Revista meio filtrante n66

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REVISTA

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PORTAL

Esp e c i a l i za d a e m F i lt r a ç ã o - Se p a r a ç ã o - Tra t a me nt o d e Ág ua - M ei o Amb Ambiieent ntee Ano XII - Nº 66 - Janeiro/Fevereiro de 2014

MERCADO DE FILTROS

CRESCE E MANTÉM

9 771676 802018

ISSN 1676-8027

66>

OTIMISMO PARA 2014

FILTROS E PURIFICADORES GARANTEM A QUALIDADE DA ÁGUA NAS RESIDÊNCIAS PROJETO E ESPECIFICAÇÃO DE BOMBAS INDUSTRIAIS

TECFIL PREMIA OS MELHORES FORNECEDORES DE 2013 EM UMA FESTA DE GALA

MICROFILTROS, ONDE ESTÃO E COMO INFLUENCIAM O NOSSO DIA A DIA FAZER A TROCA DO FILTRO E DO ÓLEO LUBRIFICANTE EVITA DANOS E PERDAS

RESPONSABILIDADE PÓS-CONSUMO: GOVERNO DE SÃO PAULO E MINISTÉRIO PÚBLICO SERÃO MAIS RÍGIDOS EM 2014


Europa. Desde 1984, a รกgua mais bebida do Brasil.

w w w. europa. com. br


nestaedição ano XII - nº 66 - Janeiro/Fevereiro 2014 Capa

10

Mercado de filtros cresce e mantém otimismo para 2014

Mantendo uma escala crescente, o mercado de filtros teve bons resultados em 2013 e prevê crescimento para 2014

10 Filtros Residenciais e Purificadores

22 Especial

28

22

A água é fator importante para a nossa saúde, veja como melhorar a qualidade da água em sua residência e mater sua saúde em dia

28

Fazer a troca do filtro e do óleo lubrificante evita danos e perdas

A manutenção e troca inadequada de filtros de óleo, resulta em gastos para a indústria e consumidores

36

Microfiltros, onde estão e como influenciam o nosso dia a dia

Conheça as tecnologias e as aplicações dos microfiltos

14

EQUIPAMENTOS Projeto e especificação de bombas industriais

20

DESTAQUE Água na indústria

38

EVENTOS Tecfil premia os melhores fornecedores de 2013 em uma festa de gala

42

ABRAFILTROS Responsabilidade Pós-Consumo: Governo de São Paulo e Ministério Público serão mais rígidos em 2014

48

MEIO AMBIENTE GM de Mogi das Cruzes é certificada como Zero Aterro

Tecnologia

36

Filtros e purificadores garantem a qualidade da água nas residências

Seções 06 08 50

Mercado - Confira as novidades no mercado industrial Filtrado - O que acontece no mercado de filtros Visão Empresarial


EDITORIAL Bem-vindo 2014!

capa_fechada.pdf 1 20/12/2013 11:59:07

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FILTROS E PURIFICADORES GARANTEM A QUALIDADE DA ÁGUA NAS RESIDÊNCIAS PROJETO E ESPECIFICAÇÃO DE BOMBAS INDUSTRIAIS

TECFIL PREMIA OS MELHORES FORNECEDORES DE 2013 EM UMA FESTA DE GALA

MICROFILTROS, ONDE ESTÃO E COMO INFLUENCIAM O NOSSO DIA A DIA FAZER A TROCA DO FILTRO E DO ÓLEO LUBRIFICANTE EVITA DANOS E PERDAS

RESPONSABILIDADE PÓS-CONSUMO: GOVERNO DE SÃO PAULO E MINISTÉRIO PÚBLICO SERÃO MAIS RÍGIDOS EM 2014

Capa Foto: Depositphotos.com Criação e Desenvolvimento L3ppm - publicidade, propaganda e marketing Ltda.

Mais um ano se inicia e nós, como sempre estamos animados com a certeza de que teremos um ano bem melhor em todos os sentidos! Mas o que estamos fazendo para que 2014 seja realmente melhor? Nessa época do ano listamos os nossos sonhos e promessas, planejamos novas metas de trabalho, cursos, início de regimes e mais atividade física... enfim, tudo o que nos comprometemos a fazer, mas que a maioria de nós acaba não concretizando por uma questão muito simples: a falta de hábito. Na maioria dos casos, é comum para nós seres humanos estabelecermos uma rotina apenas para aquilo que somos cobrados ou nos é imposto, seja no ambiente de trabalho ou em nosso dia a dia. Nesse ano que se inicia, nossa mensagem é que todos busquemos praticar mais o poder do hábito, diretamente ligado no comprometimento do fazer. A história apresenta muitos exemplos de pessoas que se destacaram na sociedade não porque eram gênios, mas porque trabalharam com rotina e perseverança na busca do que acreditavam. Então, mãos à obra e vamos fazer de 2014 um ano totalmente diferente, executando o que planejamos criando hábitos e gerando resultados. O passado ficou para trás, o tempo passa muito rápido e somente nossas ações no presente poderão proporcionar uma mudança que resulte em um ANO melhor e com resultados diferentes. Para começar o ano de maneira positiva, trazemos como matéria de capa o balanço de 2013 e as perspectivas para 2014 na visão de empresas do mercado de filtros, que apontaram otimismo em relação ao desempenho e crescimento do setor. E também matérias sobre projeto e especificação de bombas industriais; água na indústria e no ambiente doméstico; a importância da troca do filtro e do óleo lubrificante; a participação crescente dos microfiltros em equipamentos e sistemas de filtração; a premiação da Tecfil aos melhores fornecedores de 2013; Responsabilidade PósConsumo: Governo de São Paulo e Ministério Público serão mais rígidos em 2014; e uma visão acerca dos fatores que levam empresas a perder clientes. Em nome da revista e portal Meio Filtrante, desejamos a todos um ótimo 2014! Rogéria Sene Cortez Moura Editora Os artigos e matérias não refletem a opinião desta revista, assim como declarações emitidas por entrevistados e através de anúncios, sendo de única e exclusiva responsabilidade de seus autores e anunciantes. A reprodução total ou parcial das matérias só é permitida mediante autorização prévia da Revista Meio Filtrante, e desde que citada a fonte.

Editora Rogéria Sene Cortez Moura editora@meiofiltrante.com.br Diretores Rogéria Sene Cortez Moura João B. Moura jbmoura@meiofiltrante.com.br Redação/Reportagem Anderson V. da Silva, Carla Legner, Cristiane Rubim, Daiana Cheis e Vicente de Aquino jornalismo@meiofiltrante.com.br Comunicação Loiana Cortez Moura Criação, Editoração e Web Anderson Vicente da Silva Paula Zampoli Publicidade Laíssa Cortez Moura Yara Sangiacomo publicidade@meiofiltrante.com.br

Assinaturas, Circulação e Atendimento ao Cliente: Tel.: +55 11 4475-5679 atendimento@meiofiltrante.com.br Conselho Editorial: Alexandre Borges; Alice Maria de Melo Ribeiro; Atsushi Gomi; Caio Mello de Abreu; Carlos Augusto de Souza; Cláudio Chaves; Denis Beber Frada; Eduardo Pacheco; Francisco Gomes Neto; Genaro Pascale Neto; Geraldo Reple Sobrinho; Hercules Guilardi; Helmut Zschieschang; Hermann Queiser; Jeffrey John Hanson; José Luis Tejon Megido; Julio Trujillo; Luciano Peske Ceron; Mauro Urbinati; Marco Antônio Simon; Paulo Roberto Antunes; Patrick Galvin; Pedro Verpa; Plínio Centoamores; Ricardo Saad; Tárcia Rita Davoglio; Tarcisio Costa; Valter Medina; Vinicius Stoco Patricio e Walter Luiz Polônio.

Colaboraram nesta edição: Antonio Carlos Camargo, Sueli Curti, Manuella Curti de Souza e Sérgio Bernardo (Grupo Europa); Claudio Chaves, Anderson Alves Oliveira e Thais Mazzucatto (Pentair); (Filtermaq); Dirk Muller (GKN); André Luis Moura e Valdir Montagnoli (Laffi); Aldenir C. Montesso e Perla Volner (Poli-Filtro); Edgard Luiz Cortez (Iteb); David Siqueira de Andrade e Gabriela Oppermann (Supply Service); Abrafiltros (Diretoria); Willian S. Castro e Luiza Machado (WMF Solutions); Márcia Martins (Brats Filtros); Sérgio Moreira Monteiro e Vinicius Stoco Patricio (Parker); Simone Minhoto Queiroz e Carlos Alberto Teixeira Mourão (Tecfil); Sidnei Escada Gomes (Cristal Componentes Técnicos); Edison Ricco Júnior e Flávia Gill (Apexfil); Pedro Ortolan (Mann+Hummel Brasil); José Rubens dos Santos Miguel (Sogefi Filtration); Edward Mendes (Everest); Sérgio Gazarini (Wega Motors); Dr. Luciano Peske Ceron (Renner Textil); Francisco Leite (Cortez & Mariano); Pedro Caetano Sanches Mancuso (Faculdade de Saúde Pública - FSP da USP); Isabel Cristina de Siqueira (IBBL); Juliano Frizzo (Filtros Planeta Água); Romeu Corci (Master Filter); Domingos

Carapinha (MWM International); Rainer vonSiegert e Luís Henrique Alves (Aerzen); Rodolfo Cafer (Mahle Metal Leve); Paulo Viehmann (Küfner no Brasil); Sidnei Gomes (Cristal) e Ernesto Berg (Berg & Cia). Assessoria Jurídica Candido, Rozatti e Spinussi Adv. Associados Tel.: +55 11 4438-8173 www.crsaa.com.br A Revista MEIO FILTRANTE é uma publicação da L3ppm - L Três publicidade, propaganda e marketing Ltda. Rua Aracanga, 330 – Pq. Jaçatuba CEP 09290-480 - Santo André - SP Tel.: +55 11 4475-5679 www.meiofiltrante.com.br Impressão e Acabamento Gráfica IPSIS - www.ipsis.com.br



Mercado Jaguar Land Rover confirma planos para construção de uma nova unidade no Brasil

Foto: Divulgação

A Jaguar Land Rover está prestes a se tornar a primeira fabricante britânica de automóveis a abrir uma fábrica no Brasil, graças a um acordo assinado em 5 de dezembro entre os executivos da empresa e autoridades que prevê a construção de uma unidade industrial no estado do Rio de Janeiro. Os planos da Jaguar Land Rover de se instalar com uma fábrica no Brasil se consolidam como mais um grande passo da empresa em sua estratégia de crescimento global, que inclui o aumento da capacidade de produção de seus veículos em todo o mundo. A nova fábrica no País irá atender a uma crescente demanda de clientes no Brasil e em toda a América do Sul. Para o CEO da Jaguar Land Rover, Dr. Ralf Speth, “o Brasil e os demais países da região são de grande importância. Eles possuem um volume de clientes que, cada vez mais, estão em busca de produtos Premium de

alta capacidade. O novo projeto deverá permitir à Jaguar Land Rover, oferecer novos produtos a esses clientes. Os veículos que serão produzidos são dotados do que existe de melhor em relação ao design e engenharia tipicamente britânicos, fabricados por uma unidade de padrão global que incorpora toda a liderança da nossa empresa em termos de tecnologia de produção”, afirma o CEO global da Jaguar Land Rover, Dr. Ralf Speth. “Nós estabelecemos um excelente relacionamento de trabalho com o estado do Rio de Janeiro, com a cidade de Itatiaia e com a Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro e estamos ansiosos para atrair ainda mais clientes neste tão importante mercado para nossas marcas”, complementa Dr. Ralf Speth. Com sede na cidade de Itatiaia, a nova fábrica deverá receber um investimento de cerca de R$ 750 milhões até o ano de 2020. O início das obras se dará em meados de 2014 e a expectativa da Jaguar Land Rover é que a produção se inicie em 2016, em conformidade com a etapa final do programa Inovar-auto, implementado pelo Governo Federal. A nova unidade deverá ter capacidade de produção de 24 mil veículos por ano. Inicialmente, a unidade industrial irá gerar cerca de 400 empregos diretos, número que deverá dobrar ao final desta década. O projeto deverá gerar também inúmeros empregos indiretos por meio da rede de fornecedores que deverá suportar a produção.

Johnson Controls e Hitachi anunciam joint venture global no segmento de ar condicionado No dia 3 de dezembro, a Johnson Controls, Inc., a Hitachi, Ltd. e a Hitachi Appliances (coletivamente referida como Hitachi) anunciaram a assinatura de um memorando não vinculativo de entendimento para uma transação em que a Johnson Controls obterá uma participação acionária de 60% nos negócios globais de ar condicionado da Hitachi Appliances, excluindo as vendas e serviço de operações no Japão e alguns outros ativos. As empresas esperam que a joint venture inicie suas operações em 2014, sujeita a uma due diligence final, aprovações do conselho, acordos sobre termos definitivos, aprovações regulatórias necessárias e outras condições habituais. Com base na liderança de ambas as empresas, a parceria incluirá produtos-chave como o sistema com fluxo de refrigerante variável (VRF) e as tecnologias de inversores, atendendo tanto o mercado comercial quanto o residencial. A joint venture agregará o alcance global da Johnson Controls com a especialização tecnológica da Hitachi. “A liderança tecnológica resultante dos investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento estabeleceram a Hitachi como uma contribuidora estratégica na indústria global de HVAC”, disse Alex Molinaroli, presidente e diretor executivo da Johnson Controls. “A combinação dessas capacidades acrescenta tecnolo-

6 | Meio Filtrante | Janeiro/Fevereiro 2014

gias essenciais ao nosso portfólio de produtos. Junto ao nosso negócio de US$ 15 bilhões na área de tecnologia e serviços em Building Efficiency, este investimento posiciona a Johnson Controls como a maior provedora de ar condicionado comercial do mundo”. A joint venture proposta chega em um momento no qual o mercado de ar condicionado em todo o mundo está passando por uma acelerada mudança. Os clientes estão continuamente demandando opções de ar condicionado com melhor eficiência energética em resposta ao aumento de regulamentação para economia de energia e proteção ambiental. “Ambas as empresas têm uma longa e orgulhosa história de inovação e crescimento na indústria e contam com valores e culturas muito similares”, disse Hiroaki Nakanishi, presidente da Hitachi, Ltd. “À medida que o ambiente de negócios de ar condicionado em todo o mundo continua a evoluir, nós acreditamos que a parceria entre a Johnson Controls e Hitachi pode fornecer soluções integradas para atender às necessidades de clientes em todo o mundo”. “Esta é uma grande notícia para os nossos clientes que se beneficiarão com a gama completa de soluções, equipamentos e serviços que a Johnson Controls e a Hitachi podem oferecer em uma escala global”, disse Molinaroli.


Mercado mundial de resíduos sólidos deve investir US$ 30 bilhões em 2014 Um estudo da ISWA – International Solid Waste Association, principal entidade internacional de resíduos sólidos representada no Brasil pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) concluiu que o mercado mundial de resíduos sólidos deve fechar o ano de 2013 com investimentos da ordem de US$ 20,9 bilhões, e mais de mil projetos envolvendo waste-to-energy (recuperação energética de resíduos), geração de energia a partir de biomassa, processamento e reciclagem de resíduos. “No ano passado, foi registrado um volume de investimento de US$ 10,2 bilhões e, para 2014, já estão confirmados investimentos de US$ 11,9 bilhões, mas o valor total deve chegar a US$ 30 bilhões até o final de 2014”, declara David Newman, presidente da ISWA, que realizará seu Congresso Mundial de Resíduos Sólidos no Brasil, em setembro de 2014, quando trará ao país discussões que abordem o tema “Soluções Sustentáveis para um Futuro Saudável”. Realizado com base nos dados elaborados pela AcuComm – empresa britânica de pesquisas especializada no mercado de resíduos sólidos –, o estudo da ISWA mostra ainda que, dos projetos identificados no mundo, quase 30% contemplam tecnologias de waste-to-energy. Essas iniciativas, segundo a entidade, absorveram em 2013 cerca de US$ 11,3 bilhões, contra US$ 5,6 bilhões, em 2012, e US$ 2,3 bilhões, em 2011. Em segundo lugar aparecem as iniciativas relativas à geração de energia a partir da biomassa, que representam 16,4% dos projetos. “O fato de que o setor de resíduos sólidos é responsável por 8% das emissões totais de CO2 tem influenciado esse cenário, já que os empreendedores buscam investir em projetos que contribuam com a mitigação da emissão de gases de efeito estufa”, explica Newman. Os empreendimentos envolvendo outras tecnologias de processamento e reciclagem de resíduos respondem por 12,4% e 12,1%, respectivamente. O restante dos projetos, 29,8%, diz respeito a outros métodos de tratamento e destinação final de resíduos sólidos. No que se refere ao valor investido em cada projeto, na média, o montante é de US$ 110 milhões. Quando levado em conta o tipo de sistema, o número fica em torno de US$ 133 milhões, para os projetos de waste-to-energy; US$ 108 milhões, para os de geração de energia a partir de biomassa; US$ 119 milhões para os de processamento de resíduos em geral; e US$ 81 milhões para os de reciclagem. “Apesar de estarem aumentando a uma média de 70% ao ano, os investimentos ainda não crescem na velocidade necessária para atender a demanda ocasionada pelo aumento na geração anual de resíduos, considerando que 50% da população mundial ainda não dispõem sequer de sistemas de coleta de resíduos”, destaca Newman, reforçando a necessidade de se instituir fundos específicos para custear a gestão integrada dos resíduos sólidos, principalmente em países em desenvolvimento, que mais sofrem com o déficit de gestão.

