MEIO FILTRANTE N 75 - jul/ago 2015

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Esp e c i a l i za d a e m F i lt r a ç ã o - Se p a r a ç ã o - Tra t a me nt o d e Ág ua - M ei o Amb Ambiieent ntee Ano XIV - Nº 75 - Julho/Agosto de 2015

A hora do gás natural Veículos híbridos e os sistemas de filtragem utilizados Membranas cerâmicas para microfiltração e ultrafiltração de líquidos

802007 771676 9

ISSN 1676-8027

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Descarte Consciente Abrafiltros: 3 anos de trabalho e desafios

Carvão ativado tem perfil sustentável



EDIÇÃO

Nesta

75 Julho/Agosto 2015

10 22

A hora do gás natural

20 MEIO AMBIENTE Como está a limpeza da sua caixa separadora de água e óleo?

48 EVENTOS Camfil Latinoamérica lança novos produtos na FCE Pharma

28 ABRAFILTROS Descarte Consciente Abrafiltros: 3 anos de trabalho e desafios

06 Filtrado - O que acontece no mercado de filtros

34 EVENTOS Brasil Offshore aquece negociações do setor

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Veículos híbridos e os sistemas de filtragem utilizados

Carvão ativado tem perfil sustentável

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08 Mercado - Confira as novidades no mercado industrial 49

Visão Empresarial

Membranas cerâmicas para microfiltração e ultrafiltração de líquidos


Diretora - Editora Rogéria Sene Cortez Moura editora@meiofiltrante.com.br Redação/Reportagem Anderson V. da Silva, Carla Legner, Cristiane Rubim e Suzana Sakai jornalismo@meiofiltrante.com.br Comunicação Loiana Cortez Moura comunicação@meiofiltrante.com.br Criação, Editoração e Web Anderson Vicente da Silva Loiana Cortez Moura e Paula Zampoli Publicidade Yara Sangiacomo publicidade@meiofiltrante.com.br Assinaturas, Circulação e Atendimento ao Cliente: Tel.: +55 11 4475-5679 atendimento@meiofiltrante.com.br Conselho Editorial: Adriano de Paula Bonazio; Alex Alencar; Alice Maria de Melo Ribeiro; André Luis Moura; Atsushi Gomi; Caio Guilherme Barbosa; Carlos Mourão; Cláudio Chaves; Francisco Gomes Neto; Genaro Pascale Neto; Geraldo Reple Sobrinho; Helmut Zschieschang; Hermann Queiser; Jeffrey John Hanson; João Moura; José Luis Tejon Megido; Julio Trujillo; Laíssa Cortez Moura; Lucas Cortez; Luciano Peske Ceron; Marcia Brunini Truite Hanson; Mauro Urbinati; Marco Antônio Simon; Paulo Roberto Antunes; Patrick Galvin; Paula Rorato; Pedro Verpa; Plínio Centoamore; Ricardo Saad; Robert Scarlett; Tárcia Rita Davoglio; Tarcisio Costa; Valter Medina; Valdir Montagnoli; Vinicius Stoco Patricio e Walter Luiz Polônio. Colaboraram nesta edição: Abrafiltros (Diretoria); Claudio Chaves, Anderson Alves Oliveira e Thais Mazzucatto (Pentair); Luciano Barche (Clarimex); Edison Ricco Júnior e Flávia Gill (Apexfil); Paul Gaston Cleveland, Sergio Sato e Edmilson Alves (Camfil); Robinson Zuntini, Patrícia Gozzi e Andreas Scheurell (Calgon Carbon); Renata Pirolo e Daniel G. de la Fuente (InbraTextil); Patrick Mendes (Yanpai Do Brasil); André Luis Moura e Valdir Montagnoli (Laffi Filtration); Sérgio Moreira Monteiro (Parker); Luciana Beneton e Francisco Queiroz (Tecitec); Juliano Frizzo (Filtros Planeta Água); Edgard Luiz Cortez (Iteb); David Siqueira de Andrade e Gabriela Oppermann (Supply Service); Antonio Carlos Camargo, Sueli Curti e Manuella Curti de Souza (Grupo Europa); Digvijai Singh (A2Z Filtration); Cristian Suzuki (Daiwa); Anderson Amaro (Newtec); Renato Bruno (Unifilter); Mariana Thami N. Oliveira (Alpina Ambiental); Sergio Roberto da Cruz (Teknofil); (Bosch Rexroth); Dirce Maria Golin (Carbomafra); Liliane Schier de Lima (Alphacarbo); João Carlos Tannouri Pastuch (Brascarbo); Marcelo Firagi (WMF Solutions); Ronilso Toledo (Sogefi); Roberto Rualonga (Tecfil); Ricardo Bastos (Toyota); Marcelo Bueno (Toray); Rodrigo A. Villas Boas (Pall) e Natã Teodoro de Lima (Sigma Lean). Assessoria Jurídica Candido, Rozatti e Spinussi Adv. Associados Tel.: +55 11 4438-8173 - www.crsaa.com.br A Revista MEIO FILTRANTE é uma publicação da L3ppm - L Três publicidade, propaganda e marketing Ltda. Rua Aracanga, 330 – Pq. Jaçatuba CEP 09290-480 - Santo André - SP Tel.: +55 11 4475-5679 www.meiofiltrante.com.br Impressão e Acabamento Gráfica IPSIS - www.ipsis.com.br

Em 2004, gol da Argentina aos 87 minutos do segundo tempo e o Brasil perdia a decisão da Copa América por 2x1, do seu principal rival. Mas quando ninguém mais esperava, nos acréscimos aos 93 minutos, gol da seleção canarinho. E foi assim que numa virada improvável, o Brasil empatou a partida e acabou vencendo a competição na disputa de pênaltis. Apesar de todas dificuldades, chegamos ao segundo semestre. Independente das previsões serem ou não animadoras, já cumprimos com os primeiros seis meses do ano, trabalhando para gerar receita, cumprir as metas e pagar nossos impostos. As reformas propostas pelo governo estão caminhando, visando um novo pacote para estimular a retomada do crescimento e a confiança dos investidores nacionais e internacionais. Ainda assim, há uma corrente enxergando que vamos ter uma nova década perdida, como nos anos 80. Será? Assim como no futebol – tema tão discutido nos dias atuais, infelizmente por motivos ligados à corrupção – mesmo depois de um primeiro tempo abaixo da média, acreditamos que devemos continuar trabalhando na busca do melhor resultado. Há muito a ser feito e somos um país jovem, que deve aprender entre erros e acertos, a achar seu caminho. Se o esquema tático atual não está funcionando, é hora de repensar a estratégia, sair da rotina e buscar novos negócios e oportunidades que se abrem dia a dia. Quantas vezes não ouvimos dizer que a preleção no vestiário traz um novo ânimo para a equipe, que muitas vezes consegue reverter um resultado desfavorável ou que até mesmo beirava o impossível? Nessa linha, há empresas que estão arregaçando as mangas para fazer uma marcação mais cerrada junto a clientes, fornecedores, controle de custos, motivar colaboradores e melhorar os ânimos para buscar o ritmo de crescimento, tendo como foco uma máxima sempre motivadora acerca do mercado de filtros e sistemas filtrantes: onde houver ar e líquido, sempre existirá a demanda por filtros. Entre as matérias nesta edição, trazemos como matéria de capa o perfil sustentável do carvão ativado; sistemas para tratamento de gás natural; abordamos as membranas cerâmicas na microfiltração e ultrafiltração de líquidos; sistemas de filtragem para veículos híbridos; a cobertura da Brasil Offshore; o terceiro ano do programa Descarte Consciente Abrafiltros; e muito mais. Que o segundo tempo de 2015 seja um período de recuperação e melhores resultados, buscando sempre a tão almejada vitória. Boa leitura!

Os artigos e matérias não refletem a opinião desta revista, assim como declarações emitidas por entrevistados e através de anúncios, sendo de única e exclusiva responsabilidade de seus autores e anunciantes. A reprodução total ou parcial das matérias só é permitida mediante autorização prévia da Revista Meio Filtrante, e desde que citada a fonte.

EDITORIAL

O segundo tempo

Rogéria Sene Cortez Moura Editora



Como especialistas em filtração de cerveja por membranas e através da cooperação com seus clientes, a Pentair é uma das líderes de mercado de filtração por membranas. Em todas as regiões do mundo, mais de 80 filtros de cerveja da Pentair já foram vendidos. Cada vez mais cervejeiros estão escolhendo o BMF, então eles podem apreciar a cerveja filtrada por membranas. Com o lançamento oficial do BMF +FLUX, a nova geração do filtro de cerveja por membranas, no dia 6 de Maio na Cervejaria Oetinger, em Mönchengladbach/Alemanha, a Pentair elevou o processo de fabricação de cerveja ao próximo nível. O BMF +FLUX da Pentair tem as vantagens de seu antecessor, o BMF-18, com um novo projeto que tem como característica um sistema quase que completamente pré-fabricado, uma área de filtração 3 vezes maior, por módulo, um processo de filtração simplificado, uma menor área instalada, e um ciclo de filtração 20% mais longo. Isso resulta em reduções significativas de custo e ganhos ambientais: custos operacionais 20% menores, menor consumo de água e de químicos. O processo simplificado permite o reúso de tanques e periféricos de uma eventual linha de filtração existente, resultando em investimentos 20% menores. As membranas, o coração desse processo, permanecem sem alterações o que garante a inigualável qualidade da cerveja filtrada. Qualidade Membranas de fibras ocas feitas de poli-éter-sulfona tem provado serem superiores a qualquer outra alternativa em filtração de cerveja. Elas têm grande afinidade com a cerveja, levando à maior vazão por metro quadrado de filtração. Devido ao seu

processo único de fabricação, a Pentair é capaz de fazer a melhor distribuição de tamanhos de poros, resultando na remoção eficiente de microrganismos indesejáveis, qualidade consistente e maior vida útil da cerveja. Sustentabilidade Na maioria dos países, a filtração tradicional de cerveja com terra diatomácea é vista como socialmente e ambientalmente irresponsável. A filtração por membranas é a resposta, e a Pentair fornece a melhor solução de limpeza para a indústria de cerveja. As tecnologias de limpeza não apenas satisfazem as expectativas do público em termos de consumo de água e energia, como também reduz o volume de descarte de sólidos e eliminam o uso de terra diatomácea, contribuindo para um ambiente de trabalho mais seguro e saudável. As cervejarias enfrentam o desafio dessas demandas enquanto ao mesmo tempo precisam de flexibilidade para produzir diferentes tipos de cerveja, com redução de investimentos e despesas operacionais, em um ramo extremamente competitivo. Com o novo, robusto e confiável BMF +FLUX, a Pentair verdadeiramente traz o processo cervejeiro ao próximo nível.

Foto: Divulgação Pentair

FILTRADO Julho/Agosto Meio Filtrante

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A Pentair lança a nova geração do filtro de cerveja por membranas – BMF + FLUX


Hydac lança sistema para monitoramento de acumuladores de bexiga garantindo a integridade do sistema e segurança dos operadores. O sistema possibilita um melhor planejamento nos intervalos de conserto/manutenção e redução nos tempos de parada e manutenção. O sistema permite ainda a medição e registro de temperatura e pressão durante a operação, proporcionando um ajuste preciso através da indicação simultânea da temperatura. As possibilidades de aplicação do sistema BIS são diversas, e como exemplo podem ser aplicadas em acumuladores hidráulicos com funções de emergência, selos mecânicos, sistemas de lubrificação, instalações não tripuladas como campos de petróleo monitorados a distância, entre outros. www.hydac.com.br

Foto: Divulgação Hydac

A empresa Hydac, fabricante alemã de componentes hidráulicos, com mais de 50 anos de experiência no desenvolvimento pesquisa e produção de sistemas acumuladores, desenvolveu o novo e revolucionário sistema BIS – Bladder Integrity System, que consiste em sistema integrado de monitoramento para acumuladores do tipo Bexiga, componente este crucial entre o gás e o líquido, e que pode ser deformado ou sofrer avarias pelos efeitos da temperatura ou por meios agressivos que entram em contato com o material elastómero podendo destruir a bexiga, ocasionando em paradas improdutivas e alguns casos em acidentes de trabalho. O sistema BIS é composto por bexiga, adaptador e componentes eletrônicos BIS 1000 que detectam automaticamente o fluido que penetrou na bexiga e dispara um sinal, detectando desta forma se há fissuras dentro do sistema ou outras possíveis falhas,

de pré-aquecimento do etanol, consome menor energia e diminui drasticamente a emissão de gases. O sistema eletrônico de partida a frio autocontrolável da Mahle aquece o combustível de forma rápida e adequada, melhora a dirigibilidade do veículo no pós-partida, e beneficia a eficiência da combustão durante e após a partida por meio da atomização adequada do combustível. Essas são características que abrem a possibilidade do uso do combustível renovável também para países de clima mais frios. Na categoria Responsabilidade Social, Graziela Tamayosi, Fernanda Pedreira e Luana Gonçalves da Costa, com o trabalho “Formare”, receberam menção honrosa. O programa foi idealizado para capacitar profissionalmente jovens para o ambiente de trabalho, fator fundamental diante das dificuldades de acesso ao primeiro emprego no país. Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostra que 46,5% dos jovens com idade entre 16 e 24 anos não conseguem se manter ou ter acesso ao trabalho.

