Revista tae n17

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fevereiro/marรงo de 2014

I SSN 2 2 3 6 - 2 6 1 4

revista

especializada em tratamento de



Índice

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ESPECIAL: As barreiras para a universalização do saneamento no Brasil

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Sistemas de desinfecção de efluentes: um desafio para o século XXI

EQUIPAMENTOS

APLICAÇÕES

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A qualidade da água das piscinas

os tanques e 34 Conheça sistemas de filtragem

de efluentes 36 Tratamento na indústria de papel

em fibra de vidro

VISÃO AMBIENTAL

18

Região da Barra da Tijuca no Rio de Janeiro sofre com poluição e descaso

ÁGUA

40

O descarte de efluentes líquidos industriais deve ser sempre tratado

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Água para viver

SEÇÃO

6

Novidades

e celulose

TECNOLOGIA

31

Inovação e tecnologia no controle de emissões gasosas em esgoto sanitário

VISÃO AMBIENTAL

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Paraná terá plano integrado para emergências ambientais


Editora Rogéria Sene Cortez Moura editora@revistaTAE.com.br

Assinaturas, Circulação e Atendimento ao Cliente Rogéria Sene Cortez Moura atendimento@revistaTAE.com.br

Publicidade João B. Moura Yara Sangiacomo publicidade@revistaTAE.com.br

Comunicação Loiana Cortez Moura comunicacao@revistaTAE.com.br

Redação Anderson V. da Silva, Carla Legner, Cristiane Rubim, Bruna Lavrini e Vicente de Aquino jornalismo@revistaTAE.com.br

Criação e Editoração Anderson Vicente da Silva Paula Zampoli anderson@revistaTAE.com.br

Impressão e Acabamento Gráfica IPSIS A Revista TAE é uma publicação da L3ppm - L Três publicidade, propaganda e marketing Ltda. Rua Aracanga, 330 – Pq. Jaçatuba CEP 09290-480 - Santo André - SP Tel.: +55 11 4475-5679 www.revistaTAE.com.br Acesse as nossas mídias sociais www.facebook.com/revistaTAE www.twitter.com/revistaTAE

Conselho Editorial: Adriano de Paula Bonazio; Alice Maria de Melo Ribeiro; Arno Rothbarth; Douglas Moraes; Eric Rothberg; Fábio Campos; Geraldo Reple Sobrinho; Giorgio Arnaldo Enrico Chiesa; Hercules Guilardi; Jeffrey John Hanson; João Carlos Mucciacito; José Carlos Cunha Petrus; José Luis Tejon Megido; Lucas Cortez Moura; Luciano Peske Ceron; Marco Antônio Simon; Nelson Roberto Cancellara; Patrick Galvin; Paul Gaston; Paulo Roberto Antunes; Ricardo Saad; Santiago Valverde; Tarcia Davoglio; Tarcísio Costa; Valdir Montagnoli. Colaboraram nesta edição: Felipe Dias, Bruno Dinamarco e Alessandra Cavalcanti (B&F Dias); Igor Freitas e Marcel Pereira Rodrigues (Bauminas); André Luis Moura (Laffi Filtration); Angela Halat Portugal (Sulzer Pumps); Amin Kaissar El Khoury (Etatron); Luciana Beneton (Tecitec); Edgard Luiz Cortez (Iteb); Fred Schuurman, Luiz Carlos da Silva e Maria Lúcia Gomar (Produquímica); Dr. Luciano Peske Ceron (Renner Têxtil); José Guilherme Dantas (Xylem); Carlos Heise (Panozon); Vinicius Ciocci (Pure Water); Carlos Mumme (Hidroall); Marcelo Gregório (Wet´n Wild); Fábio de Oliveira Pinto (Asstefil); Jackson Biaso (Fibrav); Henrique Martins Neto (EQMA); Leonardo Zanata (High Lever Resources); Édison Carlos (Instituto Trata Brasil); Leandra Spezzano (Ingá Engenharia Ltda); Prof Maria Aparecida Marin Morales (UNESP); Gleisi Helena Hoffmann (ministra-chefe da Casa Civil) e Mariana Pereira Basílio.

Editorial Desafio contínuo Nesta edição da Revista TAE preparamos matérias que abordam diferentes ângulos da questão do saneamento no Brasil, que normalmente ganha maior enfoque no verão, época na qual há aumento na demanda por água de qualidade pela elevação da temperatura, e problemas e soluções ficam mais aparentes. É fato que o saneamento no Brasil tem muito a evoluir e os resultados ainda estão aquém do que é necessário para atender a população. Mas por outro lado, como está a aplicação dos recursos das obras do PAC e os investimentos previstos para o setor? O que já foi feito e quais as perspectivas para os próximos anos no Brasil? Haverá água de qualidade em quantidade suficiente ou teremos que conviver com o fantasma da escassez? Essas são algumas das questões apresentadas e analisadas nas matérias da Revista TAE, para que nossos leitores possam ter um panorama geral da situação e do desafio contínuo representado pelo saneamento em nosso país, ainda mais numa época no qual o Brasil ganha visibilidade pelas proximidade da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Entre os artigos dessa edição, será possível conhecer mais a fundo os impactos da água em nosso organismo e o porquê do mantra que prega a ingestão diária de dois litros de água por pessoa; a preocupação crescente e a evolução dos sistemas de desinfecção de efluentes; as metas, propostas e investimentos integrantes do Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab); o alerta e posicionamento do Instituto Trata Brasil acerca da necessidade de melhoria do saneamento no país, cobrando inclusive uma maior mobilização dos governantes e da população; com o calor, quais os cuidados necessários para poder usufruir dos benefícios e minimizar os riscos dos banhos de piscina; a situação atual e o que pode ser feito para enfrentar a poluição proveniente da Lagoa de Marapendi, no Rio de Janeiro; como é feito o tratamento de efluentes na indústria de papel e celulose; a importância em tratar efluentes industriais em geral; e muito mais. A todos, uma ótima leitura e até a próxima edição. Rogéria Sene Cortez Moura - Editora Revista TAE - Informação cristalina e bem tratada. Os artigos e matérias não refletem a opinião desta revista, assim como declarações emitidas por entrevistados e através de anúncios, sendo de única e exclusiva responsabilidade de seus autores e anunciantes. A reprodução total ou parcial das matérias só é permitida mediante autorização prévia da Revista TAE, e desde que citada a fonte.


BAumiNAs Química. Da riqueza da terra à pureza da água. Transformar minérios em matérias-primas de alta qualidade, e estas em produtos inovadores para o tratamento de água e efluentes: há mais de 50 anos, esse é o nosso foco. Com 12 unidades fabris estrategicamente localizadas e sólidas relações de parceria, estamos ao lado das principais empresas de saneamento e processos industriais do Brasil. A segurança e eficácia dos nossos produtos são comprovadas através do uso em mais de 3.500 municípios. Nossa liderança é resultado de uma estrutura única, aliada a diferenciais estratégicos que garantem a mais completa solução para os clientes:

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NOVIDADES Sulzer fornecerá bombas e agitadores para fábrica de papel e celulose no Brasil

Foto: Divulgação

A Sulzer Pumps será a fornecedora de mais de 400 bombas e agitadores para a CMPC Celulose Riograndense S.A. (CMPC), uma das maiores empresas de base florestal na América Latina. O contrato está entre os maiores projetos já conquista-

Elementos filtrantes Lewabrane tratam a água de usina alemã Tecnologia de membrana resistente à incrustação da Lanxess está sendo usada em larga escala na Europa pela primeira vez. Um conjunto de 60 elementos filtrantes Lewabrane RO B400 FR na central térmica de Dammweg em Chemnitz na Alemanha aplicam um processo de osmose reversa para purificar de 50-60 metros cúbicos de água do rio pré-tratada, por hora, para

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dos pela Sulzer Pumps no setor de papel e celulose. O investimento é parte do projeto de expansão da linha de celulose Guaíba 2, unidade da CMPC localizada no Sul do Brasil. A Metso é o fornecedor das principais tecnologias – incluindo os componentes centrais da linha de celulose – e também um parceiro-chave da Sulzer Pumps nesse projeto. O escopo de fornecimento da Sulzer Pumps inclui a fabricação, montagem, testes e supervisão de instalação das bombas. O conjunto de equipamentos contempla bombas de processo AHLSTAR, bombas multiestágio MBN e bombas de dupla sucção ZPP, além de bombas de média consistência desenvolvidas em estreita colaboração com a Metso. Também serão fornecidos ao cliente agitadores

SALOMIX e Scaba e bombas submersíveis das séries ABS XFP e Scavenger - juntamente com misturadores, painéis de controles e acessórios. Os produtos Sulzer Pumps atendem à maior parte dos processos na indústria de papel e celulose, incluindo aplicações de água e efluentes. Essa habilidade de oferecer uma solução completa e altamente eficiente para as necessidades gerais de mistura e bombeamento na indústria de papel e celulose faz da Sulzer Pumps um fornecedor-chave, com um portfólio completo de produtos para qualquer novo projeto nesse segmento. A expansão da planta permitirá à CMPC ampliar sua capacidade de produção para 1,75 milhões de toneladas de celulose por ano – quase três vezes o valor atual.

fins de geração de vapor. “A redução de 90% na contaminação orgânica da água do rio exigida pelo operador da usina pode ser facilmente conseguida usando nossa tecnologia de membranas”, disse Jens Lipnizki, chefe da Technical Marketing Membranes na unidade de negócios Lanxess’s Liquid Purification Technologies. A instalação de osmose reversa na usina Chemnitz foi desenvolvida e projetada pela empresa de tecnologia Berkefeld, uma subsidiária do grupo global Veolia Water Solutions & Technologies.

A usina tira água para os processos de refrigeração e produção de vapor dos rios Chemnitz e Zschopau. Mesmo depois de ter sido suavizada e dessalinizada utilizando resinas de troca iónica, a água ainda contém uma quantidade considerável de substâncias orgânicas que causam condutividade excessiva no ciclo de água-vapor, que é prejudicial para a turbina e outros componentes. As membranas filtrantes Lanxess diminuem o grau de flutuação na água e, em particular, filtram as substâncias orgânicas. www.lewabrane.com


A Degrémont, uma subsidiária da Suez Environnement, venceu uma concorrência por dois contratos, com duração de quatro anos, através da Tractebel Energia, uma subsidiária da GDF SUEZ, para operar as instalações de ciclo de água do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda e da

Basf lança nova linha de floculantes catiônicos em pó com o Zetag® Ultra A Basf está lançando globalmente uma nova linha de floculantes catiônicos em pó de alto peso molecular com o Zetag® Ultra, para a separação sólida/líquida no tratamento de águas residuais industriais e municipais. O Zetag® Ultra foi desenvolvido combinando a competência especializada da Basf em soluções para o gerenciamento de águas, juntamente com o seu extenso know-how sobre pesquisa de polímeros, focando em requisitos específicos de clientes e levando em consideração aspectos ambientais. Devido à sua capacidade de ligação, o Zetag® Ultra demonstra alto desempenho de desidratação. Ele oferece forte resistência dos flocos para suportar altas forças de cisalhamento, tornando-o eficaz para o uso em centrífugas bem como para flotação por ar dissolvido.

planta de bioenergia de Lages, no estado de Santa Catarina, no Sul do Brasil. Os contratos estão avaliados em 4 milhões de Euros. A água é a chave para o processo de geração de energia e é usada em turbinas a vapor ou em torres de resfriamento. A vasta experiência da Degrémont na gestão de água para a indústria de energia irá assegurar a otimização e a confiabilidade das instalações para atingir os objetivos de produção de vapor e eletricidade da Tractebel Energia.

As instalações incluem quatro caldeiras, sistemas de torre de resfriamento, sistemas de ar condicionado, duas estações de tratamento de água e duas usinas de desmineralização. Com uma capacidade instalada de 857 MW, o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda é o maior complexo termelétrico a carvão da América Latina. A usina de bioenergia de Lages é alimentada por biomassa e atinge uma capacidade instalada de 28 MW e 25t/h de geração de vapor.

“Atualmente as plantas de tratamento de água industrial e municipal têm tentado alcançar um desempenho máximo através do aumento da pressão de custo“ disse Marcus Fuest, responsável global pela área de marketing de Soluções para o Tratamento de Água da Basf. O Zetag® Ultra provou sua excelência de performance em uma série de testes realizados no mundo todo. “Nossos clientes relatam que as partículas sólidas de lama desidratada aumentaram 15% em média. Outros casos demonstram uma economia significativa (até 20%) na dosagem. Além disso, o concentrado possui uma taxa de captura melhorada, afirma Fuest. Os novos floculantes de alto desempenho fazem com que as plantas de tratamento de águas residuais operem com maior eficiência e eficácia. A arquitetura molecular exclusiva do Zetag® Ultra oferece aos clientes uma vantagem bem clara através de uma economia do custo operacional. Os resíduos sólidos obtidos são ambientalmente benéficos pois é necessário menos energia para o

transporte, descarte e incineração, acarretando em um impacto positivo da pegada de carbono da estação de tratamento. O Zetag® Ultra é um dos destaques que aparecerá na IFAT 2014, a maior feira mundial de gerenciamento de água, esgoto, resíduos e matérias primas que acontecerá em Munique, Alemanha de 5 à 9 de maio de 2014. “Estamos ansiosos para interagir com nossos clientes na IFAT 2014“ disse Matthias Halusa, vice-presidente de Soluções para Tratamento de Água da Basf. A apresentação do Zetag® Ultra é um marco importante para posicionar a BASF como uma fornecedora líder mundial de soluções químicas inovadoras no setor de águas, apoiando a gestão sustentável de recursos naturais.

