revista
especializada em tratamento de
DESINFECÇÃO DE ÁGUA E
EFLUENTES COM RAIOS
ULTRAVIOLETA Sistema de decantação Ação dos decantadores em tratamento de água
Fenasan 2013
9 772236 261064
junho/julho-2013
ISSN 2236-2614
Confira os principais lançamentos da Fenasan
Tratamento de água e efluentes
Modelos de contratação aplicados em tratamento de água e efluentes
A solução em sistemas de filtragem. O grupo DBD Filtros, fabricante dos produtos LAFFI FILTRATION, possui 23 anos de experiência e atuação em todo território nacional e América do Sul. É especializado em projetos, desenvolvimento e fornecimento de sistemas de alta qualidade para filtração industrial, sistemas para separação de sólidos e líquidos e tratamento de água e efluentes.
Conheça nossa completa linha de produtos e novidades em sistemas de filtração industrial
Filtros bolsas
Filtros leito (areia, zeólita, carvão)
Filtros cestos
Troca iônica
Filtros cartuchos
Osmose reversa
Filtros separadores centrífugos
Estações de tratamento de água
Consulte-nos Condições Especiais de Lançamento e Projetos Especiais!
Tel: 55 11 4438 4040 Laffi@Laffi.com.br
Abrandadores automáticos Bombas dosadoras Esterilizadores ultravioleta (UV)
www.Laffi.com.br A solução em sistemas de filtragem.
ESA E MPR
Central de Atendimento
LANÇAMENTOS
NTE
Elementos filtrantes (bolsa, cartucho)
Sistemas de ultrafiltração
MB IE
Filtros especiais e vasos de pressão
PAR A CEI RA DO MEIO
EMPRESA
SOCIALMENTE RESPONSÁVEL
Índice
10
Desinfecção de água e efluentes com raios ultravioleta
26
Sistema de decantação
DESTAQUE
EQUIPAMENTOS
36
Confira os principais lançamentos da Fenasan 2013
Water completa 20 Veolia 20 anos de Brasil
biológicos 48 Filtros percoladores
TECNOLOGIA
SUSTENTABILIDADE
16
42
Modelos de negócio para tratamento de água e efluentes
Revestimento polimérico de bombas aumenta eficiência e desempenho
SEÇÃO
6
Novidades
32
Caracterização e classificação de resíduos sólidos
Editora Rogéria Sene Cortez Moura editora@revistaTAE.com.br
Assinaturas, Circulação e Atendimento ao Cliente Rogéria Sene Cortez Moura atendimento@revistaTAE.com.br
Publicidade João B. Moura Yara Sangiacomo publicidade@revistaTAE.com.br
Comunicação Loiana Cortez Moura comunicacao@revistaTAE.com.br
Redação Anderson V. da Silva, Beatriz Farrugia, Bruna Lavrini, Carla Legner, Cristiane Rubim e Daiana Cheis
Criação e Editoração Anderson Vicente da Silva Paula Zampoli anderson@revistaTAE.com.br
Impressão e Acabamento Gráfica IPSIS A Revista TAE é uma publicação da L3ppm - L Três publicidade, propaganda e marketing Ltda. Rua Aracanga, 330 – Pq. Jaçatuba CEP 09290-480 - Santo André - SP Tel.: +55 11 4475-5679 www.revistaTAE.com.br Acesse as nossas mídias sociais www.facebook.com/revistaTAE www.twitter.com/revistaTAE
Conselho Editorial: Adriano de Paula Bonazio; Alice Maria de Melo Ribeiro; Arno Rothbarth; Douglas Moraes; Eric Rothberg; Fábio Campos; Geraldo Reple Sobrinho; Giorgio Arnaldo Enrico Chiesa; Hercules Guilardi; Jeffrey John Hanson; João Carlos Mucciacito; José Carlos Cunha Petrus; José Luis Tejon Megido; Lucas Cortez Moura; Luciano Peske Ceron; Marco Antônio Simon; Nelson Roberto Cancellara; Patrick Galvin; Paul Gaston; Paulo Roberto Antunes; Ricardo Saad; Santiago Valverde; Tarcia Davoglio; Tarcísio Costa; Valdir Montagnoli. Colaboraram nesta edição: André Luis Moura (Laffi Filtration); Edgard Luiz Cortez (Iteb); Fernando de Barros Pereira (General Water); Alessandra Cavalcanti e Bruno Dinamarco (B&F Dias); Amin Kaissar El Khoury (Etatron); Marco Antonio e Ricardo Fittipaldi (H2Life); Eduardo Bertella (Kanaflex); Luciana Beneton e Roberto Roberti Junior (Tecitec); Paulo Lisboa (Xylem); Pamela Santos e Eng. André G. Gomes (GEA); Angela halat portugal (Sulzer); Pablo Sturm (Unitek S.A); Ana Carolina de Freitas e Marcos Burbulhan (TreeBio); Pedro Ruiz e William Xia (Belzona); Béatrice de Toledo Dupuy e Ruddi de Souza (Veolia Water); Alberto Abrikain (Ecosan); Norberto Pereira Martins (Centroprojekt); Audri Lanza (Nova Opersan); Carlos Alberto Cardoso (Atag Mecalpe); Robert Atademo (Tera Ambiental) e (Degrémont).
Fenasan em foco
Editorial
Um dos mais importantes eventos do saneamento na América Latina, teremos de 30 de julho a 1º de agosto a 24ª Fenasan - Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente, no Pavilhão Azul do Expo Center Norte, em São Paulo (SP). Sem dúvida, um evento que cresce a cada ano em importância e representatividade, que apresentará as novidades do setor para mais de 15 mil visitantes e atrai empresários, executivos, profissionais, pesquisadores e estudantes não só do Brasil, mas também de países como Alemanha, Argentina, Chile, China, Estados Unidos, Holanda, Índia, Israel, Itália, México e Portugal. Além da feira, acontece simultaneamente o Encontro Técnico da AESabesp – Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente, com o status de ser considerado o maior evento do setor na América Latina. Por essas características, a participação de empresas na Fenasan ganha uma importância estratégica para as organizações e para o setor, que deve procurar apoiar e estimular iniciativas como essa, além de participar de palestras, seminários e exposições, sempre com o objetivo de obter, ampliar e disseminar conhecimento para toda a cadeia do saneamento. Seguindo essa filosofia, nós da Revista TAE apoiamos mais uma vez a Fenasan e trazemos nesta edição uma prévia das principais novidades do evento para o mercado brasileiro e internacional. E estaremos na feira para retratar aos nossos leitores toda a movimentação em torno da Fenasan. Trazemos também nesta edição, as vantagens na utilização de raios ultravioletas na desinfecção de água e efluentes; a história e os 20 anos da Veolia Water no Brasil; uma análise da atuação do revestimento polimérico no aumento da eficiência e desempenho de bombas; modelos de negócio para tratamento de água e efluentes; filtros biológicos percoladores; sistemas de decantação; caracterização e classificação de resíduos sólidos e muito mais. Que todos possam iniciar o segundo semestre revigorados e com ótimos resultados. Boa leitura e bons negócios! Rogéria Sene Cortez Moura Editora Revista TAE - Informação cristalina e bem tratada. Errata: Na matéria “Reúso de água e seus benefícios para a indústria e meio ambiente”, edição nº 12 - abril/maio de 2013 foi informado errado o nome do porta voz da Dow Water Process Solutions, o nome correto é Felipe Pinto. Os artigos e matérias não refletem a opinião desta revista, assim como declarações emitidas por entrevistados e através de anúncios, sendo de única e exclusiva responsabilidade de seus autores e anunciantes. A reprodução total ou parcial das matérias só é permitida mediante autorização prévia da Revista TAE, e desde que citada a fonte.
L3ppm.com.br
ISO 9001
Desde 1973 fornecendo qualidade em borracha.
SOLUÇÕES EM ARTEFATOS DE BORRACHA PARA O MERCADO DE SANEAMENTO, TRATAMENTO DE ÁGUA E EFLUENTES PRENSADOS TREFILADOS REVESTIMENTOS
Anéis Buchas Gaxetas Retentores
Batentes Tubos Acoplamentos
Tampa para Ralo Sifonado, Boías, AVTF, AJTI, AJGI, Junta C-CQUI, Anel B-rau, A-rau, VBW, Junta Bipartida, peças para aeração.
Saneamento Básico AJE VBF
Produzidos em: SBR, Nitrílica, Cloroprene, EPDM, Natural, Viton, Silicone, Poliuretano, Hypalon, Butílica.
HL
ABF
FLEX 2GS
Tel: 11 4347 9233 / Fax: 11 4347 8410
AJTDA
w w w. i t e b . c o m . b r
NOVIDADES Tecnologia permite aumentar a capacidade de tratamento em até 100% sem obras civis
Fotos: Divulgação B&F Dias
A B&F Dias®, líder em sistemas de aeração na América Latina, lançou oficialmente nesse mês, a tecnologia Cleartec® para aumento da capacidade de tratamento biológico nas estações de tratamento de esgotos sanitários e efluentes industriais. Absolutamente inovadora, a tecnologia possibilita o incremento em até 100% da capacidade de
Dispositivo purifica água com energia solar Uma empresa israelense desenvolveu um dispositivo que usa energia solar para purificar água poluída ou água salgada. O destilador da empresa SunDWater, prestes a chegar ao mercado, converte água suja ou salgada em água potável, sem qualquer necessidade de infraestrutura ou de uma fonte de energia exter-
6
tratamento sem a necessidade de execução de obras civis ou aumento da potência instalada no processo biológico. A solução está baseada na utilização e instalação de mídias têxteis nos processos biológicos aerados em conjunto com os sistemas de aeração. Desenvolvida na Alemanha, será disponibilizada no Brasil através de uma solução completa para retrofits. O Cleartec ® é uma estrutura com mídias têxteis para aumento e fixação do número de microrganismos. Possui uma superfície específica larga, áspera e altamente estruturada ideal para colonização, fornecendo maior proteção ao biofilme. A aeração é necessária apenas para o fornecimento de oxigênio para a biomassa, e não obrigatoriamente para maior mistura como em alguns processos de MBBR. O meio têxtil é fixado numa estrutura em aço inoxidável que pode ser montada sobre sistemas de aeração já existentes ou não. A estabilidade biológica
e excepcional desempenho do sistema estão associados ao fato de conciliar as características e vantagens do leito fixo e móvel num único conjunto. O Cleartec ® proporciona condições ideais para o crescimento dos microrganismos, fácil manuseio e instalação, além de altíssima resistência e livre de manutenção. “Não existe a necessidade da instalação de peneiras na entrada ou saída do tanque, como no MBBR, ou o risco de entupimento das mídias”, completa Alessandra Cavalcante, do departamento de marketing da empresa.
na. O dispositivo é ecológico, de baixo custo e manutenção e é dirigido às populações da África, América do Sul e Ásia. “Cerca de 97% da água do mundo é salgada ou poluída”, diz Shimmy Zimels, CEO da SunDwater, sediada em Jerusalém. “É por isso que cerca de 750 milhões de pessoas em 45 países têm necessidade de perfurar poços caros, comprar água engarrafada ou até mesmo usar água contaminada”.
O dispositivo foi inventado por Shimon Ben-Dor, amigo de infância de Zimels, durante a seca que atingiu Israel em 2009. A unidade protótipo, que opera em um parque perto do Mar Morto, já produz 400 litros de água potável por dia. “O conceito buscou vários caminhos antes de Shimon decidir aquecer a água e evaporá-la, restituindo a estrutura molecular original, que é o que acontece quando chove e a água evapora”, diz Zimels.
A Sulzer Chemtech abriu um escritório no Brasil para melhor atender seus clientes no mercado brasileiro na área de produtos e serviços de tecnologia para separação, reação e mistura. O novo escritório em Vinhedo perto de Campinas (São Paulo) oferece funções técnicas e comerciais, trazendo as soluções avançadas nas áreas de tecnologia de processo e separação para mais perto dos clientes de todo o território nacional. “A abertura deste novo escritório faz parte de nossa estratégia para proporcionar o total alcan-
Albrecht desenvolve novo sistema de secagem de lodo para ETE A Albrecht entende que a preocupação com o meio ambiente é um fator estratégico para qualquer atividade e deve estar presente desde a escolha da matéria-prima até o destino correto dos resíduos gerados no processo produtivo. Um dos maiores problemas enfrentados pelas indústrias é em relação ao destino a ser dado ao lodo resultante do tratamento de efluentes. O lodo é um material que contém substâncias químicas que podem afetar o meio ambiente quando depositado de maneira imprópria. A Albrecht fabrica secadores
ce às nossas soluções de separação, reação e mistura para as áreas de exploração (upstream) e de processamento (downstream) de hidrocarbonetos desta importante e vital indústria brasileira. Isto requer uma presença local forte e nós estamos fechando esta lacuna agora.”, diz Fabrice Billard, presidente da unidade de negócio Mass Transfer Technology da Sulzer Chemtech. “A combinação do nosso amplo conhecimento, da nossa experiência de longo prazo, e da nossa paixão pela inovação nos permite oferecer soluções únicas e criar valor para os nossos clientes em todo o mundo. Agora os nossos clientes no estratégico mercado brasileiro também serão capazes de se beneficiarem destas vantagens, necessárias em um ambiente al-
tamente competitivo como o de hoje”, diz Peter Moritz, Presidente da Unidade de Negócio Process Technology da Sulzer Chemtech. Com o maior portfolio de bandejas, recheios, distribuidores, separadores e misturadores do mercado, combinado com o mais alto nível de conhecimento em aplicações, Sulzer Chemtech consegue entregar aos seus clientes da indústria petroquímica e de refinarias os mais altos padrões de qualidade de produtos com menor consumo de energia e com o desempenho da coluna garantido. Fabio Secchi, chefe da entidade brasileira, acrescenta: “Visamos criar sucesso por um longo prazo para nossa unidade de negócio e para nossos clientes, e aguardamos com expectativa nosso futuro aqui no Brasil.”
de lodo há mais de 15 anos, porém um dos grandes desafios sempre foi a questão da viabilidade econômica para pequenos geradores de efluentes. Tendo como meta desenvolver tecnologias para a solução de secagem de lodos, a Albrecht colocou no mercado no início de 2013 um novo conceito em secagem denominado BRUTHUS F, visando atender esta necessidade. Este novo secador de lodo utiliza vapor como fonte de energia para evaporar a água presente no lodo. O equipamento é composto por uma câmara de secagem aquecida por meio de um trocador de calor a vapor. Desta forma, neste sistema, é utilizada energia suficiente apenas para evaporar a quantidade de água que se deseja retirar do material.
Outra vantagem do novo sistema é quanto ao baixo nível de emissões atmosféricas, pois a exaustão dos gases retira apenas o vapor que se forma na evaporação da água presente no lodo. É um sistema de fácil adaptação, ocupa muito pouco espaço físico, tem baixo consumo de energia e um custo bastante acessível.
