Caderno de Resumos - Café com Pesquisa 2019

Page 1



Editores

Carolina Guedes Machado Gabriel Braulio Botasso Lara Melotti Tonsig Wana Favero Gaburo Dorigo


Universidade de São Paulo - USP

Prof. Tit. Vahan Agopyan (Reitor) Prof. Tit. Antonio Carlos Hernandes (Vice-Reitor) Prof. Tit. Carlos Gilberto Carlotti Júnior (Pró-Reitor de Pós-graduação) Prof. Tit. Marcio de Castro Silva Filho (Pró-Reitor Adjunto de Pós-Graduação)

Instituto de Arquitetura e Urbanismo - IAU

Prof. Ass. Miguel Antonio Buzzar (Diretor) Prof. Ass. Joubert José Lancha (Vice-Diretor) Prof. Dr. Tomás Antonio Moreira (Presidente da Comissão de Pós-Graduação) Prof.ª Ass. Akemi Ino (Vice-Presidente da Comissão de Pós-Graduação) Prof.ª Ass. Karin Maria Soares Chvatal (Presidente da Comissão de Pesquisa) Prof.ª Ass. Eulalia Portela Negrelos (Vice-Presidente da Comissão de Pesquisa) Prof. Dr. David Moreno Sperling (Presidente da Comissão de Cultura e Extensão) Prof.ª Dr.ª Simone H. Tanoue Vizioli (Vice-Presidente da Comissão de Cultura e Extensão) Prof. Dr. Fábio Lopes de Souza Santos (Presidente da Comissão de Graduação) Prof. Dr. Givaldo Luiz Medeiros (Vice-Presidente da Comissão de Graduação)

Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, IAU.USP Av. Trabalhador São-Carlense, 400, Parque Arnold Schimidt (Campus Área 1) CEP13566-590, São Carlos (SP) (16) 3373-9312; (16) 3373-9264 www.iau.usp.br


APRESENTAÇÃO

O Café com Pesquisa é um evento organizado por estudantes do Programa de Pós-Graduação do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, IAU.USP, objetivando ampliar a divulgação e os debates em torno dos estudos desenvolvidos pelos pesquisadores e propiciando, além disso, um contato maior entre o corpo discente do Instituto e seus respectivos trabalhos. A apresentação dos trabalhos ocorre por meio de sessões abertas a todo o público e, em sequência a todas as exposições, é realizado um momento de discussão coletiva, o qual favorece o enriquecimento dos trabalhos em questão. No ano de 2019, foram apresentados trabalhos de níveis diversos, um espectro que englobou a Graduação (pesquisas de Iniciação Científica e de Cultura e Extensão), a Pós-Graduação (pesquisas de Mestrado e de Doutorado) e o Pós-Doutorado. A participação dos estudantes de Graduação é uma importante forma de estímulo à continuidade de suas pesquisas e ao ingresso na carreira acadêmica - inclusive, esclarecendo como funciona o processo seletivo e o desenvolvimento dos estudos na Pós-Graduação.

COMISSÃO DE ORGANIZAÇÃO

BÁRBARA POZZA SCUDELLER • Mestrado / LEAUC CAROLINA GUEDES MACHADO • Mestrado / Urbis GABRIEL BRAULIO BOTASSO • Mestrado / N.ELAC IOLE ALMANÇA DE MORAIS • Mestrado / HABIS LARA MELOTTI TONSIG • Mestrado / HABIS MARIANA GAZETTA TÓRTURA • Mestrado / HABIS MATEUS AZADINHO MICALLI • Mestrado / PCT NATALIA CAPPELARI DE REZENDE • Doutorado / PCT SANDRA SCHMITT SOSTER • Doutorado / NOMADS WANA FAVERO GABURO DORIGO • Mestrado / EcoMat

Apoio

FLÁVIA CAVALCANTI MACAMBYRA • Serviço de Pós-Graduação MARA APARECIDA LINO DOS SANTOS • Serviço de Pós-Graduação



SUMÁRIO 16

PROGRAMAÇÃO

20

GRÁFICOS DE DISTRIBUIÇÃO DAS PESQUISAS

22

área DE CONCENTRAÇÃO Arquitetura, urbanismo e tecnologia

25 Desenvolvimento e Avaliação de Produtos, Sistemas e Processos 26 ESTELA JARDIM DE ORNELLAS • Mestrado Identificação, comparação e proposição de soluções para patologias presentes em concreto armado e alvenaria estrutural de conjuntos habitacionais de baixa renda 27 Projeto, Inovação e Sustentabilidade 28 ANA CAROLINA HIDALGO ARAUJO • Mestrado Refletância solar e o desempenho térmico de telhas expostas ao tempo 29 GABRIEL DE CASTRO DOTTORI • Mestrado Utilização de diferentes tipos de resinas para a confecção de placas de poliuretana reciclada com aplicação na construção civil 30 JÚLIO CÉSAR FRANCO JÚNIOR • Mestrado BIM para infraestrutura urbana: estudo aplicado de levantamento e documentação 31 LARA MELOTTI TONSIG • Mestrado Os Escritórios Modelo de Arquitetura e Urbanismo (EMAUs) e a formação do arquiteto e urbanista 32 LETICIA FRANÇA MATTARAIA LONGO • Doutorado Tecnologia BIM aliada ao projeto para o desmonte: ferramentas projetuais para aperfeiçoar a reutilização dos materiais e reduzir o desperdício



33 MICHELE MARTA ROSSI • Doutorado Dispositivos de sombreamento: avaliação do impacto no desempenho da ventilação natural 34 TATIANA DE OLIVEIRA CHILETTO • Mestrado Habitações de madeira: investigação do Cross-Laminated Timber como alternativa para o morar sustentável no Brasil 35 WANA FAVERO GABURO DORIGO • Mestrado Ecoeficiência no setor de rochas ornamentais aplicadas na construção civil: a influência da água no processo de polimento 36

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO

39 Arquitetura, Cidade e Paisagem no Brasil e na América Latina 40 CAROLINA GUEDES MACHADO • Mestrado Práticas alternativas de produção habitacional na América Latina a partir de experiências do cooperativismo uruguaio 41 ROGÉRIO ENTRINGER • Doutorado Os pátios de Lucio Costa e dos Jesuítas no SPHAN-DPHAN da Era Vargas (19361960) 42 THAÍS VICENTE SANTOS • Mestrado Parques lineares de Votuporanga, SP: contradições entre discurso e prática 43 Territórios e Cidades: Transformações, Permanências, Preservação 44 ALINE VICENTE CAVANUS • Mestrado Processo de luta por terra e direito à cidade: a atuação dos movimentos sociais em Florianópolis-SC 45 ANA CAROLINA DA FONSECA PIRES • Mestrado Planejar com a paisagem: potenciais espaços livres para um sistema em São Carlos 46 ANA RITA CORRÊA • Mestrado O Santuário Nossa Senhora Aparecida da Babilônia como patrimônio cultural



47 ANNA LAURA PEREIRA ROSSI • Mestrado Vazios urbanos em Campinas: legislação e planejamento às margens da mercantilização da cidade 48 BÁRBARA POZZA SCUDELLER • Mestrado Os projetos de revitalização dos espaços públicos da área central de Presidente Prudente/SP: suas relações com as lógicas econômicas 49 MARINA LAGES GONÇALVES TEIXEIRA • Doutorado Sertão Piauhy: a construção do sertão piauiense a partir dos viajantes 50 MATEUS AZADINHO MICALLI • Mestrado A fazenda Glória como objeto de estudo 51 MILENA CRISTINA SARTORI • Mestrado Apropriações contemporâneas do espaço urbano: parklets em São Paulo 52 MIRANDA ZAMBERLAN NEDEL • Mestrado Educação às margens: tessituras comuns entre escolas públicas periféricas na conformação de territorialidades 53 RENAN SANTOS GOMEZ • Mestrado Disputa pela cidade: processos ‘participativos’ na criação das Operações Urbanas Consorciadas em Florianópolis/SC 55 Habitação e Infraestrutura na Cidade e no Território: Produção e Políticas Públicas 56 CATHARINA CHRISTINA TEIXEIRA • Doutorado A condição periférica das ZEIS 1 em São Paulo 57 CECÍLIA CORREA LENZI • Doutorado Habitat da autonomia: formas de habitar no campesinato brasileiro 58 IOLE ALMANÇA DE MORAIS • Mestrado PDS Mário Lago: da luta pela terra à luta por direitos e pela cidade 59 JULIANA CAVALINI MARTINS LENDIMUTH • Doutorado A construção da crítica aos grandes conjuntos habitacionais sob a ótica da habitabilidade e da urbanidade. Um olhar para a região metropolitana de São Paulo a partir de 1930 60 MARIANA GAZETTA TÓRTURA • Mestrado SENAI: formação ou deformação do trabalhador da construção civil?



61 MARINA URIZZI • Mestrado Segregações e sociabilidades urbanas: viver e morar a partir do Programa Minha Casa, Minha Vida em Sertãozinho/SP 62 RACHEL BERGANTIN • Mestrado Interlocuções da arquitetura social de Richard Neutra em São Paulo: as escolas públicas projetadas durante o Plano de Ação do Governo Carvalho Pinto (19591963) 63 RAQUEL GOMES VALADARES • Doutorado O papel da mulher em movimentos sociais de moradia e o acesso a direitos sociais em unidade do programa MCMV-E na região metropolitana de São Paulo–SP 64 ROBERTA ORTIZ SILVA • Mestrado Ocupação Mauá: uma luta pela moradia digna 65 THIAGO PIZZO SCATENA • Mestrado Aeroporto Estadual Leite Lopes e a reestruturação urbana e regional do município de Ribeirão Preto-SP: análise de processos históricos governamentais 67 CIDADE, ARTE E CULTURA 68 ALEX DE CARVALHO MATOS • Mestrado Dialética da imaginação revolucionária em Arquitetura 69 GABRIEL BRAULIO BOTASSO • Mestrado Fenomenologia do lugar: liames entre o espaço construído, o Homem e o ambiente nas obras de Angelo Bucci e Eduardo Souto de Moura 70 ISADORA VIDAL PINOTTI AFFONSO • Mestrado Zé Celso versus Silvio Santos: a teatralização da disputa pelo espaço urbano 71 LUCIANA SANTOS ROÇA • Doutorado O aspecto sonoro das ambiances: reflexões de um estágio de pesquisa 72 MATEUS SEGNINI TIBERTI • Mestrado Jorge Otero-Pailos e a fenomenologia da Arquitetura: do Moderno ao Pós-Moderno 73 RAUL TEIXEIRA PENTEADO NETO • Mestrado Álvaro Siza: arqueologia, metamorfose e inflexão na composição da forma arquitetônica (1966–1998) 74 SANDRA SCHMITT SOSTER • Doutorado iPatrimônio: plataforma digital de georreferenciamento de informações sobre o patrimônio cultural brasileiro



75

Pós-doutorado

76 JOANA D’ARC DE OLIVEIRA Territórios negros urbanos: espaços de memórias e resistências 77

Iniciação científica / Cultura e extensão

78 ANA CAROLINA MARTINS DIAS FELIZARDO • Iniciação Científica Os parklets na cidade de São Paulo - projetos e apropriações 79 ANA LUIZA VIEIRA GONÇALVES • Iniciação Científica Regularização fundiária e remoções: políticas públicas em São Paulo e a formulação da Lei nº 13.465 80 CARTILHA DA CIDADE • Cultura e Extensão Cartilha da cidade e oficinas urbanas 81 LAURA DE FREITAS PINHEIRO • Iniciação Científica De casa a museu: a Casa de Vidro e a Residência Oscar Americano no contexto das transformações da cidade 82 LUIS PEDRO DE ALMEIDA SOQUETTI • Iniciação Científica Fotolivros e espacialidades urbanas em Edward Ruscha 83 NATALIA MAYUMI BERNARDINO TAMANAKA • Cultura e Extensão Plano Popular do Banhado: instrumento de luta pela permanência

* Os textos aqui publicados são de inteira responsabilidade de seus autores


14º Café com Pesquisa / 2019

PROGRAMAÇÃO

9 sessões (de março a novembro) 46 apresentações (entre Iniciação Científica, Cultura e Extensão, Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado)

16 •


Caderno de resumos

Ana Carolina Martins Dias Felizardo

Anna Laura Pereira Rossi

“Os parklets na cidade de São Paulo - projetos e apropriações” [Iniciação Científica]

“Vazios urbanos em Campinas: legislação e planejamento às margens da mercantilização da cidade” [Mestrado]

Luciana Santos Roça

Joana D’Arc de Oliveira

“Educação às margens: tessituras comuns entre escolas públicas periféricas na conformação de territorialidades” [Mestrado]

“Territórios negros urbanos: espaços de memórias e resistências” [Pós-Doutorado]

13.MARÇO Júlio César Franco Júnior

“BIM para infraestrutura urbana: estudo aplicado de levantamento e documentação” [Mestrado]

Michele Marta Rossi

“Dispositivos de sombreamento: avaliação do impacto no desempenho da ventilação natural” [Doutorado] ▲ Sessão integrada à Semana de Recepção e ao 6º Seminário de Acompanhamento da Pós-Graduação

“O aspecto sonoro das ambiances: reflexões de um estágio de pesquisa” [Doutorado]

Miranda Zamberlan Nedel

03.ABRIL Rachel Bergantin

“Interlocuções da arquitetura social de Richard Neutra em São Paulo: as escolas públicas projetadas durante o Plano de Ação do Governo Carvalho Pinto (19591963)” [Mestrado]

Sandra Schmitt Soster

“iPatrimônio: plataforma digital de georreferenciamento de informações sobre o patrimônio cultural brasileiro” [Doutorado]

Aline Vicente Cavanus

“Processo de luta por terra e direito à cidade: a atuação dos movimentos sociais em Florianópolis-SC” [Mestrado]

Cartilha da Cidade

“Cartilha da cidade e oficinas urbanas” [Cultura e Extensão]

Isadora Vidal Pinotti Affonso “Zé Celso versus Silvio Santos: a teatralização da disputa pelo espaço urbano” [Mestrado]

08.MAIO Renan Santos Gomez

“Disputa pela cidade: processos ‘participativos’ na criação das Operações Urbanas Consorciadas em Florianópolis/SC” [Mestrado]

Rogério Entringer

“Os pátios de Lucio Costa e dos Jesuítas no SPHAN-DPHAN da Era Vargas (1936-1960)” [Doutorado]

• 17


14º Café com Pesquisa / 2019

Bárbara Pozza Scudeller

“Os projetos de revitalização dos espaços públicos da área central de Presidente Prudente/ SP: suas relações com as lógicas econômicas” [Mestrado]

Estela Jardim de Ornellas

“Identificação, comparação e proposição de soluções para patologias presentes em concreto armado e alvenaria estrutural de conjuntos habitacionais de baixa renda” [Mestrado]

Marina Urizzi

Alex de Carvalho Matos

“Dialética da imaginação revolucionária em Arquitetura” [Mestrado]

Ana Carolina da Fonseca Pires “Planejar com a paisagem: potenciais espaços livres para um sistema em São Carlos” [Mestrado]

Leticia França Mattaraia Longo

“Segregações e sociabilidades urbanas: viver e morar a partir do Programa Minha Casa, Minha Vida em Sertãozinho/SP” [Mestrado]

