Escultura grega

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A ESCULTURA GREGA A escultura arcaica (séculos VII e VI a.C.) A escultura clássica (séculos V e IV a.C.) A escultura helenística (séculos IV a I a.C.)


Arte Pré-Clássica

Escultura da Tríade de Miquerinos, Museu do Cairo, Egito


Inovações da Escultura Grega face à arte Pré-Clássica

• Naturalismo das formas; • Regras de representação do corpo humano: rigor anatómico e cânone; • Quebra da lei da frontalidade: contrapposto; • Sorriso; • Nu; • Idealização da figura humana: carácter heroico. • Dimensão humanista da escultura; • Funções honoríficas, políticas, funerárias e ornamentais (ligadas à arquitetura).


CRONOLOGIA DA CIVILIZAÇÃO GREGA

700-500 a. C.

500-400 a. C.

Período Arcaico

400-323 a. C. Período Clássico

1ª Idade Clássica

323-30 a. C. Período

2ª Idade Clássica

Helenístico


Ver manual pรกgina 51, figuras 45, 46 e 47


a escultura arcaica: os Kouroi Os Kouroi (plural de Kouros), homens novos representados nus, são representações heróicas a que tinham direito os jovens por vitórias em competições atléticas e por morte em defesa da sua polis.

Os irmãos Cleobis e Biton, de Polimedes de Argos, c. 590-580 a.C.


a escultura arcaica: os Kouroi

Kroisos, de Kouros de Anavysos, c. 525 a.C.


a escultura arcaica: as Korai As Korai (plural de Koré), mulheres jovens representadas vestidas, são, geralmente, ex-votos (estátuas colocadas em santuários e em túmulos em cumprimento de promessas).

Koré de Eutídicos, c. 500 a.C.


a escultura arcaica: as Korai

Sem tĂ­tulo/autoria, c. 500 a.C.


Escultura Arcaica(séculos VII e VI a.C.) • • • • • • • •

Sobriedade; Volume maciço e cúbico; Silhuetas de ombros largos Perna esquerda adiantada e punhos cerrados; Vulto redondo, realizadas de pé sem qualquer apoio; Barba e cabelo simplificados e convencionais; Rosto esquemático com sorriso enigmático; Temática Kouroi (representações heroicas a que os jovens tinham direito por vitórias em competições atléticas e por morte em defesa da pólis) e Kourai (exvotos, estátuas para o cumprimento de promessas).


o estilo severo O estilo severo refere-se à estatuária datada do século V a.C. que faz a transição entre o estilo arcaico e o estilo clássico e se caracteriza por uma expressão séria e contemplativa, por alguns rasgos de mobilidade, pelo domínio das proporções e pelo abandono do estatismo e rigidez do corpo, característicos dos Kouroi.

O Auriga de Delfos, c. 470 a.C.


o estilo severo

PoseĂ­don, de Ageladas de Argos, c. 460-450 a.C.


Estilo Severo (séculos V e IV a.C.) • Severidade e sobriedade no tratamento dos rostos e corpos ( congelamento da ação num momento); • Abandono da rigidez e da atitude estática do corpo ( maior naturalismo e estudo mais detalhado do corpo humano); • Ênfase nos traços anatómicos, interesse pela caracterização das emoções e potencial narrativo, explorando a dinâmica corporal;


a escultura clássica: a 1ª Idade Clássica


a escultura clássica: a 1ª Idade Clássica A escultura clássica do século V. a.C. introduziu um novo conceito – o contrapposto, que se trata de uma postura em que o corpo se apoia sobre uma perna, enquanto a outra se encontra ligeiramente flectida,

provocando assimetrias entre os módulos anatómicos e levando os corpos a exprimir-se através de um delicado movimento de cabeça e de uma ligeira flexão do corpo. Com Policleto e o seu Doríforo estabeleceu-se o cânone clássico – o ideal da figura humana, caracterizado pelo equilíbrio e a harmonia das partes anatómicas, por um ligeiro movimento de ombros e quadris e pela altura do corpo igual a sete vezes a da cabeça. (ver página 56)


a escultura clássica: a 1ª Idade Clássica

Diadúmeno, de Policleto, c. 430 a.C.


a escultura clássica: a 1ª Idade Clássica

Fídias: o mais famoso artista da Antiguidade


a escultura clássica: a 1ª Idade Clássica Os frisos do Pártenon são os trabalhos onde Fídias melhor exprimiu o seu estilo, numa associação perfeita entre idealização e realismo. Neste relevo, o escorço (representação das figuras em perspetiva

e com proporções menores), o movimento e a expressão, transmitem a sensação de naturalidade, equilíbrio e serenidade, que exprimem a forma clássica na sua plenitude.

