OP ART
Em comemoração aos 10 anos da Fundação Oftalmológica Dr. Rubem Cunha
10 ANOS
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Ministério da Cultura, Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Museu da Casa Brasileira, Fundação Oftalmológica Dr. Rubem Cunha, Allergan do Brasil, Acuvue e Renata Superiore apresentam
OP ART
Ilusões do Olhar Curadoria Denise Mattar
De 17 de Abril a 31 de maio de 2015 Museu da Casa Brasileira Organização Social de Cultura
Patrocínio
Realização
Apoio
Idealização
A
apresentação da mostra Op-Art - Ilusões do Olhar abre no MCB uma
perspectiva sobre a integração do campo do desenho industrial, da moda e
do design gráfico, a partir das experimentações visuais propostas pelo movimento
denominado 2yu’5, Op-Art dos anos 1950.
Trata-se de uma competente seleção de obras de arte e objetos que viabiliza uma
didática e enriquecedora experiência sobre as possibilidades de transposição
plástica entre diferentes campos da criação, ampliando o repertório possível sobre a produção de objetos em nosso cotidiano.
Ao expandir para o universo da moda, design e arquitetura a compreensão
do campo das artes, a mostra exemplifica o caráter principal da vocação do
próprio MCB e destaca, através de importantes artistas e designers brasileiros, a força da produção nacional, foco essencial da missão original do Museu. Ao público, o deleite estético do trabalho que “engana” o olhar,
expandindo a percepção entre as dimensões e revelando, de forma
transversal, a democratização da arte através da interdisciplinaridade e sua incorporação nos objetos de uso cotidiano.
Museu da Casa Brasileira
Bijari O carro verde é interferência num automóvel em desuso, questionando a supremacia do rodoviarismo urbano
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Fundação Oftalmológica Dr. Rubem Cunha - 10 anos Pode-se viver no mundo uma vida magnífica quando se sabe amar e trabalhar: trabalhar pelo que se ama e amar aquilo em que se trabalha. Leon Tolstoi
C
om esta frase motivadora, montamos nossa fundação há 10 anos. A escolha do
nome de meu pai, Dr. Rubem Cunha, para representá-la, trouxe uma responsabilidade
maior ainda para nós, pois durante toda minha vida presenciei, de sua parte, atitudes
de desprendimento e benemerência como médico e ser humano, tendo sido uma permanente fonte de inspiração para nossa fundação e família.
Este ano comemoramos, com muito orgulho, 10 anos de atividades e, neste período,
desenvolvemos quatro projetos que envolvem cuidados com a visão: em crianças em fase de aprendizado, em crianças especiais, em idosos e realizamos mutirões de atendimento fora de São Paulo. Nossa missão sempre focou em educação, saúde, solidariedade e, por que também não, em cultura!
Para comemorar com todos que sempre estiveram conosco trabalhando, torcendo e nos
motivando, decidimos fazer a exposição sobre Op-Art. Como oftalmologistas, sempre nos fascinamos com estas imagens que brincam com nossa mente ao serem colocadas em uma tela plana e que chegam ao nosso cérebro com as formas mais diversas, como em uma visão em 3D, mas sem necessidade de óculos especiais.
Que sistema mental que nós humanos temos, tão perfeito e tão sofisticado, que
nos encanta quanto reconhecemos a genialidade destes artistas? Com certeza o mesmo que também pode nos estimular e nos emocionar ao ajudar o próximo. Foram 10 anos inesquecíveis para todos que participaram de nossa fundação, ajudando com consultas, cirurgias, óculos e conforto nos casos sem solução.
Mas também nos divertimos muito com histórias de pacientes e viagens para comunidades fora dos nossos mapas.
Tivemos a oportunidade de vivenciar a bondade, a resignação e o grande coração
presente nesta população tão desprovida de acessibilidade à saúde pública. Obrigado e parabéns a todos os nossos queridos funcionários, médicos
e amigos..