Quando o foco volta-se para o Brasil, o quadro não fica muito diferente. De acordo com os dados mais recentes do setor, publicados pela Abrelpe no Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2012, o país ainda não conseguiu universalizar a coleta de resíduos sólidos urbanos e destina um grande volume de resíduos a locais inadequados. Em 2012 registrou um déficit de 11% na cobertura de coleta e mais de 23 milhões de toneladas de RSU enviados para lixões e aterros controlados, unidades que do ponto de vista ambiental têm o mesmo impacto negativo dos lixões. Brasil precisa investir R$ 6,7 bilhões na gestão de resíduos sólidos - Um levantamento inédito, recentemente divulgado pela Abrelpe, concluiu que, para coletar e dar destinação adequada à totalidade dos resíduos sólidos, o Brasil precisa investir R$ 6,7 bilhões, considerando como modalidade de destinação a disposição em aterros sanitários. “O aterro sanitário é o primeiro estágio rumo à adequação na destinação final e, em muitos casos, é o caminho para se avançar rumo a outras formas mais modernas de destinação. Considerando essa rota, o montante que o Brasil precisa investir representa um custo diário médio per capita de apenas R$ 0,09”, enfatiza Carlos Silva Filho, diretor-executivo da Abrelpe, ao destacar que, caso o país mantenha o ritmo de investimentos na gestão de resíduos registrado na última década, só conseguirá universalizar a destinação final em meados de 2060. “No atual ritmo, chegaremos a agosto de 2014, prazo estipulado pela PNRS, com apenas 60% dos resíduos coletados com destino ambientalmente correto”, alerta. Com base na experiência de outros países, a Abrelpe estima que são necessários de 15 a 20 anos para se reduzir a geração de resíduos, primeiro passo previsto na hierarquia contemplada pela PNRS. “Para que isso aconteça são necessárias mudanças no processo produtivo, disponibilidade de infraestrutura adequada e adaptação na postura de consumo da sociedade”, salienta Silva Filho. O prazo determinado pela PNRS para encerramento da destinação inadequada de resíduos se encerra em agosto de 2014 e ainda há muito para fazer. De acordo com os dados da Abrelpe publicados no Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2012 ainda há milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos com destinação inadequada no país. “Se não contarmos com esforços conjuntos e recursos disponíveis para custear o processo de adequação corremos o risco de ver o principal ponto da PNRS não sair do papel. No entanto, com a aplicação de 0,15% do PIB Nacional no setor de resíduos conseguiremos superar esse déficit histórico e direcionar as ações para um aprimoramento na gestão, como prega a Lei”, conclui Carlos Silva Filho, diretor-executivo da Abrelpe. O estudo da Abrelpe leva em consideração as diferenças regionais na gestão de resíduos, que impacta no volume de recursos necessários à adequação. Enquanto na região Sul são necessários R$ 0,05 por habitante por dia para regularizar a situação, no Nordeste esse valor sobre para R$ 0,14 por habitante por dia, pelo período de um ano. Janeiro/Fevereiro 2014 | Meio Filtrante | 7


Filtrado O QUE ACONTECE NO MERCADO DE FILTROS Hengst Brasil tem novo diretor-presidente e investirá R$ 8 milhões em sua unidade fabril em 2014 Há 15 anos no mercado brasileiro, a multinacional de origem alemã produz localmente filtros para veículos automotores para os segmentos OEM e de reposição. Só nos últimos anos, a companhia investiu R$ 20 milhões no país, consolidando a marca líder de mercado Alemã para as indústrias automobilísticas locais.

Foto: Divulgação Hengst

A Hengst - uma das principais indústrias mundiais de filtros e sistemas de filtragem nas áreas automobilística, industrial, ambiental e de bens de consumo - deve fechar o ano com um crescimento de 5% no Brasil e planeja investir em 2014 R$ 8 milhões em capacitações e novas linhas de fabricação de filtro em sua unidade fabril em Joinville (SC), visando aumentos de produção, participação de mercado e exportações. A companhia está com novo diretor-presidente, o executivo Luiz Mirara, com ampla e bem-sucedida carreira na indústria automotiva. Mirara trabalhou 11 anos na fabricante de autopeças ElringKlinger, onde recentemente atuou como diretor geral da multinacional alemã na filial em Pune, Índia, vindo de uma carreira crescente de 5 anos de atuação no grupo Siemens VDO e 11 anos no grupo TRW. O profissional defende uma atuação ainda mais agressiva para a empresa nos próximos anos. “A meta é superar o crescimento de 2013 e fechar 2014 com crescimento de 30%”, afirma.

UFSCar inaugura dois novos laboratórios de Biocombustíveis e Filtros Localizados no Centro de Caracterização e Desenvolvimento de Materiais do Departamento de Engenharia de Materiais, espaços promovem os esforços da UFSCar na inserção do ensino, pesquisa e extensão na busca de soluções aos inúmeros desafios tecnológicos do Brasil. Buscando atender lacunas e demandas tecnológicas do mercado, foi inaugurado no dia 9 de dezembro, os dois laboratórios no Centro de Caracterização e Desenvolvimento de Materiais (CCDM), localizado no Departamento de Engenharia de Materiais (DEMa) da UFSCar: os laboratórios de Biocombustíveis e de Filtros. Entre investimentos diretos e indiretos foram empregados mais de R$ 1,8 milhões na construção dos espaços, que irão sediar o desenvolvimento de pesquisas, inovação e serviços tecnológicos para produção e disseminação do conhecimento. Na área de Biocombustíveis serão desenvolvidos produtos e processos, pesquisas para avaliação da qualidade de produtos comercializados no Brasil, e também metodologias de caracterização e controle de qualidade, além de outros tipos de avaliação, como o da compatibi8 | Meio Filtrante | Janeiro/Fevereiro 2014

lidade e da corrosividade dos biocombustíveis e suas misturas frente a diferentes materiais. Pesquisas sobre o desenvolvimento de misturas de biocombustíveis e combustíveis de origem fóssil, dentre outros, também serão realizadas nesse local. Já o novo Laboratório de Filtros deve sediar pesquisas para o desenvolvimento de projetos e processos de fabricação de filtros de água para uso humano, além de ensaios para certificação desses produtos no Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO), para que possam ser comercializados. Devido a multidisciplinaridade do tema, estudantes de graduação e pós-graduação de diversos departamentos, como Engenharia de Materiais, Engenharia Química, Engenharia Ambiental, Engenharia de Produção, Química, Física e Biologia, dentre outros, poderão compartilhar da infraestrutura dos novos laboratórios, que complementam a estrutura dos demais Laboratórios da Unidade de Combustíveis e Metais/Cerâmica do CCDM. Essa estrutura promove ainda mais os esforços da UFSCar na inserção do ensino, pesquisa e extensão na busca de soluções aos inúmeros desafios tecnológicos do país.


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CAPA

Mercado de filtros cresce e mantém otimismo para 2014 por Vicente de Aquino

C

Foto: Dreamstime

om uma participação econômica aproximada de 15%, movimentando cerca de 9,2 bilhões de dólares, o Brasil exerce importante papel no mercado mundial de filtros seja no segmento industrial (4 bilhões), automotivo (3,2 bilhões), residencial/purificadores (1 bilhão) ou de filtros para ETA e ETE (1 bilhão). Embora a macroeconomia tenha tornado o ano de 2013 mais desafiador do que o previsto - devido ao baixo crescimento do produto interno bruto brasileiro (que segundo dados divulgados recentemente pelo IBGE recuou 0,5% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de 2012) - há um otimismo pelos resultados obtidos e confiança para 2014. Estima-se que o mercado tenha crescido, em média, 5% e de acordo com o balanço do último ano e tendências para o que iniciamos há boas expectativas para a manutenção desta mesma taxa de crescimento. A chave para esta curva ascendente no mercado de filtros é sua indispensável presença em praticamente todos os processos produtivos.

Balanço do ano de 2013

Embora sejam ressaltadas as dificuldades que o ano impôs a todos os setores, 2013 fechou com saldo positivo. Pedro Ortolan, diretor de vendas, reposição e marketing da Mann+Hummel Brasil, que atua no segmento automobilístico, sintetiza este espírito. “O ano de 2013 foi mais difícil do que todos esperavam, principalmente devido à situação macroeconômica com baixo crescimento do PIB e as incertezas no curto e médio prazo. Apesar desta situação, conseguimos um bom desempenho de vendas no mercado de reposição atingindo nossos objetivos com as nossas duas marcas, Mann-Filter e Purolator”, diz. Para José Rubens dos Santos Miguel, diretor de vendas da Sogefi Filtration do Brasil Ltda, no primeiro semestre de 2013 as vendas foram mais constantes e com um desempenho bem melhor do que em 2012. “Acredito que vamos alcançar um crescimento de 15% - considerando a inflação - o que nos permitirá atingir praticamente o índice planejado”, conta. Mas, se por um lado o cenário macroeconômico trouxe desafios a serem vencidos, proporcionou também boas oportunidades para inovação e rejuvenescimento das marcas e pode ter contribuído para o aumento de vendas. “O ano de 2013 foi de grandes desafios. Trabalhamos fortemente no rejuvenescimento da marca, através da revitalização dos pontos de venda e atualização de nossos quiosques. Registramos um crescimento de 10% nas vendas em relação ao ano anterior. Este aumento pode ser atribuído ao lançamento de diversos produtos, como o Bliss, primeiro purificador de água colorido do mercado, que teve grande aceitação por parte dos consumidores. Também aumentamos nossa participação no segmento de aluguel de purificadores - outro com grande potencial de crescimento”, diz Manuella


Foto: Divulgação Grupo Europa

Tendências

Os doze meses de 2014 prometem lançamentos nos diversos setores do mercado de filtros. No segmento residencial novos designs e linhas são prometidos. “Temos lançamentos programados para o ano que vem, mantendo nossa estratégia de renovação constante de portfólio que contou com a atualização de mais da metade da nossa linha de purificadores nos últimos três anos. Também temos como estratégia fazer um trabalho ainda mais forte de expansão de nossa rede de distribuição, especialmente nas regiões Nordeste e Centro-Oeste. Essas regiões têm um grande potencial de crescimento e estão entre as prioridades do Grupo Europa para 2014. Mas também não podemos deixar de lado as ações nos grandes centros, onde as operações já estão plenaManuella Curti de Souza, mente estabelecidas, como diretora geral do grupo Europa São Paulo. Porém, mais do

Janeiro/Fevereiro 2014 | Meio Filtrante | 11

Foto: Divulgação Everest

que ganhar mercado, nossa intenção é atender bem os nossos clientes, que têm se mantido fiéis nos últimos 30 anos”, diz Manuella Curti da Europa. Já na Everest a estratégia envolverá o fortalecimento do novo design da linha Baby Soft. “No segundo semestre de 2013 lançamos a nova linha de purificadores de água gelada, e agora no início de 2014 iremos lançar o novo design do Baby Soft, nosso modelo sem refrigeração. Ao longo deste Edward Mendes, ano buscaremos o fortalediretor da Everest cimento da nova linha no mercado. Além disso, o próximo ano será de consolidação e reestruturação de nossa rede credenciada e, por este motivo, no segundo semestre iremos realizar o nosso terceiro grande encontro nacional de revendas, onde iremos traçar metas e debater ideias para fortalecer cada vez mais a parceria com nossos revendedores e desta forma oferecer o que temos de melhor aos nossos clientes” adianta Edward Mendes. No setor automotivo, a Mann+Hummel também promete novidades mantendo as características de renovação do portfólio mantida pela empresa há anos. “A Mann+Hummel tem em sua equipe de desenvolvimento de produtos um foco especial para o lançamento de novos produtos garantindo aos nossos clientes e consumidores o maior portfólio e os melhores serviços. Este é um processo contínuo e o fato da Mann+Hummel ser uma empresa com mais de 60 unidades no mundo e fornecedora de equipamento original para todas as montadoras, nos garante estar à frente no desenvolvimento de novas tecnologias e nos lançamentos”, diz Pedro Ortolan. Para a Sogefi o trabalho será no desenvolvimento da marca Pro específica, na linha pesada e na complementação de sua linha leve com a marca Fram. “Em 2014, estaremos desenvolvendo a marca Sogefi Pro específica para linha pesada com uma gama completa de produtos, inclusive no setor agrícola, com preços muito competitivos. Também estaremos complementando na marca Fram, principalmente para a frota de veículos importaJosé Rubens dos dos com previsão de vários Santos Miguel, lançamentos já no 1º tridiretor de vendas mestre”, conta José Miguel. da Sogefi Filtration

Foto: Divulgação Sogefi

Curti de Souza, diretora geral do grupo Europa. O mesmo ocorreu com a comercial Everest segundo Edward Mendes, diretor da empresa. “O ano de 2013 foi de renovação. Após 10 anos fizemos uma reformulação no design dos purificadores Soft. O novo modelo apresenta linhas modernas, grafismo neutro e dimensões mais harmônicas o que faz com que o purificador se encaixe ainda melhor em qualquer tipo de ambiente. Aproveitamos essa renovação para aplicar diversas melhorias no produto em relação ao modelo anterior. Agora todos os aparelhos possuem pingadeira removível, os painéis são confeccionados com material de alta resistência a exposição solar, facilidade na higienização do bico entre outros. As vendas dos purificadores Soft em 2013 aumentaram cerca de 12%. No que se refere às vendas do Filtro 2 em 1 e do pré-filtro alcançamos números bastante expressivos, levando a necessidade de expansão de nossa área fabril, gerando novos posto de trabalho, além da abertura de novas revendas credenciadas”, relata. Perla Volner, gerente de marketing da Poli Filtro Indústria e Comércio de Peças para Autos também ressalta a importância do ano para empresa. “Estamos nos consolidando a cada ano e, em 2013, a marca Turbo alcançou o terceiro lugar no patamar de nossas vendas”, conta. Sérgio Gazarini, diretor comercial da Wega Motors também ficou satisfeito com o desempenho. “O ano foi de conquista e estabilidade da marca conseguindo 1% de crescimento na participação de mercado”, comemora.


Foto: Divulgação Wega

Perla Volner, da Poli Filtro, também anuncia novidades. “Contratamos em 2013 um profissional especialista na análise de mercado. Estamos em fase de finalização do processo da abertura de uma filial na região Norte. Com isto, abriremos um leque importante para atendimento ao principal merPerla Volner, gerente de cado de geração de energia. marketing da Poli Filtro Além disso, contaremos com estoque que viabilizará mais negócios, uma vez que esta região é carente e distante dos principais centros de distribuição de peças”, diz. Em relação a lançamentos e novidades, ela complementa: “Constantemente aumentamos nosso portfólio de produtos e, para 2014, não será diferente: buscaremos cada vez mais trabalhar e oferecer aos clientes o pacote completo de filtros para os mais diversos segmentos. Estamos também em fase de desenvolvimento do catálogo eletrônico e website da empresa o que facilitará bastante as consultas dos produtos, conversões e futuramente será um canal para cotações e compras diretas”. A Wega Motors anuncia uma estratégia baseada na aproximação do aplicador. “Daremos suporte a um trabalho mais próximo ao aplicador o que nos proporcionará atingir metas mais ousadas de participação no mercado. Quanto ao lançamento de novos produtos continuaremos a nossa prática de trazer sempre mais de 10 itens novos a cada mês com Sérgio Gazarini, maior foco na linha pesadiretor comercial da Wega Motors da”, relata Sérgio Gazarini.

Expectativas para 2014

Trabalho, investimento, novas ideias, expansão. É com estes princípios que as empresas pretendem manter o crescimento neste ano que se inicia. “Estamos otimistas. Nossa meta de crescimento para o ano de 2014 é de 10% em relação a este ano. É uma meta ousada, mas que consideramos possível. Vemos a Copa do Mundo no Brasil como uma oportunidade para novos negócios e ações ligadas ao Grupo Europa. Além disso, continuaremos o trabalho de rejuvenescimento da marca, sempre com ações ousadas e inesperadas”, relata Manuella. Edward Mendes, da Everest também está otimista. “Nossa expectativa de crescimento para 2014 é en12| Meio Filtrante | Janeiro/Fevereiro 2014

tre 7 e 12%. Desta forma já concluímos o aumento de nosso parque fabril em 70%. Nossa coirmã Eversoft que é responsável pelos projetos de injeção das peças plásticas, fabricação do Filtro 2 em 1 e do pré filtro, em meados de 2014 terá seu espaço ampliado em três vezes o tamanho atual, visando atender nossa demanda pelos próximos anos. Além disso, investimos constantemente em pesquisa de novas tecnologias e neste ano esperamos avançar ainda mais em tecnologia de automação com a contratação de profissionais especializados e a compra de tecnologia de ponta”, diz. É a mesma opinião de Pedro Ortolan da Mann+Hummel “Apesar do cenário econômico continuar apresentando incertezas em relação ao crescimento da nossa economia, estamos confiantes e otimistas em relação ao ano de 2014. Nossos planos de trabalho estão sendo elaPedro Ortolan, borados visando um cresdiretor de vendas, cimento acima do previsto reposição e marketing da Mann+Hummel pelo mercado”, conta. Perla Volner também espera crescimento para a Poli Filtro, mas vê algumas dificuldades devido aos eventos do próximo ano no país. “Esperamos um ano bom, porém complicado devido aos eventos que ocorrerão, tais como a copa do mundo e eleições que diminuirão o ritmo por termos dias que serão tratados praticamente como feriados. Porém, como as obras para as Olimpíadas de 2016 terão que prosseguir e, considerando o crescimento orgânico da frota, prospectamos um crescimento na ordem de dois dígitos. Contamos também com ações de marketing, divulgando cada vez mais a marca em eventos do setor de auto-peças, além de campanhas de vendas internas / externas e ferramentas diversas para alavancar vendas e estar cada vez mais perto dos nossos clientes. Além disso, treinamentos regulares continuarão sendo foco para a equipe de vendas. Desta forma, eles se sentem incentivados à buscar novos mercados”, explica.