“Tecnologia BIM aliada ao projeto para o desmonte: ferramentas projetuais para aperfeiçoar a reutilização dos materiais e reduzir o desperdício” [Doutorado]

06.JUNHO

03.JULHO

Milena Cristina Sartori

“Apropriações contemporâneas do espaço urbano: parklets em São Paulo” [Mestrado]

Raquel Gomes Valadares

“O papel da mulher em movimentos sociais de moradia e o acesso a direitos sociais em unidade do programa MCMV-E na região metropolitana de São Paulo– SP” [Doutorado]

18 •

Raul Teixeira Penteado Neto

“Álvaro Siza: arqueologia, metamorfose e inflexão na composição da forma arquitetônica (1966–1998)” [Mestrado]

Thaís Vicente Santos

“Parques lineares de Votuporanga, SP: contradições entre discurso e prática” [Mestrado]

Gabriel Braulio Botasso

“Fenomenologia do lugar: liames entre o espaço construído, o Homem e o ambiente nas obras de Angelo Bucci e Eduardo Souto de Moura” [Mestrado]

Gabriel de Castro Dottori

“Utilização de diferentes tipos de resinas para a confecção de placas de poliuretana reciclada com aplicação na construção civil” [Mestrado]

Luis Pedro de Almeida Soquetti

“Fotolivros e espacialidades urbanas em Edward Ruscha” [Iniciação Científica]

07.AGOSTO Marina Lages Gonçalves Teixeira

“Sertão Piauhy: a construção do sertão piauiense a partir dos viajantes” [Doutorado]

Mateus Segnini Tiberti

“Jorge Otero-Pailos e a fenomenologia da Arquitetura: do Moderno ao Pós-Moderno” [Mestrado]


Caderno de resumos

Cecília Correa Lenzi

“Habitat da autonomia: formas de habitar no campesinato brasileiro” [Doutorado]

Ana Carolina Hidalgo Araujo

“Refletância solar e o desempenho térmico de telhas expostas ao tempo” [Mestrado]

Carolina Guedes Machado

“Práticas alternativas de produção habitacional na América Latina a partir de experiências do cooperativismo uruguaio” [Mestrado]

Catharina Christina Teixeira “A condição periférica das ZEIS 1 em São Paulo” [Doutorado]

11.SETEMBRO Laura de Freitas Pinheiro

“De casa a museu: a Casa de Vidro e a Residência Oscar Americano no contexto das transformações da cidade” [Iniciação Científica]

Roberta Ortiz Silva

“Ocupação Mauá: uma luta pela moradia digna” [Mestrado]

Iole Almança de Morais

“PDS Mário Lago: da luta pela terra à luta por direitos e pela cidade” [Mestrado]

Lara Melotti Tonsig

“Os Escritórios Modelo de Arquitetura e Urbanismo (EMAUs) e a formação do arquiteto e urbanista” [Mestrado]

“Regularização fundiária e remoções: políticas públicas em São Paulo e a formulação da Lei nº 13.465” [Iniciação Científica]

Ana Rita Corrêa

“O Santuário Nossa Senhora Aparecida da Babilônia como patrimônio cultural” [Mestrado]

Juliana Cavalini Martins Lendimuth

“SENAI: formação ou deformação do trabalhador da construção civil?” [Mestrado]

“A construção da crítica aos grandes conjuntos habitacionais sob a ótica da habitabilidade e da urbanidade. Um olhar para a região metropolitana de São Paulo a partir de 1930” [Doutorado]

29.OUTUBRO

13.NOVEMBRO

Mariana Gazetta Tórtura

Mateus Azadinho Micalli

“A fazenda Glória como objeto de estudo” [Mestrado]

Tatiana de Oliveira Chiletto

“Habitações de madeira: investigação do Cross-Laminated Timber como alternativa para o morar sustentável no Brasil” [Mestrado]

Thiago Pizzo Scatena ► Sessão integrada à 2ª Semana da Pós-Graduação (29/10 a 01/11)

Ana Luiza Vieira Gonçalves

“Aeroporto Estadual Leite Lopes e a reestruturação urbana e regional do município de Ribeirão PretoSP: análise de processos históricos governamentais” [Mestrado]

Natalia Mayumi Bernardino Tamanaka

“Plano Popular do Banhado: instrumento de luta pela permanência” [Cultura e Extensão]

Wana Favero Gaburo Dorigo “Ecoeficiência no setor de rochas ornamentais aplicadas na construção civil: a influência da água no processo de polimento” [Mestrado]

• 19


14º Café com Pesquisa / 2019

Distribuição por área de concentração Outros (Iniciação Científica / Cultura e Extensão / Pós-Doutorado) (15,2%)

Arquitetura, Urbanismo e Tecnologia (19,6%)

Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo (65,2%)

Distribuição por nível Cultura e Extensão (2,2%) Pós-Doutorado (2,2%)

Iniciação Científica (8,7%)

Doutorado (21,7%) Mestrado (65,2%) 20 •


Caderno de resumos

Distribuição por linha de pesquisa Desenvolvimento e Avaliação de Produtos, Sistemas e Processos Arquitetura, Cidade e Paisagem no Brasil e na América Latina Cidade, Arte e Cultura Outros (Iniciação Científica / Cultura e Extensão / Pós-Doutorado) Projeto, Inovação e Sustentabilidade Habitação e Infraestrutura na Cidade e no Território: Produção e Políticas Públicas Territórios e Cidades: Transformações, Permanências, Preservação

Distribuição por grupo/núcleo de pesquisa Arqbras NOMADS PExURB TROPICUS ArtArqBr Urbis Sem grupo EcoMat LEAUC NEC N.ELAC PCT ArquiTec HABIS YBY Participantes por Grupo/Núcleo de Pesquisa • 21


14º Café com Pesquisa / 2019

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO

ARQUITETURA, URBANISMO E TECNOLOGIA

22 •


Caderno de resumos

LINHAS DE PESQUISA Desenvolvimento e Avaliação de Produtos, Sistemas e Processos Esta linha de pesquisa tem como um de seus objetivos o desenvolvimento de materiais e compósitos ecológicos (tais como bambu, terra, madeira, concretos e argamassas especiais contendo aditivos e adições, entre outros). Busca também da análise do desempenho de produtos, sistemas e processos construtivos, bem como do desenvolvimento de novos métodos para avaliação técnica e da satisfação dos usuários em relação aos edifícios e sistemas construtivos.

Projeto, Inovação e Sustentabilidade Esta linha de pesquisa busca soluções projetuais e metodológicas (projeto e produção do ambiente construído) e estuda novos materiais e sistemas construtivos com características inovadoras para a construção de edifícios e infraestruturas (urbanos e rurais), considerando as questões ambientais de contaminação (emissões ao ar, água e terra) e as questões relacionadas ao conforto ambiental, à eficiência energética e à análise de ciclo de vida. Ainda nessa linha estão as pesquisas voltadas a inovações tecnológicas e gerenciais no processo de projeto e produção, contemplando estudos de gestão e coordenação de projetos, projeto paramétrico, BIM e fabricação digital. • 23


14º Café com Pesquisa / 2019

24 •


Caderno de resumos

Desenvolvimento e Avaliação de Produtos, Sistemas e Processos DOCENTES QUE ATUAM NESSA LINHA DE PESQUISA:

Prof.ª Assoc. Akemi Ino Prof.ª Assoc. Anja Pratschke Prof. Dr. Bruno Luís Damineli Prof. Tit. Eduvaldo Paulo Sichieri Prof. Dr. Javier Mazariegos Pablos Prof. Tit. João Marcos de Almeida Lopes Prof.ª Dr.ª Kelen Almeida Dornelles Prof. Assoc. Márcio Minto Fabricio

• 25


14º Café com Pesquisa / 2019

Identificação, comparação e proposição de soluções para patologias presentes em concreto armado e alvenaria estrutural de conjuntos habitacionais de baixa renda Estela Jardim de Ornellas • Mestranda • lattes.cnpq.br/2814948284189594 | orcid.org/0000-0003-3735-9335 Prof. Dr. Bruno Luís Damineli • Orientador • lattes.cnpq.br/3725997260029861 | orcid.org/0000-0001-7758-4129 Grupo de pesquisa: EcoMat Os relatos de patologias em sistemas construtivos de alvenaria estrutural e paredes de concreto moldado in loco são correntes de longa data. Fissuras, exposição de armadura, problemas de interface entre alvenaria e revestimento, ingresso de água e agentes agressivos e outros são problemas corriqueiros nestes sistemas, causando problemas de durabilidade. A crescente massificação das construções executadas nestes sistemas construtivos dentro de programas de habitação popular vem intensificando a importância do conhecimento e proposição de soluções para tais problemas. O presente projeto de pesquisa objetiva avaliar a origem de patologias presentes em conjuntos habitacionais de baixa renda nas cidades do interior do estado de São Paulo construídos a partir de alvenaria e de concreto armado. A investigação das causas patológicas acontecerá por meio de estudo de casos, período em que haverá vistorias em campo, aplicação de questionários e coletas de dados técnicos e históricos sobre os edifícios. Em seguida, utilizando-se dos resultados e das evidências coletadas na etapa anterior - levantamento de pesquisa - um diagnóstico será elaborado, contendo hipóteses de causa e efeito que considerarão toda a cadeia produtiva dos conjuntos habitacionais - processos de projeto, execução e manutenção. Por fim, baseando-se em custo/benefício, disponibilidade de tecnologia de reparo e no nível de incerteza sobre os resultados de cada alternativa e também na comparação dos resultados levantados com a bibliografia e com estudos de casos semelhantes, se definirá a conduta mais apropriada a ser tomada visando a recuperação do local afetado.

26 •


Caderno de resumos

Projeto, Inovação e Sustentabilidade DOCENTES QUE ATUAM NESSA LINHA DE PESQUISA:

Prof.ª Assoc. Akemi Ino Prof.ª Assoc. Anja Pratschke Prof. Dr. Bruno Luís Damineli Prof. Dr. David Moreno Sperling Prof. Tit. Eduvaldo Paulo Sichieri Prof. Dr. Javier Mazariegos Pablos Prof. Tit. João Marcos de Almeida Lopes Prof.ª Assoc. Karin Maria Soares Chvatal Prof.ª Dr.ª Kelen Almeida Dornelles Prof.ª Dr.ª Lucia Zanin Shimbo Prof. Assoc. Marcelo Claudio Tramontano Prof. Assoc. Márcio Minto Fabricio Prof.ª Assoc. Rosana Maria Caram • 27


14º Café com Pesquisa / 2019

Refletância solar e o desempenho térmico de telhas expostas ao tempo ana carolina hidalgo araujo • Mestranda • lattes.cnpq.br/2546912130480236 | orcid.org/0000-0003-1972-1193 Prof.ª Dr.ª kelen a. dornelles • Orientadora • lattes.cnpq.br/4576117054220288 | orcid.org/0000-0002-5683-7139 Grupo de pesquisa: TROPICUS Para amenizar os efeitos decorrentes do aumento das temperaturas superficiais, principalmente em áreas urbanas, pode-se adotar a utilização de revestimentos externos com alta refletância solar combinada com alta emitância térmica. Tal estratégia pode ser considerada a maneira mais simples e eficaz de se controlar os ganhos térmicos da edificação e promover um maior conforto térmico aos usuários. Quando utilizado em coberturas, estes materiais mais refletivos diminuem a entrada de energia térmica excessiva para o interior das construções de modo mais relevante que nas demais superfícies da edificação, pois a incidência da radiação solar nestas estruturas ocorre de maneira mais intensa que nas demais faces da edificação. A exposição às intempéries pode implicar em alterações nos valores das refletâncias solares das telhas e demais materiais do revestimento externo do edifício, acarretando no impacto negativo no desempenho térmico das mesmas. Neste sentido, este projeto visa analisar o envelhecimento de 28 telhas de 3 grupos diferentes (cerâmica, cerâmica esmaltada e concreto) e seus impactos diretos nos ganhos térmicos das edificações, através das alterações nos valores de refletância solar das amostras analisadas após a exposição ao tempo. O comportamento térmico das telhas será avaliado a partir de medições da refletância em espectrofotômetro e espectrômetro, a cada 3 meses, e do monitoramento contínuo das temperaturas superficiais das telhas expostas ao longo de 12 meses.

28 •


Caderno de resumos

Utilização de diferentes tipos de resinas para a confecção de placas de poliuretana reciclada com aplicação na construção civil gabriel de castro dottori • Mestrando • lattes.cnpq.br/8696221355845253 | orcid.org/0000-0002-4830-9918 Prof. Dr. Javier Mazariegos Pablos • Orientador • lattes.cnpq.br/2146473359118521 Grupo de pesquisa: EcoMat Atualmente, o descarte incorreto de resíduos sólidos tem se tornado um grande problema para as cidades. O alto consumo de produtos descartáveis aliado ao inchamento dos centros urbanos tem contribuído ainda mais para que problemas relacionados com a degradação ambiental aumentem. Portanto, a reutilização de resíduos sólidos tem sido uma resposta para minimizar estes efeitos visando a sustentabilidade de novos produtos. Por essa razão, o presente trabalho tem como objetivo realizar um estudo sobre a reutilização do resíduo sólido industrial da poliuretana termofixa para a confecção de placas poliméricas por solidificação através de duas resinas, de base epóxi e poliuretana sintética, tendo sua aplicação na construção civil. A pesquisa será baseada na metodologia proposta por Baldan (2015), porém a resina da mamona, de fonte vegetal, derivada da planta Ricinus communis, que foi utilizada em sua dissertação na confecção das placas, será trocada em função do alto custo e baixa disponibilidade no mercado. Diferente das outras resinas sintéticas que possuem custo acessível, facilidade de obtenção e potencial de desempenho. Após a execução das placas, o compósito de poliuretana reciclada, será analisado em relação aos ensaios mecânicos (tração, flexão e punção), físicos (absorção de água, inchamento, densidade, dureza e impacto), térmicos (condutividade térmica), acústico (tubo de impedância), segurança contra incêndio (flamabilidade) e durabilidade (condutividade elétrica, resistência aos raios ultravioleta e às intempéries, abrasão superficial e ataque químico). Os resultados obtidos serão comparados com Baldan (2015) e com as respectivas normatizações.

• 29


14º Café com Pesquisa / 2019

BIM para infraestrutura urbana: estudo aplicado de levantamento e documentação júlio césar franco júnior • Mestrando • lattes.cnpq.br/7706555601165031 | orcid.org/0000-0001-8720-488X Prof. assoc. Márcio M. Fabrício • Orientador • lattes.cnpq.br/0618509402775224 | orcid.org/0000-0003-1515-6086 Grupo de pesquisa: ArquiTec Este trabalho se propõe a estudar o uso de drones e BIM para levantamentos e documentação de infraestrutura urbana. Para tanto, investiga a geração de mapas e modelos 3D, estudando técnicas de levantamento aéreo, de fotogrametria digital e de modelagem BIM para integração de dados e documentação de obras de infraestrutura do campus 2 da USP São Carlos. Os métodos e abordagens de pesquisa incluem (i) pesquisa bibliográfica , com foco em fotogrametria aérea digital, modelagem de informações de construção e infraestrutura urbana; (ii) Aprendizagem de ferramentas de levantamento aéreo, processamento de imagens e nuvens de pontos, e modelagem BIM; e (iii) Pesquisa experimental de levantamento aéreo com o DJI Mavic Pro, processamento de imagens por Dense Stereo Matching (DSM) via PIX4D, Agisoft Photoscan e Autodesk Recap e modelagem BIM com a suíte Autodesk. Os resultados esperados envolvem análises do uso de aerofotogrametria e BIM para infraestrutura urbana, e a disponibilização de acervo de fotos aéreas, mapas 2D e modelos 3D produzidos pela pesquisa. Tais resultados focam em combinar tecnologias de levantamento e modelagem para aplicações em infraestrutura urbana, contribuindo com uma base digital de informações atualizadas de ativos que possa servir para melhorar a integração de dados técnicos de documentação. Projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) - processo n. 2017/24896-4.

