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MinistĂŠrio da Cultura e Banco do Brasil apresentam e patrocinam
ANO II
Curadoria Marcia Tiburi
abril a novembro/2012
O Ministério da Cultura e o Banco do Brasil apresentam Filosofia do Rock, série de encontros para debater o gênero musical em conexão com o pensamento filosófico. O Rock, expressão musical e cultural, desde o seu início influenciou comportamentos e trouxe novas ideias sobre os anseios humanos de liberdade. Como linguagem dinâmica e sensível ao mundo e a seu público, também recebeu influências e incorporou desejos em música e atitude. Nesta série de debates, a filósofa Márcia Tiburi recebe convidados para um diálogo entre o Rock e o pensamento reflexivo da filosofia. Neste, não só o pensamento filosófico ilumina as questões vividas nesta manifestação cultural, como também os ideais e experiências desta enriquecem as questões filosóficas. Com a realização da série, o Centro Cultural Banco do Brasil oferece ao público a oportunidade de rever o legado do gênero musical sob uma ótica diferente e criativa, estimulando a reflexão e o diálogo entre manifestações diversas da cultura. Centro Cultural Banco do Brasil
Filosofia do Rock O rock nunca foi só o rock. Nascido em meados do século XX, o rock atingiu a importância cultural que a psicanálise, o feminismo e o cinema tem em nossa cultura atravessando a experiência existencial de muita gente. Expressão cultural e musical, o rock se revela como um dado fundamental na história antropológica que nos afeta até hoje. Se o ser humano foi, segundo vários pensadores, uma invenção, o rock foi a invenção da juventude, da liberdade, de um estilo de vida capaz de romper com a autoridade. O rock ajudou a inventar um novo corpo, ao mostrar um corpo livre, um corpo irônico, um corpo lançado na vida, um corpo às vezes consciente de si, às vezes dionisíaco e trágico. Quando falamos em rock é toda a questão da performance, como modo de expressão do corpo, o que vem à tona. E mesmo assim, tem que ache que “o rock não pensa”. Pois o rock pensa. E não só pensa como também faz dialogar. Artefato de comunicação entre gerações, o rock é uma espécie de linguagem popular geral que conecta todas as pessoas num ritual em que se celebra a eletricidade da vida. Há filosofia no rock, nas letras, nas músicas, mas também no modo de ser das bandas, dos estilos, dos movimentos. Por isso é que nossos encontros são diálogos para pensar sobre o rock, mas também para criar um pensamento novo, capaz de colocar em movimento os conceitos e ideias que estão contidos no rock. Não é só a filosofia que pode abrir a caixa preta do rock, mas também o rock que pode inspirar a filosofia enquanto mostra que pensar é algo prazeroso como ouvir e dançar ao som de nossos filósofos ou da nossa banda preferida. Todos convidados para a festa!!!
Marcia Tiburi - curadora
Emmanuelle Bernard Marcelo Nunes
17/4
Zélia Duncan Cássia Eller, filosofia da performance e da voz
Dos Mutantes e Raul Seixas, aos Titãs e ao Barão Vermelho, a história do rock nacional é o rio no qual não nos banharemos duas vezes. Cássia Eller é uma de suas figuras mais inesquecíveis ao assumir-se como intérprete do rock nacional. Só que Cássia fazia rock com qualquer canção. Destoando da cena mais habitual das cantoras brasileiras, Cássia perturbou os protocolos musicais com uma voz expressiva e uma performance de anti-diva. Seu modo antiperformático de ser e de cantar, confundiu o papel da voz feminina na canção brasileira como um todo. Como cantora ela marca um lugar tão pós-feminista quanto pós-feminino nessa história. Quem somos hoje, depois de Cássia Eller? Esse encontro é também uma homenagem à amizade e a admiração de Zélia Duncan – ela mesma parte da história do rock brasileiro – por Cássia Eller.