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ANOS
Marcelo e Rosana Cunha Fundação Oftalmológica Rubem Cunha
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A
Selmi acredita que é possível levar a cultura e arte para todos os públicos, por isso apoia essa maravilhosa mostra Op-Art, que assim como os produtos da marca, tem versatilidade e
alcance imensuráveis.
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CUVUE® teve a satisfação de ser patrocinadora prata dessa ação promovida pela Fundação Oftalmológica Dr. Rubem Cunha, idealizada através de um projeto cultural comemorativo de
seus 10 anos de fundação. Fazer parte da exposição Op-Art, proporcionar o atendimento aos estudantes da rede pública e incentivar a conscientização dos problemas oculares está totalmente alinhado com o que acreditamos como uma empresa voltada para saúde visual. Estamos certos de que esse investimento proporcionou o conhecimento e desenvolvimento não só de quem esteve presente na exposição, mas principalmente das comunidades envolvidas na ação.
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É
com grande orgulho que a Allergan do Brasil patrocina a exposição Op-Art - Ilusões do Olhar, no Museu da Casa Brasileira, comemorando com Arte,
Moda e Design, os 10 anos da Fundação Oftalmológica Dr. Rubem Cunha. Dirigida pelos doutores Marcelo e Rosana Cunha, a Fundação presta assistência oftalmológica a crianças e idosos carentes vinculados a diversas instituições beneficentes como APAE, Casa do Zézinho, APAF, Projeto Velho Amigo, Lar do Caminho, entre outras, encaminhando as pessoas detectadas com problemas para diagnóstico e tratamento na Clínica de Olhos Dr. Moacir Cunha. Da terceira geração de médicos da família, o Dr. Marcelo Cunha, atual diretor da Clínica, interessou-se pela Optical Art devido à relação direta dessa vertente da arte com seu objeto de estudos: os olhos. Desse interesse nasceu a ideia de realizar uma exposição sobre essa arte que brinca com a visão, comemorando o aniversário de 10 anos da Fundação. O projeto foi imediatamente apoiado pela Allergan do Brasil, pois seu escopo veio ao encontro da política de responsabilidade social da empresa, de valorização da cultura e a construção do conhecimento. A exposição reúne alguns dos mais importantes artistas brasileiros dos anos 1950 até hoje, além de designers, arquitetos e estilistas. O espaço escolhido para a mostra, o Museu da Casa Brasileira, desenvolve um amplo projeto educativo, nesse caso, complementado pela Fundação com um atendimento oftalmológico aos alunos da rede pública de ensino. Uma empresa, enquanto resultado do agir e do pensar em comum dos homens, também pode ser um vetor para a difusão de uma visão ampla, compreensiva e globalizadora. Em mais de seis décadas de atuação, essa tem sido a filosofia da Allergan aplicada à gestão de seus negócios, o que resultou no desenvolvimento e no oferecimento de produtos e serviços médicos da mais alta qualidade para atender às múltiplas necessidades de pacientes e profissionais da saúde. Preparados para o futuro, seguimos convictos de que, assim como a saúde, a cultura e a arte também são fatores determinantes para o bem-estar e a qualidade de vida da população.