30 •


Caderno de resumos

Os Escritórios Modelo de Arquitetura e Urbanismo (EMAUs) e a formação do arquiteto e urbanista lara melotti tonsig • Mestranda • lattes.cnpq.br/1310162206802510 | orcid.org/0000-0002-3021-6131 Prof. TIT. JOÃO MARCOS A. LOPES • Orientador • lattes.cnpq.br/9454329212153701 | orcid.org/0000-0001-9999-2473 Grupo de pesquisa: HABIS Esta pesquisa parte de inquietações frente ao campo da educação e às consequências das estratégias contemporâneas de formação do arquiteto urbanista no contexto de sua atuação profissional. Entendemos que os descompassos que se apresentam hoje são produtos de um processo histórico, político e social que vem se desenrolando desde os primórdios do ensino escolarizado da profissão arquitetônica em terras brasileiras. Neste sentido, os princípios da Extensão Universitária se apresentam como estratégias embasadoras de experiências extensionistas no campo da arquitetura e do urbanismo dentre as quais ressaltamos o Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo (EMAU), o qual, além de englobar os princípios extensionistas, se propõe a atuar em áreas negligenciadas pelo mercado profissional a partir de uma abordagem totalmente horizontal, autogestionária e participativa, fugindo à estrutura hegemônica verticalizada – tanto do ensino acadêmico quanto do escritório tradicional. O EMAU questiona, além das formas de socialização do conhecimento adotadas pela universidade, o próprio conteúdo transmitido por estas, propondo a reflexão em torno de formas alternativas de atuação e do reconhecimento de distintas realidades sociais além daquelas abordadas tradicionalmente em sala de aula. Propõe ainda uma formação política e social do futuro profissional, capaz de enfrentar as questões que se apresentam atualmente de forma consciente e crítica. Diante disto, buscamos compreender de que forma o EMAU se insere na formação do arquiteto e urbanista verificando quais as principais dificuldades enfrentadas por estes, além dos impactos do EMAU na formação de seus participantes. Por se tratar de uma pesquisa exploratória, não pretendemos chegar a conclusões definitivas, mas sim contribuir para o debate em torno das estratégias contemporâneas de formação do arquiteto urbanista no contexto de sua atuação profissional, principalmente no que diz respeito ao Movimento EMAU e ao impacto na formação profissional, política, social e cidadã de seus participantes. Desta forma, com o intuito de suscitar um debate crítico em relação a formação do arquiteto urbanista do século XXI, buscamos questionar o produto através da compreensão do processo, reconhecendo na educação, além de uma prática social, um ato político. • 31


14º Café com Pesquisa / 2019

Tecnologia BIM aliada ao projeto para o desmonte: ferramentas projetuais para aperfeiçoar a reutilização dos materiais e reduzir o desperdício Leticia F. Mattaraia Longo • Doutoranda • lattes.cnpq.br/5827333717216629 | orcid.org/0000-0002-5292-7006 Prof. assoc. Márcio M. Fabrício • Orientador • lattes.cnpq.br/0618509402775224 | orcid.org/0000-0003-1515-6086 Grupo de pesquisa: ArquiTec Quando os edifícios chegam ao fim de sua vida útil, porque alguns elementos estão deteriorados ou não atendem mais às necessidades dos usuários, na grande maioria das vezes, são demolidos. Isto gera grande poluição e desperdício, pois diversos materiais poderiam ser reutilizados ou reciclados. Considerar a desmontagem do edifício desde o início do desenvolvimento do projeto é fundamental para obter melhores resultados na reutilização ou reciclagem dos materiais, além de reduzir o consumo de matérias-primas para a produção de novos materiais, e consequentemente, contribui com o desenvolvimento sustentável do setor. A Modelagem da Informação da Construção envolve diversos softwares e ferramentas que podem auxiliar na desmontagem, tornando-a mais viável, principalmente se for considerada desde o início do projeto. Assim, este trabalho visa analisar como o processo de Modelagem da Informação da Construção (em inglês, Building Information Modeling – BIM) pode contribuir com o Projeto para a Desmontagem (em inglês, Design for Disassembly – DfD). As conexões, encaixes e identificação dos materiais utilizados na construção são pontos importantes que devem ser considerados durante o desenvolvimento do projeto, para facilitar a futura desmontagem e reutilização dos materiais no fim da vida útil do edifício ou até mesmo durante sua manutenção. Inicialmente está sendo realizada uma revisão bibliográfica sobre o BIM com o intuito de analisar como suas ferramentas podem contribuir com o Projeto para a Desmontagem. Posteriormente serão verificadas como estas ferramentas contidas nos softwares podem auxiliar no desenvolvimento do projeto, e contribuir com soluções para evitar o desperdício e poluição causada atualmente pelo setor. Além disso, serão realizados dois estudos de caso sobre desmontagem das edificações e por fim serão propostas maneiras de tornar mais prática a verificação e análise das possibilidades de desmontagem das edificações.

32 •


Caderno de resumos

Dispositivos de sombreamento: avaliação do impacto no desempenho da ventilação natural MICHELE MARTA ROSSI • Doutoranda • lattes.cnpq.br/0351150929208924 | orcid.org/0000-0003-4048-556X Prof.ª assoc. karin m. soares chvatal • Orientadora • lattes.cnpq.br/1750922177137097 orcid.org/0000-0002-3216-9893

Grupo de pesquisa: TROPICUS

As graves questões ambientais, a escassez das fontes energéticas e as mudanças climáticas enfatizam aos profissionais projetistas a importância da adoção de estratégias de condicionamento passivas em projetos arquitetônicos. Em climas quentes e úmidos, predominantes em grande parte do território brasileiro, a combinação de estratégias de ventilação natural e de sombreamento das aberturas pode contribuir significativamente para a redução do condicionamento artificial e, consequentemente, do consumo energético nas edificações. Contudo, apesar da importância do uso de dispositivos de sombreamento, poucos estudos investigam o impacto do seu uso no desempenho da ventilação natural. Deste modo, este trabalho tem como objetivo avaliar o impacto das características projetuais de diferentes dispositivos de sombreamento no desempenho da ventilação natural em um modelo genérico, através da distribuição de pressão na envoltória do modelo. As ferramentas metodológicas para se atingir tal objetivo consistem em: (a) ensaios experimentais em túnel de vento de camada limite atmosférica e; (b) simulações numéricas em um programa baseado na dinâmica dos fluidos computacional [Computational Fluid Dynamics - CFD], o Ansys CFX®. A definição da ordem de grandeza do impacto destes elementos no parâmetro motriz da ventilação natural será uma importante contribuição para a comunidade acadêmica e também para os projetistas que, por meio de simulações computacionais, avaliam o desempenho termoenergético e o comportamento fluidodinâmico de edificações.

• 33


14º Café com Pesquisa / 2019

Habitações de madeira: investigação do Cross-Laminated Timber como alternativa para o morar sustentável no Brasil TATIANA DE OLIVEIRA CHILETTO • Mestranda • lattes.cnpq.br/6873261598668892 | orcid.org/0000-0002-3002-042X Prof.ª assoc. akemi ino • Orientadora • lattes.cnpq.br/1346680801367111 | orcid.org/0000-0002-5362-4242 Grupo de pesquisa: HABIS Como consequência às discussões internacionais dos impactos ambientais gerados pela construção civil, observa-se uma tendência de aceleração da inovação em materiais, produtos e técnicas da construção voltadas para a sustentabilidade. Neste cenário brasileiro, o qual o mercado é fortemente tradicional e voltado para o uso da alvenaria e do concreto, busca-se ampliar o debate nacional apresentando a madeira como eficiente solução, pois alinha-se como alternativa construtiva de baixo carbono contribuindo para o aprimoramento da construção civil brasileira. É de exímia importância a busca de alternativas sustentáveis que adeque a qualidade de vida para uma dinâmica urbana relacionando Arquitetura, Planejamento e Construção no desenvolvimento social, econômico e da preservação ambiental. Desta forma, o objetivo central desta pesquisa consiste em identificar na tecnologia Cross-Laminated Timber (CLT), sistema este que se encontra em franca difusão no hemisfério norte por ser um aliado das políticas ambientais mundiais para o setor da construção, potencialidades e as limitações para a construção brasileira à luz dos debates internacionais da construção sustentável e analisando criticamente sua viabilidade na produção habitacional brasileira. A pesquisa se divide em duas fases: a primeira compondo o arcabouço teórico necessário para o desenvolvimento de uma ferramenta analítica, ensaiando pontos e articulações indispensáveis para o debate da sustentabilidade a nível internacional; a segunda aplicação desta ferramenta servirá para qualificar e avaliar as potencialidades e limites do desempenho do CLT no contexto atual brasileiro. A conclusão deste trabalho visa ampliar o debate da utilização de tecnologias construtivas de baixo carbono envolvendo: baixo consumo de energia; indução de novas modalidades de uso do solo; redução de geração de resíduos; bem-estar dos ocupantes; redução de emissões de CO2; e sequestro de Carbono. Eleva-se, assim, a qualidade construtiva arquitetônica das edificações, associando o bom design com o desempenho tecnológico compatível com as exigências atuais da sustentabilidade. Projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) - processo n. 2018/14394-4. 34 •


Caderno de resumos

Ecoeficiência no setor de rochas ornamentais aplicadas na construção civil: a influência da água no processo de polimento wana f. gaburo dorigo • Mestranda • lattes.cnpq.br/5682830940603558 | orcid.org/0000-0003-3350-8604 Prof. tit. eduvaldo p. sichieri • Orientador • lattes.cnpq.br/2918779057963012 | orcid.org/0000-0002-5747-0340 Grupo de pesquisa: EcoMat A participação do setor de rochas ornamentais na economia mineral do país tem ocorrido de forma bastante expressiva, estando os materiais pétreos na quinta posição entre os produtos de base mineral mais exportados pelo brasil no ano de 2017. Nos últimos anos, as questões ambientais relacionadas às etapas de produção das rochas ornamentais assumiram grande importância, sendo cada vez mais exigido das empresas que elas tenham “práticas verdes” em sua cadeia produtiva. Nesse contexto, este trabalho pretende estudar alternativas sustentáveis para a etapa de beneficiamento dos materiais pétreos. O estudo das variáveis operacionais relacionadas ao polimento das rochas ornamentais, como a utilização da água durante o processo, ainda ocorre de maneira empírica, sendo a vazão de água uma variável que não se altera ao longo das etapas do polimento, e nem de acordo com a rocha a ser polida, o que implica em grande desperdício hídrico. Para realizar tal estudo, utilizar-se-á o equipamento “Simulador de Polimento de Rochas Ornamentais (S-PRO)”, onde será possível alterar as situações operacionais na fase de polimento, variando-se então a vazão d’água de acordo com a rocha a ser polida. Além disso, serão utilizados nos ensaios rebolos abrasivos ecológicos desenvolvidos à base de resina poliuretana de mamona (depósito INPI 102012032157-2). Os abrasivos convencionais são compostos por uma matriz à base de resina epóxi, sendo de grande potencial contaminante dos efluentes líquidos, além de poder causar danos à saúde humana. A partir disso, este trabalho visa aumentar a ecoeficiência da principal etapa de beneficiamento das rochas ornamentais ao produzir materiais mais sustentáveis para utilização na construção civil, o que valoriza a regularização de projetos através dos selos ambientais e contribui para uma maior aceitação dos materiais pétreos por arquitetos e engenheiros.

• 35


14º Café com Pesquisa / 2019

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO

TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO LINHAS DE PESQUISA ARQUITETURA, CIDADE E PAISAGEM NO BRASIL E NA AMÉRICA LATINA Esta linha de pesquisa busca estabelecer as bases conceituais e históricas para compreender os processos e momentos de configuração dos edifícios, cidades, paisagens e territórios, tanto a partir das práticas dos campos disciplinares da arquitetura, do urbanismo, do paisagismo e da planificação quanto dos processos estético-culturais e técnico-construtivos em que estão inseridos e frente aos quais adquirem sentido. Nos campos da história da arquitetura, da paisagem ou da história da cidade e do urbanismo, busca aprofundar a investigação e a produção de conhecimento sobre as culturas técnicas e profissionais, trajetórias profissionais, instituições e seus papeis nos processos de conformação da cultura urbana e das representações da cidade. 36 •


Caderno de resumos

Territórios e Cidades: Transformações, Permanências, Preservação Esta linha de pesquisa busca estabelecer bases conceituais para a compreensão da questão urbana e territorial. Nela abrigam-se a pesquisa e a compreensão histórica e contemporânea da cidade, do urbano e seus territórios em seus processos de produção sócio-espacial, técnica, sócio-econômica, política e cultural. Nela se desenvolverá a produção analítica e de pesquisa que permita compreender processos de transformação urbana e territorial, assim como permanências e processos de intervenções voltadas para a preservação no âmbito de uma abordagem imersa numa ótica que aproxima a produção conceitual e histórica de cidades e territórios e a produção conceitual e histórica dos enfoques que permitem sua leitura e compreensão.

Habitação e Infraestrutura na Cidade e no Território: Produção e Políticas Públicas Esta linha de pesquisa tem como objetivo pesquisar, historicizar, analisar e problematizar a produção habitacional e da infraestrutura urbana e territorial, bem como investigar sua articulação no contexto das Políticas Públicas e do Planejamento Urbano e Territorial, tendo como pressupostos os processos políticos, sociais, culturais, econômicos e tecnológicos envolvidos e suas implicações na arquitetura e no urbanismo, nos modos de morar e nos processos de transformação da vida nas diferentes escalas da cidade e do território.

