ao cotidiano para ensinar verdades espirituais, e explorou constantemente a

Como terá sido a “visão da arca” para Noé, à medida que Deus a descrevia?

dos; imaginação reprodutora. 3. Faculdade de formar imagens de objetos que não foram percebidos, ou de realizar novas combinações de imagens. 4. Faculdade de criar mediante a combinação de idéias. 5. A coisa imaginada. 6. Criação, invenção...”.

criada quanto no relacionamento de Deus para com seus filhos, e à disposição de quantos queiram utilizála para bem, como parte da constituição do ser humano. Do ponto de vista do ensino, é comum encontrar

tabernáculo’ para Moisés, antes que Deus lhe mostrasse o modelo? Os livros poéticos também laboram na imaginação. Quem lê o Salmo 133 apreende a excelência da união entre os irmãos. Para maior brilho de sua mensagem,

C.S. Lewis (1898 - 1963) é autor de “As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa”


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Os nossos atuais mestres devem se apropriar e utilizar da imaginação em sua atividade docente, voltando, se necessário, aos tempos de infância para resgatar o que se perdeu

imaginação de seus ouvintes. Paulo se utilizou das figuras do soldado, do atleta e do lavrador para suscitar em Timóteo um espírito concentrado na luta missionária, dentro das normas e a dignidade de recolher os primeiros frutos. A imaginação, tão própria da infância dos seres humanos e que se esvai até quase tornar-se obsoleta no estado adulto, felizmente insiste em permanecer em alguns. Os mestres da igreja precisam estar entre esses privilegiados, porque, obviamente, um dos recursos mais eficazes do ensino se apresenta no uso da imaginação, como

recurso de comunicação do conhecimento. Entretanto, deve-se recordar a todos quantos ensinam que a imaginação é subalterna do embasamento bíblico-doutrinário. É instrumento de comunicação e não fonte de autoridade. É facilitadora do conhecimento e do relacionamento docente-discente, mas não é princípio doutrinário. Não se pode basear o ensino bíblico na imaginação do professor ou do aluno, porque desse “atalho” freqüentemente surgem as heresias. Antes de tudo, aqueles que se dedicam ao ensino devem labutar no próprio conheci-

mento bíblico, para depois utilizarem sua imaginação no processo de implementar suas aulas. Aqueles que ensinam crianças sabem como é importante “entrar no mundo” da criança, para ensiná-la nas verdades bíblicas, sem ridicularizá-la acerca de sua cosmovisão. Aqueles que tratam com adolescentes precisam compreender as múltiplas transições vividas por eles e ajudá-los, de maneira criativa, a confiarem sua vida a Deus. Jovens e adultos devem ser biblicamente instruídos, mas também estimulados a vôos imaginativos, como parte do

trabalho holístico de formação dos filhos de Deus. Como (re)descobrir a imaginação sadia nos professores? Além de leituras especializadas em Bíblia, teologia e nos assuntos veiculados pela lição, vale a pena ler textos que descrevam a vida diária dos tempos bíblicos e suas peculiaridades; ler bons livros; permitir-se ser infantil de vez em quando; contar histórias; brincar mais; conviver com toda sorte de situações legítimas. Todas essas atividades certamente encaminharão o raciocínio dos professores ao que pode trazer maior criatividade e

espontaneidade à aula. C. S. Lewis, do alto de sua capacidade apologética, apresentou-se ao mundo também como contador de histórias. Não perdeu no curso da vida aquilo que cultivou na infância – a imaginação. Os mestres bíblicos do nosso tempo devem se apropriar e utilizar da imaginação em sua atividade docente, como parte de sua própria formação, voltando, se necessário, aos tempos de infância para resgatar o que se perdeu. O Rev. Wilson do Amaral Filho é pastor presbiteriano, Professor de TS na Escola Superior de Teologia do Mackenzie.


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Artigo

A origem da Escola Dominical no Brasil Hermisten M. P. da Costa

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uando os primeiros missionários protestantes começaram a chegar ao Brasil, o movimento das Escolas Dominicais já estava firmado na Inglaterra, tendo também se tornado muito forte nos Estados Unidos. Isso explica, parcialmente, o porquê desse trabalho ser logo implantado em nosso território, muitas vezes, até mesmo antes de se estabelecer formalmente o culto público. Vejamos então, como a Escola Dominical surgiu no Brasil. No dia 28 de junho de 1835 embarca, em Baltimore, nos Estados Unidos, rumo ao Brasil, o Rev. Fountain E. Pitts, que chegaria ao Rio de janeiro em 19 de agosto de 1835, permanecendo ali durante alguns meses, viajando em seguida para Montevidéu, e, depois de algumas semanas, tomou o vapor para Buenos Aires, que era o objetivo final de sua vinda. O Rev. Pitts, entusiasmado com as perspectivas do trabalho evangélico, deu um parecer favorável à implantação de uma missão Metodista no Brasil. No dia 2 de setembro de 1835, ele escreve ao secretário correspondente da Sociedade Missionária da Igreja Metodista Episcopal (IME): “Estou nesta cidade (Rio de Janeiro) há duas semanas e lamento que minha permanência seja necessariamente breve. Creio que uma porta oportuna para a pregação do Evangelho está aberta neste vasto império. Os privilégios

religiosos permitidos pelo governo do Brasil são muito mais tolerantes do que eu esperava achar em um país católico (...). Já realizei diversas reuniões e preguei oito vezes em diferentes residências onde fui respeitosamente convidado e bondosamente recebido pelo bom povo....”. (Carta In: Duncan A. Reily, História Documental do Protestantismo no Brasil, São Paulo: ASTE., 1984, p. 81-82) Na seqüência, Pitts opina sobre o caráter e a experiência daquele que deverá ser enviado como missionário... “....Nosso pequeno grupo de metodistas precisará muito de um cristão experimentado para conduzi-lo; no entanto, eles estão decididos a se unirem e a se ajudarem mutuamente no desenvolvimento da salvação de suas almas (...). O missionário a ser enviado para cá deve vir imediatamente e iniciar o estudo do idioma português sem demo-

ra....”. (Carta In: Duncan A. Reily, História Documental do Protestantismo no Brasil, p. 82). As sugestões de Pitts são aceitas. No dia 29 de abril de 1836 desembarca no Rio de Janeiro, proveniente de New York, o missionário, Rev. Justin Spaulding, acompanhado de sua esposa, o

A primeira Escola Dominical no Brasil, dirigida em português, foi organizada no dia 01 de maio de 1836.

filhinho Levi e sua empregada. Spaulding demonstrou ser muito empreendedor no seu trabalho. Em carta ao secretário da IME, datada de 5/5/1836, menciona que já organizara uma pequena

escola dominical com o grupo de metodistas que o Rev. Pitts reunira. Posteriormente, em relatório ao secretário correspondente da IME, datado de 01/9/1836, acentua: “.... Conseguimos organizar uma escola dominical, denominada Escola Dominical Missionária Sul-Americana, auxiliar da União das Escolas Dominicais da Igreja Metodista Episcopal... Mais de 40 crianças e jovens se tornaram interessados nela (...). Está dividida em oito classes com quatro professores e quatro professoras. Nós nos reunimos às 16:30 aos domingos. Temos duas classes de pretos, uma fala inglês, a outra português. Atualmente parecem muito interessados e ansiosos por aprender....” (Carta In: Duncan A. Reily, História Documental do Protestantismo no Brasil, p. 83-84) Dessa forma, baseados nos documentos que temos, podemos afirmar que a pri-

meira Escola Dominical no Brasil dirigida em português foi organizada no dia 01 de maio de 1836. O trabalho Metodista, ainda que tendo sido bem iniciado, teve curta duração: a missão metodista, por diversas razões, encerrou as suas atividades no Brasil em 1841. Neste mesmo ano ou em 1842, o Rev. Spaulding retornou aos Estados Unidos. A missão Metodista só teria o seu reinício definitivo no Brasil em 05/08/1867, com a chegada do Rev. Junius Eastham Newman (18191895) no Rio de Janeiro. Em abril de 1869, Newman mudou-se para o interior de São Paulo, Saltinho, trabalhando entre os colonos americanos. Ali, junto com os imigrantes de Santa Bárbara, organizou no terceiro domingo de agosto de 1871, a Primeira Igreja Metodista do Brasil, com cultos em inglês. No entanto, o trabalho metodista só receberia convertidos brasileiros em 9 de março de 1879, no Rio de Janeiro. O Bispo John C. Granbery, da Igreja Metodista Episcopal do Sul, desembarcou no Rio de Janeiro, sob uma “chuva fria”, no dia 4 de julho de 1886, fazendo então, a primeira visita episcopal metodista ao Brasil. Em 15/09/1886, organizou a primeira conferência anual metodista na Igreja Metodista do Catete, inaugurando o templo em 05/09/1886, dias antes da Conferência. Rev. Hermisten M. P. da Costa Integra a Equipe de Pastores da I.P. em São Bernardo do Campo. SP. Professor de Teologia Sistemática no Seminário Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição, São Paulo, SP.