7 Foto: Divulgação Mahle Metal Leve

A Associação de Engenharia Automotiva realizou no início do mês de junho o IX Prêmio AEA de Meio Ambiente, com a participação de cerca de 150 convidados, na sede do Fecomercio, em São Paulo. Nesta edição do Prêmio AEA, 47 trabalhos foram inscritos nas seis categorias: Acadêmica, Jornalística, Responsabilidade Ambiental, Responsabilidade Social, Tecnologias Diesel e Tecnologias Otto. Os trabalhos foram minuciosamente analisados por uma banca de jurados, liderada por Alfredo Castelli, diretor de Acreditação de Laboratórios da AEA. Representantes da Mahle Metal Leve estiveram no evento para receber duas premiações: o prêmio principal na Categoria Tecnologias Otto e uma menção honrosa na categoria Responsabilidade Ambiental pelos trabalhos apresentados pelo Centro Tecnológico Mahle, de Jundiaí - SP. Na categoria Tecnologias Otto, o trabalho “Sistema de partida a frio autocontrolável para veículos flex”, de Tadeu Amaral, levou o prêmio principal. Trata-se de uma nova tecnologia para a partida em motores movidos a etanol que excede os conceitos já existentes, já que reduz o tempo de partida, o tempo

Julho/Agosto Meio Filtrante

Mahle Metal Leve recebe prêmios da AEA


MERCADO Julho/Agosto Meio Filtrante

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Com apoio da Investe SP, BYD anuncia a fabricação de painéis solares fotovoltaicos em Campinas Serão investidos R$ 150 milhões na expansão, gerando 200 empregos diretos Em cerimônia realizada na Prefeitura Municipal de Campinas, a fabricante chinesa de ônibus elétricos BYD anunciou que vai produzir placas de geração de energia solar em unidade a ser instalada na cidade. A empresa conta com o apoio da Investe São Paulo, agência de promoção de investimentos ligada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo. Na ocasião, Investe SP e a BYD assinam um memorando de entendimentos. De acordo com o documento, a empresa vai investir R$ 150 milhões no empreendimento, criando 200 postos de trabalho. “Os projetos da BYD têm sido atendidos com prioridade por nossa equipe, porque a empresa investe não só em tecnologias de baixo impacto ambiental mas também em inovação por meio de um centro de P&D. O investimento nas placas solares vem complementar ainda mais esse quadro”, explica o presidente da Agência paulista, Juan Quirós. O presidente da BYD no Brasil, Tyler Li destaca o papel da cidade de Campinas como centro de excelência e inovação para a atração da BYD para a região. “Somos uma empresa de inovação por isso queremos estar próximos das melhores universidades e centros de pesquisa do Brasil”, afirma. Quirós ressalta que a Investe São Paulo tem recebido diversos projetos relacionados a formas renováveis de energia. “Estamos em um momento propício para o desenvolvimento dessa indústria, já que a geração solar e eólica está se tornando mais competitiva. Temos certeza de que anunciaremos diversos projetos como este nos próximos dois anos”, afirma. Para o prefeito de Campinas, Jonas Doni-

zette, o novo investimento reforça a vocação de polo de tecnologia do município. “A iniciativa da BYD é muito bem-vinda e traz, além de empregos de qualidade para o município, mais uma opção de geração de energia sustentável. Trabalhamos duro para fazer Campinas crescer ainda mais com qualidade de vida”, disse. Três sonhos da BYD: Ônibus elétricos, armazenamento de energia e painéis solares Em junho de 2014, a BYD anunciou a instalação de sua primeira fábrica na América Latina, que será construída junto de um centro de pesquisa e desenvolvimento em Campinas. A obra já está na fase final e o empreendimento inclui investimento de R$ 200 milhões com a geração de 450 empregos diretos. A unidade será responsável pela montagem de chassis de ônibus elétricos, de baterias de fosfato de ferro (veículos e sistemas de armazenamento de energia). A nova unidade da BYD Energia abrigará a montagem de painéis solares em unidade também em Campinas. O Centro de P&D da empresa no Brasil será focado em estudos e tecnologias para veículos elétricos, baterias, smart grid, energia solar e iluminação pública eficiente (LED). Considerada uma das empresas mais inovadoras do mundo, a BYD está trazendo a tecnologia de baterias de ferro, de ônibus elétricos e agora a mais eficiente geração de painéis solares fotovoltaicos – tecnologia “double glass”. A empresa acredita também no desenvolvimento da matriz solar para gerar energia limpa e barata, e também soluções fora da rede (off grid - a BYD dispõe de sistemas de geração descentralizada com painéis solares, baterias de ferro e iluminação LED).


Mahle Metal Leve lidera número de patentes depositadas no segmento automobilístico brasileiro

Sobre o Tech Center de Jundiaí A unidade brasileira do Centro de Tecnologia da Mahle, um dos dez existentes ao redor do mundo, é fruto de investimentos da ordem de R$ 100 milhões. O Tech Center de Jundiaí trabalha com o desenvolvimento de todos os produtos do portfólio global da Mahle e é o responsável mundial pelas linhas de anéis de pistão, camisas de cilindros e filtros para aplicações em motores flexíveis. Em suas instalações trabalham 297 colaboradores entre técnicos, graduados, pós graduados, mestres e doutores. Está instalado em uma área de proteção ambiental permanente de 125 mil m2, e seu principal foco é o desenvolvimento de componentes e soluções tecnológicas para motores de combustão interna, visando à redução de atrito, de emissões e do consumo de combustível.

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Os números obtidos no decorrer dos últimos três anos de atividades do Centro Tecnológico de Jundiaí (SP), ou seja, entre 2012 e 2014, mostram que a unidade de excelência brasileira depositou 82 novos pedidos de patentes e muitos deles no Patent Cooperation Treaty (PCT), órgão internacional que oferece assistência aos solicitantes que buscam proteção internacional para suas inovações. Segundo dados do PCT, essa cifra consolida a Mahle Metal Leve como líder nacional na solicitação de patentes para novas invenções no segmento automobilístico nacional, à frente tanto de fabricante de automóveis como de fornecedor de componentes para a indústria. O Tech Center Mahle também está entre os dez maiores depositários de pedidos de patentes brasileiros, grupo onde se encontram empresas do calibre de Petrobras e de algumas das principais Universidades brasileiras. Ao requerer um pedido de patente internacional ao PCT, os solicitantes têm a possibilidade de resguardar sua invenção praticamente em nível mundial, já que essa proteção abrange 148 países. No mesmo período de tempo, a unidade mundial de Componentes de Motor do Grupo Mahle - da qual o Centro Tecnológico de Jundiaí é responsável global por anéis e camisas - depositou 387 pedidos de patentes mundiais. A inauguração do Centro Tecnológico, em 2008, foi fundamental para criação de condições específicas para o aprimoramento de um grupo que trabalha focado em inovação. Está na origem

tecnológica da empresa, e dessa unidade de excelência, incentivar seus funcionários a desenvolver soluções cada vez mais criativas que posteriormente serão aplicadas aos novos produtos da marca localmente e globalmente. Os atuais pedidos de patentes do Centro Tecnológico Mahle estão diretamente ligados a projetos em desenvolvimento com perspectiva de serem integrados a produtos que em breve chegarão ao mercado mundial.

Foto: Divulgação Mahle

Responsável mundial pelo desenvolvimento de anéis e camisas, itens que pertencem à unidade de negócios de Componentes de Motores do Grupo Mahle, o Centro Tecnológico de Jundiaí (SP) também está entre os 10 maiores depositários de patentes em meio às principais empresas e universidades brasileiras


CAPA

Carvão ativado tem perfil sustentável

E

Com as novas exigências das leis sobre meio ambiente, empresas precisam se adequar e procurar novos recursos

scolher o carvão ativado mais apropriado para a aplicação depende muito do tipo de produto a ser tratado e da situação de operação do processo. Uma das suas vantagens é o baixo custo-benefício comparado a outros métodos de purificação. Por isso, os fabricantes vêm apostando suas fichas no perfil sustentável que o carvão ativado apresenta nestes tempos de busca de novos recursos para enfrentar a escassez de água.

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Mais utilizados

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Os carvões ativados são materiais carbonáceos e inertes que têm grande área superficial. Devido à alta porosidade do material, possui a capacidade de adsorção, processo que elimina as moléculas causadoras de gosto, odor e cor indesejáveis e remove substâncias orgânicas dissolvidas que ficam ligadas à superfície dos poros do carvão. O carvão ativado atende aplicações na indústria química, alimentícia, automotiva, petroquímica, mineração, farmacêutica, processos de purificação em geral, cloro residual e no tratamento de água e efluentes líquidos e gasosos, entre outros. Com o desenvolvimento industrial, há aumento das quantidades e variedades de componentes químicos presentes na água. Muitas espécies de orgânicos e inorgânicos têm sido identificadas, como trihalometanos (THM) e químicos orgânicos sintéticos. “Os tratamentos convencionais

de água já não são tão eficientes e até ineficazes na retenção de alguns destes compostos”, adverte Dirce Maria Golin, gerente técnica e comercial da Carbomafra.

Tipos de carvões ativados mais usados hoje Granulados – Aplicados em sistemas de leito fixo para decloração, tratamento de água, clarificação de xarope de açúcar, recuperação de solventes, purificação de ácido cítrico, glicerina, glicose, entre outras. A Calgon Carbon criou o CAG a partir da reaglomeração do carvão betuminoso nos anos 1940. No tratamento de efluentes líquidos industriais, para extrair contaminantes deletérios ou inconvenientes resistentes aos tratamentos biológicos. Usado também em fase final de processo biológico em colunas de leito fixo, na fase de polimento, removendo cor ou componentes específicos. Tamanho de partículas: entre 3 mm e 0.1 mm.

Foto: Divulgação Carbomafra

Cristiane Rubim

Carvão ativado granulado da Carbomafra


Foto: Divulgação Calgon Carbon

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CAPA

Sistema de adsorção para a remoção de compostos orgânicos dissolvidos na água e outros líquidos usando carvão ativado granulado da Calgon Carbon

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As matérias-primas utilizadas para fazer carvão ativado têm um alto teor de carbono, tais como carvão betuminoso, casca de coco, madeira, entre outros. “No processo de produção de carvão ativado betuminoso, o carvão é pulverizado e transformado em fornos de baixa temperatura seguidos pelos de alta temperatura. Os ajustes feitos nesse processo de aquecimento, conhecido como ativação, desenvolvem a estrutura dos poros do carvão com o tamanho necessário para a aplicação”, explicam Zuntini e Scheurell. Segundo eles, o produto resultante tem uma enorme área superficial por unidade de volume e uma rede de poros submicroscópicos onde ocorre a adsorção. As paredes dos poros proporcionam uma camada superficial de moléculas de carbono essenciais para a adsorção.

Um carvão betuminoso não impregnado é usado para adsorver contaminantes orgânicos

em aplicações industriais devido à grande variedade de tamanhos de poros, atuando em ampla gama de produtos químicos orgânicos. “A preferência é pelo carvão reaglomerado do que o produzido a partir de uma ativação direta. Isso porque é mais robusto e versátil com porosidade totalmente desenvolvida e, ao mesmo tempo, dispõe de uma resistência mecânica que suporta uma reativação. Produzido a partir da moagem das matérias-primas em pó, adicionando um produto aglomerante adequado para dureza, recompactar e fracionar no tamanho especificado, o carvão é, em seguida, termicamente ativado em um forno de alta temperatura com atmosfera controlada”, destacam. As etapas finais de produção incluem a classificação para remover partículas superdimensionadas e subdimensionadas e, em seguida, embaladas.

Na indústria

“Além do seu uso básico na indústria, há uma tendência da utilização do produto na busca de soluções ambientais em diversos segmentos da indústria devido às legislações ambientais, que estão cada vez mais rígidas. Neste caso, os carvões ativados são usados na purificação de efluentes aquosos e gasosos”, relaciona Liliane Schier de Lima, gerente de operações da Alphacarbo Industrial. No processo industrial de tratamento de ar, o que chama a atenção é a preocupação maior com a limpeza do ar, que desafia as indústrias a tratar os contaminantes presentes nas fontes de emissão de gases. “Sistemas e produtos de carvão ativado são utilizados para capturar poluentes tóxicos, principalmente Compostos Orgânicos Voláteis (COVs), de plantas petroquímicas, aterros sanitários, operações de fabricação e instalações de processamento de produtos químicos”, ressaltam Zuntini e Scheurell. Em relação ao reúso de água, um exemplo


Foto: Divulgação Clarimex

Foto: Divulgação Calgon Carbon

Pulverizados (em pó) – Também amplamente utilizados no Brasil, com aplicação principal em sistemas de tratamento de água, para remoção de gosto e odor em águas potáveis municipais e no tratamento de efluentes. Na indústria de alimentos e farmacêutica, é coadjuvante e auxilia na remoção de cor, gosto e odor, e para clarificações de alimentos, óleos e glicerinas. Podem ser usados ainda em sistemas de lodos ativados e reator biológico na remoção de cor, compostos recalcitrantes e/ou enriquecendo o lodo no número de bactérias por centímetro cúbico. Devido à sua área extensa, serve como suporte para estes microrganismos. Tamanho de partículas: menor de 0.1 mm.

Carvão ativado peletizado da Calgon Carbon

do carvão ativado é que é um material inerte que não altera a corrente líquida nem gasosa. Passa a ser concentrador dos contaminantes, não gera subprodutos como um produto químico, e é sustentável”, discorre Robinson Zuntini, gerente da Calgon Carbon Brasil.

Carvão ativado pulverizado da Clarimex

Tecido de carvão ativado – Para filtração, adsorção e separação nos: mercado industrial, defesa e hospitalar. Carvão ativado peletizado (extrudado) – Pellets para a purificação de ar e gases, proporcionando menor queda de pressão, excelente resistência ao estresse mecânico e térmico, baixa geração de partículas finas e menos poeira. Tamanho de partículas: maior de 3 mm. Para uso industrial, os mais procurados são o granulado e o peletizado. Já para água, são o pulverizado e o granulado. Vem crescendo também a utilização do granular e peletizado para tratamento de gases. “A grande vantagem

A capacidade de adsorção do carvão ativado granulado é ideal para remoção de uma grande variedade de contaminantes da água, ar, líquidos e gases. “Curiosamente, 5 gramas de carvão ativado reaglomerado têm uma área de superfície de um campo de futebol”, comparam Zuntini e Andreas Scheurell, diretores de desenvolvimento de negócios para a América Latina da Calgon Carbon Corporation. Carvão ativado é uma mistura de placas grafíticas dispostas de forma aleatória na sua estrutura, contendo Carbono (C), que lhe confere poderosa força de adsorção quando comparada à de outros materiais. “Sistema mais avançado em reciclagem e em sustentabilidade, o CAG é um produto ambientalmente responsável, já que pode ser reativado através de oxidação térmica e utilizado várias vezes para a mesma aplicação”, explanam. Segundo eles, a troca do carvão é fácil, limpa e rápida. O peletizado ou granulado podem ser reativados, já o carvão ativado em pó não.