O que diz a Abrafiltros

Hoje existem 47 empresas associadas a Abrafiltros, sendo 19 na CSFA - Câmara Setorial Filtros Automotivos; 19 na CSFI - Câmara Setorial Filtros Industriais; e 9 empresas na CSF - Câmara Setorial Fornecedores. E é o presidente da Associação, João Moura, quem faz uma balanço do ano de 2013: “O mercado de filtros automotivos teve crescimento tanto no mercado das OEMs, como pode ser observado pelo volume de produção ocorrido durante o

Foto: Divulgação Mann+Hummel

Foto: Divulgação Poli Filtro

CAPA


Foto: Divulgação Abrafiltros

ano, que deve registrar índinos estados de São Paulo e ce superior a 11% em veícuParaná em atendimento às los produzidos em relação a legislações estaduais. Além 2012, segundo dados da Andos desafios econômicos e favea. Já o mercado de repologísticos, queremos demonssição continua crescendo em trar ao governo federal as netorno de 5 a 10 % dependencessidades e dificuldades que do da família de produtos de enfrentamos com as alíquotas cada empresa”, explica. e altas taxas de tributação E prossegue: “Apesar do merpraticadas no país em compacado de filtros industriais ser ração aos importadores informuito complexo em decormais, que representam uma rência da gama de produtos, parcela significativa do mero setor registrou crescimento cado”, explana João Moura. acima do esperado com méE finaliza o presidente da dia de 5%, sendo que o segAbrafiltros: “Atualmente, a mento que teve menor desemgrande preocupação do merpenho foi o de BSE - bens sob cado de filtros e sistemas de encomenda, em decorrência filtração tem sido a busca das turbulências pela manutenção econômicas que das margens de vêm ocorrendo lucro, que vêm didesde o segundo minuindo ano após semestre de 2012”, ano em função da afirma Moura. E incidência cada pelo desempenho vez maior de tribuobtido em 2013, tos e aumento nos ele acredita que impostos e de ouas perspectivas tros encargos. Por para 2014 sejam isso, é de fundafavoráveis: ”As mental importânexpectativas são cia que o governo João Moura boas para ambos federal apoie o merpresidente da Abrafiltros os setores e o cado de forma que crescimento deve continuar as empresas possam crescer na casa dos 5% a 11% para de maneira sustentável, não o segmento automotivo em só em número de unidades OEMs e aftermarket. Já para comercializadas, mas também o mercado de filtros indusem receita para gerar mais emtriais, o crescimento deverá pregos e investimentos”. RMF ser entre 5 a 15%, dependo do segmento de atuação”, Contato das empresas: diz o presidente. Abrafiltros: Moura só lamenta a falta de www.abrafiltros.org.br apoio em âmbito de goverEverest: no federal para todo o setor: www.everest.ind.br “Estamos trabalhando como Grupo Europa: entidade de interesse de gruwww.europa.com.br po no sentido de buscar inMann+Hummel: centivos inicialmente para www.mann-hummel.com.br as ações de coleta e procesPoli Filtro: samento pós-consumo dos www.polifiltro.com.br filtros do óleo lubrificante Sogefi Filtration: automotivos, através do noswww.fram.com.br so programa Descarte ConsWega Motors: ciente Abrafiltros realizado www.filtroswega.com.br


EQUIPAMENTOS

Projeto e especificação de bombas industriais

Foto: Depositphotos.com

por Dr. Luciano Peske Ceron

A

sistemática completa do processo de especificação de bombas é explicada, assim como são ressaltados os aspectos mais relevantes dessa atividade. Especial ênfase é dada aos aspectos que envolvem a seleção do tipo da bomba a ser aplicada para um determinado processo, por ser esta etapa uma das mais importantes na compra deste tipo de equipamento. O processo de compra de uma bomba para uma determinada aplicação é composto das seguintes fases: - Seleção do tipo de bomba; - Seleção do modelo da bomba; - Escolha dos materiais de construção; - Determinação dos detalhes construtivos; - Elaboração da Requisição de Material (RM), incluindo Folha de Dados (FD) e todas as especificações anexas; - Preparo da lista de fornecedores e respectivas consultas (envio da RM e anexos); 14 | Meio Filtrante | Janeiro/Fevereiro 2014

- Análise de desenhos e documentos dos fabricantes (aprovação); - Inspeções e testes finais de aceitação (na fábrica e/ou no campo). Primeiramente é importante ter em mente que os seguintes dados devem estar disponíveis por ocasião do processo de seleção: Características do sistema de tubulações • Diâmetro e acessórios da tubulação de sucção; • Diâmetro e acessórios da tubulação de descarga; • Altura estática de sucção (Zs); • Altura estática de descarga (Zd). Características do processo • Vazão e possível necessidade de mudanças na vazão (flexibilidade de vazão); • Pressão do reservatório ou ponto de tomada de sucção (Ps); • Pressão do reservatório ou ponto final de descarga (Pd). Características do fluido bombeado na temperatura de bombeamento • Viscosidade; • Pressão de vapor; • Densidade; • pH; • Presença de partículas sólidas em suspensão; • Inflamável? tóxico? • Características quanto à corrosão, etc.

Seleção do tipo de bomba

Infelizmente não existe um critério único e absoluto na definição do tipo de bomba que melhor atenda a uma determinada aplicação. Muito embora a velocidade específica (Ns) possa ser considerada como um dos critérios mais importantes, outros critérios, como por exemplo vazão, carga, tipo de fluido e flexibilidade operacional desejada, podem influir na decisão final. Antes de analisarmos individualmente os diversos critérios vamos, em termos de ordem de grandeza, tentar fixar os limites operacionais dos diversos tipos de bombas.


Turbobombas (centrifugas e axiais) – Características gerais – Limites de aplicação – Normas de projeto de construção Como não poderia deixar de ser, iniciaremos pela análise dos limites de aplicação das turbobombas. Esta prioridade deve-se ao fato de que este tipo de bomba e, particularmente as centrífugas, ocupa a maior parte do mercado. Esta preferência pelas turbobombas decorre fundamentalmente das seguintes qualidades: - Podem ser acionadas diretamente por motor elétrico sem necessidade de modificadores de velocidade, sendo mesmo comum operarem a velocidades dos motores comerciais de 1.750 rpm e 3.550 rpm; - Trabalham em regime permanente, o que é de fundamental importância em grande número de aplicações; - Fornecem boa flexibilidade operacional, pois a vazão pode ser modificada por recirculação, fechamento parcial de válvula na tubulação de descarga ou, alternativamente, por mudança de rotação ou diâmetro externo do impelidor; - Normalmente requerem menores cuidados de manutenção que as alternativas; - Cobrem uma ampla faixa de vazão, indo desde vazões moderadas com as centrífugas até altas vazões com as axiais; - O preço pode ser considerado favorável em correlação com as vazões obtidas. Em adição às características gerais de aplicação, citamos, a seguir, de forma indicativa, as faixas de operação de alguns tipos mais usuais de bombas centrífugas: Bombas horizontais, sucção axial, rotor em balanço • Vazão até 1.000 m3/h; • AMT até 200/220 m; • Aplicações em serviços gerais, em indústrias de processos e outras. Bombas horizontais com carcaça partida axialmente, rotor de dupla sucção • Vazão até 1.300/1.500 m 3/h, com voluta simples e até 45.000 m3/h com voluta dupla; • AMT até 130/150 m; • Aplicações em abastecimento de água, recirculação de água de resfriamento. Bombas horizontais de múltiplos estágios • Vazão até 600 m 3/h; • AMT até 1.000/1.200 m; • Aplicações em alimentação de caldeiras, serviços de alta pressão. Bombas verticais de múltiplos estágios • Vazão até 30.000 m3/h;

• AMT até 400 m; • Aplicações em extração de água de poços profundos. Bombas verticais de simples estágio • Aplicações em esgotamento de tanques abertos em indústrias de processos, condições de baixo NPSH disponível.

Principais limites de aplicações das turbobombas a) Para velocidades específicas menores que 500 (N em rpm, Q em gpm e H em ft) a eficiência das bombas centrífugas se torna muito pequena, havendo, nesta faixa, uma tendência para as bombas volumétricas. Na realidade, este resultado é coerente, por exemplo, com o campo da aplicação das bombas alternativas. Nestas bombas a aplicação usual é com baixas vazões e altas cargas, o que conduz a valores baixos de velocidade específica. b) Outro limite é quanto à vazão. De um modo geral, como observado por THURLOW (1971), não se encontra no mercado bomba centrífuga industrial para vazões inferiores a 1 m 3/h (4,5 gpm). Este fato pode ser corroborado pela apreciação da faixa de aplicação das principais bombas dos fabricantes tradicionais estabelecidos no Brasil. Entretanto, é interessante frisar que este valor é um limite de fabricação. Na realidade, para baixas vazões é necessária uma análise comparativa com as volumétricas, particularmente se menor que 45 m3/h (200 gpm), pois, neste campo, as alternativas possuem boa presença. c) Quanto à carga, o limite máximo normalmente citado na literatura especializada (Pumping Manual, 1979; Warring, 1969; Hicks e Edward, 1971) para bombas centrifugas de simples estágio é da ordem de 75 m (250 ft) a 150 m (500 ft). Entretanto, isto não impede que os fabricantes ofereçam modelos de maior alcance como, por exemplo, algumas bombas que, segundo catálogo, poderiam atingir a 450 m e 500 m, respectivamente. No que concerne às bombas de múltiplos estágios, o limite. De acordo com LUDWIG (1960) é de 1.520 m (500 ft). Este valor, realmente, corresponde a um limite prático em termos de ordem de grandeza. Entretanto, também aqui podemos encontrar exceções como certas linhas de alguns fabricantes que, de acordo com o catálogo, poderiam atingir a 4.000 m. d) Existe uma tendência marcante à diminuição da eficiência com o aumento da viscosidade. Naturalmente, isto acabaria implicando tomar a Janeiro/Fevereiro 2014 | Meio Filtrante | 15


EQUIPAMENTOS bomba centrífuga inadequada. O limite máximo de viscosidade aceitável para operação com turbobombas é função de análise comparativa com as opções existentes em determinada aplicação, o que torna difícil estabelecer um critério definitivo. Entretanto, uma pesquisa na literatura especializada (Stindt, 1971; Neerken, 1978) mostra que até 500 SSU (Segundos Saybolt Universal) não há problemas; de 500 SSU até 2.550 SSU, uma análise comparativa deve ser feita e quanto maior a viscosidade maior a tendência, neste aspecto, para as bombas volumétricas, aparecendo, finalmente, 10.000 SSU como limite de incompatibilidade para as bombas centrífugas. e) A presença de ar ou gases no líquido bombeado reduz a capacidade de bombeamento. Em bombas centrífugas o limite é de 5% em volume (Hicks, 1971; Stindt, 1971), podendo atingir a 10% em volume (Hicks, 1971) no caso de bombas de fluxo misto ou axial. f) Se o percentual de sólidos em volume ultrapassar a 3%, deve-se selecionar bomba de projeto especial com baixa rotação e utilizando revestimento interno ou ligas especiais. g) Flexibilidade operacional é um aspecto que favorece o uso de turbobombas. Entretanto, em alguns casos desejamos justamente o oposto, ou seja, que a vazão não sofre influência do aumento da resistência do sistema quer por um estrangulamento na descarga, quer por valores reais de viscosidade superiores aos de projeto. Neste caso há uma forte tendência para as bombas volumétricas. h) Outro valor limitante nas turbobombas é não serem auto-escorvantes. Desta forma, quando não estão afogadas exigem um custo adicional no sistema de escorva. A altura máxima permissível para bombas não afogadas, isto é, com altura estática de sucção negativa, e da ordem de 4,5 m (Hicks, 1971).

Bombas Rotativas – Características gerais e limites de aplicação As bombas rotativas, de um modo geral, apresentam as seguintes características: - Alto rendimento quando operam com fluidos viscosos; - Altura máxima permissível na sucção superior às centrífugas, da ordem de 6,7 m (Hicks, 1971); - Vazão praticamente constante; na realidade há ligeira queda de vazão bombeada com o aumento da pressão de descarga em função, principalmente, do aumento das perdas por fuga da região pres16 | Meio Filtrante | Janeiro/Fevereiro 2014

surizada para a região de sucção; - O acionamento pode ser feito diretamente por motor elétrico sem necessidade de sistemas do tipo biela-manivela; a necessidade ou não de redutores de velocidade é uma função do tipo de bomba e da aplicação; - Como são bombas volumétricas, exige válvula de alívio na descarga; - A rotação adequada varia em função da viscosidade do produto bombeado; segundo HICKS (1971) apresenta a seguinte tabela de correlação entre rotação e viscosidade:

a) Campo de aplicação e limitações das bombas de engrenagem As bombas de engrenagem constituem o tipo mais usado de bombas volumétricas. Seu principal campo de aplicação é no bombeamento de produtos viscosos, como por exemplo, em bases de transferência e estocagem de produtos de petróleo e em sistemas de lubrificação de grandes máquinas. Sua faixa de aplicação compreende: I. Vazões usuais até 148 m3/h (650 gpm)/250 m3/h (900 gpm); entretanto, certas linhas de bombas de engrenagem atingem, de acordo com o catálogo, até 1.100 m3/h (4.840 gpm); II. Em termos de pressão, o limite usual é da ordem de 350 psig/400 psig, embora maiores limites sejam eventualmente mencionados na literatura especializada; III. Em termos de viscosidade ela é capaz de operar com fluidos até 5.000.000 SSU (Stindt, 1971). IV. Rotações máximas da ordem de 1.200/1.800 rpm;


V. Eficiências da ordem de 80 a 95%. b) Campo de aplicação e limitações das bombas de parafusos As bombas de parafuso, da mesma forma que as bombas de engrenagem, são bastante utilizadas na operaçtaçõe são com fluidos viscosos. Entretanto, como podem operar em maiores rotações, atingem maiores vazões, sendo mesmo passíveis de aplicação em oleodutos. Sua faixa de operação compreende: I. Vazões desde 23 m 3/h (100 gpm) até 910 m3/h (4.000 gpm); II. Limite de pressão da ordem de 3.000 psi (Stindt, 1971); III. Rotações da ordem de 3.500 rpm (Glickman, 1971); IV. Operação com fluidos de viscosidade de até 100.000.000 SSU (Stindt, 1971).

c) Campo de aplicação e limitações das bombas de palhetas Este tipo de bomba, tendo em vista seu princípio de funcionamento é muito simples de desgaste de palheta, não sendo recomendável para fluidos de pouco valor lubrificante. Seu campo de aplicação compreende: I. Vazões até 86 m 3/h (375 gpm) segundo STINDT (1971); II. Diferença de pressão usual de até 50 psi (Stindt, 1971), podendo atingir pressões de descarga de até 2.500 psi (Karassik, 1960); III. Limite de viscosidade da ordem de 100.000 SSU (Stindt, 1971); IV. Rotação máxima da ordem de 1.200 rpm, operando com fluidos de viscosidade de até 500 SSU (Stindt, 1971); V. Eficiência volumétrica normalmente superior a 90% (Pearsall, 1972).

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EQUIPAMENTOS Bombas Regenerativas – Campo de aplicação e limitações

Estas bombas constituem um tipo especial de bombas dinâmicas. Na realidade poderíamos dizer que é similar a uma bomba de múltiplos estágios com a diferença que os seus estágios são constituídos na periferia do impelidor. Elas são particularmente aplicáveis para líquidos de baixa viscosidade e na faixa de baixas vazões e altas pressões. Seu campo de aplicação, de acordo com KARASSIK (1960) compreende: I. Vazões usuais de até 23 m 3/h (100gpm), podendo chegar a 45 m 3/h (200 gpm) em projetos especiais; II. Cargas de até 183 m (600 ft), podendo chegar a 457 m (1.500 ft) em projetos especiais; III. A eficiência é, em geral, menor que as bombas centrífugas e cai significativamente se a viscosidade excede 400 SSU.

Bombas Alternativas – Campo de aplicação e limitações

Estas bombas alternativas apresentam de um modo geral, as seguintes características: I. Baixa vazão e alta pressão; II. Vazão pulsátil; III. Vazão média independente das características do sistema; IV. Rotação permissível é função da viscosidade; V. Necessidade de válvula de alívio na linha de descarga; esta válvula deve estar junto à bomba e antes de qualquer outra válvula; o HydraulicInstitute (1975) recomenda a fixação dos seguintes valores para a pressão de alívio:

lume morto x volume deslocado. Segundo HICKS (1971) sugere para bombas não afogadas, isto é, com altura estática de sucção negativa, a altura máxima permissível, na sucção, de 6,7 m.

Bombas de Diafragma – Área de aplicação

Uma das aplicações deste tipo de bomba ocorre quando desejamos evitar vazamento ou contaminação do fluido bombeado. De acordo com GLICKMAN (1971), as bombas, com diafragma movido diretamente por dispositivo mecânico, não são aplicáveis para pressões superiores a 125 psig, enquanto que naquelas em que o diafragma é movido através de um fluido motor, a pressão máxima de trabalho depende do material do diafragma. Assim sendo, diafragmas metálicos resistem até 45.000 psi; diafragmas plásticos como os de Teflon até 1.500 psi e 280ºF, enquanto que os de elastômeros são limitados à pressão de 750 psi e temperatura de 212ºF. Do ponto de vista de vazão, STINDT (1971) limita os modelos usuais em até 10 gpm, podendo atingir maiores vazões do tipo duplex.

Bombas de Êmbolo – Área de aplicação

De acordo com STINDT (1971), estes são os limites de aplicação das bombas de êmbolo: I. Vazões usuais até 4 m3/h (18 gpm), podendo em tamanhos maiores chegar a 136 m 3/h (600 gpm); II. Pressões máximas da ordem de 7.500/10.000 psi

Bombas de Pistão – Área de aplicação

Ainda de acordo com STINDT (1971), temos: I. Vazão máxima da ordem de 136 m 3/h (600 gpm); II. Pressão máxima da ordem de 750 psig.