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Desafio Artigo

A importância do Discipulado no Ministério Valdeci da Silva Santos

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que um pastor deveria fazer se descobrisse que só teria três anos a mais de ministério? A resposta a essa questão certamente varia de acordo com a prioridade de cada um. Ao descobrir que teriam um tempo tão curto de ministério alguns pastores poderiam decidir em prol da diminuição do ritmo de trabalho, pois afinal, o ministério é, de fato, muito exigente. Outros, talvez, optassem por escrever um livro relatando suas experiências ministeriais, acompanhadas de conselhos para pastores mais jovens. Também não faltariam aqueles que continuariam a fazer o que sempre fizeram. Com exceção de alguns lamentos, essa descoberta não traria grandes mudanças ao ministério de alguns pastores. Porém, na busca por uma resposta mais adequada há que se atentar para o exemplo do Supremo Pastor. David E. Kornfield lembra que Jesus teve que considerar essa questão desde o início do seu ministério, pois o seu tempo na terra seria limitado. Diferente das alternativas propostas acima, Jesus decidiu “fazer discípulos”, entendendo que sua mensagem seria propagada por meio de seus seguidores. Embora a relevância do discipulado no ministério pastoral seja defendida por muitos, a observação revela que poucos têm de fato praticado esse método. Esta carência talvez se deva ao fato de alguns pensarem que já estão desenvolvendo discipulados satisfatórios em seus ministérios quando de fato estão apenas no trabalho de “manutenção”. O fato dos membros da igreja atenderem regularmente às programações dominicais, dos pastores zelarem pela qualidade do ensino na Escola Dominical e pelo estudo doutrinário durante a semana já constitui, para alguns,

na prática do discipulado. Outros entendem o discipulado como um curso especial de preparação de líderes a ser oferecido durante um curto espaço de tempo. Há ainda aqueles que identificam o discipulado como um período preparatório para o batismo e profissão de fé de novos convertidos. Uma vez realizadas as cerimônias, cada crente é deixado para obter a maturidade por si mesmo. Não faltam ainda alguns que entendem o discipulado como uma estratégia muiltiplicadora de seguidores pessoais, reproduzindo assim suas características pessoais no ministério de outros. Contudo, um estudo sobre o assunto na Bíblia revela que o mesmo não é meramente um programa, mas um estilo ministerial.

Jesus decidiu “fazer discípulos”, entendendo que sua mensagem seria propagada por meio de seus seguidores.

O próprio Jesus deixou claro na Grande Comissão (Mt 28.18-20) que a prática do discipulado é um mandamento e não uma sugestão. Na verdade, a existência da igreja neste mundo está vinculada a essa prática, pois Aquele que garantiu sua presença contínua com os seus discípulos ordenou que os mesmos fizessem discípulos de todas as nações até o seu retorno. Por isto, a Comissão é grande em propósito, extensão geográfica, extensão temporal e acompanhada de grande autoridade. O que poucos percebem é que ela também é grande em seu objetivo multiplicador, pois o colégio apostólico deveria se multiplicar em uma igreja e isso

se daria por meio da prática do discipulado. Dessa forma, o discipulado cristão encontra-se no cerne da Grande Comissão. Uma das principais razões para a ausência do discipulado no ministério pastoral é que muitos realmente não sabem como praticá-lo. Como já foi observado, alguns confundem o exercício do discipulado com muitas outras atividades que não correspondem à natureza do mesmo. Segundo as Escrituras, discipular alguém envolve relacionamento contínuo, pois Jesus chamou os seus discípulos “para estarem com ele” (Mc 3.14). Todavia, esse relacionamento não deve ser confundido com um simples convívio, pois quando Jesus chamou os seus discípulos para si, ele o fez com o propósito de enviá-los a pregar. Da mesma forma, Paulo exorta Timóteo a transmitir o que havia recebido do apóstolo a homens fieis e idôneos para instruir a outros (2Tm 2.2). Nesse processo, o discipulador deve discernir entre aqueles que são aptos para, uma vez instruídos, ensinar também a outros. O ponto a ser enfatizado é que essa prática não precisa ser tão complexa como alguns propõem. Na verdade, o material para o discipulado é o próprio ensino das Escrituras. O alvo para o mesmo é o crescimento espiritual a ponto de o discípulo ser capaz de transmitir o evangelho a outros. O melhor método parece ser não apenas o ensino verbal, mas o exemplo de um cristianismo que é praticado diariamente e não apenas confessado dominicalmente (1Co 11.1). A primeira coisa a ser estabelecida à prática do discipulado no ministério pastoral é que ministro deve estar pessoalmente envolvido com o mesmo. Pregar sobre discipulado ou incentivar outros a fazê-lo sem, contudo, praticálo é consolidar um ministério incoerente e teórico. Ambos são

prejudiciais tanto ao pastor como ao rebanho. Todavia, alguns, talvez precisem de diretrizes práticas para começar o discipulado com alguém. Embora este artigo se dirija especialmente a pastores, as diretrizes aqui apresentadas podem ser seguidas por qualquer pessoa que deseje comprometer-se com a prática do discipulado. Em pri-

Uma das principais razões para a ausência do discipulado no ministério pastoral é que muitos realmente não sabem como praticá-lo. meiro lugar, deve-se identificar o possível candidato, o que deve ser feito mediante oração e a observação das características estabelecidas por Paulo a Timóteo (2Tm 2.2). Em segundo lugar, o pastor pode propor uma série de encontros entre três a quatro semanas a fim de fazer uma avaliação do processo e decidir pelo progresso ou aborto do mesmo. Após os primeiros encontros o discipulador poderá decidir por onde começar a instrução. Nesse aspecto deve-se diferenciar discipulado de aconselhamento pastoral, pois embora alguns problemas de ambos sejam tratados à luz das Escrituras, o objetivo dos encontros não é primariamente solucionar problemas pessoais, mas equipar discípulos para o avanço do reino. Em terceiro lugar, há que se lembrar sempre que nunca é recomendável discipular alguém do sexo oposto, exceto quando devidamente acompanhado pelo cônjuge. O problema é que relacionamentos geram intimidades, essas, por sua vez, podem acabar

em dependências emocionais e o fim pode ser desastroso. No discipulado, o relacionamento desenvolvido não deve ser apenas “aluno-professor”, mas sobretudo de amigos e irmãos em Cristo. Em quarto lugar, o tempo utilizado com a pessoa a ser discipulada pode incluir orações, estudo das Escrituras, avaliações mútuas, prestação de contas e outras coisas. Em quinto lugar, o discipulador deve, gradativamente, compartilhar atividades com o discípulo a fim de avaliar não apenas seu conhecimento, mas também o seu comportamento cristão e sua seriedade frente às responsabilidades recebidas. Há muitas outras diretrizes úteis nesse processo, mas as cinco apresentadas são suficientes para um início do mesmo. Finalmente, há que se atentar para o fato de que o discipulado é altamente relevante no contexto do ministério urbano. Uma das características dos centros urbanos, claramente reconhecida por missiólogos, sociólogos e antropólogos é a anonímia social, ou seja, a solidão, a falta de relacionamentos profundos e significativos. Na cidade, todos parecem “esbarrar” uns nos outros, mas poucos são aqueles que conseguem desenvolver proximidade com outros. Dessa forma, uma estratégia que atenda as necessidades comuns do contexto urbano pode ser significantemente eficaz. Além do mais, essa parece ter sido a estratégia utilizada por Paulo em seu ministério urbano, pois em cada cidade ele cuidava de “fazer discípulos” (At 14.21 e 18.23). Um ministro comprometido com o discipulado pode modelar para sua igreja uma estrutura de ministério que é bíblica, eficiente e altamente favorável ao contexto urbano. O alvo de um ministério discipulador é que cada membro da igreja realmente desempenhe sua função como missionário de Cristo na sociedade.