Foto: Divulgação

Degrémont vence seus dois primeiros contratos de operação no setor da energia

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NOVIDADES Nova fábrica do BMW Group terá sistema de drenagem inovador

Foto: Divulgação

A Gecel Montagem Industrial, uma das empresas participantes da obra de construção da primeira fábrica de automóveis do BMW Group no Brasil, em Araquari (SC), escolheu a Tigre-ADS para fornecer a tubulação que compõe o sistema de drenagem pluvial na obra. Uma das metas é assegurar o ritmo acelerado de realização das obras, objetivando a inauguração da fábrica em outubro de 2014. Este foi um dos motivos que levou a empresa a optar pelos tubos flexíveis de polietileno de grandes diâmetros, que diminuem em até 50% o tempo de instalação em comparação a outras tecnologias, além

Água mineral terá o selo do Inmetro O Inmetro está regulamentando a água mineral envasada, o objetivo é estabelecer as regras para a certificação, com foco na segurança alimentar, a fim de evitar contaminações na água. Para obter o Selo de Identificação da Conformidade, a água mineral envasada terá de ser avaliada desde o rótulo da embalagem

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de apresentar um sistema com alta performance e qualidade. Essa é a primeira fábrica automotiva no portfolio de clientes da Tigre-ADS no Brasil. O BMW Group lançou a Pedra Fundamental em 16 de dezembro de 2013 e está investindo cerca de 200 milhões de euros (600 milhões de reais) na iniciativa. A principal função do sistema de drenagem é captar a água da chuva e direcioná-la às galerias celulares que realizam o deságue no corpo receptor final. As tubulações da TIGRE-ADS estão sendo instaladas em toda a fábrica, que abrange a área de produção, estacionamento e pátio de veículos. A drenagem pluvial nesse tipo de empreendimento é fundamental para não causar alagamentos e prejudicar os veículos produzidos, já que a região tem histórico de fortes chuvas. Os principais benefícios dessa solução são alta rigidez estrutural capaz de suportar cargas externas, vedação 100% eficiente e instalação fácil, os quais permitem menor esforço da equipe, menos tempo de máquinas e equipamentos de montagem e economia na utilização de argamassas. O sistema de drenagem

da fábrica do BMW Group inclui tubos de grandes diâmetros 750 mm, 1050 mm e 1200 mm. A TIGRE-ADS é uma joint-venture da Tigre com a americana ADS (Advanced Drainage Systems Inc.). Desde o início de suas operações em 2011 tem firmado contratos importantes em obras de relevância no Brasil. Na região Sul, por exemplo, estão clientes como a CMPC (Celulose Riograndense), UNILA (Universidade Federal da Integração Latino-Americana), Sumitomo, Companhia de Saneamento CASAN, Foz de Blumenau, entre outros. “O sistema de drenagem pluvial é o carro-chefe da companhia e representa cerca de 70% dos nossos negócios. Essa fábrica do BMW Group é uma referência nessa região e estamos otimistas para novas oportunidades de negócios”, completa José Antonio Cattani Xavier, gerente-geral da TIGRE-ADS. A linha N-12 WT (Water Tight) da TIGRE-ADS é composta por tubos com parede dupla, corrugada na parte exterior e lisa na parte interior. Seu sistema de união ponta e bolsa é feito por um encaixe, sendo a bolsa mais alargada.

até a sua composição química. A decisão da certificação foi tomada para atender demandas dos envasadores, por conta da Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos 2016. “Levamos em consideração também a demanda por águas minerais naturais envasadas por parte dos espectadores dos eventos esportivos dos próximos anos. A segurança alimentar da água é uma grande preocupação dos

estrangeiros que virão ao Brasil durante os eventos. Como a certificação é voluntária, nem todas as marcas terão o selo, mas o consumidor terá um critério, a mais, para decidir com segurança a sua compra em estabelecimentos formais”, avalia Gustavo Kuster, chefe da Divisão de Regulamentação Técnica e Programas de Avaliação da Conformidade (Dipac) do Inmetro. Saiba mais: www.inmetro.gov.br


Solução da Elipse Software é lançada com a promessa de revolucionar o mercado de automação industrial. Nas últimas décadas, a sociedade presenciou a entrada de um novo meio de comunicação visto, hoje, como algo quase que essencial à vida de qualquer cidadão. Tecnologia que permite às pessoas interagirem de modo mais rápido e fácil, independente da localização. Inicialmente apenas utilizado para efetuar e receber ligações, o celular se tornou um novo microcomputador, passando a conectar os usuários ao mundo via internet. Isso sem contar com a centena de aplicativos disponíveis que ampliam ainda mais esta interação, agilizando a busca por um taxi, música, rota de trânsito, enfim, a procura por qualquer informação. Mas e na automação? Será que há espaço para ele? Teria como controlar todo um sistema de abastecimento de água, por exemplo, via smartphone? Atenta a estas questões, a Elipse Software desenvolveu uma nova ferramenta destinada a aparelhos móveis. Feito isto, a empresa não perdeu tempo e logo promoveu um circuito de palestras em algumas das principais capitais do país (Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro). Realizado no início de outubro de 2013, o Elipse Refresh teve o obje-

tivo de preparar o mercado para o software que acaba de ser lançado. O Elipse Mobile. Compatível a qualquer sistema operacional móvel (Android, Web ou Windows Phone), a tecnologia é capaz de monitorar todos os equipamentos e processos responsáveis pela fabricação de um lote de tintas, por exemplo, via um smartphone. Com ela, o usuário pode não apenas monitorar, mas também enviar comandos para abrir ou fechar uma válvula, um disjuntor, uma comporta, enfim, pode controlar uma aplicação, independente de sua localização. “A tendência, hoje, é fazer tudo no celular. Com esta solução, você consegue visualizar, via mobile, todos os pontos de máquina, alarmes, variáveis e efetuar comandos. Assim, a manutenção e a resposta de processo podem ser realizadas de forma muito mais rápida”, destacou Luiz Felipe Marques de Souza, analista da Benco Energia, ao final da palestra realizada no Rio de Janeiro. O Elipse Mobile também permite registrar uma foto de um determinado vazamento em um duto, por exemplo, enviando-a ao setor de manutenção com a inclusão de alguns comentários a respeito. Antes de enviar a imagem, o usuário pode ainda inserí-la em um mapa, indicando a precisa localização da ocorrência em questão. Com isso, a empresa tem todas as informações necessárias para diagnosticar e solucionar de forma mais rá-

pida e assertiva o problema. Pela razão de estar associada a um aparelho mobile, a solução também permite baixar um aplicativo leitor de QR Codes. Uma vez baixado este aplicativo, o Elipse Mobile consegue atuar como uma verdadeira IHM, agilizando o acesso à tela correspondente àquele QR Code. Por fim, o usuário pode integrar o software com outras tecnologias capazes de aprimorar ainda mais o controle de sua aplicação. “Acredito que a Elipse esteja seguindo uma tendência mundial de migrar as aplicações, em todos os seus níveis, para os celulares. Isso já foi, inclusive, preconizado pelo Steve Jobs e o Bill Gates. Vocês estão no caminho certo”, disse Adriano Roque de Arruda, engenheiro eletricista do Departamento Municipal de Água e Esgotos de Porto Alegre (DMAE), após assistir a palestra realizada na capital gaúcha. Mais informações, acesse o site e aprenda como libertar os dados e torná-los úteis para o seu negócio. www.elipse.com.br/port/mobile

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Elipse Mobile, o controle na palma da mão

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As barreiras para a universalização do saneamento no Brasil Saneamento básico é direito essencial garantido pela constituição brasileira, mas nem todo cidadão tem acesso a esse item tão importante. A falta desse serviço pode trazer doenças, como Diarreia, Hepatite A, Verminoses, Esquistossomose, Dermatites, entre outras. O Governo brasileiro estabeleceu como meta universalizar o acesso aos serviços de saneamento básico até 2030, provendo a toda população acesso a abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem das águas de chuva. A revista TAE traz um especial sobre o tema, trazendo a opinião, de especialistas e do governo, de como anda os processos para a universalização.


ESPECIAL por Carla Legner

U

m estudo do Instituto Trata Brasil, divulgado em fevereiro de 2013 mostrou que em 2011 quase 400 mil brasileiros foram internados com diarreia, a maior parte crianças de 0 a 5 anos. De acordo com Édison Carlos, presidente do Instituto, o atendimento em água potável, quando consideradas as áreas urbanas e rurais do país, é de 82,4% da população. O atendimento em coleta de esgotos chega a 48,1%; e do esgoto gerado, apenas 37,5% recebem algum tipo de tratamento. “Hoje, no Brasil, os responsáveis por garantir este direito básico à população são, em grande parte, da prefeitura. São os prefeitos quem tem a titularidade desses serviços, desta forma cabe ao cidadão cobrar dos chefes de sua cidade que este descaso com o saneamento básico seja resolvido. É inaceitável que em 2014 ainda estamos discutindo saneamento básico num país com uma projeção econômica positiva, como é o Brasil. Portanto, cobrem os prefeitos, exija o seu direito, pois o Saneamento Básico é um direito seu e de todos. Infelizmente, no entanto, a população não cobra seus governantes por obras de saneamento e isso ajuda a perpetuar o problema”, enfatiza. De acordo com Édison, a situação do nosso país é muito ruim e ainda temos muito para avançar, 52% da população não é atendida com serviços de coleta de esgotos, ou seja, mais de 100 milhões de pessoas não são beneficiadas com este serviço. Para ele, quando pensamos em tratamento dos esgotos temos a certeza de que o Brasil está muito longe de se comparar a países europeus, Estados Unidos e mesmo alguns países sul americanos. Somente 37,5% do esgoto do país é tratado, ou seja, a maior parte dos esgotos seguem para a natureza sem tratamento. O presidente do Instituto Trata Brasil explica ainda que um dos desafios mais agra-

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vantes é que apenas algumas obras saem do papel e mesmo assim quando saem elas são paralisadas por algum motivo. Exemplo disso são as obras do Programa de Aceleração e Crescimento (PAC), implantado pelo Governo Federal. Hoje, o Instituto Trata Brasil monitora 138 cidades acima de 500 mil habitantes que estão no PAC e infelizmente apenas 14% estão prontas após quase cinco anos da assinatura dos contratos. 65% destas obras não estão cumprindo os cronogramas originais; muitas delas permanecem paralisadas. O problema é que o ritmo de avanço do saneamento está muito lento, pensando em cumprir o prazo de 20 anos estipulado. Os Planos Municipais de Saneamento Básico, exigência legal para todas as outras cidades, tinham que ter sido entregues até o dia 31 de dezembro de 2013, mas de acordo com Édison, estima-se que menos de 30% dos municípios entregaram estes planos, ou seja, temos aproximadamente 3.800 municípios que nem se quer elaboraram projetos. “Esta deficiência de entrega pode ser justificada pela falta de preparo das prefeituras em fazer os planos, isto é, em muitos casos, não há profissionais capacitados que possam elaborar os planos e entregar para o Governo Federal. E como a lei é bem contundente, aqueles municípios que não entregaram os planos não serão beneficiados com os recursos financeiros, o que prejudica toda a população que mais uma vez ficará sem os serviços básicos de água e esgotos”, ressalta. Para a engenheira Ambiental e Sanitária da Ingá Engenharia, Leandra Spezzano, todos em conjunto devem cobrar dos políticos uma posição quanto a providencias a serem tomadas para as melhorias, mas lembra que cada um deve cumprir a sua parte antes de cobrar algo. “O Plansab -


Plano Nacional de Saneamento Básico, exigiu dos municípios a entrega de um plano de saneamento, porém como é de se esperar, muitos representantes responsáveis por suas cidades não cumpriram este prazo nem o pedido, dessa forma, as cidades que não efetuaram esse procedimento não irão receber o recurso federal disponível para obras necessárias ou inacabadas que ainda precisem deste recurso e sabemos que quem acaba perdendo com isso é o cidadão”, completa a engenheira.

Nossas cidades De acordo com o Ranking do Saneamento do Instituto Trata Brasil, que monitora vários indicadores nas 100 maiores cidades do país, publicado em outubro de 2013, Uberlândia (MG) é a melhor cidade, seguida de cidades dos estados São Paulo e Paraná que apresentam ótimos números, como Santos (SP) e Maringá (PR). Os municípios do norte, principalmente no Estado do Pará, são os mais problemáticos; temos Belém, Santarém e Ananindeua nas cinco últimas posições do ranking do Instituto Trata Brasil com 0% em tratamento de esgoto. As capitais brasileiras não apresentam dados otimistas. São Paulo, por exemplo, configura a 23ª posição do ranking e é um município com muitas áreas irregulares, aonde a concessionária responsável pelos serviços de água e esgotos não podem atuar. O Rio de Janeiro é outro problema, a Lagoa Rodrigo de Freitas e a Baía de Guanabara estão em condições precárias, pois as cidades que estão nas cabeceiras despejam quase todos os esgotos nos dois lugares. Entre as capitais, Curitiba (PR) é a melhor posicionada e que oferece mais serviços para a população. “O Instituto Trata Brasil continuará exercendo seu papel de informar o brasileiro so-

bre a situação do saneamento nas diversas regiões; seu progresso, mas também sua lentidão. Continuaremos monitorando a situação das 100 maiores cidades, atualizaremos a situação das obras do PAC, das perdas de água e um novo estudo mostrando os possíveis benefícios econômicos que o Brasil teria com a expansão do saneamento. Em paralelo, mantemos nossos projetos em comunidades vulneráveis visando mostrar em situações reais os ganhos de qualidade de vida trazidos com o saneamento”, explica Édison.

As dificuldades Priorizaram-se muito os serviços de água desde os anos 70 e toda estrutura para os serviços de esgotos foi deixada de lado. A questão é que o abastecimento de água traz necessariamente os esgotos. Não tem como separar, mas o não investimento criou um déficit muito grande e hoje há uma necessidade de grande volume de recursos para resolver o problema. Mais do que recursos, muitos municípios perderam a capacidade de fazer projetos de saneamento e ficam dependentes de terem recursos para contratarem consultorias ou especialistas para fazer os projetos. Há também um excesso de burocracia para se acessar os recursos federais, lentidão nas licenças ambientais, entre outros gargalos. Muitas vezes também o saneamento, que é um tema técnico, se transforma numa questão política e fica em segundo plano por conta da baixa visibilidade das obras frente a obras de transporte, hospitais, rodovias, etc. Para Leandra existem diversos projetos para a melhoria das condições sanitárias no Brasil, porém além de atrasados, não são suficientes. “Essa questão é muito complexa, pois segundo a ONU a água potável é direito de todos os cidadãos. A falta

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ESPECIAL

de saneamento é um dos maiores problemas no Brasil, principalmente em regiões onde o serviço de coleta e tratamento de esgoto ainda são muito precários e existe uma carência muito grande de educação ambiental para a população. Saneamento é uma política pública que está diretamente ligada com a saúde, se não ocorre o saneamento logo existe a carência na área da saúde”, enfatiza. Outra grande questão que atrapalha bastante o acesso ao Saneamento Básico é o elevado custo para tratamento do esgoto. A Prof Maria Aparecida Marin Morales, do Instituto de Biociências da UNESP, campus de Rio Claro, explica que o tratamento correto do esgoto é muito caro e que muitas vezes não existe dinheiro suficiente para esse trabalho, mas que a partir dessa dificuldade pode-se conseguir um bom retorno. “Muitas empresas privadas sabem fazer esse tipo de serviço, e mais do que isso, é possível transformar o resíduo do lodo retirado dos esgotos em uma espécie de adubo para recuperar o solo danificado. Além de reaproveitar esse material e ajudar o meio ambiente é possível vendê-lo para produtores agrícolas e amenizar o custo elevado do tratamento do esgoto”, ressalta.

Outros projetos No verão, é quando começa a grande temporada de banhistas no litoral de São Paulo, e essa época logo é associada a calor, praia e diversão, mas nos últimos anos a situação não é bem essa. Sem planejamento, essas regiões estão sendo sinônimo de problemas ambientas e doenças. Com aumento de pessoas e de lixo, cresce o risco de contaminação através de bactérias existentes na água e na areia. A maioria das águas não está apta para banho e mergulho. Para resolver problemas como esses, o ideal é investir em saneamento básico, redes de coletas de esgoto e estações de tratamento. O Programa Onda Limpa é um pro-

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jeto do Governo de São Paulo, por meio da Sabesp, de recuperação ambiental para garantir o afastamento e tratamento dos esgotos. No total será investido R$ 1,9 bilhão, sendo R$ 1,4 bilhão na Baixada Santista e R$ 500 milhões no Litoral Norte. Na região da baixada santista será ampliado de 53% para 95% o índice de coleta de esgoto, além de tratar 100% do coletado. Ao final de todo plano serão beneficiados três milhões de pessoas, entre moradores e visitantes nas cidades de Santos, São Vicente, Praia Grande, Guarujá, Itanhaém, Peruíbe, Mongaguá, Cubatão e Bertioga. Na primeira etapa da obra, foram construídas sete estações de tratamento de esgotos, duas estações de pré-condicionamento de esgotos, além do emissário submarino de Praia Grande com quatro quilômetros de extensão e da ampliação do emissário submarino de Santos em 425 metros, além da construção de 865 quilômetros de redes coletoras, 47 quilômetros de coletores tronco, 71 quilômetros de linhas de recalque, 87 estações elevatórias, 2,2 quilômetros de interceptores, além de seis sistemas de admissão de água dos canais e em torno de 80 mil ligações domiciliares. Mas os trabalhos não terminam por ai, a segunda parte do projeto, previsto para conclusão em 2016 incluem a instalação de 260 quilômetros de redes coletoras, coletores tronco de recalque, 29 estações elevatórias, duas estações de pré-condicionamento de esgotos sete quilômetros de emissários terrestres e ampliação de 1,3 quilômetro de emissários submarinos, possibilitando 37 mil novas ligações domiciliares ao sistema de esgotamento. Contatos: Ingá Engenharia: www.inga.eng.br Instituto de Biociências da UNESP: www.ib.rc.unesp.br Instituto Trata Brasil: www.tratabrasil.org.br


ESPECIAL por Vicente de Aquino

Foto: Elza Fiúza - Agência Brasil (ABr)

Saneamento básico: um serviço universal

Gleisi Helena Hoffmann, ministra-chefe da Casa Civil

Entrevista com a ministra Gleisi Hoffmann

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Brasil tem um plano ousado para os próximos 16 anos: universalizar o acesso aos serviços de saneamento básico como um direito social até 2030, contemplando os componentes de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, e drenagem das águas da chuva. É isto o que prevê o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab). Entre as metas previstas estão a instalação de unidades hidrossanitárias em todo o território nacional até final de 2030, o abastecimento de água potável nas áreas urbana e rural das Regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, e a erradicação dos lixões até 2014. Até o fim do prazo, propõe-se abastecimento de água potável em 98% do território nacional, 88% dos esgotos tratados e 100% dos resíduos sólidos coletados. O plano prevê investimentos na ordem de R$ 420 bilhões para populações urbanas e ru-

rais do país, sendo 60% do governo federal e 40% de estados, municípios e iniciativa privada. Desse total, R$ 157 bilhões vão para esgotamento sanitário, R$ 105 bilhões para abastecimento de água, R$ 87 bilhões para melhoria da gestão no setor, R$ 55 bilhões para drenagem e R$ 16 bilhões para resíduos sólidos. Dentro desse montante já estão incluídos os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Na primeira edição do programa, foram previstos o total de R$ 40 bilhões, R$ 36 bilhões do Ministério das Cidades e R$ 4 bilhões da Fundação Nacional de Saúde. Esses recursos foram repassados a municípios, estados e companhias prestadoras de serviços de saneamento, que por sua vez devem licitar e gerenciar a execução das obras. A segunda etapa do Programa (PAC 2) foi lançada em 2010, e o Ministério das Cidades recebeu mais R$ 41,1 bilhões para aplicar em ações de saneamento de 2011 a 2014. Desse total, R$ 16 bilhões já estão contratados ou em fase de contratação.