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Benefícios


vado é utilizado no tratamento e reciclagem de óleo diesel. Além disso, é usado para tratamento de gases, em filtros de escapamentos de carros, recuperação de solventes, adsorção de COVs, purificação de ar, remoção de SO 2 e outros contaminantes nas indústrias em geral”,

salienta Luciano Barche, gerente de vendas mercosul da Clarimex.

Adsorção f ísica e química

Na adsorção, as moléculas de um fluido fixam-se na superfície do carvão ativado por interações físicas e químicas. 13

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é o uso da desinfecção por luz UV juntamente com um agente oxidante, como o peróxido de hidrogênio, para destruir contaminantes orgânicos da água. “Essa tecnologia, que vem crescendo rapidamente como preferencial para água potável indireta, é eficaz na redução de nitrosaminas, produtos farmacêuticos, produtos de cuidado pessoal e Compostos Desreguladores Endócrinos (EDCs) nas águas residuais”, apontam. O CAG e oxidação por UV, dizem eles, têm se mostrado como uma alternativa econômica para o reúso direto. “Hoje participamos de alguns trabalhos onde o carvão ati-


CAPA Julho/Agosto Meio Filtrante

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Os filtros de carvão ativado retiram impurezas e contaminantes, como material orgânico, gases e partículas menores, de onde a água sai limpa e sem cheiro. A área de superfície do carvão ativado é interna e facilita a aproximação e adsorção das moléculas. Além disso, tem alta porosidade, o que influi na avaliação de seu desempenho e também pela estrutura dos poros, que varia de tamanho, podendo ser microporos (raio menor que 20 angström), mesoporos (raio entre 20 e 50 angström) ou macroporos (raio acima de 50 angström). Estes poros fazem ligação com as moléculas de substâncias químicas que são atraídas pelos átomos da superfície do carvão ativado e unem-se a ele, ficando retidas. A quantidade de átomos disponíveis na superfície para realizar a adsorção é outra vantagem do uso do carvão ativado. A ativação do carvão “multiplica” a área superficial criando uma estrutura porosa. “Os tipos de poros que o carvão tem são um dos fatores mais importantes na hora de indicar um carvão para uso. Os poros devem ter tamanho similar ao das moléculas a serem adsorvidas. Se a molécula for maior que o poro, não será adsorvida. Se for menor, as moléculas entrarão, porém, como ficarão distantes das paredes, a força de atração será pequena e a molécula acabará saindo, ocorrendo dessorção”, explica Luciano Barche, gerente de vendas Mercosul da Clarimex. “Por possuir coloração negra, pode parecer estranho o uso do carvão ativado em pó para clarificar substâncias, mas isso ocorre devido ao carvão ativado adsorver as moléculas que proporcionam a cor ou que estão ‘contaminando’ o produto a ser tratado”, esclarece. Depois disso, o carvão deve ser retirado do meio por filtração. “Vale ressaltar ainda que o dimensionamento do filtro é fator primordial para o sucesso da purificação, pois há necessidade de um tempo mínimo de contato entre a substância a ser

purificada e o leito de carvão”, aponta. A adsorção física, principal forma pela qual o carvão ativado remove os contaminantes, é facilitada pelas forças de atração Van der Waals, que são fracas – não ultrapassam 2 kcal/mol – e existem entre todas as moléculas. “Embora sejam fracas em macroescala, a extensa área microscópica da superfície interna do carvão ativado fornece energia de atração suficiente para captar certas moléculas”, apontam Robinson Zuntini, gerente da Calgon Carbon Brasil, e Andreas Scheurell, diretor de desenvolvimento de negócios para a América Latina da Calgon Carbon Corporation. “Na filtragem da água, os contaminantes são adsorvidos no carvão ativado porque as forças de atração na superfície do carvão são mais fortes do que as que mantêm os contaminantes dissolvidos na água”, explicam. Segundo eles, os compostos químicos que aderem mais facilmente ao carvão ativado têm baixa solubilidade, embora devam ser solúveis, são orgânicos de alto peso molecular e neutros ou não-polares de natureza química. Sempre que as moléculas entram em contato com a superfície do carvão ativado, as forças intermoleculares envolvidas são fracas e ocorrem como resultado de propriedades geométricas e eletrônicas do adsorvente (sólido que adsorve) e adsorvato (substância adsorvida). “Em outras palavras, as moléculas ficam retidas nos poros do carvão através de interações eletrostáticas”, enfatiza Liliane Schier de Lima, gerente de operações da Alphacarbo Industrial. Segundo Dirce Maria Golin, gerente técnica e comercial da Carbomafra, existem parâmetros que podem melhorar os resultados obtidos da adsorção física: escolha do adsorvente adequado, dosagem do adsorvente, remoção dos contaminantes particulados por filtração antes da adsorção, temperatura do meio, diminuição da viscosidade para aumentar a velocidade de


O processo de adsorção em quatro passos: 1. Difusão/Convecção; 2. Transferência de Massa Externa ao Adsorvente; 3. Difusão nos Poros e na Superfície do Adsorvente; 4. Adsorção. Dependendo da estrutura do adsorvente, vários tipos de difusão podem de forma dominante ocorrer e, em alguns casos, dois ou três deles competem ou cooperam entre si. Fonte: Baup e colaboradores, 2000; Metcalf e Eddy, 2003. – citados por Carbomafra.

difusão, tempo de contato e regeneração ou troca do adsorvente sempre que necessário. A adsorção química é uma reação químicas que ocorrem entre as moléculas e a superfície do carvão ativado através da formação de ligações químicas covalentes envolvendo compartilhamento de elétrons entre o adsorvato e o substrato (adsorvente). Nela, as interações são mais intensas, podendo levar à quebra das ligações químicas nas moléculas. Na adsorção química, os valores típicos são de 10 a 100 kcal/mol, bem maiores do que da adsorção física. Uma das aplicações na adsorção química é a remoção do cloro da água potável por conversão de íons cloreto. “Esta reação é importante para a filtração da água no ponto de uso (POU), porque o cloro comum contribui fortemente para sabores e odores desagradáveis da água”, relatam Zuntini e Scheurell.

O carvão ativado é um adsorvente versátil: • Na indústria de bebidas, remove aldeídos e compostos residuais de fermentação. Na fabricação de vinhos, padroniza a coloração; e em sucos remove toxinas;


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• Em insumos farmacêuticos, clarifica o licor de cristalização de medicamentos; • Na indústria química, purifica plastificantes, ácidos, alcoois e glicerinas; • Na fase gasosa, em purificadores de ar, aparelhos de ar condicionado, filtros industriais e máscaras de proteção individual; • Na recuperação de solventes, em gráficas, indústrias de tintas e adesivos; • Na purificação de gás carbônico e hidrogênio; • Em refinarias, como suporte para o agente catalisador no tratamento de gasolina ou dessulfurização do gás natural; • Ácidos húmicos às vezes têm concentrações tão altas em águas de abastecimento que persistem nela mesmo após o tratamento convencional; • Resíduos de pesticidas, herbicidas ou inseticidas, usados na agricultura, também, além de afetarem o odor e sabor, podem ter efeitos tóxicos sobre os seres humanos; • Em sistemas de tratamento de águas municipais, o uso do carvão ativado é comum como complemento dos convencionais. Na forma pulverizada, é aplicado em dosagens variadas, sendo removido nos decantadores ou flotadores; • Na presença de precursores orgânicos, a cloração de água e despejos pode introduzir compostos orgânicos e inorgânicos danosos à saúde humana que também devem ser removidos; • Agentes químicos, como cloro e hipoclorito, desinfetam ou oxidam materiais da água. Seu uso em elevadas doses é comum, principalmente na indústria de refrigerantes. O excesso permanece na água, mas deve ser removido porque sua permanência prejudica a sequência do processo, podendo alterar as características organolépticas do refrigerante (que podem ser percebidas pelos sentidos humanos) ou oxidar seus componentes, como corantes. “A solução é a decomposição catalítica do agente oxidante sobre a superfície do carvão ativado,

reduzindo o cloro livre em cloreto, uma forma não prejudicial”, indica Dirce; • Pode ser usado nos sistemas de geração de vapor, antes de colunas de desmineralização e membranas de osmose inversa, removendo cloro livre e materiais orgânicos da água. Também em linhas de condensado, garantindo a qualidade da água de retorno antes de entrar no gerador de vapor. Fonte: Carbomafra

Novidades

A aplicação de carvão ativado na indústria e no saneamento já está bem consolidada e conhecida. “Nos últimos dez anos, as empresas de saneamento e também muitas indústrias do setor químico e alimentício têm migrado para o uso do carvão ativado umectado, que é um carvão ativado em pó, porém, com um alto teor de umidade, em torno de 30%, para evitar dispersá-lo nos ambientes”, indica Liliane. Segundo ela, observa-se também o aparecimento de novos produtos no mercado, como xampus, palmilhas e roupas, que trabalham com a impregnação do carvão ativado em pó em tecidos, com finalidades específicas, onde o carvão ativado é o principal coadjuvante. Na hora de decidir pelo produto adequado para sua aplicação, é importante fazer a correspondência entre o desempenho esperado e o produto correto para otimizar o processo de adsorção dos contaminantes. A Calgon Carbon dispõe de três tecnologias para isso, como o carvão ativado granular (CAG), a desinfecção/ oxidação por luz UV e a troca iônica. “Novos produtos estão sendo introduzidos, visando maior rapidez na cinética de adsorção e com menor taxa de utilização de carvão para reduzir os custos operacionais e o custo total de propriedade”, revelam Zuntini e Scheurell. “O que temos de novo para este ano é o Carvão CAE Ultra, que possui alto índice de ativação com área superficial acima de 1.600 m2/g de carvão. Além disso, dispomos da linha


Clarisorb M, com excelente capacidade de filtração”, destaca Barche. “Atualmente, o uso mais moderno do carvão ativado pulverizado seria com a forma antidispersão ou umectada por não gerar poeira no ambiente de trabalho. Tem ocorrido recentemente também grande uso deste material em incineradores de gás e em rações animais”, ressalta o engenheiro químico João Carlos Tannouri Pastuch, da área técnico comercial da Brascarbo Agroindustrial. Devido às novas necessidades no mercado, novas finalidades de uso surgem. Dirce cita algumas. Segundo ela, uma preocupação de tratamento que tem crescido no Brasil é a adsorção de hormônios residuais em água, na qual o carvão ativado pulverizado tem se mostrado uma boa opção. “O uso do carvão ativado está crescendo também no tratamento de água de reúso como alternativa complementar”,

expõe. Devido a novos parâmetros de controle, a indústria de sucos vem se tornando mais exigente e usando a adsorção de residuais de herbicidas de modo crescente. “Em tratamento de efluentes, as exigências de parâmetros mais restritivos da legislação para despejos industriais aumentam o uso do carvão ativado para remover compostos recalcitrantes”, ressalta. A Carbomafra atua com carvões ativados granulados e pulverizados. Para o segmento de água, o tipo granulado mais usado é o 119, nos tamanhos 12 x 25 e 8 x 30 mesh. Na forma de pó, entre eles, 118 CB, 106/90 e 118/90.

Aumento do uso “Com uma e ar limpo ativado irá é esperado

demanda crescente por água pura no mundo todo, o uso de carvão aumentar. Por volta do ano 2030, um aumento de 50% na demanda

#Revista_Meio_Filtrante_Julho_2015_V2.pdf 1 18/06/2015 11:11:50

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mundial de água, isso é 60% maior do que a oferta sustentável de água hoje”, preveem Zuntini e Scheurell. Seguindo a mesma tendência, a adoção de regulamentos mais restritivos relativos ao controle ambiental exigirá a remoção dos contaminantes de emissões de gases e efluentes. “A escassez de água resulta numa necessidade de conservar a água, reusá-la e também proporcionar à população total acesso à água limpa”, Segundo ele, as indústrias têm que oferecer mais produtos e precisam de mais água. Utilizar a água de uma forma sustentável e reusar para outros usos dentro da indústria. “A fonte de água está muito difícil, é preciso liberar água. Todos estão mudando devido às leis restritivas do governo”, adverte Scheurell. O crescimento populacional e a necessidade de as pessoas terem acesso à água são fatores que afetam a falta de água. Muitas regiões não têm acesso, como a Índia, por exemplo. “A Sabesp não consegue atender 100% onde atua; esgoto não atende nem 50%. Com a seca no Brasil, a carência de água boa é muito alta e não há recursos porque a infraestrutura demora para ser feita. Até 2030, deverão ser atendidas as necessidades para evitar a proliferação de doenças”, alerta Zuntini. “O mercado de carvão ativado, comparado com outros insumos, está sendo pouco afetado pela situação econômica que o Brasil e América Latina estão enfrentando atualmente. Alguns segmentos, como os de tratamento de gases e efluentes, estão em expansão, principalmente, devido à grande preocupação/conscientização com o meio ambiente”, afirma Barche. “O mercado do carvão ativado segue a velocidade da economia, porque seu uso está diretamente relacionado ao aumento ou diminuição do processo produtivo no país. No setor de tratamento de águas públicas, existe a tendência de aumento de consumo devido à piora da qualidade das águas em nossos mananciais”, diz

Pastuch, da Brascarbo Agroindustrial. De acordo com Dirce, o mercado de carvão ativado tem apresentado oscilações. “As companhias de saneamento, que têm os principais volumes deste segmento, não utilizam de modo regular, o que gera picos de consumos difíceis de administrar pelas produtoras de carvão ativado e prejudica toda a cadeia de suprimento”, aponta. Outro fator, segundo ela, foi que a importação deste produto, com o dólar até então em valores mais baixos, gerou competitividade e desacelerou a indústria nacional, inibindo investimentos no setor. “Outras técnicas de separação e descoramento vêm crescendo no Brasil, como as membranas e resinas, que também concorrem para as variações de consumo”, destaca Dirce. “Observa-se, principalmente na busca de soluções de tratamento de efluentes líquidos e gasosos na indústria em geral, um aumento da procura por carvões ativados granulados. Porém, o mercado é sazonal e, no saneamento básico, depende de condições climáticas”, revela Liliane. Neste setor, segundo ela, o uso do carvão ativado está associado à proliferação de algas cianofíceas – ou cianobactérias, popularmente chamadas de algas azuis – nos reservatórios de água, que liberam compostos causadores de gosto de terra e mofo, metil-isoborneol e geosmina, quando ocorre a lise celular (rompimento). Neste caso, utiliza-se o carvão ativado em pó para a remoção destes compostos e melhorar as propriedades organolépticas da água potável. Contato das empresas: Alphacarbo Industrial: www.alphacarbo.com.br Brascarbo Agroindustrial: www.brascarbo.com.br Calgon Carbon: www.calgoncarbon.com Carbomafra: www.carbomafra.com.br Clarimex: www.clarimex.com


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Empresas que não cumprirem e comprovarem a limpeza e descarte dos resíduos podem ser multadas e até ter o alvará do estabelecimento cassado

Foto: Divulgação Supply Service

MEIO AMBIENTE

Como está a limpeza da sua caixa separadora de água e óleo?