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Crescimento Artigo

Espírito Santo ganha novo presbitério Nagil da Penha Siqueira

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Estado do Espírito Santo possui mais um Presbitério. Em reunião extraordinária no dia 14 de junho, o Sínodo Central Espiritossantense deliberou sobre o desdobramento do Presbitério Central do Espírito Santo (PCES) e criou o Presbitério Centro Capixaba (PRCC), que compreende as igrejas do município da Serra. Fazem parte do Presbitério Centro Capixaba as igrejas Presbiteriana de Barcelona, Presbiteriana Betesda, Presbiteriana de Laranjeiras,

Presbiteriana de Nova Carapina, Presbiteriana de Porto Canoa, Presbiteriana de Serra Dourada II e Primeira Igreja Presbiteriana de Jacaraípe. A Comissão Executiva do novo concílio é composta pelo presidente, pastor Givanilto Paulino da Silva; vice-presidente, pastor Gerson Silva; secretário-executivo, pastor Ronne Peterson de Almeida Moreira; primeiro-secretário, pastor Marcelino Correia Borges; segundo-secretário, pastor Carlos Magno da Silva, e o tesoureiro, presbítero Marcos Antonio Simões de Almeida

O objetivo da formação do novo concílio é a evangelização, o fortalecimento e o crescimento do presbiterianismo no município da Serra. De acordo com o vice-presidente, o pastor Gerson Silva, a meta de trabalho para este segundo semestre é realizar três grandes eventos evangelísticos na Serra. "Teremos encontros mensais de oração com Da esquerda para direita os reverendos Marcelino, a liderança do Presbitério e Ronne, Givanilto, Gerson, presbítero Marcos e o Rev. igrejas locais, com pastores, Carlos Magno. presbíteros, diáconos e suas nas, na Igreja Presbiteriana Foram criadas as Federações esposas", conta. No dia 19 de julho, foi reali- em Laranjeiras, com a repre- de todas as sociedades do zada uma reunião para a for- sentação de todas as igrejas, Presbitério Centro Capixaba mação das sociedades inter- por meio dos seus delegados. (PRCC).

Saiba mais sobre o maior município da Grande Vitória

C

om belas praias e um rico folclore, o município da Serra, no Estado do Espírito Santo, é o maior município da Grande Vitória. Possui uma área de 551 Km2 e uma população que, segundo o Censo do IBGE de 2000, é de 322. 518 habitantes, sendo 159. 188 homens e 163. 330 mulheres. O município da Serra, situado a 27 km da capital do Estado do Espírito Santo, na região Sudeste do Brasil, teve o seu processo de colonização iniciado com a fundação da Aldeia de Nossa Senhora da Conceição onde, em 1556, foram alojados os índios de Maracajaguaçu, que vieram da Ilha de Paranapuã, (seio do mar), no Rio de

O imponente maciço Mestre Álvaro é um dos cartões postais da Serra

Janeiro, sob a orientação do padre Braz Lourenço,

conforme recomendação do Donatário da Capitania

do Espírito Santo, Vasco Fernandes Coutinho.

Com área de 551 Km2, a Serra apresenta em seu relevo uma série de lagoas, rios e ondulações em forma de chapadas. A região passou a ser denominada Serra em razão do imponente maciço, o Mestre Álvaro, que se assemelha a uma cadeia de montanhas. O primeiro impulso econômico foi a cana-de-açúcar. Depois ocorreu a plantação em larga escala de abacaxi. Hoje o setor industrial destaca-se com várias indústrias, tais como a Companhia Siderúrgica de Tubarão, CST; a Companhia Vale, bem como o Centro Industrial de Vitória, o CIVIT. Também se situam na Serra os Portos internacionais de Tubarão e Praia Mole.


Brasil Presbiteriano Educação Artigo

Setembro de 2008

Seminário orienta sobre os procedimentos necessários para se iniciar um trabalho de educação cristã escolar

Já pensou em abrir uma escola cristã? N

o próximo dia 10 e 11 de outubro, acontecerá no auditório Wilson de Souza Lopes, Mackenzie, o evento Como organizar e desenvolver uma escola cristã, organizado pela Associação Internacional de escolas Cristãs (ACSI Brasil). Trata-se de um

seminário com minicurso de Cosmovisão Cristã aplicado à educação cristã escolar e visa atender a um bom número de interessados no assunto que têm constantemente consultado a Associação a respeito do tema. Serão tratados assuntos relevantes como “Por que

uma escola cristã”, “Como desenvolver a missão e visão”, “Proposta pedagógica e currículo”, “Ordem legal”, “Escolha do local”, “Captação de alunos”, “Finanças: orçamento, fluxo de caixa, contratos, cobrança, inadimplência, seguro educacional”e outros. A Associação pre-

tende lançar na ocasião o manual Organização e Desenvolvimento de uma Escola Cristã, com vários recursos a serem utilizados pelos interessados, constando de exemplos vários de documentos e sugestões que podem ser adotadas. Entre os palestrantes

estão vários educadores presbiterianos, somando ao curso parte da tradição histórica educacional da nossa denominação. Haverá palestras com Débora Muniz, Solano Portela e o curso de Cosmovisão da Educação por Mauro Meister (sábado).

Livro

Mártir escocês inspira livro de missionário

V

ocê sabia que Patrick Hamilton foi o Primeiro Pregador e Mártir da Reforma Protestante na Escócia? Ele foi o primeiro luterano escocês registrado pela história e amigo pessoal de Francis Lambert, William Tyndale, Felipe Melancton, Lutero e outros homens importantes que compuseram o cenário da Reforma Protestante no mundo. E sua história de vida foi tão inspiradora que o Rev José Roberto Dias de Carvalho, missionário da IPB na Escócia desde de 1998 decidiu dedicar os últimos oito anos para pesquisar mais a respeito dele. O resultado virou um livro, “Patrick Hamilton: O Estevão da Escócia 1504-1528”, que o autor

lança, este mês, em versão digital. Por meio de suas pesquisas, Carvalho descobriu, por exemplo, que Hamilton foi tão ousado quanto foi cortês em suas pregações e denúncias das corrupções e superstições da Igreja Católico Romana. “Ele foi tão intrépido quanto foi sábio na apresentação de seus argumentos a respeito da graça Deus que salva o pecador e o transforma em um ser últil no mundo”, destaca o pastor. O livro tem nove capítulos que, de acordo com o autor, farão o leitor se emocionar e refletir sobre sua relação com Deus. Para saber mais, os interessados devem acessar o site www.Direto-daEscocia.co.uk.

Atenção Concílios e Candidatos ao Sagrado Ministério Vestibular Unificado Bacharel em Teologia 2009 Faça sua inscrição em um dos seminários da IPB: • Seminário Presbiteriano do Sul – Fone (19) 3241-9399 – www.sps.br • Seminário Presbiteriano do Norte – Fone (81) 3227-0986 – www.spn.br • Seminário Teológico Presbiteriano “Rev. Denoel Nicodemus Eller” – Fone (31) 3429-5900 – www.seminariordne.com.br • Seminário Teológico Presbiteriano “Rev. José Manoel da Conceição” – Fone/Fax: (11) 5543-3534 / (11) 5531-8452 / (11) 5542-5676 – www.seminariojmc.br • Seminário Teológico Presbiteriano “Rev. Ashbel Green Simonton” – Fone (21) 2201-6734 - www.seminariosimonton.com • Seminário Presbiteriano Brasil Central – Fone (62) 3261-1696 – www.spbc.org.br • Seminário Presbiteriano Brasil Central / Extensão Ji-Paraná – Fone (69) 3424-7411 – www.spbc-ro.com.br • Seminário Presbiteriano de Brasília – Fone (61) 3242-1434 – www.seminariopbrasilia.com.br • Seminário Teológico do Nordeste – Fone (86) 3232-1370 – www.stne.com.br Período de Inscrições: de 01 a 31 de outubro de 2008 Mais informações no site www.ipb.org.br JET – JUNTA DE EDUCAÇÃO TEOLÓGICA


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Doação

Brasil Presbiteriano Fotos: Divulgação

Saiba o que é o trabalho e o que fazem os capelães nos hospitais

MUITO ALÉM DA CURA É

cientificamente comprovado: pessoas que têm fé em Deus, freqüentam regularmente uma igreja e cultivam um bom relacionamento com o Pai apresentam: melhor engajamento no tratamento médico, melhor aceitação ao tempo de hospitalização, apresentam aumento da imunidade orgânica, pressão arterial mais estável, menos problemas estomacais e de cólon, menores índices de ataques cardíacos, menor tempo de recuperação de cirurgias, menos dor, menores índices de depressão e ansiedade, maior auto-estima, menores níveis de ansiedade entre outros. Por conta disso cresce cada vez mais o número de capelães nos hospitais brasileiros, cuja missão é justamente oferecer o apoio espiritual, emocional e social, baseada na Palavra de Deus, aos enfermos, seus cuidadores e profissionais da saúde. No Brasil, esse trabalhado é acompanhado pela Associação de Capelania Evangélica Hospitalar (ACEH), uma entidade cristã, religiosa, beneficente e cultural que tem como finalidade preparar capelães e visitadores religiosos, organizar e reunir capelanias hospitalares, oferecendo-lhes um contínuo aprimoramento em questões de teologia e saúde. “O ministério de Capelania