CIDADE, ARTE E CULTURA Esta linha de pesquisa busca estabelecer bases teóricas e conceituais para compreensão das dimensões culturais da cidade, da arquitetura e do design, problematizadas nas diferentes formas de manifestações artísticas e processos de representação, considerando as dimensões históricas, sociais, técnicas e políticas. Busca também de constituir um campo aberto à experimentação de elementos da linguagem para o desenvolvimento de alternativas práticas de observação dos fenômenos ligados à imagem. • 37


14º Café com Pesquisa / 2019

38 •


Caderno de resumos

Arquitetura, Cidade e Paisagem no Brasil e na América Latina DOCENTES QUE ATUAM NESSA LINHA DE PESQUISA:

Prof.ª Dr.ª Aline Coelho Sanches Corato Prof. Tit. Carlos Alberto Ferreira Martins Prof. Dr. Carlos Roberto Monteiro de Andrade Prof.ª Assoc. Eulalia Portela Negrelos Prof. Dr. Francisco Sales Trajano Filho Prof. Assoc. Joubert José Lancha Prof.ª Dr.ª Luciana Bongiovanni Martins Schenk Prof. Dr. Manoel A. L. Rodrigues Alves Prof. Assoc. Marcelo Claudio Tramontano Prof. Assoc. Miguel Antônio Buzzar Prof. Dr. Paulo Yassuhide Fujioka Prof. Tit. Renato Luiz Sobral Anelli Prof.ª Sênior Sarah Feldman Prof.ª Sênior Telma de Barros Correia • 39


14º Café com Pesquisa / 2019

Práticas alternativas de produção habitacional na América Latina a partir de experiências do cooperativismo uruguaio carolina guedes machado • Mestranda • lattes.cnpq.br/2059689629957416 | orcid.org/0000-0002-0400-168X Prof.ª assoc. eulalia p. negrelos • Orientadora • lattes.cnpq.br/7745281336239073 | orcid.org/0000-0003-4093-9082 Grupo de pesquisa: Urbis Ao longo do século XX as cidades latino-americanas e, mais especificamente as cidades da América do Sul, passaram por significativas transformações sociais e urbanas que delinearam a maneira de produzir habitação, em especial ao que se refere à produção habitacional da população mais pobre. Em diversos países do subcontinente, os anos 1980 e 1990 foram marcados por mudanças políticas, representadas em sua maioria pelo fim dos regimes totalitários, reabertura política, crescimento do pensamento neoliberal nas instâncias de poder, mas que também foram marcados pelo fortalecimento e consolidação de organizações sociais pelas lutas urbanas e também no campo. Alguns estudos realizados demonstram a importância que o modelo uruguaio de produção habitacional por ajuda mútua – um dos modelos pioneiros de cooperativismo habitacional no continente – para o desencadeamento de novas formas organizativas de movimentos sociais de luta por moradia, como no Brasil e Argentina, evidenciando o trânsito de ideias que ocorreu (e ainda ocorre) entre entidades e movimentos sociais organizados de diferentes países da América Latina. Dessa forma, as diferenças nos contextos político, social e econômico de cada país também têm relação com a maneira como essas ideias repercutiram nas práticas de produção habitacional, em políticas públicas, na relação de trabalho e nas formas de organização de movimentos sociais. Nesse sentido, a pesquisa tem como objetivo compreender e analisar as relações e o intercâmbio de ideias pertinentes à produção habitacional através de processos cooperativos e de autogestão entre países da América do Sul que ocorreram no fim do século XX, a partir do modelo de cooperativismo habitacional adotado pelos movimentos sociais uruguaios.

40 •


Caderno de resumos

Os pátios de Lucio Costa e dos Jesuítas no SPHANDPHAN da Era Vargas (1936-1960) rogério entringer • Doutorando • lattes.cnpq.br/4443668638634043 | orcid.org/0000-0001-7988-1450 Prof. tit. carlos a. f. martins • Orientador • lattes.cnpq.br/7689101674915215 | orcid.org/0000-0003-4321-2057 Grupo de pesquisa: ArqBras Essa pesquisa visa reconstruir por meio dos pátios de Lucio Costa e dos Jesuítas no SPHAN-DPHAN as conjunturas e as estruturas sociais da Era Vargas (1936-1960). Os pátios são produtos de uma ideologia, signos culturalmente condicionados e poderes simbólicos. Utilizando o ato fotográfico para produzir um discurso visual, e para lê-los junto aos manuscritos, datiloscritos, fotografias, cartografias, plantas, desenhos e edificações sobre os pátios aplicando a semiótica a iconologia e a micro análise, discutimos as relações entre modernidade e tradição; a atuação dos jesuítas no MEC e no SPHAN-DPHAN entre 1936 e 1946; as relações entre Lucio Costa e a Academia SPHAN entre os anos de 1937 a 1946; Os pátios de Lucio Costa e dos Jesuítas no SPHAN do Estado Novo entre os anos de 1937 a 1945; e o mito jesuítico na Arquitetura e no Urbanismo Pós Vargas entre os anos de 1955 a 1960, defendendo a tese que a Companhia de Jesus possuía signos ou poderes simbólicos que interessavam a construção da Era Vargas; que os jesuítas eram intelectuais orgânicos atuando e colaborando decisivamente nas articulações histórico-culturais no MEC e no SPHAN-DPHAN; que as soluções funcionais da arquitetura colonial, características das obras de Lucio Costa se devia especialmente a arquitetura dos jesuítas, no qual foi convertido em sua primeira missão no SPHAN em São Miguel; que os pátios jesuíticos são objetos que tem signos e interpretantes e também poderes simbólicos que legitimava a identidade da Era Vargas, do SPHAN-DPHAN, da arquitetura moderna e da própria arquitetura de Lucio Costa tais como o prédio do MEC, o Museu das Missões, a Casa Saavedra, a Casa Hungria Machado, o Plano Piloto e a Plataforma rodoviária de Brasília; e que o processo de modernidade na arquitetura no Brasil teve as bênçãos da Igreja.

• 41


14º Café com Pesquisa / 2019

Parques lineares de Votuporanga, SP: contradições entre discurso e prática THAÍS VICENTE SANTOS • Mestranda • lattes.cnpq.br/3746659664294414 | orcid.org/0000-0002-4389-0491 Prof.ª DR.ª LUCIANA B. M. SCHENK • Orientadora • lattes.cnpq.br/3384491853267540 | orcid.org/0000-0002-7944-7782 Grupo de pesquisa: YBY Este trabalho tem por finalidade analisar o espaço urbano de Votuporanga - São Paulo a fim de compreender como os planos diretores da cidade discursaram sobre seus espaços livres verdejados, principalmente seus parques lineares, e como este tratamento se concretizou ou não na prática. Partese do princípio que o planejamento urbano atrelado ao planejamento ambiental, quando efetivado, atribui maior qualidade de vida as cidades devido a benefícios ecológicos e sociais. Votuporanga apresenta relevante potencial na constituição de seu sistema de espaços livres de uso público por contar com uma diretriz que rege quatro parques lineares em sua malha urbana, mas que na prática tende a evidenciar outras prioridades na destinação de políticas públicas que envolvam estes espaços. O Parque da Cultura, cartão postal da cidade, está inserido em área privilegiada, sendo o parque que recebe maior atenção do poder público e por consequência consegue promover um maior uso de seu espaço de lazer. Compreender a qualidade das apropriações e diferentes manutenções e fomentos, bem como as lógicas que estão por trás das disparidades entre o discurso dos planos e a prática que envolvem os parques lineares de Votuporanga é o principal objetivo desta pesquisa.

42 •


Caderno de resumos

Territórios e Cidades: Transformações, Permanências, Preservação DOCENTES QUE ATUAM NESSA LINHA DE PESQUISA:

Prof.ª Dr.ª Aline Coelho Sanches Corato Prof.ª Tit. Cibele Saliba Rizek Prof. Dr. Jeferson Cristiano Tavares Prof.ª Dr.ª Luciana Bongiovanni Martins Schenk Prof. Dr. Manoel A. L. Rodrigues Alves Prof. Dr. Marcel Fantin Prof.ª Sênior Maria Ângela P. C. S. Bortolucci Prof. Assoc. Miguel Antonio Buzzar Prof.ª Sênior Sarah Feldman Prof.ª Sênior Telma de Barros Correia Prof. Dr. Tomás Antonio Moreira

• 43


14º Café com Pesquisa / 2019

Processo de luta por terra e direito à cidade: a atuação dos movimentos sociais em Florianópolis-SC ALINE VICENTE CAVANUS • Mestranda • lattes.cnpq.br/0525885832376639 | orcid.org/0000-0002-9508-2859 Prof. DR. TOMÁS A. MOREIRA • Orientador • lattes.cnpq.br/7348817908541292 | orcid.org/0000-0003-3061-1745 Grupo de pesquisa: YBY Essa proposta de pesquisa parte da compreensão que a participação popular é uma conquista de nossa legislação, mas ainda não se tornou uma realidade de fato na produção das cidades brasileiras. As disputas meramente institucionais têm mostrado seus limites e os movimentos sociais têm buscado alternativas na construção de um urbanismo de baixo para cima: as ocupações rurais e urbanas têm se mostrado um exemplo prático disso, onde através de uma organização própria, a população cobra os seus direitos e conquista seu espaço. O processo de produção de nossas cidades não tem sido democratizado, pois a população em geral não tem as ferramentas necessárias para ser sujeito nesse processo. A partir dessa perspectiva, este projeto de pesquisa objetiva compreender como a participação direta e a luta por direitos e moradia podem colaborar para uma transformação socioespacial e que papel técnicos e movimentos sociais podem desempenhar na construção de uma sociedade mais justa e participativa, relacionado os nexos entre participação popular, ocupações urbanas e direito à cidade na produção do espaço urbano. Para tal será usada a metodologia de estudo de casos múltiplos. Os estudos de caso se apoiarão no processo de luta por terra e direitos em Florianópolis – SC promovido pelos movimentos sociais de resistência e suas consequências na produção do espaço, tendo como base o período de 2001 a 2017. Essa pesquisa se preocupa em discutir as possibilidades de contribuição dos movimentos sociais para a construção do espaço urbano e as possibilidades de ampliação de uma participação qualitativa dentro das cidades brasileiras na contemporaneidade, entendendo o período de 2001 a 2017 como marcantes para a cidade de Florianópolis, pois 2001 é o ano em que se aprova estatuto da cidade e 2017 o ano em que é aprovado de fato o novo plano diretor participativo de Florianópolis. Projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) - processo n. 2018/19089-5.

44 •


Caderno de resumos

Planejar com a paisagem: potenciais espaços livres para um sistema em São Carlos ANA CAROLINA DA FONSECA PIRES • Mestranda • lattes.cnpq.br/7771455149521419 | orcid.org/0000-0003-2390-6852 Prof.ª DR.ª LUCIANA B. M. SCHENK • Orientadora • lattes.cnpq.br/3384491853267540 | orcid.org/0000-0002-7944-7782 Grupo de pesquisa: YBY Essa pesquisa explora a possibilidade de contato entre o planejamento urbano e a paisagem, como estratégia para mitigar o conflito entre os processos naturais e os processos humanos, promovendo um meio urbano mais equilibrado. A cidade de São Carlos - SP, apresenta uma malha urbana fragmentada resultante do desenvolvimento espraiado e caracterizado por tais conflitos, o que resultou em um estoque de espaços livres, potenciais geradores de um sistema. O Sistema de Espaços Livres (SEL) busca alternativas para articular a diversidade de fragmentos presentes na paisagem, através do desenvolvimento de metodologias que reconheçam e analisem fragilidades e potencialidades ambientais desses espaços. Busca-se na historiografia as soluções dadas, pelos precursores do planejamento da paisagem, aos problemas decorrentes da urbanização em meados do século XIX, bem como a ressonância destas propostas no planejamento contemporâneo. A partir desse referencial teórico, realiza-se o mapeamento georreferenciado da estrutura da cidade de São Carlos e seus espaços livres na macro escala, através da leitura crítica, ancorada em categorias formadas à luz de conceitos fundamentais do campo da Arquitetura da Paisagem e da legislação vigente, tendo a Bacia Hidrográfica como unidade de planejamento da paisagem. Por fim, constróise uma cartografia síntese a partir do cruzamento de diferentes informações e representações, que apresenta o levantamento preliminar dos espaços livres, potenciais estruturadores de um sistema, conformando uma base de dados que pretende estimular o Planejar com a Paisagem como alternativa ao planejamento urbano tradicional.

• 45


14º Café com Pesquisa / 2019

O Santuário Nossa Senhora Aparecida da Babilônia como patrimônio cultural ANA RITA CORRÊA • Mestranda • lattes.cnpq.br/0503434454359452 | orcid.org/0000-0002-3771-3851 Prof.ª Sênior Maria Ângela P. C. S. Bortolucci • Orientadora • lattes.cnpq.br/3286316763447921 orcid.org/0000-0002-8237-1862

Grupo de pesquisa: PCT - Patrimônio, Cidades e Territórios O presente trabalho investiga através da história cultural o fenômeno religioso popular, surgido a partir da aparição da Santa Nossa Senhora Aparecida na região chamada de Babilônia localizada na cidade de São Carlos – SP e como caminhos para entender as maneiras pelas quais determinados grupos sociais se organizam para vivenciar suas relações com o sagrado, entramos não apenas no âmbito de suas relações entre fieis, agentes e agências religiosas, mas também como plano das relações entre o homem e o transcendente, procurando entender através de imagem, símbolos e práticas coletivas todo o universo simbólico, resultante dessa imaginação religiosa coletiva, tendo como foco de analise o patrimônio imaterial onde o valor de um objeto é visto como relação da sociedade com sua cultura, e a questão fenomenológica do patrimônio cultural possui significados e valores que vão além da matéria concreta de forma que patrimônio material e imaterial seja imanente (indissociáveis). Compreender o fenômeno do dia da Santa Nossa Senhora Aparecida da Babilônia são caminhos para o entendimento do turismo religioso, da importância espiritual, física e mental para os indivíduos envolvidos e, incentivador das atividades financeiras, políticas, sociais para a localidade. A representação dos valores socioculturais é fundamental para análise das relações existentes entre a população e o patrimônio material e imaterial enquanto processo de identificação coletiva.

46 •


Caderno de resumos

Vazios urbanos em Campinas: legislação e planejamento às margens da mercantilização da cidade ANnA laura pereira rossi • Mestranda • lattes.cnpq.br/6248568773285319 | orcid.org/0000-0002-8583-4607 Prof. DR. TOMÁS A. MOREIRA • Orientador • lattes.cnpq.br/7348817908541292 | orcid.org/0000-0003-3061-1745 Grupo de pesquisa: YBY A cidade contemporânea, palco de disputas capitalistas, lutas e resistências, pode se apresentar de difícil compreensão quando se busca identificar e entender os fatores que atuam em suas mudanças, a degradação de certas áreas e ascensão de outras. Quanto ao desenvolvimento de novas áreas, a periferia urbana é palco de interesse que altera a morfologia e a organização funcional da cidade enquanto permanecem, em paralelo, áreas vazias em meio à malha urbana consolidada, construídas ou não. Subutilizadas, formam bolhas em meio ao tecido urbano, sem aproveitamento dos serviços a sua disposição. O poder público responde a essa situação compartilhada por diversas cidades brasileiras com uma legislação urbanística uniformizada, que se distancia da diversidade de geratrizes e situações encontradas, como vemos na cidade de Campinas, seu atual desenvolvimento e legislação municipal. Este trabalho busca compreender como a gestão municipal de Campinas responde à problemática dos vazios urbanos pelos Planos Diretores Municipais de 2006 e 2018. Através da pesquisa de campo, pretende-se identificar se a lei faz ou não cumprir a função social da propriedade, além de compreender como a prefeitura vem historicamente respondendo ao problema e ainda levantar e classificar os vazios urbanos existentes hoje para se verificar a situação da cidade quanto à problemática. .