Fotos: Divulgação Albrecht
Sulzer abre escritório de vendas e engenharia para tecnologias de separação, reação e mistura no Brasil
7
NOVIDADES Versatilidade torna formas plásticas ideias para obras de saneamento
Foto: Divulgação
Em apenas oito anos o estado de São Paulo terá saneamento básico em 100% dos municípios, segundo a Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos (SSRH). Para isso o estado investirá R$ 20 bilhões, sendo que cerca de R$ 16 bilhões serão investidos por meio do programa Água Limpa, além das verbas arrecadadas pelos municípios. A meta é que até 2020 o plano de universalização do saneamento seja alcançado através de um cronograma bem definido. No entanto, a realização do plano depende não só do estado, mas também da conscientização da população. Um exemplo de investimento nesta área é a construção da Estação “Água Limpa”, construída pelo consórcio entre as construtoras Isolux Corsan e Araguaia Engenharia Ltda. A estação de porte médio, gerenciada pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, atende aos municípios de Campo Limpo Paulista e Várzea Paulista, no estado de São Paulo. E a construção desta estação começa com um aspecto positivo, a utilização das formas plásticas para paredes e vigas de concreto moldada in loco em suas vigas,
8
que gera economia e confere maior sustentabilidade à obra. Segundo o engenheiro Bruno Legramandi, gestor de contratos da Araguaia Engenharia, as vigas deste tipo de obra possuem uma variedade de dimensões e, por isso, as formas plásticas foram escolhidas pela sua versatilidade. “Nós damos a geometria da peça para a Metro Modular, empresa fornecedora das formas plásticas utilizadas na obra, e ela desenvolve a forma exatamente na dimensão solicitada. Isso elimina o uso de peças para complementar o módulo, caso da forma metálica. Além disso, as formas plásticas são muito leves o que facilita seu transporte e manuseio”, comenta Legramandi. Ainda de acordo com Legramandi, a leveza das formas gera uma economia muito grande em mão-de-obra. “Por serem leves, eu não preciso de guindaste para movimentação das peças e a descarga também é muito fácil. Com duas ou três pessoas eu consigo retirar o painel, que já vem pré-montado, e transportá-lo ao local em que ele será montado. Isso é muito importante, considerando que o terreno da obra é irregular e esses painéis são utilizados a 6,5 metros de altura”, diz. Com relação ao preço, ele diz que as formas plásticas para a construção de vigas tem o mesmo custo das demais formas existentes no mercado, mas pelo fato de gerar ganhos auxiliares elas se tornam mais vantajosas. Além disso, os gastos com a avaria das formas é menor com as plásticas. Outro ponto positivo destacado é o fato de que, para este tipo de obra, a forma plástica da Metro Modular não utilizar desmoldante. “O desmoldante, geralmente aplicado nas formas de alumínio, geram um custo a mais. Além disso, com a forma
plástica o concreto fica muito mais limpo. São pequenos detalhes que vão se somando e acabam fazendo toda a diferença”, diz. Segundo Thiago Pereira, engenheiro de produção da obra, a economia no custo da obra civil com o uso de formas plásticas gira entre 15% a 20%, levando-se em conta todas as vantagens da forma. “É difícil comparar as formas plásticas com as de outro tipo, pois não há nenhuma outra com estas características, mas nós simulamos de quanto seria o gasto com outros tipos de forma e chegamos a este número. Para esta obra, a forma plástica caiu como uma luva”, afirma. Além disso, a assistência técnica da Metro Modular, também foi decisiva para a escolha das formas plásticas. “O trabalho com esta forma começou na Estação de Tratamento de Esgoto de Rio Preto, que é duas vezes maior que essa, e a Metro Modular adaptou as formas para atenderem a exigência de esforço mecânico para a construção de vigas para uso industrial que é diferente do uso residencial, e acompanhou sua aplicação para a realização de ajustes necessários”, comenta Legramandi. Panorama da obra A construção da Estação de Tratamento de Esgoto “Água Limpa” envolve 38 quilômetros de rede (entre Várzea Paulista e Campo Limpo Paulista) que irão coletar, transportar e tratar o esgoto desses municípios. A estação tem uma vazão de tratamento de pico de 860 litros por segundo. “Neste tipo de obra, o mais indicado é o uso de concreto nos tanques. Por isso, os gastos com insumos para a construção civil representam cerca de 50% da obra. Qualquer economia nos custos da obra civil é representativa para o custo final da obra”,
Em novembro de 2010, a GE do Brasil anunciou o maior investimento de sua história, de US$ 550 milhões, recurso que seria aplicado até o fim de 2013. O aporte contempla ampliações nas fábricas pelo país, além da construção do Centro de Pesquisas Global no Rio de Janeiro, o primeiro da América Latina e o quinto da empresa no mundo. Durante o período, a companhia revisou seus planos e agora detalha como amplia ainda mais sua parceria com Brasil. Para ampliar seus investimentos no país, a GE definiu três prioridades: localização, novas plantas e projetos de infraestrutura. Esse tripé receberá US$ 1,3 bilhão até 2016. “Não há dúvidas do nosso entusiasmo com o Brasil. Há 93 anos fazemos história aqui e queremos possibilitar a evolução da infraestrutura local a passos
Stockholm Water Prize e Stockholm Industry Water Award O renomado inovador em saneamento, Dr. Peter Morgan, foi nomeado como vencedor do Stockholm Water Prize (prêmio da água de Estocolmo) 2013, e a Netafim, pioneira em irrigação por gotejamento, foi anunciada como vencedora do Stockholm Industry Water Award (prêmio da água para a indústria de Estocolmo) 2013. Ambos os prêmios serão apresentados pelo Stockholm International Water Institute (SIWI) durante a World Water Week (se-
largos”, disse o executivo durante passagem pelo país, de 1º a 3 de maio para visitas a clientes da GE. Considerando o plano de investimento 2011-2016, o aporte em localização será dedicado a aumentar a presença de componentes nacionais da GE. A parcela a ser investida em novas plantas permitirá à empresa crescer sua operação em todos os negócios, em unidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O investimento em projetos de de infraestrutura visa melhorar ainda mais a parceria histórica com o país, ampliando a atuação da GE como provedora de soluções para os desafios locais. Desde que assumiu o cargo de principal executivo da GE, Jeff Immelt viu o Brasil se tornar o terceiro maior mercado para a empresa globalmente, sustentando crescimento sólido nos últimos anos com previsão acima de dois dígitos até 2016. “O Brasil é fundamental para o crescimento global da GE. Esta-
mos estruturados para fornecer o suporte necessário ao desenvolvimento da infraestrutura e ao avanço econômico do país, incluindo o sucesso da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos, dos quais somos patrocinadores globais desde 2005”, enfatizou Immelt. Durante sua visita ao Brasil, o CEO também falou com os líderes da GE para a América Latina, em evento fechado em São Paulo. “Todos os negócios da GE são fundamentais para o crescimento na região. Ao longo dos últimos anos, a GE expandiu seu portfólio em todas as áreas, está simplificando seus processos e trabalha como uma única GE para transformar as oportunidades da América Latina em crescimento para a companhia”.
mana mundial da água) de 2013 em Estocolmo. Sua Majestade, o rei Carlos XVI Gustavo da Suécia, patrono do Stockholm Water Prize, entregará o prêmio ao Dr. Morgan na cerimônia real de premiação, no dia 5 de setembro. Nas últimas quatro décadas, o Dr. Morgan inventou e promoveu soluções de baixo custo para proporcionar acesso ao saneamento seguro e água limpa para milhões de pessoas no mundo todo. Ao combinar uma mente científica com habilidades práticas e talento para a simplicidade elegante, os designs e ideias do Dr. Morgan levam esperança a mais de 780 milhões
de pessoas que não têm acesso à água potável e 2,5 bilhões de pessoas que não têm acesso ao saneamento adequado. “Muitas soluções que existem atualmente para proporcionar água limpa e saneamento são incomportáveis, impraticáveis e estão fora do alcance das pessoas mais pobres do mundo”, afirmou o comitê do Stockholm Water Prize. “Como resultado do trabalho pioneiro do Dr. Morgan para desenvolver tecnologias práticas de água e saneamento para os mais necessitados, muitas comunidades agora possuem água mais segura, ambiente mais limpo e melhor qualidade de vida.”
9
Foto: Divulgação GE
GE investe US$ 1,3 bilhão no Brasil até 2016
CAPA por Daiana Cheis
Fotos: Divulgação TreeBio
Desinfecção de água e efluentes com raios ultravioleta
Por se tratar de um método eficaz, seguro e de baixo investimento inicial, o sistema de desinfecção de água e efluentes por luz UV vem sendo bastante usado pelas indústrias e residências.
É
cada vez mais raro podermos usufruir da água em seu estado natural. A crescente contaminação da água é um problema deste século, cuja solução vem sendo discutida constantemente. Não existe apenas a preocupação da água que bebemos, mas para qualquer utilização dela, que contaminada é totalmente passível de transmissão de doenças. E por isso, cada vez mais se estuda diversas opções de desinfecção da água focando na necessidade de uso de cada pessoa.
10
E o processo de desinfecção por raios ultravioletas é um método eficaz, confiável e até indicado em alguns casos. “Para águas com alta transmitância, que não requerem efeito residual de proteção, no tratamento a tecnologia UV é altamente recomendada”, diz o engenheiro Pablo Sturm, da Unitek S.A. O UV-C é um tipo de lâmpada específica para esta finalidade, é tão usada quanto os demais desinfetantes, também comuns no tratamento de água, como a cloração, uma das técnicas mais antigas no procedimento, em que são adicionados cloro em gás, sódio ou hipoclorito de cálcio, e a desinfecção por ozônio, que diferente do cloro, age diretamente na parede celular, causando sua ruptura; o sistema de desinfecção por UV transfere energia electromagnética de uma lâmpada de arco de mercúrio para um organismo de material genético (DNA e RNA). O processo para desinfecção divide-se entre métodos físicos (calor, radiação, filtração/ ultrafiltração) e químicos. A aplicação dessa tecnologia é recomendada para desinfecção de águas e efluentes domésticos e industriais, que também serve para redução de carga orgânica (TOC), eliminação de ozônio, de cloro e cloraminas. A desinfecção trabalha com a desativação de organismos patogênicos, através do processo de radiação de UV emanado pelas lâmpadas. A luz germicida ultravioleta altera o DNA das bactérias e vírus em até 99,99% não permitindo mais que se reproduzam e sem a reprodução esses micro-organismos são inofensivos.
Eficácia e investimento do UV-C Este método tem baixo investimento e pode ser aplicado em vários casos, como: tratamento de água (ultra pura) para indústria eletrônica e de semicondutores; indústria farmacêutica, para aplicações clínicas; hospitais; açúcares líquido; sanitização de água de piscinas; efluentes tratados; água potável; reúso de água, dentre outros. “A baixa relação de investimento e custo operacional (CAPEX x OPEX) do UV está sendo visto hoje no mercado com bons olhos, pois devido a conscientização das empresas públicas e privadas e as novas normas ambientais, implantar um sistema de cloro requer muito mais investimento do que no passado. Isso porque, hoje é necessário a construção de áreas de contenção de vazamentos, plano de evacuação e emergência para a operação, circulação de caminhões com cloro em áreas populosas, além dos custos de civil gerados pela necessidade de grandes áreas de contato”, afirma a diretora técnica, Ana Carolina de Freitas e o gerente de vendas Marcos Burbulhan da TreeBio. Já para o engenheiro da Unitek S.A, o preço do equipamento depende do dimensionamento do mesmo. Um sistema de dosagem de hipoclorito de sódio é mais econômico na hora da compra e instalação que um sistema de luz UV, também influencia saber que dose é requerida. Por exemplo, para um determinado micro-organismo é possível que uma dosagem de 30 mJ/cm 2 seja suficiente mas para outro micro-organismo se requer 120 o 180 mJ/cm 2 . No caso de reúso de água da chuva, por exemplo, “deve-se avaliar a qualidade desta água e com isso dimensionar um pré tratamento se necessário”, como alerta a diretora técnica da TreeBio, Ana C. de Freitas. Além da eficiência do processo depender das características da água a ser tratada, a intensidade da radiação UV, o tempo de contato com os micro-organismo à radiação
UV, são algumas outras características a serem levadas em consideração. E a eficácia no resultado não está ligada ao tipo de tecnologia empregada. “A etapa de desinfecção, independente da tecnologia, está no tratamento terciário da estação. Isso significa que ela é o polimento final do sistema. Logo para atingir a qualidade requerida do efluente, deve-se avaliar qual a eficiência do sistema que está antecedendo o UV. Com base nisso, dimensiona-se um equipamento para trabalhar de forma isolada nos processos de desinfecção convencionais. Há casos em que a tecnologia empregada na eliminação de gosto e odor pode ser feita em conjunto com outros produtos, como por exemplo o peróxido de hidrogênio”, diz a diretora técnica Ana C. de Freitas, da TreeBio. Além dos custos reduzidos na comparação com tecnologias semelhantes, um dos principais benefícios é a ausência de produtos químicos perigosos e/ou tóxicos na utilização do processo. Também são inúmeras as van-
Sistema de desinfecção por UV típico para tratamento de efluentes
11
CAPA
tagens na opção de desinfecção por raios ultravioletas, como: não precisar de tanque de estocagem ou longos períodos de retenção, porque o processo de tratamento é imediato; não há adição de produtos químicos, sem o risco de formação de trihalometanos; não altera sabor ou odor da água; pode ser totalmente automatizado; tempo de ação do UV é extremamente baixo, pois em questão de segundos (tempo de contato com a lâmpada) o efluente é desinfectado; facilidade e baixa manutenção; limpeza periódica, com a troca anual das lâmpadas e o operador não precisa de licença nem treinamento especial. Entretanto, vale observar algumas desvantagens para empregar melhor a tecnologia de UV mediante a necessidade de uso, como: a diminuição drástica da eficácia conforme aumenta a turvação da água; precisa de dosagem de floculante em contínuo; destrói, além de não substituir, o cloro ou outro desinfetante com efeito residual, contudo, permite uma redução significativa na dosagem.
energia da luz solar natural, é especialmente usada em ensaios de envelhecimento acelerado de materiais; UVC (280 - 100 nm, também chamada de UV curta ou “germicida”): o tipo utilizado no processo de desinfecção de água. A luz ultravioleta é a correspondente às longitudes de onda entre 100 e 400 nm. Mas nem todos os organismos têm a mesma frequência de luz para tal efeito, na sua grande maioria, a longitude de onda correspondente está entre 200 e 300 nm aproximadamente.