Evangélica Hospitalar acontece no Brasil há mais de 50 anos, tendo iniciado no Hospital Evangélico do Rio de Janeiro. O primeiro Capelão foi o Pastor João Filsen Soren, da 1ª Igreja Batista carioca. Em 1953, iniciou-se a Capelania Evangélica Hospitalar no Hospital das Clinicas, em São Paulo” lembra a Presidente da ACEH, Eleny Vassão de Paula Aitken. Hoje, as pessoas que tra-

balham diretamente com o ministério de capelania nos hospitais não encontram muitas resistências por parte dos profissionais da área de saúde. Mas nem sempre foi assim. Eleny conta que, no passado, por conta de alguns procedimentos errados feitos por evangélicos, os diretores dos hospitais chega-

ram a proibir a entrada de qualquer pessoa religiosa nos prédios em que administravam. “Naquela época, alguns irmãos, a maioria até bem intencionada, anunciavam curas divinas, recomendavam que alguns pacientes parassem de tomar suas respectivas medicações e ungiam com dedo molhado em óleo sobre cirurgias recentes”, detalha Eleny. Com o passar do tempo e o trabalho sério desenvolvido pela ACEH e seus parceiros, capelães e visitadores conquistaram, novamente, a confiança dos profissionais da área de saúde. “Hoje, o ministério de capelania hospitalar é muito bem-vindo entre os profissionais da saúde. Em diversos hospitais fazemos parte de Comitês de Ética, Ética em Pesquisa, Equipes de Cuidados Paliativos, Grupo de Humanização, de organização de festas no hospital entre outros. Também ministramos palestras em Faculdades de Medicina, Enfermagem, Serviço Social e participamos, como preletores, de congressos médicos nacionais e internacionais, onde temos liberdade para falar sobre o efeito benéfico da fé sobre a saúde física e mental e apresentar o Evangelho de maneira clara e completa. Somos ouvidos com respeito e grande emoção”, comemora a presidente da ACEH.

Apoio das Igrejas cresce, mas ainda não é suficiente

D

e acordo com Eleny Vassão há um número crescente de igrejas evangélicas sendo despertadas para o ministério de capelania. “As igrejas têm percebido o quão valioso é o campo missionário hospitalar. É lá, na maioria das vezes, o lugar onde as pessoas estão mais abertas ao Evangelho. É no leito de um hospital que muitas pessoas param para refletir sobre suas vidas, lidam com suas culpas, questionam-se sobre onde passarão à eternidade e buscam um relacionamento pessoal com Deus”, destaca. Mas, apesar do quadro favorável, o ministério carece de mais apoiadores. “Atualmente, no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, temos cerca de 60 devocionais semanais para profissionais da saúde. Essas devocionais são feitas por pastores e semina-

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ristas de nossas equipes de Capelania. Nosso grande problema, hoje, é que conseguimos atingir somente cerca de 1.000 profissionais por mês, quando há outros 9.000 aguardando que tenhamos mais pastores para alcançar seus setores. A maioria desses profissionais não é evangélica, mas recebem muito bem a mensagem e a literatura bíblica, pedem aconselhamento e relatam a grande mudança de ambiente ocorrida em seus setores”, revela ela. No intuito de suprir carências como essa é que Eleny Vassão sugere que presbitérios e sínodos apóiem a promoção de cursos breves, como o “Visitação a Enfermos”, oferecidos pela ACEH. Outra forma de ajudar na obra é levantando sustento para um capelão, pois, a grande maioria da equipe do ACEH trabalha voluntariamente.

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Saiba mais: O que um capelão faz?

E os visitadores e voluntários?

O capelão, integrante da equipe multidisciplinar de saúde, é uma pessoa capacitada e sensível às necessidades humanas, disposto a dar ouvidos, confortar e encorajar, ajudando o enfermo a lutar pela vida com esperança em Deus e na medicina. Oferece aconselhamento espiritual e apoio emocional tanto ao paciente e seus familiares, como aos profissionais da saúde.

Eles trabalham nos hospitais diariamente, atuando em visitas de apoio solidário leito a leito, distribuindo literatura bíblica de consolo, roupas, sapatos, leite fraldas e cestas básicas. Realizam acompanhamento pré e pós-cirúrgico, aconselhamento bíblico, evangelização, cultos voltados para pacientes, funcionários, profissionais da saúde. Ministram aulas, palestras em Faculdades de Medicina e desenvolvem atividades culturais com pacientes e familiares de crianças hospitalizadas.

CINCO MOTIVOS PARA QUE SUA IGREJA ABRACE O MINISTÉRIO DE CAPELANIA em cumprir a missão de ir por todo o mundo e anunciar o Evangelho a toda cria1 Satisfação tura. espiritual dos membros da igreja envolvidos na capelania, uma vez que o proble2 Crescimento ma do sofrimento os levará a buscar respostas muito mais profundas na Palavra, ensinandoos sobre o amor, a graça, os propósitos e a soberania de Deus.

Quem está apto para ser um capelão?

P

ara trabalhar com capelania hospitalar é preciso mais do que simpatia pela causa. “A grande maioria de nossos alunos têm, em comum, o dom da misericórdia. A capacitação vem através do relacionamento com o Senhor e do preparo nos cursos e treinamentos. Além disso, é preciso aprender a dominar as emoções para poder ficar ao lado de um paciente e ser capaz de aconselhá-lo e confortálo diariamente”, esclarece Eleny. Participar do curso seminário de Capelania Hospitalar, anualmente oferecido no Instituto Presbiteriano Mackenzie, é outro prérequisito. Lá, após participarem das palestras, as pessoas que se identificam com

o ministério preenchem um kit de informações e cartas de referência e passam por uma entrevista feita por pastores e capelães. Os que passam nessa primeira triagem são encaminhados ao Curso de Capelania Hospitalar Nível I, com duração de 40 horas e treinamento prático, individual, por cerca de 60 horas nos hospitais. Em seguida, vem o Curso Nível II, quando são apresentados assuntos como Tanatologia, Pacientes Terminais, Bioética, Transtornos Psiquiátricos, Atendimento Domiciliar, Luto, etc. São mais 100 horas de Curso teórico e prático. Depois vem o Nível III, de aproximadamente 160 horas, para formação de Capelães Hospitalares.

problemas entre os membros, já que muitos estariam amadurecendo e ajudando no 3 Menos pastoreio do rebanho. em colher os frutos e saber que muitos irmãos que conheceram a Cristo por intermé4 Alegria dio do trabalho de capelania apoiado pela igreja gozarão da vida eterna. em se envolver e ajudar a sustentar 5 Privilégio um ministério tão frutífero.

Número aproximado de pessoas alcançadas

130

capelanias em todo o Brasil.

600.000

pessoas alcançadas, aproximadamente, por ano.

Contribua: • Divulgando a visão de Capelania; • Visitando os pacientes em suas casas; • Doando cestas básicas; • Oferecendo brinquedos e brindes para pacientes. • Dando vale-transportes e vale-refeições; • Sustentando a equipe do ABCEH; • Comprando material Evangelístico; • Doações Bradesco ABCEH de SP - Agência: 0368-9 - Conta: 83.576-5


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Canal de bênção

Espaço foi criado para atender às mães de filhos que se encontram hospitalizados em São Paulo

Casa do Aconchego está de portas abertas A

luta das mães cujos filhos encontramse hospitalizados em hospitais de São Paulo acaba de ganhar mais uma aliada. Trata-se da Casa do Aconchego, espaço, recém inaugurado, cujo objetivo é servir como ponto de apoio a essas mães. A administradora da Casa e presidente da Associação Beneficente de Capelania Evangélica Hospitalar, Eleny Vassão, diz que o local pretende servir, principalmente às mães que vêm do interior ou, até mesmo, de outros estados, e que não têm família na capital paulista. “Muitas delas passam dias dormindo sentadas, na companhia de seus filhos. Não têm como lavar suas roupas, de tomar um banho com tranqüilidade... E, aqui na casa, elas poderão ter isso e muito mais”, garante Eleny que ressalta que o espaço só se tornou possível devido ao apoio recebido pelo Supremo Concílio, na pessoa do Rev. Roberto Brasileiro e do Instituto Presbiteriano Mackenzie,

por meio do Rev. Marco Serjo, na direção do setor de Ação Social. Localizada estrategicamente entre os hospitais ITACI (Instituto de Tratamento de Câncer Infantil), ICr (Instituto da Criança do HCFMUSP) e IIER (Instituto de Infectologia Emílio Ribas), na rua Oscar Freire, a Casa é um braço do ministério de capelania. Todos os dias, uma equipe formada por três visitadoras permanece no espaço onde são realizadas diversas atividades como devocionais, artesanato, aconselhamentos e a “tarde da beleza”. “Muitas mães chegam até aqui e o que elas precisam é mais um carinho mesmo. Alguém com quem elas possam conversar”, afirma Andréa Antoniassi, uma das visitadoras e membro da equipe do ABCH. Às terças-feiras, dia em que as mães que têm filhos na UTI precisam ficar fora dos hospitais – dia em que eles realizam os procedimentos médicos e a presen-

