*19 abril/maio 2011
este valor, descontados os impostos, é 100% doado para os projetos do
Realização:
carta do editor
8
notícias da redação 3
11
2
4
3 2
5
4
1
1. BASTIDORES DA CAPA. 2. RICARDO SUKYS E O QUEBRA-CABEÇAS POLÍTICO. 3. FOTO DA SEÇÃO DESCOBRIR NO JÁ SAUDOSO CINE BELAS ARTES, RECÉM-FECHADO, EM SÃO PAULO. 4. NOSSA NOVA EQUIPE DE PRODUÇÃO E IMAGEM: CLAUDINE LUZ, MICA TOMÉO E CARINA BARROS
4
Lições que vêm do ninho PARA FAZER A SEÇÃO Amar desta edição, pedimos que as pessoas nos mandassem relatos sobre princípios que elas aprenderam observando o exemplo de alguém. Deixamos bem claro que a inspiração poderia vir de qualquer indivíduo. Mas pelo menos metade falava sobre pais ou mães. Fiquei pensando: não pode ser tão difícil lembrar de um valor que aprendemos fora de casa. E aí fui tirar a prova comigo mesmo. Bom, a verdade é que só consigo pensar em princípios que adquiri com meus pais. Recentemente, em especial, com minha mãe. Há alguns anos, ela descobriu uma pedrinha no sapato que a está obrigando a enfrentar delicadas provações. Quanta gente, no lugar dela, já teria desistido de lutar. Mas ela está lá, cheia de disposição, dando um sorriso cada vez mais aberto toda vez que a gente se encontra. Velhinha, saiba que tenho o maior orgulho da tua força. Essa é mais uma das preciosas lições de vida que estou tendo o privilégio de aprender contigo :)
Quando a seção Amar já estava quase pronta, chegou a mais impactante história que recebemos nesta edição. Não dava para contar num texto pequeno, como é o padrão da seção. Então ela foi parar na introdução da matéria (pág. 37). Veja lá se o David, de 11 anos, é ou não um poeta. O que a seção Amar traz picadinho, na matéria de capa (pág. 30) você lê em profundidade. Lá estão três incríveis exemplos de gente com princípios inabaláveis. Se você achar que está bem contado, agradeça à nossa brilhante repórter Rita Loiola, que não se cansa de passar horas extraindo o melhor de cada entrevista. Outro destaque da edição é a seção Cuidar (pág. 24). Nossa mais efusiva repórter, Karina Sérgio Gomes, passou um mês bisbilhotando a Assembleia Legislativa, a prefeitura, associações de moradores e até um condomínio, para mostrar como podemos participar das decisões políticas. A Carolina Franco, que coordena o RH aqui da editora, topou acompanhá-la. O texto ficou bem bacana. A arte também. A ideia
de representar “a coisa pública” como um quebra-cabeças (que depois se revela uma série de portas acolhedoras) é do nosso estagiário de arte Ricardo Sukys. Os estagiários de texto também mostraram que são ponta firme. A Juliana Dias nos trouxe de Natal a receita de cocada da sua mãe (pág. 52). E o Flávio Carneiro colaborou na seção Ajudar (pág. 58). Como você pode ver, a edição está recheada. Espero que você goste. Boa leitura!