Muita dedicação E quem tem se dedicado de corpo e alma para que os planos do governo federal alcancem sucesso é a ministra-chefe da Casa Civil Gleisi Helena Hoffmann, que saiu de férias em 13 de janeiro, mas falou para a revista TAE sobre o que considera um dos planos mais audaciosos do governo da presidenta Dilma Housseff. A ministra, que não volta mais ao governo, pois vai disputar o governo do Paraná, nasceu em Curitiba no dia 6 de setembro de 1965 e sempre foi uma das maiores entusiastas do Plano Nacional de Saneamento Básico: “É um trabalho muito árduo, que não dá votos, mas que é necessário. Levar água potável, coletar e tratar o esgoto significa mais saúde e, por

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ESPECIAL

consequência, menos doença. O governo investe numa área que, em algumas décadas, reverterá em menos gastos com a saúde no caso de doenças endêmicas. O governo precisa pensar nas populações mais carentes e, principalmente, nas periferias das grandes cidades”, disse Gleisi Hoffmann. O plano, instituído pela Lei 11.445/2007, no último dia 6 de dezembro, prevê alcançar nos próximos 20 anos, 99% de cobertura no abastecimento de água potável, sendo 100% na área urbana; e de 92% no esgotamento sanitário, sendo 93% na área urbana. Em resíduos sólidos, o Plansab prevê a universalização da coleta na área urbana e a ausência de lixões ou vazadouros a céu

O que é o Plansab A proposta do Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) foi elaborada pelo Governo Federal, em amplo processo participativo, planejado e coordenado pelo Ministério das Cidades, entra agora em sua fase final de conclusão. Iniciado em 2008, o processo de construção do Plano foi organizado em quatro etapas de trabalho: a primeira foi o Pacto pelo Saneamento Básico; a segunda foi a elaboração do diagnóstico da situação do saneamento no país, mediante a pesquisa: Estudo do Panorama do Saneamento Básico no Brasil e, também, a proposta do Plano Nacional de Saneamento Básico; a terceira etapa inicia agora com a divulgação e debate público da Proposta de Plano. Posteriormente será realizada a quarta etapa de atividades que é o detalhamento dos programas, projetos e ações, bem como monitoramento e avaliação. O Plansab, cuja elaboração é prevista na lei de diretrizes nacionais para o saneamento básico Lei nº 11.445/2007, regulamentada pelo Decreto nº 7.217/2010 -, consolida os avanços verificados no setor saneamento brasileiro nos últimos anos, com a forte retomada dos investimentos e a aprovação do marco legal do setor, até então inexistente, ocupando um vácuo de planejamento, que vem de meados dos anos 80. A versão atual constitui a proposta do Plano

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aberto em todo o país. Para águas pluviais, outra meta é a redução da quantidade de municípios em que ocorrem inundações ou alagamentos, na área urbana de 11%. “Mas o governo também precisa pensar em incentivos para a área industrial. Somente com parcerias firmes e fortes com o setor privado conseguiremos vencer essa batalha desigual que é a falta de saneamento básico para uma grande parcela do povo brasileiro’’, disse a ministra. E continua enfática: “O planejamento nesta área é condição indispensável para o Brasil avançar nos níveis de cobertura e na qualidade dos serviços prestados à população brasileira. Saneamento básico representa mais saúde, qualidade de vida e cidadania”, acrescenta a ministra. Nacional de Saneamento Básico e se destina a subsidiar o mecanismo de debate com a sociedade, de forma a colher sugestões e contribuições, tanto de setores especializados quanto da sociedade em geral, sobre as ações e procedimentos que irão orientar a política de saneamento básico no país nos próximos vinte anos. Contempla uma abordagem integrada do saneamento básico, incluindo os quatro componentes: abastecimento de água potável, esgotamento sanitário limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. A partir da análise e determinação de um cenário de referência para o desenvolvimento do país, o Plansab estabelece metas para o saneamento básico brasileiro, visando atingi-las ao longo dos 20 anos de execução do Plano. Para isso, define macrodiretrizes e estratégias que orientam a atuação dos agentes públicos e privados, em especial o Governo Federal. Este prevê a criação de Programas de investimentos em saneamento básico com previsão dos recursos necessários tanto da parte dos agentes federais - Orçamento-Geral da União (OGU) e agentes financeiros e de fomento do Governo Federal, dentre outros - como daqueles não federais - governos de estados, prefeituras municipais, iniciativa privada e organismos internacionais, entre outros.


Gleisi Hoffmann fez questão de deixar claro que o Plansab é um plano coordenado pelo Ministério das Cidades e que sempre contou com o apoio incondicional do ministro Aguinaldo Ribeiro para que um sonho se tornasse realidade: “Não posso falar sobre o futuro de colegas e amigos, mas pelo que sei o ministro Aguinaldo também irá deixar o governo Dilma Rousseff até abril. É uma pena, pois ele estava perfeitamente entrosado com o Plansab. É necessário não perder o foco em um dos programas sociais mais importantes da presidenta Dilma”, afirma Gleisi. Quando fala do novo plano de saneamento, a ministra faz questão de citar um estudo feito pela Organização Mundial de Saúde: “Se considerarmos o levantamento da Organização Mundial de Saúde (OMS), para cada R$ 1,00 investido em saneamento, são gerados R$ 4,00 de economia na saúde. E para cada R$ 1 milhão investidos em obras de esgotamento sanitário, são gerados 30 empregos diretos e 20 indiretos, além dos empregos permanentes quando o sistema entrar em operação. Com um investimento médio de R$ 30 bilhões por ano, calcula-se que será gerado potencialmente quase 1,5 milhão de novos empregos no mesmo período’’, garante. Gleisi diz que o empenho da presidenta Dilma Rousseff sempre foi essencial para que o Plansab saísse do papel e ganhasse contornos reais: “A presidenta Dilma Rousseff sempre esteve vivamente empenhada em enfrentar a questão de saneamento – sobretudo a de esgoto, para universalizar esses serviços até 2030. Essas propostas, feitas em conjunto com a Caixa Econômica Federal e com a Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base), têm o propósito de mobilizar empresas públicas estaduais e capital privado nesse sentido”, explica. A ministra salientou que as conversas com os empresários do setor industrial seguem aceleradas e que o projeto de parcerias público-privadas são a única forma de fazer com que o Plansab decole de uma vez e tenha um vôo de

Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom - Agência Brasil (ABr)

Parceria ideal

cruzeiro tranquilo: “A universalização é o sonho de todo o cidadão de ter água na sua porta, esgoto tratado, com os resíduos sólidos coletados e tratados adequadamente. As metas do Plano Nacional de Saneamento, Plansab, são ambiciosas mas a decisão política do governo permite que esse sonho esteja cada vez mais perto de se tornar uma realidade”, fala Gleisi. De acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2012), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil possui 62,8 milhões de domicílios. Deste total, apenas 57,1% tem acesso a rede de esgoto, dado que demonstra o grande desafio que os governos têm de enfrentar e que devem ser uma prioridade. “Colocar canos embaixo da terra não garante votos. Esse é um consenso que está se desmistificando dentro da classe política. Hoje sabemos que os investimentos na área de saúde pública geram empregos diretos e indiretos. Os diretos são aqueles relacionados com as empresas contratadas pelo governo para tocar as obras. Os indiretos são os criados pelas empresas que vão vender produtos para que a construção e conclusão das obras seja uma realidade. E estamos completamente focados em dar uma excelente qualidade de vida para todos os brasileiros. E para que isso aconteça é necessário mudar a forma e a maneira de se pensar em saneamento básico no Brasil’’, finaliza Gleisi Hoffmann.

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VISÃO AMBIENTAL

Região da Barra da Tijuca no Rio de Janeiro sofre com poluição e descaso

TAE – Como encontra-se atualmente as condições da Lagoa de Marapendi? Mariana – Eu diria lamentável!! Nota-se proliferação de algas, aumento de temperatura, péssimo odor, redução de oxigênio e pouca capacidade de digestão da matéria orgânica!! A falta de tratamento de esgoto e a inexistência de uma troca abundante entre as águas interiores e oceânicas causadas por descaso do governo e por uma obra de engenharia feita na década de 60, tem evitado a revitalização do sistema hídrico da lagoa. Estando confinada entre as Avenidas Sernambetiba e das Américas a lagoa vem acumulando crescentes quantidades de dejetos, que

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formam ilhas de lodo mal cheirosas que são verdadeiros criadores de insetos. Essas ilhas diminuem ainda mais a circulação de “água” e pioram a qualidade de vida dos residentes e de diversas espécies silvestres e aquáticas. TAE – O Governo vem tomando algumas providências com relação a descontaminação desta área? E as opções são efetivas? Mariana – O Governo do Estado vem percebendo a necessidade, e agora, a urgência em melhorar as condições das lagoas para que as mesmas não causem o envergonhamento da cidade em meio ao público internacional com as Olimpíadas de 2016. Até então as medidas, publicadas, a serem tomadas pelo Governo do

Fotos: Divulgação

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á tempos que uma das regiões mais valorizadas do Rio de Janeiro sofre com a poluição proveniente da Lagoa de Marapendi e com o descaso dos órgãos públicos. Segundo o Inea (Instituto Estadual do Ambiente), a área da praia entre o Pepê até o Quebra-Mar está imprópria para banho, mas não em razão da presença de algas, e sim pela quantidade de coliformes fecais. Estudos recentes apontam que grande quantidade destes poluentes são provenientes da Lagoa de Marapendi, que fica paralela e que é a fonte de contaminação das praias da Barra e do Recreio. A Engenheira em Geografia Física e Meio Ambiente Mariana Basílio, formada pela Universidade de Auckland, Nova Zelândia desenvolveu um projeto para a limpeza da Lagoa de Marapendi, utilizando tecnologia sustentável que promete ser a solução definitiva para os problemas da região, a Revista TAE falou com exclusividade com Mariana.

Um sistema radicular bem resolvido


Estado constituem-se em 1) dragar os sedimentos contaminados que estão depositados no fundo das lagoas e 2) evitar o despejo de esgoto nas lagoas por meio de aumento em penalidades tributárias aos condomínios. Essas duas medidas sem dúvida irão auxiliar na melhoria da situação do complexo lagunar. Porém para se obter um resultado mais visível e duradouro é necessário que exista um fluxo de água limpa no sistema e que medidas de tratamento de contaminantes sejam adotados urgentemente. TAE – Já se é sabido que a dragagem por si só não resolverá os problemas de uma lagoa como a de Marapendi, que não recebe águas para regeneração e diluição dos compostos orgânicos, além das ligações dos condomínios nas redes coletoras de esgoto serem muito morosas e demandarem altos investimentos por parte dos órgãos públicos, quais as ações principais que seu projeto contempla? Mariana – Esse projeto sugere algumas ações simples, sustentáveis e viáveis economicamente como:  A reconexão do Canal de Sernambetiba com o Canal das Taxas, que geograficamente deveria ser o início do complexo lagunar da lagoa de Marapendi;  A adoção de ilhas de tratamento;  A implantação de sistemas de tratamento de esgoto/efluentes compactos para tratar os esgotos lançados na lagoa;  A fiscalização e autuação do Inea fazendo-se cumprir as diretrizes e normas para emissão de efluentes. A reconexão do Canal de Sernambetiba (Rio Morto) com o complexo lagunar é essencial, pois o Canal de Sernambetiba que é alimentado por águas das montanhas do Parque do Maciço da Pedra Branca poderia voltar a ser uma fonte de água capaz de regenerar, diminuir a temperatura e aumentar a capacidade de absorção de matéria orgânica do complexo lagunar da Barra e do Recreio. TAE - Notícias recentes publicadas pelos principais jornais regionais e nacionais relatam a

Pontos críticos do projeto

aparição de forte espuma branca nas regiões litorâneas do Rio de Janeiro, principalmente na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, de acordo com o Inea (Instituto Estadual do Ambiente), trata-se de floração e decomposição de algas (fitoplânctons) causadas pela alta temperatura, você acredita que a poluição da Lagoa pode estar contribuindo diretamente para este fenômeno? Mariana – A proliferação de algas acontece por um excesso de matéria orgânica e é acelerada em altas temperaturas. Por isso, com certeza a contaminação por esgoto das lagoas de Marapendi e também a de Jacarepaguá tem sido a maior contribuição para essa espuma branca vista nas praias da zona oeste da cidade, uma vez que as águas das lagoas acabam no mar. As lagoas recebem muitos contaminantes e no caso da lagoa de Marapendi, a mesma não recebe nenhuma fonte de água limpa para diluir a concentração de esgoto. Com a chegada do verão infelizmente a ação de decomposição de matéria orgânica se torna ainda maior, o que acaba piorando a qualidade da água vista pelos banhistas. TAE – Qual a importância da Lagoa para a região? Mariana – A Lagoa está inserida em um dos principais pontos da orla da Barra da Tijuca, e em seu entorno ficam: condomínios de luxo, hotéis e demais pontos comerciais. A região será também um dos principais pontos para os turis-

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VISÃO AMBIENTAL

de Vargem Grande, quando a maré está cheia e o Canal não consegue desaguar no mar.

