Revista Fazer o bem 2ED

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revista

Fazer o bem

Ano 01 | Edição 02

Sustentabilidade Confira entrevista com o coordenador do Ambiente Brasil Sustentável

Mutirão do banho

Conheça mais sobre o grupo que deixa de lado a preguiça nas manhãs de domingo para dar banho nos cachorros do Abrigo São Lázaro.


palavras do bem

Foto: Germano SIlva

Acaba de sair do forno mais uma edição da Revista Fazer o Bem, após mais dois meses de correria, cobranças e aprendizados. Estes últimos, então! Ao longo dessa busca por matérias ligadas ao bem, aprendemos que há muita coisa a ser consertada nesse mundo, mas que também tem muita gente boa se desdobrando em mil para melhorar um pouquinho que seja esse quadro. Aprendemos que fazer o bem é prazeroso, mas também demanda muito trabalho e determinação. Aprendemos que as lições nos chegam quando menos esperamos, e, principalmente, que quanto mais aprendemos mais vemos que não sabemos de nada. Só nos resta, na nossa ignorância, tentarmos aprender cada dia mais. As lições? Tem lição de amor com as crianças do Abrigo Santa Gianna, de respeito à natureza com a galera do Ambiente Brasil Sustentável e de amizade com os bichinhos do Abrigo São Lázaro. Se você quer aprender também, não deixe de conferir a segunda edição da Fazer o Bem. Siga os passos dos heróis que são apresentados nas páginas que seguem e, quem sabe, um dia, será você a nos ensinar também.


Expediente Editora- chefe

Isabele Pequeno

Repórter

Gabriela Ribeiro

Repórter

Emanuele Sales

Fotográfa

Luzia Monalisa

Projeto Gráfico e diagramação

Kelly Cristina

Tirinha

Hemeterio

Revista Fazer o Bem

www.revistafazerobem.com.br


páginas do bem

14 08

8 Me leva para casa? 12 Matéria de capa Abrigo São Lazaro 14

Abrigo Santa Gianna


Edição 02

20 22

20 Gata Lili em cena 22 Lixo de valor Vivências 28 Entrevista

by Carminha Campos


recadinhos Obrigada a todos pelo incentivo e pelos elogios da nossa primeira edição! Que linda! Um belo fruto do esforço feito por todos que querem literalmente fazer o bem! Parabéns e que essa plantinha possa render mais frutos!!! Amanda Pessoa Barbosa

Parabéns! Se Deus quiser virão

Parabéns pra todos. A revista tá linda! Hélia Duarte

outras edições

e vocês vão conseguir imprimi-la. Huruuuuu Daliny Diógenes

Que esta “bebê” cresça em páginas e boas ações, pois qualidade ela já tem de sobra. Parabéns aos idealizadores e a todos os que colaboram com tão bela Carminha Campos

iniciativa!

A Revista ficou muito bonita, espero que dê certo e

muito

sucesso para vocês!!! :) A diagramação eu gostei muito

por ser leve, clara (o que não cansa o leitor), que é importantíssimo quando se trata de matérias online. Renata Góes

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Parabéns e podem contar

comigo... Antônio Estevam

Parabéns! Precisando de mim estou por aqui.... =) Luziane Pereira

É bom ver a realização de sonhos e melhor ainda quando este sonho é algo tão "fazedor" do bem. Parabéns! Jonathan Souza Adiante com a coragem. Essa revista pode “render”. Invistam. Sempre que eu souber, darei sugestões de pauta. Fiquem à vontade para solicitar minha ajuda no que e quando precisarem. Colaborarei no que puder. Ademir Costa

O benefício de divulgar boas ações é capaz de fazer algo muito importante, inspirar e encorajar mais

ações. Tanta gente vive dizendo que o mundo ta perdido,

que não há ninguém que preste, talvez por se fechar ou não dar valor a boas ações (grandes ou pequenas) que acontecem em tantos lugares (inclusive ao nosso redor). A revista ta ae dando espaço pra esse lado do mundo que não merece ser esquecido! Rafael de Mesquita

Parabéns pela iniciativa. Só espero

coisas boas de vocês.