Dilson Branco EDITOR
ajudar
58
a quem precisa
O teste de farmácia deu negativo. Aos 18 anos, namorando havia apenas dois meses com Diego, Samia se sentiu aliviada. Mas precisava ter certeza. Fez um exame de sangue. Negativo. Mais dois exames de sangue. De novo, negativos. “Quando a gravidez se confirmou, o coração da Nicolly já estava batendo”, lembra. O que era alívio virou susto, mas logo se transformou em amor incondicional. “Quando a gente tem um filho, ganha garra para enfrentar tudo”, diz a mãe. Pois na época do primeiro aniversário da pequena, o casal teve de pôr essa força à prova. Nicolly foi diagnosticada com um câncer no abdômen. Começou o tratamento em Campo Grande, onde a família mora, mas os pais foram aconselhados a levá-la ao GRAACC. Nicolly passou por dez meses de tratamento. Recebeu alta, voltou para casa. Mas em novembro do ano passado teve de retornar ao hospital. Quando a mãe desanima, é a pequena, hoje com 3 anos, que lhe faz recobrar as forças. Logo após uma sessão de radioterapia, a menina já está correndo de um lado para o outro na brinquedoteca do hospital, mostrando a Samia e à avó os desenhos que acabou de colorir. “O carinho que minha mãe tem por mim é o mesmo que tenho por minha filha. E sonho em vê-la continuando essa história”.
“Quando eu tiver meus filhos, irei a todas as reuniões iõ s escolares deles”, prometeu a si mesma Cremilda da Silva, de Ribeirão Pires (SP). Órfã, ela foi criada por uma tia, que não tinha muito tempo para acompanhar sua educação. “Entendo que ela precisava trabalhar para me sustentar. Mas isso me deixou um vazio enorme.” Hoje, mãe dos gêmeos Thales e Thadeu, de 14 anos, e de Maria Eduarda, de 6, Cremilda faz muito mais do que prometeu. Além de nunca ter perdido uma reunião de pais, leva as crianças à escola, cobra os deveres de casa e quer saber tudo que acontece no colégio. Quando Thales lhe contou que estava participando do projeto SuperAção Jovem, do Instituto Ayrton Senna, desenvolvendo uma pesquisa sobre o preconceito contra pacientes de câncer e aids, a mãe adorou a novidade. “Ele só fala em ser médico, e essa é uma ótima forma de se aproximar da profissão que escolheu.” Auxiliar de enfermagem, Cremilda se desdobra para responder às inúmeras perguntas que o filho faz sobre o universo dos hospitais. “Às vezes, tenho de pedir ajuda aos ‘universitários’”, brinca, referindo-se a seus colegas de trabalho. “Faço tudo pelos meus filhos”, diz a mãe. E revela outra promessa: “Nunca vou deixálos desistir de seus sonhos”.
© Diogo Salles
Samia e Cremilda dedicam-se incondicionalmente a seus filhos. Comprando a Sorria, você ajuda mães como elas a fazer a família crescer com mais saúde e educação
cuidar
24
nosso mundo,, nossa vida
Você acha a política um quebra-cabeça confuso, um mundo impenetrável? Karina e Carol descobriram que não é bem assim. E mostram que as portas do poder estão abertas para todo cidadão texto K a r i n a S é r g i o G o m e s ilustração O S i l v a
still M a r c e l o T r a d
lítica do O caderno de po ro que jornal é o primei os, Karina, de 24 an a joga fora todo di
Carol, 27 anos, já pensou em se liar a um part Mas só para esca ido. par de ser mesária nas eleições
25
TENHO 24 ANOS, todos eles vividos na Grande São Paulo. E confesso: até um mês atrás, não sabia onde ficava a Câmara de Vereadores. Meu maior lampejo de ativismo político havia sido uma tentativa frustrada de criar um grêmio estudantil na época do colegial. Esbarrei na burocracia da escola e, desde então, limitei minha participação na democracia ao voto obrigatório. Com a Carolina Franco, de 27 anos, que coordena a área de RH aqui da Editora MOL, onde é feita a Sorria, não é muito diferente. A atuação política dela se resumia às vezes em que trabalhou como mesária em alguns pleitos. “E fui sempre a contragosto. Cheguei a pensar em me filiar a um partido político só para ser dispensada desse encargo”, conta. Foi com esses tímidos retrospectos que recebemos o convite para passar, juntas, pelas experiências que vou relatar nesta reportagem. A ideia era vasculhar as esferas do poder público, descobrir quais eventos são abertos à população e ir lá conferi-los. Os órgãos governamentais muitas vezes parecem impenetráveis para cidadãos comuns. Será verdade? Ou haverá canais que permitam nossa participação? Isso é o que fomos ver.