• 47


14º Café com Pesquisa / 2019

Os projetos de revitalização dos espaços públicos da área central de Presidente Prudente/SP: suas relações com as lógicas econômicas bárbara pozza scudeller • Mestranda • lattes.cnpq.br/3842518155542522 | orcid.org/0000-0003-2859-7884 Prof. DR. MANOEL A. L. RODRIGUES ALVES • Orientador • lattes.cnpq.br/7815309672113678 orcid.org/0000-0002-6935-0477

Grupo de pesquisa: LEAUC Desde meados de 2010, a área central de Presidente Prudente/SP tem passado por uma série de transformações espaciais possivelmente relacionadas às lógicas econômicas deste período até o momento atual. Para a análise destas transformações, é tomado como contexto econômico as políticas públicas de ampliação de acesso ao crédito postas em prática a partir do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011). Ao longo de seu governo, os segmentos populares passaram a ter um poder de compra semelhante às classes médias, o que resultou em um significativo aumento do consumo por parte destas populações de baixa renda. A questão geral que esta pesquisa busca responder é em que medida este aumento do consumo por parte dos segmentos populares pode ser tomado como referência para explicar, analisar e contextualizar os projetos de revitalização dos espaços públicos da área central de Presidente Prudente, tais como o projeto de revitalização do calçadão, finalizado em 2011, e da Praça 9 de Julho, entregue em 2013; ambos realizados - e aparentemente financiados - por parte do poder público municipal. Projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) - processo n. 2018/17476-1.

48 •


Caderno de resumos

Sertão Piauhy: a construção do sertão piauiense a partir dos viajantes marina lages g. teixeira • Doutoranda • lattes.cnpq.br/3770080909337431 | orcid.org/0000-0003-0471-7714 Prof.ª Sênior Maria Ângela P. C. S. Bortolucci • Orientadora • lattes.cnpq.br/3286316763447921 orcid.org/0000-0002-8237-1862

Grupo de pesquisa: PCT - Patrimônio, Cidades e Territórios

O presente projeto trata da arquitetura, transformação urbana e paisagem durante o período de 1697 a 1938 no Piauí. Objetiva identificar a narrativa sobre a arquitetura e território do Piauí a partir das representações verbais e não verbais construídas pelos relatos dos viajantes que passaram pelo território piauiense em diferentes momentos e lugares. Utiliza diários de viagens, desenhos, mapas, descrições e fotografias desses diferentes profissionais - fontes documentais ainda consideradas não oficiais e pouco utilizadas nas pesquisas historiográficas em arquitetura e urbanismo. E, a partir, do confronto entre essas representações do sertão piauiense entre si e com a historiografia tradicional, pretende avaliar em que medida os relatos dos viajantes contribuem para construir a imagem de um Piauí, parte de um país desconhecido, “o Brasil dos sertões”.

• 49


14º Café com Pesquisa / 2019

A fazenda Glória como objeto de estudo MATEUS AZADINHO MICALLI • Mestrando • lattes.cnpq.br/5892971011845974 | orcid.org/0000-0002-2320-2567 Prof.ª Sênior Maria Ângela P. C. S. Bortolucci • Orientadora • lattes.cnpq.br/3286316763447921 orcid.org/0000-0002-8237-1862

Grupo de pesquisa: PCT - Patrimônio, Cidades e Territórios O estudo a respeito da preservação da arquitetura rural paulista e os modos de vida do período cafeeiro tem sido cada vez mais discutido no âmbito nacional após diversas fazendas terem sofrido alterações e perdas de seu conjunto arquitetônico original, o que afeta a memória coletiva e diminui o acervo patrimonial histórico. Neste contexto, o objetivo deste projeto de pesquisa é compreender as características arquitetônicas e construtivas, o cotidiano e o estado de preservação da arquitetura rural no município de Taquaritinga, por meio do objeto empírico selecionado, a fazendas Glória, a qual surgiu no contexto de expansão cafeeira paulista no final do século XIX e início do século XX. O estudo se valerá da utilização dos métodos Pesquisa Histórica e Pesquisa de Campo, através da coleta de dados em acervos, arquivos, bibliotecas, entre outros; de entrevistas com antigos moradores da fazenda, descendentes ou pessoas que tiveram algum tipo de contato com o núcleo rural; e de levantamentos fotográficos, iconográficos e métricos inéditos. Além disso, a proposta utiliza como base teórica diversos autores a respeito do tema, tais como: Vladimir Benincasa, Carlos Alberto Cerqueira Lemos, Cícero Ferraz Cruz, Beatriz Mugayar Kühl e Paulo César Garcez Marins, dentre outros. Por fim, o resultado esperado com a realização da pesquisa, é que seja produzido um conjunto de informações a respeito da fazenda de café selecionada de Taquaritinga, sobretudo contribuindo para compreender as características arquitetônicas e construtivas, o cotidiano e o estado de preservação deste representante da arquitetura rural do município.

50 •


Caderno de resumos

Apropriações contemporâneas do espaço urbano: parklets em São Paulo mILENA CRISTINA SARTORI • Mestranda • lattes.cnpq.br/1584511188764126 | orcid.org/0000-0002-7678-7255 Prof. DR. MANOEL A. L. RODRIGUES ALVES • Orientador • lattes.cnpq.br/7815309672113678

orcid.org/0000-0002-6935-0477

Grupo de pesquisa: LEAUC

As cidades contemporâneas passam por recorrentes processos de transformações em seu território, pautadas sobretudo por questões econômicas, representativas de uma lógica do capital neoliberal que se volta, em grande medida, para a promoção de alterações no espaço urbano em atendimento a requisitos do mercado e interesses privados. O Estado desempenha importante papel na regulamentação desses processos e deveria atuar no sentido de garantir os interesses públicos. Todavia, frente à crescente tendência de privatização e mercantilização do espaço urbano, que se constitui como uma nova mercadoria, observa-se uma postura distinta. As políticas urbanas de espaços livres públicos se inserem nesse contexto como um quadro de propostas adotadas pelo poder público no atendimento destes diversos interesses, refletindo um modo específico de pensar e agir de um governo e de uma sociedade. Os parklets – espaços livres criados em uma vaga de estacionamento, como uma extensão da calçada – vêm ampliando consideravelmente sua presença no território paulistano. Desde 2014, eles se tornaram uma política pública de espaços livres na cidade de São Paulo, mas, contraditoriamente, sua estrutura legal, na maioria dos exemplos concretos, dá à iniciativa privada a liberdade territorial de escolha dos locais de implantação, de modo que se possa questionar sua efetividade para o suprimento de uma deficiência na disponibilização de espaços livres de convívio e sociabilidade no município. Assim, o presente trabalho objetiva caracterizar as particularidades dessa política pública proposta pela Prefeitura Municipal de São Paulo – tanto nos exemplos de iniciativa pública, quanto os de parceria privada –, verificando se há uma adequação entre o discurso e a realidade empírica quando de sua implementação e que tipo de práticas socioespaciais suscitam. Projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) - processo n. 2018/04908-0.

• 51


14º Café com Pesquisa / 2019

Educação às margens: tessituras comuns entre escolas públicas periféricas na conformação de territorialidades MIranda zamberlan nedel • Mestranda • lattes.cnpq.br/3375143345365938 | orcid.org/0000-0001-8132-3634 Prof. assoc. miguel a. buzzar • Orientador • lattes.cnpq.br/2534049526509532 | orcid.org/0000-0001-6251-0338 Grupo de pesquisa: ArtArqBr Realiza-se um estudo comparativo entre a concretização das políticas públicas de educação em regiões metropolitanas periféricas em dois contextos distintos, porém interrelacionáveis: Região Metropolitana de São Paulo (Brasil) e Île-de-France (França) a partir do entendimento de que a escola pública nas periferias explicita de forma clara as tensões presentes na condição limítrofe em que se encontra a educação, entre direito e mercadoria, nesse caso, resultante do avanço neoliberal no campo educacional. A análise é realizada por meio de quatro estudos de caso da RMSP (sendo dois produzidos pela Fundação para o Desenvolvimento da Educação, FDE, e dois exemplares de Centros Educacionais Unificados, CEU, em São Paulo) e dois estudos de caso em Île-de-France (um produzido pela Société d’aménagement et d’équipement de la région parisienne, SAERP, e outro resultante do Plan Exceptionnel d’Investissement pour les collégiens do departamento de Seine-Saint-Denis, PEI). O recorte inicial do estudo fixa-se em 2003 demarcando o avanço neoliberal no campo das políticas educacionais estudadas, com distintas expressões nos dois países àquela data: na RMSP demarca a fecundidade da produção escolar pública de caráter universal, democrático e social, devido à produção dos CEU e renovada produção da FDE, a partir de alterações realizadas por parte da Secretaria de Estado da Educação; no cenário metropolitano parisiense demarca, por sua vez, a publicação do livro de Christian Laval, “L’école n’est pas une entreprise: le néo-libéralisme à l’assaut de l’enseignement public”, expressão da identificação do avanço neoliberal no sistema educacional público francês. A pesquisa desenvolve-se nas seguintes escalas de análise: entre projetos arquitetônicos e apropriações reais, entre concepções pedagógicas e arquitetônicas de políticas públicas distintas e entre escolas de periferias metropolitanas de São Paulo e Île-de-France, a partir do pressuposto comum do avanço da concepção neoliberal mercadológica e, também, privatizante no campo das políticas públicas de educação.

52 •


Caderno de resumos

Disputa pela cidade: processos “participativos” na criação das Operações Urbanas Consorciadas em Florianópolis/SC renan santos gomez • Mestrando • lattes.cnpq.br/3360532020965170 | orcid.org/0000-0003-2495-5373 Prof. DR. TOMÁS A. MOREIRA • Orientador • lattes.cnpq.br/7348817908541292 | orcid.org/0000-0003-3061-1745 Grupo de pesquisa: YBY O Brasil possui um histórico de formação urbana estruturalmente desigual, mas que passa por processos que instrumentalizam a população, a partir da aprovação do Estatuto da cidade, imprimindo novas formas de disputa de interesses de cada ator social nos processos decisórios sobre o destino das cidades. Esses instrumentos, entretanto, encontram suas limitações. Um deles, que ganhou destaque nos últimos anos, é a Operação Urbana Consorciada. A associação patrimonialista do Estado brasileiro às novas formas de gestão e empresariamento do território incentivam a reprodução e agravamento da exclusão socioespacial urbana, inclusive apropriando-se do controle na elaboração e execução de OUCs e minando seus processos participativos, desequilibrando, com isso, as disputas de interesses ocorridas em seus processos decisórios. Este trabalho objetiva trazer luz a essas dinâmicas nas OUCs, analisando a existência e o desenvolvimento de seus espaços oficiais de debate e decisão, com foco para o caso de Florianópolis/SC. Para tanto, a metodologia de estudos de casos múltiplos será a utilizada, apoiando-se nos espaços decisórios sobre as OUCs em Florianópolis/SC, recentemente aprovadas em seu novo Plano Diretor de Urbanismo. A discussão da pesquisa gira, portanto, em torno do questionamento sobre a participação popular como forma de contribuição para a formação urbana, entendendo as OUCs como exemplo popularizado de reestruturação urbana, e Florianópolis como uma fornecedora de um conjunto de casos recentes de análise e comparação com outras experiências brasileiras dessas dinâmicas. Projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) - processo n. 2018/26018-7.

• 53


14º Café com Pesquisa / 2019

54 •


Caderno de resumos

Habitação e Infraestrutura na Cidade e no Território: Produção e Políticas Públicas DOCENTES QUE ATUAM NESSA LINHA DE PESQUISA:

Prof.ª Assoc. Akemi Ino Prof.ª Tit. Cibele Saliba Rizek Prof.ª Assoc. Eulalia Portela Negrelos Prof. Dr. Jeferson Cristiano Tavares Prof. Tit. João Marcos de Almeida Lopes Prof.ª Dr.ª Lucia Zanim Shimbo Prof. Dr. Marcel Fantin Prof. Assoc. Miguel Antonio Buzzar Prof. Dr. Paulo Yassuhide Fujioka Prof. Tit. Renato Luiz Sobral Anelli Prof. Dr. Tomás Antonio Moreira

• 55


14º Café com Pesquisa / 2019

A condição periférica das ZEIS 1 em São Paulo CATHARINA CHRISTINA TEIXEIRA • Doutoranda • lattes.cnpq.br/9188920832705419 Prof. assoc. miguel a. buzzar • Orientador • lattes.cnpq.br/2534049526509532 | orcid.org/0000-0001-6251-0338 Grupo de pesquisa: ArquiTec Essa pesquisa pretende analisar e aprofundar os limites de implementação das Zonas Especiais de Interesse Social 1 (ZEIS 1) na cidade de São Paulo, como um instrumento de defesa do direito à cidade e à moradia social e como um dos dispositivos mais importantes da Reforma Urbana, instituídos pelo Estatuto das Cidades e consolidados em toda a legislação urbanística posterior. As ZEIS 1 é um mecanismo de promoção da reurbanização e regularização fundiária, que envolve projetos e obras. Em sua concepção urbanística, é um aparato de uso e ocupação do solo; um zoneamento de exceção, vinculado ao planejamento urbano e às políticas públicas de desenvolvimento urbano e habitacional. Diante do avanço da dimensão mercadológica da cidade e das políticas públicas neoliberais, se faz necessário compreender como os segmentos políticos, econômicos e sociais, disputam e se apropriam do instrumento, sob o quadro do novo marco regulatório do Plano Diretor Estratégico (PDE), Lei 16.050/ 2014 e a Lei de Zoneamento Lei 16.402/ 2016. Sobretudo com o aquecimento do mercado imobiliário, reflexo do incremento de financiamentos federais, viabilizados por meio do Programa Minha Casa Minha Vida e do Programa de Aceleração do Crescimento nas áreas periféricas da cidade. Espera-se evidenciar as especificidades desses territórios - classificados de forma homogênea na cidade de São Paulo, e demonstrar a relação das ZEIS 1 com as escalas de planejamento urbano. Bem como, a importância do Plano de Urbanização das ZEIS 1 como instrumento de apropriação cidadã.

56 •


Caderno de resumos

Habitat da autonomia: formas de habitar no campesinato brasileiro CECÍLIA CORREA LENZI • Doutoranda • lattes.cnpq.br/4390609912185263 | orcid.org/0000-0003-4023-7005 Prof. TIT. JOÃO MARCOS A. LOPES • Orientador • lattes.cnpq.br/9454329212153701 | orcid.org/0000-0001-9999-2473 Grupo de pesquisa: HABIS Esta pesquisa tem como objetivo central investigar os habitats da autonomia, compreendidos como os arranjos espaciais decorrentes das diferentes formas de habitar das populações camponesas brasileiras. Partindo de um universo a ser descoberto para os arquitetos, qual seja, o das áreas não urbanas, identificamos nas populações tradicionais os aspectos de uma potencial autonomia – que se manifesta na prática cotidiana de relações não capitalistas de produção, e também nas formas de uso comum da terra. Com base neste enfoque, buscamos compreender de que maneira esta autonomia se expressa, constitui e é constituída, nas estratégias de manutenção da vida e do trabalho nas áreas não urbanas brasileiras. O conceito de habitat camponês formará o cerne metodológico da pesquisa. Formulado a partir do acúmulo do grupo HABIS (IAU/USP) nas pesquisas coletivas e individuais sobre habitação rural, este conceito dará suporte na enunciação das estratégias do trabalho de campo, assim como na interpretação dos dados empíricos. Buscando abranger a totalidade que configura as formas de vida e trabalho das populações não urbanas do país, o conceito de habitat camponês integra quatro eixos: a questão agrária e fundiária; o provimento de infraestrutura e serviços; a questão habitacional; e a consolidação da agricultura camponesa. Cada um dos eixos se desdobrará em diferentes dimensões de análise, que estarão por sua vez permeadas pela ideia que fundamenta este projeto: os diferentes aspectos da busca permanente do campesinato brasileiro por autonomia. Ribeirinhos (AM), faxinalenses (PR) e apanhadores de flores (MG) serão os sujeitos de pesquisa e constituirão nossa aproximação empírica a esta problemática. Projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) - processo n. 2019/05504-3.