22/5
Thedy Corrêa Rock, Filosofia, Indústria Cultural e Juventude
O nascimento do rock está ligado ao avanço das tecnologias sonoras, à questão da gravação e da reprodução técnica, mas também da Indústria Cultural cuja função não pode ser esquecida na vida contemporânea. No entanto, podemos dizer que não existiria rock sem a juventude que ele mesmo ajudou a inventar. Música da juventude, mas não simplesmente de pessoas de pouca idade, ele é a configuração performática de um estilo de vida que envolve um modo de vesti-se, de comportar-se, de ser e de pensar. Por que o rock interessa tanto aos jovens de nosso dias?
19/6
Fernanda Chemale
fotos: divulgação
Leoni Paul Simon, música e incomunicabilidade
Paul Simon ficou famoso com Art Garfunkel com a canção The Sounds of Silence nos anos 60. Nome importante do chamado Folk rock, Paul Simon, assim como Dylan foi porta-voz de sua geração, mas oposto a ele, não cantou o protesto ou a revolta, mas fez da canção do rock um instrumento de introspecção: um encontro do sujeito consigo mesmo. Cantor da melancolia e a da fragilidade subjetiva, da solidão e da delicadeza, Simon é um dos artistas mais sofisticados musicalmente da história do rock. Os filósofos da confissão, de Rousseau a Benjamin, são os convidados para esta conversa sobre a descoberta de si.
24/7
Wander Wildner Sex Pistols, Nietzsche, música e filosofia a golpes de martelo
O punk foi a autodestruição crítica do rock e sua refabricação revoltada. Carregado de um antimétodo, o punk é a estética do barulho pelo barulho, do grito pelo grito com função imoralista explícita. Contra tudo e contra todos, e sobretudo contra o poder e sua persona, Sex Pistols é a banda com a carreira mais curta e mais inesquecível na história do rock. Nietzsche, filósofo da provocação, da filosofia a golpes de martelo, poderia ter tocado com os Sex Pistols. No encontro entre o niilismo e sua crítica vamos entender os alcances e limites da questão punk como forma de pensar e agir em nossa cultura.
21/8 Bruno Zanardo
Carol Teixeira Madonna e os paradoxos do pós-feminismo
Madonna tornou-se uma artista pop, mas sua origem está no rock. Mais precisamente no punk rock que ela entendeu como uma saída da norma, um modo de se desencaixar do sistema. A performance da artista leva-nos a pensar no pós-feminismo, em um novo sentido da descoberta do fato de ser uma “mulher”, no questionamento da sexualidade sempre heterodeterminada das mulheres, no lugar do corpo feminino como um campo de poder. Da análise do paradoxo entre ser objeto e ser sujeito, Madonna conseguiu ou não contribuir para a evolução da emancipação feminina?
18/9
Badaui e Ricardo Japinha Os Ramones e as filosofias do Tédio
Foram os Ramones que nos anos 70 deram as linhas gerais para a estética musical punk. Como uma espécie de negativo dos Beatles, que os inspiraram pelo avesso, os Ramones praticaram uma retorno ao essencial do rock, com músicas e letras simples. Ao mesmo tempo no espírito da desordem, da brincadeira, do deboche fizeram da banda um espécie de simples negação do tédio, o sentimento mais simples da vida jovem. Ora, o que é o tédio combatido pelos Ramones? É hora de colocar Schopenhauer e Heidegger na cena e provocar atritos em todas as cabeças que, depois do punk rock, ainda acham que pensam em alguma coisa.
23/10
Daniel Lins Para uma metafísica do rock: Bob Dylan e Gilles Deleuze
A canção elevada a suporte para a poesia moderna de Bob Dylan encontra a filosofia do desejo de Gilles Deleuze. Enquanto Deleuze afirma sua filosofia como “criação de conceitos”, Dylan assume-se como “ladrão de pensamento” ou “ladrão de almas” – em letra citada pelo próprio filósofo em um de seus diálogos. Iconoclastas e libertários, Dylan e Deleuze fazem da filosofia e do rock uma combinação que leva a repensar o sentido de todas as coisas.