Sueli Teixeira

Parabéns gente! O mundo precisa de boas notícias. Melhor: precisa mesmo de incentivo às práticas que rendam

boas notícias. Tô na torcida por vocês! Emanuele Sales

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conhecendo bem

O amor que acolhe

À

entrada do Abrigo Santa Gianna Beretta Molla, logo se respira os ares de lar. “O segredo da felicidade é viver momento a momento e agradecer a Deus por tudo o que Ele, em sua bondade, nos dá dia após dia”, confessa a frase impressa no cartaz receptivo. As palavras da médica italiana falecida em 1962 e declarada santa pela Igreja Católica em 2004 parecem se concretizar na vida das 24 crianças assistidas pelo abrigo e dos 35 colaboradores que se desdobram em trabalho e cuidados.

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A casa foi fundada há seis anos pela Comunidade Católica Shalom, em Fortaleza e, desde então, integra os projetos do setor de Promoção Humana da instituição. Segundo

reinserção no lar, como visitas às famílias, atendimentos sociais e atividades de integração.

As mães de Santa Gianna

a coordenadora do Abrigo, Iracema Amora , o

O nome da santa faz jus à proposta do

acolhimento é direcionado para menores que

abrigo de ser lar e família para os menores,

tiveram os direitos violados e, portanto, tive-

enquanto é definida a situação do convívio

ram de ser afastados de seus lares. As histórias

dentro de casa. E torna-se algo muito natural

de vida são mantidas em sigilo pela coorde-

e espontâneo chamá-los as “crianças de Santa

nação e pelo Juizado da Infância e Juventude.

Gianna”, como se fosse esse o nome da mãe

Hoje, residem no Abrigo crianças e adolescen-

de cada um.

tes com faixa etária entre dois e quinze anos.

Se Gianna Beretta Molla não recuou

Além de prestar serviços básicos como

diante da possibilidade de ofertar a própria

alimentação, educação, vestuário, moradia e

vida para que o bebê que gerava em uma

saúde, a Casa oferece atendimento psicológico

gravidez de alto risco vivesse, os educadores

e psicopedagógico, formação humana e espi-

sociais buscam no exemplo da santa, inspira-

ritual, atividades esportivas e cursos de arte.

ção para as atividades que desenvolvem. O

Também são desenvolvidas ações que visam à

que explica a decisão da jovem mãe de levar

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adiante a gestão – fazer tudo por amor – é

fazer, nós fazemos. Dar banho, dar comida,

também o que os impulsiona no dia a dia.

brincar...”, afirma.

“Como toda criança, eles precisam de

Vangela Maria Barros tem vivido essa

carinho e atenção. Esta também é uma mis-

experiência desde 2006, quando tudo come-

são que busco viver usando a mesma medida

çou. Como fazia parte de um grupo de oração

de amor com que tenho cuidado há oito anos

do Shalom, logo tomou conhecimento sobre

dos meus filhos”, conta Maria das Graças

a implantação do espaço. Para ela, trabalhar

Sousa Ferreira, educadora responsável pelas

no abrigo concretiza um sonho antigo: atuar

crianças mais novas da Casa, duas irmãs gêmeas de dois anos de idade.

no Serviço Social. Aos quarenta e seis anos, a mãe de uma menina de 9 anos e de um rapaz

O fato de ser mãe de Jamile (7), Jacó (6)

de 14, sente-se realizada. “Isso aqui pra mim

e Josué (4) a ajudou bastante na adaptação à

é um presente de Deus porque me identifico

rotina da casa. “Tudo o que uma mãe precisa

com o que faço”, declara.