Ultravioleta O sistema de UV é composto por alguns principais componentes: lâmpada de mercúrio, um reator e um quadro de controle. A origem da radiação UV é lâmpada de arco de mercúrio de baixa e média pressão com baixa ou alta intensidade. Exceto a exagerada exposição ao sol, a luz ultravioleta (UV-C) não causa danos à saúde ou meio ambiente. Podemos classificar a luz ultravioleta de acordo com o uso, por exemplo: UVA (400 – 320 nm, também chamada de “luz negra” ou onda longa): é relacionada a saúde humana e o meio ambiente, muito usada em reações de polimerização de adesivos especiais, processos de cura de vários materiais e também em ensaios estruturais não-destrutivos através de inspeção por fluorescência; UVB (320–280 nm, chamada de onda média): também aplicada em polimerizações e, uma vez que se trata da faixa de maior
12
Existe dois tipos de lâmpadas UV que são: as de baixa pressão (monocromáticas), amálgama e as lâmpadas de média pressão (policromáticas). O tipo mais comum são as lâmpadas de baixa pressão, que possuem um tubo de quartzo e dois filamentos de tungsténio e contém 60mg de mercúrio a 10 Torr, aproximadamente, e apresenta uma eficácia de 25 a 30%, dependendo da temperatura da água. As lâmpadas amálgama contém mais de 120mg de mercúrio em cada lâmpada, aproximadamente (amálgama de mercúrio) e uma eficácia superior a 35%, no entanto, necessita de mais tempo para alcançar o máximo de rendimento. Com capacidade germicida de 15 a 20 vezes mais intensa, as lâmpadas de média pressão desinfecta rapidamente, devido a intensidade consegue furar a membrana das células. Entretanto, tem um consumo de energia elevado.
“A diferença entre as lâmpadas de baixa ou média pressão radica na pressão do gás mercúrio com o qual se produz a luz e, dependendo do fabricante e tipo de equipamento, as lâmpadas podem estar localizadas em forma longitudinal à corrente de água ou em forma transversal”, complementa o engenheiro Pablo Sturm.
Equipamento e precauções As lâmpadas UV tem vida útil de 8000 à 12000 horas de operação, em que o período de troca varia de acordo com cada estação, dependendo de alguns fatores, como a qualidade do efluente que, em geral, deve ter baixa turbidez, poucos sólidos em suspensão, baixo teor de ferro, etc. Se a qualidade é boa, usa-se menos radiação, o que significa ganho econômico. “A substituição das mesmas se efetua quando a dose de luz UV, gerada por elas, fica por debaixo do valor mínimo necessá-
rio para a esterilização. Para ser específico com o tempo, as lâmpadas vão produzindo menor intensidade de luz. Esta diminuição é própria da tecnologia e, por exemplo, o acender e apagar constante das lâmpadas incrementa a diminuição de sua capacidade de emitir luz. Quando o valor de intensidade de luz é menor que o necessário, deve-se substituir a lâmpada”, explica. De acordo com o especialista, o dimensionamento dos equipamentos se relaciona não somente com a lâmpada em si, já que há outros fatores, como o valor mínimo de radiação, como a transmitância da água, da vazão da água a tratar, etc, como já mencionado anteriormente. “A transmitância cumpre um fator importante no dimensionamento, já que entre 80%, 90% ou 96% faz grande diferença no dimensionamento, e muitas vezes, uma baixa transmitância faz com que os quartzos se sujem. Por tal
39
CAPA
motivo sempre se recomenda realizar os pré-tratamentos necessários para incrementar a transmitância da água e, portanto, diminuir o over design dos equipamentos de UV. Alguns equipamentos de ultravioleta trazem limpadores que podem ser mecânicos como varredores ou por ultrassom”, exemplifica Sturm.
Aplicação para uso industrial e doméstico Hoje em dia, encontramos muitos equipamentos para o uso doméstico. No entanto, é preciso avaliar aonde e como será usada a tecnologia por luz ultravioleta, pois não se deve ter substituição total do cloro, primeiro, porque na legislação atual há necessidade de adição do cloro residual na água, e, segundo, em alguns casos, como por exemplo, na desinfecção da água que bebemos, muitas vezes não há recirculação constante e a água parada, sem o cloro, fica 100% desprotegida. Isto é, se água vai ser armazenada será indispensável um tratamento posterior, por exemplo, a dosagem de químicos com efeito residual como bactericida. “Acreditar que é possível substituir a potabilização da água colocando um equipamento de UV em uma residência é um equívoco conceitual grave. As casas possuem caixas d’água para o armazenamento de água, neste ponto é necessário, de qualquer maneira, ter cloro que proteja a água, por isto, todas as normas de água potável fornecidas pela rede têm uma dose mínima de cloro necessária”, alerta a engenharia
14
em tratamento de água da Unitek S.A. Fora do Brasil, em países desenvolvidos, esse procedimento acontece de maneira mais preventiva do que remediadora: “Nos países de primeiro mundo utiliza-se um modelo de equipamento que pode ser instalado nas pias de cozinha como um filtro convencional”, diz Ana C. de Freitas, da TreeBio. Contudo, segundo o especialista na área, Pablo Sturm, o problema não é a utilização do sistema de UV em residências, mas num único equipamento que é colocado na saída de uma torneira, quando deveria haver um equipamento individual para cada torneira da casa obtendo um resultado de desinfecção 100% seguro. “Na indústria é diferente porque muitas vezes o uso da água e o tratamento se realizam em linha ou há um sistema de tratamento sobre recirculação de água nos tanques de armazenamento”, completa. A diferença da tecnologia de UV em relação ao uso industrial e doméstico existe apenas nos modelos oferecidos que podem ser de reatores fechados e canais abertos. O que difere é a forma de aplicação da tecnologia, cujos fatores já mencionados, depende do uso constante ou não do efluente ou, em outros casos, que precisem de maiores doses para tipos de desinfecções, etc. “Os modelos pressurizados, apesar de serem muitas vezes utilizados, não são os mais indicados para efluentes domésticos/municipais, pois devido ao alto teor de sólidos presentes nestes efluentes (típico de estações de tratamento no Brasil), aumentam consideravelmente o custo de operação e manutenção do equipamento. Nestes casos, é sempre recomendado trabalhar com sistemas de canal aberto”, exemplifica o gerente de vendas Marcos Burbulhan, da TreeBio. Contato das empresas: Unitek S.A: www.unitekdobrasil.com.br TreeBio: www.treebio.com.br
TECNOLOGIA por Pedro Ruiz e William Xia
Revestimento polimérico de bombas aumenta eficiência e desempenho
E
m um típico sistema de tratamento de águas superficiais e de distribuição, aproximadamente 70 a 90% da energia é utilizada para bombeamento. Com o aumento do custo de energia elétrica, mais municípios estão buscando tecnologias para melhorar a eficiência operacional. Um método para a melhoria da eficiência das bombas é revesti-las com um sistema de revestimento polimérico. Os sistemas poliméricos têm mostrado proporcionar aumento da vazão na pressão desejada, aumento da pressão na vazão de projeto, aumento da eficiência em uma ampla variedade de taxas de vazão e redução do consumo de energia. Em muitos casos, novas bombas de água podem também se beneficiar de um revestimento eficiente para propósitos de proteção e desempenho, embora não se espere normalmente que bombas superem a condição de eficiência original certificada pelo OEM de bombas. Durante a vida útil de uma bomba centrífuga, o custo da energia consumida é muito superior ao custo de investimento do próprio equipamento. Portanto, a operação eficiente da bomba é essencial para otimizar custos operacionais uma vez que, qualquer aumento na eficiência do fluido resulta em imediata economia no consumo de energia. De acordo com estudos de caso, o típico período de amortização do revestimento polimérico, com base no consumo de energia reduzido, pode variar de poucos meses a dois anos, dependendo do tamanho da bomba.
Como revestimentos poliméricos funcionam A maior parte da energia utilizada no movimento da água é realmente gasto no combate ao atrito nas tubulações de água. O fluxo de água em uma bomba é sujeito à resistência causada pela
16
superfície da voluta e rotor e pela viscosidade. Na dinâmica dos fluidos, moléculas de água nas superfícies de bombas são estacionárias. Discretas moléculas de água no fluxo comportam-se como entidades separadas criando vórtices e fluxos de correntes-cruzadas que resultam em perdas de energia além dos que decorrem do atrito, que ainda continua a ser exercido próximo à camada limite, em um filme fino conhecido como subcamada laminar. Em superfícies relativamente lisas, a espessura desta camada pode ser suficiente para cobrir saliências de superfície e diz-se que a superfície é hidraulicamente lisa. Onde a superfície é áspera, no entanto, a subcamada pode ser tão dispersa por saliências que agem como obstáculos abruptos, dando origem a formar o arraste. Portanto, a rugosidade da superfície, quer pelo efeito de atrito ou formação de arraste, é o fator mais importante na contabilização de perdas de energia em uma bomba. Mesmo superfícies de bombas de metal polido são relativamente ásperas quando examinadas sob alta ampliação. Rugosidade adicional da superfície pode resultar dos efeitos da erosão-corrosão ou cavitação, causando por isso uma redução na eficiência do sistema. Os revestimentos poliméricos de aumento da eficiência são especialmente projetados como revestimentos hidrofóbicos, de superfície lisa com baixa energia superficial e cargas resistentes à abrasão. Eles produzem uma superfície ultra lisa que reduz a camada limite do fluido bombeado e reduz a turbulência interna, aumentando assim a eficiência hidráulica. A suavidade da superfície deste tipo de revestimento é 20 vezes maior do que o aço inoxidável polido. A natureza hidrofóbica do revestimento faz a água simplesmente rolar para fora da superfície e o desgaste por abrasão é minimizado
Fotos: Divulgação
pela combinação encapsulada de agentes lubrificantes e cargas resistentes à abrasão. Quando aplicado em equipamento de fluxo de fluido, este tipo de revestimento tem comprovado melhorar o desempenho hidrodinâmico aumentando a eficiência global, através da redução do consumo de energia e aumento da taxa de vazão ou pressão do fluido. Alguns revestimentos poliméricos foram considerados seguros para o contato com água potável. Este tipo de revestimento possui aprovações em nível mundial para o contato com água potável, incluindo NSF (National Sanitation Foundation), AWWA (American Water Works Association) e autoridades nos países europeus. Os polímeros atuais podem produzir composições que praticamente resolvem qualquer problema de bombas. Além do reparo e proteção contra os efeitos prejudiciais causados por abrasão, cavitação, corrosão e ataque químico, a melhoria da eficiência hidráulica através da redução das perdas de energia por atrito, tornou-se um objetivo mais e mais reconhecido do uso de polímeros em bombas.
Seleção, aplicação e operação Devido ao grande número de polímeros de proteção e revestimentos à base de epóxi no mercado, selecionar o revestimento polimérico correto para a melhoria da eficiência da bomba pode ser confuso. No entanto, existem poucos revestimentos poliméricos especialmente projetados para melhoria da eficiência de novas bombas. Usando produtos de revestimento específicos para a melhoria da eficiência e economia de energia, pode-se atingir o máximo potencial de desempenho, enquanto que polímeros de proteção e revestimentos de epóxi comuns podem sempre ajudar na melhoria de desempenho de bombas antigas.
Revestimentos poliméricos podem ser aplicados com pincel ou através de pulverização in-situ para dar um acabamento perfeitamente suave de alto brilho. Os revestimentos podem ser curados à temperatura ambiente, e pós-curados para permitir o mínimo de paralisação e rápido retorno ao serviço. Podendo realizar o trabalho de revestimento polimérico no próprio local, levou ao retorno mais rápido do contrato, preço mais competitivo e melhor controle de qualidade. Em uma típica aplicação, duas camadas de cores diferentes são aplicadas com pincel, aplicador ou pulverização com uma espessura típica de 254 micra (10 mil) por camada. A característica de auto nivelamento do produto de revestimento assegura um acabamento de superfície liso. Este acabamento e espessura são fatores críticos responsáveis pelo desempenho sem alterar as características de fluxo de água do equipamento. Para assegurar aderência, a preparação da superfície do substrato é sempre necessária ser realizada por jateamento abrasivo, lima rotativa, etc. Em casos em que a localização da bomba é susceptível à contaminação por pó, o jateamento por esponja oferece uma boa opção com uma quantidade mínima de geração de poeira. Em bombas que estiveram em serviço previamente, quaisquer áreas severamente desgastadas ou com corrosão por pites podem ser restabelecidas aos contornos originais usando um composto polimérico de reparo antes do revestimento. Para documentar a eficácia do revestimento
17
TECNOLOGIA
Estudos de caso A tecnologia de revestimento polimérico não é desconhecido à indústria de águas. Muitos municípios, consumidores e fabricantes de equipamentos têm independentemente testado a eficácia dos revestimentos de eficiência. A seguir, alguns exemplos: Fayetteville, Carolina do Norte, Estados Unidos Depois de 20 anos de serviço, uma bomba de alta pressão da Companhia de Águas Hoffer revelou a perda de 14% da eficiência comparada com a curva de teste original da fábrica. Um ruído incomum também havia surgido. O recondicionamento da bomba incluiu a substituição dos anéis desgastados, reparo de pequenos danos no rotor e revestimento da superfície interna completa da bomba com um revestimento de melhoria da eficiência. O resultado após o recondicionamento foi significativo: a eficiência da bomba foi acima de 17%. Após analisarem todos os dados, a autoridade local acreditou que o uso do revestimento polimérico foi responsável por pelo menos 5 a 8% do aumento. Nessa aplicação, um aumento de 1% na eficiência da bomba atual foi traduzido para aproximadamente US$ 1.000,00 por ano em economia de energia elétrica. O custo de revestimento da bomba foi inferior a US$ 2.500,00. Usina a vapor Colbert TVA, Alabama, Estados Unidos Quatro bombas de água de circulação vertical de 60 polegadas foram revestidas com um revestimento polimérico para proteger contra erosão/corrosão e melhorar a sua eficiência. Assim que todas as superfícies úmidas das bombas - difusores, defletores, rotores, carcapolimérico no mundo real, municípios e companhias de águas podem usar o revestimento em determinadas bombas de água - seja antiga ou nova - para ajudar a avaliar a tecnologia de uma forma mais prática. Os operadores devem documentar as avaliações com um medidor de corrente elétrica ou contador de horas e utilizar instrumentos de medição precisos para mudanças na taxa de fluxo e na altura de queda da água, se possível,
18
ças, etc. foram revestidas - melhorias notáveis em termos de eficiência foram observadas. Por exemplo, na 5ª bomba houve uma diminuição de 12 % no uso de energia elétrica de 100 amperes (antes) para 88 amperes (depois). O motor esteve operando em 4160 volts. Supondo o valor de revenda da eletricidade poupada a US$ 4,4 centavos/kWh, a economia total de eletricidade foi de US$ 28.411,00 em um ano. Este aumento na eficiência não leva em conta a capacidade fornecida pelo revestimento polimérico. As outras três bombas que foram revestidas tiveram um aumento de 10-15% em capacidade. Cinco anos mais tarde, as bombas foram inspecionadas e todos os componentes revestidos estavam em excelente forma, sem queda evidente na eficiência. Ensaios sobre bombas-omega novas por KSB Os ensaios foram realizados através da aplicação de um revestimento de melhoria da eficiência em quatro novas bombas Omega nos tamanhos de 250-480 HP. Depois disso, uma melhoria na eficiência de 84% para 86,9-87,5% foi medida. KSB reconheceu que o revestimento polimérico proporcionou um aumento de 2,9-3,5% na eficiência dessas quatro bombas novas. Sulzer padronizou a utilização de revestimentos poliméricos após extenso teste de desempenho. Os revestimentos foram aplicados em inúmeras bombas novas, resultando em ganhos de desempenho. Em um caso, três bombas idênticas foram revestidas com um revestimento de eficiência antes de serem enviados para os clientes. As três bombas novas de carcaças bipartidas foram testadas e todas atingiram um aumento de 3,5% em eficiência. antes e depois de aplicar o revestimento polimérico. O retorno sobre o investimento pode ser calculado a partir da comparação da economia no custo de energia, aumento da vazão e o custo de instalação do revestimento. Pedro Ruiz
Engenheiro químico e trabalha no Departamento de Serviços Técnicos na empresa Belzona Global em Miami-EUA. É Inspetor de Revestimentos NACE – Nível 1.