Sinta-se em casa Começamos pela Assembleia Legislativa de São Paulo. Os congressos estaduais, assim como as câmaras de vereadores, mantêm suas reuniões ordinárias abertas ao público. Ou seja, qualquer um pode entrar no plenário e acompanhar as discussões e votações. Legal, mas a participação, nesses casos, se resume a ver e ouvir. Queríamos ir a uma reunião em que os cidadãos comuns pudessem falar, dar suas opiniões. Pesquisamos no site da assembleia e descobrimos que, nos dias seguintes, haveria alguns eventos assim. O primeiro seria um debate sobre “cidades sustentáveis”. Lá fomos nós. Entramos no prédio sem nenhum impedimento. Não nos olharam esqui-
“O comportamento dos políticos é muito distinto quando há eleitores presentes na Câmara. Eles se preocupam em justificar os votos com mais cuidado” sito, não pediram documentos nem fizeram revista. Demoramos um pouquinho para achar a sala certa. Quando chegamos lá, estava quase lotada. À frente, numa bancada principal, estavam os três debatedores: uma jornalista, um professor universitário e um deputado. Outros políticos ocupavam mesas menores. Eventos desse tipo servem para ouvir especialistas e a população em geral sobre temas de projetos de lei que serão votados em breve. “É uma forma de os parlamentares dizerem que deram abertura para as pessoas participarem”, explica o professor de sociologia da Universidade de São Paulo (USP) Bruno Konder. A abertura, no entanto, foi mínima. Após as explanações da mesa, a plateia podia fazer perguntas – bastava levantar a mão. Mas apenas três pessoas tiveram espaço. E cada uma só pôde falar por menos de cinco minutos. Além disso, nada garantia que a questão seria de fato respondida. Uma estudante indagou como o governo quer construir cidades sustentáveis se aumenta o preço do transporte coletivo e diminui impostos sobre automóveis. Os especialistas limitaram-se a uma grande enrolação.
O povo na TV Descobrimos que o cidadão que quer falar na Assembléia Legislativa de São Paulo tem de ir até lá nas quartas-feiras ao meio-dia. É quando acontece o Assembleia Popular, um programa da TV Assembleia. Qualquer pessoa pode se inscrever, minutos antes, e subir ao púlpito. A maioria das pessoas critica ou elogia o governo. Mas há de tudo. No dia em que estivemos lá, um senhor usou o espaço para declarar o orgulho pela sua área de formação, o direito.
Ficamos nos perguntando: quem ouve essas pessoas? No auditório, além dos participantes, havia apenas o apresentador e os câmeras. E é sabido que a audiência da TV Assembleia não é lá das mais altas. “Mas, se esse canal tiver 1 ponto de audiência, já significa que milhares de pessoas verão as reivindicações. A televisão ainda é uma mídia privilegiada”, argumenta Bruno Konder. Josanias Castanha, líder do Movimento Social da Capela do Socorro (bairro da Zona Sul de São Paulo), que comparece fielmente a todas as gravações do Assembleia Popular, acredita que o programa é um canal importante, mas não suficiente. “Já consegui algumas vitórias, como a colocação de uma placa de trânsito em uma curva perigosa lá do bairro. Mas, além de falar aqui, é necessário mandar ofícios aos deputados”, diz.