Critérios de seleção do tipo de bomba

Baseados nas características diversos tipos, passemos à seleção do tipo de bomba adequado a uma determinada aplicação. Conforme mencionado anteriormente, não existe um critério único que conduza claramente ao tipo de bomba. Na verdade, deveremos analisar os diversos parâmetros ou critérios de seleção e escolher aquele tipo que melhor atenda aos requisitos mais importantes do sistema em consideração. Dentro deste raciocínio, vamos iniciar nossa análise pela velocidade específica. VI. Embora superiores às bombas centrífugas quanto à influência da presença de ar, não podem ser consideradas como auto-escorvantes em qualquer aplicação; esta característica, segundo HydraulicInstitute (1975), depende da relação vo18 | Meio Filtrante | Janeiro/Fevereiro 2014

Velocidade Específica (Ns)

Conhecido o valor da vazão e as características do sistema podemos calcular o valor da altura manométrica H. De posse de Q e H estima-se um valor


apropriado para N e calcula-se a velocidade específica (Ns). Para valores de Ns calculados com Q em gpm, N em rpm e H em pés, temos:

caça partida na axial é da ordem de 1.600/2.000 psi. Entretanto, a norma API-610 exige carcaça partida radialmente nos seguintes casos: - Temperatura de bombeamento superior a 401ºF; - Líquidos tóxicos ou inflamáveis de densidade inferior a 0,7; - Pressões maiores que 1.000 psi para líquidos tóxicos ou inflamáveis.

Características quanto à vazão

Ponto de Operação (Q e H)

Na análise dos campos de aplicação dos vários tipos de bombas já exploramos este critério. Entretanto, cabem aqui as seguintes informações adicionais: a) Segundo HICKS (1971) sugere o seguinte quadro aproximado de aplicação, onde aparecem dados de vazão x carga:

- Turbobombas operam em regime permanentes sendo por isto as preferidas em operações de processamento nas indústrias de petróleo e petroquímica. Sua vazão pode ser alterada mediante mudança na curva do sistema, como por exemplo, mediante fechamento parcial de válvula na descarga; - Rotativas operam em regime praticamente permanente e sua vazão praticamente não depende de mudanças na curva do sistema; - Alternativas operam com vazão pulsátil. Entretanto, sua vazão média praticamente não depende da curva do sistema.

Características do líquido

- Até 500 SSU é compatível com as turbobombas. Acima deste valor é necessária uma análise comparativa e quanto maior a viscosidade maior a tendência para as bombas volumétricas; - Líquidos com sólidos em suspensão ou substâncias pastosas operando com bombas centrífugas, normalmente exigem rotores abertos; - As centrífugas são limitadas a aplicações com no máximo 5% de gás em volume, enquanto que as axiais podem chegar a 10%.

Neste quadro cabem as seguintes considerações: - o limite de carga para bombas centrífugas em múltiplo estágio, pode ser estipulado na maioria dos casos em 1.520 m (5.000 ft) ou, para projetos especiais, em até 4.000 m; - no caso de bombas de fluxo misto e axial, LUDWIG (1960) sugere os seguintes limites, não necessariamente no mesmo ponto:

b) No que concerne às bombas horizontais de múltiplo estágio, o limite máximo de pressão para car-

Características do sistema

Algumas características do sistema podem levar à utilização de determinado tipo de bomba. São exemplos disto às limitações de espaço ou restrições quanto à sucção, favorecendo o uso de bombas verticais. RMF Ver referências bibliográfica em nosso site: www.meiofiltrante.com.br Dr. Luciano Peske Ceron Doutor em Engenharia de Materiais (Filtração/Particulados), Mestre em Polímeros (Não tecidos), Engenheiro Químico, Especialista em Gestão Ambiental. Professor na PUCRS / Equipamentos de Utilidades Industriais - Engenharia Química. Tel.: (51) 9972-6534 Email.: luciano.ceron@pucrs.br Janeiro/Fevereiro 2014 | Meio Filtrante | 19


DESTAQUE

Água na indústria por Francisco Leite

S

ão grandes os desafios para salvar a vida no nosso planeta e a qualidade da água está diretamente relacionada. Considerando-se uma corrente onde os elos são a responsabilidade ambiental, econômica e social, a qualidade da água descartada pelas industrias é, portanto, um problema de melhoria contínua. Toda indústria deve submeter-se a uma avaliação dos seus processos industriais. Pode-se começar pela análise de seus procedimentos através dos documentos disponiveis na própria indústria como fluxogramas de processos, documentos descritivos e de rotinas dos procedimentos, suas licenças ambientais, além de visitas técnicas in loco e controles contínuos. A análise desses elementos, atrelados às condições e análises locais técnico-científicas da qualidade da água usada pela indústria, é o que garante a adoção de práticas bem adaptadas evitando-se os investimentos desnecessários. Essa avaliação tem que ser fundamentada nas normas técnicas vigentes. Uma das principais, senão a princípal, é o reúso da água. Hoje, o Plano de Conservação e Reúso da Água (PCRA) é uma importante ferramenta na promoção do uso racional da água na indústria. Para implementá-lo eficientemente é necessário considerar a água nos seus mais variados aspectos legais, institucionais, técnicos e econômicos. A primeira regulamentação que trata de reúso de água no Brasil, foi a Norma Técnica NBR – 13696 de setembro de 1997. A redução de perdas de água no sistema, e também a possibilidade da captação, armazenamento e utilização das águas pluviais, também fazem parte das condicionantes eventuais da ampliação da produção de água, incluindo determinação dos seus custos correspondentes. Portanto, todo projeto visando a melhor maneira de usar e de descartar a água tem um impacto direto no preço do produto de uma indústria. Novas leis e regras de cobrança do uso da água -custo do consumo de água e o princípio poluidor/pagador - levarão incentivos às industrias que praticam seu reúso. A ideia é que, futuramente, os custos de reciclagem e de reúso das águas nas indústrias sejam mais interessantes que os de captação e tratamento. Espera-se assim uma notável redução de 50% ou mais na vazão da captação e do tratamento. Experiências desenvolvidas na Alemanha, Japão, EUA, 20 | Meio Filtrante | Janeiro/Fevereiro 2014

Inglaterra, Brasil e Israel demonstram que uma combinação de políticas de preços de água para as indústrias, do controle das descargas dos afluentes, das tecnologias de conservação e da regulação de poluição tem grande potencial para promover a economia, o desenvolvimento e o meio ambiente. Resumindo, a adoção de novas práticas podem ser de ordem tecnológica (troca e compra de maquinários, peças, etc.), considerando também os de ordem gerencial, como mudanças nas rotinas e procedimentos , ou ainda social, como campanhas de conscientização sobre seu uso, reúso, sua importância e as consequências de sua escassez. Abordando a problemática da água em toda sua complexidade os benefícios serão ambientais, econômicos e sociais. Faz-se necessário conhecer precisamente as impurezas geradas pelas indústrias e seus diversos impactos no meio ambiente. Para cada tipo de tratamento de efluente industrial, deve ser empregado um procedimento adaptado (sedimentação, remoção de impurezas solúveis, abrandamento da água, remoção da sílica solúvel, troca iônica, desgaseificação).Ele deve ser embasado em métodos físicos, químicos, biológicos, atentando sempre ao uso de novas tecnologias. Também, são muitos os agentes poluidores dos cursos d’água sendo os mais ativos os esgotos domésticos e os resíduos industriais. A grande acumulação dos dejetos orgânicos nos rios é, por exemplo, a principal causa da proliferação de bactérias que consomem muito do seu oxigênio. A consequência direta, afeta o ecossistema e, desse fato é a eliminação da fauna e da flora. Atualmente, segundo dados da ANA – Agência Nacional de Água, os investimentos necessários nos sistemas públicos e outros, na captação e tratamento de águas e esgotos no país, estão na ordem dos R$ 70 bilhões de reais. Reforçando, a água, é um bem finito, dotado de valor econômico, assim definida na Política Nacional de Recursos Hídricos, e ainda, de acordo com a Constituição de 1988, seu aproveitamento econômico e social deve buscar a redução das desigualdades. RMF Cortez & Mariano www.cortezemariano.com.br


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Filtros e purificadores garantem a qualidade da água nas residências por Carla Legner

22 | Meio Filtrante | Janeiro/Fevereiro 2014

sar de eliminar bactérias e tornar a água potável, as Estações de Tratamento de Água (ETA), muitas vezes, tem uma quantidade de produtos químicos muito superiores ao considerado saudável, sendo assim não é possível manter a limpeza e manutenção de canos de distribuição como desejado, trazendo para o mercado a comercialização de filtros e purificadores, que passam a ser uma solução viável e aconselhável para a saúde plena. Mancuso explica que os filtros residenciais, além do material poroso usado para remoção de material em suspensão, coloidal e de microrganismos, podem incorporar carvão ativado. Nessa concepção, servem também para a remoção de material em solução, como subprodutos da cloração e outros, pois o carvão ativado funciona como adsorvedor de material solubilizado. “Mas vale ressaltar outro aspecto importante que diz respeito à origem do equipamento. Existem filtros em que a água tem contacto direto com peças metálicas o que, teoricamente, podem introduzir metais dissolvidos na água”, lembra o professor. A água para consumo humano deve atender aos padrões de potabilidade determinados pelo Ministério da Saúde através da Portaria 2914:2011. Isabel Cristina de Siqueira, supervisora de filtros da IBBL explica que os filtros e purificadores são aparelhos para melhoria da qualidade da água. “As doenças causadas pela ingestão de água que não são tratadas devidamente podem causar desde um pequeno desconforto até sintomas mais graves, que se não forem tratados Purificador de água podem ser fatais. A preAtlantis da IBBL ocupação com uma água

Foto: Divulgação IBBL

A

água é um item muito importante para sobrevivência humana, mas nem toda água está pronta para consumo. Dentro de casa, por exemplo, algumas pessoas têm o costume de usar o item diretamente da torneira, sem saber exatamente qual sua procedência ou pureza. De acordo com o Pedro Caetano Sanches Mancuso, Professor e Doutor do Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, a água ocupa um lugar extremamente importante na prevenção e também, por outro lado, na propagação das doenças. “Se bem cuidada, pode poupar vidas. Caso contrário pode propagar microrganismos patogênicos ou outras substâncias indesejáveis, como por exemplo, metais pesados, fármacos, subprodutos industriais e aquilo que hoje em dia chamamos de disruptores endócrinos”, explica o professor. Na maioria das vezes, a água que sai diretamente da torneira não está totalmente livre de impurezas indesejáveis como: sedimentos, barro, resíduos e outros contaminantes que geram gosto e cheiro desagradáveis. Para enfatizar o grande risco do consumo de água sem o tratamento adequado, Mancuso cita alguns grupos de microrganismos que podem estar presentes em esgotos sanitários, e as doenças que eles podem transmitir: - Protozoários - Endamoeba histolytica: amebíase. Giardia lamblia: giardíase. Cryptosporidium: Cryptosporidíase, diarreia e febre. - Helmintos - Ascaris lumbricoides: ascaríase. Ancylostoma duodenale: ancilostomíase. Taenia (spp): teníase. - Bactérias - Shigella: shigelose. Salmonella typhi: febre tifoide. Vibrio cholerae: cólera - Virus - Virus da hepatite A: hepatite infecciosa. Enterovirus (72 tipos, pólio entre outros): pólio e várias doenças. A filtração é um dos processos unitários utilizados para o cuidado e limpeza da água, mas ape-


Foto: Divulgação Pentair

de qualidade também deve ser estendida para o preparo dos alimentos. Ao utilizar água não filtrada no processo de cozimento ou mesmo para lavar verduras, frutas e demais produtos, o risco de contaminação ainda permanece. Dessa forma, o ideal é que toda água utilizada na cozinha seja submetida ao processo de filtragem”, enfatiza. Segundo Anderson Alves Oliveira, Marketing Product Manager da Pentair Filtration and Process somente com sistemas de filtragem adequados, é possível manter o padrão de água potável própria para o consumo. “Os filtros atuam como mecanismos de segurança para a saúde humana garantindo uma água de qualidade, pois mesmo que a água seja tratada pelas empresas de abastecimento, por diversos fatores podem sofrer contaminação ao longo do trajeto até as residências e comércios, como condições inadequadas das tubulações e excesso de cloro presente na água, entre outros agentes contaminantes. Desde que conhecidos todos os elementos presentes na água (partículas finas, cloro, bactérias entre outros), é possível removê-los,

Filtro de água para máquinas de lavar e filtro de água para caixa d´água e cavalete da Pentair

resultando assim em uma água de maior qualidade e própria para o consumo”, comenta Anderson Alves. “Segundo dados da ONU, cerca de 1,5 milhão de crianças morrem a cada ano de doenças diarreicas, que poderiam ser evitadas com o consumo de água de qualidade” enfatiza. Sérgio Bernardo - diretor comercial do Purificadores Europa comenta, “A água que se encontra na caixa-d’água pode sofrer contaminação quími-


Purificador Da Vinci Ice HF Inox Europa

ca ou microbiológica, sendo esta última a mais comum, podendo causar gastroenterites. É importante ressaltar que as estações de tratamento de água garantem água de qualidade até a entrada do cavalete. Dentro dos prédios, a responsabilidade é dos moradores/ administradores”.

Filtros e purificadores

Explicando de uma forma bem simplificada, filtro é um componente único ou parte de um aparelho responsável pela melhoria da qualidade da água. É o filtro que retira diferentes impurezas e o cloro da água. Já os purificadores são produtos preparados para inibir a proliferação de bactérias e reduzir partículas indesejáveis na água em no mínimo 85%. Tem como função oferecer água de qualidade para o consumo humano podendo ser em diferentes temperaturas, dependendo do modelo escolhido. Todo purificador de água contém necessariamente um filtro em seu interior, além dos demais componentes. Porém, um filtro, não necessariamente precisa de um purificador para desempenhar a sua função, ele pode estar instalados em máquinas de lavar roupas, chuveiros, lavatórios de cabeleireiros, máquinas de gelo, etc. “Existem muitos benefícios quando um consumidor decide adquirir um purificador de água, além da garantia na qualidade da água, que consequentemente garante mais saúde, podemos citar também a economia gerada pelos purificadores. Além disso, os produtos garantem praticidade na utilização evitando a necessidade de manutenção de garrafas de água, que possuem inclusive prazo de validade”, completa Isabel. Diferentes tipos de filtros e de purificadores estão disponíveis no mercado e a certificação do INMETRO é uma garantia de qualidade. Filtros possuem características padrão de água natural e podem ser utilizados nos pontos de entrada como caixas d’água e cavaletes no início da tubulação residencial ou comunitária. Neste caso, deve-se variar entre filtros residenciais (menores, normalmente de 9’’ a 10’’ de tamanho) com produção em plástico de engenharia ou industriais, maiores, sendo produzidos até em aço-inox. Anderson Alves da Pentair frisa a versatilidade dos filtros e suas principais aplicações, “Os filtros da Pentair podem ser instalados desde antes da 24 | Meio Filtrante | Janeiro/Fevereiro 2014

caixa d’água ou do cavalete, eliminando resíduos sólidos e tornando a água livre de resíduos em toda a residência. Os filtros Ponto de Uso, produzidos em carvão, são excelentes sistemas para a decloração da água. Isso significa uma água com baixos índices de cloro e livre de sabores e odores desagradáveis. A Pentair tem ainda soluções de ponto de uso para máquinas de lavar e boiler, eliminando os sólidos mais finos, as sujeiras existentes provenientes de tubulações antigas reduzindo assim a necessidade de manutenção constante desses aparelhos.” “Tudo pode variar de acordo com a vazão e vida útil necessária para a família, empresa ou condôminos. Os purificadores, por sua vez, podem oferecer água natural, gelada e, até mesmo, água quente. Também podem oferecer maior ou menor classe de redução de cloro e com eficiência bacteriológica ou não. Para os purificadores, o que ajuda na escolha do produto é saber o valor que se deseja entender sobre o produto, considerando benefício/custo e as necessidades de cada consumidor”, explica Juliano Frizzo, representante da empresa Filtros Planeta Água. Foto: Divulgação Planeta água

Foto: Divulgação Europa

FILTROS RESIDENCIAIS E PURIFICADORES

Filtro Top Multifilter e Filtro Fit para ponto de entrada da Planeta Água

Especificações do INMETRO

Para melhor escolha, o INMETRO recomenda sempre ficar atento às informações que constam no selo de identificação encontrado na embalagem do produto, pois elas servem para orientar os consumidores quanto ao produto que melhor atende às suas necessidades. O INMETRO não diferencia filtros e purificadores, mas sim aparelhos para melhoria da qualidade de água. Os aparelhos de melhoria da qualidade da água que compulsoriamente devem atender à Portaria INMETRO nº 93, de 12 de março de 2007, são aqueles cuja fonte de água já é previamente tratada, conforme a Portaria nº 2914:2011 do Ministério da Saúde. Dois tipos são possíveis de certificação: - Aparelhos para a melhoria da qualidade da água


por gravidade: aqueles que apresentam sistemas elétricos incorporados, ou não, que se propõem à melhoria da qualidade da água, através do uso de um elemento filtrante, unidade condicionadora interna, ou qualquer outro dispositivo interno, onde a água é transferida de um recipiente para outro pela ação da gravidade: os filtros de barro, de porcelana, de plástico, jarras filtrantes, bebedouros, etc. - Aparelhos para a melhoria da qualidade da água por pressão: aqueles que apresentam sistemas elétricos incorporados, ou não, que se propõem à melhoria da qualidade da água, através do uso de um elemento filtrante, unidade condicionadora interna ou qualquer outro dispositivo interno, onde a água passa através da pressão do local de instalação, purificadores, filtros, etc. De acordo com o INMETRO, o selo de Identificação da Conformidade tem por objetivo indicar que os aparelhos de melhoria da qualidade da água para consumo humano estão em conformidade com a NBR 14908:2004 ou com a NBR 15176:2004, de acordo com os processos de certificação estabelecidos no Regulamento. Vale ressaltar, porém, que a responsabilidade de garantir a qualidade do produto é sempre do fabricante/fornecedor. A Portaria 93/2007 prevê que os ensaios (testes) que devem ser realizados no produto para fins de que o mesmo obtenha o Selo de Identificação da Conformidade são: Ensaios gerais: Ensaio de pressão hidrostática (somente aparelhos de melhoria da qualidade da água por pressão); Ensaio de fadiga (somente aparelhos de melhoria da qualidade da água por pressão); Ensaio de controle de nível microbiológico; Ensaio para determinação de extraíveis. No caso de Ensaios de desempenho: Ensaio para verificação da eficiência de retenção de partículas (somente os aparelhos de melhoria da qualidade da água com essa função); Ensaio para verificação da eficiência de redução de cloro livre (somente os aparelhos de melhoria da qualidade da água com essa função); Ensaio para verificação da eficiência bacteriológica (somente os aparelhos de melhoria da qualidade da água com essa função).