20/11
Gelson Bini The Smiths a Joy Division: Kierkegaard e a melancolia em tempos de novas tecnologias
Nos anos 80 e 90 na era do rock podemos avaliar a influência que as novas bandas sofrem das anteriores, mas também é preciso avaliar a herança existencial que pesou sobre algumas delas. A relação homem-máquina, real-virtual e a condição humana no mundo da mercadoria são tópicos de um sofrimento objetivo que do qual o rock vem ser a nova poesia. No entanto, são o desespero e a angústia, os grandes temas da novecentista filosofia de Kierkegaard que parece reverlar-se na musico-performance de bandas como The Smiths e Joy Division. A pergunta que anima este debate é “por que a alegria do rock é o paradoxo de sua melancolia?”
Marcia Tiburi
Graduada em filosofia e artes e mestre e doutora em filosofia. É professora do programa de pós-graduação em Arte, Educação e História da Cultura da Universidade Mackenzie e colunista da Revista Cult. Autora de diversos livros de filosofia e de literatura, entre eles Filosofia em Comum (Record, 2008), Filosofia Brincante (Record, 2010) e Olho de Vidro - A televisão e o estado de exceção da imagem (Record, 2011), e de 4 romances, Magnólia, A Mulher de Costas e O Manto (Record, 2009) e de Era meu esse rosto (Record, 2012).
ZÉLIA DUNCAN Consagrou-se cantora e compositora pop, mas com presença na MPB e com uma discografia premiada pelo público e crítica nacional e internacional. O álbum Zélia Duncan foi incluído pela revista Billboard entre os 10 melhores álbuns latinos(1994). Os cds Sortimento e Pelo sabor do Gesto foram indicados ao Grammy Latino (2001 e 2009). Em 2005 participou do retorno dos Mutantes e gravou DVD com Simone. A artista completou 30 anos de carreira (2011) e, além de turnês nacionais e internacionais, lançou o DVD Pelo sabor do gesto em cena e a peça Totatiando, inspirada na obra de Luiz Tatit.
Thedy Corrêa Letrista, compositor, produtor musical e vocalista da banda de rock Nenhum de Nós, com quem lançou dois DVDs e 14 álbuns, o atual Contos de Água e Fogo (2011). Sua voz é considerada referência do pop rock nacional. Entre os sucessos musicais a “clássica” Camila Camila – gravada por Cazuza –, Sobre o tempo, Eu caminhava, Amanhã ou Depois, Vou deixar que você se vá, entre outros. Lançou os livros Bruto (2006) de poesias e Livro de Astro-ajuda (2010) de crônicas pela L&PM Editora. Mantém os blogs Gigante (futebol) e Astrothedy (assuntos do seu cotidiano) no site ClicRBS.
leoni Cantor e compositor brasileiro consagrado por fazer a transição do mercado mundial com o sucesso de seu método desenvolvido na web para lançar o CD/DVD A Noite Perfeita Ao Vivo (2010). Com 30 anos de carreira, passou pelo Kid Abelha, fundou o Heróis da Resistência – consagrado com os sucessos Só Pro Meu Prazer e Double de Corpo. Em carreira solo (1993) lança a canção Garotos II, na sequência o livro Letra, Música e Outras Conversas (1995), o CD Você Sabe o que Eu Quero Dizer (2002), Audio-Retrato (2003) e os CDs e DVDs Ao Vivo (2005) e Outro Futuro (2006).
wander wildner Verbete obrigatório da enciclopédia virtual do rock desde que era cantor dos Replicantes nos anos 80. Estreou sua carreira solo em 1996 com o album Baladas Sangrentas produzido por Tom Capone, criando o estilo Punkbrega. Tem seis discos lançados, participou do Dvd Acustico MTV Bandas Gaúchas e é convidado da edição brasileira do Festival Lollapalooza em 2012. Wander se expõe em tudo o que faz e se define em cada verso como um menestrel apaixonado.