Fotos: Divulgação

Eleny Serrão (à frente) e a equipe que trabalha na Casa do Aconchego

ça da mãe não é permitida – é servido, na Casa, um café da manhã. As quartas-feiras são dedicadas às famílias dos pacientes de HIV positivo. “Essas famílias nos são encaminhadas pelos Serviços Sociais dos

hospitais. Além de palestras sobre nutrição, devocionais, atividades de artesanato, entre outras, também realizamos a entrega de cestasbásicas mensais”, informa Andréa. Máquinas de lavar – Uma

Na Casa, as mães encontram sala de televisão, cozinha, quartos e até máquinas de lavar roupas

das grandes dificuldades das mães que não têm onde se hospedarem em São Paulo e que dividem, com os filhos, os quartos de hospitais é a roupa suja. Problema resolvido, agora, pela Casa. “Temos duas máquinas de lavar que ficam à disposição delas”, avisa Andréa. E, enquanto a roupa bate na máquina, que tal um cochilo? Algumas aproveitam o tempinho para esticarem o corpo em uma das camas disponíveis da casa. “Muitas passam dias dormindo sentadas, nos hospitais. Deitar numa cama, ainda que por alguns minutos, faz toda diferença”, comenta Andréa. Quem desejar ajudar, doando serviços, produtos de higiene pessoal, roupas ou mesmo algumas horinhas do seu tempo, pode e deve fazê-lo. “Toda ajuda é bem-vinda”, garantem as visitadoras e capelãs. A Casa Aconchego funciona de segunda a sexta, das 7h às 18h. Para mais informações entrar em contato pelo telefone (11) 2507-9294.


Brasil Presbiteriano Valorização do passado

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No culto de ações de graça na IP Unida, igreja é conclamada a buscar inspiração no passado

Pastores valorizam história da IP Fotos: divulgação

A

importância de se conhecer a história da IPB foi o tema da pregação Rev. Eudes Coelho Silva, pastor da IP da Vila Mariana, em São Paulo, no último dia 12 de agosto. No dia em que a igreja completou 149 anos de atuação no Brasil, o pastor aproveitou para instigar a platéia a se inspirar na vida daqueles que ajudaram a construir a história da igreja. “Temos excelente exemplos de homens que foram modelos de disposição para colocar

Trabalho

em prática o ‘ide’ de Jesus. As ações que eles realizaram no passado tornou possível que nós estivéssemos aqui, reunidos, hoje”, destacou ele. Reverendo Carlos Aranha, pastor titular da IP Unida de São Paulo, reiterou as palavras do colega. “Muitas pessoas não sabem nada sobre a história da IP. E, por não saberem, acabam por não valorizar e não dar a devida importância ao que têm em mãos agora”, comentou.

Rev. Carlos Aranha é o titular na IP Unida

Membros celebram o aniversário da IP

Sínodo Sul Fluminense se mobiliza para realização de atividades evangelísticas, sociais e educacionais.

Primeiro semestre de muitas programações P

rojeto de ação social, congresso regional para a revitalização das igrejas e seminário de música foram algumas das atividades desenvolvidas pelo Sínodo Sul Fluminense nos últimos meses. Em breve relatório enviado ao BRASIL PRESBITERIANO, os irmãos da região contaram de que forma têm trabalhado. O Sínodo Sul Fluminense abrange as cidades de São José do Barreiro – SP; Resende, Porto Real, Barra Mansa, Volta Redonda, Piraí, Barra do Piraí, Valença, Pinheiral, Conservatória, Mendes, Vassouras, Três Rios e Paraíba do Sul. Ao todo, somam 25 igrejas organizadas e 25 congregações. Em abril, com a participação das sinodais de Três Poços e Volta Redonda, foi realizado um grande projeto

de ação social com atendimento médico, jurídico, corte de cabelo, atividades com as crianças, distribuição de folhetos, evangelismo pessoal e culto na praça pública. Em maio, os esforços dos irmãos foram todos concentrados para a realização do Congresso regional de Revitalização de igrejas. Com menos de um mês, a executiva do sínodo, em conjunto com as dos presbitérios, planejou o congresso realizado, então, entre os dias 26 e 28 de junho, na IP de Volta Redonda, Rio de Janeiro. E, para a surpresa do grupo, o evento superou as expectativas. “Prevemos 150 participantes, mas, no total, tivemos 400 inscritos”, comemora o Rev. Otávio Henrique de Souza, presidente do Sínodo Sul Fluminense. Com ensinamentos minis-

trados pelo Rev. José João (IP de Manaus), sobre grupos familiares; pelo Rev. Marcos Severo (IP de Mossoró) sobre avanço missionário; do Rev. Cícero Ferreira da Silva (secretário da CNE) que falou sobre o trabalho de planejamento e os desafios que temos; e do Rev. George Canelhas (presidente da CNE) sobre evangelismo pessoal, os participantes tiveram a oportunidade de compartilhar mais daquilo que o Senhor já havia preparado. Música – Os músicos da região também foram contemplados, neste primeiro semestre. Em julho foi realizado o Segundo Seminário de Música. Dirigido pelo maestro e presbítero Antonio Heringer, o evento contou com palestras do Rev. Charles Mello; secretário da CNHM, que, além de falar

sobre a música na teologia reformada, ministrou sobre Regência. Os participantes ainda contaram com Oficina de Canto, com Cláudio Cardoso e Ester Cardoso; oficina de Percussão, com Rafael Pereira Santos; e oficina sobre Som com o engenheiro Mivander da Silva Pinto. Em julho, o Sínodo comemorou os 19 anos de organização com um culto de ação de graças e mensagem musical apresentada pelo grande coral do sínodo. A mensagem foi pregada pelos rev. Auricimar Almeida – presidente do Presbitério Sul Fluminense e vice presidente do sínodo; Rev. Edmilson Robadel Fernandes – vicepresidente do Presbitério de Volta Redonda e 2º secretário do sínodo e o rev. Silas Daniel de Paula – presidente

do Presbitério de Barra do Piraí. Os 149 anos da IP no Brasil também mereceram atenção especial. Em agosto, o Sínodo realizou um avanço missionário na cidade de Três Rios. Com uma frente formada por cerca de 80 pessoas, treinadas para o evangelismo, cerca de 400 pessoas ouviram a palavra de Deus pessoalmente. Além disso, realizarão uma grande panfletagem e um culto em praça pública com a participação da equipe de cânticos e com o grande coral do sínodo. Para os meses que se seguem, outras atividades estão previstas. Entre elas, o “Ação Integral”, a ser realizado no município de Mendes, Rio de Janeiro. Que Deus abençoe os irmãos e os fortaleça na execução de mais esta obra!


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Aniversário Artigo

Brasil Presbiteriano

Cerca de 1000 pessoas participaram do culto de ações de graça organizado pelos Sínodos Paulistas, em comemoração aos 149 anos da IPB

Limeira é palco de grande festa E

Fotos: Antonio Mauro Dolfi

m agosto, mês em que a Igreja Presbiteriana completou 149 anos, uma série de programações especiais aconteceram Brasil a fora. Muitos foram os cultos de celebração e ações de graça rendidos a Deus pelo aniversário da chegada do missionário Ashbel Green Simonton em terras brasileiras. Em São Paulo, por conta da data, os sínodos paulistas promoveram um grande culto, na IP da cidade de Limeira, na tarde do dia 16. Estiveram reunidos por lá cerca de 1000 pessoas, vindas das mais diferentes regiões do estado de São Paulo. O pastor da IP de Limeira, Jonas Zulske, além de feliz pelo aniversário da IP, tam- Presbiterianos de várias regiões de São Paulo compareceram para o culto em bém não escondeu a satisfa- LImeira ção de ver a “casa” cheia. “É a primeira vez que Limeira recebe todos os sínodos”, falou ele. O Rev. Carlos Aranha, presidente do sínodo Unido de São Paulo, aproveitou a reunião para convocar os presbiterianos presentes a participarem, com o mesmo empenho, das comemorações dos 150 anos da IP, no ano que vem. Clodoaldo Waldemar Furlan, presidente do sínodo Sudoeste Paulista, destacou, durante o evento, a unidade que existe entre os sínodos paulistas e falou sobre o grande desafio do grupo: implantar novas igrejas no estado. “São Paulo é formado por 645 municípios e a IP está presente em apenas 214 Rev. Ludgero Bonilha Morais foi o convidado para expor a Palavra