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Op Art – Ilusões do Olhar
A
exposição Op-Art - Ilusões do Olhar foi idealizada pela Fundação Oftalmológica Dr. Rubem Cunha em comemoração dos 10 anos da instituição. Com prazer aceitei o convite do Dr. Marcelo Cunha para realizar a curadoria da mostra, pois o tema inseria-se dentro de pesquisas que eu já havia desenvolvido anteriormente. Também achei muito interessante um oftalmologista gostar de uma arte que desafia os olhos. A Op-Art surgiu na década de 1950 como uma vertente do Concretismo, embora exemplos
desse tipo de arte possam ser encontrados desde os anos 1920. Seus trabalhos têm como principais características a repetição de formas simples, o uso do preto e branco, os contrastes de cores vibrantes e as luzes e sombras acentuadas. A ambiguidade entre primeiro plano e fundo cria a sensação de movimento e profundidade, evocando um espaço tridimensional que não existe - mas parece tornar-se real. É uma ilusão ótica, daí o nome Optical Art, logo abreviado para Op-Art. Para os artistas concretos um quadro era construído exclusivamente com elementos plásticos – planos e cores – e, não tinha nenhuma outra significação senão ele próprio. “A pintura é concreta, e não, abstrata, afirmava Van Doesburg, “pois nada é mais concreto, mais real, que uma linha, uma cor, uma superfície”. Era uma arte pura, sem enfeites e sem interpretações pessoais. Depois da Segunda Guerra o movimento ganhou força. O nacionalismo foi considerado um dos motivos do conflito e precisava ser eliminado. Para o novo mundo que surgia das cinzas, a arte deveria ser universal, impessoal e sem emoções. Em 1951, o suíço Max Bill inaugurou em Ulm, Alemanha, a Escola Superior da Forma que defendia a participação do artista nos vários setores da vida urbana, integrando arte, arquitetura e urbanismo. Foi ele o principal responsável pela entrada do ideário plástico concretista na América Latina, especialmente na Argentina e no Brasil. Em 1951, o artista fez uma exposição individual no Masp que despertou a atenção da crítica, e participou da 1ª Bienal Internacional de São Paulo, recebendo o prêmio na categoria escultura. No mesmo certame Ivan Serpa recebeu o prêmio de pintura com uma obra não figurativa. A mudança estava no ar! Liderado por Waldemar Cordeiro, foi criado em São Paulo, em 1952, o Grupo Ruptura, com a proposta de trabalhar dentro dos postulados da Arte Concreta. Logo depois, em 1954, surgiu, no Rio de Janeiro o Grupo Frente. No exercício do Concretismo, trabalhando com formas geométricas e repetição de planos e linhas, vários de nossos artistas criaram obras com características óticas. Efeitos de movimento, profundidade, e até desequilíbrio foram rompendo a condição estática da obra. Nesse percurso, o movimento iria tornar-se real e as obras acabariam por sair das telas.
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Almir Mavignier C么ncavo convexo, 1962/2010 Tiragem digital 谩lbum ll, 1/24 78 x 78 cm Acervo Dan Galeria
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A partir dos anos 1960, a Op-Art espalhou-se pelo mundo, alcançando as áreas de design, publicidade, moda e arquitetura . Era a arte chegando ao dia a dia, ao cidadão comum, aos objetos do cotidiano, numa abrangência que continua até hoje. A exposição Op-Art - Ilusões do Olhar, tão adequada ao perfil do Museu da Casa Brasileira, foi organizada em três núcleos: Arte, Design e Arquitetura, e Moda. Nas artes plásticas apresentamos um conjunto de artistas históricos, ladeados por obras contemporâneas, inserindo a Op-Art na era digital. No Design, reunimos artistas que vão dos anos 1950 a 2015, e foi surpreendente verificar que objetos Op podem ser encontrados nacional e internacionalmente, em designs exclusivos ou multiplicados pelas plataformas virtuais. Numa projeção, realizada especialmente para a exposição, é possível ver prédios Op-Art, da mais alta tecnologia, espalhados pelo mundo. Na Moda, apresentamos roupas de alta costura, vestidos e acessórios vintage, peças realizadas sob encomenda e etiquetas que são encontradas apenas online. Em imagens projetadas mostramos também que quase todos os grandes estilistas já realizaram uma coleção Op-Art. Sem ter a pretensão de ser completa, a exposição pontua vários segmentos mostrando a permanência da Op-Art, o único movimento artístico descendente da Bauhaus e da Escola de Ulm a atingir verdadeiramente a sua proposta, que era a de levar a arte a todas as camadas da sociedade. Complementando a exposição, foi desenvolvido pelo Museu da Casa Brasileira, um consistente programa educativo com os alunos das escolas públicas. Em paralelo, a Fundação Dr. Rubem Cunha prestou um atendimento de triagem oftalmológica. Os estudantes com problemas foram encaminhados para a Clínica Dr. Moacir Cunha, numa ação inédita unindo Cultura e Saúde. Agradeço a todos que tornaram essa mostra possível: aos patrocinadores Allergan do Brasil, Acuvue e Renata Superiore, ao Governo do Estado de São Paulo, à Secretaria da Cultura, ao Museu da Casa Brasileira e, principalmente, à toda a grande equipe que tanto trabalhou para realizá-la. Agradeço ainda aos Drs. Rosana e Marcelo Cunha, reiterando minha admiração pelo trabalho que realizam na sua Fundação.