DESTAQUE por Beatriz Farrugia
Fotos: Divulgação Veolia
Veolia Water completa 20 anos de Brasil
MBR Biosep
A empresa, ligada à francesa Veolia Environnement, investe em tecnologia para liderar mercado de tratamento de água e efluentes
E
la foi fundada há 160 anos por Napoleão III para resolver problemas de tratamento de água e efluentes da cidade de Paris, na França. Naquela época, o imperador francês não imaginava que a Veolia Environnement se tornaria uma das líderes mundiais do setor, atuando em 74 países com uma rede de cerca de 320 mil colaboradores. Só no Brasil já são 20 anos de tradição, comemorados em 2013. Atualmente a Veolia oferece soluções seguras, eficientes e ambientalmente responsáveis para todas as necessidades relacionadas à água e efluentes líquidos, desde água potável até sistemas para indústrias de papel-celulose, mineração, óleo e gás e nuclear. A companhia participou recentemente de um projeto na usina de Fukushima, no Japão, para a recuperação da água usada nos reatores, que registrava um nível de radiação elevado e podia contaminar os mares.
20
A Veolia Water Brasil atua em diversos segmentos, como mineração, óleo e gás, papel e celulose, químico, biocombustível, alimentos e bebidas, automotivo, farmacêutico, metais primários e energia. A partir do mercado brasileiro a Veolia Water atende diversos países da América Latina. “O Brasil detém hoje 55% dos negócios na América Latina e, o restante, 45%, vêm dos outros países da região”, afirmou Ruddi de Souza, diretor da Veolia Water Brasil. “No ano passado, concluímos uma obra grande no Peru. Nesse ano, devemos ter uma obra importante na Venezuela”, contou. Segundo Souza, cerca de 80% do faturamento da Veolia vem da área de Design & Build (projetos acima de US$10 milhões). Os outros 20% são da área de Solutions (projetos de até US$10 milhões). “No ano passado, nós atingimos nossas metas. Chegamos a cerca de 90% do que tínhamos programado. Em termos de faturamento, atingimos 100% e, em termos de novas ordens, atingimos 80%”, afirmou. “Neste ano, temos também uma meta bem audaciosa e não vemos problema em alcançá-la. Achamos que estamos bem. Estamos bastante otimistas com novos projetos”, disse Souza. Entre os destaques de expertise da Veolia Water Brasil está o tratamento de água de caldeira, serviço requisitado por empresas privadas e públicas, como a Petrobras. “Nós temos um histórico grande nesse assunto e somos líder nessa área de tratamento de água de caldeira. Fazemos o trabalho e a instalação, mas também temos uma unidade móvel que presta esse serviço”, afirmou Souza. No momento, a Veolia possui 25 unidades móveis, mas a empresa acredita que esse tipo se serviço possa crescer no futuro. “A gente tem como referência o mercado americano e lá esse nicho de mercado de unidades móveis é muito grande. Mas tem uma diferença básica: a energia térmica é abundante, equivale a 40% do total da cadeia. No Brasil, isso
é muito menor, fica em torno de 15% a 20%, pois é um país de energia hidráulica”, afirmou o diretor da Veolia Water Brasil. “O mercado, hoje, para esse tipo de produto, não é um grande mercado, mas certamente crescerá, pois a necessidade de novas centrais térmicas é imperativa no Brasil. No entanto, o mercado não chegará ao mesmo patamar dos Estados Unidos, porque temos muitos rios aqui”, acrescentou. Além do tratamento de água de caldeira, a Veolia Water Brasil também é líder nos mercados de mineração, no qual teve grande atuação em 2012, e no tratamento de lodos. “Temos duas soluções para o reaproveitamento do lodo. Na primeira, usamos para a geração de energia, através do biogás, e depois com a incineração desse lodo. Na segunda, o lodo vai para aterros, após ser desidratado, e pode ter outra finalidade, porque ele já está neutralizado”, disse Souza. Em todos os serviços oferecidos, a Veolia trabalha com sistema e equipamentos fabricados pela própria empresa e por terceiros. “Somos basicamente uma empresa integradora. Adquirimos equipamentos dos mais diversos fornecedores, porque eles acabam sendo melhor na competência de desenvolver aquele produto. Nós usamos filtros e membranas de vários fabricantes e também produzimos alguns equipamentos próprios. A Veolia fabrica parte daquilo que ela agrega ao produto, especialmente algo que tenha uma tecnicidade maior e seja crítico para o processo que estivermos trabalhando”, afirmou o diretor. De acordo com ele, pode-se dizer, basicamente, que 80% do material usado é comprado de terceiros e 20% são itens próprios. No ano passado, a Veolia Water Brasil apresentou na FENASAN (Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente) as soluções Actiflo e Multiflo, processos físico-químicos de alta-taxas, com ampla aplicação em sistemas industriais e municipais. O Actiflo® é um processo compacto de clarificação de água que utiliza micro areia como semente para formação e lastreamento dos flocos, reduzindo em até 40 vezes a área de implantação quando comparados aos processos convencionais com capacidade similar. Já a tecnologia Multiflo®, além da alta taxa de apli-
cação, utiliza o conceito de formação de um lodo mais adensado no fundo do decantador lamelar, otimizando as fases de desaguamento e desidratação de lodo posteriores. “Estamos com uma inovação no mercado, no qual essa areia será substituída por um cristal, que vai dar mais eficiência. Por ele ter esse aglutinante, ele pode ser instalado em áreas menores. É um sistema mais sofisticado que o multiflo”, disse Souza. No Brasil, o Actiflo ® é utilizado nas plantas de tratamento de água potável na cidade de Ponta Grossa/PR e água industrial na Refinaria Gabriel Passos da Petrobras (REGAP - Betim/ MG), além de aplicação em reúso industrial de efluentes na mesma REGAP e também da Refinaria Henrique Lage - REVAP. A tecnologia Multiflo®, por sua vez, tem como exemplos recentes a planta de Huachipa de tratamento de água potável, localizada na cidade de Lima/Peru, com capacidade nominal de 5,0 m3/s de água tratada, e a planta de fornecimento de água industrial da fábrica de papel do grupo Votorantim (VCP) em Três Lagoas (MS). Uma das marcas da Veolia é a tecnologia empregada em seus sistemas e soluções. Para manter o nível de desenvolvimento tecnológico, a empresa possui um programa de pesquisas, no qual premia anualmente os melhores projetos. “Nós temos um subsídio interno para esses projetos. Cada unidade, cada local, é motivado a apresentar um projeto. Como somos uma empresa de tecnologia, queremos que todos participem”, explicou Souza. “O primeiro objetivo é motivar todo mundo a participar. E os critérios que se levam em conta para premiar esses projetos são a inovação e a aplicabilidade no mercado. Um projeto pode ganhar, mas outro pode ser utilizado posteriormente”, disse. “A Veolia está atrás de transformar grandes volumes em água. Hoje você quer soluções mais automáticas, que funRuddi de Souza cionem remotamente.
21
DESTAQUE
A pesquisa que a Veolia desenvolve é nesse sentido. Nós temos diversos desenvolvimentos em pesquisa e um deles é esse: racionalizar o uso dos recursos em todos os sentidos, inclusive a mão-de-obra”, disse Souza. Além da preocupação tecnológica, a Veolia promove ações culturais com foco na sociedade, principalmente crianças, sobre a conscientização do uso da água. “A Veolia sempre faz ações culturais abertas ao público, de graça, com leis de incentivo”, afirmou o diretor. Esse ano, declarado pelas Nações Unidas (ONU) como o “Ano Internacional da Cooperação pela Água”, a Veolia fez uma parceria com a jovem fotógrafa brasileira Andrea Laybauer, cuja especialidade é fotografia de gotas de água. Quando a gota cai, o reflexo da imagem dentro da gota forma uma obra de arte. Nessa parceria, foram feitas 26 fotos encomendadas pela Veolia dos mais diversos temas, como natureza, animais, cidade e etc. Essas fotos ficaram expostas por cerca de um mês na estação Clínicas do metrô, em São Paulo, com painéis de 2m por 1,6m. “Uma exposição dentro do metrô por ocasião do ano da água pode ajudar a conscientizar o uso, porque não é um recurso infinito”, comenta Béatrice de Toledo Dupuy, gerente de marketing e comunicação da Veolia Water. Béatrice destaca ainda outra parceria cultural feita pela Veolia em 2013 com o ativista Jean-Michel Cousteau, filho do lendário Jacques-Yves Cousteau, para o lançamento de uma exposição, livro e filme chamado “Retorno à Amazônia”. As obras retratam as principais mudanças naturais e culturais sofridas pela Amazônia nas últimas duas décadas. Os registros foram coletados durante uma viagem de Jean-Michel Cousteau à Amazônia junto com seus filhos e membros da Sociedade Cousteau da Amazônia e da Ocean Futures Society. Em 1982, o próprio Jean-Michel Cousteau havia visitado a região com seu pai, Jacques-Yves Cousteau. O ativista, então, comparou a situação da Amazônia nessas duas visitas. A exposição é itinerante e irá começar pelo Rio de Janeiro, com montagem no Jardim Botânico. Em seguida, irá para São Paulo e Manaus. ”Começará em junho e vai até novembro. Serão dois meses em cada cidade e, dependendo do su-
22
cesso, pode ser levada a outros municípios também. Será uma exposição, um livro e um filme de 10 minutos”, disse Béatrice. A Veolia Water Brasil também tem programada a participação em ao menos 14 feiras na área de Solutions Béatrice de Toledo Dupuy em 2013. “São muitas, mas necessárias, porque é um mercado pulverizado”, afirmou o diretor. Já na área de Design & Build, a Veolia estará presente na ABTCP, feira de papel e celulose em São Paulo, e da FITABES, que será em Goiânia. “Estamos em busca de ferramentas que realmente viabilizem essa aproximação e contato com o cliente, e que ajudem no processo de decisão. No passado, o fato do cliente visitar e ver você lá na feira ajudava no processo de decisão. Mas hoje, devido aos projetos maiores, não é na feira que ocorre essa decisão”, comentou Souza.