• 57


14º Café com Pesquisa / 2019

PDS Mário Lago: da luta pela terra à luta por direitos e pela cidade IOLE ALMANÇA DE MORAIS • Mestranda • lattes.cnpq.br/4511885623231975 | orcid.org/0000-0003-2466-0284 Prof.ª assoc. akemi ino • Orientadora • lattes.cnpq.br/1346680801367111 | orcid.org/0000-0002-5362-4242 Grupo de pesquisa: HABIS Essa pesquisa se destina ao estudo do processo de organização de assentamentos rurais bem como o interesse em compreender sua multifuncionalidade quando se tornam próximos às grandes cidades. O objeto empírico está no Projeto de Desenvolvimento Sustentável- PDS Mário lago, assentamento rural do Plano Nacional de Reforma Agrária - PNRA que visa a preservação do meio ambiente e o reflorestamento de áreas degradadas. O ponto que nos interessa são as questões relativas à organização das famílias na gestão do território, que dizem respeito não apenas assentados estão nesse contexto, mas sobre mudanças que poderiam estar ocorrendo no planejamento municipal. São expostas questões a partir da formação do habitat rural e a trajetória do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST na luta pela terra e busca pelos direitos à cidade no assentamento rural PDS Mário Lago. O diferencial dessa proposta, foi unir a reforma agrária a uma dimensão urbana, conciliando os dois modos de vida para o desenvolvimento socioeconômico das famílias, elas se tornam camponesas a partir do atendimento das políticas públicas, que podem definir relações socioculturais campesinas em zonas de expansão urbana.

58 •


Caderno de resumos

A construção da crítica aos grandes conjuntos habitacionais sob a ótica da habitabilidade e da urbanidade. Um olhar para a região metropolitana de São Paulo a partir de 1930 JULIANA C. MARTINS LENDIMUTH • Doutoranda • lattes.cnpq.br/2270626777026923 | orcid.org/0000-0002-6269-7785 Prof.ª assoc. eulalia p. negrelos • Orientadora • lattes.cnpq.br/7745281336239073 | orcid.org/0000-0003-4093-9082 Grupo de pesquisa: Urbis O processo de produção do espaço urbano e da arquitetura no Brasil, no decorrer do século XX, não se realizou plenamente segundo as referências materiais e sociais levadas a cabo pelo Movimento Moderno. Ao olhar para o processo de produção do espaço urbano por meio da produção habitacional popular no Brasil, nota-se uma incompletude, onde a habitabilidade e a urbanidade estiveram presentes em dados momentos, mas não constantemente e nem completamente. Dessa forma, a hipótese aqui levantada, em linhas gerais, é que não existiu no Brasil uma política habitacional que buscasse e atuasse sobre a efetiva resolução do problema da habitação e que tenha promovido a integração social do espaço urbano e a produção qualificada de uma arquitetura destinada à moradia popular e operária. Em vista ao aludido, o objetivo desta pesquisa é entender, a partir do conceito do habitar, em quais momentos do projeto e da construção dos grandes conjuntos habitacionais em São Paulo e sua região metropolitana, a partir de 1930, promovidos pelas políticas de Estado, a urbanidade e a habitabilidade estiveram presentes na produção e reprodução capitalista do espaço urbano e, a partir deste entendimento, checar a hipótese de que não existe no Brasil uma política habitacional que tenha buscado e atuado sobre a efetiva resolução do problema da habitação, promovendo a integração social do espaço urbano e a produção qualificada de uma arquitetura destinada à população de baixa renda, mas apenas uma política de produção da cidade capitalista em bases setoriais. Para o desenvolvimento da pesquisa será utilizado o método analítico, teórico/historiográfico, descritivo, de ampliação bibliográfica e pesquisa empírica por meio de entrevistas com os moradores e visitas aos conjuntos selecionados.

• 59


14º Café com Pesquisa / 2019

SENAI: formação ou deformação do trabalhador da construção civil? mariana gazetta tórtura • Mestranda • lattes.cnpq.br/8130940310813005 | orcid.org/0000-0002-3125-8886 Prof. TIT. JOÃO MARCOS A. LOPES • Orientador • lattes.cnpq.br/9454329212153701 | orcid.org/0000-0001-9999-2473 Grupo de pesquisa: HABIS Em virtude das inúmeras críticas recebidas acerca do trabalho realizado nos canteiros de obras envolvendo a qualidade do serviço prestado pelo trabalhador da construção civil justifica-se o estudo de como a formação destes trabalhadores acontece. A formação para este tipo de trabalho ocorre de duas maneiras: empiricamente (dentro dos canteiros de obra e passada de profissional a profissional) e profissionalmente (dentro das escolas profissionalizantes). Tendo em vista a consolidação do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) perante a sociedade e ao setor industrial, elegese tal instituição como objeto de estudo e torna-o passível de análise. Para que pesquisa caminhe verticalmente primeiramente aborda-se o contexto de fundação do SENAI dentro um panorama histórico e sociológico do processo de crescimento industrial do final no século XIX e início do século XX, bem como das influências educacionais estrangeiras e das articulações políticas que culminaram na fundação e consolidação da instituição. Trazendo para um contexto educacional e profissional imediato são analisadas duas categorias de curso: Formação Inicial e Continuada (FIC) e Curso de Aprendizagem Industrial (CAI), todas no âmbito da construção civil. A metodologia aplicada pelo SENAI, a chamada “Metodologia SENAI de Formação Profissional” se traduz na formação com base em competências, que resumidamente traduzem quais seriam as competências desejáveis a formação de um profissional, e para o que nos interessa nesta pesquisa, o da construção civil. Também é parte da instigação desta pesquisa se as chamadas competências alimentam o processo manufatureiro e alienante de qual é composto o processo de trabalho na construção civil.

60 •


Caderno de resumos

Segregações e sociabilidades urbanas: viver e morar a partir do Programa Minha Casa, Minha Vida em Sertãozinho/SP MARINA URIZZI • Mestranda • lattes.cnpq.br/5948988542633084 | orcid.org/0000-0001-6795-7243 Prof. assoc. miguel a. buzzar • Orientador • lattes.cnpq.br/2534049526509532 | orcid.org/0000-0001-6251-0338 Grupo de pesquisa: ArquiTec As segregações socioespaciais são características marcantes das cidades brasileiras. A partir delas é possível verificar a organização do espaço urbano como também as relações estabelecidas pelos grupos sociais dentro das cidades. Neste projeto de pesquisa, entende-se a habitação como um elemento primordial na compreensão das disparidades socioespaciais. Nesse sentido, o Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) assumiu a maior parte da provisão de habitação de interesse social no Brasil desde seu lançamento em 2009. De maneira geral, tal programa vem alocando seus empreendimentos nas regiões periféricas da cidade, (re)produzindo desigualdades no espaço urbano. A cidade de Sertãozinho/SP, onde esta pesquisa será realizada, também segue essa tendência. Partindo dessas considerações, este projeto de pesquisa propõe-se a analisar o PMCMV sob dois aspectos. No primeiro, busca-se compreender em que medida a segregação socioespacial produzida pelo PMCMV- faixa 1 altera as relações de sociabilidade pela óptica dos beneficiários do Programa. O segundo ponto verificará como as ações de acompanhamento pós-ocupação, previstas em contrato como responsabilidade do poder público municipal, estão auxiliando na adaptação dos moradores ao novo endereço. Portanto, propõe-se compreender de que maneira o PMCMV tem alterado as relações de sociabilidades urbanas, o tecido urbano e as novas áreas de segregação socioespacial da cidade de Sertãozinho.

• 61


14º Café com Pesquisa / 2019

Interlocuções da arquitetura social de Richard Neutra em São Paulo: as escolas públicas projetadas durante o Plano de Ação do Governo Carvalho Pinto (1959-1963) rachel bergantin • Mestranda • lattes.cnpq.br/7816551389558689 | orcid.org/0000-0003-3109-652X Prof. dr. paulo y. fujioka • Orientador • lattes.cnpq.br/2324840218928687 | orcid.org/0000-0003-2113-6778 Grupo de pesquisa: ArtArqBr Esta Pesquisa de Mestrado, em desenvolvimento, pretende criar interlocuções entre projetos presentes no livro Arquitetura Social em países de clima quente, do arquiteto Richard Neutra, e alguns edifícios escolares projetados durante o Plano de Ação do governo Carvalho Pinto (1959-1963). O livro foi publicado no Brasil, em 1948, e registra soluções arquitetônicas voltadas às necessidades climáticas e econômicas locais, com destaque para as questões verificadas por Neutra, enquanto Consultor do Comitê de Projetos Públicos em Porto Rico (1943). Neste livro, a principal característica dos edifícios escolares são espaços externos que atuam como uma continuação das salas de aula através de salas-pátio. Aproximadamente dez anos depois da publicação do livro no Brasil, o Plano de Ação atuou no Estado de São Paulo com a construção de mais de 1100 edifícios públicos, dentre eles, cerca de 600 edifícios escolares. O órgão responsável pelos edifícios escolares foi o IPESP e, para corresponder à demanda, a contratação ocorreu diretamente com escritórios particulares e resultou em uma grande diversidade de projetos que favoreceu a difusão da arquitetura moderna no estado de São Paulo. Para este trabalho, foram selecionadas cinco obras construídas, dos arquitetos Kurt Hollander, João Clodomiro de Abreu, Eduardo Kneese de Mello e Carlos Millan, nas quais foram identificados elementos de projetos também presentes nos projetos escolares de Richard Neutra. A pesquisa também aborda um estudo sobre estes arquitetos, percurso acadêmico, principais projetos e linhas de pensamento, para identificar possíveis relações com Richard Neutra, suas visitas ao Brasil e publicações. E por fim, em desenvolvimento, um estudo sobre o quadro de evolução da arquitetura escolar internacional, brasileira e paulista, até chegar ao Plano de Ação, através de uma panorama geral dos principais edifícios escolares que se relacionam com as escolas selecionadas, para identificar ressonâncias multilaterais entre arquitetos que estavam com seus pensamentos em congruência.

62 •


Caderno de resumos

O papel da mulher em movimentos sociais de moradia e o acesso a direitos sociais em unidade do programa MCMV-E na região metropolitana de São Paulo–SP raquel gomes valadares • Doutoranda • lattes.cnpq.br/3507966223564721 | orcid.org/0000-0003-4845-0003 Prof. DR. TOMÁS A. MOREIRA • Orientador • lattes.cnpq.br/7348817908541292 | orcid.org/0000-0003-3061-1745 Grupo de pesquisa: YBY A desigualdade, em seus múltiplos aspectos, é compreendida como mecanismo de manutenção do sistema de produção e acumulação vigente. No contexto brasileiro, mulheres negras, indígenas, mestiças e pobres protagonizam uma desigualdade transversal, cujo resultado é a inacessibilidade de direitos, cristalizada desde o passado e que se atualiza agregando novos elementos de exclusão. Como forma de minimizar essas desigualdades, existem garantias e direitos formais positivados na legislação e materializados por meio de políticas públicas sociais. Em 2009, foi criado o Minha Casa Minha Vida, para estimular a produção e aquisição de moradias, constando expressamente o atendimento prioritário às mulheres. O MCMV também possibilitava a participação de movimentos sociais de moradia urbana. Em virtude dessas prerrogativas, a proposta desta pesquisa é analisar a relação entre participação das mulheres em movimentos sociais de moradia, com a obtenção de unidade habitacional, e o acesso à garantias sociais entre as beneficiadas pelo MCMV, na Região Metropolitana de São Paulo – SP. São objetivos desta análise, a identificação e caracterização dos movimentos sociais que obtiveram recursos do MCMV e as especificidades do papel exercido pelas mulheres nos movimentos sociais. Busca-se identificar, dentre as integrantes, o acesso aos demais direitos sociais a partir da obtenção do imóvel. Consiste, também, como propósito, identificar se o dispositivo normativo estimulou a inserção feminina em movimentos sociais. Esta pesquisa propõe ser explicativa-documental, com fundamentação teórica em estudos que abordam o déficit de moradia e formação da política habitacional no Brasil, a compreensão de políticas de gênero e movimentos sociais.

• 63


14º Café com Pesquisa / 2019

Ocupação Mauá: uma luta pela moradia digna rOBERTA ORTIZ SILVA • Mestranda • lattes.cnpq.br/2045584243903108 | orcid.org/0000-0001-6396-2512 Prof. TIT. JOÃO MARCOS A. LOPES • Orientador • lattes.cnpq.br/9454329212153701 | orcid.org/0000-0001-9999-2473 Grupo de pesquisa: HABIS A presente pesquisa abordará o Edifício Mauá, antigo Hotel Santos Dummont ocupado há mais de dez anos no centro de São Paulo. Seu entorno imediato, isto é o Bairro Bom Retiro e, a partir dele questões relativas às desigualdades sociais, a crise urbana, ao déficit habitacional, a função social da propriedade, do solo e o direito à moradia. Dessa forma, garantir o direito à moradia implica em proporcionar uma maneira de abrigar as pessoas que procuram por moradia, mas não possuem condições financeiras para pagar um alto valor de aluguel. Sendo assim, elas recorrem a uma ocupação como alternativa de sobrevivência. Pois, quando a propriedade deixa de cumprir sua função social, ela também passa a ser um direito. Além disso, a ocupação em prédios que encontram- se vazios incentiva à moradia na região central, visto que a Prefeitura de São Paulo na gestão 2005 a 2008 deu continuidade a alguns projetos dos Programas de Arrendamento Residencial e Locação Social do Programa Social Morar no Centro. Esse programa foi proposto em gestões anteriores para a população de até seis salários mínimos. Mas, atualmente não existe incentivo público para os grupos organizados em movimentos sociais para que efetivamente tenham acesso pelo direito à moradia. De modo com que se precisa de investimentos habitacionais para a faixa econômica de um a três salários mínimos, o que apresenta a maioria da população que “escolhe” ocupar os prédios. Diante disso, a pesquisa tem por objetivos estudar e analisar a Ocupação Mauá referente a função social da propriedade e o acesso à terra, o direito à moradia e sua adequação ou correção do espaço como forma de Habitação de Interesse Social (HIS). Além do mais, pretende incentivar a habitação no centro para reabilitar os prédios desocupados e diminuir a carência de moradia.