Denise Mattar - Curadora
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arte
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m 1965, o Museu de Arte Moderna de Nova York organizou a exposição The Responsive Eye, reunindo artistas de vários países, cujos trabalhos desafiavam o olhar do espectador.
A mostra foi um grande sucesso e expandiu a Op-Art para outras áreas como o design, a publicidade, a arquitetura e a moda. Op-Art - Ilusões do Olhar se inicia com uma homenagem à mostra do MoMA apresentando alguns artistas que dela participaram, como Vasarely, Cruz-Diez, Yaacov Agam, François Morellet e o brasileiro Almir Mavignier. A obra do britânico Jeffrey Steele, presente na montagem original, foi considerada pelo seu curador a mais significativa obra da exposição. Essa referência abre o núcleo Arte, no qual estão reunidos os principais concretistas brasileiros, cujas obras tocaram a Op-Art. Alguns dos trabalhos foram criados ainda na década de 1950, mas o conjunto se estende até a década de 1980. Compõem esse segmento: Antonio Maluf, Abraham Palatnik, Geraldo de Barros, Hélio Oiticica, Hermelindo Fiaminghi, Ivan Serpa, João José, Joaquim Tenreiro, Judith Lauand, Lothar Charoux, Luiz Sacilotto, Lygia Clark, Mauricio Nogueira Lima, Paulo Roberto Leal e UbiBava. O panorama se completa com os artistas contemporâneos: Duda Rosa, Hilal Sami Hilal, Roma Drumond e Yuli Geszti , cujos trabalhos instigam o olhar do espectador, levando-o a participar da obra de arte. DM
Catálogo The Responsive Eyes 1965 Coleção Adolpho Leirner
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Jeffrey Steele Baroque experiment: Fred Maddox, 1962/1963 Óleo sobre tela 150 x 100 cm Coleção Renata de Paula Cortesia Paulo Petrarca e Dan Galeria
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Yaacov Agam Sem título, sem data Serigrafia sobre poliéster 58,8 x 56,3 cm Coleção Dr. Marcelo Cunha - SP
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Yaacov Agam Sem título, sem data Serigrafia sobre poliéster 58,8 x 56,3 cm Coleção Dr. Marcelo Cunha - SP
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Carlos Cruz-Diez Fisiocromia, década de 1970 Serigrafia sobre papel 50 x 100 cm Coleção Dr. Marcelo Cunha - SP
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François Morellet 40.000 Carrés, 1971 Serigrafia sobre cartão Tiragem 113/300 80 x 80 cm Coleção Celso Fioravante - SP
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Victor Vasarely Myez II, 1957-1965 Óleo sobre tela 110 x 87 cm Coleção Eliana Benchimol - RJ
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Judith Lauand Concreto 47, 1956 Esmalte sobre eucatex 30 x 33 cm Coleção Particular - SP
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Lothar Charoux Tríptico, 1976 Acrílica sobre cartão 100 x 35 cm cada Acervo Galeria Berenice Arvani - SP
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Abraham Palatnik Sem título, 1986 Cartão duplex recortado 70 x 62 cm Acervo Galeria Waldir Simões de Assis Curitiba - PR
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Ivan Serpa Op-Er贸tica, 1971 Nanquim sobre Papel 100 x 70 cm Acervo Galeria Berenice Arvani - SP
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Hélio Oiticica Metaesquema nº 13, 1957/1958 Guache sobre papelão 44 x 52 cm Coleção Particular - SP
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Luiz Sacilotto Sem título, sem data Têmpera vinílica sobre tela 100 x 100 cm Coleção Particular - SP
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Luiz Sacilotto Cinético, 1979 Guache sobre papel 67 x 67 cm Coleção Marcos Simon - SP
Luiz Sacilotto Concreção, 1975 75 x 53 cm Coleção Marcos Simon - SP
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MaurĂcio Nogueira Lima Estudo, 1951 Guache sobre cartĂŁo 77 x 57 cm Acervo Galeria Berenice Arvani - SP
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Antonio Maluf Sem título, década de 1990 Óleo sobre madeira 99 x 66 cm Acervo Galeria Berenice Arvani - SP
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Ubi Bava Você em Op, 1968 Série Homenagem ao espectador Ripas pintadas, espelhos e fita adesiva 95 x 80 cm Coleção Cely & Ronie e Conrado Mesquita - RJ