Água e efluentes no Brasil Para o diretor da Veolia Water Brasil, Ruddi de Souza, o maior problema da rede de água e efluentes do Brasil atualmente é a qualidade do sistema de distribuição. Segundo ele, apesar dos avanços conquistados nesse setor, ainda falta muito para o país atingir a plenitude de um sistema eficiente de distribuição, principalmente devido à falta de vontade política e investimentos públicos. “As companhias concessionárias enviam água um ou dois dias por semana e cobram por aquela água que você tem que armazenar na caixa d´água, o que pode gerar um ponto de contaminação. Então, o que precisaria acontecer: a água deveria chegar continuamente, por 24 horas, todos os dias do ano. Para poder fazer isso, é preciso investir em um sistema de produção de confiabilidade - o que já está sendo feito -, mas também em um sistema de rede. Essa é a parte mais sensível, porque hoje se faz, em geral, só manutenção corretiva”, disse. ”Essa nova rede de distribuição precisaria usar o subsolo, que está congestionado. Aí está o ponto
mais fraco. Quando isso seria resolvido? Precisaria de um investimento pesado e o Estado não tem recursos para isso. A PPP (parceria público privada) seria uma solução, porque a iniciativa privada tem recursos e interesse em investir nessa área”, afirmou Souza. Segundo ele, hoje a grande deficiência do sistema é a rede, portanto, “as entidades que regulam esse setor teriam de criar facilidades para as empresas se motivarem e investirem nisso”. “Enquanto for companhia concessionária pública convencional, ela não vai fazer uma rede, porque o que importa para ela hoje é abrir novos consumidores e não garantir que aqueles que existem tenham atendimento, pois o atendimento é mais político que técnico, e teria de inverter isso”, argumentou. “A Veolia tem uma empresa que se dedica a esse processo de instalação de redes. Essa empresa chama SADE e estamos trazendo ela para o Brasil agora”, disse Souza. De acordo com ele, a tecnologia atualmente faz com que não seja mais necessário quebrar ruas para implantar redes, apesar do custo ser maior. “É uma ilusão achar que sai mais barato usar os meios tradicionais e convencionais em vez da tecnologia”, defendeu. Ruddi também disse acreditar que as obras para a Copa do Mundo e Olimpíadas não irão beneficiar o setor de água e saneamento, apesar dos grandes investimentos para melhorar a infraestrutura do país. “Esse boom ficou muito restrito à construção civil: novos hotéis, novos
estádios, novas rodovias. A gente teve um benefício por tabela, por consequência, mas muito pequeno. No Rio de Janeiro, por exemplo, houve obras pequenas, pontuais, para resolver problemas históricos, e não pensando em grande escala, nos locais para receber grandes públicos e visitantes”, afirmou. “O tempo está se esgotando e já perdemos um tempo irrecuperável. Portanto, não acredito que, por causa desses eventos, teremos obras e soluções importantes. Eu gostaria muito, por exemplo, de ver o rio Pinheiros e o Tietê resolvidos até lá. Mas, infelizmente, não vão. Por quê? Para resolver, só com PPP. Existe solução técnica e financeira, mas precisa de mais vontade política. Há uma visão de que o problema é só uma gestão do Estado”, comentou. “A gente costuma olhar a preservação para ‘o ano que vem’, ‘para o futuro’. E não é bem assim. Na realidade, nós fazemos parte de um ciclo que pode levar 500 anos, 1000 anos para ser refeito. O que vai acontecer até lá? Estamos cada vez captando água mais longe e não estamos tornando a Terra mais bela. Só destruímos. As cidades vão agregando um passivo ambiental muito sério. Quanto mais tempo passa, são mais casas, mais tudo e etc. A Terra vai ficando inabitável. Precisamos encontrar um equilibro, com uma maior sustentabilidade. E a água é um dos fatores críticos”, afirmou Souza. Contato da empresa: Veolia Water: www.veoliawaterst.com.br
23
TRATAMENTO DE ÁGUA E EFLUENTE
Foto: depositphotos.com
por Carla Legner
Sistema de decantação
A
água é um produto essencial para o ser humano e outras formas de vida, por isso deve ter aspecto limpo e puro. Muitas vezes para alcançar esse objetivo é preciso recuperar sua qualidade através de um sistema de tratamento. O tratamento de água é um conjunto de procedimentos físicos ou químicos que são aplicados para que o líquido fique em condições adequadas para consumo. Atualmente encontramos diversos procedimentos para o tratamento de água e efluentes, um deles é o sistema de decantação. O intuito do processo é remover as partículas sólidas ou lodos que permanecem suspensas por ação da gravidade. Os flocos de sujeira mais pesados ficam depositados no fundo dos tanques, separando-se da água. Os tanques de decan-
26
tação podem ser retangulares ou circulares. Apesar de ser considerado um processo simples, existem vários tipos de sistemas. De acordo com Alberto Abrikain, diretor técnico da Ecosan, empresa especializada em criar soluções para tratamento e purificação de águas, saneamento ambiental, efluentes hídricos e industriais, para aplicação em tratamento de água e efluentes, os processos de decantação podem ou não estar associados a processos auxiliares para viabilizar o processo de separação. Sendo assim é possível encontrar três tipos de decantadores: Os convencionais, os de alta taxa e os centrífugos. Os convencionais são mais antigos e comuns e demandam de certa área de aplicação. “Para esses, normalmente são aplicados sis-
temas mecânicos de remoção. Os de alta taxa são aqueles que necessitam de superfícies inclinadas de decantação, reduzindo a área de aplicação e ocupando área menores. No caso dos “vortex” ou centrífugos, aceleram o processo por meio do movimento tangencial forçando a decantação do elemento mais denso. Esse tipo tem aplicações específicas e é mais utilizado na Europa”, explica Alberto. Dentro dos processos de tratamento de águas e efluentes são gerados alguns sólidos insolúveis, provenientes da ação de depuração dessas matrizes. Esses sólidos são chamados de lodo. Sendo o lodo um composto mais denso que a água e formando uma mistura heterogênea, esse pode ser separado por decantação. Há casos ainda em que os processos de decantação são aplicados no início do tratamento, para remoção de areias e cargas de sólidos mais densos que venham a fazer parte da mistura a ser tratada. Alberto explica que esse processo ajuda a tornar o tratamento mais simples bem como pode proteger os componentes das estações contra danos. O principal elemento utilizado nos sistema de decantação são os removedores de lodo, que são fornecidos de acordo com a exigência de cada processo. A retirada do lodo é feita através de sistemas de descargas de fundo automáticas ou manuais. A água purificada é retirada pela parte superior do equipamento, através de “calha coletora” e enviada ao tanque de decantação. “Sistemas de decantação são sistemas de separação física entre misturas heterogêneas de compostos com diferentes densidades. Sofrendo a ação da gravidade, cada composto vai se depositando por camadas, do mais denso para o menos denso, até que todos estejam separados. A velocidade de separação depende diretamente da diferença de densidade entre os componentes” completa o diretor. Norberto Pereira Martins, gerente de equipamentos da Centroprojekt do Brasil, explica que os removedores devem atender a demanda dos processos com características de operação diferenciadas, podendo ser retangular, circular, de acionamento periférico, acionamento central, além de se caracterizarem de acordo com a etapa de processo ou tipo de efluente que nos
resultará em sólidos sedimentados de acordo com seu peso. “Os sistemas de decantação são aplicados nos mais diversos sistemas de tratamento de água e efluentes, municipais ou industriais com o objetivo principal de separação sólido/líquido, com ou sem etapas preliminares para remoção de DBO/DQO para efluentes com poluentes orgânicos” explica Norberto. A Centroprojekt padronizou sua linha de removedores inicialmente entre tratamento de água e efluente, sendo subdivididas para tratamentos municipais e os mais diversos tratamentos industriais (petroquímica, papel e celulose, siderurgia, alimentícia e bebidas), de acordo com cada etapa de aplicação. “Além disso, através da nossa engenharia de equipamentos, buscamos cada vez mais o aperfeiçoamento tecnológico, investindo em novas alternativas para a melhoria dos processos de decantação. Contamos também com tecnologias do exterior, trazendo para o mercado o que há de melhor em removedores”, completa o gerente.
27
Foto: Ecosan
TRATAMENTO DE ÁGUA E EFLUENTE
Removedor de lodo
Etapas de tratamento A coagulação é a primeira etapa do processo de tratamento da água, pode ser realizado por meio de sulfato de alumínio ou com a adição de cloreto férrico e cal, onde a função é transformar todas as impurezas da água em suspensão fina no estado coloidal. A água passe lentamente, sem ser agitada, por tanques apropriados de pouca profundidade. Depois, na floculação, a água é submetida à agitação mecânica para possibilitar que os flocos se agreguem com aos sólidos em suspensão, permitindo assim uma decantação mais rápida. O tratamento continua nos tanques ou piscinas de decantação, onde a água permanece um tempo mínimo para decantação do produto particulado sólido e dos floculados que se encontram suspensos na água. Audri Lanza, gerente de engenharia da Nova Opersan, empresa especializada no tratamento de efluentes industriais, explica que a água ou efluente contaminado, pode ter além das partículas suspensas outros materiais que podem estar em solução ou na forma de colóide, que não são removidos com sedimentação simples e necessitam previamente da coagulação, este processo seguido de decantação é comumente conhecido como clarificação, devendo ser aplicado conforme as características de cada efluente e do processo de tratamento. O efluente a ser clarificado é introduzido ao tanque através do sistema de alimentação central permitindo a alimentação do tanque de forma constante e uniforme, diminuindo os efeitos de turbulência. De acordo com Audri,
28
existem diversos tipos de decantadores: lamelares (tubulares ou de alta taxa), circulares e longitudinais. Decantador circular, como o próprio nome diz é cilíndrico vertical e pode ser mecanizado com a instalação de um raspador de lodo. O decantador lamelar, tubular ou de alta taxa utiliza lamelas ou módulos tubulares inclinados montados em ângulo contribuindo consideravelmente para a redução da área necessária para a sedimentação, tem larga aplicação em tratamento de água. “O princípio básico deste tipo de sistema, consiste na redução do empuxo sobre as partículas em decantação. Já em decantadores longitudinais é importante analisar a velocidade crítica de sedimentação, a velocidade longitudinal, o coeficiente de atrito de Fanning e o regime do fluxo. Se laminar ou turbulento, neste tipo de decantador a limpeza pode ou não ser mecanizada, porém em decantadores de vazões altas e com grandes áreas é importante analisar a instalação de um raspador mecanizado, outro fator importante é que a velocidade de escoamento longitudinal seja inferior a 1,5 cm/s, a relação entre o comprimento e a largura do decantador também deve ser avaliada pelo projetista” explica a engenheira. Audri ressalta ainda que antes de definir qual o melhor tipo de decantador a ser usado, devem-se levantar os dados do fluido e dos sólidos que serão sedimentados, a vazão do sistema, a concentração e densidade dos sólidos, a classificação deste sólido de modo, a saber, qual o percentual de sólidos que serão retidos no decantador e a temperatura do meio. Após esta coleta de dados, é feito cálculos prévios da área dos decantadores para viabilizar a melhor aplicação. Para água os mais comuns são: circulares, de lamelas e horizontais ou longitudinais. Para esgoto sanitário o mais comum é do tipo horizontal. Para afluente contaminado (industrial) popularmente chamado de efluente, o mais comum são os horizontais ou circulares. No caso dos processos que podem gerar lodos orgânicos deve se evitar a permanência exagerada dos mesmos no fundo dos decantadores, a fim de evitar a possível formação
de gases que causam a flutuação de aglomerados de lodos. A decantação é um processo físico, por isso é preciso evitar nos decantadores as condições para atividade microbiana. Nos casos de lodos originados nos processos químicos ou com efluentes originados em processos industriais inorgânicos pode se admitir um tempo de retenção maior dos lodos no fundo do equipamento.
Vantagens e mercado De acordo com a representante da Nova Opersan, quando se fala em tratamento de água, a decantação é considerada uma das mais antigas operações. “É um processo simples, barato e amplamente difundido que depende basicamente de se conhecer o tamanho e classificação das partículas, sua densidade, assim como a densidade do fluido e a temperatura do meio”, ressalta. Audri explica ainda que em relação à EPC (modalidade na qual o cliente
pode comprar o projeto e a implantação independente e posteriormente operar esta unidade com conta e risco), deve ser feita uma análise de viabilidade técnica e econômica de modo a conferir o que é mais vantajoso. Porém se o intuito é utilizar a modalidade de BOT (na qual o cliente compra a solução de engenharia, processo, projeto implantação e operação, visando responsabilidades e garantias por uma única empresa), esta análise é feita por uma equipe de engenharia antes do projeto começar, mesmo em fase de proposta. “Praticamente todo afluente contaminado ou água necessita desta etapa de decantação, portanto é um mercado de ampla aplicação, porém tem competido atualmente com tecnologias como MBR, por exemplo, que exclui a necessidade do uso de decantador após o tanque de aeração”, completa. Alberto Abrikain explica ainda que no mercado de tratamento de águas e efluentes, a
TRATAMENTO DE ÁGUA E EFLUENTE
Foto: Opersan
Equipamentos
grande maioria das estações possui seus sistemas de decantação. Há alternativas de separação, porém os decantadores são os mais difundidos. Além disso, também há os decanters centrífugos que são utilizados em desaguamento de lodos. É um processo que se utiliza de energia natural (gravidade) para ocorrer, portanto tem baixo custo operacional. “Como desvantagem, podemos citar a necessidade do uso de grandes áreas, de acordo com o volume a ser tratado. A viabilidade entre a decantação e outros processos de separação, como por exemplo, uso de membranas, está na relação custo X benefício. Sempre que houver uma maior disponibilidade de espaço físico, os sistemas de decantação tendem a ser aplicados, porém é um processo natural, utilizando-se apenas da força da gravidade, o que o torna um processo simples e de baixo custo”, ressalta. Para o gerente comercial da Atag Mecalpe Equipamentos e Processos, Carlos Alberto Cardoso, o mercado de equipamentos para tratamento de água e efluentes anda como todo setor, com altos e baixos, principalmente quando se fala do efluente que não é a água para produção. “Este tipo de equipamento deve ser usado quando realmente existe a necessidade. Não vendemos equipamentos como gostaríamos, mas também não podemos falar em crise, sempre foi assim”, conta.
30
A Degrémont, empresa especializada no tratamento de águas e efluentes, trabalha com uma linha de equipamentos para decantação. Exemplo disso são dois sistemas próprios da empresa, o Pulsator e o Pulsatube. O primeiro tem uma estrutura simples, trata-se de um tanque de fundo plano que pode ser construído de forma contígua com outras unidades ou com uma parede comum, sua manutenção é fácil, sem peças mecânicas submersas. Após a injeção de coagulante, a água bruta é introduzida na câmara central do clarificador. À medida que a água é distribuída uniformemente e flui através do manto de lodo, ocorre a formação de aglomerados no contato com as partículas do lodo ativo. Na superfície superior, a água clarificada é separada antes de ser coletada na parte superior do tanque, por uma série de tubos perfurados ou canaletas. As partículas coaguladas aderem ao manto de lodo, a qual atua como um filtro. Ao mesmo tempo, o excesso de lodo extravasa dentro dos concentradores antes de ser extraído pelas válvulas automáticas. No caso do Pulsatube (Pulsator + Sendimentação Lamelar), os módulos lamelares instalados entre o manto de lodo e as canaletas de coleta de água clarificada, preserva a coesão do manto de lodo mesmo com o aumento da velocidade ascensional. A vazão através dos módulos é laminar. Suas principais vantagens são: a distribuição homogênea de água bruta sobre a superfície do tanque: o Pulsatube assegura alimentação uniforme através de todos os módulos lamelares, o que é difícil de obter com outros tipos de clareadores; a preservação da estrutura dos flocos: nenhuma transferência de água floculada é necessária, pois a floculação e a sedimentação ocorrem no mesmo tanque; fácil manutenção: não existem equipamentos mecânicos frágeis ou de difícil manutenção. Contato das empresas: Ecosan: www.ecosan.com.br Centroprojekt: www.centroprojekt-brasil.com.br Nova Opersan: www.opersan.com.br Atag Mecalpe: www.atagmecalpe.com.br Degrémont: www.degremont.com.br
Juntos, nós podemos preservar o meio ambiente, garantindo o mínimo de consumo de energia elétrica na obtenção de água potável a partir da água do mar.
Sistema de purificação e dessalinização de água
Filtragem de combustível
Ideais para barcos, navios de cruzeiro e propriedades costeiras, a Parker oferece sistemas silenciosos de dessalinização por osmose reversa, com capacidade de produção de 20l até 350.000l/dia e baixo consumo de energia elétrica. O destaque desta série é o modelo Squirt 600, cujo principal diferencial é a construção robusta e uso da exclusiva bomba de titânio, resistente à corrosão. Aproveite e conheça também os filtros de óleo diesel tipo turbina, os mais eficientes sistemas de filtragem para aplicações marítimas. Se a tecnologia é Parker, você pode confiar.
www.parker.com
Foto: Depositphotos.com
SUSTENTABILIDADE
Caracterização e classificação de resíduos sólidos
P
romulgada em agosto de 2010, a PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos) é um marco na gestão ambiental no Brasil. A lei compõe uma série de diretrizes e metas relativas à gestão integrada e ao gerenciamento ambiental adequado dos resíduos sólidos, incluído os perigosos, e propõe um conjunto de regras que visam o cumprimento de seus objetivos em amplitude nacional, inclusive a aplicação de punições severas como penas passivas de prisão àqueles que não a cumprirem. A intepretação de responsabilidade é compartilhada entre governo, empresas e sociedade. Na prática todo resíduo deverá ser processado apropriadamente antes da destinação final e a caracterização de resíduos tem papel importante nessa etapa ao determinar os principais aspectos físico-químicos, biológicos, qualitativos e/ou quantitativos da amos-
32
tra e estes resultados analíticos auxiliam na classificação do resíduo para a escolha da melhor destinação do mesmo.
Caracterização Resíduos sólidos são resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água e esgoto, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.
1) Descrição detalhada da origem do resíduo Estado físico; aspecto geral; cor; odor e grau de heterogeneidade. 2) Denominação do resíduo com base em: Estado físico; processo de origem; atividade industrial; constituinte principal e destinação. 3) Destinação Aterro para resíduo perigoso; aterro sanitário (não perigoso); aterro de resíduo inerte (solubilidade) e tratamento térmico (compostagem, incineração, coprocessamento, etc).