Os reverendos Ludgero e Jonas Zulske

desse total. Queremos mudar esse quadro e trabalhamos para implantar igrejas em cada um dos 431 municípios onde a igreja presbiteriana ainda não chegou”, garantiu ele, durante a celebração. Secretário Executivo do Supremo Concílio e pastor da Primeira IP de Belo Horizonte, Minas Gerais, Rev. Ludgero Bonilha Morais foi quem levou a mensagem da tarde. Com base nos dois primeiros versículos do capítulo um do livro de Efésios, ele conclamou a igreja a se voltar para as Escrituras Sagradas no intuito de que a igreja recupere, assim, a sua real identidade. “A presença do crente precisa mudar o ambiente. Nossa palavra tem que ser transformadora. Não podemos nos igualar ao mundo. Temos que fazer diferença”, reforçou. O culto especial em Limeira contou ainda com a participação do coral geral da IP Unida de São Paulo que, entre os cânticos apresentados, entoou o hino oficial dos 150 anos da IPB, “Benção Inefável”.


Brasil Presbiteriano

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Notas Festa na cidade de Castro No último dia 29 de julho a Igreja Presbiteriana de Castro celebrou 120 anos de fundação. A igreja é fruto do esforço de missionários da Igreja Presbiteriana do Brasil na expansão do protestantismo no Estado do Paraná com a colaboração de missionários norte-americanos. A igreja foi organizada em 29 de julho de 1888 pelo Reverendo George Anderson Landes. Na ocasião, as igrejas de Tibagi e Fundão foram extintas e os membros arrolados na igreja de Castro. Durante o mês de julho, como parte das celebrações, estiveram pregando na igreja o Rev. Lindberg Clemente de Morais, Rev. Acir Rickli, Rev. Oscar Pugsley, Rev. Acácio Nascimento Júnior. No domingo 27 de julho pregou na igreja o Rev. Roberto Brasileiro, Presidente do SC da IPB. Fotos: Divulgação

aspectos da vida cristã como autenticidade, vocação, família e serviço. O Rev. Givanilto Paulino da Silva, pastor da IP de Laranjeiras, será o preletor.

No ritmo das Olímpiadas A UPH da Congregação Presbiteriana em Apiacá/ES, comemorou o aniversário da IPB com atividades esportivas. Por meio do “Torneio IPB 149 anos”, os membros foram convidados a participarem de jogos como totó e tênis de mesa. O evento, realizado no dia 16 de agosto, reuniu cerca de 35 pessoas que, além do lazer, ainda puderam fortalecer a comunhão.

Formação de oficiais A IP de José de Anchieta, no Espírito Santo, realiza, no dia 21, o quinto módulo do curso de formação de oficiais é direcionado a presbíteros e diáconos. Na ocasião serão abordados

Da direita para a esquerda: No alto: Nattan, Natanael, Cláudio, Rodrigo e João Em baixo: Nathan

Sul da Bahia perde Emiliano Gonçalves Guimarães (1916 – 2008) No último dia 10 de agosto, partiu para a glória o amado irmão Rev. Emiliano Gonçalves Guimarães, um dos desbravadores dos campos no Sul e Extremo Sul da Bahia. Há quatro dias de completar 92 anos, foi recolhido ao lar celestial, deixando saudosos a esposa Helia Guimarães, os filhos Leda, Alcino, Fernando e Edi e demais familiares e amigos. Emiliano, que nasceu no dia 14 de agosto de 1916, na Cidade de Mundo Novo, no Estado da Bahia, fez o curso teológico no Seminário Presbiteriano do Sul em Campinas-SP, entre 1943 e 1947. Foi ordenado pelo então Presbitério Bahia – Sergipe e designado a pastorear a Igreja Presbiteriana de Canavieiras onde realizou o ministério durante 13 anos. Juntamente com o saudoso amigo e colega Rev. Abimael Monteiro de Lima, organizou o Presbitério de Itabuna onde realizou todo o seu ministério, servindo no campo de Canavieiras, abrindo pontos de pregações e congregações em toda a região que se estendia até o extremo Sul da Bahia. Foi ainda professor no Colégio Estadual Osmário Batista, vereador e Secretário da Câmara de vereadores da região. Ultimamente ele estava aposentado pelo Estado e jubilado pela Igreja Presbiteriana do Brasil, era pastor Emérito na Igreja Presbiteriana de Canavieiras.

Personalidades Waldyr Carvalho Luz “Há sessenta e cinco anos, quando, em 1943, iniciei minha carreira ministerial, escassa era a literatura teológica em nosso meio. Obter obras do gênero do exterior era quase impossível. Bem diversa é hoje a situação. Não somente contamos com instituições de ensino que facultam ao nosso ministério a possibilidade de estudos avançados, como também há muitos que prosseguem seus estudos, incrementando assim seus conhecimentos na área teológica, muitos até cursando renomados centros do exterior. Temos até vasto número de estudiosos de gabarito, que estão a publicar obras de alcan-

ce ou a traduzir títulos de realce. Podemos até dizer que destacados eruditos há entre nós que trabalham sem o holofote da publicidade, não divulgados, nem reconhecidos como seria de esperar. Tal é o caso do ilustre Reverendo Doutor (em Filosofia) Adhemar de Oliveira Godoy, pastor de nossa grei, ora jubilado. Pregador primoroso, cujos sermões são obras de arte, autor prolífico, esmerado, cujos escritos enriquecem a cultura de nossa Igreja. Prima ele pelo caráter lógico e bíblico de seus escritos, calcados em profunda erudição e vasta bibliografia, em linguagem direta, apurada, precisa, acessível, magistralmente didática. Acaba ele de publicar um sucinto tratado de

lógica formal, digno de admiração e reconhecimento. Em tempos recentes, deu a público um tratado sobre a Divindade de Cristo, e outro sobre a Doutrina da Trindade, que todo estudioso presbiteriano deveria possuir e estudar. Seu escrito a respeito da Doutrina do Pecado é também, notável. Quantos conhecimentos tiverem da obra literária do Reverendo Adhemar, reconhecê-lo-ão como um erudito como poucos, estou certo”.

Waldyr Carvalho Luz é Pastor Jubilado, ex-professor de Grego, Hebraico e Filosofia do Seminário Presbiteriano do Sul e de Latim e Grego da Universidade Estadual de Campinas e é Doutor em Teologia PhD do Seminário de Princeton, New Jersey (USA).


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Brasil Presbiteriano

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Consultório Bíblico

Céu e Céu, Céus Odayr Olivetti

“Para onde vão os remidos?”

N

inguém subiu ao céu senão Ele, disse Jesus Cristo. A referência é ao Céu, a gloriosa habitação de Deus, dos anjos e dos redimidos do Senhor. Esse está acima “de todos os céus” (Ef 4.10). Ninguém subiu ao céu para conhecê-lo e virnos revelar seus mistérios. Nas visões de Apocalipse temos revelações simbólicas e não exaustivas, e Paulo fala de uma visão na qual um homem foi arrebatado ao terceiro céu. Mas não nos revelou nada do que viu (2 Co 12.4). Mesmo a aparição de Moisés e Elias no Monte da Transfiguração não aconteceu para que eles revelassem alguma coisa, mas para que, nessa visão, ficasse definitivamente confirmado que só temos que olhar para Jesus Cristo para nossa salvação: “A Ele ouvi” NVI: “Ouçamno!” (Mt 17.5). Quanto a céus e céu (compulsando os originais hebraico e grego), o contexto de cada passagem define o seu sentido. Cito alguns exemplos bíblicos: Gn 1.1 – Céus e terra = o universo. O firmamento é chamado céus (Gn 1.18). Ver também Êx 16.4; Sl 103.11. Em algumas passagens o sentido é um tanto ambíguo, podendo-se entender como a habitação de Deus ou como o firmamento, os céus siderais (Dt 30.12; Sl 80.14; Is

a igreja redimida lá está (At 1.11; 7.56; Hb 12.22-25). Jesus diz em João 3.13: “Ora, ninguém subiu ao céu, senão aquele que de lá desceu, a saber, o Filho do homem, que está no céu”. Ele fala da realidade transcendental do céu e da realidade misteriosa do Filho de Deus, que, em Seu ser divino é onipresente. Em Ef 4.10 as palavras do apóstolo Paulo estão em consonância com essa declaração de Jesus Cristo. Finalizo com as palavras consoladoras de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo registradas em João 14.2,3; 17.5,24 e Mt 26.29 (NVI):