Dicas ao consumidor

De acordo como Anderson Alves à medida que o consumidor brasileiro tem mais acesso à informação e os órgãos competentes ga-


FILTROS RESIDENCIAIS E PURIFICADORES nham mais credibilidade no desenvolvimento de normas para o fornecimento de filtros e purificadores, percebe-se que o mercado brasileiro tem se tornado mais adepto à utilização destes produtos em suas residências, empresas, escolas, entre outros. O selo do INMETRO e a sua obrigatoriedade para todos os aparelhos de melhoria da água são de extrema importância. “Através deste selo, o consumidor brasileiro pode ter a certeza de que o produto foi ensaiado rigorosamente a condições extremas e que o mesmo irá garantir a purificação da água a níveis adequados ao consumo humano. Sempre que forem adquirir um filtro ou purificador de água, verifique se o selo do INMETRO está junto ao produto”, finaliza. Sobre os cuidados que o consumidor deve ter para adquirir um desses utensílios, o INMETRO explica que se deve observar se o aparelho para a melhoria da qualidade da água para consumo humano ostenta o Selo de Identificação da Conformidade do INMETRO no produto e na embalagem. O Selo de Identificação da Conformidade deve ser conforme ao abaixo: No Produto:

desempenho de retenção de partículas, o aparelho deve ser classificado de acordo com as características descritas na tabela 1 das normas ABNT NBR 15176:2004 ou ABNT 14908:2004. A classificação do aparelho deve conter a faixa de tamanho de partícula.

Tabela 1 – Classificação quanto à eficiência de retenção de partículas

Quanto ao desempenho de redução de cloro livre, o aparelho deve ser classificado de acordo com as características descritas na tabela 2 das normas ABNT NBR 15176:2004 ou ABNT 14908:2004. A classificação do aparelho deve conter o percentual de redução de cloro livre disponível.

Tabela 2 – Classificação do aparelho quanto à eficiência de redução de cloro

Na embalagem:

O consumidor também deve verificar algumas características do produto que estão discriminadas no Selo para que o mesmo possa escolher o aparelho mais adequado para as suas necessidades. Para explicar o que significa cada um dos ensaios mencionados no Selo: quanto ao 26 | Meio Filtrante | Janeiro/Fevereiro 2014

Os tipos de filtros e sua manutenção

A escolha de um produto para tratar a água destinada ao consumo humano depende da quantidade de produto a ser consumida, a natureza ou procedência do produto a ser tratado e o tipo de contaminantes que nele existem. Segundo o gestor do Grupo Europa o ideal é possuir um filtro de entrada, que faz a primeira filtragem e elimina os resíduos trazidos pelo encanamento. Depois, é fundamental manter a caixa d’água sempre limpa e higienizada. Por último, um purificador com sistema de filtragem por fibra oca e desinfecção por raios UV garantiria a qualidade total da água e saúde das pessoas. De acordo com Romeu Corci, representante da Master Filter, hoje, no Brasil, podemos encontrar diversos tipos de filtros: os filtros cerâmicos, (ou qualquer outro tipo), são utilizados na filtração por gravidade. Coloca-se água a ser tratada na parte superior e a água a ser


Foto: Divulgação IBBL

consumida na parte inferior. Na manutenção dos elementos cerâmicos é feita por esfregação superficial retirando-se a sujeira retida na primeira camada de material. Nos produtos que utilizam elementos filtrantes porosos de materiais sintéticos e carvão ativado, que trabalham sob pressão e eliminam partículas sólidas e cloro e seus compostos em função da vazão do equipamento. A manutenção dos mesmos é feita com a troca periódica dos refis. Os filtros contra fluxo que se utilizam de materiais inorgânicos de diversas granulometrias e que retém partículas sólidas em suspensão na água. A manutenção pode ser feita através de retro lavagem (inversão de fluxo). Já os filtros micro porosos de fibra oca eliminam partículas sólidas em suspensão maiores que 0,08 microm e eliminam bactérias por micro porosidade. A manutenção dos mesmos é feita com a troca periódica dos refis. Romeu ressalta ainda que existem equipamentos sofisticados munidos de recipientes para água refrigerada, emissores de raios ultravioletas etc. Isabel explica ainda que os filtros têm uma vida útil determinada pelo fabricante e deve ser substituído conforme instruções de uso. Para os purificadores de água, é recomendada que a limpeza externa seja feita com um pano macio e umedecido, utilizando apenas água e detergente neutro. É importante atentar-se para a limpeza na saída da água, principalmente nas torneiras ou bicas, para evitar possíveis contaminações na água. A limpeza neste local deve ser feita com papel toalha levemente umedecido em álcool 70% (disponível nas farmácias).

Purificador de água Avanti da IBBL

Após secar, deve-se descartar a água por alguns segundos para garantir a perfeita higienização sem qualquer risco à saúde. Além da limpeza externa, a troca do elemento filtrante (filtro/refil) deve ser feita conforme indicação de cada aparelho. “Por garantia, a IBBL recomenda que a troca seja feita após o consumo de 2 ou 3 mil litros de água (dependendo do tipo de refil) ou em até 6 meses. Após desenvolver o sistema “Girou, Trocou”, os aparelhos da IBBL não necessitam de manutenção especializada para a troca do filtro. O próprio consumidor pode fazê-lo com facilidade”, enfatiza. Outra questão importante e que gera muita dúvida, quando falamos no tratamento de água, é sobre os cuidados com a caixa d’água. De acordo com Romeu é imprescindível que as mesmas tenham um bom sistema de vedação para evitar a presença de poeira, e contaminantes mais sérios como ratos, pombas etc. Se a caixa d’água estiver limpa, com manutenção regular e com a utilização de filtros eficientes, pode-se aumentar a vida útil dos purificadores utilizados em residência e comércios. “A limpeza da caixa d’água, deve ser feita a cada seis meses conforme recomendação da Agência Nacional de Vigi-

lância Sanitária – ANVISA, e sempre por um profissional especializado. A caixa d’água quando não está limpa e adequadamente vedada, oferece alto índice de contaminação. Por isso, mesmo que a casa tenha um purificador, é essencial que a limpeza da caixa seja feita periodicamente”, completa Isabel da IBBL. RMF Contatos: Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP: www.fsp.usp.br Filtros Planeta Água: www.planetaagua.ind.br Grupo Europa: www.europa.com.br IBBL: www.ibbl.com.br Master Filter: www.masterfilter.com.br Pentair: www.pentair.com.br

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ESPECIAL

Fazer a troca do filtro e do óleo lubrificante evita danos e perdas Saiba por quais razões é preciso estar em dia com estas trocas para a manutenção de peças e motores

M

Foto: Divulgação Mann+Hummel

as, afinal, por que é tão importante o papel dos filtros e óleo na manutenção de peças e motores em geral? Às vezes não fazemos ideia do estrago que pode acarretar a um equipamento, que acaba ficando danificado ou inutilizado, gerando prejuízos econômicos, de produção e de investimentos. Por isso, seja para qual aplicação for utilizado um filtro precisa passar por manutenção ou troca para que funcione e cumpra sua missão de limpar as impurezas. Com o filtro de óleo lubrificante, a responsabilidade é a mesma porque estão envolvidos diversos mecanismos interdependentes que se não receberem um óleo bem tratado e não estiverem com os filtros em dia podem causar uma reação em cadeia que provoca danos ou perdas. A explicação é simples. De acordo com Pedro Ortolan, diretor de vendas reposição & marketing da Mann+Hummel, fabricante mundial de filtros automotivos de ar, óleo e combustível para veículos leves e pesados, o filtro do óleo é responsável por eliminar e manter o circuito de lubrificação do mo-

Pedro Ortolan, diretor de vendas reposição & marketing da Mann+Hummel 28 | Meio Filtrante | Janeiro/Fevereiro 2014

tor isento de impurezas e deve ser substituído juntamente com a troca programada do óleo lubrificante. “Quando este procedimento não é observado, o óleo recém-colocado no cárter tem sua durabilidade reduzida devido à contaminação do óleo novo com o óleo velho que estava dentro do filtro que não foi substituído.” Segundo ele, o sistema de filtragem é fundamental para a preservação do bom desempenho do motor e da vida útil de seus componentes, protegendo o equipamento de desgastes prematuros, pois ele tem como função reter e impedir a entrada de impurezas no sistema de lubrificação. O fato é que o filtro de óleo exerce papel fundamental no sistema de lubrificação de motores e peças. Domingos Carapinha, gerente de desenvolvimento de produtos da MWM International, uma das principais fabricantes de motores diesel do mundo para os segmentos veicular, agrícola, industrial e marítiMotor MWM mo, explica que, durante MaxxForce 3.2H a utilização do motor, os componentes sofrem leve desgaste já previsto em projeto (componentes de ferro fundido, bronze, alumínio etc). O que acontece é que o material proveniente deste leve desgaste fica misturado ao óleo lubrificante do motor. Quando o óleo passa pelo filtro, as partículas ficam presas dentro do filtro e o óleo lubrificante segue “limpo” para o restante do motor para fazer a lubrificação dos componentes. “Se o filtro não é substituído dentro do período especificado em projeto, existe a possibilidade do

Foto: Divulgação MWM International

por Cristiane Rubim


Foto: Divulgação Mahle Metal Leve

A necessidade da prevenção

Desde muito cedo, Rodolfo Cafer, inspetor técnico da Mahle Metal Leve, fabricante mundial de componentes de motor e geradora de tecnologia de ponta para a construção e montagem de motores, escuta este ditado: “A economia é a base da porcaria.” Na opinião dele, muitos empresários veem a manutenção preventiva, troca de óleo, filtros e revisão do sistema de injeção como despesas. Segundo ele, estes empresários esquecem Rodolfo Cafer que a manutenção corretiinspetor técnico da Mahle Metal Leve va não pode ser programa-

Tubo esmagado por excesso de restrição resultado do acúmulo de borra de óleo lubrificante não trocado no período recomendado

Borra ocasionada por exceder o período de troca ou utilizar lubrificante não especificado

da e, quando ela ocorre por quebra do equipamento pela falta de manutenção preventiva, leva à parada com carga, atrasos ou falta de entrega com multas, perda de contratos, repasse de frete e custos e outras despesas não previstas. “Já a manutenção preventiva pode ser programada para ocorrer nas paradas por falta de carga, entressafras, períodos de espera e outras paradas programadas, o que evita despesas indesejadas”, aconselha. Cafer explica que o motor é um sistema fechado. “O que está dentro, como líquidos, combustíveis, etc., não deve sair, e o que está fora - abrasivos, líquidos e contaminantes - não deve entrar. Os únicos abrasivos que podem ter em um motor são os que vierem de fora por falha no sistema de filtragem do combustível e ar, e dos que não forem removidos pelo sistema de filtragem do óleo do motor”, exemplifica. Pensando esta questão a longo prazo, os desgastes de componentes internos ocorrem pela falta de remoção dos abrasivos internos, que devem ser retidos pelo filtro do óleo, mas que acabam se tornando os abrasivos dos componentes, a serem retirados quando o filtro for removido. Se isso não ocorrer, os componentes internos terão uma sensível redução de vida útil. “Os filtros são elementos de sacrifício. Filtros que não sujam ou não entopem também não filtram, e existem muitos profissionais que acham que o filtro deve ‘durar’ muito, e não ‘filtrar’ muito, o que é um conceito muito ruim pensando em manutenção”, analisa. Qualquer falha em um sistema de lubrificação ou filtragem irá gerar danos irreversíveis em um motor. Os danos, segundo Cafer, podem ser ocasionados pelo contato metálico entre pistões e anéis contra os cilindros, contato entre os colos do virabrequim e as bronzinas de bielas e mancais, dos mancais dos eixos de comando nos colos dos mesmos, dos tuchos nos alojamentos, das válvulas nas guias e demais contatos metálicos que são evitados com a lubrificação adequada. Já percebemos o papel e importância dos sistemas de filtragens e filtros para a manutenção adequada de motores e peças. O inspetor técnico da Mahle Janeiro/Fevereiro 2014 | Meio Filtrante | 29

Foto: Divulgação Mahle Metal Leve

entupimento ou até mesmo do rompimento do material interno do filtro. Deste modo, o óleo passa por dentro do filtro, mas a filtragem não acontece. Com isso, as partículas misturadas ao óleo vão para os componentes internos do motor, o que gera riscos que podem comprometer o desgaste e a vida útil do propulsor”, aponta. Na visão de Luís Henrique Alves, supervisor de serviços e contratos da Aerzen do Brasil, empresa de atuação global que oferece soluções técnicas customizadas em compressores e sopradores rotativos, o filtro resguarda todo o funcionamento do sistema e atua como um alerta. “É ele que garante o funcionamento do sistema de lubrificação com confiabilidade. Hoje existem sensores que acusam qualquer falha, como sensor de pressão, entupimento e temperatura do óleo”, destaca. Quanto aos danos ocorridos pela falta de manutenção, Luís diz que podem ser desde o comprometimento prematuro do conjunto mecânico até a quebra de peças vitais, como rolamentos, engrenagens, selagem, eixos, ou seja, todo o equipamento. Conforme explica Carapinha, da MWM International, o óleo lubrificante do motor passa por um processo de degradação durante o período em que é utilizado no propulsor. “Por isso, quando o período de troca de óleo não é obedecido e o mesmo ultrapassa o tempo de uso limite de especificação, corre-se o risco de que o óleo não realize a lubrificação dos componentes do motor em função da degradação acima do aceitável”, esclarece. Segundo ele, alguns componentes também podem entrar em colapso como consequência da falta da lubrificação adequada. Os que sentem primeiro o efeito são o turbo compressor, bronzinas de mancal de virabrequim e biela, camisas, anéis, pistões (região do pino), sistema de válvulas e mancais de engrenagem.


Filtros removidos com ferramentas e processos de manutenção inadequados

Foto: Divulgação Mahle Metal Leve

Metal Leve esclarece os processos que ocorrem no motor e o trabalho dos filtros para limpeza dos componentes. Conforme explica, durante o funcionamento, os motores convertem a energia química armazenada no combustível em energia mecânica. Para isso, os pistões fazem um movimento alternativo de subida e descida. “Pela construção do motor, onde o eixo virabrequim se comporta como uma manivela, os movimentos dos pistões são convertidos em movimentos circulares, o que exige a necessidade de lubrificação. Mesmo nos melhores motores, sempre existiram, em sistemas mecânicos, o contato metálico, que gera a fragmentação de materiais.” De acordo com Cafer, nos motores, são utilizados materiais diversos internamente, como cromo e molibdênio nos anéis, alumínio nos pistões, ferro e aço nas camisas e cilindros, estanho nas bronzinas e titânio nas turbinas. Por este motivo, quando há o contato, ocorrem o desprendimento de fragmentos e a geração de borras e resíduos da combustão incompleta. “Se não forem realizadas a filtragem e a remoção destes elementos, os fragmentos irão se comportar como abrasivos atacando os demais componentes, assim como a borra também irá obstruir a passagem adequada do lubrificante, acentuando possíveis falhas de lubrificação. Nesta condição, os filtros e sistemas de filtragem são primordiais para obter de um motor a maior vida útil possível,” aponta. As principais características dos filtros do óleo lubrificante aplicados em uso nos motores de combustão interna, segundo Cafer, são a baixa restrição e elevada vazão se comparado com outros tipos de filtros, além dos sistemas incorporados para garantir a passagem do óleo quando ocorrem oscilações

Pistões desgastados por abrasivos 30 | Meio Filtrante | Janeiro/Fevereiro 2014

no sistema de bombeamento de óleo lubrificante do motor. “Estas características são essenciais para os motores, pois, durante o funcionamento do motor, o movimento alternativo dos pistões, ao converter a energia química armazenada nos combustíveis fósseis em energia mecânica fazendo o giro do eixo, exige dos componentes internos dos motores solicitações de esforço onde nenhum outro componente similar de outras aplicações se aproxima”. Devido a estas solicitações, conforme explica, a necessidade de lubrificação se torna muito maior do que em qualquer outra aplicação com filtros. “Estas condições adversas de carga nos componentes criam a necessidade de um filtro, quando aplicado nos motores, se comportando como se no sistema inteiro não existissem filtros ou restrições”, analisa.

Desgaste no eixo e bronzinas por falha no sistema de lubrificação e filtragem

Na opinião de Cafer, nos últimos 20 anos ocorreu uma revolução no projeto dos motores mais recentes. “O desempenho, rotação, torque e solicitações atingiram capacidades elevadíssimas. Para atender a estas exigências, muitas vezes os projetistas utilizam sistemas de lubrificação com derivação (filtragem parcial) para garantir o atendimento de lubrificante necessário ao motor. Nesta condição, além de um filtro com baixa restrição, há o fluxo do lubrificante diretamente atendendo ao motor sem interferência neste fluxo e a garantia da filtragem necessária para a remoção dos microfragmentos gerados pelo contato metálico dos componentes durante o funcionamento do motor.”