Canais laterais de grande importância que alimentam o Canal de Sernambetiba em azul

tas nas Olimpíadas de 2016. Os turistas assim como os residentes serão atingidos diretamente pela poluição e pelo mau odor gerado pela Lagoa, ocasionando em prejuízos formalizados pela mídia internacional para a cidade do Rio de Janeiro e para a economia local no futuro. TAE – Quando começou a piorar a situação da Lagoa? Mariana – Antes da construção da Avenida das Américas na década de 70 o Canal de Sernambetiba era conectado ao complexo lagunar da Barra e Recreio. As águas desciam das montanhas, do Parque do Maciço e da Pedra Branca e eram transportadas pelo canal de Sernambetiba alimentando a lagoa de Marapendi. Porém com a construção da ponte e com o Artigo 122, do Título VII, Capitulo Único, do Código de Águas de 1934, concedendo preferência às redes de transporte, essa conexão foi bloqueada. Com o passar do tempo, e com a ocupação residencial, a poluição na lagoa aumentou, trazendo consequências para aqueles que vivem próximos aos seus cursos d’água. Sem mais fluxo d’agua o complexo lagunar de Marapendi vem acumulando esgoto, excesso de sedimento e água pluvial contaminada. Além disso, o Canal de Sernambetiba passou somente a escorrer para o mar (na Praia da Macumba), se tornando dependente da maré, o que tem levado a um maior número de enchente na região

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TAE – Dentro de seu projeto você utiliza métodos sustentáveis de tratamento de efluentes, comente um pouco sobre estes sistemas. Mariana – É extremamente importante usar métodos de tratamento de água que não tragam nenhum risco ao meio ambiente, por isso esse projeto propõe usar ilhas de tratamento com espécies nativas. Estas ilhas calculadas em tamanhos proporcionais ao volume de água a ser tratado agregam valor estético e melhoram biologicamente o ecossistema. Elas funcionam como wetlands convencionais de tratamento, porém 1) não ocupam espaço, 2) tem menos custo de manutenção, 3) são mais eficientes devido à maior exposição das raízes de suas plantas à contaminações. Por suas raízes e reações biológicas elas conseguem absorver matéria orgânica e patogênica. É importante notar que as ilhas não são um substituto aos métodos de tratamento de esgoto, porém elas trazem benefícios visíveis enquanto parte do esgoto ainda não é coletado. Essas ilhas de tratamento, que ainda não existem no Brasil, podem trazer muitos ganhos ao meio ambiente. Elas não só melhoram a qualidade da água, mas também agregam valor estético ao local por serem agradáveis e naturais; se tornam mais um rico habitat para espécies aquáticas e aviárias; controlam a proliferação de algas; limpam a água naturalmente sem a adição de produtos químicos. TAE – Qual a importância da população local neste projeto? Mariana – O projeto usa um sistema sustentável eficiente e de baixo custo visando resultados futuros a curto e longo prazo e a população precisa saber disso para respeitar os componentes nos quais eles poderiam vir a ter contato, como as ilhas de tratamento, por exemplo. Todos da região devem entender o que está sendo proposto e como manter os recursos investidos. Essa comunicação pode ser dada através de reuniões e palestras com


a comunidade, ou através de anúncios pela radio local. Eu considero que só é possível implementar modos não convencionais quando as pessoas afetadas entendem sobre o assunto, participam ou ajudam a mantê-los, nem que seja simplesmente respeitando-os. TAE – Este projeto possui uma versatilidade de aplicação? Pode ser aplicado em outros casos como o da Lagoa de Marapendi? Mariana – Sim, existe uma versatilidade na aplicação desse projeto. Eu vejo muitos outros lugares com as mesmas necessidades. Porém, é claro que é preciso estudar cada caso de forma única, para investigar as necessidades hidrológicas e a adoção de métodos de tratamento específicos. Em meus projetos eu acho essencial considerar a geografia do local, as modificações feitas na região e como os corpos hídricos têm sido afetados ao longo do tempo. A partir dessas informações torna-se mais fácil desenvolver um projeto melhor fundamentado.

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TAE – Quais os próximos passos para a implantação efetiva deste projeto? Mariana – O Instituto Estadual do Ambiente responsável pelas ações a serem tomadas a respeito das lagoas está ciente sobre a proposta deste projeto e pretende integrá-lo ao projeto de dragagem, licitado pela segunda vez em dezembro de 2013 em 640 milhões de reais. Com os jogos olímpicos temos uma grande oportunidade de fazer algo duradouro que favoreça os residentes da região não só a curto, mas a longo prazo. Eu espero que o projeto saia mesmo do papel, pois seria uma tristeza desperdiçar a oportunidade de fazer algo sustentável em um projeto que constroem somente uma grande dragagem, mas que não trata as causas do problema. Mariana Pereira Basilio

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TRATAMENTO DE EFLUENTES por Vicente de Aquino

Foto: Divulgação Xylem

Sistemas de desinfecção de efluentes: um desafio para o século XXI

Sistema com lâmpada ultravioleta

T

odos sabem que a água é um nutriente indispensável à manutenção da vida e, por esse motivo, um recurso natural fundamental para a garantia da saúde, bem-estar e desenvolvimento econômico e social de uma população. No entanto, poucas pessoas têm em mente quanto efluente é gerado e como ele deve ser tratado para evitar desperdícios, prejuízos ao ambiente e ocorrência de doenças. Segundo o último “Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos” publicado pela Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, órgão do Ministério de Cidades, referente ao ano de 2011 e disponibilizado em junho de 2013, o índice de atendimento da população total com a coleta de esgotos em oito anos (de dezembro de 2003 ao mesmo período de 2011) aumentou de 38,5 para 48,1% sendo

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que o tratamento saltou de 29,2 para 37,5%, o que representou uma evolução de 24,9 e 28,4%, respectivamente. Mas a disponibilidade do sistema de tratamento para o maior número possível de moradias com eficiência e segurança garantidas depende da adoção de etapas criteriosamente seguidas em que a desinfecção é ponto crítico.

Tratamento de efluentes e função da desinfecção Segundo Maria Lúcia Gomar, engenheira de aplicações N/NE do grupo Produquímica, há grande quantidade de arranjos possíveis com relação às operações unitárias no tratamento que vão depender do tipo e características do efluente, mas alguns passos são normalmente padrões no funcionamento geral de uma ETE. “Há o pré-tratamento (gra-


deamento e desarenação), e os tratamentos primário (floculação e sedimentação), secundário (processos biológicos de oxidação) e terciário (polimento)”, diz. “A etapa preliminar tem a função de remover os sólidos grosseiros (areia, trapos, galhos, materiais flotantes, etc) e óleos e graxas, pois eles podem causar problemas de operação e manutenção nos equipamentos; o tratamento primário tem como objetivo remover uma parte dos sólidos em suspensão e da matéria orgânica presentes no efluente, mas apesar de melhorar o desempenho do sistema (equalizando a composição e a vazão), muitas vezes não é realizado com a finalidade de reduzir o custo da obra; o secundário consiste na remoção de matéria orgânica biodegradável e de sólidos em suspensão por meio de um sistema de tratamento biológico, que incluem lagoas aeradas facultativas (que possui baixa eficiência de remoção e baixo custo), reatores anaeróbios de fluxo ascendente (também com baixa eficiência de remoção e de custo), MBBR (média eficiência de remoção e custo maior), sistema de lodos ativados convencional (com maior eficiência de remoção e de custo), sistemas de lodos ativados por batelada – SBR (maior eficiência de remoção e de custo), sistema ICEAS ® - combinação de reator SBR, mas com operação contínua (maior eficiência de remoção e de custo). Esta etapa ainda pode ter remoção de nutrientes (nitrogênio e fósforo) incorporada ao sistema. É no tratamento terciário que se encontra a desinfecção, que por definição também inclui a remoção de sólidos em suspensão por filtração – polimento do efluente (filtros de areia ou membranas de UF) e a remoção de nutrientes (filtros biológicos ou precipitação química). Na prática, no Brasil, a legislação só exige a etapa de desinfecção do efluente” complementa José Guilherme Dantas, engenheiro de aplicações da Xylem. A principal função da desinfecção é diminuir a quantidade de agentes patogênicos do efluente (vírus, bactérias, protozoários etc) e

segundo Gomar é um desafio para este século. “As exigências cada vez mais restritivas das legislações tanto federais quanto estaduais vigentes têm obrigado as empresas de todos os segmentos industriais a se adequarem, o que passa necessariamente pelo melhoramento das técnicas de tratamento, incluindo os processos de desinfecção”, explica.

Sistemas de desinfecção Para cumprir adequadamente aos requisitos da etapa de desinfecção no sistema de tratamento de efluentes há no mercado uma variedade de produtos químicos, métodos e técnicas e, às vezes, é necessário a combinação de diferentes tecnologias para atender as necessidades específicas de maneira mais efetiva e com o melhor custo-benefício. “Dentre os principais métodos podem ser citados a cloração, dióxido de cloro, ozonização e desinfecção por radiação ultravioleta”, orienta Gomar. No processo de cloração é utilizado cloro em gás, na forma de hipoclorito de sódio ou de cálcio adicionado ao material a ser tratado e, neste caso, a eficiência do processo é extremamente dependente do pH do fluido. “Como principais desvantagens estão a formação de subprodutos indesejáveis como os THM (trihalometanos) que podem afetar o sistema nervoso central, o fígado e os rins, além de serem conhecidos compostos cancerígenos”, alerta. Este método pode ser substituído pela utilização do dióxido de cloro que possui poder de desinfecção maior, independe das variações do pH do efluente e devido a sua especificidade química não forma subprodutos tóxicos. “Ao contrário do cloro, o dióxido de cloro é capaz de eliminar biofilmes nos sistemas de tubulação e tanques impedindo o crescimento da Legionella. Além da excelente ação bactericida, age com eficiência sobre os vírus e pode ser usado como inibidor de crescimento de algas”, complementa. Já a utilização de ozônio (ozonização) tem a vantagem de ser mais eficaz na inativa-

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Foto: Divulgação Xylem

TRATAMENTO DE EFLUENTES

Sistema com lâmpada ultravioleta

ção de vírus e de cistos de protozoários, mas possui custos que restringem seu uso à área industrial. Por sua vez, a desinfecção por radiação ultravioleta consiste de um mecanismo físico que assim como o cloro age sobre o DNA dos microrganismos, inativando-os, mas sem gerar subprodutos tóxicos. “Ao entrar em contato com o DNA, a luz UV provoca uma reação fotoquímica em algumas partes da cadeia de DNA e essas alterações impedem a reprodução dos microrganismos. O comprimento de onda de 254nm é o mais absorvido”, comenta José Guilherme Dantas. Este sistema apresenta vantagens. “Não há alteração de qualidade da água, ou seja, características de pH, corrosividade, turbidez ou condutividade permanecem inalteradas, possui ação efetiva sobre microrganismos não eliminados por outros métodos tais como Cryptosporidium e Giardia, é de fácil operação e controle, só sendo necessário aumentar a potência do sistema de acordo com a vazão de água e a transmitância, a reação de desinfecção é muita rápida durando apenas alguns segundos, o equipamento de UV ocupa uma área muito pequena se comparado às tecnologias alternativas, a planta de tratamento de efluente já existente pode ser adaptada e é uma opção barata, tanto em custo de investimento quanto em custo de operação para desinfecção de protozoários”, completa Dantas. Dentre as desvantagens, segundo Maria Lú-

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cia Gomar, está o fato do sistema não deixar residual desinfetante e ter ação da radiação efetiva apenas enquanto a fonte estiver ligada ou o passando pelo reator fotoquímico. “Dessa forma, em caso de contaminação na rede de distribuição, não há como garantir a inativação dos microrganismos, como ocorre com uso de outros desinfetantes”, diz. Os equipamentos utilizados nos sistemas de desinfecção por UV estão basicamente divididos em dois tipos: os de instalação em canal aberto e os de instalação em tubulação. Dentro de cada categoria, existem dois tipos de lâmpadas: as de baixa e as de média pressão. As monocromáticas de baixa pressão são muito mais eficientes e possuem vida útil consideravelmente maior do que as policromáticas de média pressão que emitem luz em comprimentos de onda diferentes de 254nm e não tem grande eficácia na desinfecção. “As lâmpadas de baixa pressão da Wedeco (empresa do grupo Xylem Brasil) alcançam alta eficiência na produção e emissão de raios UV-C, isto é, cerca de 41% dos raios que são emitidos pela lâmpada encontram-se na faixa de comprimento de onda dos raios UVA e UVB. Tal eficiência é significativamente superior às lâmpadas convencionais que trabalham com média pressão, as quais conferem eficiência de 12% apenas, além de menor vida útil e maior temperatura de operação. As lâmpadas de média pressão existem para alguns casos muito específicos em que há limitação de espaço e em que o efluente precisa de uma dose muito alta de UV. Nesta situação é necessário usá-las porque elas atingem potências muito mais altas, apesar da baixa eficiência”, explica Dantas. Além disso, alguns fabricantes possuem opcionais que melhoram o desempenho do sistema e diminuem o gasto com energia. “Todos os equipamentos da Wedeco possuem entre seus opcionais os controladores de dosagem de UV (baseados na dose de UV real) combinada com a vazão do sistema (que integra sinais de um sensor UV com um sensor de vazão, modulando a potência das lâmpa-


das de acordo com a dose definida em projeto) e sistema de limpeza automática isento de produtos químicos e que é composto por anéis de Teflon que limpam os tubos em que as lâmpadas de UV estão instaladas toda vez que o sensor acusar uma diminuição da dosagem”, conta José Guilherme. Outra informação importante para os futuros usuários dessa tecnologia é que os equipamentos de UV não são facilmente intercambiáveis. “Uma vez que o projeto se baseie no equipamento de um fornecedor, o concorrente só poderá ser instalado se houver modificações físicas na instalação, o que às vezes não é possível”, ressalta Dantas.

Medidas para garantir a eficiência do processo de desinfecção Para que um sistema de desinfecção atinja o seu objetivo é necessário ter conhecimento prévio sobre o efluente a ser tratado, além de adotar medidas criteriosas relacionadas ao processo. “Conhecer a contagem de microrganismo na entrada e na saída do sistema, a temperatura e a composição do efluente (DBO5, SST, DQO, pH) com suas possíveis variações sazonais é fundamental no cumprimento dos objetivos. Além disso, informações sobre a vazão do sistema (mínima, média e máxima) são importantes. No caso específico do sistema UV é preciso ainda conhecer a turbidez e a transmitância do efluente à luz”, destaca Dantas. Também é necessário ter conhecimentos a respeito do equipamento com o qual se trabalha para adquirir e projetar adequadamente o sistema. “Como qualquer equipamento, a UV deve ser dimensionada para operar com um efluente de qualidade definida. Se ele chegar ao equipamento pior do que no projeto, não será desinfetado adequadamente. Além disso, é recomendado garantir boa fonte de energia elétrica para assegurar que não ocorram variações significativas de tensão ao longo do tempo de utilização, fazer a manutenção periódica preventiva indicada pelo fabricante e basear o edital em meta de desinfecção

e não em número de lâmpadas ou potência instalada no momento da aquisição do equipamento já que eles diferem muito entre si”, complementa Dantas. No caso do uso de métodos químicos é importante verificar e controlar possíveis impactos ambientais e respeitar limites seguros. “Como os agentes utilizados nos processos de desinfecção podem provocar danos à saúde humana e ao ambiente aquático é necessário que se faça uma avaliação dos impactos ambientais que as medidas de controle podem ocasionar”, alerta Gomar. A legislação brasileira usualmente mede a eficiência da desinfecção a partir da contagem das bactérias Escherichia coli ou coliformes (fecais ou totais).