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Geraldo de Barros A65, 1990 Montagem em plástico laminado 122 x 122 cm Coleção Particular - SP
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João José Sem título, 1953 Guache sobre cartão 44 x 30 cm Acervo Galeria Berenice Arvani - SP
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João José Sem título, 1953 Guache sobre cartão 50 x 35 cm Acervo Galeria Berenice Arvani - SP
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Hermelindo Fiaminghi Alternado III, 1955/1987 Esmalte sobre madeira 53 x 53 cm Coleção Particular - SP
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Hermelindo Fiaminghi Alternado Horizontal III, 1955/1987 Esmalte sobre madeira 53 x 53 cm Coleção Particular - SP
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Lygia Clark Superfície Modulada, 1952 Guache sobre cartão 25 x 33 cm Coleção Cely & Ronie e Conrado Mesquita - RJ
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Joaquim Tenreiro Mosaico em azul, década de 1970 Óleo sobre madeira Coleção Cely & Ronie e Conrado Mesquita - RJ
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Paulo Roberto Leal Sem título, década de 1960 Caixa de acrílico 20 x 20 x 20 cm Acervo Galeria Berenice Arvani - SP
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Yuli Geszti Confidências, 2013 Óleo sobre tela 100 cm Ø Coleção Dr. Marcelo Cunha - SP
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Roma Drumond Vai volta totem, 2009 Retangular Acrílica sobre tela 190 x 9 x 85 cm Coleção Berenice Arvani - SP
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Duda Rosa Velocity II, 2014 Metacrilato 150 x 150 cm Coleção do artista - SP
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Hilal Sami Hilal Deslocamentos Sol, 2013 PS de alto impacto corte a laser 100 x 100 x 60 cm 2/3 Coleção Particular - SP Cortesia Galeria Marilia Razuk
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DESIGN e ARQUITETURA
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núcleo Design e Arquitetura abre com o cartaz da 1ª Bienal de São Paulo, de 1951, criado por Antonio Maluf, cujo partido gráfico remete à Op-Art. No período de implantação das poéticas construtivas no Brasil, a relação entre arte, desenho industrial e arquitetura era estreita, numa herança da Bauhaus e da Escola de Ulm. Grande parte dos integrantes do movimento concreto tinha como profissão a produção gráfica, e ela não era considerada uma atividade à parte, desligada de suas pesquisas. Alexandre Wollner e Almir Mavignier são exemplos dessa síntese das artes que, em nosso país, atingiu seu ápice com a construção de Brasília, inaugurada em 1960. Athos Bulcão é o artista mais presente naquela cidade. Seus inovadores azulejos, que iludem os olhos, são aqui representados pela planta construtiva de um painel. Na década de 1980, o projeto Arte nos Muros ocupou as empenas dos prédios no Rio de Janeiro. O vibrante e excepcional painel encomendado a Raymundo Colares não foi executado devido à morte prematura do artista. Fernando Peixoto, formado pela UFBA, mudou a paisagem urbana de Salvador com seus módulos arquitetônicos óticos, nos quais a beleza e a adequação ao entorno aliam-se à racionalidade de custos de construção. O Banco Op-Art foi realizado especialmente para a exposição por Julien Becquart, com padronagem adaptada por Guilherme Isnard. O núcleo apresenta ainda uma divertida sala reunindo móveis de Fernando Jaeger, luminárias Solar Design e Guinard, porcelanas TokStok e objetos Zazzle. Todos os itens foram produzidos recentemente, mostrando a permanência da estética Op-Art até hoje. Destaque para os bichos em resina criados por Abraham Palatnik na década de 1970. DM
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Antonio Maluf Cartaz da 1ª Bienal Internacional de São Paulo, 1951 94 x 63 cm Acervo Galeria Berenice Arvani - SP
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Alexandre Wolner Cartaz 3ª Bienal, 1955 94 x 63 cm Coleção do artista Cortesia Dan Galeria - SP