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recisa p o h n o s m u e u q o Tudo lguém a é o d a z li a e r r e s para ssa o p le e e u q e it d e r c que a hinyashiki S to r e b o R . o d ser realiza

Imagine uma nova história para sua vida e acredite nela. Paulo Coelh o

Para refletir... "Ninguém comete erro maior do que não fazer nada porque só pode fazer um pouco." ( Edmund Burke )

"Procuro semear o timismo e plantar s ementes de paz e justiça. Digo o q ue penso, com esper ança. Penso no que faço, com fé. F aço o que devo faz er, com amor. Eu me esforço par a ser cada dia melh or, pois bondade também se aprende . Mesmo quando t udo parece desabar, cabe a mim de cidir entre rir ou c horar, ir ou ficar, desistir ou lutar; po rque descobri, no c aminho incerto da vida, que o mais importante é o dec idir." Cora Coralina


Me leva para casa? Todas essas fofuras estão disponíveis para adoção. Não perca tempo, leve um deles para casa e viva momentos maravilhosos com seu novo amigo. *Alguns desses animais já podem ter sido adotados.

Cãozinho macho, salvo de atropelamento, levado ao veterinário e agora está saudável. Contato: Annelise Araújo (85) 8839 6175/ 3235 5315 ou annelise@marquise.com.br

Esse é o negão, porte médio, dócil, brincalhão e convive bem com outros animais. Contato: Cássia Alves 8816.4943

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Esse lindo gatinho é manso e adora receber carinho. Caso queira adotá-lo entre em contato através do e-mail: mivanine@gmail.com

Esse gatinho foi encontrado sendo agredido. Uma voluntária o retirou de lá, mas não pode abrigá-lo. Contato: Débora Melo 88410569/9737199

Essa é a Frani, porte médio, vacinada e castrada. Contato: Danielle 8896.2322

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matéria de capa

O mutirão do bem

L

ogo que descemos do carro, meu noi-

trução na frente da qual nos encontrávamos:

vo e eu, em frente ao Abrigo, já escu-

Deve haver, no máximo, uns 20. Quase caio

tamos aquele barulho ensurdecedor

para traz quando ela responde: 80.

de latidos. Na porta, minha primeira

Ao abrir o portão do Abrigo, me deparo

pergunta para a Rosane Dantas, a responsável

com aquele mar de bichinhos fofos. Tão caren-

pelo local, foi: tem quantos cachorros aí den-

tes e felizes só por me ver, que dá uma vontade

tro? Pensei, observando as dimensões da cons-

louca de levar todos para casa.

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15


“ 16

eu me sinto a pessoa mais feliz do mundo. Ver aqueles rabinhos abanando aqueles cãezinhos pulando, seus olhinhos brilhando.. �


Em meio àquela confusão toda, seguem

“Olha, escolhe um que não tenha a fiti-

trabalhando incessantemente os voluntários

nha verde no pescoço e leva para perto das ba-

do Abrigo. Cerca de 20 pessoas seguiam na ta-

cias. Depois de banhado, o cachorro tem que

refa de molhar, passar xampu, enxaguar...

ser enxaguado com produto antipulgas. Aí

Rosanne, apesar de ser a responsável pelo Abrigo, parecia não ter coragem de dar as ordens, uma vez que se mostrava extrema-

você coloca a fitinha verde no pescoço e pega outro”, explicava Naraline Alves, com a alegria de quem faz algo que ama.

mente grata pela boa vontade de todos que

Ela diz que não encara o trabalho que faz

ali se encontravam. Felizmente, uma das vo-

junto aos animais como uma obrigação, mas

luntárias, já familiarizada com o local, nos foi

como um prazer: “Nossa eu me sinto a pessoa

ajudando a saber como agir em meio àquele

mais feliz do mundo. Ver aqueles rabinhos aba-

divertido ambiente.

nando, aqueles cãezinhos pulando, seus olhi-

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nhos brilhando... Para mim, não tem preço que

nidade de receber um pouco de carinho (o que

pague a felicidade em estar no Abrigo”.

a grande maioria não teve chance de vivenciar

Um pouco menos expansivos, mas tão

ao longo de suas vidas).

animados quanto ela, os outros voluntários

Mas para aqueles que convivem de per-

também demonstravam grande alegria em

to com a alegria e o stress de um trabalho que

poder ajudar e nenhum cansaço transparecia.

demanda grande parte de suas horas diárias,

Assim, um a um, os cãezinhos foram receben-

essa pequena ajuda faz toda a diferença. É o

do suas fitinhas verdes.

que nos conta Cristóvão Jackson de Oliveira.