Consequências das falhas nos processos de desinfecção As falhas na desinfecção dos efluentes podem trazer sérios impactos negativos à saúde e ao ambiente. A contaminação dos corpos hídricos por microrganismos vetores de doenças é a principal preocupação neste caso. “Os organismos patogênicos de maior preocupação, quando o homem é exposto a ambientes contaminados com esgotos, são as bactérias e os vírus entéricos, além dos parasitas intestinais. Uma grande variedade destes organismos está sempre presente em todos os esgotos de origem doméstica”, alerta Gomar. “Dentre as principais bactérias causadoras de doenças podem ser citados os coliformes, Salmonella, Vibrio, Legionella que causam doenças intestinais, febre tifoide, cólera e pneumonia, respectivamente. Além disso, vírus como os causadores da hepatite A e poliomielite e protozoários como Cryptosporidia e Ameba, agentes etiológicos de doenças intestinais podem acometer seres humanos”, explica Dantas. Contato das empresas: Produquímica: www.produquimica.com.br Xylem: www.xyleminc.com

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TRATAMENTO DE ÁGUA

Foto: Wet´n Wild

por Carla Legner

A qualidade da água das piscinas

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o verão, com a forte onda de calor, o número de pessoas que utilizam piscinas, frequentam parques aquáticos e clubes aumentam consideravelmente, mas como saber se a água desses locais está adequada para o uso, e livre de qualquer contaminação? Pouca gente sabe, mas segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 85% das doenças no mundo são transmitidas pela água. A ineficácia ou ausência de higienização nas águas podem causar uma lista de enfermidades, mas por outro lado o excesso de produtos químicos também costumam causar alergias e irritações cutâneas, olhos vermelhos, cabelos ressecados e descolorados, etc. É comum, quando uma mãe leva o filho ao pediatra com sintomas de vômito e diarréia, o médico dizer que a criança está com viro-

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se. Na verdade, na maioria dos casos, é a contaminação de algum microrganismo pela água. Normalmente nos preocupamos em dar água filtrada para as crianças mas, devemos lembrar que elas também têm contato através das mucosas da boca, com água de chuveiro, da pia quando escovam os dentes e também nas piscinas, uma vez, que é impossível uma criança nadar sem engolir um pouco de água. O tratamento da água de uma piscina, ou tanques de recreações aquáticas é realizado da mesma forma, variando apenas o volume de água tratada e a relação usuário x volume de água. Uma regra simples determina, quanto maior for o número de usuários, maiores serão os cuidados no tratamento da água de uma piscina. Carlos Heise da Panozon, explica que o tratamento de uma piscina pode ser dividido em


duas partes: limpeza de sujeiras sólidas (folhas, fios de cabelo etc.) que são removidos pela filtração simples e contaminantes dissolvidos na água ou pequenos demais para serem retirados na filtração (urina, secreções, suor, microrganismos etc.). Para a eliminação destes últimos contaminantes, podem-se usar várias tecnologias complementares ao cloro. “É importante notar que sempre é necessário manter-se o residual de cloro na água, mesmo utilizando-se outros processos complementares”, ressalta.

Tipos de tratamento De acordo com Vinicius Ciocci, representante da Pure Water, o tratamento de piscinas em sua maioria ainda é feito por Cloro e outros produtos químicos (Algicida, Clarificante, Floculante, etc). Mas isso vem mudando ao longo do tempo, hoje existem outras formas de cuidados, como Ionização (Íons de Prata e Cobre), Ultravioleta (Luz ultravioleta) e Ozonização (gás ozônio), que são muito mais ecológicos pois não utilizam produtos químicos nocivos à saúde. Cloração: Tratamento manual, necessita acompanhamento diário e correção frequente dos parâmetros da piscina (PH, Alcalinidade etc.). Tem residual ativo e mantém a água protegida de contaminação enquanto houver presença de cloro na água. O cloro é dissipado rapidamente em dias com sol intenso ou água aquecida. Tem cheiro e gosto característicos e possibilidade da formação de Trihalometano (cloraminas) que é nocivo. Ultravioleta: Tratamento automático com a luz ultravioleta que esteriliza a água que passa pela lâmpada matando algas, vírus e bactérias. Somente a água que passa na luz é esterilizada. Parte da água que por ventura não passar pela lâmpada não será esterilizada e permanecerá com os microrganismos. Eventuais esporos de algas presas às paredes da piscina não serão atingidas. Nada é acrescido à água, a esterilização é através da luz. O tratamento por UV só manterá a água protegida de contaminação enquanto a bomba da pis-

cina for mantida ligada. Necessita mais horas de funcionamento e consome mais energia. Não tem residual ativo para proteção da água contra contaminação nos períodos em que o equipamento permanecer desligado. Não deixa cheiro nem gosto na água Ionização: Tratamento automático por íons metálicos de prata e cobre em que durante a recirculação da água os íons são produzidos e lançados na água. O tratamento por íons mantém residual ativo que protege a água de contaminação durante os períodos em que a recirculação está desligada. O Cobre combate as algas e a Prata elimina fungos, bactérias e vírus. Os íons são estáveis e não são dissipados mesmo em piscinas aquecidas ou dias de sol intenso. Não deixa cheiro nem gosto na água. Salinização: Tratamento com cloro produzido automaticamente e diretamente na piscina. A água precisa ser salgada, isto é, conter sal. O gerador de cloro decompõe o sal e produz cloro livre. A água da piscina fica salgada e acelera a corrosão das partes metálicas de todo equipamento inclusive o aquecedor etc. Tem residual ativo e mantém a água protegida de contaminação enquanto houver presença de cloro na água. O cloro é dissipado rapidamente em dias com sol intenso ou água aquecida. Tem cheiro e gosto característicos e possibilidade da formação de Trihalometano (cloraminas) que é nocivo. Ozonização: Tratamento com gás ozônio (oxigênio trivalente altamente oxidante) que é produzido por faiscamento em alta tensão e diluído na água. Não é recomendado ter contato direto com a pele. É instável e permanece na água por pouco tempo. Só mantém a água protegida de contaminação enquanto está sendo produzido. Necessita mais horas de funcionamento e consome mais energia. Não tem residual ativo que garanta proteção da água contra contaminação nos períodos em que o equipamento permanecer desligado. Tem cheiro característico e deixa gosto na água. A tabela a seguir mostra de forma simples e clara cada tipo de tratamento e suas especificações:

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Fonte: Pure Water

TRATAMENTO DE ÁGUA

Normas da Anvisa Carlos Mumme, engenheiro da Hidroall, explica que 50% da qualidade de uma água de piscina dependem exclusivamente do equipamento de circulação e filtração de água. Através da norma ABNT, a NBR 10339 determina entre outros parâmetros o tempo máximo de recirculação, separando em duas classes de piscinas: públicas, coletivas de hotéis, residenciais coletivas (condomínios) e piscinas residenciais privativas. “Há vários processos químicos de tratamento de água de piscinas, contudo devemos utilizar somente aqueles sistemas homologados pela Anvisa. O mais comum são os compostos liberadores de cloro, tais como dicloroisocianurato de sódio, ácido tricloro isocianúrico, hipoclorito de cálcio e hipoclorito de sódio. Este último composto tem sido substituído pelos demais ao longo do tempo, por serem mais eficientes e mais seguros”, ressalta. O engenheiro explica ainda que toda a ciência do uso dos compostos clorados está ligada à reação de hidrólise que sofrem estes compostos, originando o “ácido hipocloroso”, que chamamos vulgarmente de cloro livre. Este subproduto, apesar de ser um ácido fraco, possui um grau de oxidação, bastante elevado que permite oxidar toda matéria orgânica existente na água da piscina, incluindo-se bactérias patogênicas, vírus e algas. “Vale ressaltar que os processos utilizados no tratamento de piscinas, como geradores de

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ozônio, geradores de luz ultravioleta, ionizadores, geradores de cloro a partir do sal, cloreto de sódio, estão sujeitos à avaliação e homologação da Anvisa, portanto são considerados de uso secundário, isto é, sempre necessitarão da utilização dos compostos liberadores de cloro para o combate às bactérias. Contudo há ainda um sistema à base de biguanida polimérica que dispensa o uso do cloro e tem homologação na Anvisa”, enfatiza Mumme. O ácido hipocloroso, também chamado de cloro livre e vulgarmente conhecido como simplesmente “cloro”, é o desinfetante para água de piscinas mais eficiente utilizado em todo o mundo. Contudo sua eficácia fica comprometida quando está pouco presente na água da piscina, isto é, apresenta um baixo residual nela e na presença de gorduras deixadas na água da piscina pelos banhistas. A concentração ideal de ácido hipocloroso deve-se manter entre 0,8 PPM a 3,0 PPM, segundo a norma ABNT NBR 10818.

Manutenção O sistema de recirculação e filtração é responsável pela limpeza macroscópica da água da piscina, pois retém partículas que variam entre 20 a 25 micra dependendo do tipo de filtro. O tempo de filtração deverá ser respeitado de acordo com a NBR 10339. A manutenção microscópica da qualidade da água é realizada com produtos químicos e seus parâmetros. O primeiro parâmetro a ser observado é a ca-


a 3,0 PPM, constantemente na água da piscina. O produto mais importante utilizado é o composto liberador de cloro. Cada fabricante utiliza formulações químicas que conferem aos seus produtos características especiais e exclusivas, explica Mumme. No caso do tratamento de água de piscinas por Ionização, a manutenção é muito simples por ser um sistema automático. É necessário apenas fazer medições periódicas (uma vez por semana) em relação ao pH, alcalinidade e nível de cobre na água; isso é feito muito rápido utilizando kit de testes que já acompanham os ionizadores e através de uma fita mergulhada na água. A mudança de cor da fita indica os níveis de pH, alcalinidade e Íons de Cobre e Prata naquele momento. Já o ozônio, não existe necessidade de manutenção nem de dosagem de insumos. O ozônio é gerado a partir do ar ambiente.

Fonte: Pure Water

pacidade de tamponamento do pH da água da piscina, que identificamos como alcalinidade total, cujo parâmetro em água de piscinas deve se situar na faixa de 80 PPM a 120 PPM. Isto é muito importante para a manutenção do pH tamponado na faixa de 7,2 a 7,8 segundo a norma ABNT – NBR10818. Outro parâmetro também é observado no tratamento de água de piscinas, a dureza da água que é soma dos sais de cálcio que deverá estar na faixa de 250 PPM a 450 PPM, que proporciona melhor transparência e brilho da água. “Respeitado estes parâmetros todos os agentes químicos adicionados à água da piscina funcionarão muito melhor, vide a presença do ácido hipocloroso (cloro livre) na água da piscina que é decomposto em pH básico. O parâmetro principal é o teor de cloro livre que deverá estar sempre na faixa de 0,8 PPM

Esquema de instalação de Ionizador

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Foto: Wet´n Wild

TRATAMENTO DE ÁGUA

Sistema de tratamento de água

Parques aquáticos Um dos maiores parques aquáticos temáticos no Brasil, Wet´n Wild, foi inaugurado em 1998 na cidade de Itupeva, interior de São Paulo. O espaço exibe área total de 116 mil m², suficiente para receber 12 mil pessoas por dia, além de contar com sete milhões de litros de água tratada e reciclada e 24 atrações para todas as idades. De acordo com Marcelo Gregório, gerente de manutenção do parque, a qualidade das águas e a saúde dos visitantes são itens fundamentais para o sucesso do parque. Toda a água que abastece o complexo provém de um lago da mesma propriedade, com 36 mil m². O parque capta a água deste lago in natura e procede ao tratamento específico. Para chegar às piscinas, a água é puxada por duas bombas e direcionada para um tanque com capacidade para 50 mil litros. A primeira etapa é a purificação, logo depois segue para outro tanque onde ocorre a decantação, processo no qual as sujeiras sólidas se depositam no fundo. Em um terceiro processo, passa por um filtro formado por camadas de granito e diferentes tipos de areia, que garantem a limpeza completa. “O nosso sistema de tratamento é centralizado, então toda água das piscinas é interligada, passam por tanque, depois por um filtro de areia onde é injetado cloro no estado gasoso (cloro gás). Esse é nosso principal desinfetante. O gás é dosado no tanque central e depois as bombas recolocam essas águas de volta

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nas piscinas”, completa Marcelo. O cloro é o principal item desinfecção, mas existem outros produtos químicos usados para o tratamento das águas, como: Bicarbonato de Sódio para corrigir a alcalinidade da água, o Cloreto de Cálcio para corrigir a dureza da água, o Monopersulfato de Potássio para clarear a água e o Hipoclorito para tratamento de choque quando é preciso mudar de forma rápida o pH da água. Mesmo depois de todas as etapas de tratamento, são realizados diversos testes utilizando aparelhos especiais, como o phmetro, que testa o índice de pH da água. Finalizada a última fase, a água é armazenada em um reservatório, de onde é distribuída para todo o parque. Além disso, as águas são cloradas, filtradas e recicladas 24 horas por dia, com emprego da mais moderna tecnologia. O gerente explica ainda que para todo esse processo existe uma equipe especializada monitorando a qualidade e as propriedades da água a cada duas horas, garantido assim o melhor resultado no tratamento e a pureza de suas piscinas. Mas os cuidados não param por ai, o Wet´n Wild ainda conta com a colaboração de um laboratório terceirizado que uma vez por semana coleta amostra das águas para fazer outros tipos de testes, como análises microbiológicas, físico-químicas, estudo de bactérias e componentes, além de certificar se a água esta própria ou imprópria para o banho. Outro exemplo de preocupação do parque com a natureza é a adoção do queimador de biomassa a pellets de madeira (biocombustível). Ao contrário de fontes como o petróleo e o carvão mineral, responsáveis por emitir quantidades enormes de gases prejudiciais ao meio ambiente, o sistema resulta em uma queima completa de energia renovável com emissão de carbono zero. Além disso, aquece 95% das águas utilizadas nas atrações do parque. Contato das empresas: Hidroall: www.hidroall.com.br Panozon: www.panozon.com.br Pure Water: www.purewater.com.br Wet´n Wild: www.wetnwild.com.br


TECNOLOGIA por Luiz Carlos da Silva

Inovação e tecnologia no controle de emissões gasosas em esgoto sanitário

A

poluição causada pelas atividades humanas e industriais cresce, se modifica e se potencializa desde a origem do homem em nosso planeta. As contaminações causadas por emissões gasosas, despejos líquidos, disposição de resíduos sólidos e radioativos não apresentam fronteiras. O que se faz aqui atingirá outro ponto em algum lugar remoto. Desta forma, gestores, empresas, universidades, sociedade e governo devem pensar e agir juntos, com prontidão. Neste contexto, é preciso apresentar soluções técnicas e economicamente viáveis para mitigar, tratar, controlar e eliminar focos de contaminações causados por indústrias e grandes cidades. A Produquímica, por meio de seu centro de pesquisas e desenvolvimento, trouxe para o mercado a maneira inteligente e eficaz para prevenção na formação do gás sulfídrico em esgoto sanitário. Os diferenciais do sistema denominado ODORCAP, desenvolvido pela empresa, são: fornecimento de produto químico (bio remediador), sistema de dosagem, sistema de medição e monitoramento e sistema supervisório de recebimento e envio de dados online. A geração do gás sulfídrico em esgoto sanitário ocorre desde sua origem, devido ao tempo de retenção levado, temperatura e pH. Estes fatores favorecem o desprendimento deste gás na atmosfera causando desconforto e danos à saúde humana. O mecanismo de formação do gás sulfídrico no esgoto é baseado em reações bioquímicas em meio anaeróbio, causadas pelas bactérias sulfato redutoras (BSR) que atacam as moléculas de sulfatos, reduzindo o mesmo até a formação do gás sulfídrico que se desprende da fase líquida e vai para a atmosfera, causando além de forte odor problemas de corrosão em todo o sistema de esgotamento sanitário. Segundo a Water Environment Federation (1995), a concentração de sulfato em esgotos domésticos pode variar de 30 a 250 mg/L. A relação de formação de sulfeto de hidrogênio a partir de sulfato segue uma proporção estequiométrica

de 1:3 em termos de massa, ou seja, um mol de sulfeto (S-2) ou 32 gramas é produzido a partir de 1 mol de sulfato (SO4-2) ou 96 gramas. Portanto, em reatores anaeróbios, considerando-se o aporte de sulfato como única fonte de enxofre oxidado, pode-se esperar a formação de 8 a 67 mg/L de sulfeto de hidrogênio se 80% do sulfato fosse convertido a sulfeto de hidrogênio. Reação estequiométrica: formação do gás sulfídrico