Classificação A classificação de resíduos envolve a identificação do processo ou atividade que lhes deu origem, além de seus constituintes e características com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido. A identificação dos constituintes a serem avaliados na caracterização do resíduo deve ser criteriosa e estabelecida de acordo com as matérias-primas, os insumos e o processo que lhe deu origem. A NBR 10.004/04 da ABNT dispõe sobre a
classificação dos resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública para que possam ser gerenciados adequadamente.
Os resíduos são classificados, de acordo com a NBR 10.004 1) Resíduos Classe I – Perigosos São aqueles que apresentam periculosidade e características como inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. Consulte a NBR para maiores detalhes sobre cada característica enquadrada nessa classificação. 2) Resíduos Classe II – Não Perigosos A) Resíduos Classe II A – Não Inertes: São aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I - Perigosos ou de resíduos classe II B – Inertes. Os resíduos classe II A – Não inertes podem ter propriedades, tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. B) Resíduos Classe II B – Inertes: São quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma representativa e submetidos
31
SUSTENTABILIDADE
a um contato dinâmico e estático com água destilada ou desionizada, à temperatura ambiente não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor, conforme anexo G da NBR 10004.
Laudo de classificação O laudo de classificação pode ser baseado exclusivamente na identificação do processo produtivo, quando do enquadramento do resíduo nas listagens dos ane-
xos A ou B da NBR 10.004/04. Deve constar no laudo de classificação a indicação da origem do resíduo, descrição do processo de segregação e descrição do critério adotado na escolha de parâmetros analisados, quando for o caso, incluindo os laudos de análises laboratoriais. Outros métodos analíticos podem ser exigidos pelo Órgão de Controle Ambiental, dependendo do tipo e complexidade do resíduo, com a finalidade de estabelecer seu potencial de risco à saúde humana e ao meio ambiente.
Os principais agentes influenciadores da PNRS Governo Para o setor público, a principal mudança é a realização de planos para a gestão dos resíduos. Nesse ano, inclusive, estão sendo feitos debates municipais e regionais desde janeiro, com contribuições de representantes da sociedade civil, de governos e do setor privado para elaborar estratégias e medidas que serão levadas para a IV Conferência Nacional de Meio Ambiente (CNMA), que acontecerá em Brasília, de 24 a 27 de outubro de 2013. Nessa conferência as prefeituras poderão ampliar seus conhecimentos técnico, científico e político sobre o tema, já que 90% dos municípios brasileiros ainda não apresentaram os planos municipais com estratégias para o setor ao Ministério do Meio Ambiente e estão sem verba para investir na área. O prazo para o envio dos projetos era até agosto de 2012. A maior preocupação é com a erradicação dos lixões, viabilização de infraestrutura para a implementação de ações que possam atingir as metas estipuladas, planos de reciclagem com a participação da sociedade e catadores e o monitoramento da efetividade do plano.
34
Empresas Já para as empresas, além da Gestão dos Resíduos, o desafio é a logística reversa. O termo significa a recuperação de materiais após o consumo, existindo a possibilidade de reaproveitamento para a fabricação de novos produtos. Produtos como agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas, embalagens em geral e produtos eletroeletrônicos e seus componentes, a exemplo de geladeiras, televisores, celulares, computadores e impressoras devem retornar para o fabricante. A palavra de ordem é reaproveitamento. Além da reciclagem, as empresas podem fazer a compostagem de seus resíduos. Sociedade Os consumidores precisam estar conscientes que é necessário fazer o descarte correto de computadores, celulares, eletrodomésticos e outros aparelhos eletrônicos. Os restos de comida e o lixo do banheiro também precisam ser separados dos resíduos que podem ser reciclados. E se no seu bairro ou na sua cidade não houver coleta de recicláveis, está na hora de cobrar do poder público uma ação. Só com o aumento da consciência ambiental que a lei sairá do papel e a PNRS se tornará realidade para todos nós.
Foto: Divulgação Tera Ambiental
ETEJ - Estação de Tratamento de Jundiaí
Tratamento de chorume será essencial com PNRS
Foto: Divulgação Tera Ambiental
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) trará muitas mudanças, os municípios terão de ter um plano de gestão de resíduos, as empresas terão de pensar em logística reversa, os descartes de resíduos em aterros sanitários só poderão ser realizados quando não puderem ser reciclados e os lixões deixarão de existir até 2014 de acordo com a lei. Segundo especialistas no assunto, o fechamento dos lixões e a criação de novos aterros sanitários, vai gerar uma grande demanda de tratamento de chorume e esse é o elo da cadeia que mais precisa evoluir. Na Europa, por exemplo, o tratamento de chorume representa atualmente até 25% do custo de operação do aterro sanitário. O chorume é um passivo altamente poluente e mesmo após a desativação do aterro esse resíduo continua sendo gerado pelo processo de degradação dos materiais alí depositados e a prática de acompanhamento e retirada de cho-
Estação de tratamento de esgotos de Jundiaí (ETEJ) trata chorume de aterros sanitários
rume para tratamento continua. A Resolução 404 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) estabelece: “XVI - apresentação de projeto de encerramento, recuperação e monitoramento da área degradada pelo(s) antigo(s) lixão(ões) e proposição de uso futuro da área, com seu respectivo cronograma de execução.” Como exemplos podemos citar dois lixões de Campinas, que mesmo desativados há muitos anos ainda são monitorados com retiradas constantes de chorume. Segundo relatório da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), um desses lixões está contaminado por infiltrações e desde seu fechamento, em 2001, precisa ser monitorado devido a contaminantes como solventes halogenados, materiais microbiológicos e inorgânicos. Em outro lixão na região que funcionou até 1992, são realizadas verificações nas condições do solo, da água e do ar, medições do gás metano e do chorume de líquido tóxico produzido pela decomposição dos resíduos e rejeitos enterrados. O chorume de aterro classe 2 deixa de ser tóxico quando passa pelo tratamento biológico de efluentes e pode até ser reaproveitado inclusive como água de reúso, com aplicação em processos industriais. Tera Ambiental
Empresa especializada no Tratamento Biológico de Efluentes Industriais e Compostagem de Resíduos Orgânicos. www.teraambiental.com.br e-mail.: contato@teraambiental.com.br Tel.: 11 3963.6500
35
EVENTOS por Bruna Lavrini
Confira os principais lançamentos da Fenasan 2013 A feira, que acontecerá entre julho e agosto, terá como tema principal, este ano, a “Energia para o Saneamento Ambiental”
A
24ª edição da Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente (FENASAN) já tem data marcada. Como tema central “Energia para o Saneamento Ambiental”, a feira vai acontecer entre os dias 30 de julho e 1 de agosto. Este ano a feira será sediada no pavilhão azul do Expo Center Norte. O evento, promovido pela Associação dos Engenheiros da Sabesp (AESabesp), espera receber mais de 15 mil visitantes.
Atlas Copco A Atlas Copco é uma multinacional de origem sueca especializada em produtos e serviços que abrange desde equipamentos de ar e gás comprimido, geradores, equipamentos de construção e mineração, ferramentas industriais e sistemas de montagem até o pós-venda e aluguel de equipamentos. Para a Fenasan deste ano, a Atlas Copco preparou dois grandes lançamentos. O primeiro deles é a nova tecnologia de sopradores com sistema de parafuso. Segundo o fabricante, o equipamento garante maior eficiência energética em estações de tratamento de efluentes. De acordo com testes feitos com os equipamentos, levando em consideração níveis de pressão durante o trabalho, 21% da conta de energia de uma instalação industrial pode ser por conta do soprador de ar. Em comparação com o desempenho da antiga tecnologia de lóbulo, que ainda usa design do século retrasado, a economia pode ser de até 30%”, afirma a empresa. Segundo Henrique Triboni, Gerente de Negócios OilFree da Atlas Copco, essa tecnologia
36
ajuda os clientes a reduzirem custos com um produto que não compromete a qualidade do processo. “Os clientes querem reduzir continuamente os custos de produção sem comprometer a disponibilidade de ar comprimido. Além disso, a consciência ambiental convida as instalações industriais a limitar as emissões de CO², reduzindo seu consumo de energia. Mesmo as máquinas mais eficientes podem render melhor com a gestão dos controladores centrais da Atlas Copco”.
Alfacomp A Alfacomp é especializada na fabricação de produtos e equipamentos de telemetria que viabilizam sistemas SCADA de Telesupervisão e Telecomando. Os rádios modem e unidades remotas de telemetria, desenvolvidos pela empresa, auxiliam empresas de saneamento e energia na melhoria da rastreabilidade, controle de qualidade, eficiência energética e controle de perdas. Aliados a CLPs de mercado e operando em protocolos abertos, segundo a empresa, os produtos compõem soluções de alto desempenho e baixo custo. Empresas como: Semasa, Sabesp, Embasa, Corsan, Sanessol e SAAE, fazem parte da carteira de clientes da Alfacomp. Para a Fenasan 2013, a Alfacomp vai levar para apresentação a tecnologia de Telemetria de Água e Esgoto, o produto auxilia as empresas de tratamento de água, esgoto e saneamento básico a reduzirem custos e melhorias no abastecimento de água, evitando transtornos ao consumidor final. “A Telemetria é uma automoção, monitoração e controle, em tempo real, de reservatórios e elevatórias de água e esgoto, ETAs e ETEs via rádio. Em um município sem sistema de telemetria, é a população que avisa a companhia de água e esgoto quando ocorre
uma falha no abastecimento. O sistema de telemetria é necessário para garantir o abastecimento da população, explica a Alfacomp. Com a Telemetria a empresa responsável pelo sistema de água de uma cidade terá em mãos: monitoramento em tempo real do funcionamento de estações elevatórias, reservatórios, medidores de vazão e demais dispositivos elétricos e hidráulicos do sistema, armazenamento de dados e apresentação do histórico sobre a qualidade do abastecimento e alarme de vazamentos, falhas de operação, falhas de equipamentos, intrusões, valores anormais de níveis, pressões e vazões. Prevenir e minimizar perdas.”
Fotos: Divulgação
B&F Dias A B&F Dias é a maior empresa de sistemas de aeração por ar difuso da América Latina com mais de 2000 instalações e milhares de difusores fornecidos. Para este ano de Fenasan, a B&F Dias apresentará toda a sua linha de produtos para sistemas de aeração por ar difuso tipo fixo ou removível, comportas em aço inoxidável, anel de enchimento B&F OxRing e Decanters para remoção de clarificado em processos de SBR (Sequential Batch Reactor – Reatores por Batelada) B&F DC. Um dos destaques da B&F Dias para a feira deste ano é o Cleartec, tecnologia que promete ampliar a capacidade de tratamento biológico de ETEs já em operação. O produto é considerado pela empresa o seu maior lançamento nos últimos anos. A intervenção é feita por meio de adição de mídias, sem a necessidade de ampliação de obras civis.
Borges & Katayama A Borges & Katayama atua no mercado de proteção de equipamentos eletrônicos e compressores de ar há 18 anos. Hoje, a tecnologia da
Purafil Inc. para filtros químicos (dryscrubbers), é utilizada por empresas como: Klabin, Akzo Nobel, Monsanto, Petrobras, GM, Goodyear e Air Liquide. O produto também tem sido aplicado no MASP para proteção de obras de arte, e na Faculdade de Medicina da USP na pesquisa sobre os efeitos da poluição nos seres vivos. Para a Fenasan deste ano, a empresa pretende demonstrar suas soluções para os desafios relacionados à qualidade do ar, tanto em processos industriais, quanto em saneamento ambiental.
Centroprojekt A Centroprojekt, empresa especializada em tratamento de água, efluentes e controle de poluição atmosférica, também vai marcar presença na Fenasan. Além de participar colocando a disposição dos visitantes o seu portfólio de produtos, a empresa estará presente em palestras técnicas.
Digitrol A Digitrol é uma empresa que conta com uma linha de soluções para controle de processos, principalmente de instrumentação de campo. Além do portfólio próprio, a Digitrol representa empresas que oferecem ao mercado tecnologias para vazão, pressão, nível, turbidez, pH, condutividade, oxigênio dissolvido, que poderão ser vistos na Fenasan. Para a Fenasan 2013, a Digitrol preparou a apresentação dos modelos do Medidor Eletromagnético à Bateria SITRANS da série MAG8000, da sua parceira Siemens. O MAG8000 da Siemens é um medidor eletromagnético para água tratada alimentado por bateria que oferece flexibilidade para instala-
37
EVENTOS
ção de um medidor confiável em qualquer lugar sem sacrifício da precisão ou do desempenho. Este medidor alimentado por bateria atende aos padrões internacionais OIML R49 e CEN EN 14154 é especialmente indicado para otimização de suprimento de água em aplicações tais como: captação de água tratada, redes de distribuição, relatórios de contagem de irrigação, controle de perdas etc. Fácil de instalar ele apresenta eficiente gestão de energia avançada, o MAG8000 pode manter-se em funcionamento por até 6 anos em uma aplicação típica para a detecção de vazão e para a medição fiscal detalhada. Não possui partes móveis, sendo, praticamente livre de manutenção”, explica a Digitrol.
Eaux A Eaux é uma empresa especializada em projetos, equipamentos e instalações para tratamento de resíduos líquidos industriais e domésticos. A missão da empresa é criar soluções para que a indústria produza mais, mas sem interferir no ecossistema do planeta. Para a feira deste ano, a Eaux vai apresentar o Sistema de Gradeamento Mecanizado. O Sistema é constituído por Esteira de Gradeamento Mecanizado (EGM), coletor, transportador de resíduos e painel de automação e controle. As unidades são instaladas na câmara de chegada de elevatórias e em tratamentos preliminares de ETE´s domésticas e industriais.
Franklin Electric A Franklin Electric é líder global na fabricação e comercialização de sistemas e componentes para mover água e combustíveis automotivos. No Brasil, a empresa está localizada em Joinville, em Santa Catarina. A indústria chegou ao País em 2008, quando passou a administrar a
38
marca Schneider Motobombas. No mercado brasileiro, é referência no consumo inteligente de água, por meio da fabricação de produtos com elevado nível de tecnologia. A Franklin Electric produz equipamentos para a construção civil, em indústrias, poços artesianos, sistemas de pressurização e uso na área agrícola. Este ano, a Franklin Electric vai levar à Fenasantrês lançamentos, as séries VME e SUB 6 e os novos equipamentos que compõem a série SUB 4. Estas duas últimas novidades completam uma linha já disponível no mercado de motobombas submersas para uso em poços tubulares. As bombas SUBs apresentam alto desempenho e resistência. Além disso, os equipamentos possuem motores encapsulados. Ou seja, existe uma resina entre as bobinas, que evita a perda do isolamento e curto-circuito, gerando uma extensa vida útil ao motor. Já as motobombas de alta pressão VME podem ser utilizadas no abastecimento predial, irrigação, alimentação de caldeiras, transporte de água a longa distância, lavação de ambientes, veículos e máquinas e em indústrias. Os equipamentos se destacam pela fácil instalação e por contribuir para a redução de espaço no projeto”, afirma a empresa.