Para quem participou, a manhã foi bas-

Ele é quem organiza os mutirões do banho, faz

tante divertida. Para os cãezinhos foi a oportu-

todo o material de propaganda para divulgar o

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Abrigo na internet e ainda é um dos entrevistadores dos adotantes nas feiras de adoção de cães e gatos. Ele diz que já trabalha pela causa dos animais carentes há bastante tempo, mas ainda não conseguiu se acostumar às maldades que são feitas aos bichinhos: “Fico com o coração partido ao tomar conhecimento de que um determinado animal foi abandonado ou foi vitima de maus-tratos”. Segundo ele, o trabalho de quem ama os bichinhos não termina quando o animal sai do Abrigo: “Fico muito feliz quando um animal carente é adotado por uma família abençoada, mas acho de fundamental importância o acompanhamento após a adoção, pois dessa forma podemos perceber se o animal está sendo bem cuidado. (...) o adotante tem que se conscientizar de que o animal representa uma vida, um filho adotivo, não é nenhum objeto descartável, ele merece muito amor e uma alimentação digna”. Para nós, fica a bela lição e a oportunidade de fazer um pouquinho por esses pequenos seres que nos dedicam tanto carinho. Para participar do próximo Mutirão do Banho, entre em contato com o Cristóvão através do facebook do Abrigo: www.facebook.com/saolazaro.

Fotos: Germano SIlva

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Gata Lili em cena

por Renata Goes *

Alimentação de cães e gatos Ainda é comum encontrar pessoas com dúvidas em relação à alimentação do seu animal. O que devemos saber é que, para viver bastante e com saúde, cães e gatos necessitam de uma dieta rica em vitaminas e sais minerais. E o que vai determinar qual o tipo de ração ideal é o estilo de vida do bicho, bem como seu porte, raça, idade e estado fisiológico. Diante de tantas opções que o mercado pet oferece aos tutores, o mais recomendado por veterinários é optar por uma ração premium ou super premium. Esse tipo de alimento tem uma alta quantidade de nutriengarantir ao animal uma alimentação super

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Foto: sxc.hu

tes em sua formulação. Esses cuidados irão


Fotos: google

balanceada, com proteínas, carboidratos, vitaminas e minerais. Os benefícios dessas rações são comprovados pela saúde e longevidade do seu pet. Elas também combatem bactérias, vírus e fungos, e ainda dispensam qualquer outra suplementação mineral ou vitamínica. A digestibilidade é maior, as fezes ficam firmes e a pelagem bonita. Toda esta boa saúde traz economia com veterinários e medicamentos. Já uma ração básica, daquelas coloridas, oferece baixo nível de nutrientes, menos vitaminas e minerais. O preço é sem dúvida mais barato e o animal come quantidades maiores para suprir suas necessidades. Por sua vez, ficam mais propensos a doenças infecciosas. Então, pense bem e consulte o veterinário do seu bichinho de estimação e garanta saúde e mais qualidade de vida para o peludo.