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Alexandre Wolner Cartaz 4ª Bienal, 1957 94 x 63 cm Coleção do artista Cortesia Dan Galeria - SP
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Banco Op-Art Realização: Julien Becquart Padronagem: Guilherme Isnard 225 x 80 x 47h cm
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Athos Bulcão Planta para colocação de azulejos. Lápis e guache sobre papel 64 x 112,5 cm Coleção Arthur Peixoto Neto - RJ
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Alexandre Wolner Cartaz Atelier, década de 1960 94 x 63 cm Coleção do artista Cortesia Dan Galeria - SP
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Raymundo Colares Arte nos Muros, 1983 Pintura sobre cartão 56 x 82 cm Coleção Conrado Mesquita - RJ
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Almir Mavignier Cartaz Módulo de Ação Comunitária Acervo Dan Galeria - SP 50 x 50 cm
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Almir Mavignier Cartazes Aditivos Dan Galeria, 2008 Acervo Dan Galetia -SP
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Sede da Vale Projeto Fernando Peixoto Saint Prex - Suíça
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Luminária Cubo OpArt Design: Tom Green Solar Design-SP
Cubo mágico Op-Art On the wall productions Coleção Malou von Muralt
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Abraham Palatnik Bichos, décadas de 1970 e 1980 Objetos em resina de poliéster Acervo Sérgio Longo Escritório de Arte - SP
Ímãs de geladeira, papel de embrulho, postais, bandeja Plataforma e-Bay
Jogo de louça, xícara de chá, café e prato Tok & Stok
Xícara de café Design Alexandre Herchcovitch Tok & Stok
Skate, canecas, mouse pad Design: Empório Moffa Loja virtual Zazzle
Almofadas Design: Empório Moffa Loja virtual Zazzle
Relógios de parede Design: Empório Moffa Loja virtual Zazzle
Luminárias Cilíndricas Design: Guilherme Isnard Guinard - SP
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Toras, 2012 Design: Fernando Jaeger Madeira maciรงa queimada
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Sofá Urbano, 2013 Design: Fernando Jaeger Estrutura em lâmina de madeira natural, pés em aço cromado, assento e encosto em couro natural
Estante Bick, 2009 Design: Fernando Jaeger Pinus maciço com pintura
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moda
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s estampas óticas entraram na moda nos anos 1960, quando o confeccionista americano Larry Aldrich encomendou ao desenhista têxtil Julian Tomchin uma coleção de estamparias inspirada nas pinturas Op da inglesa Bridget Riley. Vibrantes e psicodélicas, elas respondiam à demanda por liberdade que tomava conta do mundo. E se espalharam como um rastilho em minissaias, maiôs, blusas, microvestidos, óculos, tornando impossível pensar a visualidade dos anos 1960/70 sem lembrar da Op-Art. O núcleo Moda abre com uma réplica do emblemático vestido de noite criado por Alceu Penna a partir de estampa de Hercules Barsotti. Entre 1965 e 1967, a Cia. Rhodia encomendou estampas a
importantes artistas plásticos brasileiros e uma das coleções teve como tema a Op-Art. Alguns desses modelos foram produzidos pela Tricot-Lã, empresa cujo logotipo e produtos tinham um design Op. O segmento reúne roupas de uso comum como uma bela capa em vinil vintage, o microvestido, cuja estampa remete ao trabalho de Antonio Maluf, e a réplica de vestido em recortes alternados preto e branco. Completam o conjunto camiseta e cardigan Versace para H.M., marca que trabalha com grandes estilistas criando coleções a preços populares. Criado especialmente para a exposição, o curtíssimo vestido de noite de Sandro Barros mescla camadas de tule ilusioné, vidrilhos brancos e miçangas, num visual Op contemporâneo. O romântico longo de Martha Medeiros, também elaborado para a mostra, une belas rendas a listrados que criam movimento. Acessórios vintage e contemporâneos mostram que estética Op-Art é sempre revisitada pela moda. Destaque para o tecido criado por Barsotti para a Rhodia e os calçados Melissa com design do estilista Gareth Pugh.