Grundfos A Grundfos é líder global em soluções avançadas em bombeamento e precursora em tecnologia de água. Para a empresa, as tecnologias pioneiras que melhoram a qualidade de vida das pessoas e protegem o planeta contribuem para a sustentabilidade global. Para a Fenasan 2013 a empresa preparou o lançamento da nova geração do sistema de bombeamento SQFlex. Segundo Renato Zerbinati,coordenador de produtos e aplicações da Grundfos, a novidade desse produto é a potência de bombeamento do sistema. “O grande diferencial deste produto é a possi-
Saturador de Flúor, e o Gel Cal, produto que será lançado na feira. O Gel Cal é uma solução de hidróxido de cálcio em suspensão que já vem pronta para aplicação e correção de pH. Isentos de aditivos e contaminantes, o produto é próprio para uso em água de abastecimento público ou industrial.
Invel
bilidade de atendimento a comunidades remotas, locais que não contam com energia elétrica. Além de reduzir custos para quem possui energia elétrica”.
Hidrogeron A Hidrogeron é especialista em tecnologias sustentáveis que ajudam empresas públicas e privadas a atingirem seus objetivos ambientais, otimizando tempo com o máximo de rendimento, produtividade, além, é claro, da redução de custos operacionais. Para a Fenasan deste ano, a Hidrigeron vai expor o Gerador de Cloro, Gerador de Ozônio, o
PARTICIPE DE UMA
NOVA ERA NA
EFICIÊNCIA
EM BOMBEAMENTO FLYGT EXPERIOR™ Flygt Experior combina tecnologia N, hidráulica, motores com e�ciência Premium e SmartRun – controlador inteligente. Esse conjunto pode reduzir em até 50% o consumo de energia da estação. Saiba mais: faleconosco.br@xyleminc.com
www.xylemwatersolutions.com/br
A Invel é especializada na fabricação de diversos tipos de uniões para tubos, conexões mecânicas, conexões de transição metal PE, juntas de isolamento elétrico, válvulas tipo macho e vende no mercado brasileiro vários tipos de válvulas e conexões em PE de renomados fabricantes internacionais. Para a Fenasan deste ano, a empresa vai levar a tradicional tecnologia das válvulas C-Valves.
EVENTOS
O equipamento é utilizado em várias aplicações no controle de pressão e de vazão, assegurando proteção muito superior para as redes de distribuição de água e para instalações, comparativamente com tradicionais válvulas de controle.
Kanaflex A Kanaflex iniciou suas atividades produzindo tubos rígidos de PVC. Posteriormente tornou-se líder mundial na fabricação de mangueiras espiraladas flexíveis de PVC. Mais tarde ficou também conhecida como pioneira na fabricação de dutos e tubos corrugados de PEAD. Para este ano, a empresa vai levar à Fenasan o lançamento Kanasuper e os tradicionais Kanasan e Kanaliso. “Esperamos que a Fenasan 2013 continue sendo a maior vitrine brasileira do setor de saneamento para os fabricantes de tubos e conexões”, afirma Eduardo BertellaGerente de marketing da Kanaflex.
Millipore A Merck Millipore, uma divisão da Merck KGaA, é uma empresa de ciências da vida que, em parceria com seus clientes, cria soluções para pesquisas, desenvolvimento e produção em todo o mundo. Para a Fenasan deste ano, a Merck separou uma lista de produtos de seu portfólio que serão expostos. Move 100: colorímetro portátil (hand-held) com mais de 100 métodos Spectroquant na memória, leituras em 6 comprimentos de onda (430, 530, 560, 580, 610, 660 nm), IP 68 (instrumento hermeticamente selado, adequado para imersão contínua em água), capacidade de armazenamento de 1000 leituras, possibilidade de inserção de 35 métodos definidos pelo usuário,
40
equipamento próprio para análise de águas residuárias, água potável e água industrial, módulo opcional para transferência de dados. Nova 60 A: fotômetro robusto com leitura em 12 comprimentos (340, 410, 445, 500, 525, 550, 565, 605, 620, 665, 690, 820), leituras realizadas através de reconhecimento por código de barras, leitura em cubetas de 10, 20, 50 e 16 mm, leitura em múltiplos comprimentos de onda para correção de turbidez, sistema AQA de controle de qualidade, capacidade para armazenamento de 1000 dados, mais de 170 parâmetros Spectroquant pré-programados, equipamento aberto para inserção de curvas de calibração definidas pelo usuário. Além destes, outras três soluções serão lançadas: Pharo 100, Pharo 300, OxiTopControl, IQ Sensor Net Portátil, Photoflex pH/Turb.
Mizumo A Mizumo, empresa especializada em estações pré-fabricadas para tratamento de esgoto sanitário (ETEs). Para esta edição da
Fenasan, a empresa demonstrará a flexibilidade dos projetos que trabalham e apresentará sistemas customizados à partir de produtos padronizados que são adequados conforme as características técnicas e necessidades de cada empreendimento.Todo o projeto leva em consideração os detalhes de cada local de implantação, do efluente de entrada e corpo receptor, e podendo contemplar o reúso do efluente para fins não potáveis ou seu retorno sem riscos ao meio ambiente. “A Mizumo considera a Fenasan um importante evento para apresentação de seu portfólio de
soluções dedicadas e consolidação de sua parceria com a Sabesp”, afirma a empresa.
SulzerPumps A SulzerPumps projeta, desenvolve e fornece mundialmente soluções de bombeamento e equipamentos relacionados. Para a Fenasan deste ano, a SulzerPumps está preparando um estande com uma linha de soluções voltadas ao tratamento e coleta de efluentes. A linha ABS EffeX é composta por: Misturador submersível ABS XRW, Acelerador de Fluxo ABS XSB e Turbocompressor ABS HST 20.
Ganha destaque também o acessório Toray Seal desenvolvido para as membranas de osmose reversa, é um selo de vedação “bi-direcional” que permite de forma inédita a retirada das membranas do vaso de pressão por ambos os lados, sem a necessidade de ferramentas especiais ou esforço excessivo. Completando o portifólio a ser apresentado durante o evento, haverá a linha Torayfil de membranas de Ultrafiltração tipo fibra oca, feitas de PVDF (fluoreto de polivinilideno) com poros de 0,01 mícron, e módulos pressurizados. Na versão HFU-2020 com 72 m² de área filtrante proporciona um sistema compacto e adequado para diversos tipos de aplicações como produção de água potável, industrial, tratamento de efluentes e reúso.
Xylem
Toray
A Xylem – detentora das marcas Flygt, Godwin, Sanitaire, Leopold e Wedeco e líder mundial em transporte e tratamento de água e efluentes traz para esta edição do evento, suas soluções diferenciadas e já conhecidas para o mercado de tratamento e transporte de água e efluentes.
A fabricante japonesa de membranas estará em mais uma edição da Fenasan apresentando sua linha de produtos voltada para tratamento de água e efluentes. Os principais produtos são as membranas para sistema MBR (membrane bio reactor) da linha Membray, que compreende membranas de ultrafiltração do tipo placa plana, feitas de PVDF (fluoreto de polivinilideno) com poros de 0,08 mícron, que operam submersas, nas versões TMR140 e TMR090, esta última indicada para sistemas compactos em contêineres e aplicações com limitações de altura. Outra linha a ser promovida durante a feira é a Romembrana, as membranas de osmose reversa (OR) da Toray largamente utilizadas em projetos de dessalinização e que foram selecionadas recentemente para a maior instalação deste tipo de tecnologia no país com capacidade de 1,000 m³/h de permeado para produção de água industrial em um complexo petroquimico no RJ.
A Xylem irá apresentar durante a Fenasan: Flygt Experior, Difusor de Ar de bolhas finas para tratamento biológico de efluentes da Sanitaire, ICEAS - Intermitent Cycle Extended Aeration System da Sanitaire, Placas Suporte de meio filtrante IMS 200 e IMS 1000 – Leopold, TAK 55 - Desinfecção UV da Wedeco e o lançamento - Bombas Godwin NC Série Dri-Prime.
41
DESTAQUE por Cristiane Rubim
Fotos: Divulgação Nova Opersan
Modelos de negócio para tratamento de água e efluentes
Prestadoras de serviços buscam alavancar negócios das empresas com terceirização de ETA e ETE
A
tualmente verifica-se uma tendência no mercado de tratamento de água e efluentes para a prestação de serviços e terceirização aplicadas pelos modelos de negócios BOT, BOO, AOT e O&M, e a Revista TAE foi atrás destas informações para saber quais os modelos aplicados atualmente e quais os principais motivos que levam grandes companhias a migrarem de modelos de negócios conceituados para a terceirização do tratamento de água e efluentes. Cada projeto tem suas próprias características e especificidades, mas, no geral, o que atraem estas empresas são as vantagens oferecidas pelos modelos de negócio que as prestadoras de serviço oferecem que ajudam a viabilizar melhor seus negócios. Melhorias
42
no processo de gerenciamento da água, redução dos desperdícios, possibilidade de reúso da água, economia nos custos da empresa com mão de obra e demais gastos provenientes da operação do sistema, diminuição dos riscos, foco no negócio e possibilidade de investimento de mais recursos financeiros no negócio principal da empresa são algumas das principais vantagens apresentadas pelos modelos de contratação.
Os modelos Os modelos de negócio atuais praticados pelo mercado para os projetos de tratamento de água e efluentes são o EPC, BOT, BOO, AOT, AOO e O&M. EPC - Do inglês, significa Engineering, Procurement and Construction (Engenharia, Projeto e Construção). Por ser o mais consagrado, ainda é o modelo de negócio mais praticado pelas empresas de engenharia. O cliente que
contrata o projeto de instalação em sua empresa compra os materiais para construir por conta própria ou por subcontratação de partes do trabalho. O cliente assume o orçamento e o risco do projeto por um preço fixo (LSTK), dependendo do escopo de trabalho acordado. De acordo com Audri Lanza, gerente de Engenharia da Nova Opersan, empresa que atua há 50 anos no desenvolvimento, construção e operação de soluções em tratamento de água e efluentes, este modelo contempla o conceito e detalhamento do projeto, fornecimento dos equipamentos e demais materiais e instalação do sistema completo, além de start-up. A garantia é dada a partir da data de entrega. BOT - O Build, Operate and Transfer (Construir, Operar e Transferir) é também muitas vezes chamado de DBOT (Design, Build, Operate and Transfer). Ao transferir para uma empresa especializada todo o risco no processo de prospecção, captação e tratamento de água e efluentes, o cliente fica isento de investir recursos próprios ou de assumir responsabilidade que não tenha a ver com sua atividade-fim. Todos os investimentos necessários à implementação, operacionalização e manutenção do sistema de captação e tratamento de água e efluente são assumidos pelo prestador de serviço. Segundo Audri, cabe à contratada o desenvolvimento do conceito, aplicação da tecnologia, desenvolvimento do projeto, instalação do sistema, partida e operação da planta. “O cliente paga por m³ tratado à contratada. E a responsabilidade por atender à legislação, por operar e por manter a planta também é da contratada”, explica. BOO - No Build, Operate and Own (Construir, Operar e Permanecer Proprietário), a contratada financia, constrói e toma posse do empreendimento. “A única diferença entre o BOT e o BOO é que a planta retorna ao contratado, ou seja, não há a transferência da planta ao cliente. A principal vantagem é que, neste modelo, o valor cobrado por m³ é um pouco menor que no BOT, porém, assim que o contrato acaba o contratante fica sem unidade de tratamento”, ressalta a gerente de Engenharia. AOT – No modelo Acquire, Operate and Trans-
fer (Adquirir, Operar e Transferir), conforme Audri, a contratada investe em uma unidade já existente, projeta e implanta melhorias neste sistema, opera, mantém e, após a amortização, é transferida ao cliente. “Neste caso, uma das vantagens para o cliente é que, muitas vezes, por ele não ter o know-how de operação, o negócio se torna algo muito viável, porque ele pode focar mais em seu core business.” AOO – Neste contrato, Acquire, Operate and Own (Adquirir, Operar e Permanecer Proprietário), a unidade de tratamento também já existe e a contratada faz todo o trabalho como no AOT. A diferença é que, no final, a contratada permanece com a planta. O&M – O Operation and Maintenance (Operação e manutenção do sistema). Neste modelo, a contratada faz a operação de tratamento da unidade que já existe e é responsável pelo lançamento, garantindo seu funcionamento. “Entre as vantagens, está que a empresa contratante deste serviço pode focar em sua especialidade de negócio”, afirma a gerente de Engenharia da Nova Opersan.
Dicas para a escolha do modelo de negócio De acordo com Fabricio Drumond, diretor comercial da Nova Opersan, para definir o modelo de negócio adequado a ser contratado por uma empresa, o cliente deve responder a estas três perguntas abaixo. “Por meio delas, o cliente poderá identificar se a solução EPC é a mais adequada ou se a BOT, BOO, AOT, AOO e O&M são melhores”, afirma. 1) O cliente possui as competências necessárias para avaliar um projeto, assegurar sua execução e garantir a correta operação do sistema em conformidade com a legislação? 2) O cliente dispõe de capital para investimento no projeto de forma que garanta a execução do sistema de tratamento que realmente atende às suas necessidades? 3) O cliente possui tempo e recursos disponíveis para se dedicar na operação do sistema de tratamento sem que isso atrapalhe as atividades principais do seu negócio?
43
DESTAQUE
Grafico com modelos de negócios e seus responsáveis
Segundo Audri, estes modelos de negócio podem ser aplicados em qualquer tipo de estação.“Para uma nova planta, podem ser usados o EPC, o BOT e o BOO. Quando a planta já existe, será feito um AOT, um AOO ou um O&M, dependendo do estado e conservação da planta ou haverá incremento de vazão a ser tratada”, aponta. Cada modalidade destas tem inúmeras implicações contábeis e fiscais. Por isso, é preciso fazer uma apurada análise quanto à conveniência de sua utilização. De acordo com Fabricio Drumond, diretor comercial da Nova Opersan, o mercado de saneamento industrial movimenta cerca de R$ 1,5 bilhão por ano. “Nossa estimativa é que a base de ativos instalados no País seja em torno de R$ 20 bilhões”, calcula. Em projetos de operações dedicadas, de acordo com Audri, o projeto conceitual é desenvolvido e apresentado ao cliente em fase de proposta. Após o fechamento do contrato, algumas informações são enviadas ao cliente a título de conhecimento. Nos projetos de BOT, BOO, AOT, AOO e O&M, segundo ela, é de fundamental importância que seja levantado ou firmado um vendorlist (lista de fornecedores), já que impacta em peças de reposição
44
e vida útil da planta. “Em nossos projetos, é sempre dada prioridade à maior vida útil possível para que reduza o valor de Opex da unidade, assim como evite que a planta faça paradas para manutenção”, esclarece. O papel da Engenharia é fundamental na escolha do porte e da qualidade dos equipamentos e materiais de acordo com o tamanho ou especificidade da unidade. “Muitas vezes, uma planta de baixa vazão tem grande complexidade pelos riscos da unidade, pelo tipo de fluido que será manuseado ou até mesmo pelo valor agregado que está embutido no produto. Algo que demanda tempo considerável da Engenharia durante o detalhamento, escolhendo o melhor material ou equipamento a ser usado para esta aplicação”, explica Audri.