Posídon, Apolo e Artémis – pormenor do friso do Pártenon, de Fídias, c. 447-432 a.C.


a escultura clássica: a 1ª Idade Clássica


Escultura da 1ª Idade Clássica ( século V a.C.) • Contrapposto (postura em que o corpo se apoia sobre uma perna, enquanto a outra se encontra ligeiramente fletida, provocando assimetrias entre os módulos anatómicos e levando os corpos a exprimir-se através de um delicado movimento de cabeça e de uma ligeira flexão do corpo);

• Míron introduz o “cânone do movimento”; • Policleto e o seu Doríforo estabeleceu-se o cânone clássico – o ideal da figura humana, caracterizado pelo equilíbrio e a harmonia das partes anatómicas, por um ligeiro movimento de ombros e quadris e pela altura do corpo igual a sete vezes a da cabeça ( “cânone do repouso”); •

Fídias, introduz o movimento e o valor expressivo e as figuras esculpidas atingem o naturalismo, o equilíbrio, a serenidade, a harmonia, a graciosidade e a majestade características desta época;


a escultura clássica: a 2ª Idade Clássica

Afrodite de Cnido, de Praxíteles, c. 350 a.C.


a escultura clássica: a 2ª Idade Clássica

Hermes e o jovem Dionisio, de Praxíteles, c. 340 a.C.


a escultura clássica: a 2ª Idade Clássica Com Escopas, as figuras surgem pela primeira vez com uma expressão patética, através de alguma deformação dos rostos e violência dos traços. Ao «ethos» (representação da beleza física e do carácter), dirigido à racionalidade, da primeira idade clássica, sucedeu o «pathos» (exteriorização das emoções e sensibilidades), dirigido à expressão da paixão, do sentimento e do afeto, da segunda idade clássica.

Luta entre Gregos e Amazonas – pormenor de friso do Mausoléu de Halicarnasso, de Escopas, c. 350 a.C.


a escultura clássica: a 2ª Idade Clássica

Lisipo apresenta no seu Apoxiomeno um novo cânone com novas proporções – altura do corpo igual a oito vezes a da cabeça –, resultando um corpo mais esbelto e uma cabeça mais pequena. Nesta obra, rompe definitivamente com o plano frontal da estátua, ao projetar os seus braços no espaço, dotando-a de movimento tridimensional e de um sentido mais espontâneo.

Apoxiomeno, de Lisipo, c. 320 a.C. (cópia romana)


a escultura clássica o cânone de Policleto e o cânone de Lisipo


a escultura clássica: a 2ª Idade Clássica

Hércules Farnesio, atribuído a Lisipo, c. 320 a.C., cópia romana em mármore do original em bronze, com 317 cm de altura


Escultura da 2ª Idade Clássica ( século IV a.C.) • Praxíteles representa outro tipo de sentimentos – a ternura, o amor, o erotismo, onde a beleza, a sensualidade, a graciosidade e a gentileza emergem do seu olhar sonhador, do seu vago sorriso, do seu “estar ausente”, e enriqueceu o contrapposto com uma nova torção do eixo do corpo, gerando um movimento ondulante que ficou conhecido por “curva praxiteliana”. • Escopas representa as figuras com uma expressão patética, através de alguma deformação dos rostos e violência dos traços. Ao ethos (representação da beleza física e do carácter), dirigido à racionalidade, da primeira idade clássica, sucedeu o «pathos» (exteriorização das emoções e sensibilidades), dirigido à expressão da paixão, do sentimento e do afeto, da segunda idade clássica.