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Réplica de vestido de noite, com estampa de Hércules Barsotti, 1965/2015. O original pertence à Coleção do MASP Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand. Doação RHODIA. Réplica realizada especialmente para a exposição. Execução e confecção: Isabel Mascaro - São Paulo Modelagem: Ana Lúcia Niepceron Tecido “Lino” cedido pela tecelagem Santaconstancia. Estampado em silk
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Publicidade da Rhodia Estampas Hermelindo Fiaminghi e LicĂnio deAlmeida. Figurinos Alceu Penna Acervo Tricot-lĂŁ. Gentilmente cedido por Adolpho Leirner
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Publicidade Tricot-l達 Malha Tricot-l達 Acervo Tricot-l達 Gentilmente cedido por Adolpho Leirner
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Vestido Preto e Branco, 1960/2015 Confeccionado especialmente para a exposição. Vestido tubo, sem mangas e decote careca. Realizado em gabardine com forro em poliéster. A peça foi recriada a partir de imagem da década de 1960, por The Studio With No Name, de Camila Zupo e Alessandro Marques, São Paulo
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Lady Bayard Capa em vinil com estampa Op-Art, década de 1960 A capa vintage tem design reto e gola rente ao pescoço. Meio cinto nas costas preso por botões (martingale). Forro em algodão de malha creme e pequenas aberturas circulares sob os braços, para respiração do corpo. Capa similar integra a coleção de moda do Museum of Fine Arts , Boston, USA.
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Blusa Op-Art, década de 1980 Confeccionada em couro, com detalhes em patchwork, mangas morcego. A notar a similaridade da estampa com cartaz do artista brasileiro Almir Mavignier, apresentada na exposição (pág. 67). Acervo Casa Juisi
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Versace Camiseta e Cardigan, 2012 Coleção Op-Art para H.M., marca sueca que trabalha com grandes estilistas criando coleções a preços populares.
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Antônio Maluf Progressões Crescentes e Decrescentes, 2000 Acrílica sobre madeira 60 x 30 cm Coleção Celso Fioravante - SP
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Vestido
Vestido Op-Art, 2015 Modelo trapézio realizado em tecido sintético, com mangas. A notar a similaridade da estampa com a obra do artista brasileiro Antonio Maluf, apresentada na exposição (pág. ao lado). Peça produzida pela empresa multinacional Karta, especializada em venda de roupas on-line, em diversas plataformas digitais.
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Detalhe do bordado
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Sandro Barros Vestido de noite, 2015 Criado especialmente para a exposição. Vestido trapézio confeccionado em tule ilusioné branco, com primeiro forro em crepe branco e segundo forro em cetim. Bordado em tapeçaria com desenho contornado por miçangas pretas.
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Martha Medeiros Vestido de noite, 2015 Criado especialmente para a exposição. Confeccionado em tafetá listado com fios de seda e lurex, bordado na barra, busto e ombro com renda francesa soutachada e renda Renascença. A estrutura do vestido tem volume com anáguas e barbatanas importadas e o corset foi preparado à mão.