Como saber qual o contrato adequado à sua empresa? Sobre os benefícios e vantagens destes modelos de negócio, dos quais já destacamos alguns, é preciso esclarecer mais sobre o assunto para a escolha correta pelo modelo que mais convém para uma empresa. Para Drumond, o modelo EPC é ideal para empresas que buscam ser proprietárias dos seus sistemas de
tratamento e estão dispostas a correr os riscos envolvidos na elaboração de projetos, construção e operação do sistema. “Em troca, por correr estes riscos, a empresa não fica amarrada a um contrato de longo prazo”, avalia. Nos modelos BOT e BOO, a empresa transfere todos os riscos de projeto, construção e operação para uma empresa especializada. “Nestas modalidades, a empresa tem a segurança de que o sistema de tratamento estará sempre disponível a um custo fixo e sem estouros no orçamento”, analisa Drumond. Porém,ele adverte quanto às necessidades para que estas modalidades sejam viáveis. “A empresa precisa conceder um contrato de longo prazo para que a prestadora de serviços possa amortizar os investi-
SOLUÇÕES EM TRATAMENTO DE EFLUENTES E REÚSO DE ÁGUA PROJETO, FABRICAÇÃO E MONTAGEM DE SISTEMAS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES INDUSTRIAIS COM REÚSO DE ÁGUA COMPOSTOS POR EQUIPAMENTOS TAIS COMO: FILTRO PRENSA, SEPARADOR DE ÁGUA E ÓLEO, DEMINERALIZADOR DE ÁGUA, FILTRO DE POLIMENTO, ENTRE OUTROS. TAMBÉM DISPOMOS DE: - LABORATÓRIO E EQUIPAMENTOS PILOTO - LOCAÇÃO DE EQUIPAMENTOS
mentos do projeto ao longo do tempo.” Em relação às modalidades AOT e AOO, a grande vantagem, segundo Drumond, é a oportunidade que as empresas possuem de capitalizar ativos não-estratégicos para emprego destes recursos financeiros em outras atividades que geram valor para o seu negócio. “Além disso, a empresa transfere os riscos operacionais para uma empresa especializada e tem a segurança de um custo fixo para o tratamento de água e efluentes”, expõe. Da mesma forma como no BOT e BOO, estes dois modelos também exigem um contrato de longo prazo. No modelo O&M, a vantagem é poder contar com uma empresa especializada na operação e manutenção do sistema. “Este contrato de negócio é ideal para clientes que estão tendo muitos problemas com a operação de seu sistema”, indica o diretor comercial da Nova Opersan.
Investimentos no negócio da empresa A preocupação de oferecer um negócio vantajoso ao cliente que atenda às suas necessidades e proporcione confiabilidade requer cuidados em todo o processo de elaboração, execução, operação e manutenção do projeto. Além das vantagens e atrativos que os outros
FILTROS PRENSA
BAGS DESIDRATADORES DE LODO
ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE EFLUENTES
SEPARADORES DE ÓLEO (SAO)
Al.Araguaia, 4001 - Tamboré - Barueri - SP - Cep:06455-000 - Site: www.tecitec.com.br
Tel (11) 2198.2200 - Fax (11) 2198.2211 - Email: tecitec@tecitec.com.br
DESTAQUE
modelos de negócio também apresentam aos clientes, em alguns deles, na questão de liberação de recursos financeiros para que a empresa contratante invista em ativos ou atividades estratégicos para o seu negócio, a Nova Opersan cita os investimentos que podem ser feitos, por exemplo, no modelo BOT, seu principal foco de negócio: • Ampliação de linhas de produção; • Melhorias de processos; • Investimentos em pesquisa e desenvolvimento; • Construção de novas unidades industriais; • Menor alavancagem financeira. A questão do gerenciamento da água também pode trazer economia ao cliente em seus gastos com redução de desperdícios e reúso porque saberá quanto vai gastar de acordo com o modelo de negócio adotado.
Tecnologia, Capex e Opex O equilíbrio alinhado entre Tecnologia, Capex e Opex é uma das garantias que o modelo BOT dispõe para otimizar o custo total de propriedade. As empresas atuantes nestes modelos de negócio trabalham com as principais tecnologias para o tratamento de água e efluentes, proporcionando ao cliente a melhor relação custo-benefício para o projeto. Além disso, há uma melhor gestão dos custos e previsibilidade de orçamento, fazendo com que o cliente fique responsável apenas pelo paga-
Desafios técnicos Conforme informações da Nova Opersan, os modelos de negócio demandam desafios técnicos a serem superados para execução: • Solução deve garantir a manutenção do contrato; • Busca de novas tecnologias visando à redução de custos; • Execução de projeto com o menor desvio de Capex e Opex possível; • Visão em operação e manutenção do sistema; • Manter parceiros e fornecedores qualificados.
46
mento da tarifa por metro cúbico do volume. Capex - Capital Expenditure (Despesas de Capital ou Investimento em Bens de Capital). O Capex são os investimentos realizados em equipamentos e instalações para manter a produção de um produto ou serviço ou o funcionamento de um negócio ou sistema. Opex - Operational Expenditure, refere-se ao custo contínuo com a manutenção dos equipamentos e outras despesas operacionais necessárias à produção de produtos ou serviços ou para manter em funcionamento um negócio ou sistema. Uma empresa ao adquirir uma máquina utiliza Capex e o custo com a sua manutenção é o Opex.
A melhor opção Não se é possível avaliar a melhor opção a ser adotada, pois os modelos são diferentes e devem ser adotados conforme as diretrizes e necessidades de cada empresa, porém deve-se ter algumas questões chaves a serem vizualizadas e analisadas, sendo elas: Custo - Quem deve arcar com os custos adicionais do projeto? Prazos - Quem deve arcar com as extensões e não cumprimentos de prazos estipulados no projeto? Projeto - Quem será o responsável pela engenharia, instalações e definição da melhor solução aplicada e quem deve ser responsabilizado por eventual inadequação e/ou insuficiência do projeto? Contato das empresas: Nova Opersan: www.opersan.com.br
EQUIPAMENTOS
Foto: Divulgação GEA
por Eng. André G. Gomes
Filtros biológicos percoladores
U
ma das tecnologias mais populares de tratamento biológico de efluentes, domésticos e industriais, são os filtros biológicos percoladores (FBP). Esta tecnologia está amplamente difundida por todo o mundo por vários motivos, que podem ser resumidos nos seguintes: é uma tecnologia antiga e bem conhecida, associada a baixos custos de instalação e de operação, capaz de proporcionar resultados excelentes, ou seja, se bem desenhado e operado cumprirá com o requerido, e sua instalação, opera-
48
ção e manutenção pode ser realizada de um modo extremamente simples. Os filtros percoladores podem ser desenhados para a remoção carbonácea e nitrificação, conjuntamente ou em separado, e também para desnitrificação. Estes equipamentos podem consistir em toda a etapa de tratamento biológico, não sendo exigidas outras unidades, ou podem ser desenhados como parte da etapa de tratamento biológico, em conjunto com outras unidades, como ocorre na maioria dos casos no Brasil, onde os filtros percolado-
res são normalmente utilizados como etapa secundária do tratamento biológico, como polimento do efluente de Reatores Anaeróbios de Fluxo Ascendente (RAFA). Com o incremento das restrições aos valores limites de descarga, é cada vez mais importante não só aumentar a capacidade de tratamento de efluentes, como também a qualidade do efluente tratado. Existem muitas tecnologias capazes de cumprir com tais requisitos, mas por vezes o custo de instalação e ou o custo de operação, por m³ tratado, são muito elevados, inviabilizando sua instalação. Os filtros biológicos percoladores são uma alternativa de baixo custo de instalação e ainda menor custos de operação e manutenção. Mas devem ser desenhados para tal. O desenho de filtros percoladores não deve ter como base somente as características do meio de suporte, recheio, ou somente as características da água a tratar. Se desenhado considerando somente a área superficial do recheio, para águas com diferentes propriedades, poderá não ser obtido o resultado requerido. Também, se desenhado considerando somente as características da água a tratar, e utiliza-
do sempre o mesmo recheio, é também possível que o resultado requerido não seja alcançado. O desenho de filtros percoladores deve, portanto, ser realizado através estudo das interações entre os compostos presentes na água a tratar e o biofilme aderido ao meio de suporte. Para o desenho pode recorrer-se a diferentes métodos de cálculo, fórmulas empíricas, etc.; no entanto, um resultado bom e constante irá realmente depender da interação entre o biofilme aderido ao meio de suporte e as características do afluente percolado. Ou seja, se ao biofilme, formado por microrganismos de diferentes espécies, forem disponibilizados todos os compostos que este necessita para se desenvolver, continuará crescendo, e para crescer seguirá utilizando compostos vários, entre eles, aqueles que se pretende ser removidos. Neste caso, a eficiência será a pretendida, desde que as interações tenham sido devidamente calculadas e as condições se mantenham. Por outro lado, se ao biofilme não forem disponibilizadas as condições que necessita para se desenvolver, os resultados não serão os pretendidos.
Há que considerar alguns temas de desenho da maior importância, associados ao processo propriamente dito, ou seja, à manutenção das condições mínimas para a sobrevivência do biofilme. À medida que se desenvolve, sua espessura vai aumentando, e este fato é um fator limitante para a sua própria sobrevivência. Ou seja, à medida que a espessura do biofilme aumenta, os canais e interstícios do meio de suporte onde está aderido são gradualmente restringidos,
49
EQUIPAMENTOS
impedindo a conservação das condições mínimas para a sobrevivência do próprio biofilme (nutrientes e oxigênio, se o processo for aeróbio – remoção carbonácea e/ou nitrificação). O resultado será um decréscimo na eficiência de remoção. É também comum que os sólidos suspensos (SS) presentes no afluente do filtro percolador venham a contribuir para a colmatação do meio de suporte do biofilme, principalmente pela sua deposição em superfícies horizontais ou pouco inclinadas, que não facilitam o escoamento ao longo da profundidade do recheio. Estes dois fatos são muito frequentes em filtros percoladores (e em outras unidades de tratamento à base de biofilme aderido), cujos desenhos não consideraram a remoção de sólidos suspensos do meio de suporte, derivados quer do aumento da espessura do biofilme, quer da constante acumulação de sólidos suspensos alimentados ao filtro. As consequências são graves, pois a colmatação do meio de suporte implica a ineficiência da unidade de tratamento, e nem sempre este acontecimento tem fácil ou simples solução; mas quando tem, na maioria das vezes a solução é temporária, sendo requerida com alguma frequência. Não só para os filtros percoladores, mas durante o desenho de unidades de tratamento biológico à base de biofilme aderido em meio de suporte fixo, é importante considerar quais as condições mínimas para a sobrevivência do biofilme, e como é possível manter relativamente constantes ao longo do tempo essas condições. Caso contrário, situações perfeitamente naturais e desejáveis (crescimento do biofilme) podem implicar perdas de eficiência, paradas indesejáveis, custos de manutenção elevados, e o descumprimento nos valores de descarga.
50
Os filtros percoladores são constituídos por apenas alguns componentes: a) meio de suporte / recheio / enchimento, o principal, onde ocorre o processo, ou seja, a remoção dos compostos que contaminam a água a tratar, sendo estes incorporados no biofilme ou transformados em outros, de menor potencial poluente; b) sistema de distribuição, normalmente através de um distribuidor rotativo de braços (para filtros percoladores cilíndricos), que devem garantir a distribuição uniforme da água a tratar sobre toda superfície do meio de suporte; c) estrutura de apoio do meio de suporte; d) sistema de aeração, normalmente formado por aberturas na parede externa do filtro, de modo a proporcionar a circulação de ar; e) sistema de drenagem, normalmente consiste em uma inclinação suave do fundo do filtro, de modo a conduzir a água tratada para uma tubulação de saída do filtro; f) sistema de recirculação, constituído por bombas e tubulações, de grande importância para o processo; e finalmente g) a própria estrutura externa do filtro percolador, constituída por parede externa e base, que pode ser realizada a baixo custo, de peso reduzido e até portátil, mas com toda a segurança estrutural que o concreto armado oferece. Todos estes componentes são de vital importância para o correto funcionamento de um filtro biológico percolador, garantindo assim o cumprimento da eficiência de desenho. Cada componente tem a sua função, e o seu desenho deve ser ponderado de acordo com as características da água a tratar e dos resultados pretendidos.
Eng. André G. Gomes
Coordenador de Produtos de Tratamento de Água e Efluentes GEA Sistemas de Resfriamento www.geasr.geagroup.com Tel.: (19) 3936-1522
Eficiência deClasse
Mundial noTratamentodeEfluentes
The Heart of Your Process
A Revolução ABS EffeX começou com uma bomba inovadora. Como primeiro equipamento submersível a contar com um motor IE3, a bomba para esgoto ABS XFP oferecia, já em 2009, economias de energia de classe mundial. Agora a linha ABS EffeX está completa - proporcionando eficiência premium em todas as principais aplicações no tratamento de efluentes.
2011.06.23 980.3
05:56:19
Low level
1.55 m
l/s 0A
352.5 A
0.15 kWh/m3
PUMP 1
1827 l/s
353.8 A
354.1 A
PUMP 2
1 ,.
4
ghi
7
PUMP 3
CA 511
3 0
MAIN
07:25:58
STATUS
07:28:10
SETTING
TREND
m P3 P4 P1 P2 07:30:26
ALARM
PUMP 4
pqrs
*
2
abc
5
jkl
8
Uma Revolução em Eficiência Energética Com o lançamento de uma linha completa de produtos de eficiência premium, você garante maior eficiência energética nos processos de coleta e tratamento de efluentes. Os produtos ABS EffeX proporcionam economias de 25%-30% no consumo de energia, o que faz toda diferença na redução dos custos operacionais de sua planta.
Sulzer Pumps Sulzer Pumps Wastewater Brasil Ltda 41 2108-8100 www.sulzer.com
Quer uma prova? Use o QRCode ou acesse www.ABSEffeX.com
3
def
6
mno
9
tuv
wxyz
0
#
ACKN.
Esc
Bombas, misturadores, compressores e controladores ABS EffeX: Operação contínua e economia sempre.