* Renata Góes é jornalista e editora do Blog da Gata Lili www.lili-gata.blogspot.com

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entrevista

Lixo V

de valor

olta e meia ouvimos falar em sustentabilidade, palavra da moda nos dias atuais. No entanto, pouco se faz para efetivar a ação que o vocábulo traz. Não adianta discutir e conhecer de cor todas as ações que o mundo precisa – como a coleta seletiva e a reciclagem – e nada fazer. Com este intuito, surgiu, no Ceará, o Ambiente Brasil Sustentável. A instituição, localizada em Fortaleza, é especializada em coleta, reciclagem, reutilização e reaproveitamento de resíduos sólidos, principalmente de lixo eletrônico. Os interessados em ajudar também podem ligar para a tele-coleta. Assim, alguns objetos que normalmente são jogados no lixo podem ter melhor uso. Confira, abaixo, entrevista com João Paulo, coordenador do Ambiente Brasil, e saiba mais como funciona o trabalho realizado pela organização.

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Revista Fazer o Bem – Como funciona o projeto?

tro mais moderno. Este bem, muitas vezes, é

Ambiente Brasil – Funciona por meio de do-

Por isso, é jogado no meio ambiente para ser

ações de materiais que provavelmente iriam

abandonado, sem funcionar. O projeto reapro-

para a rua, ou seja, não iriam passar por um

veita esses produtos por meio da reciclagem e,

processo de reciclagem, nem seria reaproveita-

até mesmo, consertando-o e doando para pes-

do no meio ambiente. Nós tentamos ajudar fa-

soas de baixo poder aquisitivo.

um televisor, um computador, um rádio e etc.

zendo o possível para que os danos à natureza sejam mínimos. RFB – Por que trabalhar com lixo eletrônico?

RFB - Há alguma diferença entre o tratamento do lixo eletrônico e o lixo reciclável normal? AB - O tratamento do lixo eletrônico tem uma

AB – Porque, em um mundo como o nosso,

importância assim como qualquer outro, já que

muitas vezes, o lixo eletrônico é um dos mate-

os dois são causadores de estragos na natureza.

riais mais descartados e danosos ao meio amceis de serem decompostas no solo. A questão

RFB – O que acontece quando o lixo eletrônico é jogado no meio ambiente, sem tratamento?

do mundo capitalista é que existe uma grande

AB – O resíduo desse tipo de material contém

obsolescência programada, que é a desvalori-

substâncias perigosas, que podem impactar o

zação de um produto, sempre trocado por ou-

meio ambiente e ameaçar a saúde da população.

biente, por conter substâncias radioativas, difí-

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de meio quilo de resíduos de equipamentos ele-

RFB- Há alguma ajuda de instituições (empresas, governo)?

troeletrônicos por ano. Então, nós defendemos a

AB – Nós não temos nenhuma ajuda de go-

bandeira da reciclagem com o intuito de retirar-

verno, mas possuímos parceiros, como redes

mos o máximo dessa ameaça no meio ambiente e

de lojas, que utilizam materiais doados, sendo

mantê-la longe de alcance das pessoas.

alguns deles lixo eletrônico, garrafas pet, pa-

A estimativa é que cada brasileiro descarta cerca

pelão etc. RFB – O que as pessoas devem fazer com esse tipo de lixo? AB - Doar o lixo eletrônico para nós, com objetivo de prover um melhor tratamento ao lixo e a transformação dele, para, quem sabe, sua reutilização ou, simplesmente, com intuito de tirá-lo do alcance das pessoas, evitando danos à saúde da população.

RFB – Como as pessoas podem ajudar (por meio de doações, participando como voluntários)? AB- As pessoas podem participar de forma a divulgar o nosso trabalho, ou até mesmo doando materiais. Pelo menos um pouco disto é muito para nós, já que tivemos dificuldade no início de nosso trabalho exatamente pelo desinteres-

RFB – Quem trabalha hoje com vocês?

se das pessoas em falar sobre o meio ambiente.

AB - Trabalhamos com pessoas da comunida-

Há diferentes maneiras de ajudar, muitas coisas

de. São 16 pessoas diretas, beneficiando um

podem ser feitas em sua própria casa, o que re-

total de 60 cidadãos.

duzirá seu impacto sobre o planeta.