Troca de filtro e óleo junto

Para não provocar o entupimento do filtro, o que ocasionaria sérios danos ao motor e às peças, é recomendada a troca do filtro a cada troca de óleo porque é uma garantia ao bom funcionamento do motor. “A troca de filtro do óleo junto com a troca do óleo não gera nenhum problema ao motor, ao contrário, garante a remoção tanto das borras resultantes da queima incompleta do combustível e reação química como dos abrasivos retidos durante o processo de filtragem”, afirma o inspetor técnico da Mahle Metal Leve. A empresa produz turbinas para motores diesel no Brasil e

Foto: Divulgação Mahle Metal Leve

Foto: Divulgação Mahle Metal Leve

ESPECIAL



ESPECIAL Exemplos reais de danos às peças e motores

Foto: Divulgação Aerzen

Foto: Divulgação Aerzen

Os problemas mencionados resultaram na obstrução da passagem de óleo. A seguir, veja o que resultou na falta de lubrificação de óleo nas engrenagens.

O técnico identificou que as engrenagens trabalharam a seco, sem película de óleo. As marcas no rolamento indicam a evidência.

Foto: Divulgação Aerzen

Rainer vonSiegert, diretor-geral da Aerzen do Brasil, e Luís Henrique Alves, supervisor de serviços e contratos da empresa, elencaram um caso real vivido em um compressor da marca, que chegou a travar por falta de lubrificação. O motivo, segundo eles, foi a falta de preocupação com a manutenção do equipamento, já que, apesar de operar com o filtro de óleo, não foi trocado, e possivelmente nunca tenha sido trocado, ocorrendo, então, o desprendimento da malha interna do filtro, que acabou se alojando no bico de lubrificação das engrenagens de sincronização do compressor. Eles afirmam que, por falta de lubrificação, as engrenagens, pelo esforço no trabalho, se desgastaram prematuramente, inclusive, seus dentes quebraram-se. A mesma causa também provocou o desgaste prematuro dos rolamentos do eixo. “Como se vê, uma causa dessas provoca uma reação em cadeia, podendo levar à perda do equipamento, dependendo da extensão dos danos”, avaliam. Acompanhe pelas fotos e legendas os detalhes da análise deste caso. Compressor VM 510B J série Nº. 898.978 Na desmontagem, o primeiro problema encontrado foi o eixo quebrado. Com o eixo quebrado, a máquina ficou em funcionamento por muitas vezes.

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Abaixo, o filtro utilizado não recomendado pela Aerzen.

Foto: Divulgação Aerzen

Durante a desmontagem, o técnico encontrou também o anel de retenção fora do rolamento e encostado no acoplamento da bomba de óleo, que tinha desgaste excessivo.

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Conclusão

Após o primeiro problema (eixo quebrado), a máquina foi operada por muitas vezes depois. E o filtro, não sendo original para o equipamento, ocasionou a obstrução da passagem de óleo pela tubulação, aquecendo as engrenagens e rolamentos.


Foto: Divulgação Mahle Metal Leve

turbos para motores leves com tecnologia Downsizing na Europa e Cafer diz que os turbos são os elementos externos (periféricos) que mais sofrem com falhas em sistemas de lubrificação e filtragem. Segundo ele, para obter resultados efetivos na manutenção, é preciso prestar atenção para que, no momento da troca, o filtro usado, se for do modelo Spin-On, conhecido como filtro de rosquear, não seja apertado no meio, onde o corpo tem uma chapa de pouca espessura, e que, se for danificada, permite que o material retido acabe forçado para dentro do motor, eliminando todo o trabalho de retenção realizado por ele. Para evitar o entupimento e minimizar a geração de borra, o correto, conforme o inspetor técnico da Mahle Metal Leve, é realizar a troca do lubrificante e filtro dentro do período determinado pelo fabricante do motor ou veículo, utilizando o filtro adequado e lubrificante no caso de motor de uma máquina ou estacionário. Se for motor de um veículo, deve-se seguir as recomendações de manutenção do fabricante do veículo. “Isso ocorre porque um motor aplicado em um caminhão na dianteira e o mesmo motor aplicado na traseira de um ônibus trabalharão em regimes diferentes com ataque de contaminantes em condições diversas. Por esse motivo, os períodos de manutenção não serão iguais, o que obriga a seguir o manual de manutenção do veículo e não o do motor”, indica. Um fato importante é que quem determina o lubrificante adequado é o fabricante do motor ou veículo ou quem fez o desenvolvimento do motor para a montadora ou fabricante do motor. O tempo de utilização e de troca dos filtros é diferente nos motores industriais e nos veiculares. De acordo com Cafer, normalmente, os motores

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Foto: Divulgação Mahle Metal Leve

Desgaste de cilindros por abrasivos

industriais trabalham longos períodos em um leque de 1, 2 ou 3 rotações predeterminadas, como geradores de energia - no Brasil, múltiplos de 60 e, nos EUA, múltiplos de 50 devido à frequência de geração 60 ou 50 Hertz -, compressores de ar, conectados a bombas hidráulicas e outras aplicações. “Nestes motores, o período de manutenção é determinado em horas de uso, diferente das aplicações veiculares onde a manutenção é definida em quilômetros. Nos industriais, os filtros de ar podem ser parte de sistemas de filtragem de ambiente ou de cabines seladas, onde existem diferentes processos e controles, e por serem motores estáticos (fixos), mesmo usando filtros iguais, quando realizado acompanhamento de lubrificantes, o desgaste e a contaminação dos lubrificantes são menores nesta aplicação, porém, a troca do filtro deve ser no período recomendado”, avalia. Ortolan, da Mann-Hummel, diz que os filtros devem ser trocados de acordo com a recomendação do fabricante do equipamento, seja ele industrial ou automotivo. “Este intervalo de troca é especificado no manual do equipamento”.

Filtro de óleo linha leve

Ortolan também concorda com a troca do óleo e do filtro junto. “Quando o consumidor opta por não realizar a troca do filtro toda vez que faz a troca do óleo, estará comprometendo a qualidade do óleo lubrificante e seu desempenho, prejudicando a vida útil do equipamento”, adverte. Por isso, os principais danos ou problemas causados por óleo contaminado com impurezas ou utilizado além da quilometragem especificada pelo fabricante são o baixo desempenho e os desgastes prematuros das peças e da vida útil do equipamento.

Definições de troca

Arraste de material da haste da válvula por falha no sistema de lubrificação e filtragem do óleo

As recomendações do fabricante são importantes para manter em dia as peças e motores porque, segundo Carapinha, da MWM International, geralmente, a especificação de manutenção é determinada durante o processo de desenvolvimento do motor. “São feitos ensaios para verificar a capacidade e a necessidade de filtragem para definição do tamanho do filtro de óleo lubrificante e tamJaneiro/Fevereiro 2014 | Meio Filtrante | 33


cação de componentes filtrantes e processos de fabricação de filtros em Stuttgart na Alemanha. Nos demais Centros Tecnológicos no Brasil, em Jundiaí, na Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos, Japão e China, além de filtro, os sistemas de filtragem, onde se destacam as unidades de filtragem junto com o desenvolvimento dos motores, componentes periféricos, como caixas de filtros, coletores de ar, tampas de válvulas com condensadores de vapor de óleo, válvulas de retorno de vapor de óleo, etc., e componentes internos, como pistões, anéis, camisas, bronzinas, bielas, eixos de comando, tuchos de válvulas, válvulas, guias e sede de válvulas, engrenagens, sinterizados etc. Foto: Divulgação Mahle Metal Leve

bém para verificar o consumo de óleo do motor, a vida do óleo lubrificante e o nível de desgaste dos componentes do motor. De posse destas informações, definimos o tamanho do cárter, o volume de óleo, a especificação do óleo e o intervalo de troca de óleo”, explica. Domingos Carapinha Na Aerzen, como fabricante, gerente de existe, de acordo com Alves, desenvolvimento de produtos da MWM um plano de manutenções International nos manuais onde informam quais os períodos de troca dos elementos filtrantes como também qual a especificação e tempo de troca do óleo. “Nosso planejamento é feito pela necessidade do nosso cliente, oferecendo todo tipo de manutenções, preditiva, corretiva, ferrografia, análise de vibrações etc”, expõe.

Foto: Divulgação Aerzen

Foto: Divulgação MWM International

ESPECIAL

Bronzinas com desgaste por abrasivos

Luís Henrique Alves, supervisor de serviços e contratos da Aerzen do Brasil

Investimento em tecnologia

Foto: Divulgação Mahle Metal Leve

A Mahle Metal Leve investe em desenvolvimento tecnológico e detém tecnologia para fabricação de componentes e motores para todas as montadoras dos mercados nacional e mundial. Atualmente a Mahle tem um Centro de Tecnologia voltado somente para filtros e sistemas de filtragem e fabri-

O Centro Tecnológico em Jundiaí pesquisa, além dos componentes, processos para a fabricação dos produtos, principalmente filtros, que são elementos de reposição constante, ou seja, sempre que ocorrerem trocas de óleo e manutenções de motor e componentes de longa vida útil, como os pistões, anéis, camisas, bronzinas e outros componentes, além da pesquisa para melhoria dos motores. “Dentro de poucos meses em todos os lançamentos de ponta no Brasil, serão encontrados os principais produtos Mahle Metal Leve tanto na parte interna do motor como na externa, quer seja em filtros, caixas ou componentes internos, além da tecnologia para o desenvolvimento dos motores”, revela Cafer. O inspetor técnico cita como exemplos um motor da década de 80, que, normalmente, durava entre 80.000 e 100.000 km e um motor atual. “Hoje, um

Mahle Metal Leve S.A.- Jundiaí -SP 34 | Meio Filtrante | Janeiro/Fevereiro 2014


Foto: Divulgação Mahle Metal Leve

Desgastes ocasionados por abrasivos nos anéis de primeira e terceira canaletas, que são cromados ou com molibdênio e acabam se tornando mais abrasivos internos

motor com a mesma cilindrada, após passar pelo desenvolvimento dos componentes e sistemas (filtragem, lubrificação, alimentação e outros), com o dobro do torque e potência, menor consumo de combustível, emissão próximo ao “zero” desejado pela sociedade, dura mais de 300.000 km quando são realizados a condução, a manutenção e o uso como recomendado pelo fabricante”, compara. Segundo Cafer, no Brasil, diferentemente do restante do mundo, a renovação de frota está ocorrendo há quase dez anos, e boa parte dos veículos que deveriam ser sucateados migra para regiões de menor poder econômico. “Com isso, ocorre um aumento de vendas tanto para a reposição de componentes dos veículos novos quanto para a manutenção dos veículos mais antigos. Como os veículos de projetos recentes recebem cada vez mais tecnologia, os componentes destes veículos acabam cedendo tanto tecnologia como processos de fabricação e desempenho para os componentes de reposição dos veículos mais antigos. Isso acaba melhorando tanto o funcionamento como a vida útil

destes veículos, mesmo sendo muitas vezes veículos em final de vida útil”, ressalta. Para Pedro Ortolan, as inovações acontecem de acordo com as exigências do mercado e da sociedade. Segundo ele, os sistemas de filtragem seguem as tendências das montadoras com as quais a empresa desenvolve em conjunto novos produtos que atendam a esses avanços tecnológicos. O mercado de autopeças segue as inovações que os equipamentos e motores passam ao longo do tempo. “Todo esse conhecimento e novas tecnologias são aplicados não só para atender as montadoras, mas também às exigências do mercado de reposição. As inovações vão desde produtos com melhores desempenhos de filtragem até melhorias no processo produtivo.” A Mann+Hummel faz pesquisas, desenvolve e inova em novos produtos e processos de fabricação para atender às determinações dos novos modelos de veículos que estarão no mercado nos próximos anos. “O nosso Laboratório de Testes é referência e está preparado para oferecer o que há de melhor ao mercado.” A Mann+Hummel possui fábricas no mundo todo e sua matriz na Europa, onde a eficiência energética é um tema cada vez mais em pauta. Por isso, investe em treinamento, capacitação de funcionários e nas unidades fabris constantemente para atender a esta tendência do mercado. RMF Contato das empresas: Aerzen do Brasil: www.aerzen.com.br Mahle Metal Leve: www.mahle.com.br Mann+Hummel: www.mann-hummel.com MWM International: www.mwm.com.br


TECNOLOGIA

Microfiltros, onde estão e como influenciam o nosso dia a dia Com o avanço da nanotecnologia é cada vez mais comum encontrar filtros de pequeno porte nos mais variados setores, que vão desde o campo industrial ao hospitalar

Foto: Divulgação Kuefner

por Daiana Cheis

Filtro V Küfner - Automotivo: aplicação bomba de injeção diesel de alta pressão, pressão de até 2.000 bar. Aplicação: carros a diesel na classe superior e média como filtro de combustível. Objetivo: proteger a bomba de injeção de sujeiras e danos. Vantagem da geometria especial: queda de pressão menor quando comparado com filtros convencionais de tela cilíndrica

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as mais diversas utilidades, a existência de microfiltros, normalmente, passa despercebidos no dia a dia dos usuários. Isso porque, os componentes são usados desde máquinas e equipamentos industriais até em aparelhos domésticos, como uma máquina de lavar roupas, no celular, na linha telefônica, etc. Independente do tamanho, os microfiltros são aplicados em campos diferentes, mas todos têm uma mesma função: filtrar partículas. Ou seja, apresentar a separação eficaz de resíduos, tornando os processos produtivos menos poluentes. Temos o microfiltro para partículas, cuja indicação adequada para remoção de sólidos em sus36| Meio Filtrante | Janeiro/Fevereiro 2014

pensão na água, reduzindo sua turbidez. No geral, são usados no pré-tratamento de equipamentos de osmose reversa ou em locais onde se deseja retirar partículas e sedimentos da água de rede ou poço. Tem como características ser um microfiltro de profundidade, em polipropileno, tipo spun-MB, confeccionado com tecnologia melt-blown. O que nos remete à microfiltração no tratamento de água, em que usamos o processo na remoção da maioria dos patógenos e contaminantes, como cistos de Giardia lamblia, cistos de Cryptosporidium, protozoários, bactérias maiores e vírus. Este processo tem algumas vantagens em relação ao tratamento convencional, tais quais: • Produção de água com qualidade superior; • Adição de quantidade bem menor de produtos químicos; • Requer menor energia para operação e manutenção; • Proporciona projeto e construção de sistemas compactos, fáceis de serem implantados. Na área industrial, por exemplo, encontramos a variedade desses componentes em bicos injetores, filtros para sistemas de injeção, sistemas de freios, sistemas de combustíveis, sistema de freio, sistema de ar condicionado, etc. Nos processos de filtragem é levado em consideração o consumo de energia e controle de poluentes, a meta é reduzir os gastos de energia e aumentar a proteção ao meio ambiente. Neste contexto entra uma gama enorme de microfiltros, podendo ser classificados em dois grupos: microfiltros de tela metálica e microfiltros de tela sintética. O material aplicado e o formato são as principais diferenças enquanto que a forma de montagem e o processo de limpeza e reaproveitamento estão


Foto: Divulgação Kuefner

Filtro Flexi-Clip Küfner - Automotivo: aplicação válvula de controle de comando de válvulas. O meio filtrante é óleo do motor. Ação: retenção de resíduos, garantindo o tempo de abertura e fechamento das válvulas. Característica: estável e fácil de instalar. Sem o uso do filtro haverá um maior consumo de combustível e Cristal - MF 66.pdf 1 18/12/2013 14:48:20 do motor redução no torque

da, na área de telas e filtros, com três unidades na Alemanha. Com 60 anos de experiência no ramo da indústria, as duas divisões da empresa são líderes absolutas de tecnologia e de mercado. Na área da saúde, a Küfner que é especializada em soluções de filtragem individuais para substâncias líquidas e gasosas, desenvolveu um novo elemento filtrante para misturador de cimento ósseo. Uma nova técnica de tratamento da osteoporose, minimamente invasiva, conta com o desenvolvimento de um meio filtrante que impede a entrada de elementos contaminantes quando da injeção de resina com cimento ósseo na área afetada. O processo é menos dispendioso, permite uma rápida recuperação mantendo a mobilidade do paciente. “Não há um limite definido para a aplicação de microfiltros, hoje com a nanotecnologia surge um novo universo de atuação”, diz Viehmann.