carol teixeira Escritora, autora dos livros De Abismos e Vertigens (editora Sulina) e Verdades & Mentiras (L&PM). É filósofa formada pela PUC-RS e atualmente cursa o mestrado em filosofia na PUC-SP. Assina também uma das colunas mais polêmicas da revista Vip e é vocalista e tecladista da banda Brollies&Apples, que lançou, em 2011, o cd This is an Organized Orgy. Já escreveu as peças de teatro Festa de Bebete e Cenas de Amor Intenso que foram montadas com a direção de Zé Adão Barbosa e também foi apresentadora do programa Lado C, na L&PM Web TV.
Badaui e Japinha Integrantes da Banda CPM 22 Badauí (vocal) e Japinha (bateria) em conjunto com Luciano (guitarra) e Heitor (baixo) já abriram shows de bandas internacionais como Lagwagon. Foi uma das poucas bandas brasileiras de hardcore a ganhar um disco de ouro e fazer sucesso no mainstream, e com isso, abriu as portas para uma nova geração de bandas brasileiras de rock. Em 2008 ganharam um Grammy Latino de melhor álbum de rock brasileiro.
Daniel Lins Filósofo (Paris VIII- Vincennes, Pós- doutor), Sociólogo (Paris VII-Diderot, PHD) e psicanalista. Professor da UFC, autor de cerca de 20 livros no Brasil e no exterior, nas áreas de estética, ética, literatura e filosofia da educação. Participou inúmeras vezes do Café de Filosófico TV Cultura-SP e CPFL. Conferencista nacional e internacional, foi professor convidado em diversas universidades no Brasil e no exterior. Os livros Águas Belas - Álcool, Filosofia e Literatura (Record), tem lançamento para setembro, e Bob Dylan - Liberdade que Canta, com lançamento previsto para outubro 2012.
Gelson Bini Atua como livreiro divulgador há 10 anos. É Assessor do SESC - Santa Catarina e para esta Instituição , em 2009, criou o projeto Guia de Leitura que atende as escolas das redes municipal, estadual e particular de ensino em todo o estado. Em apenas 3 anos, o projeto atendeu mais de 6 mil alunos, além de professores e mediadores de leitura. Desenvolve palestras associando temas do cotidiano com a literatura.
valternu DJ e produtor musical, formado em Rádio e TV e pós graduado em Semiótica. Atua na noite paulista há mais de 10 anos. Seu set list musical variado e suingado transita livremente entre rock,house, funk, ska, música latina, jazz, electrotrip hop, sempre com os dois pés na brasilidade, em tudo o que faz dançar.
ficha técnica Patrocínio: Ministério da Cultura e Banco do Brasil Realização: Centro Cultural Banco do Brasil Curadoria e Mediação: Marcia Tiburi Coordenação Geral: Regina Rosa Convidados: Zelia Duncan, Thedy Corrêa, Leoni, Wander Wildner, Carol Teixeira, Badauí e Ricardo Japinha, Daniel Lins e Gelson Bini Dj Convidado: Valter Nu Projeto Gráfico: Kaminari Comunicação Assessoria de Imprensa: Fernando Oliveira Produção: Andréia Couto/Celso Rabetti Prestação de Contas: Celeste Bartoletti Produção e Administração: R. Godoy Marketing e Cultura Ltda
Realização LEI DE INCENTIVO À CULTURA
LEI DE INCENTIVO À CULTURA
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Livre para todos os públicos
Rua Álvares Penteado, 112 - Centro - São Paulo. Informações: (11) 3113-3651 / 3113-3652 twitter.com/ccbb_sp I bb.com.br/cultura SAC 0800 729 0722 / Ouvidoria BB 0800 729 5678 / Para Deficiente Auditivo ou de Fala 0800 729 0088