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odos os postos de combustíveis, concessionárias de veículos e oficinas mecânicas são obrigados a instalarem e manterem em perfeito funcionamento as suas caixas separadoras de água e óleo (CSAO). Afinal, são elas que garantem que o óleo de motor e combustíveis, que são carregados junto com as sujeiras do piso, não vá para lugares errados como solo, aterros e rios ou, até mesmo, para a rede de esgoto. A lavagem de veículos, por exemplo, sempre resulta em um líquido que contém quantidades razoáveis de óleos e graxas. Por essa razão, a operação de limpeza e lavagem adequada da caixa separadora de água e óleo - e também de tanques de combustíveis - só pode ser realizada por empresas especializadas neste segmento. E não pelas companhias que se dedicam exclusivamente à limpeza de fossas sépticas, as conhecidas

‘limpa fossas’, que não se enquadram na lei para executar o serviço. Tais ‘limpa fossas’ não têm licença para realizar esse trabalho. “É preciso ficar atento, principalmente, ao valor cobrado pelo serviço de coleta, transporte e tratamento. Muitas vezes, empresas têm entrado nesse segmento com valores muito abaixo do mercado, um indício de que, talvez, não estejam procedendo corretamente”, alerta o químico e presidente da Supply Service, David Siqueira de Andrade. As empresas que contratam o serviço de limpeza da CSAO - postos de combustíveis, concessionárias de veículos, oficinas mecânicas, garagens de ônibus, transportadoras e estabelecimentos tipo lava-jatos - são obrigadas a ter o CADRI (Certificado de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental), uma exigência da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). De acordo com Andrade, o CADRI é um documento obrigatório em que o próprio gerador dos resíduos - no caso os postos de combustíveis e demais empreendimentos que tenham a caixa separadora - deve solicitar ao órgão ambiental: “Por exemplo, o posto de combustível deve constar no CADRI como ‘Entidade Geradora’ e a empresa que irá receber os resíduos resultantes da limpeza (água, óleo, terra, combustível,


Existem leis

Segundo o texto da Resolução Nº 273 de 29 de Novembro de 2000 publicado pelo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), toda e qualquer instalação e sistemas de armazenamento de derivados de petróleo e outros combustíveis, que podem gerar poluição parcial ou até mesmo causar acidentes ambientais, devem possuir em suas instalações o sistema de separador de óleo. Ao determinar que todos os postos de revenda de combustíveis estejam ambientalmente adequados, a lei obrigou também, por consequência, que esses reservatórios estejam em perfeitas condições de uso e que sua manutenção seja monitorada. O artigo 3º da Lei n.º 9.605, de 1998, que trata sobre crime ambiental, regulamenta que as pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade. E também existe uma pena de reclusão (um a quatro anos) e multa para quem manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta, reutiliza, recicla ou dá destinação final a resíduos perigosos de forma diversa da estabelecida em lei ou regulamento. Ainda de acordo com o químico, muitas das empresas que dividem este mercado não agem assim, pois partem do pensamento que quem tem de ter o CADRI seria apenas o

recebedor dos resíduos e não o gerador. Esse argumento é muito utilizado para enganar os menos avisados. “Portanto, antes de contratar qualquer empresa para cuidar da lavagem e do resíduo da sua caixa separadora, verifique se ela possui a licença correta para prestar esse serviço. Caso não exista esse cuidado, seu estabelecimento poderá ser multado e até ter a licença cassada por uma irresponsabilidade ambiental”, esclarece David. Por fim, aconselha o químico, que atua há 25 anos nesta atividade, na dúvida, consulte sua agência ambiental. “Também não esqueça de pedir os comprovantes de limpeza e destinação dos resíduos; ele é a sua garantia quando feito com empresas devidamente capacitadas e licenciadas para este trabalho”. Contato da empresa: Supply Service: www.supplyservice.com.br.

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graxa, entre outros) constará como ‘Entidade de Destinação’”, esclarece o químico. Torna-se crime ambiental despejar a água, o óleo e sólidos que são retirados destas caixas separadoras sem o devido CADRI e em local que não seja licenciado pela Cetesb. Assim como é crime transportar estes materiais em veículos sem o devido licenciamento para produtos perigosos.


Foto: Depositphotos

TECNOLOGIA Suzana Sakai

A hora do gás natural Crise na Petrobras não intimida a expansão do setor

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crise econômica que se alastra pelo país, os problemas hídricos e os sucessivos escândalos de corrupção envolvendo a Petrobras parecem não ter intimidado o mercado de gás natural. Apesar do cenário totalmente desfavorável, as perspectivas de crescimento para esse setor são bastante promissoras. De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) nos próximos 10 anos, o consumo elétrico do Brasil deve apresentar uma taxa anual de crescimento de 3,9% até 2024, atingindo 693.469 GWh. “Independentemente da crise hídrica, ao longo de cada ano vai havendo equilíbrio na alternância entre a demanda de energia de hidrelétricas e de termelétricas, neste último caso, ganhando destaque a participação do gás na matriz energética”, explicou o presi-

dente da EPE, Maurício Tolmasquim, durante uma apresentação realizada no seminário Gas Summit Latin America. Ainda segundo a projeção da EPE, a demanda máxima de gás em 2024 crescerá 47 milhões de metros cúbicos (m³) de gás diário frente a 2015, o que representa uma expansão de 47%. A demanda passará dos atuais 100 milhões de m³/dia para uma ação potencial de 147 milhões de m³/dia. O estudo da EPE ressalta também que a oferta potencial de gás crescerá 54 milhões de m³/dia, com aumento de 49% em relação a 2015. Mais do que as perspectivas analíticas, os consumidores também têm se mostrado mais receptivos ao gás natural, como comenta o engenheiro da WMF Solutions, Marcelo Firagi: “Este é um mercado que vem cres-


Gás natural como insumo energético

A utilização do gás natural como insumo energético apresenta benefícios ambientais em comparação a outras fontes fósseis de energia, como o carvão mineral e os derivados de petróleo. Entre eles pode-se citar: - Baixa presença de contaminantes; - Combustão mais limpa, que melhora a qualidade do ar, pois substitui formas de energias poluidoras como carvão, lenha e óleo combustível, contribuindo também para a redução do desmatamento; - Menor contribuição de emissões de CO 2 por unidade de energia gerada (cerca de 20 a 23% menos do que o óleo combustível e 40 a 50% menos que os combustíveis sólidos como o carvão); - Pequena exigência de tratamento dos gases de combustão; - Maior facilidade de transporte e manuseio, o que contribui para a redução do tráfego de caminhões que transportam outros tipos de combustíveis; - Não requer estocagem, eliminando os riscos do armazenamento de combustíveis; - Maior segurança, já que por ser mais leve do que o ar, o gás se dissipa rapidamente pela atmosfera em caso de vazamento; - Contribuição para a diminuição da poluição urbana quando usado em veículos automotivos, uma vez que reduz a emissão de óxido de enxofre, de fuligem e de materiais particulados, presentes no óleo diesel.

do de sistemas de condicionamento de gás tenha uma perspectiva positiva a médio e longo prazo”. Firagi analisa ainda que, apesar da crise na Petrobras, o Pré-Sal deve impulsionar novos investimentos nesse setor. “A exploração em águas profundas, mais especificamente no Pré-Sal, mostrou aos analistas que o teor de gás misturado ao petróleo extraído, é muito mais alto do que se imaginava. Isso vai forçar o mercado a desenvolver novas tecnologias para manusear este gás”, afirmou o engenheiro da WMF Solutions.

Gás natural

Historicamente, o maior produtor de gás no Brasil sempre foi a Petrobras. Parece difícil acreditar que em meio a tantos escândalos envolvendo a empresa, as perspectivas para esse setor sejam tão favoráveis. Porém, é preciso lembrar que o país também vive uma crise energética e o gás natural se destaca por

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cendo, de maneira constante, apesar dos poucos investimentos do Governo Federal. O consumidor de larga escala já compreende que um gás limpo e controlado reflete na otimização de seus processos produtivos, menor tempo de parada dos equipamentos servidos e o que resulta em uma maior lucratividade. Isso, somado as novas tecnologias desenvolvidas, garante que o merca-


Foto: Divulgação WMF Solutions

TECNOLOGIA Julho/Agosto Meio Filtrante

ser uma importante fonte de energia limpa que pode ser usada nas indústrias, substituindo outros combustíveis mais poluentes como óleos, lenha e carvão. Além disso, o gás natural se distribui entre diversos setores de consumo, com fins energéticos e não energéticos, sendo utilizado como matéria-prima nas indústrias petroquímica (plásticos, tintas, fibras sintéticas e borracha) e de fertilizantes (ureia, amônia e seus derivados), comércio, serviços, domicílios etc., nos mais variados usos. O gás natural pode ser classificado em duas categorias: associado (GA) e não associado (GNA). Predominantemente, o gás produzido no Brasil é de origem associada, que é o produto que no reservatório, se encontra dissolvido no petróleo ou sob a forma de uma capa de gás. Neste caso, normalmente privilegia-se a produção inicial do óleo, utilizando-se o gás para manter a pressão do reservatório. O gás não associado é aquele que está livre do óleo e da água no reservatório. Sua concentração é predominante na camada rochosa, permitindo a produção basicamente de gás natural. De acordo com os últimos estudos, as perspectivas de maior oferta de gás natural no Brasil estão principalmente na Bacia de Santos, além do Espírito Santo e na Bacia de Campos, no Estado do Rio de Janeiro, que hoje concentra 44% da produção deste energético no Brasil.

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Sistema de redução medição odorização filtragem da WMF Solutions

Processamento

O processamento de gás natural começa na boca do poço e inclui todos os processos necessários para a purificação de gás natural bruto. A composição do gás natural explorado varia significativamente dependendo de cada poço e é constituído por hidrocarbonetos gasosos, líquidos de gás natural, hidrocarbonetos líquidos e por uma certa quantidade de água e de outros gases. As etapas do processo de purificação de separação do gás natural vão desde o tratamento do gás azedo, a desidratação, a captura dos líquidos de gás natural, até a compressão final na rede de gasodutos.

Tratamento

Apesar de seus inúmeros benefícios, os gases naturais brutos contém uma combinação de contaminantes sólidos e líquidos, incluindo: produtos químicos para tratamento de poços e tubulações, vapor de água, sulfeto de ferro, óxido de ferro e gases ácidos, tais como sulfeto de hidrogênio e dióxido de carbono. Estes contaminantes podem sujar equipamento de processamento, corroer equipamentos de distribuição e levar à formação de espuma e produtos finais fora das especificações. “O processo de extração do gás (da forma como é encontrado na natureza) gera impurezas e também concentrações moleculares diferentes. A análise destas composições moleculares é imprescindível para o bom funcionamento dos equipamentos que são alimentados por gás, numa concentração especifica. Como analogia, podemos pensar num carro movido a gasolina. Se o mesmo for abastecido com outro combustível, que não seja o especificado pelo fabricante, o carro não irá funcionar de maneira adequada”, explica Firagi. Além de comprometer os equipamentos, a falta de controle e filtragem do gás natural pode resultar ainda na geração de agentes nocivos ao meio ambiente e ao ser humano.