Ou seja:

ODORCAP utiliza blend à base de nitratos ativados que atua como aceptor de elétrons em meio anaeróbio. Desta forma, as bactérias sulfato redutoras buscam as moléculas de nitratos ativados existentes no blend e não atacam as moléculas de sulfatos, prevenindo a formação do gás sulfídrico. Uma segunda reação ocorre após a adição do blend. Gases já formados são oxidados novamente e desta forma fecha o ciclo: prevenção e tratamento do gás sulfídrico. ODORCAP® reações estequiométricas 1) Prevenção:

2) Tratamento:

Luiz Carlos da Silva

Químico pela PUC Campinas, especialista em saneamento ambiental, gerente de produto na empresa Produquímica, atuando há mais de 25 anos na área ambiental. www.produquimica.com.br Tel.: 11 3016-9600

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DEZ 2014/JAN 2015


EQUIPAMENTOS por Bruna Lavrini

Conheça os tanques e sistemas de filtragem em fibra de vidro Uso dos sistemas em fibra de vidros

Foto: Divulgação Asstefil

Segundo o coordenador de projetos, devido a sua versatilidade, os tanques de fibra de vidros podem ser utilizados na construção de toda a montagem do sistema de tratamento de água, desde o pré-tratamento até o processo de redução de sais. “São inúmeras vantagens na utilização de tanques revestidos em fibra, além de seu custo, a alta compatibilidade química que permite utilizá-los em diversos segmentos. Desta forma, com a montagem de filtros e/ou sistemas com esta tecnologia é possível revertermos ao cliente final, uma economia significativa com sua implantação”, afirma. “Estes tanques podem ser utilizados com diversas configurações de mídias, areia, carvão ou resinas de troca iônica, sendo possível a montagem de sistemas completos de tratamento de água, desde o pré-tratamento (remoção de sedimentos e/ou decloração) até redução de sais (como abrandadores ou desmineralizadores).” Os equipamentos em fibra de vidro ainda podem ser utilizados para armazenamento e estocagem de produtos químicos, alimentícios – entre outros líquidos. Além da vantagem de ser versátil a fibra de vidro ainda tem um atrativo muito importante para toda a empresa: o baixo custo. Com a união destes dois fatores – versatilidade e baixo custo –

Sistema de abrandamento automático montado com tanque em fibra de vidro

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Foto: Divulgação Fibrav

A

fibra de vidro é conhecida por seu alto grau de resistência a conteúdos que, independentemente de sua fórmula, causam corrosão. Por isso, tanto os filtros, quanto os tanques de fibra de vidro são altamente resistentes a conteúdos químicos e abrasivos. “Os tanques revestidos em fibra de vidro podem ser utilizados em diversas aplicações como, filtro de areia ou carvão, abrandadores, removedores de ferro/manganês, desmineralizadores e até mesmo como armazenagem de água tratada”, afirma Fábio de Oliveira Pinto, coordenador de projetos da Asstefil, empresa especializada na comercialização de equipamentos para tratamento de água e filtragem de produtos para processos industriais. O material é indicado para tratamento de água, armazenamento de produtos alimentícios, entre outros líquidos, abrasivos ou não.


Sistema de produção de água desmineralizada Da esquerda para direita: tanque de armazenamento, filtro de areia*, filtro de carvão*, pré filtro 5 micra, abrandador*, osmose reversa e coluna de polimento*. * montagem com tanque em fibra de vidro

os sistemas de filtragem se tornam um produto de ótimo custo benefício, explica Jackson Biaso, supervisor técnico da Fibrav, empresa especializada em equipamentos em fibra de vidro. “As principais vantagens do uso da fibra de vidro são baixo custo, fácil instalação, fácil manutenção - em caso de acréscimo de conexões, ou pequenos acidentes -, e versatilidade de uso”, diz o supervisor técnico.

Processo de fabricação e normas técnicas De acordo com os especialistas, existem diversos processos de fabricação para a fibra de vidro, mas, basicamente, o filtro é constituído por uma camada de polietileno e é revestido, por cima desta camada, com fibra de vidro entrelaçada. A fibra de vidros é constituída de resina, reforçada com fios de fibra de vidro e o promotor de cura, que tem por objetivo a secagem do composto. Mas, existem diversos processos de fabricação, que variam de acordo com cada aplicação que for utilizar. Especificamente para tanques, o tipo de sistema utilizado no entrelaçamento da fibra de vidro é o filamento contínuo. Desta forma, o equipamento se consolida em uma alta resistência. Em geral, as normas internacionais seguidas para construção destes sistemas são a ASTM D3299 e ASME RTP1. “Claro que outras normas e testes como, furação de flanges, roscas, testes de qualidade, também fazem parte deste processo de qualidade”, afirma Jackson Biaso.

Apesar da grande versatilidade e de suportar diversos tipos de líquidos, abrasivos ou não, os tanques e sistemas de filtragem construídos em fibra de vidro possuem baixa resistência a alguns níveis de pressão e temperatura. O coordenador de projetos da Asstefil, diz que essas limitações são devido a estrutura plástica que é o alicerce do equipamento. “Entre aço inox, aço carbono e fibra de vidro temos que separar os materiais resistente a ambientes agressivos, dos materiais não resistentes. Portanto, sabemos que aço carbono (que é o mais barato), não possui resistência a ambientes agressivos. Com isso sobram o inox e a fibra de vidro. O Aço inox, por exemplo, não possui alta vida útil para estocagem de ácido sulfúrico a 75%, já a fibra de vidro suporta perfeitamente. Salmoura concentrada funciona do mesmo modo e hidróxido de sódio também”, explica Biaso. Além destes fatores, o aço inox custa mais caro do que a fibra de vidro, mas os detalhes estão na temperatura do conteúdo do tanque ou filtro. “Para estocagem de produtos quentes (acima de 120 graus célsius) e resistência a abrasão, o aço inox supera a fibra de vidro. Portanto, cada caso é um caso, que depende muito da especificação de cada material”, finaliza o supervisor técnico da Fibrav. Contato das empresas: Asstefil: www.asstefil.com.br Fibrav: www.fibrav.com.br

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Foto: Divulgação Fibrav

Foto: Divulgação Asstefil

Contra-indicações


APLICAÇÕES

Foto: Dreamstime

por Henrique Martins Neto

Tratamento de efluentes na indústria de papel e celulose

O

papel como conhecemos foi criado por volta do ano de 105 d.C., durante a Dinastia Han Oriental por Cai Lun, no império chinês. Antes do surgimento das primeiras folhas de papel, eram utilizadas pedras, folhas de árvores, tecidos e até ossos e peles de animais. Cai Lun utilizou cascas de árvores, cânhamo, trapos de pano e redes de pesca descartadas. Triturou os materiais, deixando-os de molho por um longo período em água e em seguida a polpa decorrente deste processo,

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foi aquecida e espalhada em uma superfície lisa e exposta ao sol para secagem. Assim obteve-se o papel, tal invenção foi exportada para toda a Ásia no século VIII, porém a China manteve durante séculos em segredo sua técnica de fabricação, o que levou os árabes a capturarem diversos trabalhadores chineses durante os conflitos entre a Dinastia Tang da China e o Império Árabe no ano de 751 d.C. Em seguida, a indústria do papel se desenvolveu em Bagdá e aos poucos se espalhou pelo mundo. Há registros do primei-


dução mundial de papel e em 4º no ranking de produção de celulose, sendo os EUA o maior produtor neste segmento. No Brasil, desde a década de 70 a produção de papel e celulose vem crescendo anualmente, alcançando em 2012 a marca de 10,3 milhões de toneladas na produção de papel e 14 milhões de toneladas na produção de celulose. Ainda segundo a Bracelpa, o consumo mundial de papel registrado em 2010 foi de 57 Kg per capita (média), sendo o ranking mundial apresentado abaixo:

Fonte: Bracelpa, 2013

Fonte: Bracelpa, 2013

ro moinho de fabricação de papel na Europa datados cerca de 1000 anos após a invenção de Cai Lun. No Brasil o papel começou a ser fabricado no ano de 1809 no Rio de Janeiro. Atualmente, segundo a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), produz-se aproximadamente 400 mil toneladas de papel em todo o mundo, sendo a China o maior produtor, seguida dos EUA, Japão e Alemanha. O Brasil ocupa o 9º lugar no ranking de pro-

O processo básico de fabricação industrial de papel possui as seguintes etapas: • Corte das árvores, pinheiros, eucaliptos e outras; • As toras são descascadas e picadas em pequenos cavacos; • Os cavacos são colocados dentro de um tanque digestor, onde são cozidos em uma mistura de água, soda cáustica e sulfito de sódio, produzindo a polpa; • A polpa é lavada em tanques e centrífugas, para retiradas as impurezas e os pedaços de cavacos não processados. Em seguida é levada a outro tanque onde é deixada em repouso para separar a celulose de outros resíduos. Esta etapa é chamada de branqueamento; • A polpa ainda úmida é levada para uma maquina chamada mesa plana, onde é colocada

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APLICAÇÕES

sobre uma esteira rolante de feltro e após o processamento transforma-se em uma folha contínua e lisa; • Esta folha contínua e lisa passa por rolos de prensagem e secagem que terminam de retirar o excesso de água, compactam o papel e alisam a folha; • Após a secagem as grandes folhas de papel são levadas para as enroladeiras e para os rolos de rebobinagem onde se descolam da esteira de transporte e formam-se grandes bobinas de papel prontas para o corte e empacotamento. A origem dos efluentes está associada praticamente como todo o processo produtivo, pois em quase todas as etapas se utiliza água. No início do processamento as toras são limpas com jatos de água visando a remoção de sólidos como terra, cascas e etc, na sequência durante a produção da polpa a mesma é enxaguada e elimina pequenos sólidos com fração orgânica biodegradável, soda cáustica e sulfito de sódio. Na última etapa tem-se o branqueamento, onde há liberação de material orgânica e uma grande fração de sólidos em suspensão. Dentre os segmentos industrias, a fabricação de papel e celulose destaque-se pelo grande consumo de água, cuja média é da ordem de 15 a 270 m³ de água por tonelada produzida. Na tabela abaixo apresenta-se as características típicas do efluente deste segmento.

Nota-se que o efluente da Indústria de Papel e Celulose não é muito concentrado, se comparado com a Indústria Cervejeira apresentada na edição anterior, porém é necessário efetuar o tratamento para adequação de pH, remo-

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ção de sólidos e redução da carga orgânica. Para correção do pH utiliza-se um tanque para equalização com mistura (mecânica ou aerada) equipamentos e bombas de dosagem de soluções ácidas e alcalinas associadas a sensores de pH instalados em campo ou em laboratório especifico da ETE. Já a remoção de sólidos e matéria orgânica é efetuada por sistema biológicos aeróbios principalmente por lagoas aeradas ou lodos ativados, não sendo recomendo o uso de sistema anaeróbios, pois o efluente apresenta baixa carga orgânica e de difícil digestão, devido à presença de compostos como a lignina.

A lagoa aerada, consiste em geral em uma escavação no solo impermeabilizado através do uso de membranas geotêxteis, a profundidade média é de 3,0 a 4,0 metros com sistema de aeração mecânica ou difusa. Em geral tem-se optado pela aeração difusa devido às novas tecnologias com maiores eficiência de transferência com baixo custo de consumo de energia. O tempo de detenção hidráulico varia de 5 a 7 dias e a taxa de aplicação de carga orgânica volumétrica é de 40 a 60 DBOg/m³.dia de acordo com o local da instalação. Após a lagoa aerada é necessário uma lagoa de decantação, para que a biomassa e parte dos sólidos sedimente para que o efluente possa sair clarificado. O sistema de lagoa apresenta o benefício de baixa geração de lodo em conjunto com reduzidos custos operacionais, porém requerem grandes espaços devido ao longo período de detenção hidráulico. A figura acima ilustra o processo de lagoa aerada seguida de lagoa de sedimentação.


Já o sistema de lodo ativado possui um tanque de aeração com aeração superficial ou difusa assim como a lagoa aerada, porém o tempo de detenção hidráulica é menor e pode variar de 8 a 24 horas, a carga orgânica volumétrica é maior e está compreendida na faixa de 1,0 a 3,0 kg DBO/m³.dia. Após o tanque de aeração existe o decantador final, que possui a mesma função da lagoa de sedimentação, porém o grande diferencial operacional do sistema de lodo ativado é o retorno da biomassa. A manobra de recirculação do lodo do fundo do decantador secundário para o tanque de aeração permite que as células permaneçam por mais tempo no sistema, 10 a 25 dias, desse modo a operação emprega mais biomassa e assim o tempo necessário para oxidação biológica da matéria orgânica será reduzido. A figura ao lado apresenta o fluxograma típico do sistema de lodo ativado. Apesar da elevada eficiência e reduzido tamanho, o sistema de lodo ativado apresenta maior produção de lodo e consumo de energia se comparado com a lagoa aerada, portanto para elaboração de projetos, sugerimos sempre efetuar o balanço entre as duas tecnologias de acordo com as condi-

SOLUÇÕES EM TRATAMENTO DE EFLUENTES E REÚSO DE ÁGUA PROJETO, FABRICAÇÃO E MONTAGEM DE SISTEMAS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES INDUSTRIAIS COM REÚSO DE ÁGUA COMPOSTOS POR EQUIPAMENTOS TAIS COMO: FILTRO PRENSA, SEPARADOR DE ÁGUA E ÓLEO, DEMINERALIZADOR DE ÁGUA, FILTRO DE POLIMENTO, ENTRE OUTROS. TAMBÉM DISPOMOS DE: - LABORATÓRIO E EQUIPAMENTOS PILOTO - LOCAÇÃO DE EQUIPAMENTOS

ções do local de instalação. Existem outras diferenças entres os sistema de lagoas aeradas e lodos ativados que serão discutidos nas próximas edições da revista. Ainda especificamente no tratamento de efluente de indústria de papel e celulose, deve-se adicionar alguns macronutrientes e micronutrientes ao efluente bruto antes do tratamento biológico, pois em geral este é pobre em Nitrogênio e Fósforo, uma regra geral é manter a proporção ente DBO:N:P da ordem de 100:5:1, por exemplo. Henrique Martins Neto

Engº Químico – Especialista em Química Ambiental EQMA Engenharia & Consultoria Ltda Cel.: (11) 9-9938-0272 | Cel.: (19) 9-9377-1661 Cx Postal 26.678 | CEP 05116-970 E-mail.: henrique@eqma.com.br Web.: www.eqma.com.br Skype.: henrique.martins.neto

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DESTAQUE por Cristiane Rubim

O descarte de efluentes líquidos industriais deve ser sempre tratado Atender o que determinam as leis é um investimento que as empresas fazem para si e para o meio ambiente

E

xistem leis no Brasil que regulamentam o descarte correto dos efluentes líquidos industriais para evitar que resíduos tóxicos e perigosos poluam e contaminem o meio ambiente, provocando muitas vezes desastres ambientais. A maioria das empresas conhece as legislações e buscam formas de atender a estas exigências. Quando uma empresa é multada, a solução às vezes não é tão difícil se colocada na mão de especialistas que estão acostumados a fazer adequações no sistema de tratamento para atender estas leis. Porém existe uma minoria de empresas que não fa-

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zem a lição de casa, ou seja, não tratam seus dejetos, porque acham que o gasto é muito grande, quando, na verdade, é o contrário, o investimento feito com ETE e custos operacionais compensam mais que levar multas. Mesmo assim, um dos grandes problemas enfrentados por elas é a tratabilidade de seus efluentes, que podem ser de vários tipos, dependendo do que a empresa produz, o que requer tratamentos específicos, tornando-os mais complexos. A legislação, por ser federal, estadual ou municipal, faz com que os parâmetros e diretrizes variem de um local para outro, prevalecendo sempre a mais restritiva. O parâmetro federal fica a cargo do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). A aplicabilidade dos parâmetros depende de cada caso e de cada companhia de sanea-


mento ou Secretaria de Meio Ambiente. Segundo Leonardo Zanata, gerente de projeto e consultor ambiental da High Lever Resources (HLR), prestadora de serviços que identifica formas econômicas viáveis de tratamento de águas, efluentes e resíduos, o Conama é o órgão ambiental brasileiro máximo, tendo, assim, maior influência que Estados e Municípios e sendo suas resoluções como soberanas. “Porém, se um Estado ou Município vier a adotar um parâmetro ambiental específico de forma mais restritiva, esse passa a valer acima ainda do que esteja especificado no Conama para aquela região, porque visa aumentar o controle e a proteção ambiental ou ainda combater uma irregularidade específica não prevista em âmbito federal”, explica. No âmbito estadual, cada unidade da Federação tem suas respectivas companhias de saneamento, que podem ou não emitir parâmetros específicos de controle. Por exemplo, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e o Instituto Estadual Ambiental (Inea), que atua no Rio de Janeiro. Em São Paulo, a legislação vigente é o Decreto Estadual 8.468 de 1976 e no Rio de Janeiro é a Norma Técnica NT-202, Revisão 10, de 1986. Já no âmbito Municipal, cada Secretaria do Meio Ambiente pode ou não emitir normas específicas para o município, mas esses são casos menos frequentes e dependem de necessidades específicas. “Por exemplo, uma cidade que abriga muitos curtumes podem emitir um documento limitando mais o descarte de contaminantes específicos dessa atividade”, cita Zanata. De acordo com Henrique Martins Neto, especialista em Química Ambiental da EQMA Engenharia & Consultoria, a primeira legislação que devemos consultar é Resolução nº 357 do Conama, ampliada em maio de 2011 pela Resolução nº 430. “Nesta, foram incluídos os padrões de lançamento para efluentes líquidos em duas categorias, industrial e sanitária”, ressalta. Ele destaca que o grande avanço foi quanto a maior cobrança em relação à remoção de matéria orgânica medida através da DBO (demanda bioquímica por oxigênio) e nitrogênio amoniacal de efluentes industriais. “Com certeza, isso irá colaborar e muito para a melhora da qualidade dos corpos d’água do País.”

