38 Edição - Justiça com A

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QUE ANO ESTRANHO Depois de uma aventura que durou 19 anos, abriu-se uma grande porta. Dava para o infinito. Começou tão bem.

lágrimas. E como choveu. Depois de toda esperança esquecida eis que aparece aquele anjo ao telefone: quer voltar? Depois de apenas alguns dias ia voltar.

Uma promoção num apetecido lugar desconhecido ao lado de um grande apoio, sem os nefastos efeitos de um misero controlo. Perfeito.

De onde para onde?

Choveu sempre. Onde nunca chove, tão longe, os dias foram passados em lágrimas. Era a solução perfeita transformada em calvário. Não era suposto ser aquela casa, aquela escola nem aquele frio. Estoicamente erguida, sozinha, vilipendiando diariamente a autoridade por impolida ia aumentado a distância da paz imaginada.

Aquelas ruelas eram agora agradáveis e talvez fosse capaz de resistir ao intolerável porque não duraria eternamente e o petiz estava protegido.

Foram sete longos meses com práticas estranhas, pessoas tristes e desconcertadas com egos terrivelmente impetuosos que conseguiam transformar a chuva em

Estranhamente ainda chovia. Era suposto ter ido à praia.

Daquele lado frio e longe ia voltar anos atrás. Que angustia. Como se explica que há horas em dias felizes que nos fazem arrepender da insipiente arrogância dos 20 anos. Explica-se, mas nos ouvintes de vinte anos parece uma história de pré-sucesso, porque os filhos também têm sentidos de anjos.


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