64 •


Caderno de resumos

Aeroporto Estadual Leite Lopes e a reestruturação urbana e regional do município de Ribeirão Preto-SP: análise de processos históricos governamentais thiago pizzo scatena • Mestrando • lattes.cnpq.br/4559585073000618 | orcid.org/0000-0002-6386-5162 Prof. dr. jeferson c. tavares • Orientador • lattes.cnpq.br/0229983783255719 | orcid.org/0000-0003-2482-0380 Grupo de pesquisa: PExURB O projeto pretende fazer um amplo levantamento e profunda análise de documentos que possuem relação histórica com o projeto de ampliação do aeroporto Estadual de Ribeirão Preto - Dr. Leite Lopes, tais como: ações governamentais, planos e projetos, legislação, instrumentos urbanísticos, jornais, relatórios técnicos, estudos, entre outros. E em uma segunda parte, pretende-se analisar como o projeto de ampliação do aeroporto poderá provocar uma reestruturação urbana e regional ou processos de dispersão urbana dentro dos limites de influência do município de Ribeirão Preto, cidade-sede da Região Metropolitana de Ribeirão Preto. O tema se justifica devido aos enormes impactos que o projeto de ampliação do aeroporto Estadual Dr Leite Lopes já está provocando no município de Ribeirão Preto.

• 65


14º Café com Pesquisa / 2019

66 •


Caderno de resumos

cidade, arte e cultura DOCENTES QUE ATUAM NESSA LINHA DE PESQUISA:

Prof.ª Dr.ª Aline Coelho Sanches Corato Prof.ª Assoc. Anja Pratschke Prof. Dr. Carlos Roberto Monteiro de Andrade Prof.ª Tit. Cibele Saliba Rizek Prof. Dr. David Moreno Sperling Prof. Dr. Fábio Lopes de Souza Santos Prof. Dr. Francisco Sales Trajano Filho Prof. Assoc. Joubert José Lancha Prof. Dr. Manoel A. L. Rodrigues Alves Prof. Assoc. Marcelo Claudio Tramontano Prof. Dr. Paulo César Castral Prof. Dr. Ruy Sardinha Lopes Prof.ª Dr.ª Simone Helena Tanoue Vizioli • 67


14º Café com Pesquisa / 2019

Dialética da imaginação revolucionária em Arquitetura alex de carvalho matos • Mestrando • lattes.cnpq.br/0882826600696674 | orcid.org/0000-0002-2498-6981 Prof. dr. francisco sales trajano filho • Orientador • lattes.cnpq.br/1487455197254682 orcid.org/0000-0003-3594-6878

A presente pesquisa revisita um conjunto de experimentações arquitetônicas “radicais” que emergiram nos anos sessenta, década marcada pelas guerras anticoloniais na África (1954-1976), pelos desdobramentos da Revolução Cubana (1959), pela Revolução Cultural na China de Mao TseTung (1949-1976), pelas lutas anti-imperialistas na América Latina (1954-1990) e pelas lutas dos Direitos Civis nos EUA (1954-1968), pela “Terceira Revolução Industrial”, pela “Revolução cibernética”, pela “Revolução Verde” e pela contracultura, para citarmos apenas alguns dos mais emblemáticos processos que configuraram o período. Atenta a complexidade dessa conjuntura, a investigação põe em contato diferentes tradições críticas e traça leituras transversais para uma vertente da produção arquitetônica que não pode ser enquadrada pela dicotomia moderno/pós-moderno, espinha dorsal de uma historiografia hegemônica da arquitetura. Distanciando-se dessa “cortina de fumaça”, tal vertente radical nos abre caminho para uma sondagem de camadas mais profundas da modernidade arquitetônica, lá onde suas promessas emancipadoras há muito foram sedimentadas. O que se ganha e o que se perde em exumá-las, em revolver o subsolo da história da arquitetura, onde as raízes de expectativas daqueles anos não somente partilham “nutrientes”, como, eventualmente, se tocam e se entrelaçam, quando não se repelem umas às outras, deformando inclusive o que se encontra para fora do solo, à luz do dia?

68 •


Caderno de resumos

Fenomenologia do lugar: liames entre o espaço construído, o Homem e o ambiente nas obras de Angelo Bucci e Eduardo Souto de Moura GABRIEL BRAULIO BOTASSO • Mestrando • lattes.cnpq.br/4672934444017609 | orcid.org/0000-0002-7207-5066 Prof.ª dr.ª simone h. t. vizioli • Orientadora • lattes.cnpq.br/3326184726476427 | orcid.org/0000-0002-7057-6836 Núcleo de pesquisa: N.ELAC Sem estar a reboque de uma estratégia exclusiva, a edificação pode representar mais do que mero abrigo. A Arquitetura pode ser capaz de dar significado ao ambiente, pode fazer um sítio transformarse em lugar, revelar o que é latente – a terra é um agente acolhedor, assim como disposto por Heidegger. O objetivo central da presente pesquisa consiste em investigar as relações entre o espaço construído, o Homem e o ambiente, discutindo a apropriação do sítio, a construção da paisagem e do lugar nas obras dos arquitetos Angelo Bucci e Eduardo Souto de Moura, tendo como hipótese que ambos possuem abordagens fenomenológicas no que concerne aos seus processos de projeto. Através do método histórico-comparativo e de visitas in loco, investiga-se em que medida a fenomenologia do lugar comparece nos processos projetivos e nas obras dos arquitetos e quais suas lógicas subjacentes no que diz respeito a aspectos tais como: contexto e paisagem local; vocação do lugar; fronteiras (físicas e sensoriais); caráter e atmosfera dos espaços, entre outros. Estruturalmente, o projeto se desenha a partir de: [1] a construção do estado da arte e, posteriormente, serão estudadas as [2] abordagens projetuais de Bucci e Moura à luz da fenomenologia do lugar. Serão feitas análises qualitativas sobre as obras selecionadas para estudos de caso, as quais serão entendidas consoante dois níveis de percepção ambiental: um primeiro, na escala do entorno imediato, propiciando o reconhecimento de estruturas gerais de implantação; e um segundo, na escala do usuário, investigando como os espaços desenham interior e exterior; como a obra estabelece suas fronteiras e determina o caráter e a atmosfera dos espaços construídos; como o local da construção intensifica, condensa e indica com exatidão a estrutura da natureza e como o Homem a percebe – o corpo é a entidade da percepção, a principal referência espacial humana. Projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) - processo n. 2018/16973-1.

• 69


14º Café com Pesquisa / 2019

Zé Celso versus Silvio Santos: a teatralização da disputa pelo espaço urbano ISADORA VIDAL PINOTTI AFFONSO • Mestranda • lattes.cnpq.br/1156335540714502 | orcid.org/0000-0002-3018-0941 Prof. dr. fÁBIO L. S. SANTOS • Orientador • lattes.cnpq.br/3856682353780970 | orcid.org/0000-0002-2189-4619 Grupo de pesquisa: NEC Fundado em 1958, o grupo Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona é considerado hoje um dos grupos teatrais mais significativos no Brasil. Durante sua trajetória, o espaço ocupado pelo grupo – o Teatro Oficina, na Rua Jaceguai, número 520, no Bixiga, em São Paulo – foi cultivado como um território de relações intensas, criações dramatúrgicas e simbologia sagrada. Um endereço que se tornou um totem cultuado pelo grupo e um símbolo de resistência e manifestação política de ocupação urbana. Na década de 80 o edifício assume a forma que mantém até os dias de hoje. Em 1993 é inaugurado o novo teatro com conceito de rua projetado pelos arquitetos Lina Bo Bardi e Edson Elito. No mesmo período, o grupo empresarial Silvio Santos inicia um empreendimento imobiliário comprando os terrenos no entorno do teatro, demolindo as construções e planejando uma grande construção no local. Inicia-se aí uma disputa territorial, que já dura mais de 30 anos, na qual José Celso “digladia” com o empresário Silvio Santos, cada um projetando ocupações e defendendo usos distintos para este grande terreno. Esta contenda cresceu sob os olhos do público e à vivência dos moradores do Bixiga, criando um cenário de campo de batalha, com competidores lutando pelo direito a sua terra. Esta pesquisa propõe-se a analisar esta disputa territorial e estes movimentos de ocupação, observando o caráter teatralizado que foi empregado a estas questões urbanas. Observar este “novo gênero” que se cria – que é teatro, é dramaturgia, mas também é política urbana, também é economia imobiliária, e também é arquitetura, assim como este lugar de personagem midiático que é conferido à Zé Celso e Silvio Santos, que marcam suas presenças como comunicadores, mas também atuam em esferas que seriam consideradas de gestão política e urbana.

70 •


Caderno de resumos

O aspecto sonoro das ambiances: reflexões de um estágio de pesquisa LUCIANA SANTOS ROÇA • Doutoranda • lattes.cnpq.br/9216840537348600 | orcid.org/0000-0003-4991-0593 Prof. assoc. marcelo c. tramontano • Orientador • lattes.cnpq.br/9216840537348600

orcid.org/0000-0002-0044-4432

Grupo de pesquisa: NOMADS

A apresentação proposta ao Café com Pesquisa discutirá as atividades realizadas durante o estágio de pesquisa no Cresson, Centro de Pesquisa sobre Espaço Sonoro e Meio urbano, na Escola Nacional Superior de Arquitetura de Grenoble, França. O som é um elemento do cotidiano que reflete dinâmicas e contextos, o som também os influencia. O som atua como um elemento político e contribui para a influenciar espaços públicos, sendo forma de expressão de discussões, dissenso e concordância. Dessa maneira, o som é entendido pela pesquisa tanto como uma chave leitura pela qual pode-se investigar as dinâmicas inscritas em espaços públicos, realizar representações, e enquanto um elemento que participa enquanto vetor de uma transformação política. Durante o estágio foram realizadas visitas técnicas, entrevistas com pesquisadores dos estudos do som, sociologia e urbanismo, e pesquisa de campo no bairro Saint Bruno, em Grenoble. Além da apresentação das práticas de pesquisa, também será discutido o conceito ambiance, intensamente discutido pelo Cresson. Projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) - processo n. 2017/25030-0.

• 71


14º Café com Pesquisa / 2019

Jorge Otero-Pailos e a fenomenologia da Arquitetura: do Moderno ao Pós-Moderno MATEUS SEGNINI TIBERTI • Mestrando • lattes.cnpq.br/0709574179994094 | orcid.org/0000-0002-1367-3103 Prof.ª dr.ª simone h. t. vizioli • Orientadora • lattes.cnpq.br/3326184726476427 | orcid.org/0000-0002-7057-6836 Núcleo de pesquisa: N.ELAC A Arquitetura sempre guardou uma relação relevante com os demais campos do saber, sobretudo a Filosofia. Dentre as correntes filosóficas, a Fenomenologia tem assumido um importante papel teórico para várias gerações de arquitetos, desde a segunda metade do século XX. Sobretudo nas últimas décadas, ela inspira o tom crítico de arquitetos teóricos como Juhani Pallasmaa (n.1936), Steven Holl (n.1947) e Alberto Pérez-Gómez (n.1949). No entanto, ao aprofundar-se no estudo da relação entre Arquitetura e Fenomenologia, é notável uma lacuna histórica. Como a Fenomenologia introduziu-se na Arquitetura é um problema pouco estudado pelos historiadores. O arquiteto e historiador Jorge Otero-Pailos (n.1971), professor na Universidade de Columbia, é um dos poucos (se não o único) a tratar deste problema, estudando-o a partir do contexto norte-americano no pós-Segunda Guerra. Ao desenhar a história intelectual da fenomenologia dentro do campo arquitetônico, Otero-Pailos defende a tese de que ligações com a fenomenologia tiveram um papel fundamental na passagem do Modernismo ao Pós-Modernismo. O objetivo da presente pesquisa é estudar e sistematizar a hipótese de Otero-Pailos através de seu livro Architecture’s Historical Turn: Phenomenology and the Rise of the Postmodern, publicado em 2010. Utilizando como método a argumentação lógica e a pesquisa interpretativa-histórica, espera-se verificar a consistência e o alcance da hipótese de Otero-Pailos, e determinar qual sua contribuição para o preenchimento da lacuna histórica no campo arquitetônico.

72 •


Caderno de resumos

Álvaro Siza: arqueologia, metamorfose e inflexão na composição da forma arquitetônica (1966–1998) RAUL TEIXEIRA PENTEADO NETO • Mestrando • lattes.cnpq.br/8373663252074459 Prof. assoc. JOUBERT J. LANCHA • Orientador • lattes.cnpq.br/2481182425564161 | orcid.org/0000-0002-1690-6857 Núcleo de pesquisa: N.ELAC A pesquisa propõe o estudo aprofundado de nove projetos do arquiteto Álvaro Siza (1933), a partir do trinômio “arqueologia, metamorfose e inflexão”. A partir de análise atenta à obra do arquiteto português, observam-se indícios da existência de processos contínuos de recuperação, transformação e atualização de soluções presentes em seu repertório de projetos pregressos, em novos contextos, processo que seria qualificado por Vittorio Gregotti (1972), com o termo “arqueologia autônoma”. A partir dessas considerações, surge o pressuposto sintetizado no título deste trabalho que sugere uma chave de leitura e entendimento da obra de Siza a partir da ideia de que três inflexões mais radicais de linguagem teriam sido tributárias e deflagradas por três projetos não-construídos precedentes, que poderiam ser considerados seus “prenúncios”. A pesquisa examina a validade desse pressuposto, a partir da análise de nove projetos, divididos em três grupos: três projetos construídos designados como “pregressos” que caracterizariam o predomínio de temas adotados em um momento anterior, três projetos não construídos considerados “prenúncios” que apontariam uma nova pesquisa de linguagem e três projetos considerados “inflexões” que concretizariam essa nova direção ensaiada. Para a análise dos projetos, foi seguida uma metodologia híbrida, organizada em etapas sucessivas e complementares, que cruzaram os dados obtidos em vasta revisão historiográfica, acompanhadas de visitas técnicas, entrevistas, redesenhos dos projetos selecionados e análises gráficas. Os produtos desta pesquisa procuram oferecer mais uma camada de conhecimento sobre o projeto de arquitetura na contemporaneidade e revelar que o estudo destes três “prenúncios” não-construídos possa contribuir para um maior entendimento de três processos de inflexão mais radicais que ocorreram na carreira do arquiteto Álvaro Siza.

• 73


14º Café com Pesquisa / 2019

IPatrimônio: plataforma digital de georreferenciamento de informações sobre o patrimônio cultural brasileiro SANDRA SCHMITT SOSTER • Doutoranda • lattes.cnpq.br/9177354683297726 | orcid.org/0000-0002-9779-9079 Prof.ª assoc. anja pratschke • Orientadora • lattes.cnpq.br/9669955733350604 | orcid.org/0000-0002-7126-2871 Grupo de pesquisa: NOMADS O projeto iPatrimônio (www.ipatrimonio.org) possui o intuito de georreferenciar informação sobre todo o patrimônio cultural (bens materiais e imateriais) oficializado no Brasil, nas quatro instâncias de preservação: Unesco, Iphan, estados e municípios. Contém informação sobre mais de 9 mil bens tombados e registrados. Estão incluídas na plataforma as listas da Unesco, do Iphan, de 18 estados e de centenas de municípios (incluindo todos os bens de Minas Gerais, nas quatro instâncias, graças ao levantamento do ICSM Cultural). Além de disseminar conhecimento sobre o patrimônio cultural, o projeto contribui com duas importantes questões. Primeiramente, o georreferenciamento torna visível a desigualdade de distribuição espacial do patrimônio tombado/registrado. Em segundo lugar, os seis canais de comunicação com os usuários, sensibilizam sobre a importância do patrimônio cultural em seu sentido mais amplo, para estimular e qualificar a participação cidadã nas políticas de preservação. A plataforma teve mais de 300 mil visualizações de mais de 100 mil usuários únicos no ano de 2018. As redes sociais reúnem mais de 31 mil seguidores no Instagram (https:// instagram.com/infopatrimonio/) e mais de 3 mil seguidores no Facebook (https://www.facebook. com/infopatrimonio/). O trabalho é realizado de maneira voluntária e sem vínculo institucional por três cidadãos. iPatrimônio é uma atividade prática analisada pela pesquisa de Doutorado “Patrimônio Cultural Colaborativo” (2016 - atual), realizada no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, junto ao Grupo de Pesquisa Nomads.usp e financiada pela CAPES. A autora colabora com o projeto desde fevereiro de 2017, sendo responsável pela alimentação da plataforma, o que permitiu a análise de alguns aspectos importante sobre a falta de acesso à informação e a dificuldade de estabelecimento de parcerias em relação ao patrimônio cultural brasileiro.