LAFFI - SYNDER - MF66.pdf 1 18/12/2013 17:23:43

Foto: Divulgação WMF Solutions

O processo de purificação e separação do gás natural se inicia com o tratamento do gás azedo e segue com a desidratação, a remoção dos líquidos de gás natural, até a compressão final na rede de gasodutos. Para aumentar a eficiência dos processos que envolvem o gás natural, proteger os equipamentos e também os recursos ambientais, o mercado de filtros conta com uma série de soluções direcionadas para esse setor. A WMF Solutions, por exemplo, atua no mercado de gás com o fornecimento de sistemas de tratamento para fabricantes de equipamento que utilizam o gás como utilidade, ou seja, equipamentos movidos a gás, mas que precisam ser tratados antes da utilização, tanto na filtragem como na pressurização e aquecimento. Também fabrica equipamentos na forma de módulos ou “Skids”, para separação, medição e injeção em equipamentos como turbinas e compressores por exemplo. “Na

Skid de filtragem da WMF Solutions

distribuição do gás natural, a WMF, de forma pioneira, fabrica e fornece todos os sistemas necessários para transformar o gás que vem das

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TECNOLOGIA

Produção de gás em alta

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Boa notícia para as empresas que investem no segmento de gás natural! Segundo informações da Petrobras, a produção de petróleo e gás natural, no Brasil e no exterior, em maio de 2015, foi de 2 milhões 766 mil barris de óleo equivalente por dia (boed), 6,2% superior à produção de maio de 2014 (2 milhões 605 mil boed). A produção própria, no Brasil, de gás natural, excluindo o volume liquefeito, foi de 73 milhões 593 mil m3/dia, similar ao produzido em abril (73 milhões 370 mil bpd). Ainda no mês de maio, a Petrobras bateu dois novos recordes mensais de produção no présal. A produção operada atingiu seu maior nível, alcançando 726 mil bpd, com aumento de 1,6% em relação a abril (715 mil bpd). Desse total, a parcela própria atingiu nova marca histórica, de 519 mil bpd, superando em 3,2% o patamar de abril (503 mil bpd).

Foto: Divulgação WMF Solutions

usinas através do gasoduto para o gás que é utilizado na indústria, no comércio e até em nossas próprias residências”, explica Firagi. O gás transportado nos gasodutos não tem cheiro (uma característica própria do gás natural), e é transportado a uma pressão em torno de 100 kgf/cm 2. Desta forma o gás seria totalmente impróprio para consumo pelos usuários finais devido ao perigo da não detecção de um vazamento ou o de se trabalhar com uma pressão tão elevada. “Sendo assim, sempre que o gás sofre uma derivação no gasoduto para uma distribuição para o consumo, as distribuidoras instalam um sistema chamado de City Gate, que é, geralmente, composto de equipamentos como: odorizador, estação de medição, estação de redução de pressão, estação de filtragem, e analisador de gás”, sinaliza o engenheiro da WMF Solutions. A odorização é uma etapa importante do trata-

Odorizador da WMF Solutions

mento do gás natural. O equipamento é responsável pela inserção de um derivado de enxofre no gás dando a ele o odor característico do produto e possibilitando a detecção de vazamentos. Como o próprio nome já diz, a estação de medição é um módulo que irá medir o gás que está sendo fornecido ao cliente. Já a estação de redução de pressão tem como objetivo reduzir a pressão do gás de transporte para a pressão comercial. “Essa pressão é menor e menos perigosa de se trabalhar”, diz Firagi. A estação de filtragem é outro processo essencial para a qualidade e segurança dos recursos que utilizam o gás natural. Esse sistema é responsável pela eliminação de substâncias indesejáveis, sejam elas químicas ou mecânicas. O tratamento é complementado pelo analisador de gás, que é um sistema que analisa a composição química do gás que está sendo fornecido. Todas essas etapas são responsáveis pela transformação do gás natural bruto em um produto de qualidade e próprio para a utilização, garantindo a segurança das indústrias e, principalmente, do meio ambiente e do ser humano. Contato da empresa: WMF Solutions: www.wmfsolutions.com


ONDE TEM ESTE SELO, TEM TROCA DE FILTRO E AMBIENTE LIMPO.

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A AGOR É LEI!

Os fabricantes, importadores e distribuidores de Filtros do Óleo Lubrificante Automotivo estão promovendo o descarte dos filtros usados, de forma

correta e consciente.

Em sintonia com todos os avanços em busca da sustentabilidade, a Abrafiltros, associação que reúne os fabricantes, importadores e distribuidores de filtros automotivos, está coordenando a implantação de um eficiente programa-piloto de Logística Reversa em pontos de coleta nos estados de São Paulo, Paraná e Espírito Santo, onde os filtros do óleo usados são periodicamente retirados por empresa credenciada que faz a destinação correta do descarte.


Foto: Divulgação Supply Service

ABRAFILTROS Cristiane Rubim

Sistema de reciclagem de filtros usados

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Descarte Consciente Abrafiltros: 3 anos de trabalho e desafios

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Em três anos, programa é case de sucesso em logística reversa

programa Descarte Consciente Abrafiltros, de logística reversa dos filtros usados do óleo lubrificante automotivo, chegou ao terceiro ano com implantação em três Estados - São Paulo, Paraná e o recente Espírito Santo, que fará parte do projeto a partir de julho. Ao fazer uma retrospectiva de julho de 2012, quando começou, até hoje sobre os avanços alcançados, João Moura, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas Automotivos e Industriais (Abrafiltros), afirma que o programa está sendo exemplo bem-sucedido de projeto consistente e eficaz que atende às exigências das

resoluções estaduais em sintonia com o disposto na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Além disso, é reconhecido por órgãos públicos e empresas pelos resultados atingidos, fruto de um amplo e complexo trabalho que possui várias etapas. Segundo David Siqueira de Andrade, diretor-presidente do Grupo Supply Service, empresa parceira da Abrafiltros e responsável pelo descarte e recolhimento dos filtros nos três Estados que fazem parte do programa, o andamento e desenvolvimento nestes três anos mostram que o caminho traçado vem sendo cumprido e atendendo perfeitamente as exigências legais. “A experiência está sendo melhorada a cada ano.


Destaques e expectativas favoráveis

Segundo Moura, o programa ainda está avançando e ganhando força, sendo reconhecido por órgãos públicos e empresas como uma ação importante

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para preservação do meio ambiente. Com o aumento de empresas envolvidas, a meta é ampliar o volume de material recolhido em longo prazo, porque o valor despendido pelas empresas participantes ainda é alto. João Moura, “Muitos postos de com- presidente da Abrafiltros bustível, concessionárias e empresas já fazem a destinação da maneira correta, mas há outros locais que estão à margem das leis. Isso depende também da conscientização ambiental, que se percebe estar em crescimento no país”, ressalta. O presidente da Abrafiltros diz que é um caminho que tem que ser seguido passo a passo. “Nem todos os geradores podem ser alcançados pelo programa, mas ainda assim eles são responsáveis diretos pelos resíduos gerados em seus estabelecimentos, principalmente por se tratar de Resíduo Perigoso Classe I, caso dos filtros do óleo lubrificante automotivo”, explica. Os principais pontos de destaque do projeto são a eficiência da complexa operação e o engajamento das empresas e da própria diretoria desde o início das discussões. O que é importante nesse projeto é que a Abrafiltros consegue envolver os associados e ter amplo trânsito entre os órgãos governamentais. Os associados, de acordo com Moura, têm a garantia de dispor de todo o suporte necessário do gestor, Marco Antônio Simon, que gerencia o programa junto aos prestadores de serviço e órgãos governamentais, além de ter amparo jurídico e da área administrativa da associação, representada por Marcos Carneiro. Outro destaque citado por ele é o bom trabalho realizado pelo Grupo Supply Service, que tem atendido a Abrafiltros no Estado de São Paulo por intermédio da matriz em Tapiraí (SP) e no Paraná, pela unidade operacional Geoquímica localizada em São José dos Pinhais (PR).

Foto: Divulgação

As metas e percentuais de coleta têm sido cumpridos. A cada ano o programa já começa com condições mais favoráveis porque em todo o mercado há mais conhecimento e entendimento dos seus benefícios e sucesso”, garante David Siqueira. Este sucesso pode ser confirmado avaliando os resultados que o programa traz pelos números das coletas, que são bem expressivos: em maio de 2015, ultrapassou a marca de 1.397.907 kg reciclados, equivalente a mais de 3.584.377 filtros do óleo lubrificante automotivo processados e destinados de modo ambiental correto. O programa cumpre, assim, os objetivos propostos pelas Secretarias de Meio Ambiente de evitar a destinação de resíduos e rejeitos a aterros sanitários. “Os governos de São Paulo e Paraná foram receptivos ao diálogo, o que contribuiu muito para o desenvolvimento do programa nos moldes atuais. A Abrafiltros e as empresas signatárias também têm se empenhado para o desenvolvimento do programa e sempre superado as metas anuais pactuadas com os governos estaduais”, salienta Moura. Por isso, Moura faz um agradecimento especial para as empresas que acreditaram e participam do programa: Affinia Automotiva Ltda. / Filtros Wix; Cummins Filtration do Brasil; Donaldson do Brasil Equipamentos Industriais Ltda.; General Motors do Brasil Ltda.; Hengst Indústria de Filtros Ltda.; KSPG Automotive Brazil Ltda. - Divisão Motor Service Brazil; Magneti Marelli Cofap Fabricadora de Peças Ltda.; Mahle Metal Leve S.A.; Mann+Hummel Brasil Ltda.; Parker Hannifin Indústria e Comércio Ltda. / Divisão Filtros; Poli Filtro Indústria e Comércio de Peças para Autos Ltda.; Scania Latin America Ltda.; Sofape S.A. / Filtros Tecfil / Vox; Sogefi Filtration do Brasil Ltda. / Filtros Fram; e Wega Motors Ltda.


Julho/Agosto Meio Filtrante

ABRAFILTROS

Descarte Consciente também no Espírito Santo

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Conforme metas definidas pela Abrafiltros em conjunto com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEAMA) e o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), o programa Descarte Consciente será implantado a partir de julho no Espírito Santo. A responsável pela coleta e processamento será a Andrita Supply, empresa do Grupo Supply Service, vencedora da concorrência realizada pela Abrafiltros em fevereiro deste ano. Com previsão inicial de quatro anos, estima-se que deverá ser coletado no Estado até 2018 o volume de 305.300 kg de filtros, equivalendo a mais de 782.800 filtros reciclados pelo programa no período. “O objetivo é cumprir com o Termo de Compromisso junto ao governo do Estado do Espírito Santo e atender às metas a partir deste ano. Já existe logística reversa no Estado com embalagens vazias, óleo usado e agora será com filtro usado”, diz David Siqueira de Andrade, diretor-presidente do Grupo Supply Service. Diante dos bons resultados do programa Des-

Expansão para outras regiões

O programa-piloto começou no Estado de São Paulo, foi expandido para o Paraná e será iniciado a partir de julho no Espírito Santo, atendendo às legislações estaduais. Devido à PNRS, que ampliou a responsabilidade ambiental das empresas e órgãos governamentais, a tendência é continuar avançando para outras regiões conforme a publicação de novos editais e resoluções pelos governos estaduais. “Por isso, tudo tem que ser feito de maneira gradativa em termos de metas de coleta e abrangência geográfica. Ainda mais considerando o atual momento econômico do país e os impactos expressivos na indústria automobilística e de autopeças”, aponta Moura.

carte Consciente Abrafiltros em São Paulo e no Paraná, os órgãos governamentais do Estado do Espírito Santo procuraram a Abrafiltros em outubro de 2013, visando à implantação do programa no Estado. Por intermédio do gestor Marco Antônio, foram realizadas reuniões nas quais se verificou a necessidade da instituição do Edital de Chamamento para iniciar o processo como prevê a legislação. Com uma bem-sucedida articulação entre a SEAMA e o IEMA, a Abrafiltros intermediou o contato com a Secretaria do Meio Ambiente e a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) em São Paulo. A ação auxiliou nos trabalhos desenvolvidos no Estado para a publicação do Edital de Chamamento 02/2014 em 7 de novembro de 2014. A partir dele, teve início a fase das propostas de implantação, visando à elaboração dos Termos de Compromisso. “O governo tem sido muito receptivo quanto aos acordos e ao projeto apresentado pela Abrafiltros, cujo Termo de Compromisso também será assinado em julho”, conta Moura.

Desafios

Quanto às barreiras ainda a serem superadas, o presidente da Abrafiltros diz que uma delas é o alto custo da operação. Além desta, segundo ele, é necessário trabalhar muitas questões, entre as quais: igualdade na aplicação da lei para que o governo exija de todas as empresas do setor, incluindo importadores, a participação na logística; formas de processamento dos resíduos, logística e a necessidade de mais empresas capacitadas para coleta e processamento; infraestrutura, condições das estradas, vias de transporte e restrições veiculares; custos; aspectos ambientais; legislação; entre outras. É preciso levar em conta também em futuras implementações que cada Estado tem uma realidade diferente. “São os primeiros passos de


Adesão pelo bem do meio ambiente

Há vários motivos pelos quais mais empresas não aderiram à logística reversa. “Ainda falta informação a respeito e uma fiscalização mais rigorosa do governo para que as empresas fabricantes,

Foto: Divulgação Supply Service

um caminho sem volta para todos os setores e segmentos envolvidos. Por isso, acreditamos em uma expansão gradativa. Muitas coisas podem ser alteradas e aprimoradas, a depender de avanços nas questões governamentais, financeiras, tecnológicas e logísticas”, avalia. A PNRS instituiu a responsabilidade compartilhada de fabricantes, importadores, comerciantes, distribuidores e consumidores para a implementação da logística reversa pós-consumo. “Isso ainda levará tempo para se tornar realidade, principalmente no que diz respeito à divisão dos custos do processo ao longo da cadeia produtiva e de comercialização”, analisa Moura.