Solução nacional

Há 18 anos no mercado, a Cristal é uma das fábricas que se especializou em fabricação de microfiltros. Ícone neste setor, é hoje uma das principais referências mundiais em componentes técnicos. Além de uma linha de produtos com a sua própria marca, também trabalha junto a outras empresas, do projeto ao produto final, desenvolvendo e pro-

Foto: Divulgação Cristal

entre as vantagens. “Não há um limite definido para a aplicação de microfiltros, hoje com a nanotecnologia surge um novo universo de atuação. Outro fator importante, que observamos no desenvolvimento de novas soluções de filtragem, é a produção de filtros que possam ser limpos com facilidade e reaproveitados”, esclarece o engenheiro mecânico e representante da Küfner no Brasil, Paulo Viehmann. Além do setor industrial, encontramos microfiltros nos mais diversos setores, exemplo: alimentos, cosméticos, médica, entre outros. A Küfner é uma empresa priva-

Microfiltros Cristal

duzindo com eficiência para diversos setores, entre eles a indústria automobilística, médica e de eletrodomésticos, entre outros desenvolvimentos específicos para demais áreas. “A necessidade de eficiência em pequenos equipamentos fez com que fosse criada uma série de microfiltros para filtrar diferentes tipos de líquidos e gazes”, aponta o diretor-presidente da Cristal, Sidnei Gomes. Embora todos os microfiltros tenham como base a mesma finalidade, garantir o perfeito funcionamento do equipamento, cada um tem um material específico de acordo com a função, e as diferenças estão no design e na forma de montagem. “Desta maneira, não existe a possibilidade de uma adaptação de algo que já esteja desenvolvido”, diz Gomes. RMF Contato das empresas: Cristal: www.cristal.ind.br Küfner no Brasil: www.kuefner.com


EVENTOS

Tecfil premia os melhores fornecedores de 2013 em uma festa de gala

Fotos: Masayuki Morishita

por Vicente de Aquino

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harme, sofisticação, descontração e compromisso com a qualidade. Essas quatro palavras podem definir bem o que foi a festa de entrega do 16º prêmio “Projeto Fornecedor 2013”, que aconteceu no último dia 19 de novembro das 8h30 às 14h, no Caesar Park International Airport, em Guarulhos. A premiação, que chegou ao 16º ano, teve no diretor de administração e suprimentos da Tecfil, Ricardo Menezes Brandão, o seu idealizador e um dos maiores entusiastas: “Começamos o Projeto Fornecedor em 1997. No ano seguinte, resolvemos fazer a primeira cerimônia de premiação. Ele representa para nós um reconhecimento à parceria e sinergia existentes entre a Tecfil e os seus fornecedores. Na realidade, gostamos de chamá-los de parceiros es38 | Meio Filtrante | Janeiro/Fevereiro 2014

tratégicos, pois com eles desenvolvemos projetos de melhoria contínua”, disse Ricardo. O trabalho com os fornecedores, segundo o executivo, é feito de forma intensa para estimular a criatividade: “Quando consultados, ajudamos com ideias para tentar a maximização de todo o processo. Procuramos estimular o fornecedor a conseguir melhorias. E, por esse motivo, todo final de ano premiamos os melhores”, afirmou. E para medir quem são realmente os melhores, a Tecfil utiliza um parâmetro próprio: o IQF (Índice de Qualidade do Fornecedor), que apresenta três pontos básicos: o QP, Qualidade do Produto; o PE, Pontualidade na Entrega; e o AC, Atendimento Comercial. Esses pontos recebem notas e é feita uma média para serem escolhidos os premiados.


A Tecfil também se preocupa com os fornecedores que não conseguiram atingir as metas para serem agraciados: “Duas semanas após a premiação é feito um workshop. Nele, procuramos encontrar soluções para os problemas detectados. É dessa forma que procuraRicardo Menezes Brandão, mos agregar valores para diretor de administração uma participação comere suprimentos da Tecfil cial maior e um desenvolvimento daqueles que não atingiram as metas estabelecidas”, explica Ricardo. Para Brandão, a tríade qualidade, preço e prazo de entrega é fundamental para ser premiado no Projeto Fornecedor: “O trabalho com os nossos parceiros é constante, mês a mês. Se percebemos que ele não está atendendo as expectativas, o chamamos. Colocamos a área técnica da Tecfil em contato com a área técnica da empresa fornecedora. Fazemos de tudo, inclusive treinamentos, para que ele possa atender a todas as especificações da demanda. A nossa prioridade número um é manter a qualidade”, afirmou.

A premiação

A festividade da entrega do prêmio “Projeto Fornecedor 2013” começou às 8h30 com a recepção aos convidados. Em seguida foi servido um coffee break e, às 10h30, as apresentações foram iniciadas com palavras do diretor-administrativo e de suprimentos da Tecfil, Ricardo Menezes Brandão, e de Rogel Delgado Santos, controller da empresa, que falou sobre as perspectivas para 2014: “Esperamos o crescimento no PIB entre 2% a 3% e a produção automobilística chegando a 4 milhões de unidades, mantendo o pais na quarta posição mundial. Acreditamos que a redução do IPI será mantida como também as linhas PSI – BNDES que são atrativas ao setor”, disse. Delgado continuou que os desafios para 2014, da Tecfil, continuam sendo o pilar que norteia todo o gerenciamento da indústria: “Eficiência, produtividade, qualidade, competitividade, excelência no atendimento, novos lançamentos e menores custos operacionais e fiRogel Delgado Santos, nanceiros’’, explicou. controller da Tecfil

Os premiados

Um total de 16 empresas foram premiadas no “Projeto Fornecedor 2013”. Algumas pela primeira vez e outras que já possuem uma bagagem e experiência de edições anteriores. É o caso da Armco, que trabalha com relaminação de aço. Foi a segunda premiação da empresa como destaque em atendimento comercial, que conseguiu um padrão de qualidade que é enaltecido pela sua parceira. “Decidimos que faríamos alianças estratégicas para buscar um crescimento contínuo. Com a Tecfil, conseguimos acertar a área de segmentos e houve uma afinidade industrial muito grande. Identificamos neles a mesma ambição industrial que temos”, disse o diretor-presidente da Armco, Carlos Rotella. “Eles têm uma cabeça parecida com a nossa. Trabalham de forma impecável, com muita competitividade e estratégias pré-estabelecidas”, afirma Rotella. Para Willy Davis Bordignon, vice-presidente de marketing da Ahlstrom, indústria de papéis especiais, o prêmio de destaque em atendimento comercial recebido da Tecfil “Foi muito importante, pois mostra que continuamos mantendo um trabalho muito próximo. Nossa parceria é muito valorizada e a Tecfil é hoje um dos nossos clientes mais importantes”, falou. A parceria existe desde 1995, data da instalação da

Relação de premiados em 2013

Na área de Índice de Qualidade de Fornecimento; Agel (Barueri), vedações de borracha e plástico (7ª premiação); Exper (Indaiatuba) expansão e perfuração de metais (3ª premiação); Germol (SP) molas industriais (13ª); Ferrane (Mauá) estamparia metálica (2ª); Gráfica Rex (RS) embalagens litografadas (9ª); Injetec (Osasco) injetados plásticos (1ª); JB (SP) juntas de borracha (11ª); Licav (Limeira) estamparia metálica (2ª); Mas-Tin (Arujá) sistemas de poliuretano (6ª); Neenah Gessner (Alemanha) papel filtrante (2ª) e Sika (SP) indústria química (12ª). Nos prêmios especiais se destacaram: Gráfica Rex, destaque em inovação; Ahlstrom (Louveira) destaque em atendimento comercial; Armco (SP) distribuição de aços planos e destaque em atendimento comercial; Auriga (Itaquaquecetuba) injeção plástica e destaque em atendimento comercial; Luguez (Guarulhos) espumas técnicas e destaque em atendimento comercial; S-3 Comercial Ltda (Guarulhos) peças injetadas e destaque em atendimento comercial; Agel (Barueri) destaque na pontualidade de entrega; e Licav (Limeira) destaque na qualidade de produto.

Janeiro/Fevereiro 2014 | Meio Filtrante | 39


EVENTOS Ahlstrom no Brasil: “Foi praticamente uma simbiose. Procuramos nos adequar aos pedidos feitos pela Tecfil, mas também impusemos um padrão de qualidade que nunca deixou a desejar. O princípio de acatamento de ideias funcionou de maneira perfeita e, por isso, podemos dizer que nosso relacionamento nunca sofreu um abalo”, disse Willy Davis. Ganhando pela segunda vez na categoria Índice de Qualidade do Fornecedor, a empresa alemã Neenah Gessner, sem sede no Brasil, sente orgulho da parceria mantida com a Tecfil. Para o seu vice-presidente, Chistoph Stenzel, que esteve no Brasil para receber o seu troféu, “é muito importante esse reconhecimento. A Tecfil é um dos clientes mais importantes do Brasil e da América do Sul. É um mercado muito especial, pois o Brasil é um país único. Hoje temos fábricas nos Estados Unidos, Ásia e América do Sul, além da Europa’’, afirmou Stenzel. A Germol foi outra vencedora na área de destaque em atendimento. Foi a 13ª premiação da empresa, mas seu diretor Gérson Almeida diz “que não é uma rotina não. A cada ano procuramos nos aperfeiçoar. Superação é a nossa palavra de ordem. Com o empenho dos funcionários nós podemos continuar transformando sonhos em realidade. Não sabemos onde podemos chegar, pois o nosso desafio depende do cotidiano. Isso no traz desafios. Se não tivermos essa preocupação constante, os concorrentes nos engolem. Tem que investir sempre em tecnologia e qualidade de mão de obra. Por esse motivo, tratamos nossos funcionários

Sistema utilizado na premiação

Conforme o Sistema de Gestão de Qualidade da Tecfil determina, os fornecedores de matéria-prima são avaliados pelo IQF, o chamado Índice de Qualidade do Fornecedor. Ele é composto de três quesitos: qualidade do produto, pontualidade de entrega e atendimento comercial. Cada um deles possui uma meta específica, que é estipulada anualmente nas áreas envolvidas. O Projeto Fornecedor é um evento que ocorre anualmente na Tecfil, desde 1998, e tem como principal objetivo premiar os melhores fornecedores, ou seja, aqueles que alcançaram ou ultrapassaram as metas e são certificados e reconhecidos pela excelência no fornecimento do período avaliado. Desde 2006, a premiação passou a abranger um número específico de fornecedores de serviços ou itens de MRO – Manutenção, Reparos e Operações. Neste caso, a avaliação ocorre de forma diferenciada, porém, mantém o foco na Qualidade Total.

40 | Meio Filtrante | Janeiro/Fevereiro 2014

como uma família’’, diz. As palavras de Gérson são totalmente endossadas por Douglas de Almeida, engenheiro de qualidade da Germol: “Estudos e aprimoramento no atendimento e na qualidade dos produtos são as metas a serem atingidas. E isso só se consegue com muito respeito aos colaboradores’’, explicou.

Gráfica Rex, perfeito exemplo de parceria

José Luiz Lermen, diretor geral da Gráfica Rex, ganhou dois prêmios e foi um destaque especial na 16ª edição do Projeto Fornecedor. Vencedor pela nona vez na categoria Índice de Qualidade de Fornecimento, a Rex também arrebatou o prêmio de destaque em Inovação.

José Lermen da Gráfica Rex, premiado duas vezes no evento

Por esse motivo, Lermen foi chamado pelo diretor da Tecfil, Ricardo Brandão, para contar um pouco da sua história para todos que se encontravam nas dependências do Caesars. E emocionou a todos. Com muita humildade, o diretor geral da Gráfica Rex começou sua fala em voz baixa que, com o correr do tempo, ganhou um tom emocionado: “Nasci no Rio Grande, numa cidade de apenas seis mil habitantes. Nunca esperava conseguir essa parceria com a Tecfil, mas ela me proporcionou mudar alguns conceitos. O principal deles foi de que é preciso, sempre, priorizar o cliente’’, disse. E continuou: “ganhar o prêmio é fantástico. Em nove anos de parceria, fomos premiados em todos os anos. Mas como destaque em Inovação é a primeira vez. É tudo de bom. Uma parceria bem feita significa economia também. Tive um problema de estocagem em minha empresa, mas o pessoal da Tecfil não me deixou na mão. Mandou um técnico especializado para Santa Rosa (sede da empresa) e ele deixou tudo em ordem em 21 dias, apenas três semanas. Hoje produzimos mais e conseguimos escoar a produção com muito mais rapidez’’, finalizou. RMF



ABRAFILTROS

Responsabilidade Pós-Consumo: Governo de São Paulo e Ministério Público serão mais rígidos em 2014

Fotos: Danilo Almeida Freire

por Vicente de Aquino

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Anderson Ferreira - Resi Solution - Grupo Ambipar; Paulo Cesar Gonçalves - Supply Service; Nelson Bugalho e João Luiz Potenza - CETESB; Rubens Naman Rizek Júnior - Secretaria de Estado do Meio Ambiente; José Eduardo Ismael Lutti - Ministério Público; David Siqueira de Andrade - Supply Service; Marco Antônio Simon e Marcos Carneiro de Moura - Abrafiltros; Rodolfo Cafer - Mahle Metal Leve S.A.

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o último dia 13 de dezembro, no auditório Augusto Ruschi, na sede da Secretaria de Meio Ambiente do estado de São Paulo e Cetesb, foi realizado o evento Balanço dos Resultados: Responsabilidade Pós-Consumo, que reuniu diversos segmentos industriais, entre eles a Abrafiltros (Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas Automotivos e Industriais), além de autoridades do governo estadual. A mesa diretora dos trabalhos foi composta por 42 | Meio Filtrante | Janeiro/Fevereiro 2014

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Otávio Okano, presidente da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo); Nelson Bugalho, vice-presidente da Cetesb; Marco Antonio Barbieri, representante da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo); Roberto Rocha, do MNCMR (Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis); e José Eduardo Ismael Lutti, do Ministério Público do Estado de São Paulo. Representando os sistemas industriais em operação no Estado de São Paulo de acordo com a lei estadual SMA 038, assinada em 02 de agosto

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de 2011, participaram dez entidades e uma empresa em caráter individual. O clima do encontro foi amigável, mas com muita cobrança do governo do estado e Ministério Público sobre os industriais. O promotor José Eduardo Ismael Lutti disse que após três anos de muita conversa chegou a hora de agir: “Aqueles que não se adequarem e não quiserem colaborar poderão ter impedido o direito de renovação de suas licenças. Não tenho muito a falar na reunião, mas a implantação da lei dos resíduos José Eduardo Ismael Lutti sólidos está muito aquém procurador do Ministério das minhas expectativas”, Público do Estado de São Paulo disse em sua apresentação.

Conciliação

A Cesteb, na figura do presidente Otavio Okano, que abriu os trabalhos, adotou um tom mais conLAFFI - SYNDER - MF66.pdf 1 18/12/2013 17:23:43

ciliador e procurou abordar os principais pontos e dificuldades acerca de qualquer eventual falha que esteja ocorrendo na aplicação da lei: “Temos que evitar a contaminação dos aterros sanitários. O nosso futuro depende disso. Os municípios não são capazes de fazer o serviço como deve ser feito. É necessários melhorar as condições ambientais e preservar as nossas jazidas minerais. E isso só virá com a coleta reciclável. O maior exemplo de reciclagem, a meu ver, é o das latinhas de bebidas. Esperamos que em agosto de 2014 nós já tenhamos um caminho criado nesse sentido. E de Otavio Okano forma solidificada”, falou o presidente da Cesteb presidente Okano. Logo depois veio o representante da Fiesp, Marco Antonio Barbieri, que foi um contraponto forte do que havia falado o promotor José Eduardo Ismael Lutti: “Somente com educação vamos conseguir

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ABRAFILTROS melhorar a consciência ambiental no Brasil. No ano passado, o Sesi e o Senai investiram R$ 944 milhões em programas educacionais. Com isso, tenho certeza, conseguimos melhorar um pouco a consciência sobre o meio ambiente. Muitas vezes fica para a indústria o ônus de seguir uma legislação que quase a inviabiliza economicamente. Recursos preservados significam, a médio e longo prazo, lucros. E ninguém seria louco de jogar o lucro pela janela. É claro que é preciso melhorar o serviço de reciclagem. Mas isso não pode ser feito do dia para a noite. De qualquer forma, apoiaremos todas as iniciativas da secretaria. Ainda tenho uma visão bastante otimista do assunto’’, disse Barbieri. O vice-presidente da Cetesb, Nelson Bugalho, falou mais tecnicamente sobre a lei, mas também criticou os empresários que não seguem as novas normas: “Temos nos empenhado muito no trabalho de implementar a logística reversa. A chamada lei dos resíduos trouxe uma série de novos atributos. Por isso, foi necessária a criação de um departamento de políticas públicas de resíduos para acompanhar a continuidade da implantação dos termos de compromisso, além de fazer um plano de gerenciamento dos resíduos das empresas. A partir do próximo ano, agiremos de forma rigoNelson Bugalho rosa com as empresas que não vice-presidente da Cetesb cumprirem a lei”, afirmou.

