Ano 18
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NO 213 |
Junho 2014
Nikon
Canon
d7100
eos 7od
24
20
MP
MP
s R DSL s a im t ó e d o t n Confro Recicle lentes com um adaptador Melhore suas fotos de família Especialista dá dicas para você fazer em casa imagens com estilo profissional de familiares e amigos
E mais
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PORTFÓLIO DO LEITOR Toda a extensão da lagoa possui belas paisagens cercadas de coqueiros
O cronista da
Lagoa de Papari O técnico de informática Newton Bruno dedica suas horas livres para registrar as pessoas e as paisagens da região. Conheça o trabalho dele 28 Fotografe Melhor no 213
H
á mais de seis meses, o técnico de informática potiguar Newton Bruno, 26 anos, passa todas as suas horas livres fotografando a Lagoa de Papari, em Nísia Floresta, a 30 km de Natal, no Rio Grande do Norte. “A ideia do projeto Papari nasceu na época em que eu e alguns primos saímos em ‘expedições’ pelas matas de Nísia Floresta. Lá, os pescadores mantêm a tradição da pesca e
levam seus filhos, nos fins de semana ou quando não têm aula, à lagoa para ensiná-los a pescar”, conta Newton, que passou a infância na cidade e se lembra de ir no fins de semana com a família ao local para se resfrescar. Na primeira vez que Newton fotografou a Lagoa de Papari, ele passou a tarde inteira na comunidade ribeirinha esperando a chamada “hora mágica” — cerca de meia hora antes e depois
Fotos: Newton Bruno
Acima, imagem noturna do pequeno cais que ĂŠ o mais usado pelos moradores, feita com um flash de preenchimento; abaixo, pescador retorna para casa depois de mais de 24 horas de pescaria, a principal atividade dos habitantes locais
Junho 2014 29
PORTFÓLIO DO LEITOR Ao lado, homem pega caranguejo no mangue; abaixo, uma tilápia presa na rede de um pescador
história do local e também ajudar na conscientização ambiental. “Papari é detentora de grande beleza, histórias e lendas, incluindo a de um tesouro perdido guardado por um fantasma. Mas está sendo gradativamente assoreada e os frequentadores ainda não se deram conta dos sinais apresentados e seguem levando suas vidas, contornando e se adaptando a transtornos que tem a ver com a preservação ambiental”, alerta. O fotógrafo potiguar já tem cerca de duas mil imagens sobre o tema, mas acredita que seu trabalho ainda não está pronto e que precisa de mais um ou dois anos estudando o assunto.
Fotos: Newton Bruno
ENTRE LIVROS E A PRÁTICA
Abaixo, pescadores exibem felizes as duas grandes tainhas capturadas
Newton Bruno é autodidata, nunca fez cursos de fotografia, mas todo tempo que tem disponível dedica-se à sua paixão — seja lendo sobre o assunto ou praticando. Quando criança, adorava mexer na câmera fotográfica que uma tia usava para fazer registros da família. Aos 14 anos, depois de ter juntado dinheiro vendendo água e carvão na praia durante a temporada de verão, comprou a primeira câmera, uma Olympus Trip 35 mm. Anos mais tarde, quando começou a trabalhar como técnico de informática, adquiriu a primeira digital, uma Sony Cyber-shot P200 – a vantagem era poder ver o resultado das imagens na hora e economizar em filme. Atualmente, ele usa a Nikon D3100 com as lentes 50 mm f/1.8, 70-300 mm e 18-55 mm. E, como sua área de interesse é a ambiental, sempre pesquisa por trabalho de fotógrafos que exploram essa temática. Suas principais referências são Sebastião Salgado, Araquém Alcântara e Marcelo Buainain. Para participar desta seção, envie no máximo dez fotos do seu portfólio, em baixa resolução, para o e-mail: fotografe@europanet.com.br. Serão publicados somente os que forem selecionados pela redação, um a cada edição.
Fotos: Newton Bruno
PORTFÓLIO DO LEITOR
Acima, pescador se preparando para mais um dia de pescaria ao nascer do sol; abaixo, crianças têm contato desde cedo com as técnicas de pesca
30 Fotografe Melhor no 213
do nascer e do pôr do sol, quando a luz fica mais suave, provocando sombras amenas. Assim que percebeu que era o momento certo, entrou na lagoa pronto para fotografar. O que não imaginava era que aquela também era a hora dos mosquitos. Sem repelente ou camisa de manga comprida, um enxame o rodeou e começou a picá-lo. A situação piorou ao tentar sair do local: percebeu que seus pés patinavam na lama no fundo da lagoa. “Que mágica que nada. Aquela foi a hora do pesadelo”, diz. E depois dessa experiência, nunca mais saiu para fotografar sem repelente e roupa de manga comprida. Todas as tardes de sábado ou de domingo que Newton tem de folga, vai com a sua Nikon D3100 para a Lagoa de Papari fotografar. Às vezes, focado em fazer retratos dos moradores, outras, registros da fauna ou da flora. Com esse trabalho, ele pretende despertar a atenção dos moradores e turistas para a importância da 4