“Na casa de meu Pai há muitos aposentos; se não fosse assim, eu lhes teria dito Vou preparar-lhes lugar. E se eu for e lhes preparar lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver”; “E agora, Pai, glorificame junto a ti com a glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse”; “Pai, quero que os que me deste estejam comigo onde eu estou, e vejam a minha glória, a glória que me deste porque me amaste antes da criação do mundo”; “Eu lhes digo que, de agora em diante, não beberei deste fruto da videira até aquele dia em que beberei o vinho novo com vocês no Reino de meu Pai”. 66.1 (céus) e em Atos 9.3 (céu)). Em Mateus 5.12 e 6.9 a palavra “céus” refere-se à habitação de Deus. Curiosamente, em Atos 1.11 a palavra céu aparece duas

vezes, uma referindo-se ao firmamento, a outra, à habitação de Deus. As almas dos remidos (Enoque e Elias inclusive, mencionados pelo consulen-

te), estão na glória do céu, também chamado paraíso (Lc 23.43). Jesus foi “assunto ao céu”; Estêvão viu Jesus “em pé à destra de Deus”, e

O Rev. Odayr Olivetti é pastor presbiteriano, ex-professor de Teologia Sistemática do Seminário Presbiteriano de Campinas, escritor e tradutor. E-mail: odayrolivetti@uol.com.br


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Plantação de igreja Artigo

Nasce 1ª IP de Venturosa Membros da 1ª IP de Vitória realizam campanha missionária e possibilitam a entrega do templo à comunidade do sertão pernambucano

M

embros da Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória, no Espírito Santo, partiram rumo a Pernambuco, no último mês de julho. Viajaram, de ônibus, por aproximadamente 31 horas e percorreram 1.800 quilômetros. O motivo? Inaugurar a primeira Igreja Presbiteriana,

população do sertão, nossa igreja foi despertada para o desejo de fazer missões não só transculturais, mas dentro do nosso país", contou André Vicente da Silva, presidente do Conselho Missionário da Igreja Presbiteriana de Vitória. Depois de uma visita ao

Caravana da 1ª IP de Vitória

do município de Venturosa, em pleno sertão. A primeira igreja na cidade, localizada em pleno sertão, é fruto de um trabalho que teve início na 1ª IP de Vitória há menos de um ano. "Após uma conferência missionária realizada em agosto do ano passado, quando recebemos o Ministério Sal da Terra, formado por profissionais de saúde que falam sobre a situação espiritual da

sertão, a missão, batizada “Projeto Venturosa”, foi aceita, e deu-se início a arrecadação de recursos entre os membros da própria igreja – não houve, segundo André, participação de empresas ou instituições. Com o montante arrecado (cerca de R$ 80 mil), um terreno foi comprado, e em maio deste ano, começaram a construção do templo, que tem 100 lugares. Em julho, por ocasião da

Templo da IP em Venturosa, sertão pernambucano

entrega do templo, a caravana formada por 52 pessoas, entre jovens, crianças, adolescentes e adultos, membros da 1ª IP de Vitória, embarcaram rumo à cidade, onde permaneceram do dia 23 ao dia 26 de julho. “Aproveitamos para realizarmos trabalhos de Evangelização, assistência social, serviços médicos, dentários, palestras, entre outras atividades”, descreveu Silva.

Primeiro culto na nova sede da IP em Venturosa

O Projeto Venturosa foi uma experiência que fervilhou em nós o trabalho missionário. Um tempo que nos permitiu conviver de forma grandiosa com a promessa da volta de Cristo. Essa espera que, muitas vezes, se distancia da nossa alma em conseqüência da nossa vida imediatista e materialista. Sem dúvida foi um momento que nos permitiu entender que não há razão para esse tipo de projeto se o que nos movimenta não for o amor de Cristo, o plano de salvação e a verdade da vida eterna. Que Deus nos ajude a caminhar com essa verdade transformadora em nós, de maneira que a obra missionária seja prioridade constante e urgente em nossas vidas! Arielle Rocha de Oliveira, 22 anos, 1ª IP - Vitória


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Resenha

Milagres A

ênfase entre os evangélicos em geral hoje está na demonstração de “poder”, na produção de “milagres”. A igreja “boa” é a que realiza curas, abre as portas para um bom emprego, dá a possibilidade de ter um carro 0 km, etc. – milagres, milagres, milagres... Esse entendimento completamente deturpado da fé cristã é amplamente difundido. Mas cristãos de linha reformada não pensam desse modo. A boa teologia nos ensina que o Deus Todo-Poderoso realizou e realiza milagres. E podemos constatar que, muitas vezes, somos agraciados com um ou alguns deles. Mas o Senhor opera dessa maneira sempre de acordo com seus propósitos e não seguindo a vontade do “freguês”, que diz o que e como quer, e exige ser atendido. Como herdeiros da boa doutrina calcada nas Escrituras, não podemos incorrer no erro de deixar de dar a devida atenção aos milagres que Deus deixou registrado em sua Palavra. O livro Os milagres de Jesus, de Simon J. Kistemaker, publicado pela Editora Cultura Cristã, ajuda-nos a vislumbrar os atos miraculosos de nosso Salvador e Senhor com a proximidade que muitas vezes nos falta ao lê-los e a compreender o ensino presente em cada um deles. Os milagres do Mestre são apresentados divididos por

temas. São dez seções diferentes: Milagres na natureza, Doentes curados, Ouvidos para ouvir, Demônios expulsos, Levantado dos mortos, Visão restaurada, Leprosos ficam limpos, Os coxos andam novamente, Milagres e Jesus, e Cura pela fé. Sendo apresentadas, ao fim, 42 narrativas de milagres de Jesus. Contexto e detalhes históricos são demonstrados em cada relato. Isso permite que o mundo em que eles foram realizados não seja algo tão distante para nós. Aproximar-se do texto bíblico com esse entendimento enriquece nossa compreensão e amadurece nossa fé. Na narrativa da primeira pesca (Lc 5.1-11), por exemplo, Kistemaker nos faz ver a sabedoria de Jesus ao usar um barco como púlpito e as águas para refletir o som de sua voz ao falar para a multidão. Ao falar do milagre da ressurreição do filho da viúva de Naim, o autor explica que o sepultamento era costumeiramente realizado no dia da morte ou no dia seguinte. Os familiares e amigos ajudavam nos preparativos e era esperado que a mãe afligida caminhasse na frente do cortejo seguida por rapazes jovens carregando o corpo do morto. Eles eram seguidos por pranteadores e flautistas, além de um grande número de pessoas. Todos esses dados dão grande vivacidade ao momento em que lemos: “Vendo-a (a viúva),

o Senhor se compadeceu dela e lhe disse: Não chores!” (Lc 7.13). Ao final de cada relato de milagre, há um tópico chamado “Pontos a ponderar”. Nele está a ponderação dos ensinos extraídos de cada milagre e da aplicação deles. Exemplificando, voltando mais uma vez ao relato da primeira pesca, Kistemaker explica: “O propósito deste milagre foi Jesus pegar, por assim dizer, os primeiros discípulos na sua rede”; e conclui: “Quando o Senhor nos chama para fazer algo por ele, nós não devemos só mostrar obediência, mas também fé e confiança nele”. É essencial que tenhamos a explanação do

texto bíblico e sua aplicação, e é isso que o autor faz com muita competência. Simon Kistemaker deu continuidade à série de comentários do Novo Testamento iniciada por William

Hendriksen, de quem foi discípulo. Simon estudou no Calvin College, no Calvin Theological Seminary e na Free University of Amsterdam (Holanda). Ele é professor emérito de Novo Testamento no Reformed Theological Seminary, além de palestrante internacionalmente reconhecido. Além de concluir a série de comentário do Novo Testamento, ele também escreveu As parábolas de Jesus (já publicado) e Encontros de Jesus (a ser publicado) da Editora Cultura Cristã. O livro Os milagres de Jesus pode ser lido devocionalmente, um capítulo por dia. Lê-lo assim trará um crescimento carregado de graças a Deus por todos os milagres que ele realizou, realiza e realizará, sempre segundo sua soberana e graciosa vontade. É uma grande oportunidade de se aprofundar no aprendizado da Palavra de Deus de maneira bastante prazerosa e aplicála a sua vida.

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Brasil Presbiteriano Tempo de festa!