Informado e incomodado A Assembleia Legislativa e a Câmara Municipal estão abertas à população, é verdade. Mas o horário não ajuda muito. Geralmente, as reuniões e votações ocorrem em período comercial, quando a maior parte das pessoas está trabalhando. Para o sociólogo Bruno Konder, isso não acontece à toa. Segundo ele, quanto menos gente aparecer no plenário, mais cômodo para os parlamentares, que assim trabalham sob menor pressão. O jornalista Aírton Goes, que passa o dia na Câmara Municipal de São Paulo, produzindo notícias para o movimento Rede Nossa São Paulo, que estimula a participação política da população, concorda. “O comportamento dos políticos é muito distinto quando há eleitores presentes. Eles se preocupam em justificar os votos com mais cuidado”, explica.
cuidar
26
Outra questão sobre a qual eu e a Carol ficamos refletindo é que é preciso estar bem informado para entender o que está sendo discutido nesses lugares e poder contribuir. E nós duas nem sequer sabíamos o nome dos parlamentares... Foi aí que percebi como faz falta ler o caderno de política do jornal – o primeiro que eu sempre descartava toda manhã. “Aquelas pessoas que dizem que não gostam de política, no fundo são umas conservadoras. Elas devem estar satisfeitas e não querem que nada mude.” No momento da entrevista em que Bruno Konder me disse essa frase, senti a carapuça servindo. De fato, tanto eu quanto a Carol vivemos mais acomodadas do que deveríamos. O recente aumento da tarifa de ônibus em São Paulo, por exemplo, é algo que me deixou bastante indignada. Mas no sábado ensolarado em que houve uma audiência pública na Câmara Municipal, na qual centenas de estudantes foram criticar o reajuste, eu preferi ir ao litoral curtir um dia de praia...
Soube depois que, durante a audiência, o secretário de Transportes cogitou tornar a passagem gratuita para estudantes. “Ora, mas por que só para eles?”, pensei, intrigada. O coordenador da Rede Nossa São Paulo, Maurício Broinizi, deu a resposta óbvia: “Porque eram eles que estavam pressionando”. É claro. Só quem está realmente incomodado é que age. E só quem age pode ser ouvido.
Juntar-se aos iguais O exemplo serviu também para entendermos que é mais fácil pressionar o governo quando nos unimos a outras pessoas com o mesmo interesse. “A melhor maneira de conseguir voz é participando de conselhos, associações, movimentos de bairro e ONGs”, diz Maurício. A própria Rede Nossa São Paulo é um exemplo. Uma das vitórias da organização foi aprovar na prefeitura um plano de metas com 223 pontos que devem ser cumpridos até 2012. Um deles é zerar o número de crianças fora das creches, por
exemplo. Para isso, além de muito diálogo com os parlamentares, a instituição mobilizou cerca de 300 pessoas para ir à Câmara no dia da votação. Estar engajado num movimento também é um caminho para participar de outra instância: os conselhos municipais e estaduais. Eles funcionam como órgãos consultivos, fiscalizadores e deliberativos das secretarias. O Conselho Municipal de Habitação (CMH) de São Paulo, por exemplo, trabalha junto à Secretaria Municipal de Habitação, decidindo sobre questões como a destinação de recursos para a construção de conjuntos habitacionais e a urbanização de favelas. Ele é composto de 48 pessoas, que representam entidades populares de moradia, universidades e sindicatos, além de membros do poder público. As eleições, abertas a quem quiser votar, acontecem a cada dois anos. Nos conselhos, apenas os membros têm direito de voto, mas pessoas em geral podem participar das reuniões.
SEJA BEM-VINDO
Veja como participar das decisões políticas nas diferentes instâncias do poder
NO MUNICÍPIO
A Câmara de Vereadores é onde se discutem e votam as leis da sua cidade. E essas seções são livres. Basta informar-se sobre os horários e aparecer lá. A presença de eleitores pressiona os parlamentares a não faltar e justificar melhor seus votos. Você também pode visitar os gabinetes dos políticos e encaminhar a eles propostas de leis que você gostaria que fossem aprovadas.