Filtros usados destinados a reciclagem

importadores e montadoras que não fazem parte se enquadrem à legislação. É necessário que os órgãos governamentais aprimorem as políticas de conscientização e fiscalização para que a logística reversa seja de responsabilidade de todos os integrantes da cadeia e não apenas de uma parcela”, alerta Moura. Outro ponto importante, de acordo com ele, é que sejam estabelecidas políticas de incentivo fiscal pelos órgãos governamentais para as empresas

1000 máquinas trabalhan do is de ma em

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uma nova definição em equipamentos de filtração desde o design até o produto final

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1500mm (12” to 60”) largura de trabalho  Profundidade de plissas: varia de 10 até 300mm (0,4” até 12”)  Ajustes de profundidade da plissa “On the Fly”  Multiplas combinações de Hot Melt incluíndo pontual, intermitente, contínua e borda de vedação  Programa para diferentes receitas e partes salvas/números de peças  Sistemas preferenciais de Hot Melt podem ser integrados  Plissas sintéticas e de fibra de vidro Allen Bradley & Siemens são marcas registradas

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Foto: Divulgação Supply Service

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ABRAFILTROS

Sistema de pesagem e controle de coleta on-line

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que participam de sistemas de logística reversa, pois isso contribuiria para amenizar os custos da logística e facilitaria também a expansão e adesão de novas empresas. As empresas de filtros que aderem ao programa ficam em conformidade com a Resolução SMA 038 de 2 de agosto de 2011, da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, e também ao Edital de Chamamento 01/2012, no Estado do Paraná. Com a futura implementação, também atenderão ao Edital de Chamamento 02/2014 no Espírito Santo. “São estes os três Estados até o momento a estabelecer os filtros do óleo lubrificante automotivo entre os produtos-alvo da logística reversa”, esclarece o presidente da Abrafiltros. O que as empresas precisam entender é que as leis determinam que fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e consumidores atuem em conjunto para promover a coleta, reciclagem e destinação final ambientalmente correta dos filtros usados do óleo lubrificante automotivo, entre outros produtos. Por intermédio da Abrafiltros, é estabelecido Termo de Compromisso entre os governos estaduais e as empresas signatárias, com metas gradativas. “A ampliação dessa conscientização e a diminuição do impacto ambiental são ganhos para o meio ambiente”, ressalta Moura. Devido às suas características, o filtro de óleo lubrificante usado é um produto considerado Resíduo Perigoso Classe I, conforme a norma ABNT – NBR 10.004. Por meio das Resoluções Conama 273/00 e 362/05, segundo Moura, o governo federal já proíbe a

destinação inadequada pelos geradores e a comercialização pelos catadores e sucateiros do óleo lubrificante usado contaminado (OLUC) por causa do alto risco de poluição ambiental e graves danos à saúde da população, podendo ocasionar multas e até o fechamento do estabelecimento comercial. “Ainda que em pequena quantidade, o óleo contaminado é o principal agente que caracteriza o filtro usado do óleo lubrificante automotivo como resíduo perigoso”, adverte. Segundo ele, por esse motivo, a coleta traz benefícios diretos ao meio ambiente, já que o óleo contaminado é enviado para empresas de rerrefino, conforme as normas da Agência Nacional do Petróleo (ANP). A sucata metálica vai para siderúrgicas e os rejeitos seguem para coprocessamento em cimenteiras, gerando energia. Já os resíduos do processo são utilizados na composição de cimento. “Todo o processo é pago pelas empresas participantes do programa e não há retorno direto para a cadeia de filtros. Mas estamos cientes do nosso papel e da importância da iniciativa para o meio ambiente”, enfatiza o presidente da Abrafiltros.

Histórico do programa

Julho de 2012 – Início do programa Descarte Consciente Abrafiltros no Estado de São Paulo, atendendo à Resolução SMA 038/2011, que estabeleceu a implantação do sistema de logística reversa pós-consumo dos filtros do óleo lubrificante automotivo no Estado, entre outros produtos. Agosto de 2012 – A Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos e o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) publicam o Edital de Chamamento 01/2012, visando à implantação da logística reversa pós-consumo nos mesmos moldes. Dezembro de 2012 – A Abrafiltros assina Termos de Compromisso com os órgãos ambientais de São Paulo e Paraná referentes ao sistema e às metas gradativas de coleta e reciclagem dos filtros usados do óleo lubrificante automotivo. Novembro de 2014 – A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEAMA) e o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA) publicam no Diário Oficial dos Poderes do


Estado o Edital de Chamamento Público 02/2014, que deve ser implantado em julho de 2015.

Participação das empresas associadas

A contribuição das empresas associadas com a coleta é proporcional ao volume de filtros comercializados com marca própria em cada Estado, de acordo com as metas estabelecidas nos Termos de Compromisso estaduais.

Novas adesões

Fabricantes, importadores, montadoras, entre outros, podem participar do programa, que permite e está aberto à adesão de novas empresas que contribuirão na mesma proporção das demais empresas participantes, conforme as metas e volumes comercializados com marca própria nos respectivos Estados.

Sistema de coleta

A coleta dos filtros é feita diretamente em geradores cadastrados, conforme o volume normalmente gerado pelo estabelecimento comercial, principalmente os postos de combustíveis.

Indaiatuba; Itatiba; Itu; Jaguariúna; Jaú; Jundiaí; Limeira; Mogi das Cruzes; Piedade; Piracicaba; Presidente Prudente; Regente Feijó; Ribeirão Preto; Santo André; Santos; São Bernardo do Campo; São Caetano do Sul; São Manuel; São Paulo; Sorocaba; Sumaré; Tapiraí; Tatuí; e Votorantim. Paraná - 30 municípios: Almirante Tamandaré; Apucarana; Araucária; Bandeirantes; Campina Grande do Sul; Campo Largo; Carambeí; Cascavel; Castro; Colombo; Contenda; Curitiba; Fazenda Rio Grande; Foz do Iguaçu; Guarapuava; Londrina; Maringá; Morretes; Paranaguá; Paranavaí; Pato Branco; Pinhais; Piraí do Sul; Piraquara; Ponta Grossa; Quatro Barras; São José dos Pinhais; Telêmaco Borba; Tibagi; e Umuarama. Contato: Abrafiltros: www.abrafiltros.org.br E-mail: descarteconsciente@abrafiltros.org.br

Abrangência geográfica

São Paulo - 30 municípios: Americana; Araçatuba; Araraquara; Campinas; Diadema; Guarulhos;

Filtros reciclados: 3.584.377 milhões Investimento: + de R$ 3,6 milhões “Esses números são resultado do comprometimento da Abrafiltros e empresas signatárias com a logística reversa e o meio ambiente, e o pleno cumprimento das metas propostas aos governos estaduais”, afirma João Moura, presidente da Abrafiltros. Como operador de logística e reciclador, o Grupo Supply Service, segundo David Siqueira de Andrade, diretor-presidente da empresa, investiu R$ 4,5 milhões nestes três anos de programa em veículos de coleta, capacitação de profissionais, equipamentos e transmissão online.

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Resultados - até maio 2015


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A

Feira é o primeiro encontro da indústria do ano

pesar do cenário totalmente desfavorável, a produção de petróleo no Brasil tem crescido consideravelmente. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a produção total de petróleo e gás natural no Brasil no mês de abril alcançou aproximadamente 2,988 milhões de barris de óleo equivalente (BOE) por dia, sendo 2,394 milhões de barris diários de petróleo e 94,3 milhões de metros cúbicos de gás natural. Isso representa um aumento de 11,6% na produção de petróleo se comparada com o mesmo mês em 2014. Diante dos resultados positivos, o setor se prepara para o crescimento contínuo e busca soluções para enfrentar os desafios do mercado. É nesse contexto que o país realizou, entre os dias 23 e 26 de junho, em Macaé, no Rio de Janeiro, o primeiro encontro da indústria do ano: a Brasil Offshore 2015. O evento aconteceu no Centro de Convenções Jornalista Roberto Marinho, que conta com um espaço de 40 mil metros quadrados. A expectativa da organização é que a feira tenha um crescimento de 7% a 10% na edição deste ano. A feira está em sua oitava edição e é considerada como o terceiro maior evento de petróleo e gás do mundo, perdendo apenas em tamanho para a Offshore Technology Conference (OTC), realizada em Houston, Texas (EUA), e a Rio Oil & Gas, que acontece no Rio de Janeiro de dois em dois anos. Mesmo com a crise econômica e todas as turbulências no setor, a feira apresenta números positivos como: a participação de cerca de 800 marcas, aproximadamente 53 mil visitantes e mais de R$ 1 bilhão em negócios. De acordo com a organização do evento, um atrativo a mais para as empresas que participam

da feira nesse ano é a mudança positiva no perfil de compra dos visitantes. Isso porque, com orçamentos enxutos, as empresas estão enviando executivos com maior poder de decisão e efetiva capacidade para concretizar negócios na feira, que se firma como uma das mais promissoras oportunidades de networking do ano. Os expositores sabem muito bem da importância desse evento. A Alpina Ambiental, por exemplo, participa da feira desde a sua primeira edição devido à relevância desse encontro. “A Alpina procura estar nos maiores eventos mundiais de óleo e gás e oil spill response, entre eles, a Brasil Offshore. Ainda, Macaé é centro das atividades offshore no país, sendo um local bastante importante para nossas atividades”, comenta a supervisora de marketing da empresa, Mariana Thami N. Oliveira.

Fotos: Anderson V. da Silva

EVENTOS Julho/Agosto Meio Filtrante

Suzana Sakai

Brasil Offshore aquece negociações do setor

A Teknofil é outra empresa que participou de todas as edições da Brasil Offshore e destaca o papel estratégico do evento. “Consideramos a feira como um espaço essencial para consolidar nossa posição no mercado de óleo e gás e também para mostrar aos clientes atuais e potenciais as novidades tecnológicas e de soluções”, afirma o


engenheiro da Teknofil, Sergio Roberto da Cruz. Além das empresas que marcam presença na feira desde a primeira edição, a Brasil Offshore 2015 contou com a participação de mais de 150 novas instituições, de setores como sísmica, produtos químicos, indústria naval, válvulas, vedação, tubulação, E&P, entre outros. As empresas estreantes no evento perceberam na feira uma oportunidade de aprimoramento técnico e de alavancar negócios em um momento de incerteza na economia.

Produtos

Sob a perspectiva de desenvolvimento do setor e buscando oferecer as melhores inovações tecnológicas, as empresas expositoras levaram para a Brasil Offshore o que há de melhor no mercado. A Bosch Rexroth destacou na feira os grandes benefícios de seu formato customizado para contratos de manutenção em bombas e motores hidráulicos, os quais não dispensam alta confiabilidade e procedência, quesitos essenciais para o funcionamento perfeito de sistemas operando em ambientes severos como o mar, além de reposição de peças com componentes certificados à prova de explosão, segurança e conteúdo local. Além de apresentar todo o seu know-how e capacidade em serviços de manutenção para segmento offshore, a Bosch Rexroth também levou

Soluções para filtração líquida que proporciona melhor desempenho e eficiência.

Produtos com tecnologia japonesa

35 Filtro de dupla camada de filtragem, proporciona maior vida útil dos elementos

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Julho/Agosto Meio Filtrante

A Brasil Offshore 2015 também contou com a presença de empresas estrangeiras, com representantes do Reino Unido, Alemanha, Estados Unidos, Índia, Itália, China, Noruega, França, Dinamarca e Holanda.

L3ppm.com.br

à feira sua ampla gama de soluções tecnológicas, incluindo e dando destaque em seu estande para os motores hidráulicos da linha Hägglunds e a solução VacuClean, para sistemas de filtragem móvel. Já a Alpina Ambiental apresentou uma linha de produtos para as operações offshore de contenção e recolhimento de óleo, como skimmers vertedouros, side collectors (sistemas de recolhimento acoplados


EVENTOS Julho/Agosto Meio Filtrante

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a embarcações), barreiras de contenção de rápido lançamento e bombas de transferência. “Também apresentamos nossos sistemas de monitoramento e vigilância de óleo no mar. Todos estes equipamentos, ideais para embarcações OSRVs, oferecem ao mercado offshore o que há de mais desenvolvido em tecnologia mundial para oil spill response, e proporcionam mais eficácia nas operações de resposta a emergências”, explicou Mariana. No estande da Teknofil, os visitantes puderam conhecer soluções para a filtração de todo o tipo de fluido. “Entendemos o filtro como um mecanismo de proteção do equipamento, portanto de fundamental importância para a garantia de continuidade de processos, redução dos custos de manutenção e aumento de produtividade com a redução de tempo de equipamentos parados”, explicou Sergio. Outra empresa que esteve presente no evento foi a John Crane e trouxe os produtos e serviços da linha Indufil para filtragem de turbinas a gás, compressores e bombas além da linha de filtros de óleo lubrificante e filtros coalescentes. A Difiltro fundada em 1994, é uma empresa 100% brasileira e trouxe ao evento uma ampla linha de sistemas com grande destaque para as linhas de filtros hidráulicos e lubrificantes, filtros de despoeiramento, filtros coalescentes para ar comprimido, além da recentemente linha de filtros e membranas da marca Toray, que passam a integrar e complementar a linha de produtos da empresa. A Freudenberg trouxe como destaque a linha de filtros de ar Viledon composta por pré-filtros, filtros multibolsa e filtros tipo cartucho para tomada de ar e turbo máquinas, “Os filtros da linha Freudenberg

são muito aplicados no segmento offshore, além de outros segmentos de mercado, e o que o torna mais confiável para aplicação é sua forma de construção robusta além do elemento filtrante que aplicamos”, afirma Rodrigo Marques Vendedor técnico de filtros industriais da empresa. Como destaque para a linha offshore a empresa traz em seu catálogo técnico a aplicação de 12 módulos de filtragem para 3 plataformas de petróleo em operação no Brasil, aplicados em sistema de combustão e ventilação de turbinas a gás. Além de produtos o evento foi importante para as empresas apresentarem soluções e serviços para a área de filtragem e lubrificação, seguindo esta linha a empresa Unax trouxe ao evento parceiros estratégicos para oferecer ao mercado offshore soluções customizadas em filtração e lubrificação, que envolvem desde avaliação e análise da planta e determinação de melhorias, palestras, cursos, análises laboratoriais como: Análise de Diesel, de lubrificantes, boroscopia entre outros. Segundo a empresa estudos indicam que 80% dos problemas mecânicos-hidráulicos estão relacionados a questões de lubrificação e/ou contaminação, gerando paradas improdutivas com perda de produtividade e alto custo de manutenção. “O evento é muito importante para a Unax e é um dos mais importantes eventos do mercado offshore, sendo uma ótima oportunidade para apresentar nossos parceiros comerciais em soluções de lubrificação, e mostrar ao mercado toda a expertise da Unax” comenta, Daniel Cabrera, diretor da empresa.