Quanto ao lançamento de efluentes, Martins afirma que, em geral, as empresas possuem consciência sobre a legislação e, em grande parte delas, os descartes são feitos seguindo a condição do local. Todavia alerta que existe uma minoria que ainda descarta seus efluentes sem ou com tratamento parcial. “Estas empresas fazem isso não pelo desconhecimento legal, mais, sim, devido aos valores de investimento feitos com ETE (Estações de Tratamento de Efluentes) e custos operacionais, que, a meu ver, não justificam a infração”, aponta. Em Estados onde os órgãos ambientais têm uma fiscalização ativa e operante, todos esses parâmetros são controlados com afinco, de acordo com Zanata. Já onde falta fiscalização, normalmente não é feito o controle ambiental e os despejos podem ou não estar sendo tratados. “É comum deparar-se com casos nos quais o tratamento de efluentes industriais é deficiente (ou até inexistente) e o responsável pelos despejos não se interessa em corrigir essa situação até que venha a receber uma notificação de um órgão fiscalizador”, aponta. E complementa: “Há ainda casos similares aos citados onde os responsáveis indicam que enquanto puderem ‘burlar’ o sistema não tomarão providências”, revela.

Empresas e os problemas enfrentados O principal problema ou dificuldade técnica que as empresas enfrentam no descarte de efluentes é a tratabilidade de determinados efluentes, que varia conforme cada caso. Isso quer dizer que cada tipo diferente de atividade-fim vai gerar um tipo diferente de despejo líquido industrial. “As indústrias químicas, por exemplo, possuem diversas linhas produtivas e, portanto, geram efluentes específicos, que, muitas vezes, quando combinados, tornam o tratamento final muito mais complexo ou ainda efluentes que requerem etapas de pré-tratamento em locais e condições específicas”, explica o especialista em Química Ambiental da EQMA. Martins cita dois exemplos típicos dentro desta linha: indústria de galvanoplastia e abatedouros. Na galvânica, existem três linhas de efluentes: a ácida, a alcalina sem cianeto e a alcalina com cianeto. “Neste caso em particular, é obrigatório

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DESTAQUE

fazer o tratamento da linha alcalina com cianeto antes da mistura com as demais, principalmente com a linha ácida, pois, em condição de baixo pH, o cianeto é convertido a ácido cianídrico, gás extremamente tóxico e letal”, detalha. Já nos abatedouros de bovinos, existem pelo menos três linhas: a lavagem de currais e pocilgas, que contêm principalmente fezes dos animais; a verde, com material do trato intestinal composto por fibras derivadas de capim; e a vermelha, rica em fluidos, como sangue e vísceras. Segundo Martins, teoricamente, é possível fazer o tratamento unindo as três correntes, porém, opta-se em dividí-las para reduzir a carga orgânica, diminuindo, assim, o consumo de energia e investimentos com ETE complexas. Além disso, ainda neste caso em particular, pode-se remover materiais com valor comercial. “Esta estratégia de negócio é frequentemente realizada na linha vermelha, pois o sangue e vísceras servem de matéria-prima para fabricação de ração animal”, indica. De acordo com Zanata, o que mais se vê também são os casos de “overflow”, ou seja, o aumento da utilização de sistemas de tratamento sem que haja adequações para esse fim. Segundo ele, isso ocorre quando uma determinada planta produtiva sofre um aumento gradual na produção de sua atividade-fim e a administração dessa empresa não prevê a necessidade de aumento na infraestrutura da planta para suportar esse aumento produtivo. ”Com isso, a estação de tratamento de efluentes será sobrecarregada e haverá problemas para a descontaminação e descarte do efluente”, projeta. Como solução, algumas empresas preveem um espaço para ampliações em seus projetos. “Porém, aqueles que não fazem esse planejamento ou que não possuem espaço físico para ampliação devem tomar ações alternatiLeonardo Zanata, gerente vas, como realizar um de projeto e consultor estudo de adequação ambiental da High Lever Resources (HLR) em suas plantas para

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identificar tecnologias e formas mais adequadas de tratar seus efluentes”, afirma. Conforme explica Zanata, esses estudos objetivam indicar ao cliente que necessitam de uma solução para seu baixo desempenho ou “overflow” como montar e implementar um plano de ação e investimento que lhe trará como retorno uma operação segura e sustentável, tanto do ponto de vista econômico como ambiental. O consultor ambiental também não vê os limites de descarte instituídos pelos órgãos ambientais como um dos maiores problemas enfrentados pelas empresas. “Os limites de descarte poderiam ser até mais restritivos em alguns casos, pois há ocasiões onde esses parâmetros são facilmente atingidos. O que existe é uma clara falta de interesse e responsabilidade social em algumas empresas para com o tratamento de seus despejos, juntamente com a falta de monitoramento e controle dos órgãos ambientais para coibir e autuar os infratores”, adverte.

Despejos na natureza Existem poucas ocorrências diretas de efluentes líquidos lançados na natureza. De acordo com Martins, ainda assim, em muitos casos, as indústrias podem optar por enviar o efluente à rede coletora de esgoto municipal ou fazer o envio direto à ETE por meio de caminhões, entre outros. “Outra fonte mais direta de lançamento é a frequente existência de ligações clandestinas de rede de descarte de efluentes em galerias pluviais públicas e privadas”, afirma. As indústrias têxteis, de papel e celulose, químicas e petroquímicas e alimentícias são algumas das maiores geradoras de efluentes industriais. Conforme Zanata, estes efluentes normalmente recebem algum tipo de tratamento para serem enquadrados na legislação. O consultor ambiental também adverte para a questão do despejo sem tratamento nenhum. “O problema são os descartes clandestinos, realizados por empresas, geralmente de pequeno porte, que não têm sua atividade homologada e fazem o descarte de seus despejos direto na natureza.” Entre essas atividades, estão desde lavanderias, produção de químicos (tintas, cosméticos etc.), alimentos caseiros, entre outros.


Exemplos de soluções simples aplicadas em empresas autuadas por descarte incorreto O principal foco da EQMA é auxiliar indústrias no enquadramento legal de lançamento de efluentes. Por isso, frequentemente a empresa atende indústrias nesta situação. A proposta da empresa, é atuar na resolução desses problemas em empresas que, em alguns casos, precisam apenas de uma pequena correção no seu processo para evitar que recebam multas ou façam descartes incorreto, prejudicando o meio ambiente. As fornecedoras de soluções podem oferecer formas de tratamento de efluentes adequadas quanto a processo, custo, tecnologia e atendendo às exigências da legislação, ajudando a empresa cliente a manter o meio ambiente. “Elaboramos estudos personalizados de processos industriais e ensaios de tratabilidade de efluentes líquidos para determinar o que será de fato necessário ao tratamento, levando em conta também qual a tecnologia com custo mais adequada ao local”, afirma Martins. Martins cita dois casos de empresas que foram autuadas por descarte incorreto. O primeiro foi em uma indústria de alimentos no interior de São Paulo. A empresa apresentava problemas operacionais na ETE e, desse modo, o efluente não atendia aos padrões de lançamento, principalmente quanto à remoção de matéria orgânica (DBO). Através de análises de monitoramento, detectou-se que o sistema de aeração não apresentava a eficiência necessária, pois houve um ligeiro aumento da carga orgânica afluente. “Fizemos, então, a avaliação e dimensionamos um novo sistema de aeração difuso ao invés de aeração superficial que foi capaz de atender plenamente aos requisitos da Cetesb”, conta. O outro caso foi em uma indústria de galvanoplastia localizada no centro da cidade de São Paulo. A empresa possuía a ETE adequada, porém, devido à falta de conhecimento técnico, o tratamento era realizado sem critérios e monitoramento, o que motivou duas multas, devido ao não enquadramento de efluente conforme o Decreto Nº 8.648/76 da Cetesb. “Neste

Sala de Cenários A Cetesb lançou em novembro de 2013 o Projeto “Sala de Cenários”, nova ferramenta que facilitará o acesso às informações contidas nos processos de licenciamento ambiental com impacto ambiental. Com um enorme volume de processos de licenciamento de grandes obras que lotam um galpão cheio de armários e prateleiras, o Projeto veio para desafogar a demanda. O objetivo é fazer as análises dos processos com maior rapidez e conseguir ter um maior controle sobre as empresas e os impactos ambientais, de acordo com o químico da Cetesb, Eduardo Mazzolenis de Oliveira. “Os dados do licenciamento estarão disponíveis para serem consultados devidamente georreferenciados. Poderão ser elaborados inventários, estudos estatísticos, etc”, conta. Antes o prazo para análise de licenciamento ambiental chegava a um ano e meio e atualmente pode ser concluído em até 100 dias. A ideia é que, com a Sala de Cenários, este prazo diminua mais ainda, dependendo sempre também da apresentação correta de informações e documentos pelos empreendedores, obrigando a agência ambiental a cobrá-los caso não estejam corretos, o que atrasa a conclusão dos processos. Futuramente, o público externo poderá ter acesso às informações e acompanhar os processos de licenciamento. caso, foram, então, contemplados avaliação da ETE e processo, estudo de tratabilidade de efluentes, treinamento de capacitação e reciclagem, apresentação dos aspectos operacionais, acompanhamento na operação e na coleta de amostra para a renovação da licença de funcionamento da empresa”, explica. Zanata também cita um exemplo de uma grande papeleira na Bahia. A empresa foi autuada e buscou a ajuda de outras empresas para orientá-la em uma solução para seu problema de baixa eficiência. “O problema foi sanado com um ajuste de processo que poupou a empresa de grandes gastos com alterações físicas e autuações”, esclarece.

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DESTAQUE

Classificação dos resíduos Para a classificação de resíduos sólidos devem ser utilizadas as seguintes Normas Técnicas da ABNT: • NBR 10004/2004 - Resíduos sólidos – Classificação; • NBR 10005/2004 - Procedimento para obtenção de extrato lixiviado de resíduos sólidos; • NBR 10006/2004 - Procedimento para obtenção de extrato solubilizado de resíduos sólidos; • NBR 10007/2004 - Amostragem de resíduos sólidos. Sendo que a norma ABNT NBR 10.004 classifica os resíduos sólidos industriais em: Resíduos de Classe I - Perigosos Apresentam periculosidade e risco a saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças e riscos ao meio ambiente. Características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade. Resíduos de Classe II Características: biodegradabilidade, solubilidade em água ou combustilidade. Classe II – A – Não Inertes Os componentes destes resíduos podem seguir para aterros sanitários ou serem reciclados. Classe II – B – Inertes Podem ser reciclados ou colocados em aterros sanitários. Nota: Os lodos de tratamento de efluentes em sua grande maioria encaixa-se nos resíduos de classe I, conforme descrito nos anexos A e B da norma NBR 10004/2004.

Descarte correto De acordo com o químico Eduardo Mazzolenis de Oliveira, da Divisão de Apoio e Controle de Fontes de Poluição do Departamento de Apoio Técnico da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), o melhor exemplo de descartes industriais corretos advém do Projeto Tietê, por meio do Plano de Controle da Contaminação Industrial (PCCI), coordenado pela Cetesb. “Em 2008, graças à fiscalização e ação de controle da Cetesb, articulada com outros órgãos do Governo do Estado, foi atendida a meta prevista para a 2ª etapa do Projeto Tietê com a implantação dos planos de

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controle de efluentes líquidos de 1.250 indústrias na RMSP, responsáveis por 90% da carga orgânica lançada nos corpos de água metropolitanos”, afirma. Em comparação à situação de 1995, os resultados alcançados em 2008, de acordo com ele, foram de redução da carga orgânica industrial em 93% e redução da carga inorgânica industrial (metais e outras substâncias) em 94%.

Fontes de informações “As autuações relativas ao descarte incorreto de efluentes estão relacionadas, principalmente, ao descumprimento aos Artigos 18 e 19-A do Regulamento da Lei 997 aprovado pelo Decreto 8.468/76 e suas alterações”, destaca. Para fazer uma consulta, a Cetesb publica mensalmente no Diário Oficial do Estado (www.imprensaoficial. com.br) as informações sobre as licenças solicitadas e concedidas, os autos de infração aplicados, os recursos interpostos e os termos de ajustamento de conduta (TAC) assinados, autorizações e indeferimentos e alvarás e indeferimentos. As informações de 2013 estão à disposição também em http://www.cetesb.sp.gov.br/ servicos/documentos-emitidos--publicacao/35-documentos-emitidos---publicacao. A Cetesb exige ainda que as empresas que produzem resíduos classe I e alguns resíduos classe II tenham o Certificado de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental (Cadri). Este documento aprova o encaminhamento desses materiais e informa a quantidade e as características dos vários resíduos sólidos de interesse que serão enviados para destinação em um determinado local externo ao gerador, incluindo, entre as formas de destinação, o coprocessamento, o tratamento, a reutilização, a reciclagem e a disposição final. A relação dos resíduos de interesse, bem como os documentos necessários para obtenção do Cadri, podem ser consultadas em http://licenciamento.cetesb.sp.gov. br/cetesb/outros_documentos.asp#2 Contato das empresas: EQMA Engenharia & Consultoria: www.eqma.com.br Leonardo Zanata - High Lever Resources: lzanata82@gmail.com / 11 99783-0561


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ÁGUA por Dr. Luciano Peske Ceron

Água para viver

Á

gua para beber, água para tomar banho, água para se atirar no mar e fazer uma bela renovação de Ano-Novo. Água para hidratar por dentro e por fora. Nosso corpo é constituído, entre tantos outros elementos e estruturas, por água, muita água. E todos sabem daquela máxima que diz que podemos suportar mais tempo sem comida do que sem água. Por isso, resolvemos colocar a água no topo das prioridades e vasculhar os benefícios que ela faz por nós, desde a hidratação mais elementar de nosso corpo até os cuidados extras nos momentos de atividade física.