NO ESTADO
A Assembleia Legislativa é o órgão equivalente à Câmara de Vereadores, no âmbito estadual. Você pode visitar as seções e os gabinetes dos deputados. Informe-se, também, sobre debates e audiências públicas. Outra forma de participar são os conselhos (que também existem no nível municipal), os quais auxiliam e fiscalizam as secretarias. Você pode eleger os membros e até se candidatar.
27 25
Eu e a Carol fomos a um encontro do CMH para ver como é. Na pauta estava a apresentação de um projeto de obras no centro de São Paulo. A sala do prédio da Secretaria de Justiça, onde o encontro aconteceu, estava cheia. E a participação do público foi bastante ativa e bem recebida: todas as pessoas que levantavam a mão eram ouvidas e tinham suas perguntas respondidas.
Um grande condomínio Já havíamos comparecido a encontros na esfera estadual e municipal. Decidimos então buscar instâncias mais restritas. Durante todo o mês de fevereiro, procurei por associações de moradores em que pudéssemos participar de uma reunião. No meu bairro não há uma instituição desse tipo. No da Carol tem, mas não havia nenhuma assembleia marcada. Liguei para várias associações de outras partes da cidade, e a resposta era quase sempre a mesma: como a maioria dos moradores não costuma parti-
cipar dos encontros, a panelinha engajada acaba desistindo de convocar reuniões, tomando as decisões por si. Um sinal claro de que a existência dos fóruns democráticos depende do interesse das pessoas em criá-los e mantê-los. Se não há vontade de fazer valer a democracia, há menos democracia. Decidimos partir então para algo ainda mais local: uma reunião de condomínio. Nem eu nem a Carol havíamos participado de uma em nossa vida. Eu moro em uma casa. E no prédio da Carol não tinha nada agendado. Então falamos com um amigo que trabalha numa administradora predial, e ele nos deixou acompanhá-lo em uma assembleia de um edifício ao qual ele atende. Havia apenas sete condôminos presentes. Um senhor defendia a troca do maquinário do elevador, já antigo. No embalo, duas senhoras propuseram uma reforma estética nas cabines. Se aprovada, a mudança custaria cerca de 400 reais mensais para cada morador. Ficamos
chocadas. Como assim, meia dúzia de pessoas vai decidir algo tão impactante em nome de um prédio inteiro? Foi aí que caiu a ficha. O que há de diferente entre uma reunião de condomínio e uma votação na Assembleia Legislativa? O conceito é o mesmo: representantes se reúnem para decidir questões que afetarão a todos. Quem não participa tem de aceitar o que foi definido. Essa foi a grande lição que eu e a Carol tiramos dessa experiência: inteirar-se da política é fazer com que o lugar em que moramos fique do jeito que queremos. A coisa pública – significado da expressão em latim res publica, de onde vem a palavra “república” – é, muitas vezes, vista como distante e complicada, por causa da burocracia e dos protocolos do poder. Mas é próxima e palpável, e nos oferece canais para participar da sua gestão. Depende de nós sermos atuantes ou omissos. Responsáveis ou indiferentes. Parte da turma que decide ou da que apenas paga a conta no fim do mês. Mais a v das me enturas www.r ninas em: evistas o com.br rria.
NO PAÍS
Ir até Brasília participar do Senado ou da Câmara dos Deputados é inviável para a maior parte dos brasileiros. Mas dá para colaborar sem sair de casa. Alguns ministérios, como o da Saúde (http://migre.me/45BQV) e agências reguladoras, como a Ancine (http://migre.me/42dBw), realizam consultas públicas on-line, nas quais você pode opinar sobre as normas criadas por esses órgãos.
MOVIMENTOS SOCIAIS
O que você deseja para sua cidade, seu estado, seu país? Certamente há um grupo de pessoas que pensa igual. Pode ser uma organização não governamental (procure em www. abong.org.br a que mais combina com você). Ou o sindicato da sua classe. Quem sabe um partido político (www.tse. gov.br/internet/partidos)? Junto a outras pessoas alinhadas com suas posições, fica mais fácil defendê-las.