Negócios

As boas perspectivas de negócios é o principal atrativo dessa feira. A organização estima que as negociações realizadas durante o evento ultrapassem a marca de R$ 1 bilhão. Neste ano, as empresas-âncora BR Distribuidora, Delp, Expro, FMC, GE Oleo & Gas, Halliburton, Nuclep; Oil States, Queiroz Galvão O&G, Shell, Schlumberger, SOTREQ, SubSea7, Techint, Teekay, Transpetro, UTC e Wärtsila Brasil marcaram presença na Rodada de Negócios do evento, aquecendo ainda mais as negociações.


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Foto: Divulgação Toyota

FILTROS AUTOMOTIVOS Carla Legner

Toyota Prius

Julho/Agosto Meio Filtrante

Veículos híbridos e os sistemas de filtragem utilizados

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U

m veículo é considerado híbrido quando ele combina duas ou mais fontes de energia que possam proporcionar potência de propulsão, direta ou indiretamente. Embora esse tipo de veículo polua menos do que os automóveis somente com motor a combustão, seus custos são altos se comparados à diferença de emissão de poluentes. De acordo com Ronilso Toledo, supervisor da assistência técnica da Sogefi Filtration apesar de ainda existir algumas restrições financeiras, o segmento de veículos híbridos

está sendo amplamente estudado por todas as montadoras, principalmente por causa das leis ambientais e de controle de emissões de poluentes cada vez mais rígidas. “Pode-se dizer que é uma tendência, porém no Brasil ainda é algo distante, ainda é uma tecnologia cara e por se tratar de veículos importados a carga tributária é alta. Existem negociações em âmbito federal e estadual para que haja incentivos e redução de encargos para este segmento, a fim de incentivar a sua comercialização”, completa Ronilso.


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Roberto destaca que existem três tipos de A maior parte dos veículos híbridos que automóveis híbridos. No primeiro o motor a existem são dotados de um motor a combustão explosão é responsável pela locomoção do interna e um motor elétrico. O primeiro funautomóvel e o elétrico era um auxílio extra ciona da mesma forma que os que já existem para melhorar o desempenho do mesmo. Este em todos os outros veículos convencionais, tipo é bastante usado em autoporém, por haver uma eximóveis de pequeno porte e gência menos de torque e é conhecido como híbridopotência, são mais leves e efi-paralelo. Outro método uticientes e desta forma acabam lizado é o motor elétrico ser se tornando menos poluentes. responsável pela locomoção O representante da Sogefi do automóvel, sendo que explica que a manutenção LONAS E PLACAS PARA o motor a explosão apenas necessária neste motor é seFILTROS PRENSA movimenta um gerador resmelhante à que já é aplicada ponsável por gerar a energia aos outros motores, sendo necessária para o automóvel necessária periodicamente Tel.: 11 2198 2200 - www.tecitec.com.br se locomover e para carregar a substituição de filtros de as baterias. Geralmente autoóleo, ar e combustível. Ainda móveis de grande porte utilizam esse sistema, é aplicável, como em veículos convencionais, conhecido como híbrido-série. o filtro de cabine (ar condicionado). O terceiro é o sistema híbrido misto, que O que existe de específico para este segmento combina aspectos do sistema em série com é o motor elétrico, que dependendo do projeto o sistema paralelo, que tem como objetivo pode ser ligado em série com o motor a commaximizar os benefícios de ambos. Este bustão interna ou em paralelo. Além dele prosistema permite fornecer energia para as porcionar potência de propulsão, também é rodas do veículo e gerar eletricidade simuldotado de recursos que podem gerar energia em taneamente, usando um gerador, diferentealgumas ocasiões, como por exemplo, quando mente do que ocorre na configuração paralela há uma frenagem ou redução da velocidade. simples. É possível usar somente o sistema Como funcionam elétrico, dependendo das condições de carga. Um automóvel híbrido elétrico é um veículo Também é permitido que os dois motores que possui um motor de combustão interna, atuem de forma simultânea. normalmente a gasolina, e um motor elétrico A economia de combustível dos veículos que permite reduzir o esforço do motor de híbridos decorre de alguns fatores, como combustão e assim reduzir os consumos e a redução do tamanho dos motores a comemissões. “Como exemplo, tem-se um autobustão onde na ausência de um motor elétrico, móvel que combine motor a combustão e a potência máxima disponível depende de motor elétrico na realidade é um veículo elémotores maiores, que dissipam mais potência trico alimentado pela energia cinética proe consomem mais combustível. Por outro veniente da queima de combustível. Este é lado, quando se pode contar com o auxílio de o modelo mais difundido nas locomotivas e um motor elétrico, pode-se adotar um motor geradores diesel-elétrico”, completa Roberto a combustão dimensionado para a potência Rualonga, representante da Tecfil. média, portanto, menor.


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FILTROS AUTOMOTIVOS

Sistemas e tipos de filtros

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Os filtros têm como principal função reter partículas nocivas ao motor do veículo ou a saúde dos ocupantes. No caso da linha hibrida parte do seu sistema de combustão é normalmente movido à gasolina, desta forma também se faz necessário a utilização de filtros. Os utilizados nesse tipo de veículo são muito semelhantes aos convencionais, inclusive para motor de combustão interna do veículo híbrido em alguns casos são utilizados os mesmos modelos. Estes sistemas são importantes para a manutenção do bom funcionamento do motor, e desta maneira contribuíndo para a menor emissão de poluentes, que é o grande mote deste tipo de equipamento, que agregado ao motor elétrico, é capaz de ser muito menos agressivo ao meio ambiente e ser ecologicamente correto. Roberto destaca alguns dos filtros mais utilizados: - Filtro do ar: Os motores de combustão precisam da entrada de ar limpo, para obter um funcionamento perfeito, por isso, o ­ filtro de ar é parte vital no processo de ­ filtração ou bloqueio de partículas do ar indesejadas para o motor. Sua principal característica é reter as impurezas do ambiente externo deixando o motor em condições ideais. Trocar o ­filtro de ar no momento certo evita ainda o consumo

Foto: Divulgação Sogefi

Filtro de ar da Sogefi

excessivo de combustível, o aquecimento do motor, a perda de potência e o aumento de emissão de gases poluentes pelo escapamento; - Filtro do óleo: É um item de alta importância para o perfeito funcionamento do veículo. Sua principal função é impedir a passagem de partículas indesejáveis (proveniente da fricção das peças) para dentro do motor evitando assim desgastes excessivos dos componentes internos durante seu funcionamento. Os filtros de óleo são projetados para atender as exigência dos mais diferentes tipos de motor, proporcionando assim o melhor rendimento e maior segurança. Foto: Divulgação Sogefi

De acordo com o representante da Tecfil, a utilização do Ciclo de Atkinson propicia maior eficiência energética do que o Ciclo de Otto. A frenagem regenerativa - parte da potência de frenagem é eletromagnética e transforma energia cinética em energia elétrica que pode ser armazenada. Por fim, desligamento do motor a combustão em situações nas quais a potência do motor elétrico é suficiente, o que evita que o motor a combustão fique trabalhando abaixo do ponto no qual propicia baixa proporção de energia útil (energia total - energia dissipada).

Elemento filtrante do óleo da Sogefi

- Filtro do combustível: Esse filtro liga o tanque de combustível ao motor e é classificado como item de segurança, sua função é evitar falhas no fornecimento de combustível ao motor para que não ocorra a interrupção do seu funcionamento. Os filtros do combustível garantem maior vida útil ao sistema de injeção e carburação, eliminando


Filtro para cabine da Sogefi

Mercado

A Toyota já disponibiliza para o mercado mundial, desde 1997, um veiculo desse segmento, o Toyota Prius, que chegou ao Brasil no ano passado. O carro é equipado com dois motores, um a combustão e outro elétrico. O motor a combustão é movido por gasolina e possui quatro cilindros em linha e cilindrada de 1798cc. Com estrutura muito compacta, este motor se destaca por dispensar a utilização de uma correia auxiliar para mover outros componentes do veículo, como o compressor do ar-condicionado, a bomba de água e a assistência elétrica da direção, que funcionam com a eletricidade gerada pela potência do sistema de baterias, colaborando para a redução do consumo de combustível. O motor elétrico, por sua vez, possui potência de 650 Volts e é dotado de corrente elétrica

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Foto: Divulgação Sogefi

partículas indesejadas como pó, ferrugem e resíduos do tanque, garantindo o pleno funcionamento do motor e reduzindo custos com manutenção corretiva. - Filtro de cabine ou ar condicionado: Não é somente a saúde do veículo que se beneficia da utilização correta destes filtros, os filtros de ar condicionado/ cabine estão totalmente ligados à saúde dos ocupantes dos veículos. Sua principal função é reter impurezas contidas no ar como poeira, fuligem e gases, garantindo que o ar chegue mais puro ao interior dos veículos. “Os filtros de ar condicionado/ cabine da Tecfil possuem “Tratamento Corona”, uma tecnologia que permite aplicar cargas elétricas controladas na mídia plana sintética gerando um campo eletrostático em seu meio aumentando o poder de captação das partículas”, completa Roberto. A troca no tempo correto dos filtros preserva a vida útil dos motores e reduz a emissão de poluentes nocivos ao meio ambiente. Como principais benefícios podemos citar a redução de emissões e a melhora do consumo de combustível. Estes dois fatores na verdade, estão estreitamente entrelaçados, pois um leva ao outro. O motor a combustão interna requer a mesma manutenção que em um veículo convencional, porém, se falarmos do conjunto como um todo, uma vez que os dois híbridos têm frenagem regenerativa, as pastilhas de freio podem até durar mais que aquelas da maioria dos carros comuns.


Foto: Divulgação Toyota

Julho/Agosto Meio Filtrante

FILTROS AUTOMOTIVOS

Motor do carro Prius da Toyota

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alternada trifásica e funciona em sincronia com o motor a combustão, para potencializar o desempenho em altas velocidades e impulsionar as rodas quando o veículo estiver funcionando exclusivamente no modo elétrico. A potência combinada dos motores é de 138cv. Pensando em meio ambiente o Prius oferece ainda peças modeladas por injeção de origem vegetal em vários pontos, como nas molduras das portas, na tapeçaria das bandejas divisoras da cabine e nos bancos. Também conta com diferentes componentes de alta reciclabilidade, que se traduz em: 95% do Prius é recuperável; 85% do veículo é reciclável ; 95% dos componentes da bateria de alta voltagem podem ser reutilizados. A tecnologia Hybrid Synergy Drive empregada no veículo produz aproximadamente 44% menos CO 2 em comparação com um veículo convencional da mesma cilindrada. De acordo com Ricardo Bastos, gerente-geral de relações públicas e governamentais, da Toyota, em países onde a tecnologia encontra-se consolidada, como nos EUA e Europa, a linha de veículos Híbridos da Toyota possui uma vasta gama dentro do portfólio da marca para escolha do consumidor. Em 2014, a Toyota atingiu mais de sete milhões de veículos híbridos vendidos em todo o mundo, desde quando o Prius

entrou no mercado em escala comercial. Com isso, já é possível dizer que em uma época onde as tecnologias alternativas de propulsão ganham força, como no presente século, os veículo híbridos deixam de ser tendência para se apresentarem como a solução real mais viável para o futuro da mobilidade urbana. “O Prius utiliza sistema de filtragem equivalente ao de veículos movidos à propulsão convencional (etanol ou gasolina). Inclusive, o plano de revisão do modelo tem valores e periodicidade equivalentes ao do Corolla”, completa Ricardo. Ronilso, explica ainda que na Europa, Ásia e América do Norte este mercado está em ascensão e as montadoras realizam estudos constantes para desenvolver este tipo de veículo, não só o conjunto propulsor, mas também técnicas de design que ajudem a diminuir a força de arrasto, que é o trabalho que a carroceria do carro faz para vencer a força do ar contrário. “No Brasil, este mercado ainda não é tão estudado em virtude de uma tributação extremamente alta, fato este que faz com que não haja interesses maiores. Isto é comprovado quando vemos que atualmente existem pouquíssimos modelos disponíveis por aqui e estes possuem preços muito altos”, e complementa Ronilso “Acredito que caso haja mais incentivos governamentais aliados à políticas ambientais que impulsionem estas iniciativas, este tipo de tecnologia tem potencial para crescer cada vez mais e se tornar mais popular. Atualmente esta tecnologia é mais aplicada no transporte público do que no transporte individual”, ressalta o representante da Sogefi. Contato das empresas: Sogefi: www.sogefi.com.br Tecfil: www.tecfil.com.br Toyota: www.toyota.com.br


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O grupo DBD Filtros, fabricante dos produtos LAFFI FILTRATION, possui 25 anos de experiência e atuação em todo território nacional e América do Sul. É especializado em projeto, desenvolvimento e fornecimento de filtros e sistemas de filtração industrial de alta qualidade, sistemas para tratamento de água e separação de sólidos e líquidos.

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CEIR A D O M EIO

EMPRESA

SOCIALMENTE RESPONSÁVEL


TECNOLOGIA

Membranas cerâmicas para microfiltração e ultrafiltração de líquidos

Foto: Divulgação Pall

Carla Legner

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Membranas cerâmicas já instaladas da Pall do Brasil

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iversos processos são utilizados para microfiltração e/ ou ultrafiltração de líquidos, um deles é através de membranas cerâmicas. São produtos que fazem parte do grupo das membranas sintéticas ou artificiais. De acordo com Marcelo Bueno, regional manager da Toray do Brasil, existe basicamente dois tipos de membranas sintéticas, as orgânicas feitas com materiais poliméricos, e as inorgânicas onde se classificam as membranas cerâmicas, vidro, aço inox, carbono etc. Rodrigo A. Villas Boas, senior process eng.