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T R CU

Fotos: Carminha Campos


revista

! A T

A fan page das

boas açþes

Fazer o bem


by Carminha

Vivências... O ato de adotar Se você é adotado(a), embora não nos

nos visitar eram “primas”. O senhor e senhora

conheçamos, temos algo em comum. Nasci a

eram “tios”. No mês em que fiz sete anos, meu

8ª de uma prole de 14 filhos. Nem no fim, nem

pai José se foi, vitimado de derrame. Ele era meu

no meio, como você pode constatar.

xodó e eu o dele. Amávamos um ao outro com a

Um dia meus pais, Cássio e Frank, foram visitar os meus tios, José e Stel. Conversa vai, conversa vem, o Cássio diz: “Eita, José, você tem tudo na vida. É um homem rico!” Ao que ele respondeu: “Engano seu, meu irmão:

força de uma tsunami. A partir desse dia, minha vida mudou. A esposa dele teve uma febre intensa, o que, segundo o médico, na época, lesionou o nervo ótico e não mais enxergou e minha babá, “tia” Izelda, não sabia ler nem escrever.

eu não tenho a alegria de um filho.” Cássio

Passei a ser mais responsável por mim e

responde então: “A mulher está grávida. Você

pelas duas mulheres que se completavam em

quer um filho? Pois eu lhe dou este que vai

ajuda mútua e compreensão. E foi aos 11 anos,

nascer.” Todos ficam mudos e a esposa dele sai

que, preenchendo uma ficha no colégio, colo-

da sala e vai chorar na cozinha. José respon-

quei no quesito pai: José... e Mãe: Stel.... A di-

de: “Só quero se for uma menina.” E advinha

retora me olhou e disse: está errado. Seu pai é

quem estava naquela barriga? Euzinha!

Cássio e sua mãe Frank! Parei! Olhei para ela,

Telegrama: “Sua menina chegou!” Foram me buscar e fui criada com todas as vontades

tentei argumentar, mas a verdade explodiu em minha cara como um tapa.

satisfeitas e muito, muito amor. Cresci amando

Cheguei em casa com o coração saindo

demais os meus pais adotivos, sem, no entanto

pela boca. Em meio às lágrimas, perguntei à

saber da verdade. Aquelas meninas que vinham

minha mãe, bem à queima-roupa, quase sem

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fôlego: eu não sou sua filha?! Ela falou, sem

A partir desse dia nos tornamos inse-

entender direito: “É sim! Quem disse...” Nem

paráveis. Cresci, estudei, fiquei adolescente

completou a frase eu respondi: “A diretora do

e onde eu estava, minha mãe estava ao meu

colégio!” Aí ela falou, me abraçando forte:

lado. Fui seus olhos, sua guia, sua confidente,

“Você nunca vai deixar de ser minha filha. Eles

seu amor maior. Casei, continuamos, eu e meu

nos deram você e você é nossa filha!” Passei

esposo, morando com ela, dei-lhe uma neta,

o resto do dia atordoada com perguntas que

até que, em 1983, ela faleceu em meus braços,

encheram minha cabeça. Por que eles me de-

vítima de um AVC causado pela Diabetes.

ram? Por que não me disseram antes? Por que não deram uma outra irmã minha, já que eram cinco? E agora? Será que vão me tomar de volta? Meu pai já morreu, não pode mais me defender. Será que minha mãe vai me devolver? E nesse turbilhão fui entendendo o medo dele me perder e vice versa. A grandiosidade do seu amor era a compreensão de quão preciosa era nossa relação. Eu era seu sonho realizado.

Dos meus pais José e Stel guardo em meu coração o amor e a recordação de momentos maravilhosos e ensinamentos para uma vida inteira. Não resta dúvida: espiritualmente, tudo o que sou, nasceu deles. Dos meus pais Cássio e Frank restou um sentimento de gratidão por me darem a vida e abrirem mão de mim em prol da felicidade de alguém.