Lisipo apresenta no seu Apoxiomeno um novo cânone com novas proporções – altura do corpo igual a oito vezes a da cabeça –, resultando um corpo mais esbelto e uma cabeça mais pequena. Rompe definitivamente com o plano frontal da estátua, ao projetar os seus braços no espaço, dotando-a de movimento tridimensional e de um

sentido mais espontâneo.


a escultura helenística

Mapa do Império de Alexandre, o Grande, após a sua morte em 323 a. C., com a localização dos principais centros de criação cultural e artística: Pérgamo, Antioquia e Alexandria


a escultura helenística No período helenístico a plástica grega substitui o predomínio da harmonia, do equilíbrio e da procura do belo ideal – o «ethos» – que caracterizara toda a arte grega durante o Classicismo, para privilegiar o naturalismo, o expressionismo e a intensidade dramática das suas obras, a expressão da paixão, do sentimento e do afecto – o «pathos».

O Gaulês Moribundo, s/a, Pérgamo, c. 230 a.C., mármore


a escultura helenística

Vénus de Milo,

c. 200 a.C., mármore, 202 cm de altura.


a escultura helenística: Niké de Samotrácia A forma capta o momento em que a deusa poisa na proa de um navio, de asas abertas, num perfeito equilíbrio entre o movimento do corpo e a força do vento que se lhe opõe (tema mitológico). Toda a figura está animada de um invulgar dinamismo, resultante precisamente deste jogo de interacções entre o espaço e a estátua. A agitação das roupagens húmidas que lhe cingem o corpo, firme e enérgico, desafiando a natureza (a força do vento), bem como o tratamento plástico e expressivo conferido às pregas fluidas do tecido transparente, contribuem para o efeito de sublimação característico da arte deste período.

Atribuída a Pitócrito, da Escola de Rodes, c. 200-190 a.C.


a escultura helenística: Niké de Samotrácia

Atribuída a Pitócrito, da Escola de Rodes, c. 200-190 a.C.


a escultura helenística: Laocoonte e os filhos A composição, de acentuado efeito dramático e manifestando um pathos muito pronunciado, encarna a tragédia sublime a partir de um tema mitológico. O grupo escultórico representa uma concepção inquietante e agonizante da existência – a luta contra o destino – através de uma série de recursos expressivos, tais como a composição desequilibrada que imprime dinâmica a toda a cena, os corpos agitados, a expressão de dor física e de impotência carregada no rosto de Laocoonte e a musculatura exagerada. A exaltação e a elevação expressiva presentes na obra provocam um sentimento simultâneo de prazer e perturbação.

Conjunto escultórico da Escola de Rodes, c. 175-50 a.C.


a escultura helenística: o Altar de Zeus Este monumento comemorativo possui um friso de altos-relevos que percorre toda a sua base, com 120 m de comprimento e 2,30 m de altura, e apresenta cenas gigantomaquia e amazonomaquia (tema mitológico).

Parte do friso, vários artistas, Pérgamo, c. 164-156 a.C.


a escultura helenística: o Altar de Zeus O estilo é agitado, violento e convulsivo, mas coeso o suficiente para transmitir uma enorme força dramática. A obra é caracterizada por intensos contrastes de luz e sombra, corpos musculados e vigorosos, roupagens agitadas pelo vento, dinamismo das figuras em luta, virilidade, emoção e dramatismo a tocar o “patético”, que lhe conferem um sentido de unidade que quase rivaliza com a solenidade e a imponência arquitetónica. O tema mitológico tinha um sentido simbólico: pretendia traduzir as vitórias dos Gregos sobre os

Persas.

Pormenor do friso, vários artistas, Pérgamo, c. 164-156 a.C.


a escultura helenística: o Altar de Zeus

Detalhes do friso, vários artistas, Pérgamo, c. 164-156 a.C.


Escultura Helenística ( séculos III, II e I a.C.) • Realismo expressivo; • Intensidade dramática das suas obras – o «pathos» ;

• «Sublime» (No seu «Tratado do Sublime», Longino definiu o conceito como um valor estético que está para além da beleza e que pertence à esfera do sentimento e não da razão. O sublime traduz, então, uma forma particular de sentimento estético); • Retrato e cenas de género


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