Os sistemas

Estiveram representados onze sistemas em operação no Estado de São Paulo de logística reversa de produtos usados: Abrafiltros, com o programa “Descarte Consciente Abrafiltros”, filtros do óleo lubrificante automotivo; Sindicom, com o ‘’Jogue Limpo’’; InPEV, com o Sistema ‘’Campo Limpo’’; Abihpec, “Dê a Mão para o Futuro’’; Reciclanip, “Pneus inservíveis’’; Sindirrefino, óleo lubrificante automotivo; Abiove, óleo comestível; Abinee, programa “Recebe Pilhas’’ e também baterias automotivas; aparelhos de telefonia celular; e a Marfrig, com a programa ‘’WasteWiseMarfrig’’. Todos os representantes tiveram direito a cinco minutos de explanação. Maurício Sellos, do Sindicom, representante das embalagens de óleo lubrificante, foi o primeiro: “A questão da coleta reciclável tem que ter transparência e agilidade. Mas devemos lembrar que os custos do programa, até o final de 2012, foram 44 | Meio Filtrante | Janeiro/Fevereiro 2014

custeados em 99% pelas empresas. Ainda existem muitos desafios a serem vencidos como um programa de educação ambiental nas escolas municipais e estaduais de base. Consciência ambiental só é atingida com muita educação’’, disse. Logo depois falou Maria Helena Calado, do InPEV, da área de embalagens de agrotóxicos: “A InPEV foi fundada em 2001, mas 10 anos antes já entendíamos a importância da logística reversa. Hoje contamos com 400 unidades de recebimento em todo o Brasil (72 em São Paulo). A nossa meta para 2013 (coleta de 450 toneladas somente em São Paulo) já foi atingida, mas temos que pensar que a solução dos problemas são mundiais e que o problema precisa ser pensado como um todo’’, afirmou. Cesar Faccio, da Reciclanip, falou que sua associação representa 65% dos fabricantes de pneus, mas que os importadores ficam de fora: ‘’Considero injusto que aquele que produz e paga impostos seja cobrado, enquanto os produtos que entram de fora não possuem nenhuma sanção prevista. De qualquer forma, em 2013, recolhemos 4 mil toneladas de pneus. Desse total, 42 milhões foram somente no Estado de São Paulo, o que representa um total de 54%’’, explicou. Walter Françolin, da OLUC, representando o segmento de óleos lubrificante automotivo, foi bastante crítico: “Não existe uma só iniciativa que possa fazer cumprir essa lei. Há 40 anos o Brasil produz óleo lubrificante automotivo e a atividade de coleta residual foi imposta por necessidades prementes. Mas precisamos pensar nos custos. O petróleo brasileiro não tem qualidades, não é capaz, de produzir o óleo lubrificante. Então precisamos importar e sofremos a concorrência desleal das importações. De qualquer maneira, coletamos 430 milhões de litros em 2013’’, disse. No setor de pilhas e baterias portáteis e baterias

Nelson Bugalho, Roberto Rocha, Otavio Okano, José Eduardo Lutti e Marco A. Barbieri


“Aqueles que não se adequarem e não quiserem colaborar poderão ter impedido o direito de renovação de suas licenças. Não tenho muito a falar na reunião, mas a implantação da lei dos resíduos sólidos está muito aquém das minhas expectativas” José Eduardo Ismael Lutti automotivas, falou André Luiz Saraiva, representando a Abinee, e também contestou a posição do Ministério Público: “Temos pontos consolidados na lei, mas precisamos avançar. É fácil cobrar de empresas estabelecidas, mas temos que olhar para os produtos importados (pilhas), verdadeiras bombas que entram no país. Eu costumo dizer que são as “pilhas talibãs”. A pessoa compra quatro por 1 real e não sabe o perigo que está levando para sua casa. O produto tem em média 80 miligramas de mercúrio, um risco para a saúde pública. Mas para esses não existem cobranças, somente lucros. De qualquer maneira, já temos 559 pontos de recolhimento em São Pauo e mais de mil por todo o Brasil’’, afirmou. Guilherme Reis, do setor de embalagens de alimentos, falou representando a Marfrig: “Queremos atingir até 2015 um recolhimento de 22%, que representa 350 toneladas. O nosso trabalho, no início, pretende visar mais as cidades do interior de São Paulo”, finalizou

A situação dos municípios

Zuleica Maria de Lisboa Perez, diretora da Coordenadoria de Planejamento Ambiental da SMA/SP, tomou a palavra, logo depois dos representantes dos sistemas, para avaliar a atuação ainda reduzida dos municípios: “É necessário um planejamento maior. Em 2012, a maior parte dos municípios de São Paulo não conseguiu fazer os seus planejamentos municipais. Por esse motivo, a Cetesb adotou uma política de auxiliá-los nessa tarefa. Fizemos 30 oficinas de trabalho para cidades com até 100 mil habitantes. Hoje temos 230 municípios com planos de resíduos sólidos. Mas ainda é muito pouco’’, explicou. Para fechar o balanço de resultados, a palavra foi do secretário-adjunto do Meio Ambiente, Rubens Rizek: “Em 2011, quando assumimos, tivemos a incumbência de implantar a logística reversa. Os gargalos todo mundo conhece. Nós sabemos que a logística reversa representa custos e tem im-


ABRAFILTROS Abrafiltros cobra incentivo fiscal

Para Marco Antônio Simon, gestor de projetos da Abrafiltros, a lei estadual de logística reversa é um caminho sem volta e uma defesa para o futuro de toda sociedade. Cabe às empresas se adaptarem o mais rápido possível: “Nossa associação, no início, conseguiu a adesão de 13 empresas, e hoje já chegamos a um total de 16, fruto do trabalho contínuo de conscientização que realizamos’’, disse. Participam do programa fabricantes, importadores e distribuidores integrantes da CSFA – Câmara Setorial Filtros Automotivos: Affinia Automotiva Ltda./Filtros Wix; Cummins Fleetguard - Filtration do Brasil; Donaldson do Brasil Equipamentos Industriais Ltda.; General Motors do Brasil Ltda.; Hengst Indústria de Filtros Ltda.; KSPG Automotive Brazil Ltda. – Divisão Motor Service Brazil; Magneti Marelli Cofap Autopeças Ltda.; Mahle Metal Leve S.A.; Mann+Hummel do Brasil Ltda.; Parker Hannifin Indústria e Comércio Ltda. - Divisão Filtros; Poli Filtro Indústria e Comércio de Peças para Autos Ltda.; RR Parts Comércio e Importação de Auto Peças Ltda.; Scania Latin America Ltda.; Sofape S/A - Filtros Tecfil/Vox; Sogefi Filtration do Brasil Ltda./Filtros Fram; e Wega Motors Ltda. O programa Descarte Consciente Abrafiltros teve início em julho de 2012 e o Termo de Compromisso para São Paulo foi assinado em 20 de dezembro do mesmo ano: “Temos um bom nível de diálogo com o governo estadual e conseguimos estabelecer metas viáveis para o setor. No primeiro ano, coletamos mais de 130 toneladas em 12 municípios. No segundo (2013) preconizamos a meta mínima de 260 toneladas e já chegamos a 98% desse total em novembro, o que significa que deveremos encerrar esse período coletando 20 toneladas a mais do que o previsto. Para 2014, a meta mínima é coletar 430 toneladas, mas devemos ultrapassar 470 toneladas em 25 municípios. Isso se deve a nossa política de conforme acordado com o governo, ampliar as metas de coleta e abrangência geográfica proporcionalmente à adesão de novas empresas. Estamos fazendo a nossa parte’’, ressaltou. Além de São Paulo, o programa também é realizado no pacto na economia como um todo. O Estado precisa ter cuidado para não prejudicar os bons, mas acho que podíamos andar mais rápido. A indústria, como um todo, ainda não entendeu que esse é um programa de proteção. A grande maioria foge, mas precisamos estimular a adesão à lei. Falo com autorização do secretário Bruno Covas e do governador Geraldo Alckmin: em um futuro muito próximo não se venderá mais em São Paulo nenhum produto que não tenha logística reversa. A partir de 2014, as normas da lei serão aplicadas de forma mais severa’’, finalizou. 46 | Meio Filtrante | Janeiro/Fevereiro 2014

Paraná, onde foi iniciado em fevereiro de 2013. Durante sua fala, Simon, no entanto, fez questão de frisar as dificuldades enfrentadas pelo setor, abordando pontos importantes defendidos pelo presidente João Moura e Diretoria: ‘’O setor de filtros automotivos não tem valor agregado em seu produto no processo de reciclaMarco Antônio Simon, gem (como por exemplo, Gestor de Projetos o alumínio das latinhas de da Abrafiltros bebidas). Por isso, a necessidade de investimento pelas empresas aumenta de forma diretamente proporcional ao volume de coleta. Isso significa um custo adicional e elevado para as indústrias do setor, que atualmente está comprometendo as margens de lucro e reduzindo a competitividade frente às empresas e importadores que ainda não estão cumprindo a lei. Tudo isso precisa ser levado em conta pelos órgãos estaduais, por isso pleiteamos ações de incentivo fiscal e redução de carga tributária para as empresas aderentes aos programas de responsabilidade pós-consumo. E também que o governo faça prevalecer os acordos estaduais frente às resoluções municipais, para não comprometer o planejamento e as metas acordadas, onerando ainda mais as empresas’’, finalizou. Presente ao evento, Rodolfo Cafer, tecnólogo e inspetor técnico da Mahle, uma das empresas associadas à Abrafiltros que participa do programa, faz coro ao que fala Marco Antônio Simon: ”Foi uma mudança no perfil de pensamento no trato do respeito ambiental. Para muitos era só um problema do governo, mas a Mahle nunca pensou assim. Tanto que a empresa apresentou para as montadoras a ideia dos filtros ecológicos, o que é uma mudança de postura. E muitas montadoras já estão realizando estudos nesse sentido’’, falou.

Meta a ser cumprida

David Siqueira de Andrade, diretor-presidente da Supply Service, empresa que é a operadora de logística reversa da Abrafiltros, também falou à revista Meio Filtrante: “O programa tem metas a serem cumpridas por termo de compromisso. Por isso nós fornecemos ao gerador de resíduos um kit contenedor e gerenciamos a coleta com uma programação de acordo com o volume gerado. Iniciamos o trabalho com o recolhimento e transporte de resíduos em 12 cidades, mas para 2014 vamos atingir um total de 25 municípios’’, finalizou. RMF


ONDE TEM ESTE SELO, TEM TROCA DE FILTRO E AMBIENTE LIMPO.

ArteplenA

A AGOR É LEI!

Os fabricantes, importadores e distribuidores de Filtros do Óleo Lubrificante Automotivo estão promovendo o descarte dos filtros usados, de forma

correta e consciente.

Em sintonia com todos os avanços em busca da sustentabilidade, a Abrafiltros, associação que reúne os fabricantes, importadores e distribuidores de filtros automotivos, está coordenando a implantação de um eficiente programa-piloto de Logística Reversa em pontos de coleta nos estados de São Paulo e Paraná, onde os filtros do óleo usados são periodicamente retirados por empresa credenciada que faz a destinação correta do descarte.


MEIO AMBIENTE

Foto: Divulgação GM do Brasil Edmilson Danesi Buonani

GM de Mogi das Cruzes é certificada como Zero Aterro

Na primeira fileira, ao centro, estão Luiz Carlos Peres (o terceiro da esquerda para a direita), vice-presidente de Manufatura da GM América do Sul e, ao seu lado, Sonia Campos, diretora de Operações de Manufatura das unidades da GM de Mogi das Cruzes e de São Caetano do Sul

A

unidade da General Motors do Brasil localizada em Mogi das Cruzes, na região do Alto Tietê do estado de São Paulo, que produz componentes estampados, é a segunda fábrica da empresa no país e a 105ª no mundo a obter o certificado internacional do programa Zero Aterro (Landfill Free). Naquela unidade todos os resíduos industriais do seu processo produtivo são destinados para a reciclagem. A primeira unidade a obter este estágio, em 2012, foi a fábrica da GM localizada em Gravataí (RS), onde são produzidos os modelos Onix, Prisma e Celta. Já a unidade de Joinville (SC), que produz motores e cabeçotes de alumínio, está em fase final de certificação. “A sustentabilidade é mais que um simples conceito para a GM. Trata-se de uma cultura que promovemos e desenvolvemos junto a todos os nossos colaboradores e fornecedores diariamente”, explica Luiz Carlos Peres, vice-presidente de Manufatura da GM América do Sul. Segundo o executivo, a busca permanente pelo desenvolvimento sustentável é uma das marcas da atuação da companhia. “O respeito ao meio ambiente é algo que está em nosso DNA e a fábrica de Mogi das Cruzes ilustra muito bem este nosso compromisso, a exemplo do que já havia acontecido com a unidade de Gravataí”, avalia ele. O evento de certificação contou com a presença de Luiz Carlos Peres, a diretora de Operações de Manufa48 | Meio Filtrante | Janeiro/Fevereiro 2014

tura das unidades de Mogi das Cruzes e São Caetano do Sul, e outros integrantes da diretoria da empresa. A unidade de Mogi das Cruzes iniciou o programa “Zero Aterro” em 2010 e, agora, certificada pela matriz da GM global, já recicla todos os resíduos gerados a partir da sua atividade industrial. Por este motivo é considerada como uma referência global na área de manufatura no quesito de sustentabilidade. Além da capacitação dos empregados, a GM efetuou a instalação de “Ecopontos”, que atuam como postos para a separação dos resíduos industriais, gerados por meio de uma coleta seletiva dos materiais. Todos os resíduos do processo de manufatura são reutilizados, reciclados ou co-processados, evitando sua destinação aos aterros industriais. Inaugurado oficialmente em cinco de novembro de 1999 -, o complexo industrial da GM, hoje com 14 anos de existência, não para de crescer e está plenamente consolidado com um perfil operacional bastante amplo, incluindo a atividade de montagem, em especial, de subconjuntos para inúmeros modelos da linha de veículos Chevrolet produzidos no Brasil. Sua última grande expansão absorveu investimentos de R$ 50 milhões. Desde 29 de junho de 2010, a unidade ganhou novas células de montagem para o início de produção de subconjuntos. De acordo com os princípios de sustentabilidade seguidos pela GM, a unidade de Mogi das Cruzes adotou, antes mesmo antes de sua implantação, todas as medidas necessárias de preservação ambiental da área total de 422 mil metros quadrados do complexo, incluindo uma estação de tratamento de efluentes e providências relativas à compostagem, além da busca do objetivo do “Aterro Zero”. “A GM do Brasil está em linha com os princípios globais de sustentabilidade e preservação do meio ambiente, especialmente nos municípios onde a empresa mantém suas atividades. A execução do programa ambiental é uma das ações desenvolvidas pelo Comitê de Sustentabilidade da subsidiária brasileira, conforme explica o gerente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da GM, Nelson Branco. “O comitê tem como missão integrar todas as áreas da empresa visando ao desenvolvimento e fortalecimento de iniciativas sustentáveis. E o Zero Aterro é uma iniciativa global da GM que, até 2020, deverá estar presente em todas as unidades de manufatura da empresa”, explica ele. RMF



VISÃO EMPRESARIAL

Por que as empresas perdem clientes? por Ernesto Berg

V

ivemos num mundo globalizado. Para as empresas, o resultado disso é o aumento progressivo da competição. Os produtos e serviços são cada vez mais fáceis de copiar (é o que a China faz, por exemplo), os preços cada vez menores e a concorrência aumentando. Por outro lado, quanto maior a competição, quem sai ganhando com isso é o consumidor, pois assim terá mais opções de escolha, deixando para as empresas a disputa em conquistá-los. Porém, neste mundo competitivo o maior diferencial - a única coisa realmente difícil de copiar -, são os serviços de atendimento de alta qualidade. Este diferencial é uma espécie de selo de identidade da empresa que a faz sobressair em meio aos concorrentes. Veja a Fedex, por exemplo, que faz da rapidez de entrega um de seus grandes diferenciais, ou os cartões fidelidade (como hotéis, companhias aéreas) que beneficiam o cliente leal com pontuações que lhe dão atraentes vantagens adicionais gratuitamente. Empresas que não investem em atendimento de qualidade estão fadadas a falir ou serem incorporadas por outras.

“Cliente é o ativo mais importante de qualquer empresa, mesmo que não apareça no balanço”. Thomas Berry Segundo o IBRC, Instituto Ibero-Brasileiro de Relacionamento com o Cliente os principais erros cometidos pelas empresas no atendimento são: - Não cumprir o que prometeu; - Tratar o cliente com desdém ou indiferença; - Robotização do atendimento; - Não ter a humildade de enxergar seus erros; - Demonstrar falta de conhecimento do cliente. Além disso, inúmeras pesquisas feitas em nosso país revelam um dado impressionante. Veja abaixo. Porque se perde um cliente?

Um cliente satisfeito influencia positivamente 5 novos clientes. Um cliente insatisfeito influencia negativamente 20 clientes atuais. O que chama atenção é que quase 80% da perda de clientes são por culpa da própria companhia ou do serviço de atendimento, revelando alarmante despreparo do pessoal.

“O cliente pode demitir todos os funcionários de uma empresa, do alto executivo para baixo, simplesmente gastando seu dinheiro em alguma outra companhia”. Sam Walton A grande arma dos clientes e consumidores é o Código de Defesa do Consumidor que aumentou em muito o poder e a força do cliente que se julgar prejudicado em seus direitos. Órgãos como o Procon e outras entidades de defesa do consumidor têm poder coercitivo sobre empresas que não cumprem com seu papel. Ainda segundo esses órgãos, as principais reclamações dos clientes são: má qualidade do produto ou serviço, publicidade enganosa, serviço ou produto não entregue, cobrança indevida, produto com defeito, demora no atendimento e despreparo do pessoal de atendimento. Muitas empresas parecem ser míopes ou têm memória curta. Elas esquecem que o protesto ou comentário desabonador de um cliente descontente feito na internet – como no Facebook, Twitter ou Blog pode ter efeito devastador nos seus negócios, como já aconteceu inúmeras vezes, até com empresas multinacionais. A impressão que tais organizações passam é que elas não pretendem existir no mercado por muito tempo, ou não agiriam assim. RMF Extraído do livro “Manual de Atendimento ao Cliente”, de Ernesto Artur Berg, Juruá Editora. Ernesto Berg Consultor de empresas, palestrante, articulista, autor de 12 livros, especialista em desenvolvimento organizacional, negociação, gestão do tempo, criatividade na tomada de decisão, administração de conflitos. Graduado em Administração e Sociologia, Pós-graduado em Administração pela FVG de Brasília. Foi executivo do Serpro em Curitiba e Brasília por 10 anos e Consultor Senior da Alexander Produfoot Company de São Paulo. É sócio-proprietário da Berg & Cia. Empresa voltada para treinamento e desenvolvimento de recursos humanos. Editor do site www.quebrandobarreiras.com.br, voltado para a área de recursos humanos, administração e negócios. Email: berg@quebrandobarreiras.com.br

50 | Meio Filtrante | Janeiro/Fevereiro 2014


Juntos, nós podemos separar a água do Diesel e gerar mais desempenho para os melhores motores. Os filtros separadores de combustível Parker Racor são originais de fábrica e estão presentes nas linhas das maiores e melhores montadoras do mundo. Eles são submetidos aos mais rigorosos testes de qualidade existentes no mercado, tudo para provar a eficiência e desempenho do excelente sistema de meio filtrante Aquabloc®. Uma solução exclusiva desenvolvida pela Parker, que garante a separação da água e assegura maior retenção de partículas, através de um processo que envolve tecnologia e precisão. Mais segurança para o motor e mais benefícios para o meio ambiente.



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