74 •


Caderno de resumos

pós-doutorado

• 75


14º Café com Pesquisa / 2019

Territórios negros urbanos: espaços de memórias e resistências JOANA D’ARC DE OLIVEIRA • Pós-Doutoranda • lattes.cnpq.br/9412303406727941 | orcid.org/0000-0002-4122-0523 Prof.ª Sênior Maria Ângela P. C. S. Bortolucci • Supervisora • lattes.cnpq.br/3286316763447921 orcid.org/0000-0002-8237-1862

Grupo de pesquisa: PCT - Patrimônio, Cidades e Territórios Analisa as configurações dos territórios negros urbanos no município de São Carlos-SP tendo como eixo principal de investigação a organização espacial dos espaços domésticos localizados nas franjas da cidade e chefiados por mulheres negras. A pesquisa se insere no campo científico que toma por base as relações raciais como objetos de interpretação da cidade e seus territórios. Analisa as trajetórias socioespaciais daquelas que optaram pela vida no espaço urbano no pós-abolição, destacando os diversos papéis sociais por elas desenvolvidos, tanto nas ruas quanto nas suas moradias, bem como as estratégias de resistências adotadas para se apropriarem de uma cidadania que lhes fora historicamente negada. Visa contribuir para a desconstrução do anonimato a que mulheres negras foram submetidas ao longo da história urbana brasileira. Estabelece como ferramentas metodológicas a revisão teórica acerca das questões de raça, lugar e história oral, debatendo com autores das mais variadas áreas científicas, como: José Tavares de Lira, Raquel Rolnik, Henrique Cunha Jr, Grada Kilomba, Angela Davis, Milton Santos, Sueli Carneiro, Chimamanda Ngozi Adichie, Kimberlé Crenshaw, Frantz Fanon, entre outros. Emprega as ferramentas da história oral para a realização de entrevistas com mulheres negras. Realiza pesquisa em fontes documentais primárias, conservadas nas famílias e nos arquivos públicos, para complementar e dialogar com as trajetórias narradas pelas interlocutoras. Registra por meio de levantamento métrico e fotográfico as características físicas e socioespaciais dos espaços de morar. Desse modo, pretende contribuir com um olhar plural sobre as cidades, seus sujeitos e aglomerações, buscando o reconhecimento, a identificação e o registro dos diferentes territórios negros localizados nas cidades do interior paulista trazendo à tona os meandros das relações sociais, da religiosidade e da organização espacial e cultural dos chamados quilombos urbanos contemporâneos.

76 •


Caderno de resumos

iniciação científica cultura e extensão

• 77


14º Café com Pesquisa / 2019

Os parklets na cidade de São Paulo - projetos e apropriações ANA CAROLINA M. DIAS FELIZARDO • Iniciação Científica • lattes.cnpq.br/1639268651420797

orcid.org/0000-0001-9381-9071

Prof. dr. david m. sperling • Orientador • lattes.cnpq.br/9764445070503572 | orcid.org/0000-0003-1224-4267 Grupo de pesquisa: NEC A pesquisa teve como objetivo central o entendimento dos modos de apropriação e os usos (propostos e praticados) dos espaços públicos denominados “Parklets” na cidade de São Paulo, desde sua implementação em 2013 até início 2018 (final da bolsa). Considerando seus locais de implantação, projetos, fontes de recursos, programas pretendidos e os modos de ocupação. Para tanto, realizouse como base um levanto de referências acerca da temática, compreendendo assim, as questões referentes ao Urbanismo Tático e aos Parklets - de maneira geral e, mais especificadamente, na cidade de São Paulo. Visitas de campo e entrevistas complementaram a pesquisa de modo a se aproximar empiricamente dos objetos de estudo e entender as relações ali presentes, bem como questionar os promotores dos Parklets quanto à implementação e produção dos mesmos. Elaborou-se ao longo da pesquisa fichas catalográficas de todos os Parklets da cidade de São Paulo, como também mapas localizando diversas atividades táticas e uma linha do tempo com os principais eventos a respeito dos Parklets. Projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) processo n. 2016/25429-8.

78 •


Caderno de resumos

Regularização fundiária e remoções: políticas públicas em São Paulo e a formulação da Lei nº 13.465 ana luiza vieira gonçalves • Iniciação Científica • lattes.cnpq.br/5172871967900730 Prof.ª TIT. CIBELE SALIBA RIZEK • Orientadora • lattes.cnpq.br/0540870380815135 Grupo de pesquisa: LEAUC As grandes cidades brasileiras são palco de diversos processos urbanos de disputa, dentre os quais se destaca o processo de financeirização da cidade, que consiste, de forma resumida, na supremacia do capital financeiro sobre outras formas de capital, potencializando a transformação da terra em ativo financeiro e a gentrificação da cidade. A subordinação dos interesses da população aos interesses do capital constrói relações de poder que contrastam interesses públicos e privados. Nesse contexto, o conflito pela terra é central na disputa pela cidade e é a partir disso que remoções de comunidades e processos de regularização fundiária se inserem como importantes instrumentos de controle desses conflitos. Com a mudança na legislação de regularização fundiária firmada com a aprovação da lei federal nº 13.465/2017 o cenário da luta pela terra se agrava ainda mais. O estudo das políticas públicas recentes de regularização fundiária, em especial na cidade de São Paulo - cidade que será tomada para análise - é essencial para entender a produção da metrópole, a partir do marco da legislação urbana que representou a aprovação do Estatuto da Cidade e a elaboração do Plano Diretor Estratégico de São Paulo. É importante compreender outras medidas adotadas pelo Estado no sentido de suprir as demandas por moradia, dentre as quais se destacam as Parcerias Público Privadas (PPPs) e as chamadas Operações Urbanas Consorciadas, cedendo espaço para a inserção da iniciativa privada. A nova lei de regularização fundiária altera significativamente os processos de regularização, igualando processos de interesse social e específico (como é o caso de condomínios, por exemplo), o que faz com que processos de regularização percam seu caráter de luta e resistência e acirrando o processo de financeirização e os conflitos por direito à cidade. A partir desses elementos, o projeto se propõe a analisar os personagens e interesses envolvidos na formulação da nova legislação, considerando os agentes envolvidos nos processos de regularização fundiária na cidade de São Paulo e compreendendo a elaboração de Políticas Públicas de regularização fundiária e remoções, incluindo Concessões Urbanas, PPPs e outras políticas para regularizar a ocupação da terra urbana. • 79


14º Café com Pesquisa / 2019

Cartilha da cidade e oficinas urbanas cartilha da cidade • Cultura e Extensão Prof. assoc. miguel a. buzzar • Orientador • lattes.cnpq.br/2534049526509532 | orcid.org/0000-0001-6251-0338 Grupo de pesquisa: ArquiTec A “Cartilha da Cidade” é um grupo de pesquisa e extensão universitária, que envolve alunos da Graduação, Pós-Graduação e a comunidade participante. A cidade onde as pessoas moram, trabalham, circulam e se divertem, muitas vezes, possui uma dimensão opaca, na qual a falta de entendimento de sua produção e do funcionamento no dia a dia, comparece como itens exclusivos do conhecimento erudito, não compartilhado pelo conjunto dos moradores. Desta forma, um conhecimento mais aprofundado sobre a produção do espaço urbano, a presença e utilidade dos equipamentos e redes de serviços públicos caminha no sentido de possibilitar uma melhor compreensão da cidade e da vida urbana, fomentando desta forma, a construção da autonomia política e social dos moradores. O projeto Cartilha da Cidade e Oficinas Urbanas, sem ter a pretensão de dar conta da formação cidadã na sua totalidade, pretende ativar, ou incrementar, processos, que auxiliem os moradores, em tese cidadãos, a se reconhecerem enquanto membros de uma sociedade, que sem ser homogênea, vive e constrói um lugar comum, a própria cidade. Para tanto, pretende associar a produção de publicações impressas e sítio eletrônico sobre questões urbanas, com procedimentos interativos de transmissão de informações sobre a cidade – oficinas urbanas, sobretudo, em escolas. A partir de atividades lúdicas, promove o debate acerca da cidade, seus agentes e dinâmicas. Aborda limites e possibilidades da efetivação do direito à cidade, compreendido segundo definição lefebvriana de direito de criação e fruição plena do espaço urbano e social (LEFEBVRE, 2011). Esse projeto busca dar continuidade, ampliando, incrementando e aperfeiçoando, a trabalhos já desenvolvidos através de projetos anteriormente aprovados e executados no âmbito de uma Rede FINEP e das sucessivas edições do Programa Unificado de Bolsas da Universidade de São Paulo na vertente cultura e extensão.

80 •


Caderno de resumos

De casa a museu: a Casa de Vidro e a Residência Oscar Americano no contexto das transformações da cidade laura de freitas pinheiro • Iniciação Científica • lattes.cnpq.br/4632625019183967 Prof.ª dr.ª aline c. sanches corato • Orientadora • lattes.cnpq.br/5939046169120461 orcid.org/0000-0001-6458-0938

Esta pesquisa aborda a estreita relação entre domesticidade, interior, arquitetura e dinâmicas urbanas por meio do estudo de duas residências paulistanas – a Casa de Vidro e a Residência Oscar Americano. Serão investigadas tanto a contribuição desses dois casos no processo de formação do distrito do Morumbi, o qual está inserido no contexto de suburbanização da cidade de São Paulo, quanto suas colaborações para a formação da ideia do morar moderno paulistano. Assim como o papel expressivo das casas na discussão atual sobre interiores, o processo de musealização (pelo qual ambas as casas passaram) fornece amplo campo de investigação para a pesquisa, que também contribui para o crescente debate sobre casas-museus. Sendo assim, será possível reconhecer os diversos significados que as casas, e seus respectivos arquitetos e proprietários, possuíram no contexto de urbanização de uma parcela da capital paulista, tal como a tradução desses símbolos na atual condição de patrimônio tombado e instituto museológico, e nas dinâmicas culturais que hoje exercem. Projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) - processo n. 2018/23244-6.

• 81


14º Café com Pesquisa / 2019

Fotolivros e espacialidades urbanas em Edward Ruscha LUIS PEDRO DE ALMEIDA SOQUETTI • Iniciação Científica • lattes.cnpq.br/1093075364888165 Prof. dr. luciano b. da costa • Orientador • lattes.cnpq.br/3195698207234373 | orcid.org/0000-0002-3292-2697 Grupo de pesquisa: NEC Em constante diálogo com o contexto das transformações na paisagem urbana americana do Segundo Pós-Guerra, o artista visual Edward Ruscha explora diferentes linguagens de apreensão, cartografia e representação desse novo contexto na cidade de Los Angeles, articulando as espacialidades emergentes com as transformações culturais do período. Ele se apropria de meios e linguagens diversas como os provindos do método científico, indústria cultural, mídias de massa, publicidade ou da pop culture. E de técnicas como fotografia, gravura, impressão, pintura, colagem e cinema. O projeto de pesquisa em questão propõe uma continuidade dos trabalhos iniciados em 2017-18. Neste período pode-se entrar em contato com a diversidade de sua obra com particular interesse em identificar as relações de sua produção com as transformações que inauguram uma nova espacialidade urbana após a Segunda Guerra. Entre seus trabalhos, destacam-se os fotolivros, nos quais pode-se observar diferentes estratégias visuais que operam a partir de uma interpretação dessas espacialidades ao mesmo tempo que inauguram uma modalidade de trabalho fotográfico, que se tornará referência inclusive para estudos urbanos como “Aprendendo com Las Vegas”. Nesta segunda fase de pesquisa, pretende-se justamente situar, descrever e analisar essa produção dos fotolivros, compreendendo suas características e interlocuções com os campos da arte e do urbanismo. Tendo como objetivos: 1) explorar o estudo de tais livros como uma linguagem gráfica e seriada conformando uma coleção de trabalhos; 2) identificar os diálogos e contrapontos com o contexto das transformações urbanas a que reportam; 3) problematizar os foto livros em relação a produção artística do período procurando reconhecer estratégias comuns que caracterizem correntes estéticas específicas; 4) caracterizar o diálogo com outras práticas de inventariamento e discussão urbana, como o trabalho desenvolvido por Venturi, Scott-Brown e Izenour em “Aprendendo com Las Vegas”.

82 •


Caderno de resumos

Plano Popular do Banhado: instrumento de luta pela permanência NATALIA M. B. TAMANAKA • Cultura e Extensão • lattes.cnpq.br/1499025058927120 | orcid.org/0000-0002-3334-4518 Prof. dr. jeferson c. tavares • Orientador • lattes.cnpq.br/0229983783255719 | orcid.org/0000-0003-2482-0380 prof. dr. marcel fantin • Orientador • lattes.cnpq.br/0466568768012496 | orcid.org/0000-0003-3069-8019 Grupo de pesquisa: PExURB O Plano Popular de Urbanização e Regularização Fundiária constitui-se como uma ferramenta na luta pela permanência Jardim Nova Esperança, popularmente conhecido como comunidade do Banhado, localizado no centro da cidade de São José dos Campos – SP com mais de 80 anos de história. Foi construído pelos moradores conjuntamente com equipe multidisciplinar composta por advogados, engenheiros e arquitetos, coordenados pelo Grupo PExURB e financiado pelo Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (CAU-SP) e da Universidade de São Paulo (USP) através do Programa USP Aprendendo na Comunidade. O Plano objetivava a elaboração de uma proposta que conciliasse a preservação do meio ambiente com a permanência segura dos moradores, tendo abordado questões de trabalho, da relação rural-urbano e conflitos fundiários, buscando problematizar a importância para a cidade da produção rural em área central e da possibilidade de adequação da comunidade em relação ao meio ambiente. Além disso o Plano lidou com as particularidades e restrições da área como presença de vários canais de água, limitar a expansão da comunidade e integrá-la com a região central, essas particularidades foram traduzidas em propostas para a área como o tratamento dos canais de água, proposta de rede de infraestrutura tronco, seguindo a forma de ocupar o território escolhida pelos moradores e que também limitasse a expansão da comunidade, e por fim visando a integração com o centro foram criadas praças-feiras para comercialização dos produtos cultivados no Banhado. O Plano foi desenvolvido entre dezembro de 2018 e junho de 2019, mas a sua finalização não representou um fim, mas sim um recomeço da luta que passou a contar com esse instrumento político que endossa a possibilidade de permanência. Nas audiências promovidas pelo poder público que se seguiram, o Plano era levado pelos moradores que o utilizam como uma verdadeira ferramenta de negociação e reivindicação.

• 83





Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.