& project manager da Pall do Brasil frisa o processo de funcionamento e fabricação das membranas, “São elementos de filtração tangencial produzida a partir da sinterização do oxido de alumina (Alfaalumina) produzindo um suporte poroso, onde é aplicado uma camada de membrana (também sinterizada) com cut-off definido. Esta camada de membrana pode ser de alfa-alumina ou oxido de zircônia dependendo do cut-off desejado.” São utilizadas nas mais variadas indústrias, principalmente onde as condições de filtração ou limpeza são extremas ou exista a necessidade de trabalhar com alto nível de sólidos suspensos, como no ramo de bebidas e alimentos, petroquímica, biotecnologia, fármacos, biofarma e tratamento de efluentes. Na indústria de bebidas e alimentos, por exemplo, podem ser utilizada para a recuperação de cerveja da levedura, clarificação de sucos e separação de polpas, clarificação de açúcar líquido, microfiltração de leite, separação de água e óleo (emulsões), entre outros procedimentos. As membranas cerâmicas funcionam como qualquer outra membrana de filtração tangencial para aplicação de micro e/ou ultrafiltração, conseguem manejar altos níveis de sólidos suspensos no lado retentado. Devido a precisa distribuição de poros, pode fazer separações muito eficientes como fracionamento e remoção de bactérias.


As membranas cerâmicas conseguem manter fluxos elevados, minimizando os fenômenos de sujidade ou incrustações e sendo regeneradas com um amplo espectro de elementos reativos e condições de limpeza química. Além disso, são resistentes aos solventes, oxidantes e outros produtos químicos, suportando toda a gama de pH e temperaturas até 100ºC. Devido ao material e às configurações utilizadas, podem filtrar fluidos com concentrações elevadas de óleo, sólidos suspensos e alta viscosidade. As membranas cerâmicas têm sido utilizadas também com frequência para tratamento de ar substituindo as mangas filtrantes em sistemas de tomada de ar. Marcelo explica que entre as principais vantagens das membranas inorgânicas em geral é a atuação mais ampla com respeito à temperatura e pH em comparação com as poliméricas. Elas também possuem ótima resistência química e física. “Atualmente quando falamos em desvantagem, podemos citar o preço e o fato de comercialmente ainda não cobrir todas as aplicações de membranas (microfiltração, ultrafiltração, nanofiltração e osmose reversa). Outros dois pontos importantes é que este tipo de módulo de membrana costuma ser pesado e ocupar mais espaço que as membranas poliméricas considerando a

Foto: Divulgação Toray

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Fachada da Toray do Brasil

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Aplicações e vantagens


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TECNOLOGIA

mesma capacidade de tratamento”, ressalta o representante da Toray. Quase não existem restrições diretas para o uso de membranas cerâmicas e sua aplicação/ viabilidade em comparação a outras tecnologias dependem de diversos fatores, também é extremamente recomendável fazer testes comparativos entre tipos de membranas e seus fabricantes. A porosidade, distribuição de tamanho de poros do suporte e camadas de filtração varia significativamente entre fabricantes com impacto direto no desempenho das membranas. Rodrigo destaca que a seleção da membrana a ser utilizada deve ser baseada nos critérios citados na tabela abaixo. O representante da Pall destaca ainda algumas das principais vantagens: - Durabilidade: Em diversas aplicações existem instalações de membranas cerâmicas com mais de 15 anos de operação sem falhas ou trocas - Nível de sólidos suspensos no lado retentado muito elevado: Membranas cerâmicas são

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capazes de operar níveis de sólidos muito mais elevados, devido ao fato de serem geralmente produzidas com canais de até 6 mm de diâmetro. O elevado nível de sólidos geralmente demanda também um processo de limpeza mais agressivo, onde as membranas cerâmicas se sobressaem devido a sua resistência a condições mais agressivas de limpeza, que as membranas espiraladas ou de fibras ocas não suportam. - Resistência a condições extremas de processo ou de limpeza: Membranas cerâmicas operam em condições extremas de pH (0-14) e de temperatura, desde abaixo de 0°C até 95°C, podendo trabalhar em condições de temperaturas mais altas quando se tem desenho especial do modulo/carcaça das membranas. - Resistência mecânica: Módulos de filtração utilizando membranas cerâmicas podem operar em condições de pressão de até 10 barg, além de poder também trabalhar com processo de retrolavagem, facilitando a manutenção de fluxo de processo mais desafiadores.


Membranas cerâmicas da Pall do Brasil

Princípio de funcionamento das membranas cerâmicas da Pall do Brasil

processos de CIP, entre outros, além de fornecido e participado de projetos a partir de sua unidade brasileira no México, Costa Rica, Uruguai, Colômbia, Argentina e diversos estados do Brasil como São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco e Paraná. Para o representante da Toray, o segmento de membranas cerâmicas ainda é promissor assim como todo o mercado de membranas filtrantes em função da escassez de água e a busca por melhores tecnologias para o tratamento de água e efluentes, mas ressalta que a Toray não deixa de lado a busca por novas tecnologias para diversificar seu portfólio e agregar mais qualidade em seus produtos. “Ainda neste tema de membranas inorgânicas estamos utilizando nossa larga experiência e posição de destaque como principal produtor de fibra de carbono para pesquisa e desenvolvimento de membranas filtrantes com base neste material, já que a fibra de carbono tem nas suas propriedades físicas mais vantagens do que outros materiais inorgânicos inclusive a cerâmica. A Toray investe muito na pesquisa e desenvolvimento de produtos com alta tecnologia a partir de materiais sintéticos”, explica. Contato das empresas: Pall do Brasil: www.pall.com Toray do Brasil: www.toray.com

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Julho/Agosto Meio Filtrante

Foto: Divulgação Pall

O mercado latino-americano de membranas cerâmicas vem cada vez mais utilizando este tipo de membrana, que muitas vezes é a solução necessária para determinados processos, principalmente onde as membranas espiraladas ou de fibras ocas não conseguem obter a desempenho necessário. Rodrigo, da Pall, ressalta ainda que nos mercados americanos, europeu e asiático, principalmente na área de bebidas e alimentos, é bastante consolidado, principalmente nas áreas láctea, cerveja, sucos, e em processos biotecnológicos/fermentativos, competindo com outras membranas (fibra oca e espiraladas) e outras tecnologias (centrifugação, filtração por terra ou com auxiliares filtrantes). Em muitos casos é a tecnologia líder, devido à durabilidade, qualidade de filtração, baixa manutenção e não demandar a utilização de auxiliares de filtração, evitando assim a geração de resíduos e o manuseios de sólidos. A Pall do Brasil, nos últimos 5 anos tem vendido e participado de projetos de desenvolvimento com membranas cerâmicas, por meio de sua divisão de sistemas, que fornece equipamentos completo ou por meio de parceiros nas mais diversas áreas como clarificação de caldos de fermentação (aminoácidos, proteínas, enzimas, etc), recuperação de cerveja da levedura, recuperação de soda em

Foto: Divulgação Pall

Mercado e dificuldades


Foto: Divulgação Camfil

EVENTOS Julho/Agosto Meio Filtrante

Camfil Latinoamérica lança novos produtos na FCE Pharma

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Camfil Latinoamérica participou da 20º edição da Feira FCE Pharma, principal ponto de encontro do setor farmacêutico e considerada uma das principais plataformas de negócios da América Latina, que ocorreu entre os dias 12 a 14 de maio de 2015. A Camfil expos sua linha de filtros de ar, com grande destaque para o lançamento da caixa terminal CleanSeal. O sistema da CleanSeal proporciona fácil acesso e máxima segurança na operação com design e nível de acabamento diferenciados, sendo totalmente selado e sem risco de vazamento, trazendo benefícios

econômicos e ambientais quando equipados com os filtros de ar Camfil. “Participar dessa feira nos proporcionou grande interação com os clientes e evidenciou nossas vantagens competitivas ao mercado, como maior durabilidade, redução de custo de operação e manutenção, e o alto nível de eficiência energética. Além disso, reforçamos a divulgação de nossa nova fábrica em Jaguariúna - SP, que atende o mercado Latinoamericano”, afirma Sergio Sato, gerente de marketing e vendas para a América Latina. Contato da empresa: Camfil Latinoamérica: www.camfil.com.br


VISÃO EMPRESARIAL Natã Teodoro de Lima

Melhoria contínua: A estratégia para a sobrevivência do negócio

O

processo de evolução sempre desafiou o homem, pois sair da zona de conforto é experimentar o novo, enfrentar o desconhecido e superar nossos limites, sempre. A indústria brasileira passa por um momento de incertezas. É comum ouvir em conversas entre executivos e acionistas comentários que demonstram a preocupação com o rumo do país, e podemos observar também as matérias publicadas pela imprensa com a mesma falta de perspectiva. Economistas e comentaristas jornalísticos vêm apresentando cenários que não são dos melhores, afinal os indicadores econômicos dos institutos renomados de nosso país apontam números, no mínimo, preocupantes. Surge uma pergunta, o que fazer? Afinal, o Brasil, até alguns anos atrás (2010) estava vivendo a euforia de receber grandes eventos internacionais, com a indústria produzindo bem, ao ponto de falarmos em “apagão” de mão de obra. Naquele momento tudo parecia bem, pois estávamos cercados de otimismo, o mundo nos observando para entender o nosso sucesso. Cinco anos depois somos objeto de preocupação, afinal, o que vai acontecer? É sabido que no Brasil existem inúmeros problemas que tornam nossos produtos caros, alta alíquota de impostos, excesso de tributação afetando o custo direto da produção, sem contar com a fragilidade da infraestrutura de nossas estradas, portos e aeroportos, onde a questão logística agrava nossa situação. Infelizmente muitos de nossos problemas vêm do sistema político, modelo de gestão pública que tudo indica, não vai mudar de imediato.

Mas a pergunta continua, o que fazer? Ao recorrermos a literaturas que tratam o assunto (Magee David – O segredo da Toyota; Shingo Shigeo - O Sistema Toyota de Produção) e outras, veremos o case de sucesso do Japão, um país devastado pela segunda guerra mundial, com a economia desacreditada, mergulhada em dificuldades econômicas. Porém a história nos conta mais, mostrando que a crise tornou-se oportunidade de melhoria. Talvez a cultura oriental estivesse nos ensinando alguma coisa. Que a crise é uma oportunidade de melhorarmos, afinal,

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VISÃO EMPRESARIAL Julho/Agosto Meio Filtrante

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somos forçados a sair da zona de conforto, encarar o desconhecido e fazermos diferente. Há alguns anos aprendi que gestão bem sucedida passa por processo de melhoria contínua, técnicas de administração japonesa, como Kaizen - Melhoria Contínua (Kai – mudar, e Zen – para melhor). O Kaizen foi uma das ferramentas que revolucionou a indústria japonesa, tornando seus processos e produtos em uma condição diferenciada, com reconhecimento mundial. Os acionistas e executivos brasileiros têm neste momento a oportunidade de fazer desta crise e das incertezas um exercício diferenciado: lançarem-se na jornada para a Melhoria Contínua. Diz-se esforço porque esse processo é longo e requer mudanças da cultura organizacional, onde a alta administração, média gerência e os colaboradores da base têm como desafio constante melhorar seus processos, seja na gestão ou na operação. Para obter resultados diferenciados é necessário adotar uma postura diferenciada! O que temos feito de diferente? Somente é possível esta mudança quando a alta direção, média gerência e a base (colaboradores) estejam aliados e focados na melhoria do negócio, cada um dentro de suas responsabilidades e atribuições. Uma organização que tem como premissa a evolução dos negócios deve investir de forma equilibrada, nas Pessoas e nos Processos, pois é desta forma que o Resultado é alcançado. Um resultado insatisfatório requer análise através de um diagnóstico onde possa ser analisado o Gap (espaço, lacuna) entre Pessoas (Recursos humanos disponíveis), Processos (Recursos Técnicos e Método de Trabalho) e Resultados. Atualmente, mesmo diante das incertezas, podemos encontrar organizações preocupadas em “arrumar a casa” estruturando seus processos de forma a garantir a retomada do crescimento, saindo na frente de seus concorrentes e obtendo o crescimento sólido, a visão da

maioria das grandes organizações. Acreditamos que aquelas organizações que, neste momento, estiverem se preparando, olhando para o cenário atual como uma oportunidade de melhoria, e se planejando de forma estruturada, estarão no caminho certo para obterem resultados diferenciados. O mercado apresenta inúmeras ferramentas que auxiliam a melhoria de processos eliminando desperdícios, no entanto o desafio é construir e estruturar estratégias adequadas para o negócio, ou seja, buscar a Melhoria da Produtividade: fazer mais com menos e adequar a quantidade dos recursos para se produzir o que é realmente necessário. Acreditamos em diversas ferramentas como suporte e apoio à Melhoria Contínua: Kaizen, 5S e Gerenciamento Visual, Just in Time, Six Sigma, A3, CCQ, Programas de Sugestão, TPM, PDCA, etc. São inúmeras ferramentas disponíveis para aqueles que buscam melhorar seus processos, mas o mais importante é entender o momento e a dosagem adequada de investir esforço em cada uma delas, com base em uma visão ampla do negócio, sem “modismos”. Uma vez que a sua organização acreditar que a Melhoria Contínua é estratégica, que é a garantia da sobrevivência do negócio, ela terá dado um fundamental passo rumo ao sucesso! Certamente quando a administração pública entender a importância de se eliminar desperdícios causados pela má gestão de nossas estradas, aeroportos, portos, a alta carga tributária, burocracia, e outros aspectos que tornam oneroso o famoso “custos Brasil”, as organizações que estiverem fazendo “seu dever de casa” sairão na frente, colocando-se em condição diferenciada de competitividade. Portanto façamos deste momento a oportunidade de melhorar nossos negócios! Mãos à obra e sucesso a todos! Natã Teodoro de Lima Diretor e consultor sênior de excelência operacional Sigma Lean Consultoria em Gestão




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