Foto: Dreamstime

Água para beber Beber dois litros de água por dia é um mantra que ecoa na cabeça de todas as pessoas que buscam uma alimentação saudável e regrada, principalmente as mulheres, geralmente mais atentas a dietas alimentares. Mas você já parou para se perguntar qual é o fundamento desta indicação? Ao longo de um dia perdemos exatamente essa quantidade de água, dois litros, por meio da transpiração, da urina, da respiração e de outras atividades que mantêm as funções vitais. Por isso, nosso corpo precisa recuperar o líquido perdido ao longo das 24 horas.

Em medidas caseiras, são oito copos de água por dia. O ideal é que mesmo consumindo frutas ou verduras aquosas consuma-se também água ou outros líquidos para hidratação, parte da ingestão diária pode ser suprida com outras fontes, como sucos, água de coco, leite, frutas, chás e sopas. Mas vale lembrar que os sucos possuem calorias, mesmo aqueles que não contém açúcar. Se você não beber água: O consumo insuficiente de água pode acarretar: • Intestino preso; • Problemas renais; • Ressecamento de pele e cabelo; • Desidratação; • Fraqueza e cansaço; • Dor de cabeça e tontura. Quanto beber, afinal? A recomendação diária é de três litros de água para homens e dois litros para mulheres. Para cada hora de atividade física intensa, é necessário acrescentar mais meio litro de água. Em caso de febre, vômitos ou diarréia, as necessidades também aumentam em cerca de meio a 1 litro a mais por dia. E se eu não quiser água pura? Uma dica para quem não gosta muito de água pura é saborizá-la naturalmente. Em uma jarra, pode-se colocar folhas de hortelã, rodelas de limão ou laranja. Com ou sem gás? A água gasosa tem as mesmas propriedades de hidratação que a água mineral natural. Mas é preciso prestar atenção se a água é gaseificada artificialmente ou ao natural: no primeiro caso, a


água, como os refrigerantes, recebe artificialmente o gás carbônico no momento do seu envase; no segundo, adquirem as borbulhas por meio de um processo natural. Por isso, costumam ter um preço mais elevado. A água auxilia na eliminação de toxinas pelos rins e intestinos, mantém a pressão sanguínea, conduz nutrientes para dentro das células, mantém a umidificação das mucosas (boca, garganta, nariz, olhos) e mantém o funcionamento dos rins e intestinos. Assim, mantém o corpo saudável. E o sódio? Para ser considerada mineral a água precisa ter em sua composição sais minerais, inclusive sódio. Existe uma recomendação nutricional de consumo diário por pessoa, que é de 2,4 gramas de sódio em uma dieta de 2.000 calorias. Essa quantidade deve ser distribuída em toda alimentação, ou seja, naquilo que comemos e bebemos. Como em muitos alimentos a quantidade de sal usado acaba sendo demasiada a preocupação deve residir aí, e não na água mineral. O problema é que comemos sal em alimentos diferentes e o limite de 2,4 gramas por dia acaba sendo extrapolado. A recomendação é reduzir a quantidade de sal de forma geral, ou seja, quanto menos sal melhor. É claro que quanto menos sódio tiver a água, melhor, principalmente se bebermos - o que é ótimo grandes quantidades dela. Mas é preciso ter em mente que ela não é a vilã, mesmo aquelas com maior concentração do elemento. Não é a água mineral que faz o estrago, pois ela é o alimento mais saudável que existe. Chega a ser um exagero dizer que água é o problema, porém, a presença de sódio mesmo em baixa quantidade parece estimular a sede e também a reter líquido no organismo, diminuindo a produção de urina. Dicas para a vida: • Deixar sempre uma garrafa com água na mesa de trabalho, na sala de aula ou na bolsa;

• Comece o dia com um copo de água. Ao longo do dia, tome pelo menos mais sete copos. • Observe sempre a cor da urina: quanto mais escura e concentrada, maior a necessidade de se tomar água.

Água para hidratar Uma pele hidratada é uma pele bem cuidada. Por isso, usar filtro solar e hidratar a pele diariamente são as melhores dicas que podem ser dadas. No inverno É verdade que no inverno costumamos beber menos água, mas não significa dizer que este comportamento é o mais indicado. Afinal, somado aos banhos quentes e à diminuição da secreção sebácea no frio, temos um corpo menos hidratado e uma pele mais ressecada. Algumas dicas para evitar o desastre da estação fria: • Beba grande quantidade de água; • Evite banhos muito quentes; • Utilize sabonetes e loções de limpeza suaves; • Borrife na pele água termal ao longo do dia, principalmente no rosto; • Use hidratante para o rosto e para o corpo após o banho; • Use hidratante labial. No verão O principal problema enfrentado pela pele na estação quente é o abuso do sol. A queimadura solar deixa a pele ressecada e descamando. Além disso, a água do mar e das piscinas com cloro contribuem para a perda de hidratação, tanto da pele quanto dos cabelos. As dicas para evitar o ressecamento no verão são as mesmas do inverno, redobrando a atenção em relação à fotoproteção, além de ter cuidado de enxaguar bem a pele e os cabelos com água limpa para remover todo o sal e o cloro. Água termal Aqueles sprays escritos na embalagem “água termal” que atraem as mulheres nas pratelei-

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ÁGUA

ras de cosméticos não são frescura. Viram, homens? Vendida por marcas famosas e quase sempre com preço elevado, a água termal hidrata - e muito - a pele. Além disso, equilibra o pH, alivia irritações e acalma a cútis depois da exposição solar e também após procedimentos a laser em consultório, além de dar uma sensação bem refrescante. A dica é colocar a água termal na geladeira: quando aplicada gelada, os efeitos são ainda melhores. O ideal é borrifar no rosto todos os dias, pela manhã e à noite. E tem mais: quando usada antes da maquiagem, a água termal ajuda também a segurar a beleza por mais tempo.

Água para correr É comum as pessoas se dedicarem mais à atividade física durante o verão, por motivos que vão desde ser uma estação que convida para o convívio com outras pessoas no ambiente externo, até o desespero para entrar em forma antes de colocar roupas de banho e encarar a praia. Mas há algo fundamental nessa equação: é preciso estar hidratado. A hidratação adequada do organismo para a prática de exercícios garante o bom desempenho. A perda gradual de água corporal causada por uma sudorese (produção de suor) intensa combinada com a produção do calor, decorrente da contração muscular e a ingestão insuficiente de líquidos, aumenta a temperatura corporal e os batimentos cardíacos antecipando a fadiga e o risco para enfermidades causadas pelo esforço no calor. Crianças e idosos são grupos que podem estar mais suscetíveis a essas enfermidades, principalmente quando os exercícios são realizados em condições de alta temperatura e umidade do ar. Isotônicos Para os esportistas não atletas, beber água pura é suficiente para manter a hidratação. Mas, quando se trata de atletas, pode ser benéfico, em alguns casos, ingerir líquidos contendo uma combinação de eletrólitos e carboi-

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dratos, os comercialmente conhecidos como bebidas esportivas ou isotônicos. Exercícios prolongados É importante iniciar a prática de exercícios bem hidratado. Isso pode ser garantido ingerindo quantidades adequadas de líquidos diariamente. E atenção para os dias mais quentes. Para maior garantia, especialmente se o objetivo é realizar atividades prolongadas, convém ingerir de 5 a 7 ml por quilo de peso corporal (por exemplo 350 a 500 ml para uma pessoa com 70 kg de peso corporal) nas três a quatro horas anteriores à prática. Esse tempo permite que o rim elimine qualquer excesso de água, caso este volume seja excessivo. Podemos também nos basear na urina: se nenhuma urina for eliminada nesse tempo ou se ela for escassa ou muito escura, é recomendado seguir bebendo água gradualmente até que uma urina mais clara seja eliminada. Atento ao relógio Às pessoas que correm em ruas ou parques por volta do meio dia, podemos dizer que vocês estão fazendo isso errado! Atividades ao ar livre, devem ser realizadas no início da manhã ou no final da tarde, evitando os horários de maior estresse térmico. Já nas atividades realizadas “indoor” deve-se dar preferência a lugares com boa ventilação ou que tenham ar-condicionado. As atividades aquáticas têm um benefício a mais, pois o calor do organismo é dissipado diretamente na água e existe menos risco de desidratação. Dia 22 de março, dia mundial da água, aproveite as delicias e benefícios da água pura.

Dr. Luciano Peske Ceron

Doutor em Engenharia de Materiais (Filtração/ Particulados), Mestre em Polímeros (Não tecidos), Engenheiro Químico, Especialista em Gestão Ambiental. Professor na PUCRS / Engenharia Química. e-mail.: luciano.ceron@pucrs.br Tel.: (51) 9972-6534


VISÃO AMBIENTAL

Paraná terá plano integrado para emergências ambientais

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Paraná terá um plano de ações integradas de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida a Emergências Ambientais com Produtos Químicos Perigosos (P2R2), com foco nas áreas suscetíveis à contaminação, especialmente os mananciais de abastecimento de água. O programa foi elaborado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos e pela Coordenação Estadual de Defesa Civil e é pioneiro no Brasil na sua característica de ações integradas. A implantação começa em fevereiro. O investimento é de R$ 2,4 milhões, que será feito em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (R$ 1,9 milhão) e Governo Estadual (contrapartida de R$ 482,7 mil). O convênio entre o Estado e o Ministério foi assinado, na última semana, pelo secretário estadual do Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida. São considerados produtos químicos perigosos explosivos, gases e líquidos inflamáveis, sólidos inflamáveis, oxidantes, tóxicos, infectantes, radioativos e corrosivos. Nos acidentes, predominam os líquidos e gases inflamáveis. O secretário estadual do Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida, explica que a preocupação com a poluição ambiental e os riscos à saúde provocados por produtos químicos perigosos têm incentivado a implementação de novas estratégias, sempre de forma integrada. “O P2R2 é composto por uma série de ações a médio prazo, com metas específicas a serem cumpridas até o ano de 2016. O nosso objetivo é prevenir danos ambientais, sobretudo nos recursos hídricos, e diminuir os impactos, preservando todas as formas de vida”, afirma Cheida. “A partir do nosso banco de dados, saberemos pontualmente onde agir e as ações integradas do P2R2 farão toda a diferença no

atendimento”, diz o capitão Romero Nunes da Silva Filho, chefe de Operação da Defesa Civil. “Nossa expectativa, neste primeiro momento, está em torno dos cursos de qualificação que serão oferecidos à corporação, por meio do convênio, e aquisição de novos equipamentos próprios”, diz ele. Exemplo para o Brasil – Para o gerente de segurança química do Ministério do Meio Ambiente, Alberto da Rocha neto, o P2R2 Paraná é exemplo para outros Estados, principalmente do ponto de vista da proteção dos recursos hídricos e monitoramento ambiental. Ele explica que o projeto paranaense é pioneiro porque envolve órgãos que trabalham em três eixos, paralelamente: resposta, prevenção e monitoramento. “A integração de vários órgãos estaduais em um projeto único mostra que o Paraná está avançado no que diz respeito à articulação interinstitucional e de governo”, ressalta Rocha Neto. O P2R2 Paraná tem como parceiros a Sanepar, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e o Instituto das Águas do Paraná. O gerente de segurança química do Ministério do Meio Ambiente lembra que o Paraná saiu na frente antes mesmo de dar início à elaboração do P2R2: “O Paraná está dois anos à frente dos demais estados, tempo médio necessário para organização do programa. Isso porque conta com o sistema de informações da Defesa Civil, a experiência consolidada dos seus órgãos ambientais estaduais e a estrutura da Sanepar”. Abrangência - O P2R2 abrangerá todas as regiões do estado. Cinco cidades base foram definidas de acordo com o histórico de danos ambientais provocados por acidentes com produtos perigosos. São elas: Curitiba (abrangendo toda a extensão até o Litoral),

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VISÃO AMBIENTAL

Ponta Grossa, Guarapuava, Cascavel e Londrina (incluindo Maringá). Na primeira etapa do P2R2 Paraná, prevista para o mês de fevereiro, será elaborado o plano de trabalho e em seguida formadas as equipes que passarão pelo curso de capacitação. “A meta é capacitar 60% do efetivo do Corpo de Bombeiros nas cinco unidades credenciadas, além dos agentes das demais instituições que compõem a Comissão Estadual do P2R2”, explica o coordenador do projeto e técnico da Secretaria do Meio Ambiente, Reginaldo de Souza. Protocolos - Integram a Comissão Estadual do P2R2 a Polícia Militar do Paraná, Polícia Ambiental, Polícia Rodoviária Federal, Secretaria de Estado da Saúde, Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Simepar, Conselho Regional de Química, Ibama, Agência Nacional de Transporte Terrestre, Instituto de Pesos e Medidas, Detran, Exército Brasileiro, Universidade Federal do Paraná, Ministério Público do Paraná e Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit). A especialização seguirá os protocolos da National Fire Protection Association, a mais prestigiada referência mundial em normas e regulamentos técnicos de segurança. Além da capacitação, fazem parte do projeto a elaboração de protocolos padronizados de atendimento a emergências químicas e a aquisição de projetos de engenharia e projetos de bacias de contenção. Está prevista a aquisição de novas ferramentas de trabalho como esguicho, mangueiras, lanternas, barreiras de absorção, roupas de proteção, equipamentos de laboratório, carros, equipamentos de hidrologia, radares, estações hidrometeorológicas, computadores, ferramentas de cartografia, sistema de informações, entre outros. “Os investimentos irão otimizar a capacidade de monitoramento ambiental, de prevenção e de resposta rápida aos acidentes. Além disso, os recursos proporcionarão a modernização da base física de instalações e equipamentos”, destaca o coordenador de

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Planejamento e Projetos da Secretaria do Meio Ambiente, José Rubel. Um relatório sobre o andamento das metas estabelecidas pelo P2R2 será divulgado a cada seis meses no Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse (Sinconv). Histórico - Alguns acidentes, como explosões e incêndios, quando atingem grandes áreas provocam impactos de longa duração. Entre os prejuízos ambientais estão: contaminação de mananciais de água, incêndios florestais e morte de peixes. Os recursos naturais do Paraná foram prejudicados por vários acidentes ambientais nos últimos anos. Entre os maiores estão o vazamento, em 2000, de 4 milhões de litros de óleo na refinaria da Petrobrás em Araucária, atingindo o Rio Iguaçu, e o rompimento, na Serra do Mar, em 2001, do poliduto Olapa, que interliga a refinaria da Petrobrás, em Araucária, ao litoral e que causou o vazamento de 145 mil litros de óleo diesel, contaminando quatro rios. Outro trágico acidente ambiental foi a explosão do navio chileno Vicuña, em 2004, no Porto de Paranaguá. O vazamento de óleo nas baías de Paranaguá e Antonina chegou a 170 quilômetros de costa e seis unidades de conservação (Parque Nacional do Superagui, Estação Ecológica de Guaraqueçaba, Parque Estadual da Ilha do Mel, Estação Ecológica da Ilha do Mel, Ilha da Cotinga). Em 2011, um acidente rodoviário na BR-277 provocou o derramamento de óleo lubrificante no Rio Cascavel, causando a interrupção do fornecimento de água para 180 mil pessoas, comprometendo também o funcionamento de hospitais, postos de saúde, escolas e creches. O acidente ambiental mais recente registrado no estado foi o incêndio em um depósito de uma fábrica de fertilizantes de Paranaguá, neste mês de janeiro. No local, estavam armazenadas substâncias tóxicas nocivas ao meio ambiente, que provocaram uma reação química na área de mangue do Rio Emboguaçu. Saiba mais: www.pr.gov.br


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