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Ré em Causa Própria Adelina Barradas de Oliveira

Olha, sabes... não há pesares, há existências.

Somos assim mesmo, complexos, sim e não, bom e mau, revolta e medo, coragem e fúria, heroísmo e covardia, bondade e perversidade....

Esse Deus que os homens inventaram e que nos quer perfeitos será real?

O autêntico aceita-te como és, porque sabe o que és, quem és, o que consegues ser e os medos que tens de ser ou de não gostarem do que és; conhece-te as fraquezas, os tropeços, as variações de humor, as crenças e os descréditos, não, não é as crenças e as descrenças.... é mesmo dos descréditos que te falo, dos teus, dos meus, os descréditos esses momentos que pesam e parece que não acabam, mas acabam.

Acho que é porque dizem que nos criou à sua imagem e semelhança...... sabe bem do que somos feitos.

Quando ficamos com muitos dias, muitos meses e muitos anos, entendemos tudo melhor, ... e o sentido das coisas é tão simples... basta apenas não colidires com elas, nem com os outros... basta existir e coexistir

Porque o que há é existências, aceita-as para que não se tornem pesares. Assim, devagarinho, colher a colher até ao fim, só mais uma,....como as mães fazem quando nos alimentam para que cresçamos, e nos façamos homens e mulheres.... já agora, de Boa Vontade.

Não tenhas crenças, não acredites tanto que és dono da verdade, que conheces a perfeição, a retidão de coração.... não almejes o topo porque não há topo.... há existências e coexistências.

Viaja muito se puderes, convive com os outros, ri e chora quando te der na gana, mas não agridas ninguém, nem com palavras, nem com actos, nem com omissões.... porque te mortificas...

Existe, inspira a vida todas as manhãs... mais um dia para descobrir e uma noite para retemperar o corpo Apesar de tudo será Natal mais uma vez...

Se ainda não descobriste a felicidade que é deixar existir, e coexistir, entender as diferenças e aprender com elas, sentir a variedade da cor da pele, a força das diferentes culturas, as orações que chegam ao mesmo lado de ti como chegam ao mesmo lado do outro, se ainda não percebeste que resistes demasiado ao que tem necessariamente de acontecer... se não sabes lidar com o que não podes mudar... e ainda não sentiste que o Natal é tudo isso ... a tua existência é um pesar.

Então é Natal, há gestos, sorrisos.... no meio da ceia alegra-te porque tens família, casa, crianças, velhos, a tua família tem coisas para contar e memórias para te deixar, cozinhaste, tens a mesa posta, o País em Paz...

Então é Natal... nasce de novo, mas nasce! Existe! Coexiste!

Acredita!... em ti como uma criança acredita que tudo acontece porque é assim, tem de acontecer.

As crianças não têm crenças... elas apenas deixam existir... sabem de um Pai Natal que tem uns bolsos do tamanho dos sonhos....

Sabem de um menino de nome Jesus que não tinha nada, mas era rei porque era criança.

As crianças não têm crenças, não sabem de acontecimentos obrigatórios com guião e rituais,... ... acreditam na magia de deixar fluir a existência, sem pesares, apenas com o olhar atento a tanto Natal, o sentir das almas simples... como os lírios do campo que não trabalham nem fiam.

Um Feliz Natal. Sintam a Magia.... ela anda por aí. Existam e Coexistam.

Somos feitos de pós de estrelas.... é só preciso equilibrarmos as existências.

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