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Igrejas do Recife se unem para a comemoração de seus 130 anos

Culto celebra a comunhão no Nordeste A

Primeira IP do Recife e a IP do Recife compartilharam significativos momentos de comunhão no último mês. Por conta do aniversário de 130 anos de construção do primeiro templo presbiteriano na capital pernambucana, as duas se uniram em um grande evento de ações de graça. No domingo, dia 10, no culto vespertino, a Primeira Igreja Presbiteriana do Recife recebeu a todos para o culto. “Foi edificante ver todos os membros, oficiais e pastores da Primeira IP, juntamente com os mem- No Recife, pastores se unem e promovem grande culto de ações de graça bros, oficiais e pastores da Igreja Presbiteriana do so com relação a existência levam o nome da capital Recife foi organizada em Recife, celebrando a Deus, de duas IP´s denominadas pernambucana. Uma é a 1878, pelo então Rev. John juntas, algo que não era do Recife. Mas a verda- Primeira IP do Recife e a Rockwell Smith. Em 1956, feito há 52 anos”, comen- de é que por lá existem, outra é a IP do Recife. por conta do movimento tou o Pb. Josimar Henrique realmente duas igrejas que A Igreja Presbiteriana do fundamentalista, a igreja da Silva, um dos responsáveis pela organização da festa. No dia seguinte, 11 de agosto, exatos 130 anos após o Rev. John Rockwell Smith ter fundado a, então, Igreja Presbiteriana de Pernambuco, cerca de 1000 pessoas se uniram e louvaram ao Senhor a unidade. “Foi uma oportunidade de quebrantamento, de reconhecimento que é Ele o eterno que tem o poder e a honra e a glória e faz todas as coisas para sua própria glória”, contou Silva. Saiba mais: Quem chega desavisado no Recife pode ficar confu- Membros da 1ª IP do Recife e da IP do Recife celebram juntos a unidade em Cristo

se desvinculou da instituição presbiteriana do Brasil (IPB). Na época, um grupo fiel à IPB resolveu encarar a realidade e organizou uma pequena congregação com doze membros, os quais vieram logo em seguida, com o apoio da Igreja Presbiteriana do Brasil, a organizar mais uma vez a Primeira Igreja Presbiteriana do Recife. As duas Igrejas continuaram a crescer, sendo que a Igreja que adotou a chancela do movimento fundamentalista identificava-se como Igreja Presbiteriana do Recife, enquanto aquele grupo fiel a IPB adotou o nome de Primeira Igreja Presbiteriana do Recife. Durante a década de 90, praticamente todas as Igrejas do movimento fundamentalista retornaram a Igreja Presbiteriana do Brasil, inclusive a Igreja Presbiteriana do Recife, a outra metade que havia se separado da Primeira Igreja Presbiteriana do Recife. As atuais lideranças das duas Igrejas não participaram desse movimento separatista, mas foram pródigos nos esforços da volta das Igrejas do movimento fundamentalista à Igreja Presbiteriana do Brasil; e nada mais bonito, oportuno e cristão, do que, após 52 anos essas Igrejas co-irmãs pudessem celebrar juntas os cento e trinta anos de organização.


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Culto pelo sesquicentenário acontece na Paraíba e no Rio Grande do Norte D

ando seqüência à série de cultos oficiais em comemoração aos 150 anos da chegada do presbiterianismo no Brasil, este mês, mais duas capitais elevam a Deus suas orações e ações de graça pela data. No próximo dia 20, a celebração ocorre na Paraíba; e no dia 28, no Rio Grande do Norte. E para saber como o presbiterianismo teve início em cada uma dessas regiões, o Rev. e historiador da IPB, Alderi Souza de Matos preparou os dois textos que seguem. de 1888, organizou a Igreja de Monte Alegre. Substituiu-o em 1894 o Rev. George Henderlite. Minervino Ribeiro Pessoa Lins foi o primeiro presbítero a presidir um concílio presbiteriano no Brasil – o Presbitério de Pernambuco, reunido na Paraíba em 1896. Em 1941 foi criado o Presbitério Paraíba-Rio Grande do Norte. O PRESBITERIANISMO NA CAPITAL PERNAMBUCANA O colportor português Manoel José da Silva Viana, membro da Igreja Evangélica Fluminense, foi um dos primeiros a distribuir exemplares das Escrituras na Paraíba, entre 1877 e 1878. Nessa época, aceitou o evangelho o Sr. Minervino Ribeiro Pessoa Lins, que haveria de ser um destacado presbítero. O colportor paraibano Francisco Filadelfo de Souza Pontes também visitou essa província no mesmo período. Em 1879, o Rev. John Rockwell Smith fez suas primeiras conferências no Teatro Santa Cruz, edifício que seria adquirido em 1896 e transformado em templo presbiteriano. A consagração do novo santuário se deu em 17 de junho de 1900. Em uma das sessões foi ordenado o Rev. Manoel Machado. Com a visita do Rev. Smith, os primeiros crentes da Paraíba começaram a se congregar na residência de D. Generosa da

Silva. Em janeiro de 1881, o colportor Pontes se pôs à frente da nova congregação. Desencadeou-se terrível perseguição, a tal ponto que a esposa de Pontes veio a enlouquecer e morrer! Em 1884 assumiu a direção do trabalho o candidato ao ministério João Batista de Lima. Os cultos passaram a ser realizados na rua da Ponte. Em dezembro do mesmo ano, a Igreja da Paraíba (João Pessoa) foi organizada pelo Rev. John Rockwell Smith, estando presentes os candidatos Lima e William Calvin Porter. Foram batizados os primeiros conversos. No início de 1885, o Rev. Smith ordenou como presbítero Minervino Lins e como diácono Joaquim Coelho. João Batista de Lima foi substituído na direção da igreja, em 1885, por seu colega Belmiro de Araújo César, que foi ordenado dois anos depois e permaneceu na Paraíba até 1893. O Rev. Belmiro estendeu o trabalho pelo interior, pregando em Cabedelo, Areia, Monte Alegre e outros locais. Em 8 de abril

O PRESBITERIANISMO NO RIO GRANDE DO NORTE Entre 1879 e 1880, dois obreiros leigos ligados ao Rev. John Rockwell Smith, missionário presbiteriano estabelecido em Recife, fizeram circular exemplares da Bíblia na província potiguar. Eram eles os colportores Francisco Filadelfo de Souza Pontes e João Mendes Pereira Guerra. Outro pioneiro foi o Rev. DeLacey Wardlaw, residente em Fortaleza, que em 1885 organizou uma igreja em Mossoró. No ano de 1887, foram realizadas as primeiras conferências evangélicas na cidade de Natal, pelos Revs. Wardlaw e Belmiro de Araújo César. Quatro conferências foram feitas no Teatro Santa Cruz e uma na residência do Dr. Hermógenes Tinoco. Num desses cultos dirigidos pelo Rev. Belmiro, serviu de tema o texto de João 17.17: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade”. O sermão conquistou o coração do profes-

sor Joaquim Lourival Soares da Câmara, apelidado “Panqueca”, que logo se tornou um crente fervoroso. Por causa do seu apelido, começaram a chamar os primeiros evangélicos do Rio Grande de Norte de “panquequistas”, ao passo que à Bíblia denominavam “o livro do professor Panqueca”. Em fevereiro de 1893, seis anos após a visita dos Revs. DeLacey e Belmiro, aportaram em Natal os Revs. Juventino Marinho e William Calvin Porter. Em 1º de maio do mesmo ano, Lourival começou a publicar o jornal O Pastor, pioneiro da imprensa evangélica no Rio Grande do Norte. Em janeiro de 1895, o Rev. Porter fez nova visita a Natal. Em princípios de abril ele colheu os primeiros frutos, batizando na casa do Sr. Lourival 35 adultos e 18 menores. Dona Catarina Porter fundou a Sociedade de Senhoras. Em 11 de maio foi lavrada a escritura de um terreno doado pelo Sr.

Alexandre James O’Grady para a construção de um templo. Em julho, o presbitério reunido no Maranhão recebeu uma petição com 173 assinaturas solicitando a designação do Rev. Calvin Porter como pastor residente. Em 12 de agosto, ele se fixou definitivamente na capital. No mesmo ano, a Sra. Porter fundou o Colégio Americano de Natal, que esteve em atividade até 1907. O presbitério nomeara uma comissão para organizar a Igreja de Natal, composta dos Revs. Porter e George Henderlite e do presbítero Minervino Lins. Em 3 de fevereiro de 1896, a comissão cumpriu o seu mandato e em 6 de setembro foi celebrado o primeiro culto no belo templo construído. O jornal O Século exerceu grande influência na sociedade local por muitos anos, sendo em 1909 transferido para Garanhuns, onde seu nome fui mudado para Norte Evangélico.


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