Entendi o sentido de uma frase que ouvira há

Esta é uma história de amor, pois o único

tempo quando ela, minha mãe, me disse: “To-

motivo para não adotar é a falta de disponibili-

dos os meus cunhados são bons, mas o Cássio

dade para amar. Motivos para adotar? Muitos:

me deu a maior riqueza de minha vida!” Sim.

tornar-se eterno para alguém; dedicar-se a uma

Sua riqueza era eu! Ela me amava, sim!

causa infinitamente superior: mudar a realidade

Então à noitinha, cheguei à sala e ela estava na cadeira de balanço, chorando. Sentei em

de alguém; amar muito, sem medidas e saber que este amor fará de uma criança um adulto feliz.

seu colo, olhei seus olhos sem vida. Ela me abra-

Adotar é a escolha de amar pela vida in-

çou com força. Depositei um beijo em sua pele

teira. É a escolha quer faz a diferença na vida

branca aveludada e lhe disse: não chore. Eu não

de alguém, para sempre. E quando se opta por

vou embora nunca. A senhora é minha mãe.

amar, esta é, sem dúvida, a escolha certa!

Foto s

: sx

c.hu

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seu espaço

Esse espaço é reservado ao nossos leitores, caso queira mandar seu texto enviei para nosso email: revistafazerobem@gmail.com O texto abaixo é de Rafael de Mesquita

O mundo (não) está perdido Não é nem um pouco raro escutarmos frases como “O mundo está perdido”, “Hoje não é tão bom quanto antigamente”, “Na minha época as coisas eram melhores” e outras semelhantes. E mais, muitas vezes nos pegamos dizendo ou pensando as mesmas coisas. Esse sentimento faz parte das mais diversas áreas de nossas vidas: política, música, cinema, esporte, trabalho e principalmente na própria natureza humana. E quais os argumentos que encontramos e utilizamos? Mundo mais violento, pessoas mais frias, mais descartáveis. Tudo é uma doença em potencial, esperando para lhe atacar no primeiro deslize. As vertentes são várias e a que me inspira a fazer esse texto é a que se refere a quando as pessoas dizem que não existem mais pessoas decentes, honestas, de caráter. De fato, somos expostos a diversos tipos de situações que nos mostram um lado do ser humano que nos faz levantar essas dúvidas. Mas, meu argumento reside naquelas pessoas a quem você chama de amigo(a), companheiro(a), parceiro(a). Você consegue enxergar nessas pessoas algo a admirar? Sente que, em meio a toda essa tempestade sem rumo, com eles você pode achar uma segurança, uma semelhança? Pois bem essas pessoas existem para você, existem para mim, e por sua vez existem também para nossos amigos e para os amigos deles. Essas pessoas não são tão raras como muitas vezes tão facilmente nos apressamos a aceitar. Enfim, o que lhe peço, caro leitor(a), é que, ao acreditar que o mundo está perdido, perceba que há pessoas que você admira por fazer coisas boas, pessoas decentes, porém não perfeitas. E mais importante ainda, como diz aquela velha frase “Seja a mudança que você quer ver no mundo”!

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Age nda Abrigo São Lázaro

Ambiente Brasil

saolazaro.webnode.com

ambientalismobrasiljp.blogspot.com

Facebook: Abrigo São Lázaro - Fortaleza/CE

Facebook: Ambiente Brasil (Sustentável

Conta da ong:

Tele-coleta: (85) 3284-6704

Nome: Rosane Dantas Batista

(85) 8723-8202

Agencia: 0578 Conta corrente: 8047-6

Abrigo Santa Gianna Beretta Molla

Operação: 013 Caixa Econômica Federal

Rua Deputado Osvaldo Sturdat, 100. Bairro de Fátima. Fortaleza – CE

Informações: (085) 8742-1452

Contato: (85) 3472-1992

3274-0220

casasantagianna@comshalom.org

Revista Fazer o Bem

revistafazerobem@gmail.com

www.revistafazerobem.com.br



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