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Tecido com estampa Hércules Barsotti para Rhodia Década de 1960
Brinco quadrado Preto e branco de metal Acervo Casa Juisi Óculos, década de 1980 Acervo Casa Juisi Foulard em seda, década de 1960 Addition by Wessel & Velt Itália
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Pulseira de acrílico Com tecido de lurex e forro de algodão Acervo Casa Juisi Pulseira de acrílico Forrada com malha Acervo Casa Juisi Pulseiras de acrílico Acervo Casa Juisi
Sandália Aileron Flip Flop Design Gareth Pugh Para Melissa - Brasil
Colar preto e branco Plástico com flores Acervo Casa Juisi Colar de esferas Madeira com madrepérola e miçangas Acervo Casa Juisi Óculos Op-Art, década de 1960 Aro preto e branco
Brinco de alumínio Preto e prata formato caracol Acervo Casa Juisi
Sapatilha Ultragirl Design Gareth Pugh Para Melissa - Brasil
Gravata em poliéster Estados Unidos Loja virtual Zazzle
Gravata de tricô Atelier Sab Acervo Casa Juisi
Sapato Kayla Italy Style Acervo Casa Juisi
Óculos Op-Art, década de 1960 Aros gatinho, hastes reotrcidas Camiseta em algodão Design Fruit of the Loom Estados Unidos Loja virtual Zazzle
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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO GERALDO ALCKMIN Governador do Estado MARCELO MATTOS ARAUJO Secretário de Estado da Cultura Renata Vieira da Motta Coordenadora da Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico
A CASA MUSEU DE ARTES E ARTEFATOS BRASILEIROS ORGANIZAÇÃO SOCIAL DE CULTURA Conselho de Administração Pieter Thomas Tjabbes (presidente) Regina Célia Pousa Ponte (vice-presidente) Auresnede Pires Stephan Hélio Rubens Ribeiro Costa Júlio Abe Wakahara Vasco Caldeira Wilton Guerra Diretoria Renata Cunha Bueno Mellão - diretora-presidente Maria Eduarda Barros de Tomasi Mellão Marta Villares Ribeiro Mata
MUSEU DA CASA BRASILEIRA Diretora Geral Miriam Lerner Diretor Técnico Giancarlo Latorraca Diretor financeiro Marco Antonio Alves
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Curadoria Denise Mattar Cenografia Guilherme Isnard Programação Visual Ana Lucas - Kaminari Comunicação Produtor Executivo João Isnard Produção Geral Alexandre Furtado Iluminação Washington Luiz B. dos Santos (Encarregado), Paulo Cesar Santos Teles (Oficial), Pedro Edimark Vinicius de Melo (Meio Oficial), Marcus Vinicius Bonati (Meio Oficial), Jardson Martins da Silva (Estagiário) e Teiji Saito (Coordenador) Assistente de Curadoria Mônica Estela Gomes Assistente de Iluminação José Maurício Rodrigues Lima Assessoria de Comunicação A4 Comunicação Pesquisa de Objetos Malou von Muralt Museologia Ângela Freitas Moda Alexandra Benenti, Alessandro Marques, Ana Lúcia Niepceron, Camila Zupo, Isabel Mascaro, Patrícia Sant’Anna, Manequins Propavit, Santaconstancia Cenotécnica Claudio Roberto Dantas, Iano Ahmed, Leonardo Benicio Freitas, Joacyr Salles Filho Acabamento de Cenografia Fire Flux Montagem Juan Manuel Wissocq, Leopoldo Ponce, Marcelo Fusco Fotografias das obras Sérgio Guerini Fotografias da Exposição Guilherme Isnard Vinicius Stasolla Reproduções fotográficas Insign Revisão Jhony Arai Transporte Alves Tegam Assessoria Contábil Celeste Bartoletti Slide show Mônica Estela, Ehlo Marketing, Essencial, Rafael Renzo Molduras Namoldura Art Frame Produção Curatorial Denise Mattar
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